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AULA GESTALTISMO

ASCENSÃO E DECLÍNIO DO IMPÉRIO DOS SENTIDOS

A Ascensão do Império dos sentidos


Parte I: O problema norteador
→ A história da relação sujeito/objeto:
1 - Tese da apresentação ou realismo “ingênuo” (até séc XVI, marca a filosofia medieval)

 Relação direta com as coisas do mundo, as coisas saltam nos sentidos.


 Crise do século XVI: Ceticismo. O homem deixa de ser o centro do mundo e passa a ser apenas uma parte do
universo (Copérnico).
Nova física: Koyré, do mundo fechado ao universo infinito.

2 - Tese da representação (filosofia moderna: Descartes; racionalismo (empirismo)


 Descartes e a questão própria do conhecimento: 1) o que é ser 2) o que é conhecimento. Penso, existo.
 Descartes: empirismo: combate ao ceticismo → quer conhecer as coisas, que existem
 Um novo ponto de fundação do conhecimento: a interioridade do sujeito (o “eu” descorporificado e a perspectiva)
 Subordinação da res extensa a res cogitans
 Conhecer é representar: saltar do conhecimento às coisas; coincidir imagem e objeto
 Galileu e Descartes: qualidades primárias - extensão / qualidades secundárias - subjetiva; res extensa/res cogitans
 Racionalistas/empiristas

3 – Descartes: Tese da produção a partir das determinações específicas do sujeito (filosofia contemporânea, com Kant)

 Crítica da razão pura: os limites da razão; a impossibilidade de se conhecer a “coisa em si”


 O conhecimento produzido por determinações específicas do sujeito (condições a priori de todo e qualquer
conhecimento possível)
 Estabelecimento dos limites e possibilidades do conhecimento.

Parte II: A questão do conhecimento na Psicologia alemã do século XIX


A apropriação do problema

 “Herança diferencial” do problema da filosofia moderna como conhecemos o mundo? (Se na filosofia moderna
com Descartes a preocupação é com a representação do mundo, o que leva ao erro, a partir do erro a verdade de
uma determinação nossa se faz equivocada. A psicologia se estabelece como aquilo que vai tratar da ilusão, da
retaliação, como uma desculpa disso. A psicologia vai se voltar para como o espírito erra, para a partir desse
ponto tentar minimizá-lo. A psicologia presta serviço à física, já que tenta controlar o erro e a física é a certeza.)
 Diferencial em dois sentidos:
1. passagem da representação adequada para o erro.
2. passagem do corpo como “janela da alma” (Descartes) para o corpo produtor das representações do mundo
(Kant).
 Dupla passagem, uma nova condição: as exigências do século XVIII para se tornar um conhecimento legítimo.
 A duplicação da Psicologia: herdeira de uma questão filosófica; locatária de modelos cientificamente
reconhecidos (físico, fisiológico, etc)

Kant estabelece os limites da razão. A razão não pode conhecer o mundo como ele é, a razão não é soberana das
coisas. Razão subordinada a uma determinação a priori = sujeito transcedental. O sujeito não é pleno nem soberano.
No sujeito transcedental que se encontram as determinações da consciência,c condições a priori de toda e
qualquer forma de conhecer. A diferença entre Kant e Descartes é que, se em Descartes a consciência é plena de si
mesma, e soberana do mundo, em Kant ela passa a ser determinada por condições a priori que são: a condição de toda e
qualquer experiência, de toda e qualquer forma de conhecimento e que, entretanto, não pode ser ela mesma conhecida.

Métodos adotados, os objetos de análise propostos e os modelos de formulação

Psicologia: questão, método, objeto e modelo.


A “Psicologia Clássica” teve como maior expoente o projeto Wundtiano (objeto da experiência e experienciação
subjetiva, em um conteúdo que é apresentado a nós e no modo pelo qual aprendemos esse conteúdo)
Tratamento da experiência:
 Ciências naturais: objeto da experiência → independentes do sujeito; experiência mediata
 Psicologia: investida todo o conteúdo da experiência nas suas relações com o sujeito e também com os atributos
que nesse conteúdo derivam diretamente do sujeito, ou seja, experiência imediata.
 o conhecimento se dá no contato direto com os objetos (tese de apresentação ou realismo “ingênuo”; (marca o
modo de pensar da filosofia medieval);
 o conhecimento se dá como adequação entre a imagem ordenada do obejto e este (tese da filosofia moderna da
representação);
 o conhecimento se dá como produção dos objetos a partir de condições específicas do sujeito (tese da filosofia
contemporânea.
Aron Gurwitsch: a origem da psicologia está na questão da ilusão. A psicologia como uma desculpa do espírito á
razão.
Realidade verdadeira da física X aparências subjetivas

PSICOLOGIA

XVI - Aparecimento da palavra

 contexto escolástico (protestantismo alemão; Godeinos (1º que coloca no texto de um livro a palavra psicologia).
 Acepção aristotélica:
 ciência geral dos seres vivos
 o homem com um ramo da psicologia e não o contrário.
 Acepção metafísica
 alma imaterial e imortal
 alma identificada á mente/ espírito
 mecanismo do corpo e da natureza / incorporeidade e metafísica da alma.

Psicologia como disciplina no século XVIII: o iluminismo alemão

 Ramo da filosofia: Christian Wolff


 psicologia empírica (introspecção/auto-observação)
 Psicologia Racional (dedução)
 A crítica kantiana
 A crítica à apropriação metafísica da psicologia (wolff e o pensamento dogmático)
 A impossibilidade da psicologia racional
 As dificuldades da psicologia empírica
A psicologia não surge pensando em uma consciência soberana. A alma na psicologia tem postura aristotélica. A alma não
é mais pensada como ânima (dá movimento ao corpo), ma ssim ganha a sua imaterialidade e sua imortalidade (visão
metafísica, aristotélica). O homem é só um ramo da psicologia.

Vetos Kantianos:
A Critica da razão pura (1781): neste laborioso texto, Kant se depara com a disputa epistemológica entre
empirismo e racionalismo. O objetivo central do livro é, de certa forma, investigar o âmbito de validade do conhecimento
para poder, assim, demarcar com objetividade a aceitação de certas disciplinas como a matemática a física e a metafísica
no terreno dos conhecimentos científicos. Para poder demarcar o campo científico e ver quais destas disciplinas são nele
admitidas, Kant precisa investigar as origens, a matriz do conhecimento em geral. Isso significa uma crítica da razão na
medida em que ele não busca rejeitar o uso da razão, mas sim investigar as condições de possibilidade do conhecimento
posto criticamente sob a ótica da razão pura. Se os empiristas acreditavam que o conhecimento advinha dos sentidos,
enquanto que os racionalistas defendiam que vinha da razão, Kant irá propor um meio termo. O conhecimento não pode ir
exclusivamente ou da razão ou dos sentidos, mas antes de uma síntese entre os dados da razão e os dados dos sentidos.
Assim, Kant argumenta no livro que a Psicologia Racional não poderia estar na esfera das ciências, pois não obedece a
estes critérios sob os quais ele define o conhecimento.
O que era esta Psicologia Racional? Até o séc. XVIII, mediante as especulações de filósofos como Descartes e
Leibniz, Christian Wolff construiu um saber que atendia pelo nome de Psicologia Racional. Este saber não possuía
qualquer aplicação clínica e não se dedicava ao estudo de patologias ou de diagnósticos. Era um saber que pretendia
apenas tornar as faculdades da alma transparentes aos olhos da razão. Isto é, significava provar a imortalidade da alma,
descobrir a substância desta alma e alcançar as evidências do um conhecimento de si interno. Contudo, Kant fala que esta
Psicologia Racional não pode se situar no domínio da objetividade científica, pois carecia de importantes critérios
sustentados pelo sujeito transcendental. Que critérios são estes? Simples, esta alma que se pretende estudar na metafísica
não pode estar no tempo nem no espaço, pois ela é interna a nós. Logo não faz sentido investigarmos qual sua substância,
pois apenas o que está no espaço e no tempo possui substância. E em segundo lugar, esta alma não é passível de
quantificação, logo ela não pode ser estudada matematicamente. Como a matemática é o critério de objetividade para a
filosofia kantiana, o estudo desta alma, por carecer de matemática, não pode ser objetivo. Já numa outra obra intitulada
“Princípios metafísicos da ciência da natureza”, de 1786, Kant dedica uma segunda crítica à psicologia, mas aqui se trata
da psicologia empírica. A crítica é foca em três principais pontos: 1) faltava um elemento de modo similar à química, para
com isto efetuar análises e sínteses. 2)Deveria se facultar a este elemento um estudo objetivo, em que o sujeito e objeto
não se misturem como na introspecção. 3) deveria se produzir uma matematização mais avançada que a geometria da
linha reta, apta a dar conta das suceções temporais da nossa consciência (o sentido interno).
Assim, Kant faz três vetos tanto à psicologia racional quanto à empírica.
Resumindo: falta à psicologia um objeto, um método e uma matematização. Estas três faltas são os três vetos
Kantianos e para se fazer uma psicologia científica os pensadores posteriores a Kant terão de superar estes vetos
kantianos.

Eventos da Fisiologia:
Com a ajuda da fisiologia sensorial do século XIX a psicologia supera os vetos kantianos.

1830 - Johans Miller:


Teoria das energias nervosas específicas: Cada nervo sensorial está vinculado a uma energia específica. Os graus dessas
energias são chamados sensações (ex: graduações de cor, tons auditivos_
SENSAÇÕES candidatos à superação da crítica de FALTA DE UNIDADE

1860 – Von Hemlholtz:


Acredita que o nosso mundo não é um mero caos de sensações mas sim uma experiência composta por sensações
conjugadas inconscientemente a partir de nossas experiências passadas. Desenvolve o método da introspecção
experimental, que consiste em um relato do sujeito experimentado a partir de um treino prévio, aonde o objetivo é
dissociar da percepção as experiências anteriores e tentar descrever sensações puras.
INTROSPECÇÃO EXPERIMENTAL candidada à superação da crítica de FALTA DE OBJETIVIDADE

1860 – Fechner:
Acredita em uma concepção espiritualista de mundo e como cientista procura uma maneira de vincular o mundo físico ao
mundo espiritual através da ciência.
Desenvolve a fórmula de Weber de cálculo das diferenças apenas percebíveis (d.a.p.) e chega à formula S = k . logE
aonde S = sensação e E=estímulo.
Com essa fórmula Fechner estabelece uma relação entre um variável psicológica e uma variável física.
A fórmula de Fechner é candidata à superação da crítica de falta de FORMALIZAÇÃO MATEMÁTICA.
Em meados do século XIX a fisiologia tinha em mãos fatores que resolveriam o problema da psicologia empírica de
Wolff. Em +- 1870 funda-se a psicologia científica, embasada nessas contribuições.

PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA DA EXPERIÊNCIA

Psicologia Clássica
que, ao perceber os supracitados experimentos que estavam sendo feitos no campo da Fisiologia, os utilizou para fundar o
que foi reconhecida como a primeira Psicologia científica. Discutamos mais a fundo suas características.
Objeto: Experiência Imediata
Questão: Como se dá a experiência imediata?
Método: Introspecção Experimental
Modelo: Fisiologia Sensorial
calcada neste modelo de Fisiologia que já abordamos acima. Essa prática se dará então a partir de um extenso trabalho
sobre as sensações (o objeto da superação dos vetos kantianos na visão de Wundt), utilizando o método da introspecção
experimental (que Wilheim vai reconhecer como um método para chegarmos a essas sensações) e a fórmula elaborada por
Fechner para conseguir matematizar seus experimentos.
O.A.P=a–b
A psicologia como ciência da experiência tem seu início com WilheimWundt
A psicologia de Wundt (reconhecida como o Voluntarismo) era, portanto, Podemos afirmar que, em essência, o
paradigma mais fundamental e que resume uma parte da prática de Wundt (lembrando que o estudo dele vai além, o que
culminará na chamada Psicologia dos Povos, mas isso não é o mais relevante para a prova) é a
Hipótese da Constância, ou seja: Estímulo --> Sensação

Que pode ser traduzido: para cada Estímulo do mundo físico há uma Sensação correspondente e, portanto, a nossa
experiência seria obrigatoriamente reduzida a essas sensações que são correlatas necessárias de certos estímulos. É claro
que, ao passar do tempo, esse paradigma fundamental, assim como a proposta da psicologia protagonizada por Wilheim
Wundt serão postos em questão.
Podemos explicitar três dessas críticas:
1. Psicologia do Ato
Protagonizada por Franz Brentano, essa crítica (que efetivamente é mais filosófica que qualquer coisa) se dará no objeto
da Psicologia Clássica (ou seja, a de Wundt). Dirá Brentano que ela não deve se focar em meros objetos físicos e
descrevê-los, disseca-los a partir de sensações. A Psicologia, em sua percepção, deveria lidar com os Atos Intencionais da
consciência, ou seja, como que ela se dá como sendo consciência de alguma coisa. Os Atos Intencionais, ou seja, como a
consciência se dá, se vira para o mundo, e o percebe, isso sim que deveria ser objeto da Psicologia, e não simplesmente os
objetos físicos e sua descrição sensorial.

2. Escola de Wurzburgo
A crítica desta escola se dará de um jeito diferente, sendo um pouco mais prática. Ela atacará a Hipótese da Constância
diretamente a partir deseus experimentos, trazendo à tona algo que não se remeteria a estímulos simplesmente: as funções
da consciência.Observando a Hipótese da Constância podemos afirmar que se os estímulos da minha experiência forem os
mesmos, ela sempre se dará da mesma forma já que os estímulos tem sempre uma sensação correspondente, e não várias.
A experiência, então, se conta com os mesmos estímulos não deve variar de forma alguma. Os teóricos da escola de
Wurzburgo discordam.
Através de seus experimento conhecido como “Pensamento sem Imagem”, esses teóricos irão mostrar como que há como
a experiência mudar sem que mudemos os estímulos: basta pedir para que a consciência exerça alguma função. Se
pedirmos, por exemplo, para uma pessoa decorar as sílabas sem nexo LaMaDi, apagarmos este estímulo de um quadro
negro e pedirmos para ela repetir o que estava escrito ele demorará um tempo ‘x’.
Porém, se pedirmos para que ela repita as sílabas só que ao contrário veremos que ela demorará um tempo ‘y’. Ora, vão
pensar os teóricos de Wurzburgo, se não mudamos os estímulos, porque a experiência mudou?
Se a Hipótese da Constância vigorasse o tempo teria que ser igual pois os estímulos são iguais. O que vemos, entretanto,
não corrobora com isso. Há algo, então, que não se remete a um mero correlato de estímulo com uma sensação específica
– as funções da consciência exemplificam isso.

3. Christian Von Ehrenfels


Este psicólogo pertencente à escola de Graz atacará, assim como os teóricos da escola de Wurzburgo, a Hipótese da
Constância, mas o fará como que de um modo invertido.
Imaginemos uma música qualquer, como por exemplo ‘Garota de Ipanema’. A reconhecemos perfeitamente em nosso dia-
a-dia quando toca.
O curioso para Ehrenfels é que se ouvirmos esta música em um tom diferente, seja acima ou abaixo do normal, ainda
reconheceremos a mesma música. O que instiga o psicólogo de Graz é que, a partir de lógica da Psicologia Clássica, se
mudamos todos os estímulos ao diminuirmos ou aumentarmos o tom a experiência como um todo tinha que
obrigatoriamente ter mudado. Porém, não é isso que acontece: todos os estímulos mudam mas reconhecemos a mesma
música. Apesar de reconhecermos a mudança de tom, mantemos algo na experiência que não muda com a diferença de
estímulos.
Ehrenfels irá, então, propor que há algo em nossa experiência que não se resume a estímulos somente: há algo que existe
para além deles que dá um conjunto, uma totalidade, uma globalidade para a experiência: a gestaltqualitaten, ou seja as
qualidades da gestalt. Lembremos que esse conceito de Gestalt que Ehrenfels propõe não é igual ao que os gestaltistas da
escola de Berlim irão propor.
A partir desse conceito cunhado por Christian, outros teóricos de outras escolas irão teorizar sobre ele a fim de construir
um novo paradigma, diferente do da Hipótese da Constância. Destaquemos as três principais:
1. Escola de Graz: aquela a qual Ehrenfels pertence. Irá apontar dois níveis de nossa experiência: um inferior que seria
composto, de qualquer jeito, pelas nossas sensações (não rompe com a Hipótese da Constância) e outro superior que seria
a gestaltqualitaten, ou seja, a gestalt – que seria organizada pelo nosso intelecto.
2. Escola de Leipzig: rompe com a Hipótese da Constância afirmando que o que formariam a gestalt seriam nossos
sentimentos. Não embasam suas afirmações em experimentos ou teorias empíricas, portanto não vigoraram.

3. Escola de Berlim: a escola que conseguirá propor um paradigma novo após romper com a Hipótese da Constância.
Estudemo-la
mais a fundo:
Gestaltismo
Devemos primeiramente nos lembrar que quando ouvimos meramente ‘gestaltismo’ devemos reconhecer a Escola de
Berlim, pois foi esta que conseguiu efetivamente firmar um novo paradigma a partir de novos problemas e modelos.
Comecemos caracterizando-a:

Objeto: Experiência Questão: Como se dá a experiência? Método: Método Fenomênico Modelo: Física Dinâmica

Devemos começar nossa compreensão do gestaltismo nos seus primórdios, ou seja, no que efetivamente marcou a ruptura
com o paradigma da Psicologia Clássica: o experimento do Phi-Fenômeno por Max Wertheimer.
Consideremos duas bolinhas de luz, duas pequenas lâmpadas. Dependendo do tempo que demorarmos para apagar
uma e acender a outra podemos ter três tipos de resultado: no primeiro, quando o tempo entre apagar uma e acender a
outra é maior, vemos claramente uma acendendo, apagando e a outra acendendo; no segundo, quando o tempo é muito
pequeno, vemos as duas luzes acesas ao mesmo tempo; no terceiro, entretanto, quando é um tempo entre os dois
anteriores, vemos algo de inusitado para Wertheimer: um ‘risco’ entre o apagar de uma luz e o acender da outra.
Temos a percepção de movimento da luz, que estaria passando de uma lâmpada para a outra. Ora, pensa
Wertheimer, que estímulo que temos para esta impressão de movimento (movimento aparente)? A resposta é nenhum.
Não há estímulo para essa sensação, ela provém de nossa experiência, de nossa percepção. Se trata de uma ilusão de ótica
que não se remeta a nenhum estímulo físico. O Phi-Fenômeno vai além das críticas que já citamos pois vai mostrar como
que há uma sensação (a de movimento) que não vem de estímulos físicos, ou seja, não há um correlato para ela. Para
conseguirem ir além desta crítica, os gestaltistas buscaram na física dinâmica um novo modelo e novos paradigmas.
Elucidaremo-los a seguir, apontando especificamente as críticas ao modelo da Psicologia Clássica (os preconceitos desta,
como os gestaltistas dizem).
Primeiramente temos uma mudança entre Psicologia Clássica e Gestaltismo apontada logo no início das
caracterizações da última: o objeto. Enquanto que a Psicologia Clássica vai estabelecer a experiência imediata como seu
objeto, o Gestaltismo vai entender tal postulação como um preconceito. Para o Gestaltismo, no plano psicológico só há a
experiência, e o que importa é o estudo de suas condições de possibilidade, independente desta ser produzida em um
laboratório ou no nosso cotidiano. Por isso que dizemos que o objeto desta psicologia é simplesmente a experiência, assim
como essa se dá e é organizada pelas leis da gestalt.
Outra mudança fundamental entre Psicologia Clássica e Gestaltismo é a do método: enquanto que a primeira vai
adotar a introspecção experimental, a última vai entender, novamente, que isto se trata de um preconceito fisiológico, pois
os sujeitos da experiência tinham que ser treinados para poder participar dela. “O gestaltismo propõe em contrapartida
outra metodologia: o método fenomênico. Aqui o controle não é mais feito sobre o próprio sujeito, mas sobre as condições
experimentais que são apresentadas aos sujeitos, como as disposições perceptivas. Do sujeito se espera a sua descrição
mais pura, seja a de um adulto ou criança; de um indivíduo normal ou deficiente; civilizado ou primitivo; homem ou
animal. Com isso a psicologia pode sair da exclusividade do estudo dos indivíduos adultos, normais, civilizados e
treinados”. O laboratório, enfim, podia ser habitado por qualquer pessoa pois a organização da experiência se daria
sempre do mesmo jeito.
Quanto ao modelo, o Gestaltismo vai buscar na física dinâmica explicações que envolvem campo e equilíbrio para
fundamentar sua teoria das leis da gestalt, conseguindo assim uma base firme para erigir um novo paradigma.
OBS: devemos lembrar sempre que quando falamos corriqueiramente de gestalt estamos tratando do conceito que foi
trabalho pela Escola de Berlim, e não o que Ehrenfels e a Escola de Graz criou, que seria uma atividade intelectual. A
gestalt de Berlim, a mais conhecida, é aquela que tem sua estruturação já dada, intrínseca à percepção e que respeita as
leis da gestalt.

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