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A atual norma brasileira para o “Projeto de Estruturas de Madeira”, da ABNT (1997), adota para
o cálculo de estruturas de madeira, seguindo tendência mundial, o método probabilista dos
Estados Limites.
São os estados a partir dos quais a estrutura apresenta desempenhos inadequados às finalidades
da construção (NBR 7190/1997 – item 4.2.1).
São os estados que por sua simples ocorrência determinam a paralisação, no todo ou em parte, do
uso da construção (NBR 7190/1997 – item 4.2.2).
São os estados que por sua ocorrência, repetição ou duração, causam efeitos estruturais que não
respeitam as condições especificadas para o uso normal da construção, ou que são indícios de
comprometimento da durabilidade da construção (NBR 7190/1997 – item 4.2.3).
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2.1.2. CONDIÇÃO DE SEGURANÇA
A segurança em relação a possíveis estados limites pode ser expressa por (NBR 7190/1997 –
item 4..3):
Sd ≤ Rd
Onde:
Sd = solicitação de cálculo;
Rd = resistência de cálculo.
2.2.1. AÇÕES
As solicitações de cálculo são definidas pelas ações. Ações, segundo a ABNT (1984), são as
causas que provocam esforços ou deformações nas estruturas (NBR 8681/1984 – item 3.4).
Durante o cálculo de estruturas deve-se fazer uma combinação das ações, com a aplicação de
coeficientes sobre cada uma delas, para levar em conta a probabilidade de ocorrência simultânea.
A combinação das ações deve ser feita de modo a se conseguirem as situações mais críticas para
a estrutura.
a) Classes de carregamento
Um carregamento, segundo a ABNT (1997), é especificado pelo conjunto de ações que tem
probabilidade não desprezível de atuação simultânea (NBR 7190/1997 – item 5.1.4). Conforme a
duração da atuação simultânea das ações pode-se definir uma classe para o carregamento.
b) Carregamentos
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TAB. 05 – CLASSES DE CARREGAMENTO
AÇÃO VARIÁVEL PRINCIPAL DA COMBINAÇÃO
CLASSE DE
CARREGAMENTO Duração acumulada Ordem de grandeza da duração acumulada
da ação característica
• Carregamento normal
Um carregamento normal inclui apenas as ações decorrentes do uso previsto para a construção, é
considerado de longa duração e deve ser verificado nos estados limites último e de utilização.
As eventuais ações de curta ou média duração, contidas no carregamento normal, terão reduzidos
seus valores atuantes (NBR 7190/1997 – item 5.2.1). No caso de um telhado, por exemplo, o
carregamento normal incluiria a ação permanente devidas ao peso próprio da estrutura e das
telhas e as ações variáveis correspondentes ao peso da água embebida pelas telhas e à ação do
vento. No caso de uma ponte, o carregamento normal incluiria a ação permanente devida ao
peso da estrutura e as ações variáveis devidas ao trem-tipo e ao impacto vertical.
• Carregamento especial
A classe de carregamento é definida pela duração acumulada prevista para a ação variável
especial.
• Carregamento excepcional
• Carregamento de construção
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– item 5.2.4). Erguer e posicionar uma treliça pré-fabricada, para a montagem de uma cobertura,
é um exemplo típico deste tipo de carregamento.
c) Situações de projeto
São três as situações de projeto, que segundo a ABNT (1997) devem ser consideradas:
duradouras, transitórias e excepcionais.
• Situações duradouras
Nas situações duradouras, que podem ter duração igual ao período de referência da estrutura,
devem ser verificados os estados limites últimos e de utilização e devem ser consideradas em
todos os projetos (NBR 7190/1997 – 5.3.2). Nas verificações de segurança a estados limites
últimos consideram-se combinações normais de carregamento, enquanto que nas de estados
limites de utilização consideram-se combinações de longa ou média duração.
• Situações transitórias
Quando a duração for muito menor que o período de vida da construção tem-se uma situação
transitória (NBR 7190/1997 – item 5.3.3). As situações transitórias são consideradas somente se
existir um carregamento especial, que deve ser explicitamente especificado para o projeto da
construção, e na maioria dos casos pode-se verificar apenas estados limites últimos. Caso seja
necessária a verificação dos estados limites de utilização, ela deve ser feita considerando
combinações de média (combinações especiais) ou curta duração (combinações raras).
• Situações excepcionais
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m n
Fd = ∑ γ gi Fgi ,k + γ Q FQ1,k + ∑ψ 0 j FQj ,k
i =1 j =2
OBS.: Para considerar a maior resistência da madeira às cargas de curta duração as ações
variáveis FQ1,k e/ou FQj,k deverão ser reduzidas pelos fatores apresentados na
tabela 06.
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TAB. 08 – COEFICIENTES DE PONDERAÇÃO γε
AÇÕES PERMANENTES INDIRETAS (1)
Desfavoráveis Favoráveis
Normais γ ε = 1,2 γε = 0
Especiais ou de Construção γ ε = 1,2 γε = 0
Excepcionais γε = 0 γε = 0
(1)
Tem o mesmo comportamento de γg na aplicação da expressão para combinação das ações.
OBS.: Fonte: NBR 7190/1997
m n
Fd = ∑ γ gi Fgi ,k + γ Q FQ1,k + ∑ψ 0 j ,ef FQj ,k
i =1 j =2
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de construção. Assim, para este caso, a ação, ou solicitação, de cálculo (Fd) é obtida utilizando-
se a seguinte expressão (NBR 7190/1997 – item 5.7.3):
m n
Fd = ∑ γ gi Fgi ,k + FQ ,exc + γ Q ∑ψ 0 j ,ef FQj ,k
i =1 j =1
m n
Fd ,uti = ∑ Fgi ,k + ∑ψ 2 j FQj ,k
i =1 j =1
Utiliza-se esta combinação no caso de existirem materiais frágeis, não estruturais, ligados à
estrutura. Nestas condições a ação variável principal atua com valores de média duração e as
demais com os valores de longa duração (NBR 7190/1997 – item 5.8.2).
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m n
Fd ,uti = ∑ Fgi ,k + ψ 1FQ1,k + ∑ψ 2 j FQj ,k
i =1 j=2
São utilizadas quando for importante impedir defeitos decorrentes das deformações da estrutura.
Neste caso a ação variável principal atua com seu valor característico e as demais com seus
valores correspondentes à classe de média duração (NBR 7190/1997 – item 5.8.3).
m n
Fd ,uti = ∑ Fgi ,k + FQ1,k + ∑ψ 1 j FQj ,k
i =1 j =2
Neste caso considera-se a existência de uma ação variável especial (FQ,esp) da classe de duração
instantânea. As demais ações variáveis, na falta de outro critério, podem ser consideradas agindo
com seus valores referentes a combinações de longa duração (NBR 7190/1997 – item 5.8.4).
m n
Fd ,uti = ∑ Fgi ,k + FQ ,esp + ∑ψ 2 j FQj ,k
i =1 j =1
São, segundo CALIL JÚNIOR & BARALDI (1998), quatro as propriedades da madeira a serem
consideradas no dimensionamento de elementos estruturais: densidade, resistência, rigidez ou
módulo de elasticidade e umidade.
Esta operação é usualmente feita somando-se o peso próprio de cada elemento estrutural, obtido
através das expressões abaixo, e acrescentando-se, segundo a ABNT (1997), 3% do peso próprio
da madeira como estimativa do peso próprio das peças metálicas (pregos e parafusos) utilizadas
nas ligações. Além disso, o peso próprio real, avaliado após o dimensionamento final da
estrutura, não deve diferir mais de 10% do peso próprio inicialmente admitido no cálculo (NBR
7190/1997 – item 5.5.2).
γ = ρ .g e G = γ .V
Onde:
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ρ = densidade ou massa específica (massa por unidade de volume);
g = aceleração da gravidade, g ≅ 10 m/s2;
G = peso próprio do elemento em questão;
V = volume do elemento em questão.
No cálculo de uma estrutura de madeira, segundo CALIL JÚNIOR & BARALDI (1998), podem
ser utilizados valores de resistências; obtidos em ensaios, para caracterização de espécies,
realizados em laboratório; ou fornecidos pela norma brasileira para o projeto de estruturas de
madeira, que apresenta o resultado de ensaios de caracterização de diversas espécies; ou valores
definidos pela norma brasileira de acordo com a classe de resistência que a espécie pertence.
1
E 90 = E0
20
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TAB. 11 – CLASSES DE UMIDADE
CLASSES DE UMIDADE RELATIVA UMIDADE DE EQUILÍBRIO
UMIDADE DO AMBIENTE Uamb DA MADEIRA Ueq
1 ≤ 65% 12%
2 65% < Uamb ≤ 75% 15%
3 75% < Uamb ≤ 85% 18%
4 Uamb > 85% durante longos períodos ≥ 25%
OBS.: Fonte: NBR 7190/1997.
3(U % − 12)
• Resistência: f12 = f U % 1 +
100
2(U % − 12)
• Elasticidade: E12 = EU % 1 +
100
• Para valores de umidade superior a 20% e temperaturas entre 10°C e 60°C, a ABNT
(1997), admite como desprezível as variações nas propriedades da madeira (NBR
7190/1997 – item 6.2.1).
α .(U % − 12 )
f 12 = f U % .1 +
100
α.(U% − 12)
E 12 = E U % .1 +
100
Onde:
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TAB. 12 – VALORES DO COEFICIENTE DE CORREÇÃO, α
COEFICIENTE DE
PROPRIEDADE DE RESISTÊNCIA OU RIGIDEZ CORREÇÃO, α
Para densidade aparente a norma brasileira não apresentou modelo para o ajuste ao teor
de umidade de referência, segundo LOGSDON (1998), pode-se utilizar a seguinte
expressão:
ρ12 = ρU% + ρU%.(1− δV ).
(12− U%) δ =
∆V VU % − Vsec a
, com V e ∆V = .100
100 U% Vseca
Onde:
Para a caracterização de um lote de madeira para utilização estrutural, segundo a ABNT (1997),
podem ser utilizados três procedimentos distintos para a caracterizar as propriedades de
resistência e um procedimento para as propriedades de elasticidade (NBR 7190/1997 – item 6.3).
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• Resistência de embutimento paralelo às fibras (fe,0);
• Resistência de embutimento normal às fibras (fe,90);
• Densidade básica (ρbas), e
• Densidade aparente (ρap).
OBS.: Na impossibilidade da execução dos ensaios de tração pode-se admitir que o valor
da resistência à tração paralela às fibras (ft,0) seja igual ao da resistência à tração
na flexão (fM).
Para espécies de madeira usuais, pode-se fazer a classificação simplificada a partir dos ensaios
de compressão paralela às fibras, adotando-se as seguintes relações para os valores
característicos das resistências (NBR 7190/1997 – item 6.3.3):
• f c 0 ,k f t 0 ,k = 0 ,77
• f tM ,k f t 0 ,k = 1,00
• f c 90 ,k f c 0 ,k = 0,25
• f e 0 ,k f c 0 ,k = 1,00
• f e90 ,k f c 0 ,k = 0 ,25
Onde:
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ftM,k = resistência característica à tração na flexão;
fc90,k = resistência característica à compressão normal às fibras;
fe0,k = resistência característica ao embutimento paralelo às fibras;
fe90,k = resistência característica ao embutimento normal às fibras;
fv0,k = resistência característica ao cisalhamento paralelo às fibras;
A caracterização completa da rigidez da madeira é feita por meio da determinação dos seguintes
valores, que devem ser referidos à condição padrão de umidade (U=12%), com a realização de
pelo menos dois ensaios (NBR 7190/1997 – item 6.3.4):
Admitindo-se uma relação entre os módulos de elasticidade à compressão paralela (Ec0) e normal
(Ec90) às fibras, a caracterização simplificada da rigidez da madeira pode ser feita apenas na
compressão paralela às fibras (NBR 7190/1997 – item 6.3.4):
• Coníferas: E M = 0 ,85.E c 0
• Dicotiledôneas: E M = 0 ,90.E c 0
Visando a padronização das propriedades da madeira, segundo CALIL JÚNIOR & BARALDI
(1998), a norma adota o conceito de classes de resistência, propiciando, assim, a utilização de
várias espécies com propriedades similares em um mesmo projeto. Para isto, o lote de madeira
deve ter sido classificado e o revendedor deve apresentar certificados de laboratórios idôneos,
que comprovem as propriedades do lote dentro de uma das classes de resistência.
No caso da utilização de uma espécie em particular, com a sua identificação correta, e não sendo
possível a classificação do lote para a obtenção das propriedades, pode-se utilizar os valores
apresentados nas tabelas 15, 16 e 17.
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TAB. 13 – CLASSES DE RESISTÊNCIA DAS CONÍFERAS
CONÍFERAS
(Valores na condição-padrão de referência U = 12%)
(1)
Massa específica convencional, definida por: ρ bas = M sec a V saturado .
(1)
Massa específica convencional, definida por: ρ bas = M sec a V saturado .
Angelim Araroba Votaireopsis araroba 688 50,5 69,2 3,1 7,1 12876 15
Angelim Ferro Hymenolobium spp 1170 79,5 117,8 3,7 11,8 20827 20
Angelim Pedra Hymenolobium petraeum 694 59,8 75,5 3,5 8,8 12912 39
Angelim Pedra Verdadeiro Dinizia excelsa 1170 76,7 104,9 4,8 11,3 16694 12
Branquilho Termilalia spp 803 48,1 87,9 3,2 9,8 13481 10
Cafearana Andira spp 677 59,1 79,7 3,0 5,9 14098 11
Canafístula Cassia ferruginea 871 52,0 84,9 6,2 11,1 14613 12
Casca Grossa Vochysia spp 801 56,0 120,2 4,1 8,2 16224 31
Castelo Gossypiospermum praecox 759 54,8 99,5 7,5 12,8 11105 12
Cedro Amargo Cedrella odorata 504 39,0 58,1 3,0 6,1 9839 21
Cedro Doce Cedrella spp 500 31,5 71,4 3,0 5,6 8058 10
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TAB. 15 – PROPRIEDADES DE ALGUMAS DICOTILEDÔNEAS NATIVAS E DE
FLORESTAMENTO (Valores médios para U = 12%) – CONTINUAÇÃO.
NOME COMUM NOME CIENTÍFICO ρap(12%) fc0 ft0 ft90 fv Ec0 n
(kg/m3) (MPa) (MPa) (MPa) (MPa) (MPa)
As propriedades de resistência e rigidez acima foram determinadas pelos ensaios realizados no Laboratório de
Madeiras e de Estruturas de Madeiras (LaMEM) da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da Universidade de
São Paulo.
NOTAÇÃO:
ρap(12%) = densidade aparente (massa específica aparente) a 12% de umidade;
fc0 = resistência à compressão paralela às fibras;
ft0 = resistência à tração paralela às fibras;
ft90 = resistência à tração normal às fibras;
fv = resistência ao cisalhamento;
Ec0 = módulo de elasticidade longitudinal obtido no ensaio de compressão paralela às fibras, e
n = número de corpos-de-prova ensaiados
OBS.: Fonte: NBR 7190/1997
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TAB. 16 – PROPRIEDADES DE ALGUMAS CONÍFERAS NATIVAS E DE
FLORESTAMENTO (Valores médios para U = 12%).
NOME COMUM NOME CIENTÍFICO ρap(12%) fc0 ft0 ft90 fv Ec0 n
(kg/m3) (MPa) (MPa) (MPa) (MPa) (MPa)
Pinho do Paraná Araucaria angustifolia 580 40,9 93,1 1,6 8,8 15225 15
Pinus caribea Pinus caribea var. caribea 579 35,4 64,8 3,2 7,8 8431 28
Pinus bahamensis Pinus caribea var.bahamensis 537 32,6 52,7 2,4 6,8 7110 32
Pinus hondurensis Pinus caribea var.hondurensis 535 42,3 50,3 2,6 7,8 9868 99
Pinus elliottii Pinus elliottii var. elliottii 560 40,4 66,0 2,5 7,4 11889 21
Pinus oocarpa Pinus oocarpa shiede 538 43,6 60,9 2,5 8,0 10904 71
Pinus taeda Pinus taeda L. 645 44,4 82,8 2,8 7,7 13304 15
As propriedades de resistência e rigidez acima foram determinadas pelos ensaios realizados no Laboratório de
Madeiras e de Estruturas de Madeiras (LaMEM) da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da Universidade de
São Paulo.
NOTAÇÃO:
ρap(12%) = densidade aparente (massa específica aparente) a 12% de umidade;
fc0 = resistência à compressão paralela às fibras;
ft0 = resistência à tração paralela às fibras;
ft90 = resistência à tração normal às fibras;
fv = resistência ao cisalhamento;
Ec0 = módulo de elasticidade longitudinal obtido no ensaio de compressão paralela às fibras, e
n = número de corpos-de-prova ensaiados
OBS.: Fonte: NBR 7190/1997
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TAB. 17 – PROPRIEDADES DE ALGUMAS DICOTILEDÔNEAS NATIVAS DO ESTADO
DE MATO GROSSO E DA AMAZÔNIA (Valores médios para U = 12%) -
CONTINUAÇÃO.
NOME COMUM NOME CIENTÍFICO ρap(12%) fc0 ft0 fv Ec0
(kg/m3) (MPa) (MPa) (MPa) (MPa)
Nas tabelas 13 e 14, nas quais foram definidas as classes de resistência são fornecidos valores
característicos de resistência (Xk), já nas tabelas 15, 16 e 17, são apresentados valores médios de
resistência (Xm), determinados a partir da análise estatística dos resultados de ensaios.
31
A obtenção de valores característicos (Xk,12) para resistência de espécies de madeira já
investigadas por laboratórios idôneos, segundo a ABNT (1997), pode ser feita a partir dos
valores médios dos ensaios, já ajustados para o teor de umidade de referência de 12% (Xm,12),
pela seguinte relação (NBR 7190/1997 – item 6.4.7):
Caso seja feita uma investigação direta da resistência para uma dada espécie de madeira,
segundo a ABNT (1997), os valores devem ser obtidos de acordo com o tipo de caracterização
adotada. Para a caracterização simplificada de espécies usuais deve-se extrair uma amostra
composta por pelo menos 6 exemplares, retirados de modo aleatório do lote, que serão ensaiados
à compressão paralela às fibras. Já para a caracterização mínima de espécies pouco conhecidas,
de cada lote serão ensaiados no mínimo 12 corpos-de-prova, para cada uma das resistências a
determinar (NBR 7190/1997 – item 6.4.8).
Cada lote ensaiado não deve ter volume superior a 12 m3 e todos os valores devem ser expressos
para o teor de umidade padrão de 12% (NBR 7190/1997 – item 6.4.8).
Mantidas estas recomendações o valor característico da resistência deve ser estimado pela
expressão (NBR 7190/1997 – item 6.4.8):
X 1 + X 2 + ..... + X n
−1
Xk = 2 2
− X n ⋅ 1,1
n
−1 2
2
Onde:
Obtidos os valores característicos das propriedades da madeira pode-se obter valores de cálculo
por (NBR (7190/1997 – itens 6.4.3 e 6.4.9):
Xk E c 0 ,ef
X d = K mod Ec 0 ,ef = k mod .Ec 0 ,m G ef =
γw 20
Onde:
Xd = resistência de cálculo;
Xk = resistência característica;
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Ec0,ef = módulo de elasticidade efetivo (de cálculo);
Ec0,m = módulo de elasticidade médio;
Gef = módulo de elasticidade transversal efetivo (de cálculo);
γw = coeficiente de minoração das propriedades da madeira, e
kmod = coeficiente de modificação.
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TAB. 20 – VALORES DE kmod,3
CATEGORIA DA MADEIRA
kmod.3
CATEGORIA DEFINIÇÃO
Primeira Todas as peças são classificadas como isentas de defeitos, por meio 1,00
de um método visual normalizado, e submetidas à classificação
mecânica que garanta a homogeneidade da rigidez das peças que
compõem o lote.
Segunda Madeira não classificada ou de classificação inferior a descrita para 0,80
madeira de primeira categoria.
OBS.: 1 – Para considerar o risco da presença de nós não detectáveis pela inspeção visual, para
coníferas, utilizadas em peças estruturais maciças de madeira serrada, deve-se utilizar
kmod.3 = 0,80.
2 – Fonte: ABNT (1997).
No bojo da atual norma brasileira está a utilização de madeira por classe de resistência. Os
valores de cálculo, de resistências e rigidezes, dependem da classe de resistência, da situação de
uso da estrutura e da categoria da madeira. Definidos estes parâmetros, as resistências e rigidezes
de cálculo podem ser obtidas, utilizando-se as informações deste capítulo 2.
Seja, por exemplo, uma estrutura construída em Cuiabá, utilizando madeira serrada de uma
conífera, adquirida no comércio local, da classe de resistência C 20.
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Estas informações já seriam suficientes para a obtenção das resistências e rigidezes de cálculo
desta madeira, pois: o comércio local não classifica mecanicamente a madeira, portanto deve-se
considerar madeira de segunda categoria com kmod,3 = 0,80 (tabela 20); a umidade relativa do
ambiente, na região de Cuiabá, tem uma média de aproximadamente 70%, portanto deve-se
considerar madeira da classe de umidade 2 (tabela 11), acarretando kmod,2 = 1,00 (tabela 19); a
estrutura deve ser compatível com o uso previsto da construção, portanto pelas definições
apresentadas anteriormente, deve-se prever uma situação duradoura e um carregamento normal,
o que indica um carregamento de longa duração e kmod,1 = 0,70. Assim, para o problema em
pauta, tem-se:
f c 0 ,k = 20MPa
fv ,k = 4MPa
Ec 0 ,m = 3500MPa
ρbas ,m = 400kg / m3
ρ aparente = 500kg / m3
Para as madeiras usuais pode-se utilizar de uma caracterização simplificada. Neste caso, no item
2.3.3 (alíneas c e e), são fornecidas expressões que permitem obter as demais resistências
(rigidezes) características (médias). Para o problema em pauta, obtém-se:
f c 0 ,k 20
f c 0 ,k f t 0 ,k = 0,77 ⇒ f t 0 ,k = ⇒ f t 0 ,k = ⇒ f t 0 ,k = 25,97 MPa
0,77 0,77
f tM ,k f t 0 ,k = 1,00 ⇒ f tM ,k = f t 0 ,k ⇒ f tM ,k = 25,97 MPa
f c 90 ,k f c 0 ,k = 0,25 ⇒ f c 90 ,k = 0 ,25. f c 0 ,k ⇒ f c 90 ,k = 0,25.20 ⇒ f c 90 ,k = 5MPa
f e 0 ,k f c 0 ,k = 1,00 ⇒ f e 0 ,k = f c 0 ,k ⇒ f e 0 ,k = 20 MPa
f e90 ,k f c 0 ,k = 0,25 ⇒ f e90 ,k = 0,25. f c 0 ,k ⇒ f e90 ,k = 0,25.20 ⇒ f e90 ,k = 5MPa
1 3500
Ec 90 ,m = .Ec 0 ,m ⇒ Ec 0 ,m = ⇒ Ec 0 ,m = 175MPa
20 20
E M ,m = 0,85.Ec 0 ,m ⇒ E M ,m = 0,85.3500 ⇒ E M ,m = 2975MPa
f c 0 ,k 20
f c 0 ,d = K mod ⇒ f c 0 ,d = 0 ,56. ⇒ f c 0 ,d = 8,00 MPa
γ wc 1,4
35
f c 90 ,k 5
f c 90 ,d = K mod ⇒ f c 90 ,d = 0 ,56. ⇒ f c 0 ,d = 2 ,00MPa
γ wc 1,4
f t 0 ,k 25,97
f t 0 ,d = K mod ⇒ f t 0 ,d = 0,56. ⇒ f t 0 ,d = 8,08MPa ≅ f c 0 ,d ⇒ f t 0 ,d = 8,00MPa
γ cwt 1,8
f 4
f v ,d = K mod v ,k ⇒ f v ,d = 0 ,56. ⇒ f v ,d = 1,24 MPa
γ wv 1,8
f 20
f e 0 ,d = K mod e 0 ,k ⇒ f e 0 ,d = 0 ,56. ⇒ f e 0 ,d = 8,00 MPa
γ wc 1,4
f 5
f e 90 ,d = K mod e 90 ,k ⇒ f e90 ,d = 0 ,56. ⇒ f e 0 ,d = 2 ,00 MPa
γ wc 1,4
E c 0 ,ef = k mod .E c 0 ,m ⇒ E c 0 ,ef = 0 ,56 .3500 ⇒ E c 0 ,ef = 1960 MPa
E c 0 ,ef 1960
Gef = ⇒ G ef = ⇒ G ef = 98 MPa
20 20
2.4.1. Uma determinada barra de uma tesoura, de um telhado convencional de madeira, apresenta
os esforços característicos listados a seguir. Sabendo-se que o carregamento é de longa
duração, as cargas permanentes são de grande variabilidade, e, em princípio, não se sabe
qual a ação variável principal, pede-se:
Esforços nas barras (valores negativos indicam compressão, positivos tração), devidos a:
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TAB. 22 – VALORES DE CÁLCULO PARA AS CLASSES DE RESISTÊNCIA DAS
CONÍFERAS
CONÍFERAS
fc0,d fc90,d ft0,d fv,d fe0,d fe90,d Ec0,ef Gef ρbas,m ρap (12%)
CLASSE
(MPa) (MPa) (MPa) (MPa) (MPa) (MPa) (MPa) (MPa) (kg/m3) (kg/m3)
C-20 8,00 2,00 8,00 1,24 8,00 2,00 1960 98 400 500
C-25 10,00 2,50 10,00 1,56 10,00 2,50 4760 238 450 550
C-30 12,00 3,00 12,00 1,87 12,00 3,00 8120 406 500 600
Os valores de cálculo acima consideram: carregamento de longa duração; classe de umidade (1) ou (2);
madeira usual de segunda categoria, que possam ser enquadradas nas classes de resistência e
caracterizadas de maneira simplificada em acordo com a NBR 7190/1997.
NOTAÇÃO:
fc0,d = resistência, de cálculo, à compressão paralela às fibras;
fc90,d = resistência, de cálculo, à compressão normal às fibras;
ft0,d = resistência, de cálculo, à tração paralela às fibras;
fv,d = resistência, de cálculo, ao cisalhamento;
fe0,d = resistência, de cálculo, ao embutimento paralelo às fibras;
fe90,d = resistência, de cálculo, ao embutimento normal às fibras;
Ec0,ef = módulo de elasticidade longitudinal, efetivo (de cálculo) obtido no ensaio de compressão
paralela às fibras;
Gef = módulo de elasticidade transversal efetivo (de cálculo);
ρbas,m = densidade básica (massa específica convencional, definida por ρ bas = M saca V saturado );
Mseca = massa seca, do corpo-de-prova, e
Vsaturado = volume, do corpo-de-prova, saturado em água.
ρap (12%) = densidade aparente (massa específica aparente) a 12% de umidade;
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TAB. 23 – VALORES DE CÁLCULO PARA AS CLASSES DE RESISTÊNCIA DAS
DICOTILEDÔNEAS
DICOTILEDÔNEAS
CLASSE fc0,d fc90,d ft0,d fv,d fe0,d fe90,d Ec0,ef Gef ρbas,m ρap (12%)
(MPa) (MPa) (MPa) (MPa) (MPa) (MPa) (MPa) (MPa) (kg/m3) (kg/m3)
C-20 8,00 2,00 8,00 1,24 8,00 2,00 5320 266 500 650
C-30 12,00 3,00 12,00 1,56 12,00 3,00 8120 406 650 800
C-40 16,00 4,00 16,00 1,87 16,00 4,00 10920 546 750 950
C-60 24,00 6,00 24,00 2,49 24,00 6,00 13720 686 800 1000
Os valores de cálculo acima consideram: carregamento de longa duração; classe de umidade (1) ou (2);
madeira usual de segunda categoria, que possam ser enquadradas nas classes de resistência e
caracterizadas de maneira simplificada em acordo com a NBR 7190/1997.
NOTAÇÃO:
fc0,d = resistência, de cálculo, à compressão paralela às fibras;
fc90,d = resistência, de cálculo, à compressão normal às fibras;
ft0,d = resistência, de cálculo, à tração paralela às fibras;
fv,d = resistência, de cálculo, ao cisalhamento;
fe0,d = resistência, de cálculo, ao embutimento paralelo às fibras;
fe90,d = resistência, de cálculo, ao embutimento normal às fibras;
Ec0,ef = módulo de elasticidade longitudinal, efetivo (de cálculo) obtido no ensaio de compressão
paralela às fibras;
Gef = módulo de elasticidade transversal efetivo (de cálculo);
ρbas,m = densidade básica (massa específica convencional, definida por ρ bas = M saca V saturado );
Mseca = massa seca, do corpo-de-prova, e
Vsaturado = volume, do corpo-de-prova, saturado em água.
ρap (12%) = densidade aparente (massa específica aparente) a 12% de umidade;
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FIG. 15 – Carregamentos típicos em uma viga de uma ponte rodoviária de madeira
(exercício 2.4.3).
2.4.4. Para o problema do exercício anterior, considere um carregamento especial ocasionado por
caminhão muito mais pesado que o usual, que eleve a carga de cada roda, devida à carga
móvel (trem-tipo) para 7,50 kN, e em conseqüência a carga de cada roda, devido ao
impacto vertical, para 1,80 kN. Para este carregamento especial, pede-se:
2.4.6. Identifique, na tabela 17, quatro espécies de dicotiledôneas, se existir, para cada classe de
resistência definida pela NBR 7190/1997.
2.4.7. Identifique, na tabela 16, três espécies de coníferas, se existir, para cada classe de
resistência definida pela NBR 7190/1997.
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