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Questões De Direito Penal E Processo Penal Corrigidas E Comentadas

Correção feita com base na PROVA TIPO 1 – COR BRANCA

QUESTÃO 59 – Paulo tinha inveja da prosperidade de Gustavo e, certo dia,


resolveu quebrar o carro que este último havia acabado de comprar. Para tanto,
assim que Gustavo estacionou o veículo e dele saiu, Paulo, munido de uma
barra de ferro, foi correndo em direção ao bem para danificá-lo. Ao ver a cena,
Gustavo colocou-se à frente do carro e acabou sendo atingido por um golpe da
barra de ferro, vindo a falecer em decorrência de traumatismo craniano derivado
da pancada. Sabe-se que Paulo não tinha a intenção de matar Gustavo e que
este somente recebeu o golpe porque se colocou à frente do carro quando Paulo
já estava com a barra de ferro no ar, em rápido movimento para atingir o veículo,
que ficou intacto.
Com base no caso relatado, assinale a afirmativa correta.
A) Paulo responderá por tentativa de dano em concurso formal com homicídio
culposo.
ALTERNATIVA INCORRETA – A questão possui uma redação dúbia, tanto
que as alternativas tentam induzir o tema concurso de crimes. Essa primeira
alternativa traz como cerne o concurso formal de crimes que, em síntese,
significa que o indivíduo com uma única ação produz dois ou mais
resultados. No caso, a alternativa tenta passar a ideia que houve concurso
entre o crime de dano e o homicídio.

O candidato deve estar atento para os dados do problema: primeiro a


intenção de Paulo era tão somente danificar o carro de Gustavo; e segundo,
pelo fato de Gustavo ter se colocado entre Paulo e o carro, o crime de dano
não ficou evidente. De modo que não houve concurso de crimes.

Fazendo essa análise o candidato não só eliminaria essa alternativa como


também as outras que fossem semelhantes.

B) Paulo responderá por homicídio doloso, tendo agido com dolo eventual.
ALTERNATIVA INCORRETA – O Problema frisou bem que “Paulo não tinha a
intenção de matar Gustavo e que este somente recebeu o golpe porque se colocou à
frente do carro quando Paulo já estava com a barra de ferro no ar”, isso deixa claro e
de igual modo afasta completamente e invocação do dolo eventual no caso.
C) Paulo responderá por homicídio culposo.
ALTERNATIVA CORRETA – Essa alternativa representa bem aquilo que
exatamente aconteceu no problema. Sabemos que a tipicidade comporta
como elementos subjetivos o dolo e a culpa. Como o dolo foi afastado do
caso, inclusive em sua vertente de eventualidade, não restou outra
invocação a ser feita no caso, senão a culpa, haja vista que o crime de
homicídio faz previsão da modalidade culposa.
D) Paulo responderá por tentativa de dano em concurso material com homicídio
culposo.
ALTERNATIVA INCORRETA – vide justificativa da alternativa “A”.

Questão 60

QUESTÃO 60 – Maria, jovem de 22 anos, após sucessivas desilusões, deseja dar


cabo à própria vida. Com o fim de desabafar, Maria resolve compartilhar sua
situação com um amigo, Manoel, sem saber que o desejo dele, há muito, é vê-la
morta. Manoel, então, ao perceber que poderia influenciar Maria, resolve
instigá-la a matar-se. Tão logo se despede do amigo, a moça, influenciada pelas
palavras deste, pula a janela de seu apartamento, mas sua queda é amortecida
por uma lona que abrigava uma barraca de feira. Em consequência, Maria sofre
apenas escoriações pelo corpo e não chega a sofrer nenhuma fratura.
Considerando apenas os dados descritos, assinale a afirmativa correta.

A) Manoel deve responder pelo delito de induzimento, instigação ou auxílio ao


suicídio em sua forma consumada.
ALTERNATIVA INCORRETA – A questão exigia do candidato um
conhecimento específico sobre a redação dos preceitos que compõe o
artigo 122 do CP. A princípio a questão até poderia induzir o candidato em
erro posto que pensando num campo lógico, o crime em tese teria ocorrido
posto que instigação para o ato suicida foi eficaz. Ocorre que ainda que a
instigação tenha sido perfeita, se não ocorrer exatamente aquilo que esta na
redação do artigo 122 do CP, não se poderá imputar ao instigador, no caso
Manoel, qualquer responsabilidade penal.

A imputação feita em desfavor de Manoel só seria possível caso Maria


tivesse morrido, ou então, sofrido lesões corporais de natureza grave. Como
no caso não ocorreu nem um nem outro, a alegação da instigação ao
suicídio não se sustenta.

B) Manoel deve responder pelo delito de induzimento, instigação ou auxílio ao


suicídio em sua forma tentada.
ALTERNATIVA INCORRETA – Vide justificativa da alternativa “A”.

C) Manoel não possui responsabilidade jurídico-penal, pois Maria não morreu e


nem sofreu lesão corporal de natureza grave.
ALTERNATIVA CORRETA – Bastava o candidato lembrar da composição do
artigo 122 do CP, que saberia exatamente que tanto o homicídio com a
lesão corporal grave, são condições necessárias para a responsabilização
penal de alguém pelo crime de instigação, induzimento e ou auxílio ao
suicídio.
D) Manoel, caso tivesse se arrependido daquilo que falou para Maria e esta, em
virtude da queda, viesse a óbito, seria responsabilizado pelo delito de homicídio.
ALTERNATIVA INCORRETA – Alternativa feita simplesmente para confundir o
candidato, trazendo a tona a figura do arrependimento e também do crime
de homicídio. Repito, essa alternativa foi feita apenas para complicar a vida
do candidato indeciso.
QUESTÃO 61 – Jaime, objetivando proteger sua residência, instala uma cerca
elétrica no muro. Certo dia, Cláudio, com o intuito de furtar a casa de Jaime,
resolve pular o referido muro, acreditando que conseguiria escapar da cerca
elétrica ali instalada e bem visível para qualquer pessoa. Cláudio, entretanto, não
obtém sucesso e acaba levando um choque, inerente à atuação do mecanismo
de proteção. Ocorre que, por sofrer de doença cardiovascular, o referido ladrão
falece quase instantaneamente. Após a análise pericial, ficou constatado que a
descarga elétrica não era suficiente para matar uma pessoa em condições
normais de saúde, mas suficiente para provocar o óbito de Cláudio, em virtude
de sua cardiopatia.
Nessa hipótese é correto afirmar que:
A) Jaime deve responder por homicídio culposo, na modalidade culpa
consciente.
ALTERNATIVA INCORRETA – Alternativa completamente errada. Não se
pode no caso invocar qualquer modalidade de culpa, ainda mais aquela
chamada de consciente que serve para explicar situação onde o individuo
até faz previsão de um resultado, mas acredita que conseguirá evitá-lo.
No problema, verificou-se que o agente não agiu com inobservância de um
dever objetivo de cuidado, e tampouco fez previsão de algo objetivamente
previsível.
B) Jaime deve responder por homicídio doloso, na modalidade dolo eventual.
ALTERNATIVA INCORRETA – O raciocínio feito anteriormente serve
perfeitamente aqui, com o cuidado apenas de separar dolo e culpa.

Se o agente não fez previsão do resultado que possibilitasse a invocação da


culpa consciente, o mesmo se aplica na verificação e invocação do dolo
eventual.

C) Pode ser aplicado à hipótese o instituto do resultado diverso do pretendido.


ALTERNATIVA INCORRETA – Não há que se falar em resultado diverso do
pretendido, posto que em momento algum o problema disse que ele
deseja resultado morte ou mesmo que desprezava esse resultado casso
viesse a ocorrer.

Na verdade, até se poderia presumir que o resultado desejado por ele fosse
a proteção de sua propriedade.

D) Pode ser aplicado à hipótese o instituto da legítima defesa preordenada.


ALTERNATIVA CORRETA – O problema traz novamente assunto ligado as
causas de exclusão da ilicitude, ressaltando dessa a vez a vertente que visa
a proteção patrimonial, qual seja, a legítima defesa preordenada feita por
meio de ofendículos.
No caso, é perfeitamente possível a verificação dessa modalidade de
legítima defesa posto que o problema deixou claro que os cuidados
necessários foram observados, tais como a visibilidade ostensiva dos
aparatos defensivos, bem como a não letalidade dos meios.

A morte de Cláudio não poderá ser imputada a Jaime, tendo em vista estar
este amparado por uma causa que exclui a aparente ilegalidade do ato.

QUESTÃO 62 – A respeito do benefício da suspensão condicional da execução


da pena, assinale a afirmativa incorreta.
A) Não exige que o crime praticado tenha sido cometido sem violência ou grave
ameaça à pessoa.
AFIRMATIVA VERDADEIRA – Não se confunda, o problema pede que seja
marcada a alternativa incorreta. Realmente a suspensão condicional da
pena não faz qualquer menção ao crime ter sido cometido com violência ou
grave ameaça à pessoa. Nem os dispositivos do Código Penal falam a
respeito como também os artigos da Lei. 7.210/84 (Lei de Execução Penal).
B) Não pode ser concedido ao reincidente em crime doloso, exceto se a
condenação anterior foi a pena de multa.
AFIRMATIVA VERDADEIRA – A primeira parte da alternativa faz menção
ao artigo 77, inciso I do Código Penal, enquanto que a segunda parte fala
exatamente do que se vê no § 1º do mesmo artigo. Alternativa correta e por
isso não deveria ter sido marcada.

C) Somente pode ser concedido se não for indicada ou se for incabível a


substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos.
AFIRMATIVA VERDADEIRA – Realmente a suspensão condicional da pena
possui caráter subsidiário em relação às penas restritivas de direito, só
devendo a execução da pena ser suspensa caso a substituição por uma
pena restritiva de direitos não tenha sido feita. Isso esta previsto no artigo
77, inciso III do Código Penal.

D) Sobrevindo, durante o período de prova, condenação irrecorrível por crime


doloso, o benefício será revogado, mas tal período será computado para efeitos
de detração.
AFIRMATIVA FALSA – Realmente a nova condenação irrecorrível apresenta-
se como causa de revogação do benefício, conforme artigo 81, inciso I do
Código Penal, entretanto, esse período de suspensão não poderá ser
computado para fins de detração.
A detração segundo artigo 42 do Código Penal, considera tão somente o
tempo de prisão que o indivíduo tenha tido antes de ser condenado.

Por estar incorreta é essa que o candidato deveria assinalar.

QUESTÃO 63 – Considere que determinado agente tenha em depósito, durante o


período de um ano, 300 kg de cocaína. Considere também que, durante o
referido período, tenha entrado em vigor uma nova lei elevando a pena relativa
ao crime de tráfico de entorpecentes. Sobre o caso sugerido, levando em conta o
entendimento do Supremo Tribunal Federal sobre o tema, assinale a afirmativa
correta.
A) Deve ser aplicada a lei mais benéfica ao agente, qual seja, aquela que já
estava em vigor quando o agente passou a ter a droga em depósito.
ALTERNATIVA INCORRETA – Mais uma vez a FGV exige conhecimento
jurisprudencial. Na verdade deveria o candidato ter conhecimento da
Súmula 711 do STF que diz:
“A lei mais grave aplica-se ao crime continuado, permanente se a sua
vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.”
A alternativa, portanto esta errada posto que a lei que deverá ser aplicada
no caso será a mais grave.

B) Deve ser aplicada a lei mais severa, qual seja, aquela que passou a vigorar
durante o período em que o agente ainda estava com a droga em depósito.
ALTERNATIVA CORRETA – Vide fundamentação da alternativa “A”. OBS:
Súmula 711 do STF.
C) As duas leis podem ser aplicadas, pois ao magistrado é permitido fazer a
combinação das leis sempre que essa atitude puder beneficiar o réu.
ALTERNATIVA INCORRETA – Vide fundamentação da alternativa “A”.

D) O magistrado poderá aplicar o critério do caso concreto, perguntando ao réu


qual lei ele pretende que lhe seja aplicada por ser, no seu caso, mais benéfica.
ALTERNATIVA INCORRETA – Vide fundamentação da alternativa “A”.

QUESTÃO 64 – Analise os fragmentos a seguir:


I. João constrange Maria, por meios violentos, a ter com ele relação sexual. Em
virtude da violência empregada para a consumação do ato, Maria sofre lesões
corporais de natureza grave que a levam a óbito.
II. Joaquim constrange Benedita, por meio de grave ameaça, a ter com ele
relação sexual. Após o coito Benedita falece em decorrência de ataque cardíaco,
pois padecia, desde criança, de cardiopatia grave, condição desconhecida por
Joaquim.
A partir das situações apresentadas nos fragmentos I e II, os delitos cometidos
são, respectivamente,
A) estupro qualificado pelo resultado morte e estupro qualificado pelo resultado
morte.
ALTERNATIVA INCORRETA – O cerne da questão é justamente o
conhecimento prévio da concausa superveniente. Isto é, no segundo caso
Joaquim conhecia o problema de Benedita? Sobre isso o próprio problema
já respondeu dizendo: “condição desconhecida por Joaquim.”.
Essa era mais uma questão que exigia do aluno uma análise para se
verificar a imputação a ser feita. Nos dois casos verifica-se a prática do
crime de estupro, ocorre que no primeiro, em decorrência específica ou
como resultado dos métodos violentos empregados por João, a vítima veio a
falecer, revelando-se assim perfeito nexo entre a primeira conduta e o
resultado morte. De modo que no primeiro caso, o agente realmente deverá
responder também pelo resultado morte.
Por outro lado, no segundo caso, não se pode imputar o resultado morte
sobre Joaquim, tendo em vista que ele desconhecia completamente a
cardiopatia que desencadeou a morte da vítima. A pergunta que deveria ser
feita é a seguinte: não fosse essa cardiopatia teria a vítima morrido em
decorrência do estupro? Como a resposta é não, tal resultado não poderia
ser imputado a Joaquim. Portanto, no segundo caso, Joaquim deverá ser
responsabilizado pelo estupro e não pelo resultado morte. Estupro “simples”.

B) estupro em concurso com lesão corporal seguida de morte e estupro simples.


ALTERNATIVA INCORRETA – Vide justificativa da alternativa “A”.

C) estupro qualificado pelo resultado morte e estupro em concurso com


homicídio preterdoloso.
ALTERNATIVA INCORRETA – Vide justificativa da alternativa “A”.

D) estupro qualificado pelo resultado morte e estupro simples.


ALTERNATIVA CORRETA – vide justificativa da alternativa “A”.
QUESTÃO 65 – Em determinada ação penal privada, na qual se apura a prática
dos delitos de calúnia e difamação, a parte não apresenta, em alegações finais,
pedido de condenação em relação ao delito de calúnia, fazendo-o tão somente
em relação ao delito de difamação. Com relação ao caso apresentado, assinale a
afirmativa correta.
A) Ocorreu a perempção em relação ao delito de calúnia.
ALTERNATIVA CORRETA – O artigo 60, inciso III do Código de Processo
Penal é taxativo quando explica o fenômeno da perempção, e muito claro
quando diz que em se tratando de ação penal privada caso o autor da ação
não formule pedido de condenação em sede de alegações finais a ação
estará perempta, ou como no caso, a perempção alcançará apenas o crime
cuja condenação não foi solicitada.
B) Não ocorreu perempção em relação a nenhum delito.
ALTERNATIVA INCORRETA – Vide justificativa da alternativa “A”.

C) Ocorreu o perdão tácito em relação ao delito de calúnia.


ALTERNATIVA INCORRETA – Segundo o § 1º do artigo 106 do Código
Penal “Perdão tácito é o que resulta da prática de ato incompatível com a vontade de
prosseguir na ação.” O perdão nada mais é do que uma desculpa tardia, o
titular da ação penal privada desculpa o autor do crime depois de já iniciada
a ação. Fala-se tardia porque quem perdoa já deu início ao processo, caso
fosse antes seria renúncia.
Na narrativa vista no problema não se observou qualquer iniciativa do titular
da ação em perdoar o acusado (expressa/tácita) pelo crime de calúnia. O
que se observou foi de fato o fenômeno da perempção.

D) Não ocorreu perempção, mas, sim, renúncia em relação ao delito de calúnia.


ALTERNATIVA INCORRETA – Assim como falamos na alternativa anterior
o problema não deu qualquer sinal que o autor da ação tivesse perdoado e
tampouco renunciado. Bastaria o candidato lembrar que não se pode
renunciar algo já feito. Se o titular da ação penal privada já iniciou o
processo não se pode mais falar em renúncia, mas sim em perdão.

A alternativa esta errada posto que a renúncia só pode ser vista antes do
processo.

QUESTÃO 66 – Carolina, voltando do Paraguai com diversas mercadorias que


configurariam o crime de contrabando, entra no país pela cidade de Foz do
Iguaçu (PR). Em lá chegando, compra uma passagem de ônibus para a cidade de
São Paulo e segue, posteriormente, para o Rio de Janeiro, sua cidade natal,
quando é surpreendida por policiais federais que participavam de uma operação
de rotina na rodoviária. Os policiais, então, apreendem as mercadorias e
conduzem Carolina à Delegacia Policial.
Na hipótese, assinale a alternativa que indica o órgão competente para proceder
ao julgamento de Carolina.
A) A Justiça Federal de Foz de Iguaçu.
ALTERNATIVA INCORRETA – Considerando que tratar-se de um crime de
interesse da união, deve ele ser processado por meio da Justiça Federal. O
simples fato de ter Carolina entrado no país pela cidade de Foz do Iguaçu já
poderia induzir o candidato em erro. Contudo, mesmo a questão não tendo
feito exigência de conhecimento jurisprudencial, a resposta da presente
questão se faz mediante conhecimento da súmula 151 do STJ que diz:

“A competência para o processo e julgamento por crime de contrabando ou


descaminho define-se pela prevenção do Juízo Federal do lugar da
apreensão dos bens..”

B) A Justiça Federal do Rio de Janeiro.


ALTERNATIVA CORRETA – Considerando que Carolina foi presa na
cidade do Rio de Janeiro, e considerando o teor da súmula 151 do STJ, será
essa seção judiciária a competente para o feito.
C) A Justiça Federal de São Paulo.
ALTERNATIVA INCORRETA – Vide fundamentação da alternativa “A”.

D) Qualquer das anteriores, independentemente da regra da prevenção.


ALTERNATIVA INCORRETA – Vide fundamentação da alternativa “A”.

QUESTÃO 67 – Fernanda, durante uma discussão com seu marido Renato, levou
vários socos e chutes. Inconformada com a agressão, dirigiu-se à Delegacia de
Polícia mais próxima e narrou todo o ocorrido. Após a realização do exame de
corpo de delito, foi constatada a prática de lesão corporal leve por parte de
Renato. O Delegado de Polícia registrou a ocorrência e requereu as medidas
cautelares constantes no Artigo 23 da Lei nº 11.340/2006. Após alguns dias e
com objetivo de reconciliação com o marido, Fernanda foi novamente à
Delegacia de Polícia requerendo a cessação das investigações para que não
fosse ajuizada a ação penal respectiva.
Diante do caso narrado, de acordo com o recente entendimento do Supremo
Tribunal Federal, assinale a afirmativa correta.
A) No âmbito da Lei Maria da Penha, nos crimes de lesão corporal leve, a ação
penal é condicionada à representação. Desta forma, é possível a sua retratação,
pois não houve o oferecimento da denúncia.
ALTERNATIVA INCORRETA – O candidato deveria neste caso ter
conhecimento sobre o julgamento ocorrido no STF da ADI 4424, onde se
afastou completamente a aplicação da Lei nº 9.099/95 nos casos de lesão
corporal leve. Após tal julgamento se firmou entendimento que nesses casos
os crimes serão processados por meio de ação penal pública
incondicionada.

Vide ADI 4424 do STF


B) No âmbito da Lei Maria da Penha, nos crimes de lesão corporal leve, a ação
penal é pública incondicionada, sendo impossível interromper as investigações
e obstar o prosseguimento da ação penal.
ALTERNATIVA CORRETA – Vide justificativa da alternativa “A”.

C) No âmbito da Lei Maria da Penha, nos crimes de lesão corporal leve, a ação
penal é pública incondicionada, mas é possível a retratação da representação
antes do oferecimento da denúncia.
ALTERNATIVA INCORRETA – Vide justificativa da alternativa “A”.
D) No âmbito da Lei Maria da Penha, nos crimes de lesão corporal leve, a ação
penal é pública condicionada à representação, mas como os fatos já foram
levados ao conhecimento da autoridade policial será impossível impedir o
prosseguimento das investigações e o ajuizamento da ação penal.
ALTERNATIVA INCORRETA – Vide justificativa da alternativa “A”.
QUESTÃO 68 – Felipe foi reconhecido em sede policial por meio de fotografia
como o autor de um crime de roubo. O inquérito policial seguiu seus trâmites de
forma regular e o Ministério Público decidiu denunciar o indiciado. O oficial de
justiça procurou em todos os endereços constantes nos autos, mas a citação
pessoal ou por hora certa foram impossíveis. Assim, o juiz decidiu pela citação
por edital. Marcela, irmã de Felipe, ao passar pelo fórum leu a citação por edital e
procurou um advogado para tomar ciência das consequências de tal citação,
pois ela também não sabe do paradeiro do irmão.
Diante da situação descrita, acerca da orientação a ser dada pelo advogado,
assinale a afirmativa correta.
A) Felipe deve comparecer em juízo, sob pena de ser processado e condenado
sem que seja dada oportunidade para a sua defesa.
ALTERNATIVA INCORRETA – Conforme se viu na redação do problema,
por estar em local incerto e não sabido foi o acusado citado por edital. Por
ter sido feito desse modo, a consequência caso não compareça será aquela
vista no artigo 366 do Código de Processo Penal que diz:

Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir
advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional,
podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas
urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto
no art. 312.

Logo, da forma com que se tratou no problema, não existe a possibilidade


do processo continuar seu trâmite contra o acusado, justamente para que o
seu direito de defesa esteja garantido.

B) Se Felipe não comparecer e não constituir advogado, o processo e o curso do


prazo prescricional ficarão suspensos, sendo decretada a sua prisão preventiva
de forma automática.
ALTERNATIVA INCORRETA – Aproveitando a redação do artigo 366 do
Código de Processo Penal, não se terá a decretação da prisão de forma
automática.

Muito embora na prática se saiba que isso ocorra quase que


automaticamente, não se pode considerar tal fato como verdadeiro, posto
que ainda que o acusado esteja em local certo e não sabido a decisão que
decreta sua prisão deverá ser fundamentada e bem solidificada conforme
artigo 312. Outrossim, ainda na redação do artigo, observa-se que mesmo
nesse caso o legislador ressaltou o caráter subsidiário da prisão quando
disse: “se for o caso”, e se for o caso decreta-se a prisão. Portanto ela não é
automática.
Caso fosse realmente automática não se exigiria sequer fundamentação.
Por isso a alternativa esta errada.

C) Se Felipe não comparecer e não constituir advogado, o processo e o curso do


prazo prescricional ficarão suspensos, sendo determinada a produção
antecipada de provas de forma automática, diante do risco do desaparecimento
das provas pelo decurso do tempo.
ALTERNATIVA INCORRETA – Aproveitando-se mais uma vez da redação
do artigo 366 do Código de Processo Penal, vale observar quando o mesmo
diz: “(…)podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas
urgentes (…)”. A produção antecipada de provas só poderá ocorrer caso fique
comprovada a urgência da medida. Caso fosse automática, não se
precisaria comprovar qualquer tipo de urgência, por isso a alternativa esta
errada.
D) Se Felipe não comparecer e não constituir advogado, o processo e o curso do
prazo prescricional ficarão suspensos e, se for urgente, o juiz determinará a
produção antecipada de provas, podendo decretar a prisão preventiva se
presentes os requisitos expressos no artigo 312, do CPP.
ALTERNATIVA CORRETA – Perfeita adequação com a norma vista no artigo
366 do Código de Processo Penal.
QUESTÃO 69 – João foi denunciado pela prática de crime de furto simples. Na
denúncia, o Ministério Público apenas narrou que houve a subtração do cordão
da vítima, indicando hora e local. Na audiência de instrução e julgamento, a
vítima narrou que João empurrou-a em direção ao chão dizendo que se gritasse
“o bicho ia pegar”, arrancando, em seguida, o seu cordão. Diante da narrativa da
violência e da grave ameaça, o juiz fica convencido de que houve crime de roubo
e não de furto.
Sobre o caso apresentado, de acordo com o Código de Processo Penal, assinale
a afirmativa correta.
A) O juiz na sentença poderá condenar João pelo crime de roubo, com base no
artigo 383 do CPP, que assim dispõe: “O juiz, sem modificar a descrição do fato
contida na denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa,
ainda que, em consequência, tenha de aplicar pena mais grave”.
ALTERNATIVA INCORRETA – A alternativa não esta de toda errada, ocorre
que sua aplicação fica condicionada aos casos onde for verificada a
hipótese de emendatio libelli. No caso, podemos observar que houve de fato
completa alteração da figura jurídica em análise, o que faz com seja caso
de mutatio libelli conforme artigo 384 do Código de Processo Penal, que diz:
Art. 384. Encerrada a instrução probatória, se entender cabível nova
definição jurídica do fato, em conseqüência de prova existente nos autos de
elemento ou circunstância da infração penal não contida na acusação, o
Ministério Público deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5 (cinco)
dias, se em virtude desta houver sido instaurado o processo em crime de
ação pública, reduzindo-se a termo o aditamento, quando feito oralmente.

B) Encerrada a instrução probatória, o Ministério Público deverá aditar a


denúncia em 5 (cinco) dias. Se o Ministério Público ficar inerte, o juiz deve
aplicar o artigo 28 do CPP.
ALTERNATIVA CORRETA – Por ter sido verificada definição jurídica diversa
daquela constante na denúncia é exatamente isso que o Ministério Público
deverá fazer, tal como descrito na redação do artigo 384 do Código de
Processo Penal.
C) Encerrada a instrução probatória, o Ministério Público deverá aditar a
denúncia em 5 (cinco) dias. Se o Ministério Público ficar inerte, o juiz poderá
condenar João pelo crime de roubo, tendo em vista que a vítima narrou a
agressão em juízo.
ALTERNATIVA INCORRETA – Caso o Ministério Público não cumpra o
disposto no artigo 384 do Código de Processo Penal, ao invés de condenar
o acusado pelo crime de roubo o juiz deverá agir nos mesmos moldes do
artigo 28 do Código de Processo Penal.

Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia,


requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de
informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões
invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao
procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do
Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento,
ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.

D) O juiz poderá condenar João pelo crime de roubo, independentemente de


qualquer providência, em homenagem ao princípio da verdade real.
ALTERNATIVA INCORRETA – Vide fundamentações anteriores.

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