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281 Bilros, Fortaleza, v. 5, n. 9, p. 281-301, jun.- ago. 2017.
Seção Artigos
REVISTA DE HISTÓRIA
Bilros História(s), Sociedade(s) e Cultura(s)
ISSN: 2357-8556
RESUMO RESUMÉ
Cet article a pour objet les discussions menées au
Esse texto é produto de discussões oriundas do sein du service éducatif du Musée de l’industrie
setor educativo do Museu da Indústria (MI) e das (MI) et des expériences et observations de l’auteur
experiências e observações pessoais enquanto en tant que médiateur culturel. Il s’agit de quelques
mediador educativo. São algumas reflexões sobre a réflexions, à l’aune du MI, sur la fonction éducative
função educativa dos museus na sociedade des musées dans la société industrielle et de
industrial e de consumo, dificuldades e consommation, ses limites et son potentiel. Par
potencialidades, com foco no MI. Além disso, o ailleurs, l’article analyse les objets de l’exposition
artigo elenca os objetos da exposição, de longa permanente “L’histoire de l’industrie au Ceará”, ce
duração, “História da Indústria do Ceará”, o que qu’ils représentent et comment ils peuvent être
eles representam e como podem ser utilizados para utilisés afin de porter, face aux différents visiteurs,
pensar criticamente a história dos processos un regard critique sur l’histoire des processus de
produtivos no espaço-tempo com os diferentes production. Le texte présente bien évidemment des
visitantes. É claro, o texto tem lacunas e não lacunes et n’a pas la prétention d’épuiser le sujet. Il
pretende esgotar o tema. Por isso, trata-se de um s’agit plutôt d’une invitation à la réflexion sur le
convite para reflexão sobre o papel educativo do rôle éducatif du MI.
MI.
INTRODUÇÃO1
O Museu da Indústria2 fica situado à Rua Dr. João Moreira, 143, no Centro de
Fortaleza, estado do Ceará. É um “projeto da Federação das Indústrias do Estado do Ceará
(FIEC), por meio do Serviço Social da Indústria (SESI).” (BLOC, 2016). O “museu tem como
proposta valorizar, preservar e disponibilizar ao grande público as memórias de cinco séculos
da história fabril cearense, com ações museológicas e culturais.” (A HISTÓRIA..., 2015, p.
103). Em setembro de 2014, quando foi inaugurado e abriu ao público, a imprensa já
noticiava o museu:
Fortaleza agora tem um lugar que conta toda a história do desenvolvimento do
estado: o Museu da Indústria. São mais de dois mil metros quadrados de área
disponível e dedicada à valorização da história fabril do Ceará. O visitante que for
ao museu da indústria poderá ver uma exposição com objetos, vídeos e textos que
mostram desde o início da produção industrial até os dias atuais. (TREIGHER,
2016).
1
Esse artigo teve a contribuição de muitas pessoas. Em primeiro lugar, a colaboração dos estagiários, educadores
do MI, sobretudo, a coordenadora do núcleo educativo, Patrícia Pereira Xavier Divino pelas discussões e a
bibliotecária do MI, Paula Pinheiro da Nóbrega, pela ajuda na normalização do artigo. Em segundo lugar, as
críticas da professora do curso de história da UECE, Berenice Abreu de Castro Neves e ao professor Samuel
Carvalheira de Maupeou pela tradução em língua estrangeira.
2
O edifício que abriga o museu foi tombado em 1995 e sua construção data de 1871. Ao longo de sua história,
foi sede de vários tipos de instituições. Inicialmente, um clube social, o Clube Cearense, depois, um hotel, sede
dos Correios e Coelce só para citar alguns. É esse lugar, repleto de histórias, que acomoda o museu da indústria e
foi apresentado ao público em 2014. Para mais informações, consulte o Decreto nº 23.829 de 29.08.1995,
referente ao tombamento, e a HEMEROTECA DIGITAL BRASILEIRA para investigar a história do prédio
através dos periódicos.
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O copo descartável representa bem o significado da sociedade consumista. “O plástico, que em um momento
fugaz era objeto e logo depois virou lixo, requer algumas centenas de anos para se decompor no meio ambiente,
pois não é biodegradável.” (RAMOS, 2004a, p. 24).
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Na sociedade de consumo o templo é o shopping center, “o altar de adoração é certamente a vitrina.” (RAMOS,
2004a, p. 69).
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curiosidade em si, se faz necessário entender a educação, dentre tantas coisas, como um
processo de construção de conhecimento que deve ser pautada pela problematização a partir
do conhecimento prévio dos visitantes do museu.
Um modo de demonstrar ao público visitante o quanto a indústria está presente na
sociedade é chamar a atenção para tudo àquilo que ele traz consigo: roupas, celulares, óculos,
relógios, bolsas, etc. Dessa forma, os itens que as pessoas trazem em seu corpo passam a ser
observados, pensados e integrados à exposição principal. Um diálogo no qual o público é um
agente ativo.
O que a gente costuma fazer com os visitantes é tentar trazer um pouco a realidade
do processo industrial pro dia a dia. Então, uma das primeiras perguntas que a gente
faz pras pessoas é pra elas pensarem um pouquinho em tudo que elas carregam no
corpo delas quando elas entram aqui no museu e pensar como essas coisas são
produzidas. Isso pra gente trabalhar a importância da indústria no nosso dia a dia e
como essas coisas estão próximas da gente. (XAVIER, 2016).
É o setor educativo por meio dos seus mediadores que formulam táticas
provocativas para os diferentes públicos, agendados e espontâneos. Portanto, o papel do
monitor é essencial para condução e direcionamento do processo educativo dentro do museu.
Não obstante, uma boa relação e cooperação entre os museus e as instituições tornam mais
proveitoso o processo educativo, quer dizer,
a presença de monitores nos museus enriquece a visita se o trabalho for feito em
conjunto com o professor. É possível que a visita seja coordenada pelos monitores, e
o trabalho de síntese e aprofundamento seja realizado pelo professor no retorno à
escola. (ABUD, 2013, p. 139).
Tendo em vista a função educativa do museu, é relevante lembrar que cada museu
tem suas peculiaridades, desafios, seus enfoques e, automaticamente, potenciais de
provocações distintos. Nesse sentido, estão elencadas e analisadas as potencialidades
educativas da exposição “História da Indústria do Ceará no MI”6.
6
O Museu da Indústria, assim como o Museu do Ceará e outros espaços culturais, se localiza num “corredor”
comercial de Fortaleza, o Centro. Lugar onde se multiplicam e emergem milhares de produtos, objetos, nas
vitrines, nas prateleiras, nos manequins, com etiquetas, códigos, marcas, preços, etc. Em meio a essa multidão de
objetos e de pessoas, surgem alguns espaços para se pensar como chegamos a esse estado.
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atenção”, sobretudo, sua forma, ornamentos, símbolos, marcas, quem fez, como fez, quem
usou e como. Nesse sentido, os itens da exposição do MI necessitam de um estudo mais
rigoroso que viabilize as explicações sobre os objetos e seus meios. Além disso, a exposição é
celebrativa, sem problematizações e sem críticas. Por isso, existe a necessidade de provocar o
exposto e ir além da celebração.
Vale destacar que o MI ainda conta com uma biblioteca, espaços para exposições
temporárias, peças teatrais, atividades voltadas para o público infantil e o próprio prédio, um
grande edifício do século XIX. Tudo isso enriquece as visitas, quanto à interdisciplinaridade e
às múltiplas possibilidades de problemáticas. Todavia, no MI falta acessibilidade às pessoas
com deficiência visual, cadeirantes, outros.
7
Classificação piagetiana.
8
Esse estágio é aquele onde a criança mescla realidade e imaginação na explicação das coisas.
9
Essa caixa contêm os seguintes objetos: um chapéu de palha, um cesto de palha, uma pequena rede, uma
lamparina, um tecido de couro, uma jangada em miniatura, um chapéu de vaqueiro, outros.
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De qualquer modo, durante o início da quinta série, próximo dela e/ou mais
adiante, as crianças adquirem e aperfeiçoam sua capacidade de abstração e é daí que se pode
aplicar/falar em termos de representação com os alunos, ou seja, sobre as realidades
históricas, contextos, nos quais as peças do museu representam para além de sua concretude.
No entanto, a construção da aprendizagem pode não ser tão linear, por isso é preciso,
sobretudo, respeitar e operar em sintonia com os ritmos dos visitantes.
Assim, é crucial compreender que os objetos e imagens de museus são materiais
que revelam uma cultura imaterial. De tal modo, a peça interessa, mas não apenas a peça em
si, mas o contexto que ela representa, pois é reflexo e condicionante de um meio. Os objetos
que constituem a exposição “História da Indústria do Ceará” podem levar a pensar muitas
coisas que dependem dos objetivos, ênfase e método do educador.
Aqui, serão exploradas/mostradas algumas possibilidades da exposição, que
podem ser problematizados com os visitantes, focando os grupos das instituições de ensino,
sobretudo, os alunos da quinta a oitava séries e do ensino médio.
Primeiro, o mediador pode questionar o grupo a respeito do que eles entendem por
indústria e baseado nas repostas, pode trabalhar o conceito/noção de indústria amplo e o
moderno, pós-revolução industrial, e aplicar tais conceituações aos objetos da exposição. Em
Para se ter noção do impacto dessa atividade no Ceará, alguns dos principais
núcleos urbanos atuais, as vilas do período colonial, têm origem na expansão da pecuária: Icó
(1738), Aracati (1748), Sobral (1773), Quixeramobim (1789) (ALEGRE, 1990).
O gado era vendido para os centros consumidores, Recife, Olinda e Salvador,
porém, apesar de algumas táticas de preservação da mercadoria, as longas distâncias
dificultavam o seu comércio, assim como os altos tributos. É justamente para superar essas
dificuldades que surgem as oficinas de charqueadas, a indústria propriamente de dita.
As dificuldades e prejuízos nascidos das compridas travessias e o ônus decorrente do
subsídio de sangue, que se cobrava à taxa de quatrocentos réis por boi e trezentos e
vinte réis por vaca, minguando o lucro das boiadas, forçaram-nos a preferir a venda
de sua matéria prima já industrialmente preparada, reduzida a carne a mantas
conservadas pelo sal e capazes de resistir, sem deterioração, a longas viagens.
(GIRÂO, 2000, p. 155).
10
Informações coletadas de Girão (2000, p. 148).
11
Para mais informações sobre a participação dos trabalhadores, vaqueiros, agricultores, artesões na colonização
e desenvolvimento econômico do Ceará, consultar Alegre (1990).
12
No período colonial o gado “invadiu” o sertão, pois a “necessidade de expansão da atividade açucareira passa a
exigir a exclusividade das terras da zona da mata, até então também ocupada pelo gado. Daí, vem a Carta Régia
de 1701, que proíbe a criação de gado numa faixa de 10 léguas da costa” (LIMA, 2008, p. 137).
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O vaqueiro foi cristalizado como símbolo da identidade regional do nordeste através da obra “O Sertanejo”
(1875) de Jose de Alencar.
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Para compreender a importância social e cultural de Antônio Gonçalves da Silva, Patativa, consultar Carvalho
(2011).
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tecnológico, mas se essa inovação não servir ao povo, o desenvolvimento causa prejuízo
social.
Em terceiro, ocorre o impacto ambiental da industrialização no mundo. É
indiscutível que a indústria não pode ser realizada de qualquer maneira. Pensando em todos
esses problemas, as imagens do último telão da exposição destacam certo esforço da
sociedade na buscar algumas saídas para o problema ambiental, a busca pelo desenvolvimento
sustentável. São fotografias de energias sustentáveis: eólica, solar e dos mares. É uma
oportunidade de discutir com os visitantes sobre as formas de energias. As perguntas podem
ser: O que é energia? Para que serve? Quais as diferentes fontes de energia da indústria? Essas
fontes sempre foram as mesmas? Qual o impacto das diferentes fontes sobre a natureza? Por
que é preciso procurar por fontes de energias limpas e sustentáveis? Ainda, essas novas
energias são realmente limpas? Entre outras.
Levando todo o texto em conta, infere-se que as peças expostas “gritam” em
silêncio e elas não somente “falam” de suas utilidades, mas exprimem, também, o ramo
econômico que representam e seus trabalhadores. A peça é um meio e um fim. Um meio para
entender um contexto, um instrumento de acesso a outras realidades sociais, econômicas e
culturais. Um fim, pois os objetos materiais e as imagens são representantes imediatos,
sobreviventes, de seu tempo com suas próprias histórias e percursos.
Ainda vale destacar que apesar da seriedade que envolve o processo educativo,
com seus métodos, não se deve descartar que outros fatores podem fazer parte do processo de
aprendizagem. Para Santos (1993, p. 85), “o propósito educacional de um museu é conseguir
com que as pessoas observem, interessem-se pelas demonstrações, chegando a uma síntese do
que elas viram”. De certo modo, depois da visita, essa síntese é facultativamente expressa no
livro de comentários do museu, onde ficam registradas múltiplas sensações e experiências:
“encanto; emoção; viagem no tempo; instigante”, etc. As pessoas também podem fazer
críticas ao MI através do livro. Alguns comentários do livro seguem abaixo:
Interessante a ideia de contar histórias do passado em um clima novo e aliado ao
suporte da tecnologia e à valorização do acompanhamento dos monitores. 06/04/16:
folha 1.
Parabenizo os organizadores pelo conceito empregado na exposição. Tenho certeza
que meus alunos irão se encantar com esse lugar. 09/04/2016: folha 2.
Emocionante viver a nossa história. 09/04/2016: folha 2.
Sugestão: ter vídeos explicativos sobre as peças expostas. 12/12/2016: folha 29.
Os alunos da escola CEPEP sentem-se prestigiados pela oportunidade de aprender
sobre os processos industriais através de arquivos e objetos que ajudam no
entendimento do desenvolvimento industrial do nosso estado. 19/04/16: folha 4.
Um museu muito bem pensado, com uma comunicação visual, sensorial que
instiga seus visitantes. 26.04.16: folha 4.
Apenas uma observação: falta acessibilidade p/ pessoas com deficiência (todas as
deficiências). 2016.
Bela exposição, bem organizada, dinâmica. 27.04.16: folha 4.
Linda e proveitosa exposição! Como uma apaixonada pela história desta terra essa é
uma magnífica viagem no tempo. 04/05/16: folha 6. (MUSEU DA INDÚSTRIA,
2016).
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