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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS


FACULDADE DE TURISMO

TAIANE ROCHA BAIA

A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO PARA AS EMPRESAS DE EVENTOS EM


BELÉM-PA

BELÉM
2014
TAIANE ROCHA BAIA

A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO PARA AS EMPRESAS DE EVENTOS EM


BELÉM-PA

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado como requisito parcial
para a obtenção do grau de Bacharel
em Turismo pela Faculdade de Turismo
do Instituto de Ciências Sociais
Aplicadas da Universidade Federal do
Pará. Orientador: Prof. Esp. Laudelino
Batista da Silva.

BELÉM
2014
TAIANE ROCHA BAIA

A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO PARA AS EMPRESAS DE EVENTOS EM


BELÉM-PA

Aprovada em: ____/____/_______

BANCA EXAMINADORA:

________________________________________________
Prof. Esp. Laudelino Batista da Silva
Orientador

Prof. ________________________________________________
Membro da Banca

Prof. ______________________________________________
Membro da Banca
Dedico este trabalho primeiramente aos meus pais Sidney Baia e Henilda
Rocha que fizeram dos meus sonhos os seus sonhos também, pois sempre me
incentivaram e deram forças para que tudo isto se tornasse possível, por isso meus
amores essa vitória é especialmente para vocês.
Aos meus avôs Irineu Rocha e Bianor Baia (in memoriam), que me ensinaram
a nunca desistir de meus sonhos, as minhas avós Creuza Baia (in memoriam) e
Zilda Rocha que até hoje sempre me dá conselhos e forças para lutar.
As minhas tias Selma Baia, Ana Cleide Fernandes e Edna Mata, que á todos
os dias através de suas lutas diárias me ensinam a ter forças para vencer na vida.
As minhas primas Roseane Baia, Rosiellem Baia, ao primo Arthur Ryan e ao
meu irmão João Carlos que este trabalho sirva de incentivo á vocês para que
possam conseguir conquistar seus sonhos e objetivos e a todos os outros familiares
e amigos que me ajudaram nesta caminhada.
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, porque sem ele nada disso seria possível.
Pelas infinitas bênçãos que ele derramou em minha vida nestes quatro anos de vida
acadêmica, por ter guiado e iluminado meu caminho todos os dias de minha vida.
Aos meus pais Sidney Baia e Henilda Rocha que fizeram o possível e por
muitas vezes o impossível para que eu pudesse chegar até aqui e realizar este
sonho, por terem estado comigo nas horas em que eu mais precisei sempre me
incentivando e me dando total apoio em todas as minhas decisões, amo vocês,
muito obrigada por tudo, espero um dia poder recompensá-los de alguma forma tudo
que já fizeram e continuam fazendo por mim.
Ao meu querido professor e orientador Laudelino Batista, que mesmo antes
de saber que ia ser meu orientador, sempre me deu muita força para continuar com
meu trabalho que seria e foi desafiador, mas quem disse que seria fácil não é
mesmo. Pela paciência e dedicação comigo, sempre me ouvindo, tirando minhas
dúvidas e conseguindo materiais para enriquecer meu trabalho e acima de tudo que
sempre me deu forças e que a cada passo e vitória sempre me elogiou, muito
obrigada professor por tudo, serás lembrado por mim eternamente.
A professora Alessandra Pereira que chegou ao curso de Turismo da UFPA
na hora certa, que sempre estava disposta a me ajudar, e com ela eu só pude
reforçar a cada dia o meu amor pelo Turismo e principalmente pelo segmento do
Turismo de Eventos, pois como ela mesma diz “quando se ama o que se faz é bem
melhor”, é “unir o útil ao agradável”. A professora Helena Dóris que me ajudou na
etapa inicial do pré-projeto e a todos os outros professores que contribuíram de
forma direta ou indireta para minha formação acadêmica e me ensinaram a ser um
ser pensante e crítico.
A minha prima Roseane Baia, que me ajudou a realizar a minha pesquisa de
campo, a qual foi um trabalho árduo em dias de sol, chuva e muita caminhada, muito
obrigada prima querida, que apesar de todos os pesares que encontramos pelo
caminho conseguimos finalizar tudo a tempo. Quero que saibas que sem a sua
ajuda não terminaria a tempo minha pesquisa.
A minha tia Ana Cleide e o tio Alan Malvão, que por diversas vezes me
deram forças e estiveram comigo me incentivando e me ajudando quando mais
precisei, até me tiravam de casa para me distrair nos momentos de stress, obrigada
mesmo por tudo que fizeram por mim, um dia quem sabe eu possa retribuir tudo isso
a vocês. E a minha tia Edna Mata, por todo carinho, confiança, apoio e força que
depositou em mim durante minha caminhada, obrigada por tudo tia querida.
Ao meu priminho Arthur Ryan, por todo seu carinho comigo quando mais
precisei e mesmo ele sendo criança percebia meu cansaço, momentos de tristeza e
alegria, mas que bastava soltar aquele sorriso e eu logo sorria junto com ele, te amo.
Aos meus colegas de trabalho do Centro de Eventos Benedito Nunes-
CEBN, Wendel, Regiane, Junior, Erick e Lione por tornar meus dias mais doces e
risonhos e aos demais colegas de trabalho que me ajudaram na minha caminhada
no segmento de eventos, que foi onde pude perceber qual era a área do turismo que
eu queria seguir, em especial a Livi Gomes, Natália Assunção, Iza Batista, Wanja
Dillon e Professora Marilsa por terem me dado à oportunidade de ser bolsista e
trabalhar lá por mais de 2 anos, e com isso pude conhecer o mundo dos eventos, o
qual amo muito.
A minha amiga, está que adquiri na minha segunda casa CEBN, a qual
nossa amizade continua até hoje, Talice Quadros, por toda força, amizade que você
me concedeu e por todas as correções que ela realizou em meu trabalho, tudo isso
pela nossa amizade, quero que saibas amiga que você também foi muito importante
nesta minha caminhada.
A querida Lorena Soeiro, pela paciência e por ter dedicado um pouco do seu
tempo para me ajudar com o abstract do meu trabalho, muito obrigada.
Aos meus colegas de classe, de profissão e acima de tudo amigos Jacob
Benchaya, Junior Sousa, Elane Moreira, Luciana Sampaio e Joyce Karoline, que
estiveram comigo e me suportaram com meu mau humor e stress no período do
TCC, mas que sempre me deram forças para continuar com meu sonho e vice-
versa, que nossa amizade possa permanecer para o resto de nossas vidas, porque
sei que ela é verdadeira. E a todos os outros amigos que estivem comigo nesta
caminha, obrigada pelo carinho, força e incentivo.
Agradeço também á todas às pessoas que me proporcionaram
oportunidades tanto profissionais, quanto acadêmicas que serviram como um grande
aprendizado e que ficaram para o resto da minha vida.
Agradeço também a todas as empresas que me receberam e tornaram
minha pesquisa de campo possível.
“Se, na verdade, não estou no mundo para simplesmente a ele
me adaptar, mas para transformá-lo; se não é possível mudá-lo
sem um certo sonho ou projeto de mundo, devo usar toda
possibilidade que tenha para não apenas falar de minha utopia,
mas participar de práticas com ela coerentes”.
Paulo Freire

“Ai daqueles que pararem com sua capacidade de sonhar, de


invejar sua coragem de anunciar e denunciar. Ai daqueles que,
em lugar de visitar de vez em quando o amanha pelo profundo
engajamento com o hoje, com o aqui e o agora, se atrelarem a
um passado de exploração e de rotina”.
Paulo Freire
RESUMO

Este trabalho teve como objetivo analisar a importância do planejamento para as


empresas de eventos em Belém-PA. Para isso utilizou-se de pesquisas
bibliográficas e de campo por meio de aplicação de questionário nas empresas de
eventos de Belém, cadastradas ou não cadastradas no sistema do CADASTUR. O
total de empresas participantes foi de 45, sendo 15 cadastradas e 35 não
cadastradas, para que se pudessem avaliar quais as empresas que mais se
preocupam com o planejamento de seus eventos, além dos métodos quantitativos e
qualitativos e as correntes indutiva e dedutiva.
As categorias de análise desenvolvidas neste trabalho foram Turismo, eventos,
organização e planejamento. Após a análise dos dados da pesquisa de campo, foi
possível perceber que grande parte das empresas de eventos ainda realizam seus
eventos de forma amadorística, sendo essas cadastradas ou não. É possível
perceber também, que o planejamento é uma ferramenta importante para toda e
qualquer área, e que sem esse planejamento, não se consegue realizar eventos com
responsabilidade e comprometimento, o que acaba dificultando para o cliente ter
seus eventos ou sonhos realizados como desejado, e devido à falta de
comprometimento com seus clientes as empresas do segmento de eventos acabam
perdendo sua credibilidade no mercado.

PALAVRAS-CHAVE: Turismo de eventos; Organização; Planejamento; Eventos.


ABSTRACT

This study aimed to examine the importance of planning for events companies in the
Belém- PA. For this purpose we used literature searches and field through a
questionnaire companies in the event of Bethlehem, registered or not registered in
Cadastur the system. The total number of participating companies was 45, being
15 registered and 35 not enrolled, so that they could assess what companies that are
concerned with the planning of their events, in addition to the quantitative and
qualitative methods and inductive and deductive chains. The categories of
analysis developed in this work were tourism, events, organization and planning.
After analyzing the research data field, it was revealed that most event companies
still hold their events in an amateurish way, these being registered or not. You can
see also that planning is a tool important for any field, and that without this
planning, do not can hold events with responsibility and commitment, which makes it
difficult for the customer to have their dreams realized as events or desired, and the
lack of commitment to its clients businesses segment of the event they lose their
credibility in the market.

KEYWORDS: Tourism events; Organizing; Planning; Events.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Mapa do Estado do Pará..........................................................................31

Figura 2 – Mapa do Pólo Turístico do Xingu.............................................................36

Figura 3 – Mapa do Pólo Turístico do Tapajós..........................................................36

Figura 4 – Mapa do Pólo Turístico da Amazônia Atlântica........................................37

Figura 5 – Mapa do Pólo Turístico do Marajó............................................................38

Figura 6 – Mapa do Pólo Turístico de Belém.............................................................38

Figura 7 – Mapa do Pólo Turístico do Araguaia - Tocantins......................................39

Quadro 1 – Evolução do número de eventos no mundo no período de 1998 a


2005..........................................................................................................................44

Figura 8 – Razão da viagem anterior ao Brasil em 2014..........................................49

Quadro 2 – Permanência e motivo da viagem dos turistas estrangeiros ao


Brasil..........................................................................................................................50

Figura 9 – Número de eventos segundo as regiões brasileiras em 2001.................56

Figura 10 – Número de eventos segundo as regiões brasileiras em 2013...............57

Figura 11 – Tipos de eventos realizados segundo as regiões brasileiras em


2001..........................................................................................................................58

Figura 12 – Tipos de eventos realizados segundo as regiões brasileiras em


2013.........................................................................................................................58

Quadro 3 – Aspectos que orientam na escolha dos tipos de planejamento segundo


Petrocchi (1998) ....................................................................................................... 68

Quadro 4 – Tipos de Planejamento segundo Petrocchi (1998)................................69

Quadro 5 – Características do Planejamento segundo Petrocchi (1998).................70

Quadro 6 – Etapas do Processo de Planejamento de Eventos de acordo com Matias


(2010).......................................................................................................................78

Quadro 7– Etapas do Processo de Planejamento de Eventos de acordo com Martin


(2008) ...................................................................................................................... .78

Quadro 8 – Fases do Processo de Planejamento de Eventos de acordo com Matias


(2010) ...................................................................................................................... .79
Quadro 9 – Fases do Processo de Planejamento de Eventos de acordo com Martin
(2008)........................................................................................................................81

Figura 13 – Modelo para planejamento e organização de eventos de acordo com


Silva (2011)...............................................................................................................84

Figura 14 – Mapa da Cidade de Belém do Pará........................................................86

Figura 15 – Cidades mais visitadas, após a realização de eventos em 2014...........90

Figura 16 – Alguns eventos realizados em Belém nos últimos cinco anos, segundo
CVB-Be......................................................................................................................91

Gráfico 1 – Qualificação quanto ao sexo nas empresas não cadastradas................93

Gráfico 2 – Faixa etária nas empresas não cadastradas...........................................94


.
Gráfico 3 – Grau de escolaridade nas empresas não cadastradas...........................94

Gráfico 4 – Tempo de atuação das empresas não cadastradas...............................95

Gráfico 5 – Realização do planejamento dos eventos nas empresas não


cadastradas................................................................................................................96

Gráfico 6 – A fase do evento na qual o planejamento mais ajuda no caso das


empresas não cadastradas........................................................................................97

Gráfico 7–Tipos de planejamento nas empresas não cadastradas...........................98

Gráfico 8 – Justificativa das empresas não cadastradas pela utilização desses tipos
de planejamento........................................................................................................99

Gráfico 9 – Avaliação do planejamento nas empresas não cadastradas................100

Gráfico 10 – Quantidade de pessoas envolvidas no planejamento dos eventos nas


empresas não cadastradas.....................................................................................101

Gráfico 11 – Realização dos eventos de forma amadorística nas empresas não


cadastradas.............................................................................................................102

Gráfico 12 – Avaliação do grau de importância do planejamento nas empresas não


cadastradas.............................................................................................................103

Gráfico 13 – Motivos pelos quais as empresas não cadastradas consideram o


planejamento importante.........................................................................................104

Gráfico 14 – Problemas mais frequentes nos eventos das empresas não


cadastradas..............................................................................................................105
Gráfico 15 – Justificativas por não serem cadastradas no cadastur.......................106

Gráfico 16 – Tipos de eventos que as empresas não cadastradas mais


realizam...................................................................................................................107

Gráfico 17– Quanto aos serviços terceirizados pelas empresas não


cadastradas..............................................................................................................107

Gráfico 18 – Qualificação quanto ao sexo nas empresas cadastradas...................108

Gráfico 19 – Faixa etária nas empresas cadastradas..............................................109

Gráfico 20 – Grau de escolaridade nas empresas cadastradas..............................109

Gráfico 21 – Tempo de atuação das empresas cadastradas..................................110

Gráfico 22 – Realização do planejamento dos eventos nas empresas


cadastradas.............................................................................................................111

Gráfico 23 – A fase do evento na qual o planejamento mais ajuda no caso das


empresas cadastradas............................................................................................112

Gráfico 24 – Tipos de planejamento nas empresas cadastradas............................113

Gráfico 25 – Justificativa das empresas cadastradas pela utilização desses tipos de


planejamento...........................................................................................................114

Gráfico 26 – Avaliação do planejamento nas empresas cadastradas.....................115

Gráfico 27 – Quantidade de pessoas envolvidas no planejamento dos eventos nas


empresas cadastradas............................................................................................116

Gráfico 28 – Realização dos eventos de forma amadorística nas empresas


cadastradas.............................................................................................................116

Gráfico 29 – Avaliação do grau de importância do planejamento nas empresas


cadastradas.............................................................................................................118

Gráfico 30 – Motivos pelos quais as empresas cadastradas consideram o


planejamento importante.........................................................................................119

Gráfico 31 – Problemas mais frequentes nos eventos das empresas


cadastradas..............................................................................................................120

Gráfico 32 – Justificativas por serem cadastradas no cadastur...............................121

Gráfico 33 – Tipos de eventos que as empresas cadastradas mais realizam.........122

Gráfico 34 – Quanto aos serviços terceirizados pelas empresas cadastradas........122


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABEOC – Associação Brasileira de Empresas de Eventos do Brasil


BASA – Banco da Amazônia
CEBN – Centro de Eventos Benedito Nunes
CNTUR – Conselho Nacional de Turismo
CVB-Be – Convention & Visitors Bureau de Belém
CVRD – Companhia Vale do Rio Doce
DOL – Diário Oficial da União
EMBRATUR – Instituto Brasileiro de Turismo
FACTUR – Faculdade de Turismo
FOMENTUR – Fórum de Desenvolvimento Turístico do Estado do Pará
FUNGENTUR – Fundo Geral do Turismo
HANGAR – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IBT – Instituto Brasileiro de Turismo
ICCA – International Congress and Convention Association
INPA – Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia
MTUR – Ministério do Turismo
PARATUR – Companhia Paraense de Turismo
PDA – Planos de Desenvolvimento
PLANTUR – Plano Nacional de Turismo
PNMT – Programa Nacional de Municipalização de Turismo
PRODETUR-NE – Programa de Desenvolvimento do Turismo no Nordeste
PROECOTUR – Programa para o Desenvolvimento do Ecoturismo na Amazônia
Legal
PTA – Plano de Turismo da Amazônia
SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
SECULT-PA – Secretaria de Estado de cultura do Pará
SEGETUR – Sistema de Gestão do Turismo
SETUR – Secretaria de Estado de Turismo
SPVEA – Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Amazônia
SUDENE – Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste
SUFRAMA – Superintendência da Zona Franca de Manaus
UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 16

2 O HISTÓRICO DO TURISMO ............................................................................... 19


2.1 Contextualização do Turismo no Brasil ......................................................... 24
2.2 O Turismo no Estado do Pará ......................................................................... 30

3 UM BREVE HISTÓRICO SOBRE OS EVENTOS ................................................. 40


3.1 O Setor de Eventos no Brasil .......................................................................... 45
3.2 O Setor de Eventos no Estado do Pará .......................................................... 53
3.3 Turismo de Eventos ......................................................................................... 59

4 NOÇÕES SOBRE PLANEJAMENTO................................................................... 63


4.1Tipos de Planejamento .................................................................................... 66
4.2 A Importância do Planejamento ...................................................................... 71
4.3 Planejamento de Eventos ................................................................................ 73
4.4 As Etapas do Processo de Planejamento de Eventos ................................... 77

5 O CENÁRIO DO TURISMO DE EVENTOS EM BELÉM-PA................................. 85


5.1 Análises finais da pesquisa...............................................................................92
6 CONCLUSÕES ................................................................................................... 124

REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 127

APÊNDICES.............................................................................................................130
APÊNDICE A- QUESTIONÁRIO DE PESQUISA DE CAMPO PARA EMPRESAS
NÃO CADASTRADAS NO CADASTUR.................................................................131
APÊNDICE B- QUESTIONÁRIO DE PESQUISA DE CAMPO PARA EMPRESAS
CADASTRADAS NO CADASTUR..........................................................................133

ANEXOS..................................................................................................................135
ANEXO A- EMPRESAS CADASTRADAS NO SITE DO CADASTUR NO ANO DE
2014......................................................................................................................... 136
ANEXO B- EMPRESAS CADASTRADAS NO SITE DO CADASTUR NO ANO DE
2014.........................................................................................................................137
ANEXO C- EMPRESAS CADASTRADAS NO SITE DO CADASTUR NO ANO DE
2014.........................................................................................................................138
16

1 INTRODUÇÃO

É possível perceber que o planejamento é importante para toda e qualquer


área, seja essa profissional, pessoal, etc., com o Turismo de eventos não seria
diferente, pois é possível perceber que se trabalha oferecendo serviços para os
possíveis clientes. Esses clientes que não buscam somente serviços de qualidade,
mas também esperam que seus eventos sejam executados de forma impecável e
sem falhas, porque muitas vezes, os clientes depositam na empresa contratada suas
expectativas e sonhos.
Percebe-se que é importante planejar-se ou planejar algo para que não seja
surpreendido pelas adversidades que surgem pelo caminho. No caso dos eventos, é
possível destacar a questão dos orçamentos, cotas de patrocínio, logística, entre
outros, tudo isso tem que estar no projeto e deve sempre estar em sintonia com a
proposta e a execução do evento, diante do exposto a importância do planejamento
se torna imprescindível para qualquer área.
O mercado de eventos em Belém vem mudando seu cenário atual, pois é
possível perceber que a cada dia o número de empresas está crescendo de forma
desenfreada e muitas vezes sem realizar uma análise de mercado antes de abrir a
empresa, com isso praticamente em cada esquina que se passa na cidade pode-se
encontrar uma prestadora de serviços de eventos. Tudo isso, se deve também aos
grandes eventos que o Centro de Convenções e Feiras da Amazônia (HANGAR),
Convention & Visitors Bureau de Belém (CVB-Be), assim como também em parceria
com empresas de eventos e órgãos como a Secretaria de Estado de cultura do Pará
(SECULT-PA), Companhia Paraense de Turismo (PARATUR), Secretaria de Estado
de Turismo (SETUR), entre outros, que tem conseguido captar para a cidade.
Entre estes grandes eventos estão inclusos Congressos, feiras, eventos
técnicos científicos, eventos sociais, etc., aumentando assim a especulação de
oferta de serviços como organização, logística, cerimonial, entre outros. Sem contar
com o mercado de Turismo de Negócios, que vem se intensificando devido as
grandes e médias empresas que vem marcando seus eventos de negócio em hotéis,
pousadas, para melhor conforto de seus clientes e funcionários, com isso pode-se
destacar que esta proposta de pesquisa é de extrema importância para o setor
turístico, porque o mesmo está crescendo muito na cidade.
17

O objetivo do estudo se fez por meio da importância do planejamento para


as empresas de eventos em Belém-PA e teve como problema de pesquisa: de que
maneira as empresas de eventos em Belém-PA realizam o planejamento de seus
eventos?.
O interesse pela pesquisa surgiu a partir do contato com o mercado de
eventos e com as experiências adquiridas e vivenciadas em vários eventos
realizados em Belém, sendo estes de grande, médio e pequeno porte. Onde foi
possível perceber que este tema merecia ser investigado pela fragilidade em seu
planejamento.
Este trabalho fez-se necessário para o desenvolvimento do conhecimento
científico na área do turismo e principalmente no setor de planejamento e
organização de eventos, pois o tema que foi investigado é inédito e ainda é um tema
pouco investigado e discutido na Cidade de Belém.
Espera-se que com esta pesquisa seja possível proporcionar dados que
possam servir de subsídios para que as empresas de eventos de Belém planejem
com cuidado e melhor seus eventos, o que também possibilitará ajuda-las em
relação à análise do planejamento de seus eventos. Sendo assim qualquer empresa
estudada, após esta pesquisa, poderá mudar seu tipo de planejamento, estratégias
adotadas no planejamento no caso se esses não estiverem funcionando
corretamente, oferecendo um melhor planejamento e consequentemente uma
melhor execução de seus eventos e se ocorrer qualquer problema ou empecilho no
decorrer do mesmo, poderá ser solucionado com uma maior facilidade, devido ao
planejamento realizado anteriormente.
Esta pesquisa também servirá para difundir a pesquisa acadêmica na área
de planejamento e eventos e beneficiará não só as empresas, mas também a
comunidade acadêmica que trabalha na realização destes eventos possibilitando
aos mesmos a criação de estratégias para o planejamento dos seus eventos, tendo
em vista de que a análise que se realizou será levada para as empresas e poderá
ser assistida e acessada depois da publicação na Faculdade de Turismo (FACTUR)
pela comunidade acadêmica interessada. É possível destacar também que este
trabalho servirá para que as empresas possam ter uma maior responsabilidade,
comprometimento ao se planejar um evento que este por sua vez não movimenta
somente um setor e sim um trade turístico (hospedagem, transporte, alimentação,
18

etc.), que por sua vez se torna mais difícil para se planejar um evento, daí a grande
relevância desta pesquisa para o setor turístico.
Para alcançar os objetivos este trabalho utilizou pesquisa bibliográfica,
documental, em livros, artigos, jornais, revistas e trabalhos de conclusão de curso,
pesquisas na internet para construção do referencial teórico e a pesquisa de campo
foi realizada no período de 20 de setembro a 03 de outubro de 2014, onde foi
realizada aplicação de questionários (ver apêndices A e B) com 15 perguntas
previamente formuladas para serem respondidas por funcionários quem trabalham
no setor de planejamento de eventos nas empresas, sendo essas 15 cadastradas no
sistema do CADASTUR que “é um sistema de cadastro de pessoas físicas e
jurídicas que atuam na cadeia produtiva do turismo” (BRASIL, 2014, s.p.), já que o
total de empresas cadastradas até o ano desta pesquisa é um total de 29 empresas
(ver anexo A, B e C) e para realizar uma comparação foram escolhidas também 30
empresas que não são cadastradas no sistema do CADASTUR, pois essas também
realizam eventos na cidade e tonasse importante incluí-las neste estudo, um total de
45 empresas participantes nessa pesquisa.
Quanto à estrutura do trabalho que será apresentado no decorrer desta
pesquisa, no primeiro capitulo será apesentado ao leitor um breve histórico do
turismo, seguindo por uma contextualização do turismo no Brasil e no Estado do
Pará. No segundo capitulo, será discutida a questão dos eventos, onde será
apresentado um breve histórico sobre os eventos, o setor de eventos no Brasil e no
Pará, foi estabelecida também uma relação entre turismo e eventos. Já no terceiro
capitulo serão apresentadas noções a cerca do planejamento, os tipos de
planejamento e a sua importância, planejamento de eventos e as etapas para o
processo de planejamento e no quarto e último capitulo será discutido o cenário do
turismo de eventos em Belém-PA e apresentação dos dados coletados com a
pesquisa de campo.
19

2 O HISTÓRICO DO TURISMO

O turismo é uma atividade complexa, inovadora e segmentada, que


movimenta vários setores da economia de uma localidade, assim como também
proporciona o convívio da realidade e da cultura de um local, seja através de seus
atrativos turísticos, naturais ou do convívio com a população autóctone. Enquanto tal
atividade oferece serviços para seus clientes, estes que possuem vários perfis,
tentando atende- lós da melhor forma possível de acordo com suas necessidades e
exigências, como se pode perceber segundo Dias (2003, p. 27):

O turismo é uma atividade que envolve o movimento constante de pessoas,


que se deslocam de um local de origem a um destino e vice-versa. O
deslocamento e a permanência das pessoas longe de seu local de moradia
provocam profundas alterações econômicas, políticas, culturais, sociais e
ambientais numa proporção que poucos fenômenos sociais conseguem
gerar ao longo da história da humanidade. Essa atividade complexa tornou-
se atualmente, do ponto de vista econômico, a maior do planeta,
suplantando setores tradicionais, tais como a indústria automobilística, a
eletrônica e a petrolífera.

Destarte, se faz necessário ressaltar o histórico do turismo, para desmistificar essa


atividade complexa que vem crescendo em vários segmentos, seja no turismo de
eventos, turismo de negócios, turismo gastronômico, entre outros.
Para melhor se compreender o que é o turismo faz-se necessário definir o
seu conceito, o qual surgiu na Inglaterra no século XVII, no qual de acordo com
Barreto (1995, p. 43) “A palavra tour é de origem francesa, como muitas palavras do
inglês moderno que definem conceitos ligados à riqueza e à classe privilegiada. [...]
A palavra tour quer dizer volta e tem seu equivalente no inglês turn, e no latim
tornare” Com isso, é possível observar que no início de seu surgimento o turismo era
tido como um privilégio para as pessoas de classe alta, que detinham o poder e o
dinheiro em suas mãos, enquanto que a classe menos privilegiada economicamente
não podia viajar já que não tinham dinheiro para realiza-lo.
De acordo com Barreto (1995) em seu livro “Manual de Iniciação ao Estudo
do Turismo”, destacam-se alguns conceitos de turismo adotados por vários
pensadores, dentro os quais o presente trabalho destaca três conceitos, a saber, o
conceito de turismo proposto por Walter Hunziker e Kurt Krapt (1942), na Suíça; o
conceito proposto por Luis Fernandez Fuster (1973), na Espanha;e o conceito de
20

turismo mais aceito proposto pela Organização Mundial do Turismo (OMT),


respectivamente:

Turismo é o conjunto das relações e dos fenômenos produzidos pelo


deslocamento e permanência e pessoas fora do seu local de domicílio,
sempre que ditos deslocamentos e permanência não estejam motivados por
uma atividade lucrativa (HUNZIKER; KRAPT, 1942 apud BARRETO, 1995,
p. 11).

Turismo é, de um lado, conjunto de turistas; do outro, os fenômenos e as


relações que esta massa produz em consequência de suas viagens.
Turismo é todo o equipamento receptivo de hotéis, agencias de viagens,
transportes, espetáculos, guias- intérpretes que o núcleo deve habilitar para
atender às correntes (...). Turismo é o conjunto das organizações privadas
ou públicas que surgem para fomentar a infra- estrutura e a expansão do
núcleo, as campanhas de propaganda (...). Também são os efeitos
negativos ou positivos que se produzem nas populações receptoras
(FUSTER, 1973 apud BARRETO, 1995, p. 11-12).

Soma de relações e de serviços resultantes de um câmbio de residência


temporário e voluntário motivado por razões alheias a negócios ou
profissionais (DE LA TORRE, 1992, p. 19 apud BARRETO, 1995, p.12).

Observa-se, a partir dos conceitos acima expostos, que o turismo é tido como uma
indústria que por muitas vezes é vista apenas como uma “válvula de escape” para
resolver problemas econômicos de uma localidade, porém também existe o seu lado
social. Essa noção de Indústria se dá porque movimenta toda uma cadeia, ou seja, o
trade turístico, esse que por sua vez se desdobra em meios de hospedagem,
transportes, alimentação, etc. Já o viés social é tido como as novas experiências,
novos conhecimentos, contato com a cultura, assim como também a conservação e
preservação do meio natural, tal qual os planejadores do turismo ajudam a pensar e
planejar, entre outros. É necessário e importante destacar estes conceitos para
melhor se compreender o histórico e as mudanças que o turismo vem sofrendo
durante os séculos.
O turismo vem acompanhando o desenvolvimento da sociedade humana ou
da humanidade há séculos, pois os povos antigos, tais como os povos da região da
Ásia Central (China, Indonésia, Mongólia e parte da Índia) que já praticavam o
turismo, no desenvolvimento de suas caminhadas por curtos ou longos períodos de
tempo. Segundo Beltrão (2001, p. 21) “O turismo histórico, muito distante da prática
atual, tinha como base a necessidade do relacionamento humano, a troca de valores
culturais e econômicos”, com isso percebe-se que a manifestação pela troca de
experiências, culturais e econômicas, entre outros, contribuiu para o surgimento e
21

desenvolvimento do turismo e assim com a intensificação dessas viagens ou


caminhadas o turismo vem acompanhando o desenvolvimento dessas sociedades.
É possível identificar que antes da era cristã, alguns povos orientais já
realizavam viagens em busca principalmente de descanso e de novos
conhecimentos sobre os locais visitados, entretanto essas pessoas não viajavam
somente por isso e sim também por outros fatores não menos importantes do que os
já apresentados, como se pode observar segundo Beltrão (2001, p.22):

A professora Margarita Barreto, autora do livro Manual de Iniciação ao


Estudo do Turismo, nos relata que pesquisadores como De La Torre e
McIntosh afirmavam que o turismo teve seu início no século VIII a.C, na
Grécia, porque as pessoas viajavam para ver os jogos olímpicos a cada
quatro anos. Outros pesquisadores afirmam que os primeiros viajantes
foram os fenícios, por serem os inventores da moeda e do comércio. No
entanto, estudos arqueológicos registraram que outras culturas, além da
greco- romana, possuem antecedentes históricos pois a prática das viagens
sempre foi muito comum na evolução humana, seja definitivamente, com o
objetivo de migração, ou temporariamente, para posterior retorno.

Como é possível perceber não se pode definir com exatidão o período e nem onde
começou a surgir o turismo, porém, pode-se destacar por onde e como ele começou
a se manifestar, como visto anteriormente por Beltrão. Com isso a partir do momento
em que se começa a construção de estradas e a urbanização das cidades no
Império Romano, ocorre ao mesmo tempo uma forte intensificação dessas viagens
realizadas pelos cidadãos, como é possível perceber também de acordo com a
autora:

O Império Romano construiu muitas estradas, o que foi determinante para


que seus cidadãos viajassem, entre o século II a. C. e o século II d.C., mais
intensamente que na Europa do século XVIII inclusive. De Roma saíam
contingentes importantes para o campo, o mar, as águas termais, os
templos e os festivais.
Os Romanos teriam sido os primeiros a viajar por prazer. Informações
obtidas através de pinturas pré- históricas, azuleijos, placas, vasos, mapas,
demonstram que os romanos iam à praia e aos spas, buscando nas
primeiras, divertimento (há registros pictóricos de moças usando biquíni na
praia, jogando bola na praia), e nos segundos, cura (BARRETO, 1995, p.
45).

Enquanto que na Bíblia, o livro sagrado para os cristãos, pode-se perceber com
alguns dos relatos presentes em seus versículos, que as viagens eram bastante
comuns entre as pessoas que viviam do comércio e das batalhas entre os romanos
e cristãos, pois era comum que alguns peregrinos fossem até Jerusalém, visitar a
famosa Igreja do Santo Sepulcro.
22

Faz-se necessário se diferenciar as viagens realizadas em relação somente


a deslocamento, que eram muito comuns em relação ao chamado homem primitivo
que migrava para procurar melhores condições para sua sobrevivência, pois estes
eram obrigados pelo clima, solo, entre outros fatores, a Bíblia, a procurem melhores
condições de vida, enquanto que a viagem realizada em busca de satisfação e/ou
lazer, as pessoas realizam por livre vontade, escolhendo ainda o local que gostariam
de visitar e conhecer melhor a cultura e os atrativos turísticos da mesma. Ou ainda a
viagem do turismo de negócios que visava resolver ou fechar contratos, apresentar
alguma proposta, fechar algum negócio para a empresa que prestava serviços em
outros locais fora de seus locais de origem, este que também pode ser motivado
pela empresa a realizar uma viagem como bonificação por ótima prestação de seus
serviços.
De acordo com Barreto (1995) e Beltrão (2001), no século XV surgiram as
viagens com as grandes navegações em busca do “novo mundo”, segundo os
Portugueses. Entretanto foi somente no século XVIII, na Itália, especificamente em
Florença, que começaram a surgir às novas hospedarias para receber alguns dos
viajantes que visitavam a Europa. Não se pode negar que o Grand Tour, que eram
as viagens realizadas pela Europa por jovens da classe média, contribuiu de forma
significativa para incentivar no ato de viajar, por isso, com o advento da Revolução
Industrial, surgiram também as ferrovias que intensificaram definitivamente um fluxo
de viagens de trem. O intenso fluxo das viagens se deu devido ao famoso e pioneiro
Thomas Cook, que organizou um grande número de pessoas em uma única viagem
de trem, na qual também empregou a utilização dos Vouchers 1 hoteleiros e
organizou de forma sábia a primeira excursão ao Egito e a Terra Santa em 1869.
O período correspondente ao século XVIII foi marcado por um movimento
chamado de turismo “romântico”, no qual as pessoas começaram a se interessar e a
gostar dos ambientes naturais (ar, montanhas, natureza, etc,), pois antes deste
movimento ninguém olhava para esses lugares da natureza e os via como algo belo.
Após surgimento das classes operárias, e consequentemente o recebimento
de salários como forma de pagamento pelas suas forças de trabalho, o tempo livre
foi surgindo como uma necessidade pelas longas horas de trabalho pesado e esse
descanso era necessário, pois os operários precisavam produzir muito e o descanso

1
Tipo de Boleto com informações pessoais, utilizado em hotéis e agências de transportes aéreos e
terrestres (BELTRÃO, 2001, p. 24).
23

os ajudaria a ter bons resultados na produção. Foi então, no período entre- guerras,
que a realidade mudou e os patrões começaram a pagar as férias remuneradas aos
seus funcionários. Essa era uma realidade para grande parte da população
européia, o que incentivou e começou a permitir que essas classes sociais menos
favorecidas economicamente pudessem viajar também, com isso surgiram as
famosas viagens de férias e paralelo a essas viagens surgiram os sistemas de
crediário para facilitar cada vez mais o acesso ao lazer por meio das viagens.

Tudo teria mudado em 1936. Antes, o turismo era ainda elitista; em 1936, os
trabalhadores conquistaram o direito às férias remuneradas e as gozaram
pela primeira vez. Seria um passo “inventado”, como escreve J. Viard? Ou o
grande ator do turismo de massa teria o crescimento excepcional do
período 1945-1975, os “Trinta Gloriosos” de J. Fourastié? Coincidem então
o aumento do poder aquisitivo, a difusão maciça do automóvel, e o avanço
do número de pessoas que partem em férias (BOYER, 2003, p. 87).

Com todas essas conquistas trabalhistas do proletariado no século XIX, e


principalmente no século XX surge em paralelo a isso o turismo de massa. É
importante destacar que esse tipo de turismo apontado por Marc Boyer na França,
começa a ocorrer no período de 1936 devido ao direito das férias remuneradas e
folgas, a partir de então tudo começou a mudar passando de um turismo elitizado
para um turismo voltado para classes bem populares.
Após o período da Segunda Guerra Mundial, período no qual o turismo teve
pouca movimentação, o primeiro pacote aéreo foi vendido em 1949. É a partir deste
momento que o turismo aéreo passa a ser preferido, pelo ganho de tempo em
relação ao deslocamento, ao invés do turismo de cruzeiro, juntamente com a
inclusão de tarifas turísticas e econômicas de avião para motivar ainda mais as
viagens aéreas. Já em 1960 começaram a surgir as operadoras turísticas
oferecendo pacotes turísticos de acordo com o perfil de cada cliente.
De acordo com Beltrão (2001) e Barreto (1995) pode se identificar que em
paralelo ao declínio das ferrovias nas décadas de 50 e 60, as companhias aéreas
detinham aproximadamente 75% do mercado turístico dando outra forma ao
mercado turístico e desenvolvendo cada vez mais o turismo. As companhias passam
a investir na venda de passagens aéreas e pacotes mais sofisticados e
diferenciados que atendem às necessidades do perfil de seus turistas e/ou clientes.

Os meios de comunicação e os transportes serão cada vez mais


imprescindíveis às necessidades do mundo globalizado que transformará
24

velhos conceitos socioculturais com os quais a história humana convivem


ao longo de sua evolução (BELTRÃO, 2001, p. 27).

Com o desenvolvimento da globalização o turismo se evidência como indústria e


passa a motivar cada vez mais as pessoas a realizarem suas viagens, seja
comprando pacotes já planejados ou planejando suas viagens de acordo com suas
necessidades (viajar para conhecer novos lugares, culturas, ter novas
oportunidades, etc.). Porém, para outras pessoas a viagem nada mais é do que a
aquisição de “status”, ou seja, viajar para mostrar que tem poder aquisitivo já para
outros pode ser apenas um motivo ou até mesmo uma necessidade de descanso
para aproveitar o tempo livre.
Com todo esse “inchaço” do turismo, devido ao turismo de massa, começou-
se a se preocupar com os recursos naturais e/ou natureza, onde se fazia e ainda se
faz necessário cuidar do meio natural para que o turismo continuasse, uma vez que
este depende dos recursos naturais para sobreviver. Esse período era chamado por
Barreto (1995) de “poluição por turismo”, e é a partir de então que se inicia a
sensibilização pela conservação e preservação do meio ambiente e dos recursos
que o cercam.

2.1 Contextualização do Turismo no Brasil

De acordo com Luiz Ignarra (2003), o turismo teve seu início no Brasil com
seu próprio descobrimento, não se pode deixar de destacar também que as
expedições marítimas de Américo Vespúcio, Gaspar Lemos, Fernando de Noronha,
entre outros, já realizavam o turismo de aventura sem saber. Entretanto, essas
viagens não se restringiam somente aos portugueses, pois alguns documentos
antigos e históricos evidenciam que franceses, espanhóis, ingleses e holandeses já
exploravam a costa brasileira bem antes dos portugueses. Já para Barreto (1995, p.
56):

[...] O turismo surgiu vinculado ao lazer; nunca teve cunho de aventura ou


educativo, como na Europa. A partir de 1950, grandes contingentes passam
a viajar, mas, apesar de ser principalmente um turismo de massa nunca
atingiu o total da população. As classes altas consomem turismo particular e
as classes médias, turismo de massas.

Pode- se observar que Ignarra (2003) e Barreto (1995) têm pensamentos diferentes
sobre o surgimento do turismo no Brasil e discordam em relação à realização do
25

turismo de aventura que para Ignarra seria o turismo realizado desde o


descobrimento do Brasil, enquanto que para Barreto o turismo surgiu vinculado ao
lazer e não ao turismo de aventura ou educativo. Porém, faz- se necessário expor os
pensamentos dos autores mesmo que ambos não concordem em relação ao
surgimento do turismo no Brasil, o que acaba dando mais opções de reflexão sobre
o surgimento do mesmo.
As capitanias hereditárias se tornaram significativas devido as trocas e
interesses comerciais entre a metrópole e a colônia, e isso já era considerado
turismo de negócios que estava sendo realizado. Já existia também a necessidade
de viajar para praticar o intercâmbio cultural, onde os filhos dos Aristocrátas eram
mandados para estudar em Portugal.

No inicio do século XIX, a corte Portuguesa transfere-se para o Brasil e com


isso há um grande desenvolvimento urbano, notadamente no Rio de
Janeiro. Cresce a demanda por hospedagem na cidade em razão da visita
de diplomatas e de comerciantes, iniciando-se, assim, a hotelaria brasileira
(IGNARRA, 2003, p. 7).

Com isso é possível perceber que após a chegada da corte Portuguesa iniciou-se
um grande desenvolvimento urbano, destaca-se com esse fato a necessidade clara
de hospedagens para acomodar os visitantes diplomatas e os comerciantes.
Pode-se destacar também o desenvolvimento dos transportes movidos a
vapor, com a ajuda do Visconde de Mauá. Outro fato importante foi a fundação em,
1852, da companhia de navegação do amazonas e também em 1858, no Rio de
Janeiro, foi inaugurado o primeiro trecho ferroviário, uma marcante evolução no
setor de transportes como se pode observar segundo Ignarra (2003, p. 07):

Essa evolução dos transportes, evidentemente, propiciou um grande


incremento de deslocamento, notadamente de e para o Rio de Janeiro,
onde, na metade do século XIX, existiam cerca de 200 estabelecimentos,
entre hotéis, hospedarias e restaurantes. Em 1885, é inaugurado o trem
para subir o Corcovado, que existe no local até hoje. Trata-se do primeiro
atrativo turístico a receber uma infra-estrutura. Em 1908, é inaugurado o
Hotel Avenida, no Rio de Janeiro, com 220 quartos, o maior do Brasil,
marcando o início da hotelaria moderna do País.

Apesar da afirmação de que o famoso Rio de Janeiro estava avançando em relação


aos meios de hospedagem e tecnologias, destacando-se como pioneiro no turismo
do Brasil, no ano de 1870, no estado de São Paulo, já existiam relatos a respeito de
hotéis com alguns padrões de qualidade.
26

Um evento bem relevante para a história do turismo no Brasil ocorreu


quando o naturalista alemão Von Humboldt realizou um dos eventos mais
importantes, se não o mais importante na história do turismo no Brasil. Humboldt
planejou e executou uma longa viagem por grande parte do território brasileiro com o
objetivo de estudar a flora. Esta viagem, por sua vez, foi a primeira grande viagem
de ecoturismo no Brasil.
É com a Varig e com a Panair do Brasil que se começa a difundir o turismo
interno e externo, sendo essas empresas pioneiras no Brasil. Apesar de todas essas
conquistas para o turismo no Brasil, foi somente em 1968 que se começou a criar os
primeiros mecanismos de regulamentação como se pode observar segundo Ignarra
(2003, p. 8):

Apenas em 1968 o governo brasileiro criou os primeiros instrumentos de


regulamentação da atividade com formação do Conselho Nacional de
Turismo (CNTUR), do Fundo Geral de Turismo (Fungetur) e do Instituto
Brasileiro de Turismo (Embratur).

Esses mecanismos de regulamentação se fazem necessários para melhor planejar e


articular o turismo, juntamente com os outros setores da economia local, com
investimentos públicos e privados, pensando na conservação e preservação do meio
natural, do qual o turismo depende diretamente para sua sobrevivência.

[...] Para alguns grupos sociais, o turismo representa uma atividade


redentora, enquanto outros a consideram uma ação devastadora da
natureza e comprometedora da sociedade. Existem os que entendem como
atividade puramente econômica, diferente daqueles que o concebem
essencialmente cultural. Por um determinado ângulo de visão, pode ser
uma atividade concentradora de renda, ao contrário da óptica que o defende
como distribuidor de emprego e renda (CORIOLANO, 2006, p. 57).

O turismo como indústria é fomentado como uma “válvula de escape” em muitas


regiões do Brasil, tendo em vista que em várias localidades o turismo começou a ser
desenvolvido com pouco ou sem nenhum planejamento, que por sua vez toda e
qualquer atividade necessita. Algumas dessas cidades onde o turismo era
desenvolvido, e ainda é até o presente momento desta pesquisa, não se tinha uma
infraestrutura turística, como estradas com boa pavimentação, transporte e
hospedagem de qualidade, entre outros. Assim, o turismo passou a ser uma
possibilidade para uma mudança de cenário que muitas regiões viviam.

O turismo, desde seu início, foi projetado como atividade para responder à
crise econômica industrial global e à ampliação da acumulação capitalista,
27

no setor dos serviços envolvendo diretamente o Estado e o mercado e, aos


poucos, a sociedade civil descobriu formas de beneficiar-se
economicamente (CORIOLANO, 2006, p. 60).

Com isso, pode-se perceber que não existiam órgãos específicos para melhor
planejar e fiscalizar a atividade turística que estava sendo desenvolvida, o que
acaba reforçando ainda mais a idéia de que o turismo no Brasil era apenas uma
“válvula de escape” que acabava vendendo uma imagem não real dos locais como
se pode identificar no caso de Fortaleza, no Ceará, segundo Coriolano (2006, p. 58):

[...] Vende-se o destino. Fortaleza é oferecida como uma cidade espetáculo,


através de imagens selecionadas que escamoteiam a realidade social,
levando muitas vezes o próprio residente a acreditar que é real esta cidade
fantasia, espetacularizada, criando uma falsa consciência.

As poucas políticas que existiam no Brasil entre os anos de 1937- 1945 destinavam-
se única e exclusivamente para a proteção de bens históricos e artísticos nacionais
e também para a fiscalização de alguns prestadores de serviços, tais como agências
de viagens e vendas de passagens aéreas. Devido o turismo não ter órgãos
regulamentadores e/ou fiscalizadores em 1946/47 ele acaba ficando sob a
responsabilidade do Ministério da Justiça e Negócios. Para melhor compreender o
histórico do turismo no Brasil e suas políticas, faz- se necessário desenvolver um
panorama sobre vários fatos importantes ocorridos no Brasil desde 1946/47 como
mencionados anteriormente até o ano deste trabalho e projeções futuras para o
turismo.
Em 1966 iniciaram-se passos importantes para as Políticas de Turismo no
Brasil, tais como: a criação do Decreto nº 58.483 que regulamentou as agências de
viagens e turismo; o Decreto-Lei nº 55 que definiu uma Política Nacional para o
turismo, criando também o Conselho Nacional de Turismo (CNTUR); e não menos
importante, a criação em 18 de novembro do Instituto Brasileiro de Turismo
(EMBRATUR), que primeiramente foi criado como Empresa Brasileira de Turismo
para estudar e propor o CNTUR, porém seu principal objetivo já como EMBRATUR
era o de fomentar a atividade turística propondo ações para melhorar e viabilizar
condições para uma maior distribuição de emprego e renda, buscando o
desenvolvimento do turismo pelo País. É possível perceber que somente após três
anos de criação do CNTUR, já em 1969, surge uma pequena indicação para a
criação de um Plano Nacional de Turismo (PLANTUR).
28

Em 1971, começaram a surgir no Brasil as primeiras preocupações com a


formação profissional em turismo, foi então criada a Faculdade de Turismo do
Morumbi em São Paulo, iniciando e fortalecendo uma discussão sobre a formação
profissional na área. Neste mesmo ano ocorre uma forte política de incentivos fiscais
e paralelo a isso a criação do Fundo Geral do Turismo (FUNGENTUR), que nada
mais é do que, um mecanismo de crédito criado com o objetivo de fomentar o
turismo como negócio, onde se criaram também algumas estratégias para o seu
desenvolvimento social e econômico, entre outros. Este foi o primeiro Plano
governamental a contemplar o turismo e acabou sendo precursor de grande parte do
financiamento da atual infraestrutura turística existente no Brasil, porém suas
operações de créditos acabaram sendo suspensas no ano de 2000 e só foram
retomadas em 2006, pelo Ministério do Turismo (MTUR).
Devido a fortes discussões sobre a questão ambiental na década de 80, o
turismo passou a ser pensado de uma forma mais sustentável, isso se deve à
criação da Política Nacional de Meio Ambiente, em 1981, a qual proporcionou uma
sensibilização para com a conservação e preservação dos Recursos Naturais. Após
todas essas discussões da década de 80 sobre diretrizes, órgãos fiscalizadores etc,
ocorreu algo bastante contraditório entre os anos de 1985 e 1986, onde o Decreto-
Lei 2.294/86 realiza a liberação da atividade turística, o que acaba permitindo o
exercício dessa atividade sem fiscalização de um órgão público, deixando a
atividade novamente a “mercê” e sem rumo definido.
Somente em 1987 a EMBRATUR incorpora as leis ambientais juntamente
com a formulação das Políticas Públicas e lança o Turismo Ecológico, como um
novo produto ou segmento turístico. Foi então, que em 1988, o turismo foi discutido
na Constituição Federal de 1988 em seu artigo 80, o que por consequência acaba
atribuindo responsabilidades iguais para todos os níveis governamentais do turismo.
Em 1991, foi sancionada a Lei nº 8.181 que designa uma nova denominação
à EMBRATUR que passa a se chamar de Instituto Brasileiro de Turismo (IBT) e
como consequência disso passa a estar vinculada diretamente a Presidência da
República.
Enquanto que em 1946/47 o turismo ficou sob a responsabilidade do
Ministério da Justiça e Negócios, em 1992 ele passa a ser responsabilidade do
Ministério da Indústria, Comércio e Turismo passando a ser regulado por um órgão
que se pensa conhecer melhor a atividade. Ainda em 1992, foi apresentado o Plano
29

PLANTUR, mas infelizmente as ações a serem realizadas pelo mesmo não foram
efetivadas. Eis que em meio a essa não efetivação, surge também o Programa de
Desenvolvimento do Turismo no Nordeste (PRODETUR-NE), que foi uma iniciativa
dos governos estaduais, juntamente com a Superintendência de Desenvolvimento
do Nordeste (SUDENE), do Banco do Nordeste, EMBRATUR e da Comissão de
Turismo Integrada, sendo criado para tentar subsidiar melhorias para o turismo no
nordeste.
Em 1993/94 o famoso e “novo” Ecoturismo começou a ser apresentado como
uma atividade ou segmento promissor, sendo assim a EMBRATUR lançou e
publicou as diretrizes para uma Política Nacional de Ecoturismo, lançando também o
Programa Nacional de Municipalização de Turismo (PNMT) para compreender
melhor cada localidade turística.
Somente em 1996-2002 que foi criado o Ministério do Esporte e Turismo e
finalmente na primeira Gestão do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2006) o
turismo ganha finalmente seu próprio ministério (Ministério do Turismo), o qual
trouxe mudanças significativas para o planejamento dessa atividade em um
panorama nacional.
E finalmente em 2003, ano de grande conquista para o turismo no Brasil,
ocorreu a criação do primeiro Plano Nacional de Turismo e sua execução, cujo tema
era: Diretrizes, metas e programas. A partir deste momento (2003-2007) começou-se
a articular planos para melhor se desenvolver o turismo, claro que como em
qualquer início de estudos se obteve falhas em sua operacionalização que com a
criação dos planos posteriores pode-se perceber que se tentou melhorá-los. Com
isso de quatro em quatro anos o MTUR realizava e replanejava suas diretrizes e em
2007 lançou outro Plano Nacional de Turismo que buscou seu diferencial através da
inclusão social e ficou em vigor até o ano de 2010. Já em 2011 foi criado o
Documento Referêncial para o Turismo no Brasil 2011-2014 e por fim a formulação
do Plano 2013-2016 que se encontra em vigor até o momento desta pesquisa, este
que resultou do esforço entre Governo Federal, iniciativa privada do terceiro setor
sendo representados pelo CNTUR sob coordenação do MTUR, onde se definem
algumas orientações estratégicas para o desenvolvimento futuro da atividade
turística no Brasil.
Não se pode deixar de comentar sobre a criação da Lei nº 11.771 conhecida
como Lei Geral do Turismo criada em 17 de setembro de 2008, publicada no Diário
30

Oficial da União (DOL), em 18 de setembro de 2008, podendo ser considerada como


uma das ou a mais importante, que segundo o Senado Federal do Brasil (2010, p.
13):

Dispõe sobre a Política Nacional de Turismo, define as atribuições do


Governo Federal no planejamento, desenvolvimento e estimulo ao setor
turístico; revoga a Lei nº 6.505, de 13 de dezembro de 1977. Decreto-Lei nº
2.294, de 21 de novembro de 1986, e dispositivos da Lei nº 8.181, de 28 de
março de 1991; e dá outras providências.

Percebe-se que com a criação da Lei Geral do Turismo pretende-se regularizar e


disciplinar o setor turístico, destacando e agregando a integração dos serviços
oferecidos para melhor atender com qualidade, eficiência e com eficácia aos clientes
e/ou turistas, sendo assim definidas com essa política ações de planejamento para
melhorar todo o setor turístico com um planejamento estratégico visando não
somente ações momentâneas como também ações futuras.

2.2 O Turismo no Estado do Pará

De acordo com pesquisas realizadas é difícil identificar e definir como se


iniciou o turismo no Pará, porém tomando como base que o mesmo surgiu no Brasil
a partir de seu descobrimento, foi possível perceber que no Pará não foi diferente, e
isso se deve as trocas comerciais e exportações de produtos originários da
Amazônia.
O Estado do Pará fica localizado na região norte do Brasil, como é possível
perceber (na figura 1), é cortado pela linha do equador em seu extremo norte, divido
em 143 municípios, sua capital é Belém. Pode ser considerado o segundo maior
estado do Brasil e se encontra delimitado pelos estados do Amazonas, Mato Grosso,
Tocantins, Maranhão, Amapá e Roraima.
31

Figura 1 – Mapa do Estado do Pará

Fonte: Google Maps, 2014.

Durante muitos anos, o Pará se encontrou sem muito planejamento e


investimentos voltados para o turismo, assim como para educação, saúde, etc.
Somente após a década de 70, de acordo com Wilker Nóbrega (2007), que se
começou a utilizar algumas políticas para melhor desenvolver o turismo no estado.
Entretanto, o autor destaca o discurso sobre a Amazônia como “espaço vazio”, o
qual era utilizado pelo Governo Federal para ocupar a Amazônia por meio dos
Grandes Projetos, que foram utilizados como uma tentativa de buscar o equilíbrio de
alguns conflitos sociais em áreas densamente povoadas.

O governo federal brasileiro apresenta preocupação com a estrutura do


planejamento do desenvolvimento da região Amazônica, seja numa
perspectiva histórica de conquista, exploração e defesa do território, seja
nas mais recentes tentativas de desenvolver a região através de sua
inclusão, de fato, á nação brasileira. Após a implantação das políticas
públicas no Estado do Pará, comtempladas a partir dos planos de
desenvolvimento da Amazônia na década de 1970, o Estado passou a ser
planejado de acordo com documentos elaborados pela Superintendência de
Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) (1972) (NÓBREGA, 2007, p. 34).

Desta forma pode-se perceber que a ocupação realizada na Amazônia foi feita com
pouco planejamento e de forma desordenada, assim como também em muitos
estados do Brasil, sem ser levado em conta o potencial que a mesma teria para o
turismo.
32

É possível identificar que uma das primeiras tentativas de organização para a


Amazônia se deu através da criação da Superintendência do Plano de Valorização
Econômica da Amazônia (SPVEA) e também em 1953 com a criação do Instituto
Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA). Tudo isso, para que em 1966 fosse
criada a Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia.
A partir dos anos 70, com a forte influência da globalização, tecnologias e
comunicação, cria-se uma nova forma de organizar a produção e de organização
social, esta que passa a basear-se no conhecimento e na informação através dos
meios técnicos científicos e informacionais. Como consequência dessa nova forma
de organização percebe-se a instalação de várias empresas nacionais e
transnacionais com fortes perspectivas de lucro, onde estas desconheciam a
realidade dos locais no qual se instalavam.
Assim, a Amazônia, obrigada a acompanhar este desenvolvimento, sofre
uma intensa pressão política através dos militares, pois era gerenciada por eles
nesse momento, foi então que se começou a implantação dos Grandes Projetos
como se pode observar segundo Nóbrega (2007, p. 36):

Muitos foram os projetos implantados na Amazônia, com vistas á integração


de mercados, sob uma perspectiva macro do planejamento, exemplos são:
a construção dos grandes eixos rodoviários- Transamazônica e Perimetral
Norte - , os programas de colonização, o Polamazônia, os grandes projetos
industriais e hidrelétricos – Projeto Ferro Carajás, Albrás, Alumar, Mineração
Rio de Norte, Usinas de Tucuruí e Balbina, entre muitos outros.

Apesar destas grandes obras terem sido consideradas pelos militares a melhor
forma de desenvolvimento para a Amazônia, esses projetos foram muito criticados
devido a forma de implementação na região, principalmente pelo fato de terem
iniciado uma intensa devastação da riqueza mineral, da biodiversidade e da
diversidade cultural da floresta Amazônica.

A reestruturação do setor produtivo, com a falência do modelo fordista,


aliada aos processos de democratização, reforma do Estado e
descentralização das ações governamentais, redefiniu uma nova forma de
relacionamento entre Poder Público e a sociedade. Atualmente a
participação popular é a condição fundamental para a concepção de
Políticas Públicas que busquem diminuir as desigualdades através da
definição de estratégias adequadas, de construção de desenvolvimento
local sustentável, visando a melhoria das condições de vida das populações
socialmente menos favorecidas. E é nesses contexto que o turismo aparece
como uma das alternativas de desenvolvimento social, cultura e ambiental
dessas sociedades locais (NÓBREGA, 2007, p. 39).
33

Pode-se perceber que o turismo é uma atividade econômica e social muito


importante, pois se bem planejada e executada gera rendas e mercados, além de
uma boa infraestrutura turística para o local.
Ainda na década de 70 foi criado o primeiro Plano de Turismo da Amazônia
(PTA), mas específico no ano de 1977, a partir da criação desse plano se iniciou o
desenvolvimento das primeiras políticas de turismo na Amazônia, que futuramente
iriam subsidiar o desenvolvimento turístico entre os anos de 1980 e 1985.
Em 1992, foi elaborado o segundo PTA, pela SUDAM, em parceria com a
Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA) e o Banco da Amazônia
(BASA), este plano deveria vigorar até 1995 e tinha como objetivo superar as
barreiras existentes nesta época para que assim fosse efetivada de vez a atividade
turística na região amazônica.
Vale ressaltar a criação dos dois Planos de Desenvolvimento (PDA), o
primeiro criado e desenvolvido no período 1992 a 1995 e o segundo no período de
1994 a 1997, todos pela SUDAM. De acordo com Nóbrega (2007) é possível
perceber que existe uma forte similaridade entre eles, se não total. Esses planos se
encontram com objetivo em quatro políticas: ambiental, social-antropológica,
espacial e institucional, o que acabava evidenciando e deixando o turismo e o
ecoturismo em destaque, por isso essa política foi muito importante para o
desenvolvimento do turismo.

Outro fator importante na projeção das políticas regionais do turismo


acontece em 1991, quando da reestruturação da Embratur, que se faz
acompanhar da implementação de objetivos e diretrizes para a formulação
do que viria a ser a política nacional de turismo no período de 1996/1999. O
que se percebe é que, desde a criação da Embratur até o inicio da década
de 1990, a politica nacional de turismo restringiu-se “ a politica de incentivos
fiscais para a ampliação e melhoria de infra-estrutura hoteleira (NÒBREGA,
2007, p. 46)

A política de incentivos fiscais, que ocorreu no Brasil afetou direta ou indiretamente


as politicas regionais, tal qual essa de 1991, acima citada. Pode-se que ambas de
certa forma contribuíram para a mudança do cenário do turismo em várias regiões,
entre elas o Pará e sua capital Belém.
O Programa para o Desenvolvimento do Ecoturismo na Amazônia Legal
(PROECOTUR) foi desenvolvido entre os anos de 1970 e 1990, com muitos
resultados questionáveis devido às etapas que foram propostas no plano não terem
sido executadas. Porém, nas palavras de Nóbrega (2007, p. 99): “Apesar de o
34

Proecotur ser uma política voltada para a Amazônia Legal Brasileira, percebe-se que
as questões buscadas através de sua implementação relacionam-se diretamente
com a capital cearense, Fortaleza”. Pode-se perceber que esse programa vai além
do planejamento territorial voltado para o turismo, podendo ajudar outras regiões de
forma direta ou indireta se bem planejado, como no Caso do Ceará.
Ainda sobre o PROECOTUR é importante destacar que Amazonas e Pará
alcançaram uma maior aprovação de recursos, e de acordo com Nóbrega (2007, p.
115): “O primeiro porque detinha o conhecimento da atividade ecoturística, e o
segundo, porque detinha um maior número de atrativos históricos e culturais e
naturais”. Portanto, esse programa foi muito importante não só para diversificar, mas
também para fomentar o turismo e principalmente o ecoturismo no Estado do Pará.
Percebe-se ainda que o Pará possui uma forte vocação para o ecoturismo devido
sua rica flora, fauna, gastronomia e diversidade cultural.
De acordo com Carlos Rocque (2001), pode-se identificar que nos últimos dez
anos vem sendo organizada uma infraestrutura, a qual se faz necessária para o
crescimento econômico desejado. Essa infraestrutura pode ser percebida com a
criação do aeroporto internacional de Belém, rodovias, como a transamazônica, do
HANGAR, portos, etc. Além de incentivos por meio da SECULT-PA, através da
PARATUR, entre outros órgãos, que fomentam o turismo no estado.

Belém, nesse período, ganhou o Museu de Artes Sacra, teve a igreja de


Santo Alexandre recuperada, o Parque da Residência, a Estação das Docas
e o novo estádio estadual Edgar Proença, mais conhecido como
“Mangueirão”, que são pontos importantes de descontração e lazer e,
sobretudo, da geração de emprego e renda (ROCQUE, 2001, p. 283).

Com isso se percebe um grande fomento do turismo em Belém do Pará, além de


políticas que planejam esse turismo, começa também a se construir uma politica de
preservação dos atrativos para melhor atender aos turistas e até mesmo a
população autóctone. Além da organização da estrutura local, a construção das
eclusas de Tucuruí e a pavimentação das rodovias BR-230 (Transamazônica) e BR-
163 (Santarém - Cuiabá) contribuíram fundamentalmente para o desenvolvimento do
turismo no Pará.
Em 2004, entra em operação o projeto Sossego que se tornou um dos cinco
maiores produtores mundiais de cobre, além de outros quatro projetos
implementados com o objetivo de produzir minério pela Companhia Vale do Rio
35

Doce (CVRD). Sem contar que a quantidade de cobre presente em Carajás,


segundo Rocque (2001, p. 286) “são suficiente para tornar o Pará um dos maiores
produtores do mundo desse minério nos próximos 10 anos”.
A construção da Alça Viária foi também muito importante para o turismo, pois
ela começa a integrar todo o Estado do Pará e a impulsionar o entorno de Belém,
proporcionando aos municípios paraenses uma melhoria direta ou indireta na
qualidade de vida, infraestrutura, entre outros.
Não se pode deixar de destacar outro marco também muito importante para o
Estado do Pará, a criação da PARATUR na década de 70 que durante muito tempo
buscou divulgar, articular e fomentar o turismo no estado. Em 2011 foi criado o
Sistema de Gestão do Turismo (SEGETUR), que inclui a SETUR, pelo então
governador da época, Simão Jatene, assim como a criação do Fórum de
Desenvolvimento Turístico do Estado do Pará (FOMENTUR). Após a criação destes
órgãos, foram redistribuídas todas as atribuições que eram de exclusividade da
PARATUR, e estas passaram a ser articuladas juntamente com a sociedade civil
organizada e iniciativa privada em relação ao turismo. A partir de então a PARATUR
passa a ter uma nova atribuição, a de promover, divulgar e executar estratégias de
marketing turístico.
Outro fator que ajudou no avanço do turismo, ou pelo menos impulsionou
sua melhoria, foi a divisão do Estado do Pará em Polos Turísticos, com isso se
tornou possível avaliar melhor o potencial turístico de acordo com a situação real de
cada localidade do estado, ou pelo menos as principais. Assim, tornou-se possível
planejar ações que ajudassem a desenvolver o tipo de turismo considerado ideal
para cada região de acordo com a divisão em seis polos Turísticos, a saber, Pólo
Xingu, Pólo Tapajós, Pólo Amazônia Atlântica, Pólo Marajó, Pólo Belém e Pólo
Araguaia - Tocantins.
O Pólo Xingu, como se pode observar (na figura 2), é composto pelos
municípios de Altamira, Anapu, Brasil Novo, Gurupá, Medicilândia, Pacajá, Placas,
Porto de Moz, Senador José Porfírio, Uruará e Vitória do Xingu . Onde Altamira leva
créditos de destaque turístico pelo seu potencial para o turismo.
36

Figura 2 ̶ Mapa do Pólo Turístico do Xingu

Fonte: Rodrigo Moreira, 2013.

O segundo Pólo é o Tapajós, como se pode identificar (na figura 3). É


possível observar que os Municípios que fazem parte deste pólo se encontram
localizados na Região do Baixo Amazonas e na Região do Tapajós, os quais são:
Alenquer, Almeirim, Aveiro, Belterra, Curuá, Faro, Itaituba, Jacareacanga, Juruti,
Monte Alegre, Novo Progresso, Oriximiná, Óbidos, Prainha, Rurópolis, Santarém,
Terra Santa e Trairão, onde são destacados como uma prioridade pelo seu potencial
turístico Santarém, Belterra e Oriximiná.

Figura 3 ̶ Mapa do Pólo Turístico do Tapajós

Fonte: Rodrigo Moreira, 2013.

O Pólo Amazônia Atlântica, que é possível observar (na figura 4), é


constituído dos municípios da Região Guamá, do Rio Capim e do Rio Caeté, sendo
37

compostos por: Abel Figueiredo, Augusto Corrêa, Aurora do Pará, Bonito, Bragança,
Bujaru, Cachoeira do Piriá, Capanema, Capitão Poço, Castanhal, Colares,
Concórdia do Pará, Curuçá, Dom Eliseu, Garrafão do Norte, Igarapé-Açu, Inhangapi,
Ipixuna do Pará, Irituia, Magalhães Barata, Maracanã, Marapanim, Mãe do Rio,
Nova Esperança do Piriá, Nova Timboteua, Ourém, Paragominas, Peixe-Boi,
Primavera, Quatipuru, Rondon do Pará, Salinópolis e Santa Isabel do Pará.

Figura 4 ̶ Mapa do Pólo Turístico da Amazônia Atlântica

Fonte: Rodrigo Moreira, 2013.

O Pólo Marajó, como se pode observar (na figura 5), é formado pelos
municípios da Região do Marajó, dentre as quais pertencem Afuá, Anajás, Bagre,
Breves, Cachoeira do Arari, Chaves, Curralinho, Melgaço, Muaná, Ponta de Pedras,
Portel, Salvaterra, Santa Cruz do Arari, São Sebastião da Boa Vista e Soure, onde
entre estes são considerados prioritários Soure, Salvaterra e Ponta de Pedras,
devido ao potencial turístico que estes possuem.
38

Figura 5 ̶ Mapa do Pólo Turístico do Marajó

Fonte: Rodrigo Moreira, 2013.

O Pólo Belém, como se pode identificar (na figura 6), é formado pelos
Municípios que fazem parte da Região Metropolitana, entre eles se encontram:
Ananindeua, Belém, Benevides, Marituba e Santa Bárbara do Pará, onde se pode
observar que Belém se torna prioritário pelo seu potencial turístico.

Figura 6 ̶ Mapa do Pólo Turístico de Belém

Fonte: Rodrigo Moreira, 2013.

E por fim, mas não menos importante, o Pólo Araguaia - Tocantins, como se
pode observar (na figura 7), dentre no qual se encontram os municípios da Região
Araguaia, de Carajás, de Tocantins e do Lago de Tucuruí, integram este Pólo:
Abaetetuba, Acará, Água Azul do Norte, Baião, Bannach, Barcarena, Bom Jesus do
39

Tocantins, Brejo Grande do Araguaia, Breu Branco, Cametá, Canaã dos Carajás,
Conceição do Araguaia, Cumaru do Norte, Curionópolis, Eldorado dos Carajás,
Floresta do Araguaia, Goianésia do Pará, Igarapé-Miri, Itupiranga, Jacundá, Limoeiro
do Ajuru, Marabá, Mocajuba, Moju, Nova Ipixuna, Novo Repartimento, Oeiras do
Pará, Ourilândia do Norte, Palestina do Pará, Parauapebas, Pau d'Arco, Piçarra,
Redenção, Rio Maria, Santa Maria das Barreiras, Santana do Araguaia, Sapucaia,
São Domingos do Araguaia, São Félix do Xingu, São Geraldo do Araguaia, São
João do Araguaia, Tailândia, Tucumã, Tucuruí e Xinguara. Como se pode observar
é o maior Pólo turístico em termos de extensão territorial, dentro os quais Conceição
do Araguaia, Marabá, Parauapebas, Tucuruí, Cametá e Barcarena, são os
prioritários para o turismo deste Pólo.

Figura 7 ̶ Mapa do Pólo Turístico de Araguaia - Tocantins

Fonte: Rodrigo Moreira, 2013.

Com isso, é possível perceber que o turismo no Estado do Pará já sofreu


grandes conquistas, grande parte presente em sua capital Belém, porém pode-se
identificar ainda um forte descaso com a mesma, devido a falta de saneamento,
estradas mal pavimentadas, transportes precários, falta de sinalização turística,
dentre outros investimentos. Apesar das várias políticas ainda se percebe um
descaso com a realidade de cada município, por isso foram criados e
implementados os Polos Turísticos, para amenizar as mazelas existentes em cada
uma dessas localidades, por meio de um planejamento sólido e concreto, que
finalmente saísse do papel e ajudasse as localidades que possuem potencial
turístico. Desta forma, não basta somente criar políticas, planos, programas e
40

projetos, faz-se necessário articular todos estes com os órgãos responsáveis por
cada estado, cidade ou município, para que assim, a população local tenha uma
melhor qualidade de vida e por consequência passe a oferecer um turismo de
qualidade para os visitantes.

3 UM BREVE HISTÓRICO SOBRE OS EVENTOS

Percebe- se que desde o surgimento da humanidade ocorrem os encontros


entre os homens, pois de acordo com Canton (2002) e Matias (2010), os seres
humanos já se reuniam para discutir sobre caça, pesca e atividades de guerra, onde
os quais também definiam os locais para estas reuniões. Além disso, pode- se
identificar que as civilizações antigas já se deslocavam para outras regiões e se
reuniam para conversar sobre diversos assuntos, devido á todos os argumentos
apresentados percebe-se que neste período já se realizavam eventos, isso pode ser
confirmado de acordo com Albuquerque (2004, p. 22):

De acordo com pesquisas feitas por Adriana C. Gonçalves e Érica G.


Cattinne (2002, p. 01), a história dos eventos é algo bem difícil de estudar,
pois há muitas contradições entre os autores que falam a respeito do
assunto. Alguns consideram o primeiro grande evento histórico a Santa
Ceia, porém analisando- se profundamente, ainda na pré- história já ocorria
eventos de uma forma muito primitiva. O ato dos homens das cavernas se
reunirem para praticar rituais religiosos e comemorações, já podia ser
considerado um evento, pela própria estrutura que consistiam esses atos.
Mas o que mais interessa, neste caso, são os fatos históricos e curiosidades
relacionadas à área de eventos. Pois a partir deles é mais fácil compreender
a evolução do setor.

Devido á este conflito de informações sobre quando se iniciaram os eventos ou


quando surgiram, é possível perceber que estes realmente começaram com o
surgimento da sociedade e vieram acompanhando o desenvolvimento da mesma,
não se pode afirmar ao certo qual foi o primeiro evento realizado, mas se sabe que
eles iniciaram juntamente com a formação da sociedade.
De acordo com (MATIAS, 2010, p.03) “Os primeiros registros que
identificaram esses deslocamentos, que podem ser considerados como origens do
Turismo, mais especificamente do Turismo de Eventos, foram os primeiros Jogos
Olímpicos da Era Antiga, datados de 776 a.C.”, pode- se identificar que para a
autora o primeiro evento realizado à nível mundial, foram os Jogos Olímpicos,
citados anteriormente, os quais se tornaram um dos eventos mais famosos e
41

importantes, sendo reflexo de um marco histórico para o Turismo de Eventos.


Devido ao grande sucesso desses Jogos Olímpicos de Olímpia, acabou servindo de
exemplo para que outras cidades Gregas também começassem a organizar seus
próprios jogos e demais eventos.
Não se pode deixar de destacar também que em 500 a.C. foram descobertas
as Festas Saturnálias, um outro evento tão importante quanto os Jogos Olímpicos,
pois é destas festas que derivam o famoso Carnaval.
O primeiro Congresso, outra tipologia de evento, segundo (MATIAS, 2010, p.
04) “aconteceu em 377 a.C. em Corinto [...] reuniu todos os delegados das cidade
gregas, que elegeram Felipe o generalíssimo da Grécia nas lutas contra a Pérsia”,
com isso é possível perceber que os eventos foram e continuam sendo mecanismos
importantes para a articulação de pessoas sobre um determinado assunto.
Em 56 a.C., ocorreu o Conferência de Luca, sendo considerado o último
evento da Idade Antiga. O evento alcançou seu objetivo, que era a reconciliação
entre Crasso e Pompeu, os quais anteriormente eram rivais e após o evento se
tornaram aliados.
Após o declínio da civilização Antiga e com o surgimento do Cristianismo,
este que por sua vez, buscava o apoio dos cristões do Império, porém nem todos
apoiavam a busca pelo poder e acumulação ou aumento de riquezas da igreja. Após
esta discussão sobre o histórico dos eventos na civilização antiga pode- se destacar
segundo Matias (2010), estes eventos contribuíram para o desenvolvimento do
Turismo e do Turismo de Eventos, influenciando direta e indiretamente na
hospitalidade, infraestrutura e para o surgimento dos primeiros espaços destinados
para a realização dos eventos.

Os eventos são acontecimentos que possuem suas origens na Antiguidade


e que atravessam diversos períodos da história da civilização humana,
atingindo os dias atuais. Nessa trajetória, foram adquirindo características
econômicas, sociais e políticas das sociedades representativas de cada
época (MATIAS, 2010, p. 04).

Com isso pode- se observar que os números de eventos cresceram e foram se


adaptando e moldando de acordo com a necessidade e realidade de cada época até
chegar aos dias atuais.
Já na Idade Média, os eventos tiveram características bem definidas, tais
como: religiosidade e atividades comerciais, as quais eram desenvolvidas próximos
42

de castelos e mosteiros. A Idade Média foi um período de pouca expressão para o


Turismo de Lazer, devido a forte insegurança que se fazia presente nas estradas,
porém, neste momento também se teve aspectos promissores, com o surgimento do
Guia de Estradas de Charles Estiene (1552), que continha informações turísticas,
roteiros e impressões sobre viagens e a publicação Of Travel, de Francis Bacon
(1612) que continham orientações para os viajantes.

Para o Turismo de Eventos, a Idade Média foi bastante significativa, pois


praticamente plantou as bases para o desenvolvimento desse tipo de
turismo. Foi marcada por uma séria de eventos religiosos e comerciais, que
causaram o deslocamento de um grande número de pessoas, como
membros do Clero, mercadores e outros (MATIAS, 2010, p. 05).

Percebe- se então que a Idade Média ajudou a fortalecer o Turismo de Eventos, que
vêem crescendo até hoje nacionalmente e internacionalmente.

No que se refere à área de eventos, a conquista de referências em


desenvolvimento tecnológico e científico, a profissionalização e as
estruturas do setor são alguns dos fatores para o crescimento do segmento.
Aliam-se a esses fatores as opções de lazer relacionadas à diversidade dos
recursos naturais e culturais. Esse desenvolvimento pode ser exemplificado
com o crescimento do setor de feiras, uma excelente ferramenta na
comercialização de produtos. As maiores e mais significativas feiras
comerciais da América do Sul estão sediadas no Brasil, em especial
aquelas referentes aos produtos nos quais o país possui liderança (BRASIL,
2010, p. 13).

Não se pode deixar de explicar sobre as Feiras, outra modalidade de evento, as


quais eram locais de trocas comerciais e também foram as grandes precursoras do
turismo de Eventos, e não é para menos, que hoje ainda se tem este tipo de evento
com características e objetivos um pouco diferentes. Chegaram a ser consideradas
uma das formas de comércio mais importantes da Idade Média, onde se pode
destacar segundo Canton (2002) e Matias (2010) que as Feiras mais antigas eram
da região de Champagner, na França desde 427.
Com o declínio da Idade Média, as pessoas retomaram o espírito
investigativo, estimulando novamente o deslocamento dessas pessoas, entre eles,
vários artistas, músicos, etc., que viajavam para demonstrar seu trabalho, adquirindo
assim, uma expressiva experiência profissional e como consequências acabavam
conhecendo vários locais.

Outras realizações da época que proporcionaram o surgimento do Turismo


foram o aparecimento de meios de hospedagem – albergues ou estalagens
– e a melhoria das condições de viagens, quando as carruagens passaram
43

a oferecer maior conforto e segurança aos passageiros (MATIAS, 2010, p.


06).

Com isso, percebe- se que essas novidades acabaram movimentando mais o fluxo
de pessoas que viajavam, proporcionando para o Turismo de Lazer e de Eventos
maiores ganhos, sem contar que estas passaram a ser bem mais confortáveis.

Os deslocamentos realizados com finalidades comerciais e para


participação em eventos ocorrem desde as antigas civilizações. Tornaram-
se comuns a partir da Revolução Industrial, quando as viagens tomaram
grande impulso, facilitadas principalmente pelo aprimoramento dos meios
de transporte e de comunicação. A globalização e a formação de blocos
econômicos são alguns dos fatores que configuraram um movimento
internacional sem precedentes, que contribuíram para a efetivação de
transações e relacionamentos de caráter comercial, bem como a realização
de eventos com finalidades e interesses diversos (BRASIL, 2010, p. 13).

Com o avanço da Revolução Industrial que transformou vários setores como a


economia, entre outros. Com o turismo também não foi diferente, pois essas
mudanças causaram grandes transformações nas áreas da comunicação e
transportes, entre os quais o turismo depende tanto de forma direta quanto indireta,
todas essas mudanças impulsionaram na criação ou surgimento de novos tipos de
eventos, como os científicos e técnicos, como se pode perceber segundo Brasil
(2010, p. 13- 14):

Dentre os eventos técnicos e científicos, vários fatores contribuíram para o


seu desenvolvimento: a profissionalização do setor, o crescente
investimento na infra-estrutura turística e de eventos - em especial a
construção de centros de eventos e modernização dos aeroportos,
propiciando aumento do fluxo de vôos -, a qualificação da prestação de
serviços, a multiplicação e capacitação dos Convention & Visitors Bureaux
(CVBx), além das opções de lazer relacionadas à diversidade dos recursos
naturais e culturais.

Pode- se perceber que estes tipos de eventos também contribuíram para o


fortalecimento e desenvolvimento do Turismo de Eventos, pois proporcionaram
fortes investimentos na área do turismo e consequentemente para o Setor de
Eventos, assim como também para a construção de uma infraestrutura muito
importante capaz de sediar grandes eventos , os Centros de Eventos, já que estes
vêem crescendo muito ao longo dos anos e outro para transportar as pessoas e
movimentar o fluxo turístico os Aeroportos.
Foi somente no século XIX, com a organização da ida de um grupo de
pessoas para participarem de um Congresso, que o Turismo e o Turismo de Eventos
se articularam como uma atividade organizada o que acaba refutando o pensamento
44

que foram somente com os eventos técnicos e científicos que haviam proporcionado
o desenvolvimento do turismo.
O turismo que se iniciou nas feiras da Idade Média, se tornou uma atividade
organizada somente no século XIX, para que então no século XX viesse á se
consolidar como uma atividade econômica e social. Ainda no século XX, com o
surgimento dos automóveis, causou um forte impulso ao turismo e logo em seguida
foram os aviões, que por consequência encurtaram as distâncias e o tempo de
viagem, proporcionando também conforto e segurança. Por isso, todas as
facilidades proporcionadas pela Revolução Industrial, em meio a transportes,
facilidades para comercialização de bens e serviços turísticos foram molas
propulsoras para o desenvolvimento do Turismo e do Turismo de Eventos.
É possível perceber que após o processo de globalização os eventos
assumiram um perfil diferenciado, buscando agregar as tecnologias a favor de
benefícios para seus eventos, entre estes pode se destacar uma maior agilidade
com sistemas de credenciamento, tickets de eventos e shows sendo
comercializados através de sites na internet, uma divulgação em massa de eventos
nas redes sociais, entre outros.
Segundo a International Congress and Convention Association (ICCA) e
Matias (2007) entre 2004/ 2005 foram realizados 5.283 (cinco mil, duzentos e oitenta
e três) eventos internacionais no Mundo, onde é possível perceber que houve um
crescimento de 9,98% em relação ao período de 2002/ 2003, como se pode
observar (no quadro 1). Com isso o setor de eventos vem crescendo muito devido
aos avanços tecnológicos e a incorporação de novas tecnologias no mercado de
eventos.

Quadro 1 – Evolução do número de eventos no mundo no período de 1998 a 2005.

PERÍODO NÚMERO DE EVENTOS (%) TAXA DE CRESCIMENTO


1988/1989 4.385 0,0
1990/1991 4.840 10,3
1992/1993 5.191 7,2
1994/1995 5.145 -0,8
1996/1997 5.687 9,5
45

1998/1999 5.583 -1,8


2000/2001 4.395 -21,2
2002/2003 4.804 9,3
2004/2005 5.283 9,9
Fonte: ICCA, 2006a Apud Matias, 2007, p. 52.

Segundo Matias (2007, p. 52) pode se observar também que “A década de 1990
iniciou-se apresentando taxa de crescimento de 10,3% no número de eventos em
relação aos anos de 1980”, fica bem explicito a expansão e o crescimento dos
eventos designados como modernos no mundo, sendo assim eles merecem todo o
cuidado em relação ao seu planejamento, pois eles começam a projetar cada vez
mais a imagem, o marketing e a venda do local sede. Devido a estas mudanças
após o século XXI, pode se identificar que os eventos começaram a ter uma
percepção mais holística, tendo a visão do todo e não só de uma parte em relação
aos eventos, onde neste caso o todo seria o local sede e a parte seria o evento
isolado, passaram assim a planejar não só para que as pessoas pudessem
participar do evento, mas também para que elas permanecessem no local sede do
evento para desfrutar dos atrativos turísticos do local, buscando parcerias com as
agencias de viagens com pacotes de roteiros diferenciados, hospedagens com
preços mais em conta, entre outros.

3.1 O Setor de Eventos no Brasil

O surgimento dos Eventos e do Turismo de Eventos no Brasil de acordo com


o Ministério da Indústria e do Comércio (MIC) e com Matias (2010) se iniciou antes
da chegada da Família Real ao Brasil, pois já aconteciam alguns eventos,
designados de feiras, semelhantes com as que ocorriam na Idade Média.
Geralmente, essas feiras eram em locais abertos, cada comerciante tinha sua
barraca para comercializar seus produtos, sendo que a maioria acontecia aos
domingos ou em dias santos, os quais se comemoravam dias religiosos.
Segundo Matias (2010), a feira mais conhecida e famosa e que mais se
parecia com as feiras da Idade Média era a do Largo da Glória, que se localizava no
Rio de Janeiro, onde após alguns anos se deu origem a um mercado.
46

No Brasil segundo Matias (2010, p. 35) “o primeiro evento do qual se tem


conhecimento, ocorrido em espaço destinado á realização de eventos, foi um Baile
de Carnaval em 7 de fevereiro de 1840” um evento social que reunia pessoas em
busca de lazer e/ou entretenimento. Já em relação aos outros tipos de eventos,
como exposições, pode-se perceber que segundo Matias (2010, p. 35) foi somente:

Em dezembro de 1861, no prédio da Escola Central do Largo de São


Francisco no Rio de Janeiro, o Brasil realizou sua primeira Exposição
Nacional, que era uma prévia, isto é, seriam escolhidos os produtos que
iriam participar da Exposição Internacional de 1862, em Londres.

Com isso, é possível identificar que o Brasil já tinha um potencial muito grande para
eventos, sendo uma área promissora que poderia movimentar de forma significativa
e economia do país sendo até capaz de organizar e sediar eventos de grande porte,
como acontece no ano desta pesquisa com a Copa do Mundo 2014 e com outro
evento que ainda irá ocorrer as Olímpiadas de 2016. As exposições, em relação ao
baile de carnaval considerado um evento social, demoraram mais de vinte anos para
serem realizadas no Brasil, tornando- se após isso tipos de eventos muito
importantes para o Brasil.
No período de 1886 a 1881, o mercado de eventos foi marcado por pelas
exposições que aconteciam no Rio de Janeiro e em São Paulo, que por sua vez
impulsionaram o Brasil para organizar os famosos eventos técnicos e científicos,
mesmo sem o país ter experiência na organização e logística desse tipo de evento.
Isso se deve a organização das Exposições Nacionais preparativa das Exposições
Internacionais, como a Exposição Universal de Paris (1867), Exposição Universal
Colombiana de Chicago (1893), entre outras.

O Brasil, porém, só se firma mesmo como organizador de feiras em 1922,


quando realiza no Palácio de festas, no Rio de Janeiro, a Exposição
Nacional do Centenário, evento esse que tinha por objetivo comemorar o
Centenário da Independência do Brasil. Vários outros acontecimentos
paralelos ocorreram em outros espaços, como na Escola Nacional de Belas
Artes.

Todas essas exposições realizadas no Rio de Janeiro se tornaram um grande marco


para o Turismo de Eventos do Brasil, entretanto foi com a realização e consolidação
destas Feiras em 1922 no país que o mesmo deu um grande passo para começar a
desenvolver melhor e de forma mais organizada o Turismo de Eventos.
47

Com a inauguração do Hotel Copacabana Palace, em 1923, esse passou a


sediar diversos tipos de eventos, mudando um pouco do cenário de eventos no
Brasil, pois recebia um número significativo de participantes, isso contribuiu de forma
direta e indireta para o crescimento do Turismo e do Turismo de Eventos no Brasil.
Na Segunda Guerra Mundial, pode se perceber uma forte estagnação
econômica que afetou todos os setores que forma direta ou indireta ofereciam
produtos e serviços, o turismo era um deles, porém a está Guerra também foi muito
promissora para o setor da Hotelaria no Brasil, pois foi nesse período, entre a
década de 1930 e início de 1940 que começou a inauguração de vários hotéis , e
que assim como o Hotel Copacabana Palace também começaram a sediar eventos,
aumenta de forma significativa o número de eventos realizados no país. Após o final
da Guerra, a economia retorna com todo vapor e o ramo de eventos vem
acompanhando esse crescimento, com isso e devido ao aumento do número de
eventos inicio o processo de construção e/ou adaptação de espaços específicos
para sediar feiras, reuniões, entre outros.
Devido também a inauguração do Estádio do Maracanã que aconteceu em
paralelo com a Copa do Mundo, atraindo assim um numero expressivo de pessoas
durante a realização desse evento, o que acabou tornando o turismo uma atividade
cada vez mais organizada.
Cabe destacar, que foi com o I Congresso Brasileiro de Agências de Viagens,
que ocorreu em São Paulo em 1950 que se pôde observar também o crescimento
do Turismo e do Turismo Nacional, diante de tudo isso, percebeu-se um crescimento
considerado de eventos no Brasil.
É possível perceber que o número de eventos voltados para a área do turismo
começa a crescer, porém é somente após a criação da EMBRATUR, em 1967, que
se realiza no Rio de Janeiro o Encontro Nacional de Turismo, o Salão do Automóvel
em São Paulo e também o Encontro Nacional dos Bacharéis e Estudantes de
Turismo, os quais de certa forma foram propulsores para que no início do terceiro
milénio se começasse a estimular no Brasil o Turismo e consequentemente o
Turismo de Eventos.

[...] o Brasil vem se posicionando tanto como um destino para a efetivação


de negócios como para a realização de eventos. Como um destino de
negócios, o Brasil vem se posicionando por conta do seu desenvolvimento
industrial e respectivos produtos, tanto para exportação, como para a
comercialização interna. Destacam-se as áreas de agropecuária,
48

telecomunicações, biotecnologia, meio ambiente, finanças, moda, calçados,


jóias, têxteis, alimentação, plásticos, materiais de construção, aviação,
finanças e do artesanato, entre outras (BRASIL, 2010, p. 13).

Com isso o segmento de eventos veio crescendo e se adaptando a realidade do


Brasil, passando assim a construir os Centros de Eventos e os Centros de
Convenções que iniciaram um intenso processo de captação de eventos para o seus
destinos turísticos até os dias atuais.

O País tem atraído muitos eventos internacionais e, em três anos (2002 a


2005), passou da 21ª para a 11ª posição do ranking dos países que mais
realizam eventos internacionais segundo os critérios da International
Congress and Convention Association (ICCA). Por sua vez, alcançou a 8ª
colocação no ranking 2005 por número de participantes, obtendo a melhor
classificação entre os países da América Latina e a segunda posição nas
Américas. Nos rankings de 2008 e 2009, o país conquistou e permaneceu
na 7ª colocação entre os países que mais realizam eventos internacionais.
Assim, evidencia-se o fortalecimento do setor e da credibilidade do País na
captação de eventos e negócios (BRASIL, 2010, p. 14).

Não é a toa que o segmento de Turismo de Eventos vem mudando o cenário


econômico do Brasil, e a cada dia se torna um pais mais expressivo em número de
eventos organizados e sediados pelo país, que pode se perceber bem em números
desde o ano de 2002 a 2005, passando da 21ª posição para 11ª, por isso o
planejamento continuo e de longo prazo se faz de extrema importância nesse setor
que a cada dia vem crescendo mais e se mostra se uma atividade muito
diferenciada para economia do Brasil.

Grandes eventos esportivos são oportunidades únicas para o turismo de


qualquer país que os recebe. Com a realização, em um curto período de
tempo, da Copa do Mundo, em 2014 e dos Jogos Olímpicos, em 2016, o
Brasil – que já é líder na América do Sul e um dos destinos emergentes no
mundo na realização de eventos internacionais - ganha condições de atingir
um novo patamar na sua promoção como destino turístico global. Para
ampliar essas conquistas, a EMBRATUR definiu estratégias, metas e
objetivos de marketing internacional do turismo brasileiro e ações a serem
implementados na próxima década, reunidos no Plano Aquarela 2020 –
Marketing Turístico Internacional do Brasil (BRASIL, 2010 , p. 87)

O Turismo de Eventos no Brasil se encontra em um bom momento e ainda tem


muito para crescer, desde que seja bem planejado e organizado, é claro que ainda
falta bastante para o país se tornar um exemplo para os outros países
subdesenvolvidos, mas não se pode negar que sendo sede da Copa do Mundo de
2014 e futuramente dos Jogos Olímpicos em 2016, teve forte visibilidade no mundo
e com isso estes eventos estimularam as pessoas a visitarem o país, movimentando
49

todo o trade turístico de vários estados do Brasil, assim como se pode perceber
também (na figura 8) abaixo:

Figura 8 – Razão da viagem anterior ao Brasil em 2014.

Fonte: ABEOC, 2014.

Com isso, é possível perceber e reforçar o crescimento do setor de eventos no


Brasil, já que 59,8% das pessoas já haviam viajado para o Brasil para participar de
eventos ou a negócios.
Como se pode perceber também de acordo com Brasil (2013, p. s.p):

A Copa das Confederações e a Copa do Mundo alavancaram o mercado de


grandes eventos do Brasil. É o que apontam os dados da 9ª Pesquisa Anual
de Conjuntura Econômica do Turismo (PACET), realizada pela Fundação
Getúlio Vargas. Segundo a pesquisa, as empresas organizadoras de
eventos cresceram 23,3% no ano passado, aparecendo à frente de
agências de viagem (21,9%) e promotores de feiras (14,9%). O crescimento
é resultado da exposição do Brasil em outros países, devido aos eventos
esportivos.

O número de empresas de eventos vem crescendo, pois se percebe neste mercado


um forte poder de crescimento e desenvolvimento que vem sendo demonstrando
desde 1970 até os dias atuais, com isso os empreendedores começam a apostar
cada vez mais neste segmento do turismo.

Nos últimos oito anos, o número de eventos internacionais aumentou de 28


para 360. Com isso, o País apresentou o quinto maior crescimento na
captação de eventos internacionais no ano passado, se comparado a 2011,
50

superando o aumento em relação à Itália, França, Alemanha e Reino Unido


(BRASIL, 2013, p. s.p.).

O crescimento expressivo do Turismo de Eventos no Brasil é bem significativo, pois


pode se perceber este crescimento de acordo com número de eventos realizados,
principalmente os eventos internacionais que passaram de 26 para 360, superando
países considerados de primeiro mundo, ou desenvolvidos, como é o caso da
Alemanha, Itália, França etc.

Quadro 2 – Permanência e motivo da viagem dos turistas estrangeiros ao Brasil.

PERMANÊNCIA MOTIVO DA VIAGEM (%)


ANO MÉDIA EM DIAS

TURISMO NEGÓCIOS CONGRESSOS OUTROS


1987 14,92 77,5 17,7 3,7 1,1
1988 16,75 77,7 18,1 3,2 1,0
1989 15,53 78,8 14,8 2,5 3,9
1990 14,50 74,5 18,8 3,7 3,0

1991 16,06 74,4 18,4 3,7 3,5


1992 13,51 72,6 21,4 2,9 3,1

1993 13,06 75,3 18,0 3,8 2,9

1994 13,86 76,3 19,4 2,9 1,4

1995 13,10 69,5 22,0 4,9 3,6


1996 13,16 67,2 24,6 4,1 4,1
1997 12,90 65,3 28,3 4,3 2,1
1998 13,30 71,8 22,7 4,0 1,6
1999 14,00 77,6 18,1 3,1 1,2
2000 12,06 57,0 23,4 4,4 1,0
2001 12,20 55,5 24,3 5,9 2,2
2002 14,00 51,2 28,3 (*) 2,5
2003 13,50 53,9 26,0 (*) 0,9
2004¹ (-) 48,5 28,7 (*) 22,8
51

2005 (-) 44,4 29,1 (*) 26,5


Fonte: EMBRATUR, 2003- 2004 Apud Matias, 2007, p. 67.
(-) Dados não disponíveis.
(*) A partir de 2002, os dados referentes congressos passaram a ser somados com negócios.
¹ A partir de 2004, a EMBRATUR modificou o método de pesquisa de demanda turística, por isso a
diferença gritante de valores na motivação outros.

Se torna possível avaliar (o quadro 2) de acordo com Matias (2007, p. 67):

A partir de 1995, após a implantação do Plano Real, o número de turistas


que chegaram ao pais a turismo de lazer sofreu um decréscimo, enquanto o
número de turistas que vieram para participar de eventos apresentou um
crescimento bastante expressivo, ou seja, de 1994 para 1995 sofreu
acréscimo de 81,5% e tem mantido, nos últimos anos, uma média de
crescimento anual de 10,5%.
Em 1998 e 1999, o número de turistas que vieram ao país a lazer voltou a
crescer, enquanto os demais tipos apresentaram quedas bastante
consideráveis. A partir de 2001 esse quadro inverteu-se, os turistas a lazer
diminuíram e os outros tipos mostraram aumento.

Com isso, pode se observar que o setor de eventos no Brasil vem se intensificando
bastante desde a década de 90, por isso essa atividade merece um planejamento
especial, pois o Turismo de Eventos ajuda não só a mudar uma realidade de um
local, mas também de vender a imagem do mesmo, e agregado á tudo isso está o
avanço das tecnologias após a Revolução Industrial.
Os eventos acompanharam as mudanças proporcionadas pelo meio técnico
científico e informacional, ficando isso em maior evidencia no século XXI. As
empresas começaram a perceber que o mercado se tornou algo cada vez mais
competitivo e passaram a buscar estratégias de articulação para realizar seus
eventos, entre estas pode se destacar a busca de patrocinadores por meios de cotas
de patrocínio que a empresa planeja e vende para empresas de acordo com o
objetivo de seu evento, busca por parcerias de impressão de materiais gráficos de
divulgação do evento, a inserção da tecnologia para agregar valor ao evento, como
a divulgação em massa dos eventos por meio das redes sociais, entre outros.
Como se pode observar a informática pode agregar grandes mudanças nos
eventos desde que seja usada corretamente, como se pode perceber segundo
Canton (2004, p. 324):

Utilizar a informática de forma racional dentro dos eventos é antes de tudo


maximização do tempo, aumento da qualidade, incentivo á produtividade,
52

redução de custos, confiabilidade nos dados processados, praticidade de


operação do evento e do processo de decisão.

É possível perceber o uso das tecnologias que vieram somar qualidade nos serviços
prestados nos eventos, devem ser usados também de forma planejada e racional,
para que assim possam levar os benefícios esperados pelos planejadores.
Agregado a essa era de inovações tecnológicas, se identificou uma
intensificação do Turismo de Negócios, onde as empresas investem em viagens
para seus funcionários, para captar eventos, fechar contratos, captar parcerias para
a empresa e até mesmo como bonificação pelos seus serviços a participação em
eventos de capacitação ou viagens de lazer.
De acordo com Melo Neto (2000, p. 111) a mudança no setor de eventos se
da pelo fato de que:

Os eventos são, atualmente, a mais nova forma de “alavancagem” de


qualquer negócio profissional. Sem novos eventos não se atrai público.
Consequentemente, não há vendas, não há promoção de marcas ou
produtos nem diversão, para ninguém. Enfim, nada se faz sem eventos. Os
eventos tornam- se elementos de transformação social, de aculturação, de
educação, conscientização e mobilização de massas, além de serem os
maiores e melhores geradores de conteúdo para a mídia. Os eventos criam,
recriam, inovam e reinventam. Não são mais simples fatos, mas
acontecimento e agentes transformadores de toda a sociedade.

Pode se identificar que os eventos atualmente assumiram uma nova “roupagem”,


algo bem mais contemporâneo e inovador, capazes de movimentar com um único
evento vários setores e segmentos da economia de uma localidade. Este que não só
vende a imagem do local, mas que principalmente gera renda para os setores
envolvidos direta ou indiretamente no evento, por isso se tornam importantes se
realizar parcerias para oferecer serviços com uma maior qualidade para os
participantes e/ou clientes destes eventos.
Ainda se pode crescer e desenvolver melhor está área de eventos no Brasil,
porém se necessita de um intenso planejamento de médio a longo prazo, melhores
infraestruturas nas estradas, aeroportos, hotéis mais baratos, melhor atendimento,
conforto e qualidade na alimentação e todos os setores que são movimentados pelo
turismo.
53

3.2 O Setor de Eventos no Estado do Pará

É difícil descrever quando se iniciou o Turismo de Eventos no Estado do Pará,


devido à carência de pesquisas e materiais na área que subsidiem informações a
cerca deste assunto.
Com isso, se torna possível realizar apenas um recorte de alguns períodos
onde os eventos ficaram marcados na história do Estado do Pará de acordo com
pesquisas realizadas para este trabalho.

Até meados do século XIX, a área interior da província do Grão-Pará


(especialmente a que veio a constituírem 1850, a província do Amazonas)
permaneceu relativamente isolada de outras partes do país e de outros
países. O acesso era limitado tanto pelas dificuldades técnicas, como pela
política imperial, restritiva á livre navegação. Entre os anos de 1850 e 1870,
medidas do governo central alteraram este quadro de isolamento e de
ausência de iniciativas em relação ao vale do Rio Amazonas, destacando-
se a constituição de uma unidade administrativa, a introdução da navegação
a vapor na bacia do Amazonas e a abertura do rio principal a embarcações
de todos os países (DAOU, 2004, p. 12).

É possível perceber o turismo de eventos no Estado do Pará teve seu início,


provavelmente, com a introdução da navegação e consequentemente trocas
comerciais, negociações, o qual hoje passou a ser chamado de turismo de negócios,
tudo isso mesmo antes de se ter espaços para receber esses tipos de eventos, os
quais eram realizados sem as pessoas terem conhecimento.
Com as inovações tecnológicas, e a utilização do navio a vapor pode- se
perceber que ocorreu o favorecimento para a circulação de pessoas e mercadorias,
o que se tornou de extrema importância para o escoamento da produção que eram
consumidas em sua maior parte pelos mercados de Belém e Manaus. Um fato
histórico muito importante foi à realização de um evento em sete de setembro de
1867 para comemorar a abertura dos portos, onde passa a vigorar um decreto para
a livre circulação nos rios Amazonas, Tocantins, Tapajós e Madeira. Vale ressaltar
que este evento foi extremamente comemorado pela sociedade amazonense e
paraense.
Em relação às transformações urbanísticas que ocorreram em 1890 nas
capitanias do Pará influenciaram para um maior número de realizações de eventos e
consequentemente de espaços para lazer e entretenimento e por muitas vezes
realização de eventos culturais. E com a inserção da borracha como matéria-prima,
54

no final do século XIX com a ajuda de novas técnicas, novas fontes de energia, o
Pará teve uma maior visibilidade, esse período ficou conhecido como Belle Époque.
O Pará teve projeção internacional na Exposição Universal, em Paris no ano de
1876, evento na qual a borracha foi demonstrada como um produto que poderia ser
incorporado pelas técnicas de uso, matéria-prima para pneus em veículos movidos a
cavalo.
Após este período de incorporação de técnicas, pode-se perceber que “nos
anos de 1900, abriram-se as casas de família para encontros, palestras e músicas,
bailes e tertúlias literárias” (DAOU, 2004, p. 47).

[...] A complexificação das atividades urbanas; a clara definição de uma


área comercial correlata à ampliação de áreas residenciais e os novos
bairros previstos no código municipal contribuíram para que fossem
afastadas do perímetro urbano atividades que evocassem o contato e o
desfrute da natureza, tocando a cidade, sobretudo a realização de negócios
e dos prazeres “mundanos” ou estreitamente associados ao consumo
cultural: os bailes, as cervejarias e os teatros (DAOU, 2004, p. 42).

Com isso é possível observar a inserção de novas formas de eventos, alguns que
podem ser julgado como ilícitos, porém quando se tratas de bailes e teatros é
possível perceber a realização de eventos sociais e até mesmo culturais no Pará.
Pode-se identificar que a partir desta maior diversificação e realização de eventos,
teve que ser criados ou adaptados locais para a realização destes eventos.
Outros tipos de eventos bem conhecidos e realizados como se pode
observar acima eram os banquetes e bailes, e até mesmo carnavais de ruas, onde
segundo Daou (2004, p. 55-56):

Mais recorrentes que os espetáculos, banquetes e bailes eram, como eles,


“rituais de civilização” das sociedades amazonense e paraense ̶ visando
também à manutenção ou reforço do prestígio da sua elite, que se colocava
á altura de seus parceiros nos grandes negócios da borracha. Eram rituais
de reconhecimento da elite, de estabelecimento de compromissos políticos,
de reafirmação de relações sociais e de demonstração “entre iguais” do
refinamento e, no caso dos banquetes, da polidez á mesa.

Esses tipos de eventos sociais que por muitas vezes eram organizados com a
finalidade de atingir interesses políticos e econômicos, para fechar negócios, como
se pode observar o setor de eventos no Estado do Pará era demarcado por eventos
sociais, esportivos, negócios, e até mesmos científicos, uma gama bem diversificada
que veio acompanhando os avanços sociais, tecnológicos, estruturais do estado.
55

A adesão a pratica esportiva, às regatas e ás corridas de cavalo,


expressava também a comunhão de valores identificados com as cidades
mais “civilizadas”, incluindo-se certamente o Rio de Janeiro e a mais
próxima Belém, onde as atividades no Jockey Club Paraense e as touradas
no Coliseu já eram digamos “tradicionais” (DAOU, 2004, p. 43).

Pode- se identificar que outra modalidade de evento começa a surgir no cenário


Paraense, os eventos esportivos, os quais tinham a finalidade de apreciar ou de
realizar alguns esportes, como atividades aquáticas e corridas de cavalo. Com isso
pode-se perceber que os eventos em 1893 eram bem projetados na mídia também
já que neste mesmo período estava sendo realizada a reinauguração do prédio do
Jockey Club Paraense, que até preços diferenciados para os camarotes com sombra
estes tinham.
Um fato histórico que com certeza marcou o setor de eventos do Pará, foi a
criação da representação da Associação Brasileira de Empresas de Eventos do
Brasil (ABEOC), pois pode-se perceber que com a criação deste órgão em 20 de
setembro de 2011, a região Norte passou a ser inserida com maior frequência nas
pesquisas realizadas com o setor de eventos, e consequentemente foi possível
perceber que o setor de eventos nessa região obtivera números bem significativos,
após a criação desta representação para este setor, como se pode observar na fala
da senhora Ângela do Espírito Santo, presidente da ABEOC abaixo:

Trazer a Abeoc para o Estado do Pará é um sonho realizado. A mais de 20


anos os organizadores de eventos lutaram para que uma estadual fosse
criada, o que não acontecia. Estar como presidente da Estadual neste
momento é a concretização deste ideal, um fato importante na minha
carreira. O setor de eventos sofre muito pela falta de representação junto ao
poder público e a iniciativa privada.

A empresária, turismóloga e professora Ângela do Espírito Santo da cadeia


de eventos do curso de Turismo da Universidade do Pará acrescenta que
“com a criação da novos espaços para a realização de eventos no Estado
do Pará, a necessidade de organização, fortalecimento, capacitação e
profissionalização do setor está crescente. Este advento, o de novos
espaços, criando uma expansão da agenda do Estado para receber
eventos, ocasionou num crescimento do número de organizadoras e
prestadores de serviços para eventos, além das turmas de turismologos
formados todos os semestres, buscando inserção no mercado (BRASIL,
2011, s.p.).

Tornava-se quase que impossível descrever sobre os eventos mais contemporâneos


no Pará, antes da criação da ABEOC-PA, devido a falta de pesquisas nesta área.
Após esta criação, percebe-se que o setor vai avançar, fortalecer e se organizar
melhor para oferecer organização e planejamento de eventos com uma maior
56

qualidade para seus clientes. Pois quando a PARATUR E SETUR foram procuradas
para saber se já haviam desenvolvido alguma pesquisa na área de planejamento e
organizações de eventos no estado do Pará informaram que não tinham nenhuma
informação ou documento que pudesse contribuir para tal, ficando está pesquisa
sem muitas informações sobre o setor de eventos no Estado do Pará.
Em virtude disso, é possível perceber que o setor de eventos no Pará ainda
se encontra em descaso, embora tenha um crescimento considerável, porém
espera-se que com a criação da ABEOC no estado tudo isso possa mudar, já que se
pode perceber que até o ano de 2011 as pesquisas no setor de eventos eram
realizadas pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas -
SEBRAE. Em 2001, foi lançado o I Dimensionamento Econômico da Indústria de
Eventos no Brasil, após inúmeras pesquisas realizadas pela ABEOC, finalmente foi
lançado o II Dimensionamento Econômico da Indústria de Eventos no Brasil 2013,
mostra que em relação à realização de eventos na região norte, pode-se perceber
um avanço em números, demonstrado no, porém que foi lançado apenas em
outubro de 2014, no ano desta pesquisa. Com isso, segue um mapa com os
números de eventos realizados nas regiões brasileiras apara comparar o de 2001,
como se pode observar na figura 9, e com o de 2013 como se pode observar (na
figura 9).

Figura 9 – Número de eventos segundo as regiões brasileiras em 2001.

Fonte: Pesquisa FBC&VB/SEBRAE/CTI . Novembro 2001.

Como se pode observar em 2001 (com a figura 9), a região norte realizou cerca de
6.958 (seis mil, novecentos e cinquenta e oito) eventos, o que representava apenas
57

2% do total de eventos realizados no Brasil. Enquanto que em 2013, como se pode


observar (na figura 10), a região norte recebeu até o ano de 2013, 25.271 (vinte e
cinco mil, setecentos e vinte e um eventos) como se pode observar na figura 9, o
que chega a representar cerca de 4%. Por isso, o Estado do Pará veem crescendo
em relação ao número de eventos realizados, tanto que se começou a pensar em
um maior número de locais apropriados, centros de convenções, para receber mais
eventos nesta região. Com a construção em andamento do Centro de Convenções
de Marabá e já em operação o HANGAR em Belém, o Centro de convenções do
Amazonas, Centro de Convenções de Manaus.

Figura 10 – Número de eventos segundo as regiões brasileiras em 2013.

Fonte: ABEOC/ Brasil/SEBRAE/Observatório do Turismo-FTH-UFF, 2014.

Com esse Dimensionamento Econômico realizado em 2001 e o de 2013,


como se pode observar (na figura 11 e figura 12) respectivamente, também foi
possível perceber quais os tipos de eventos realizados por cada região brasileira.
58

Figura 11 – Tipos de eventos realizados segundo as regiões brasileiras em 2001.

Fonte: Pesquisa FBC&VB/SEBRAE/CTI. Novembro 2001.

Como é possível perceber (na figura 11), em 2001 a região norte realizou em
números respectivamente eventos do tipo: Reuniões, Convenções, Eventos
Socioculturais, Congressos, Exposições/Leilões, Feiras, Esportivos e outros tipos se
encontram com a mesma percentagem em número de eventos realizados e eventos
mistos,

Figura 12 – Tipos de eventos realizados segundo as regiões brasileiras em 2013.

Fonte: ABEOC/ Brasil/SEBRAE/Observatório do Turismo-FTH-UFF, 2014.

A região norte realizou no ano de 2013 como se pode perceber (com a figura 12), na
primeira posição se encontram os eventos socioculturais, o qual em 2001 se
59

encontrava na terceira posição de eventos mais realizados na região norte e em


2013 se encontra no primeiro lugar.
Seguido de Reuniões que em 2001 se encontrava na primeira posição e em
2013 decaiu para segunda.
As Convenções que estavam em segundo lugar no ano de 2001 e em 2013
decaíram para a terceira posição.
Os Congressos permaneceram na quarta posição. Os Eventos mistos que
estavam na oitava posição, agora em 2013 se encontram na quinta posição. Já as
Feiras se mantiveram na sexta posição, assim como os eventos Esportivos na
sétima posição. Já as Exposições rurais/Leilões descaíram de quinto para oitava
colocação. E os e os definidos outros tipos de eventos permaneceram em última
colocação.
Esta pesquisa se tornou de extrema importância, porque foi a partir dela que
se pôde descrever quais os eventos mais realizados na região norte, pois como já
havia sido mencionado, anteriormente não tinha nenhuma pesquisa que subsidiasse
informações a cerca disto.
Com isso, pode-se perceber o crescimento do setor de eventos na região
norte e consequentemente no Estado do Pará, por pertencer á essa região. E partir
dela foi possível descrever como se encontra o setor de eventos no Pará, o qual era
o objetivo deste tópico. Vale ressaltar também que já há projeções para o ano de
2020 no setor de eventos.

3.3 Turismo de Eventos

O evento é um ramo e/ou segmento do turismo, assim como também uma


atividade econômica promissora, que vem crescendo e movimentando todo trade
turístico já há alguns anos, entre eles se encontram os meios de transporte,
alimentação, hospedagem, agências de viagens, entre outros, esse crescimento do
turismo de eventos gera um grande retorno considerável como é possível perceber
de acordo com Tenan (2002, p. 49) “No mundo inteiro, a captação e a promoção de
eventos vem sendo considerada a atividade que mais retorno econômico e social
oferece ao país e à cidade que os sedia”. Não se deve e nem se pode considerar o
evento como algo simples e estático, pois ele é uma ferramenta muito importante
60

que pode ser utilizada para o aumento dos resultados de relacionamento com seu
público-alvo, ajuda também na divulgação de um destino turístico, entre outros. Já
que o intuito deste tópico é destacar o turismo de eventos, então será adotar um
conceito de eventos para melhor compreende-los. Para Zanella (2010, p. 01):

Eventos é uma concentração ou reunião formal e solene de pessoas e/ou


entidades realizada em data e local especial, com objetivo de celebrar
acontecimentos importantes e significativos e estabelecer contatos de
natureza comercial, cultural, esportiva, social, familiar, religiosa, científica
etc.

Com isso, pode se perceber que os eventos têm a possibilidade de ser diferentes e
assim abranger as mais diversas áreas, por isso, os eventos merecem um cuidado
com seu planejamento, pois cada evento tem suas particularidades e seus objetivos
que merecem um estudo e cuidado especial, para que estes consigam ser
alcançados com clareza.
Enquanto que para Tenan (2002, p. 13) “No sentido geral, evento é sinônimo
de acontecimento não rotineiro; fato que desperta atenção. Um eclipse, um
nascimento, ou uma descoberta são eventos”, pode- se perceber com isso que
atualmente se tem contato praticamente todos os dias com vários tipos de eventos,
no ambiente de estudos, no trabalho, em círculos familiares, etc., que acaba
reunindo pessoas com interesses em comum, e torna- se quase que impossível
encontrar pessoas que ainda não tenham participado de algum tipo evento, por
menor que este tenha sido. Para os profissionais da área de eventos, estes se
tornaram algo diferente, especial, que deve ser planejado e organizado com muita
cautela se adaptando a realidade do local de realização.

O turismo de eventos é a parte do turismo que leva em consideração o


critério relacionado ao objetivo da atividade turística. É praticado com
interesse profissional e cultural por meio de congressos, convenções,
simpósios, feiras, encontros culturais, reuniões internacionais, entre outros e
é uma das atividades econômicas que mais crescem no mundo atual
(TENAN, 2002, p. 11).

Com isso percebe-se que o Turismo de Eventos é uma atividade econômica que
vem crescendo muito nos últimos anos e que merece uma atenção especial não só
na sua execução, mas também em seu planejamento e um acompanhamento no
decorrer de sua realização. Os eventos podem ajudar um destino turístico de
diversas formas, como: realizando marketing dos atrativos do local de realização do
evento ou movimentando também toda a cadeia turística e consequentemente a
61

economia do local, seja de forma direta ou indireta, etc. Como se pode observar de
acordo com Tenan (2002, p. 48- 49):

[...] o evento em si gera turismo, pois, sendo também atrativo turístico, cria
fluxo turístico. Além disso, não havendo oportunidade de conhecer bem a
cidade, o participante, que descobriu o destino turístico, volta acompanhado
da família ou de amigos em outra oportunidade. Há ainda a propagação da
imagem positiva do lugar, que pode gerar a vinda de outros turistas.

O turismo de eventos por sua vez, além de divulgar os destinos turísticos, acaba
incentivando os participantes a retornarem para realizar o turismo de lazer, trazendo
consigo mais visitantes na maioria das vezes familiares e amigos, com isso pode- se
perceber que o setor de eventos está diretamente ligado ao mercado, ao
desenvolvimento da economia do local e á atividade turística.
Para uma melhor operacionalização dos eventos, se faz necessário em todo e
qualquer evento, seja este de pequeno, médio ou grande porte uma elaboração de
um projeto. Este que segundo Cesca (2008, p. 55) “[...] documento que receberá a
aprovação da diretoria da organização ou do cliente para o qual se prestam os
serviços, passa-se para a operacionalização desse projeto, que é feita por meio do
cronograma de trabalho”, com isso possibilita-se uma melhor operacionalização e
por consequência um maior sucesso no decorrer do evento.
É possível perceber que os eventos não surgiram há pouco tempo, eles vêem
construindo sua história juntamente com a da humanidade, onde de acordo com
Canton (2002, p. 49):

Historicamente, desde a mais remota existência d ser humano, verificam-se


encontro entre os homens. Os planos de caça, atividade de guerra, eram já
discutidos em reuniões, dentro de uma área preestabelecida, com objetivos
definidos. Isso veio abrir caminho para que, em civilizações futuras, cada
vila, aldeia ou cidade, viessem resguardar um lugar para reuniões.

Por isso, percebe-se que os eventos vêem crescendo internacionalmente e


nacionalmente e que vem mudando os cenários atuais de vários locais, com isso o
de Belém não seria diferente. O mercado de eventos a cada dia está se
aperfeiçoando, assim como as tecnologias que se aperfeiçoaram com a revolução
industrial e até hoje ainda estão se aperfeiçoando, e merece uma atenção especial
durante todo seu processo de planejamento, execução e pós- evento. Assim como
no turismo, os eventos também necessitam inovar, encartar, satisfazer e tratar muito
bem seus clientes, para que futuramente eles possam voltar e divulgar os serviços
62

oferecidos e experimentados aos outros, pois de acordo com Dias (2003, p. 04)
“mundialmente, a atividade de eventos cresce notavelmente, mostrando que sozinha
pode desempenhar um importante papel para a atividade turística como um todo”. É
possível perceber que devido á esse grande crescimento do setor de eventos, se faz
necessário algo diferente, que seja capaz de captar mais pessoas para os eventos e
para as cidades cedes dos mesmos. Um ótimo exemplo de evento inovador seria a
Copa do Mundo de 2014, que acontecerá no corrente ano, 2014, que vem buscando
inovar em pacotes de receptivo, transportes, meios de hospedagem, etc., tudo isso
para receber o megaevento que é a copa. Sendo capaz também de movimentar o
trade turístico e captar inúmeros turistas para o local em que serão realizados os
eventos.
Segundo Canton (2004, p. 305), “clientes não compram produtos, mas
expectativas” dessa forma faz-se necessário um planejamento com cautela para
suprir essas expectativas e aumentar o desejo de visita do público-alvo, pois o
evento também pode divulgar o local, criando uma imagem positiva sobre ele que
aguça ainda mais o interesse de conhecer dos seus participantes. Por outro lado se
o evento não criar uma boa imagem da cidade, o turista pouco manifestará interesse
em realizar a visita para o lazer nesta.
Em geral, os eventos surgem em consequência da dinâmica social presente
na humanidade, que dita seus valores e necessidades e refletem uma determinada
época e cultura. Os meios de comunicação, advindos da globalização, disponíveis
na internet podem ser fortes meios de divulgação para as atividades turísticas assim
como também para os eventos, onde é possível de evidenciar com Canton (2004, p.
324):

Utilizar a informática de forma racional dentro do evento é antes de tudo


maximização de tempo, aumento de qualidade, incentivo à produtividade,
redução de custo, confiabilidade nos dados processados, praticidade da
operação do evento e dos processos de decisão.

Com isso o evento pode alcançar mais rápido seu público-alvo e ainda oferecer
possiblidades de passeios para divulgar e movimentar ainda mais a economia da
cidade e consequentemente do turismo, podendo a empresa ou a patrocinadora
oficial do evento estabelecer parcerias com os meios de hospedagem, alimentação,
transporte, etc. para fortalecer ainda mais essa idéia.
63

De acordo com Tenan (2002, p. 49) “O turismo de eventos ajuda a equilibrar a


oferta e a demanda, pois a realização dos eventos concentra-se na baixa estação”,
que consequentemente acaba ajudando o local sede a movimentar sua economia e
vem solucionar, também, um problema enfrentado pela prática da atividade turística,
denominada sazonalidade, que atinge o setor como um todo, mas, principalmente, a
rede hoteleira e estabelecimentos de entretenimento. O fato de se promover eventos
em baixa temporada é, na verdade, uma maneira de aperfeiçoar o uso das
estruturas turísticas, tornando o evento uma ferramenta administrativa para o
controle da demanda de turistas de uma determinada região. Desta forma, grandes
centros se utilizam da promoção e da captação de eventos para alavancar sua
economia através do marketing gerado pelo evento, promovendo e divulgando a
cidade sede. Nesses casos, os eventos atuam como referencial para mídia, que
expõe o destino em nível regional, nacional ou até mesmo internacional.

4 NOÇÕES SOBRE PLANEJAMENTO

É possível observar que o planejamento não é uma mera ferramenta que se


pode escolher se irá utilizá-la ou não, pois para toda e qualquer atividade o
planejamento deve se fazer presente, para que se possam avaliar ações futuras e
melhor desenvolver as atividades, planos de ações e todos os objetivos que se
pretendem alcançar. Por isso se faz importante destacar o conceito do que venha a
ser o planejamento de acordo com a concepção de vários autores e compreender a
importância desta ferramenta fundamental para qualquer área de conhecimento.
A organização é uma estratégia que se mostra cada vez mais como uma
ferramenta fundamental em todas as áreas, buscando melhores métodos de
aperfeiçoamento de gestão e conceitos que possam trazer melhorias para uma
localidade, o que se pode reforçar com a idéia de planejamento apresentada por
Molina (2005, p. 45):

Planejar, em seu significado mais amplo, implica a identificação de um


conjunto de variáveis, com o objetivo de adotar um curso de ação que,
baseado em análises científicas, que permita alcançar um estado ou
situação predeterminada. Assim planejar é prever o curso dos
acontecimentos futuros. Em outras palavras, o planejamento consiste em
estabelecer um curso de ação desejada, mediante um esforço constante,
sistemático e generalizado.
64

É evidente que o planejamento é uma ferramenta importante para o


desenvolvimento turístico da cidade receptora e percebe-se também a necessidade
de desenvolver e aprimorar esta ferramenta para que se possa alcançar os
principais objetivos.
Segundo Ruschmann (2006, p. 83) “o planejamento, de forma geral, consiste
em um conjunto de atividades que envolvem a intenção de estabelecer condições
favoráveis para alcançar objetivos propostos”. O planejamento sempre é voltado
para algo futuro, e deve analisar os critérios de cada local que possibilitem a criação
de um perfil de planejamento, em consequência disto deve-se garantir um
planejamento estável e executável com sucesso.
Já para Angeli (1996, p. 13) é possível destacar que o planejamento: “[...]
não é algo estático, é um devir, um acontecer de muitos fatores concomitantes que
têm que ser coordenados para se alcançar um objetivo”. Com isso, é o planejador
que deve se adequar à realidade do local investigado, pois esse passa por
constantes mudanças e construção, para poder alcançar o objetivo esperado com o
planejamento.
É possível perceber que para se planejar se deve primeiro refletir sobre
algumas ações, o que se pode observar de acordo com Corrêa (2009, p. 12):

Primeiramente é necessário pensar como se organizará a sequencia de


atividades e ações futuras, de modo que nos articulemos de forma lógica e
ordenada para diminuir o risco de fracasso. Esse processo mental se
conhece com o nome de planejamento.

O ato de pensar faz refletir sobre que medidas que podem ou devem ser tomadas,
avaliar possíveis ações para que o projeto, evento, entre outros, se torne um
sucesso e não corra o risco de fracasso. Porém, se essas ações não forem
organizadas e bem elaboradas pelo planejador, o projeto corre o risco de não ser
bem sucedido, principalmente se for utilizado o planejamento de curto prazo ou
ainda desenvolvido de forma amadorística.
Assim como o turismo, o planejamento, além de ser uma ferramenta,
também é uma atividade como se pode observar de acordo com Angeli (1996, p.
13): “[...] Sendo um processo dinâmico é licito a permanente revisão, a correção do
rumo. Exige um repensar constante mesmo após a concretização dos objetivos”. É
possível perceber ainda que o planejamento deve adequar suas ações propostas de
acordo com a realidade na qual se insere, pois é por meio dessas ações que irá
65

atingir o seu objetivo. O que não se pode é pensar em algo que não esteja de
acordo com a realidade do local em se deseja planejar, do evento, da comunidade,
entre outros. Devem-se pensar ações e executá-las para que se comece a avaliar se
essas estão sendo satisfatórias, pois o planejamento permite essa flexibilidade de
mudança ou adaptação de ações para se alcançar os objetivos desejados, assim o
planejador e suas ações devem sempre estar em sintonia.

Quando o objeto do planejamento (o problema) for escolhido pelo poder


decisório, caberá ao planejador julgar o grau de adequação da idéia a
realidade da empresa (ou órgão) e, caso necessário, propor uma revisão
(ANGELI, 1996, p. 33).

O turismo por ser uma atividade econômica e social, também necessita de


planejamento, pois trabalha com produtos e serviços, e estes devem possuir uma
garantia de qualidade, comodidade, segurança, conforto, entre outros. Além de
poder também ajudar a melhorar a qualidade de vida das pessoas, como no caso de
comunidades que devem ser usadas como mão de obra, proporcionando assim a
uma melhor qualidade de vida, emprego e renda, daí se percebe que o turismo
merece todo o cuidado e cautela em seu planejamento, assim como as outras
atividades econômicas e sociais.

[...] o turismo é uma área de recente desenvolvimento como objeto de


estudo acadêmico. Por conta dessa juventude, de sua natureza
interdisciplinar e das imediatas demandas práticas de seus profissionais, a
pesquisa acadêmica enfrenta obstáculos de diversos tipos, desde certos
preconceitos - que veem o turismo como um tema frívolo - até problemas de
subteorização. O turismo é uma área de estudo sobre a qual faltam
consensos em algumas questões básicas e que ainda carece formulações e
de contribuição científicas, embora já se identifique uma ampla gama de
estudos (ARAUJO, 2012, p. 69).

Pelo fato do turismo ainda ser uma atividade recente e ainda em desenvolvimento,
interdisciplinar e multidisciplinar, se percebe um forte descaso com o planejamento
dessa atividade e poucos estudos, apesar de já se perceber um avanço
considerado. Apesar disso, prevalece um forte potencial para o futuro econômico e
social que deve planejar melhor suas ações e tudo que o cerca, com isso pode ser
que através de um planejamento de longo prazo se consiga chegar a um consenso
sobre essa atividade promissora.
Em relação à percepção integral de um destino pode vir de encontro com os
limites municipais, estaduais ou mesmo nacionais, pois constata a mobilidade do
turista e a participação de localidades que por estarem distantes do núcleo turístico
66

muitas vezes são esquecidas no momento de planejamento do destino, por isso o


planejamento é importante para qualquer área do conhecimento.

4.1 Tipos de Planejamento

Segundo Oliveira (2006) e Petrocchi (1998) é possível perceber que os tipos


de planejamento podem ser definidos de acordo com os níveis hierárquicos, e
também se dividem de acordo com a natureza e podem ser Planejamento
Estratégico, Planejamento Tático e Planejamento Operacional, onde é possível
perceber que são esses que as empresas de eventos mais utilizam. Eles também
variam quanto ao tempo, e acabam sendo divididos entre Planejamentos de Longo,
Médio e curto prazo, isso demonstra que o planejamento deve estar de acordo com
a realidade da empresa para melhor definir as ações que serão utilizadas para o
planejamento, seja dos eventos, marketing, comunicação, etc.
Para caráter de curiosidade, vale destacar que foi após a Segunda Guerra
Mundial que se iniciou o número expressivo de empresas que começaram a aderir o
planejamento estratégico, entretanto na década de 60, pode-se perceber segundo
Petrocchi (1998, p. 28) que:

O conceito de planejamento a longo prazo começou vagarosamente a


evoluir para planejamento estratégico. (Hoje, a expressão ‘planejamento a
longo prazo’ está restrita a algumas utilizações contábeis.) Começou a
tomar vulto o conceito de planejamento estratégico, no qual o planejamento
é considerado o estabelecimento de estratégias para uma eficiente
disposição de recursos e dirigidas para alcançar objetivos específicos a
longo prazo.

Assim faz-se necessário destacar alguns conceitos destes tipos de planejamentos


para que se torne possível uma melhor compreensão de suas dimensões e tudo que
estes podem ajudar em relação à organização e/ou empresa e porque não ressaltar
os eventos que estão sendo o foco deste trabalho.
O termo estratégia está relacionado com o termo militar muito antigo, que
pode ser compreendido pela aplicação de forças contra um determinado inimigo.
Este teve sua origem definida pela palavra grega strategos, onde a qual deriva o seu
significado de acordo com Oliveira (2002 p. 192) de: “a arte do general”, ou “a
ciência dos movimentos guerreiros fora do campo de visão do general, porém de
acordo com Petrocchi (1998, p. 31): “é o conjunto harmonioso e integrado de
67

objetivos que são de importância fundamental para a sobrevivência satisfatória e a


longo prazo de uma organização” ou “[...] a mobilização ordenada de todos os
recursos da organização, visando atingir objetivos a longo prazo ou de grande
relevância”. Por isso, se deve medir e estudar todas as ações definidas nos projetos
dos eventos para que estes possam ser realizados sem grandes transtornos, é com
este tipo de planejamento de longo prazo que serão definidas as estratégias para
todas as ações futuras, por este fato se deve ter cautela nesta etapa da organização
da empresa ou do evento.
Já segundo Kotler (1992, p.63) “planejamento estratégico é definido como o
processo gerencial de desenvolver e manter uma adequação razoável entre os
objetivos e recursos da empresa e as mudanças e oportunidades de mercado”, Pois
em relação ao processo gerencial da organização, percebe-se que a estratégia está
interligada e tem uma forte importância na definição dos objetivos, sobretudo no que
na realização de análise do mercado, concorrência, estrutura, tarefas, e na
organização como um todo ou uma visão mais holística.
Assim como o planejamento estratégico deriva da palavra estratégia o
planejamento Tático está diretamente relacionado com a palavra tática, que para
Petrocchi (1998, p. 31), pode ser definida como: “é um esquema específico de
emprego de recursos dentro de uma determinada estratégia”, ou seja, que medidas
ou estratégias devem-se tomar para melhor desenvolver as ações definidas pelo
planejamento estratégico de longo prazo, para que este seja executado da melhor
forma possível. Onde se pode compreender melhor de acordo com o exemplo de
Petrocchi (1998, p. 31): “[...] no campo empresarial, o orçamento anual ou plano
anual de investimentos é uma ação tática dentro de uma estratégia global de longo
prazo”, por isso se encontram bem demarcada por de longo, médio e curto prazo
para que seja possível definir as ações a serem cumpridas dentro da empresa.
Já para Drucker (1997, p.45) planejamento estratégico se define como “é um
processo contínuo, sistemático, organizado e capaz de prever o futuro de maneira a
tomar decisões que minimizem riscos”, com isso pode-se perceber que este tipo de
planejamento busca orientar e reorientar as empresas nas prestações de serviços
de modo que estas sejam capazes de oferecer serviços de qualidade e obtenham
bons lucros, com crescimentos satisfatórios.
E como foi possível entender o planejamento Operacional, está relacionado
com o Tático, porém se refere a ações, tarefas ou operações de curto prazo, mas
68

que está interligado ao nível de decisão dos Supervisores, o que difere do tático que
se refere á ações de médio prazo e quanto ao nível de decisão está interligado a
média gerência.
Para melhor se compreender sobre os aspectos que orientam o
planejamento, é necessário ressaltar que Petrocchi (1998), destaca seis aspectos:
Temporal, Geográfico, Econômico, Administrativo, Intencional e Agregativo, como se
pode observar (no quadro 3).

Quadro 3 – Aspectos que orientam na escolha dos tipos de planejamento segundo Petrocchi
(1998).

ASPECTOS CLASSIFICAÇÃO SUBCLASSIFICAÇÃO


Temporal Curto prazo
Médio prazo
Longo prazo
Geográfico Mundial, Continental, Nacional, Rural
Estadual, Multirregional, Urbano
Regional, Microregional
Econômico Macroeconômico
Microeconômico
Administrativo Público (normativo) Centralizado
Privado (indicativo) Descentralizado
Intencional Estratégico
Tático
Operacional
Agregativo Global
Setorial
Local
Fonte: Petrocchi (1998, p. 24).

Como se pode observar, o planejamento deve ser escolhido pela empresa de


acordo seus objetivos e o que se pretende atingir, em quanto tempo e de acordo
com o ambiente em que a empresa se encontra.
Vale ressaltar que este planejamento deve estar de acordo com as ações
futuras pretendidas pela empresa e que estão dispostas no projeto do evento, onde
cada setor da empresa fica responsável por algumas ações e se ocorrer algum
problema com o planejamento ou no decorrer do evento cada setor deverá tentar
resolver da melhor forma possível estes problemas e provavelmente já existiam
69

algumas ações pensadas por está equipe para resolver com rapidez e eficiência
esses prováveis problemas.
É possível observar (no quadro 4), os tipos de planejamento podem variar de
acordo com algumas características, tais como: temporais, flexibilidade para
alterações, incidência de atividades e ambiência, todas essas características ajudam
na hora de se planejar ações tanto para o planejamento da empresa, quanto dos
eventos que serão realizados pela mesma. São através delas que se pode evitar ou
prever possíveis problemas que podem ou não acontecer nos eventos, claro se este
for bem planejado e estas características estiverem bem delimitadas, não se terão
muitos problemas, desde o Pré- evento até o pós-evento.
Pode-se perceber também, que os tipos de planejamento Tático e
Operacional se encontram bem próximos e coincidem algumas de suas ações o que
reforça ainda mais para o não acontecimento de problemas com ações mais fáceis e
rápidas, onde se cuida de procedimentos e tarefas com pequeno número de
atividades dentro de um ambiente interno, se configurando como ações de curto
prazo. Enquanto que o planejamento Estratégico se refere ao direcionamento da
empresa e/ou organização, com alterações mais difíceis, com um grande número de
atividades, como todas as ações do projeto de um evento, que deve ser atingido em
longo prazo, que condizem ao ambiente externo, para que tudo saia de acordo com
que foi planejado.

Quadro 4 – Tipos de Planejamento segundo Petrocchi (1998).

TIPOS DE PLANEJAMENTO

Características Tático ou Operacional Estratégico

Temporais Curto prazo Longo prazo

Flexibilidade para Alterações mais fáceis Alterações difíceis


alterações

Incidência de Pequeno número de Grande número de


atividades atividades atividades

Ambiência Ambiente interno Ambiente externo

Fonte: Petrocchi (1998, p. 25).


70

Estes tipos de planejamento também estão vinculados ao bom senso dos setores
dentro da empresa, para que nenhum possa ultrapassar o limite de cada um se não
for autorizado, pois em muitos casos percebe-se que ocorre o efeito de
sombreamento, onde um setor passa por cima do outro interferindo nas ações e
vice- versa, como se pode perceber (no quadro 5), em relação ao nível de decisão
de cada tipo de planejamento. Onde o Estratégico está ligado a Alta administração
da empresa, Já o Tático está vinculado a Média gerência e o Operacional a o setor
de Supervisão, e cada um deles tem um poder de abrangência, como se pode
perceber o Estratégico irá planejar as ações para a organização ou evento como um
todo, uma visão completamente Holística, enquanto que o Tático irá articular ações
que estarão divididas por departamentos ou setores e o Operacional dependerá de
uma tarefa ou operação definida anteriormente.

Quadro 5 – Características do Planejamento segundo Petrocchi (1998).

CARACTERÍSTICAS DO PLANEJAMENTO

Tipos de Abrangência Exposição ao Nível de decisão


Planejamento tempo

Estratégico Organização como Longo prazo Alta


um todo administração

Tático Departamento ou Médio prazo Média gerência


setor

Operacional Tarefa ou Curto prazo Supervisão


operação

Fonte: Petrocchi (1998, p. 25).

Após todas estas análises sobre os tipos de planejamento de acordo com os


diferentes autores apresentados anteriormente, pode-se perceber que se o mesmo
for realizado com comprometimento, cautela e de acordo com seus objetivos, sejam
estes da empresa, do evento que se deseja organizar, o até mesmo o planejamento
da atividade turística de acordo com a realidade de cada um desses, se terá um bom
planejamento e possivelmente todas as ações que forem organizadas estarão sendo
executadas com sucesso, garantindo uma maior confiabilidade para a empresa.
71

4.2 A importância do Planejamento

Não há como não afirmar que o planejamento é extremamente importante


para toda e qualquer área e até mesmo para o desenvolvimento da sociedade
humana, pois ele permite avaliar que métodos e ações que se irá utilizar para
alcançar o objetivo (os) almejado (os). O planejamento é de extrema importância,
pois é uma forma de organizar as idéias e estabelecer objetivos e metas, com
propósito de se atingir um determinado resultado ou objetivo.
Pode se perceber segundo Corrêa (2009, p. 13) que o planejamento pode ser
definido como:

O planejamento de qualquer atividade é essencial para se alcançar um


objetivo. É o que indica o que se deve fazer, com quem, quando, como,
onde, com que – que recursos são necessários – e se os resultados são os
quais esperamos – avaliação. Sem o planejamento corremos o risco de
dar “tiros ás cegas”, sem chegar a atingir os nossos objetivos.

Um bom planejador não pode e nem deve trabalhar com base em achismos “eu
acho que dessa forma vai dar certo”, pois antes de realizar o planejamento se faz
necessário uma avaliação da situação, das necessidades e possibilidades para
realização de um evento, entre outros. Ele deve saber interpretar de forma
consciente e criticar se for necessário, para manter um equilíbrio na execução desse
planejamento, para reforçar esta idéia é possível destacar que segundo Angeli
(1996, p. 14) “O planejamento requer compreensão dos problemas e distribuição
harmônica das especialidades; requer CONHECIMENTO”, com isso percebe-se que
para se planejar é preciso estar atento a todo contexto de cada situação e avaliar
qual o método ou forma mais adequada para cada caso.
O planejamento se bem organizado e articulado pode salvar empresas,
instituições, órgãos públicos e privados, entre outros que se encontram em crise ou
quase fechando as portas, pois é com ele que se irá estudar e buscar ações que
ajudem a reverter toda está situação, não somente reverter, mas também buscar um
equilíbrio de ações futuras para que estás ainda continuem atuando no mercado e
em seus respectivos ramos. Percebe-se então que o planejamento é importante
para toda e qualquer pessoa, órgãos, instituições, etc.
72

O turismo muitas vezes é percebido em uma localidade, como a teoria de


desenvolvimento, diminuição das desigualdades regionais, justificando a
exacerbação de investimento.

Muitas dessas políticas fazem parte de sistemas logísticos globais sob o


comando de corporações e bancos internacionais que se sobrepõem à
lógica dos governos estaduais, redirecionando-as para interesses globais,
embora guardem relativamente especialidades regionais. (CORIOLANO,
2006, p. 59).

O período em que o turismo era tido apenas como acumulação de capital pra suprir
as necessidades do capitalismo já se passou, e isso fica mais evidente quando se
pensa em um turismo que pode favorecer economicamente os setores ou trade
turístico e toda a comunidade receptiva.
O turismo traz na sua capacidade um efeito multiplicador sobre a produção de
um elenco de bens de consumo e serviços, o que torna a atividade extremamente
complexa na sua essência. Para inúmeras localidades, o turismo representa um
segmento econômico de primeira magnitude, responsabilizando-se por parte
significativa da economia, como por exemplo, para o estado do Ceará localizado na
região nordeste do Brasil. No que diz respeito ao papel dos atores no setor de
turismo, o poder público tem uma função importante no seu processo de
planejamento e desenvolvimento. “À medida que se produz a nova imagem do
Ceará moderno, racional no uso da maquina estatal, eficiente na gestão
administrativa, saneado em suas finanças, também, a imagem do litoral com belas e
conservadas praias” (CORIOLANO, 2006, p. 73).
O setor público é um operador, investidor em infraestrutura e planejador
estratégico para o desenvolvimento do turismo em longo prazo, atuando como
regulador do segmento, como árbitro entre as partes envolvidas no trade turístico. O
comércio em geral, o desenvolvimento específico e a previsão dos serviços, a
exemplo da informação, e os investimentos nos alojamentos cabem à iniciativa
privada. Porém, inúmeras funções necessitam esforços coletivos, a exemplo da
comercialização, elaboração e promoção de festivais, captação de recursos e o
estímulo à distribuição de renda, dentre outras.
O papel do planejador na contemporaneidade no setor turístico é analisar as
possiblidade, avaliar e formular um diagnóstico desta comunidade, sem alterar as
características da mesma, para realmente ter uma noção do que se pode implantar
73

ou desenvolver nesta comunidade. Com essas três ações, o planejamento se fará


de forma mais segura e concreta, onde depois de executar uma análise das
possibilidades para a localidade, uma avaliação e formular um diagnóstico que se
deve apresentar para a comunidade para saber se estão todos ou pelo menos a
maioria, de acordo com o que foi planejado para poder ser elaborado um projeto
voltado para o turismo e desenvolvimento econômico, social da comunidade e que
consequentemente gere uma melhoria na qualidade de vida destas pessoas, caso a
comunidade não esteja de acordo com o projeto é papel do planejador buscar outras
estratégias e/ou soluções para tal problema e somente em último caso ou instância
informar que não é possível realizar o que se pretendia na comunidade.
Para melhor compreender a escolha do planejador, pode se observar
segundo Angeli (1996, p. 33):

Quando a escolha do que planejar é de competência do planejador, ele


deverá considerar a filosofia da instrumentação da qual está inserido, sua
área de competência, suas características econômico- administrativas. A
legislação, os recursos humanos e financeiros e o nível de desenvolvimento
científico e tecnológico da (s) instituição (ões) envolvida (as).

Por isso, sabendo-se que o turismo é uma atividade econômica, deve-se


avaliar infraestrutura, incentivos, hospedagem, alimentação, transporte, etc., não só
a esfera econômica deve ser avaliada, mas também a esfera social, pois só assim o
planejador terá como escolher de forma mais simples e facilitada, sendo assim o
planejador poderá ter um feed-back2, para que se caso precise-se de um
replanejamento, isso seja possível, pois foi possível obter um retorno através deste
feed-back.

4.3 Planejamento de Eventos

O planejamento de eventos é muito importante para qualquer que seja o tipo


de evento, seja esse de pequeno, médio ou grande porte, é uma tendência que vem
em busca de aperfeiçoamento, já que este segmento do turismo tem crescido muito
nos últimos anos, e também procuram divulgar uma boa imagem da cidade-sede do
evento, esse planejamento se encontra contido em ações de avaliação, adaptação

2
Feed-Back: Sendo, em tal caso, replanejamento (ANGELI, 1996, p.33).
74

de acordo com a realidade vivenciada pela cidade, uma boa organização e


execução, pois como se pode observar de acordo com Martin (2008, p.71):

Não existem bons eventos sem que sua concepção, sua idéia e seus
objetivos também o sejam. Para que isso se torne realidade, o início de um
evento é sinônimo de trabalho cuidadoso e bem delineado e envolve a
definição de todos os aspectos do planejamento e organização.

Por isso se faz necessário e importante discutir sobre a questão do planejamento em


relação aos eventos. Para que se torne bem definida as ações que se pretende
desenvolver no evento e que posteriormente posasse alcançar o objetivo do evento.

Apesar da constante realização de eventos, várias são as pessoas com


lembranças desagradáveis de promoção mal organizadas e mal preparadas
em função de uma estrutura inadequada. Apesar de organizarem eventos
frequentemente, a maioria das empresas desconhece os benefícios
decorrentes de sua promoção. Eventos são realizados com o propósito de
aumentar a possibilidade de alcançar objetivos em curto, médio e longo
prazo (GUTIERREZ, 2011, p. 41).

Após está realidade apresentada pelo autor, deve-se levar em consideração o a


importância do planejamento, pois ele não beneficia apenas a empresa porque
trabalha com sonhos e expectativas de seus clientes e deve realizar um
planejamento para que estes saiam satisfeitos com os serviços prestados e não com
lembranças desagradáveis, com isso percebe-se a importância de não se realizar
eventos de forma amadorística.
Dentro dessa discussão de planejamento e eventos é importante destacar
que as fases do processo de planejamento e organização de eventos segundo
Matias (2010, p. 145) são: “concepção, que é a incorporação de idéias, o pré-evento,
fase de planejamento e organização, per ou transevento que é a realização e o pós-
evento, consiste na avaliação e encerramento”. Essas fases devem ser trabalhadas
e planejadas com cautela para que o evento possa sair de acordo com o que almeja.
Nem sempre um evento é cem por cento ou consegue alcançar tudo que almejava,
entretanto um evento que não sofre grandes transtornos e que transcorre
normalmente desde as fases do planejamento até o encerramento se mostra como
uma grande estratégia que agrega um grande valor a economia da cidade.

Uma grande motivação para participar de um evento é a oportunidade de


praticar turismo. O atrativo turístico de uma localidade é fator importante no
número de participantes e de acompanhantes de um evento. Eventos bem
organizados proporcionam aos participantes programação turística opcional,
e para acompanhantes, pré e pós evento (TENAN, 2002, p. 48).
75

O planejamento dos eventos deve ser prioridade e também devem ser realizados
com cautela, compromisso e comprometimento, pois Segundo Matias (2010), um
evento representa um grande estimulo para a economia de um município, uma vez
que envolve uma grande movimentação nos mais diversos setores da economia.
Dentre eles estão às agências de viagens, os transportes, o setor hoteleiro, além
dos alimentos e bebidas, ocasionando um aumento geral na arrecadação das
receitas, números de empregos (diretos e indiretos), além de criar novas
oportunidades para a população local, redistribuindo a renda individual, local e
regional.
Para melhor definir o que é o planejamento e organização na área de
eventos, é possível definir de acordo com Martin (1998, p. 70):

Planejamento: a espinha dorsal do evento. É ele que dá o norte, que define


o rumo para onde se deve ir, onde obter a sustentação econômica.
Organização: é o pulmão e o coração do evento. Sem ela, o vento pára de
bater, as tarefas deixam de ser feitas, os fornecedores não recebem as
informações e os pagamentos necessários para trabalhar e fazer acontecer
o evento em toda sua plenitude.

Como foi possível perceber o planejamento é uma das ferramentas mais importantes
de um evento, sem ele um evento pode até acontecer de forma amadorística, porém
esse terá muitas falhas desde o pré-evento até o pós-evento, por isso se deve
utilizar o planejamento para que os eventos sejam executados com quase cem por
cento de perfeição.

Por sua complexidade, amplitude e importância, a promoção de um evento


exige alta especialização técnica, experiência e especialização no tipo de
evento que será realizado. Sua operacionalização fundamenta-se em um
eficiente sistema de planejamento (Zanella, 2010, p. 21).

Por sua complexidade de organização e execução, se reforça mais ainda o quanto é


importante o planejamento dessa atividade do turismo de eventos, pois ela exige
uma experiência dos profissionais da área e uma determinada técnica que os que
trabalham de forma amadorística muitas das vezes não possuem, devido á isso
estes não garantem a eficiência e a qualidade do evento, podendo deixar a desejar
em relação ao evento realizado, como se pode observar de acordo com Cesca
(2008, p.49) “A organização de eventos é trabalhosa e exige grande
responsabilidade. Acontece ‘ao vivo’, e qualquer falha comprometerá o
conceito/imagem da organização para qual é realizado e do seu organizador”, se
76

deve ter cautela também durante o evento e saber agir de forma rápida e estratégica
se acontecer algo fora do que foi planejado, por isso os eventos sendo complexos e
trabalhosos merecem uma atenção especial em seu planejamento.
Para melhor compreender o que o turismo de eventos pode gerar para uma
localidade que recebe o evento, é possível perceber segundo Tenan (2002, p. 50)
que “Um evento geralmente proporciona prestígio á cidade-sede, que é alvo da
imagem positiva na mídia espontânea que o evento gera. O turismo de eventos é
uma das formas que os países usam para promover sua imagem”.
Por isso que um evento bem planejado, organizado e executado pode ajudar
a manter, aumentar ou recuperar a imagem de uma organização ou empresa junto
aos participantes ou de acordo com seus interesses. Portanto o evento fica
classificado também como uma estratégia de comunicação e divulgação do destino
que atinge o público- alvo e divulga a marca de uma empresa, divulga e ajuda na
venda de produtos, e cada vez mais potencializa suas vendas, como se pode
perceber de acordo com Tenan (2002, p. 52): “Considerando-se os vários
segmentos do turismo, o de eventos é o que proporciona maior retorno em termos
de participação no PIB, geração de empregos e impostos, pelo seu efeito
multiplicador”. Assim acaba contribuindo para a expansão e a conquista de novos
mercados, como é possível perceber esse ramo de turismo deve ser bem analisado
e discutido, porque o planejamento para sua execução se mostra ser uma das
etapas mais importantes para este segmento.

Esse efeito multiplicador também aparece na mobilização de mais de 50


setores da economia, entre eles: organizadores profissionais de eventos,
centros de convenções, agências de viagens, meios de hospedagem,
transportadoras, alimentos e bebidas, montadoras de estandes, bancos,
cartões de crédito, tradução simultânea, impressão de folheteria, recepção,
decoração, seguro, vigilância, entretenimento, equipamentos audiovisuais,
fotografia e comunicação, e imprensa especializada (TENAN, 2002, p. 53).

É possível perceber, que os eventos movimentam bastante a economia, pois


precisam de uma variedade de produtos e serviços, esses que por sua vez devem
ser escolhidos com cautela, de acordo com o objetivo do evento, padrões de
conforto, comodidade e qualidade, por isso uma forte preocupação com o
planejamento bem estruturado dos mesmos, pois os eventos parecem ser rápidos e
simples para os amadores, já para os profissionais da área isso não é uma
77

realidade, pois os eventos assim como podem vender uma imagem positiva do
destino podem também não causar uma boa imagem em relação à cidade-sede.

O mercado de eventos cresce sensivelmente, porque o turismo, de eventos,


antes de mais nada, tem ligações concretas com outros setores do turismo,
tais como o turismo de incentivos – cada vez mais as empresas oferecerão
viagens de incentivos a seus clientes/trabalhadores. A hotelaria investe
consideravelmente e estrategicamente no setor, os núcleos potencialmente
turísticos passaram a entender a importância dos eventos como
alavancador da demanda turística (CANTON, 2004, p. 310).

Por isso o planejamento dos eventos se tornou de extrema importância e também


porque eles movimentam vários setores da economia que só tendem a crescer
economicamente se bem trabalhados em parceria com as organizadoras de evento
ou com quem os organiza. Sem contar que a indústria de eventos tem sua
importância ainda mais ampliada, se for considerado que por meio deles os
negócios são alavancados, ou seja, o turismo de negócios vem crescendo, as
pessoas, as ciências e as tecnologias evoluem, as informações socializadas e
repassadas, o entendimento é atingido. Esses fatores, por sua vez, levam ao
aumento da produção, à geração de mais empregos, à melhoria de qualidade de
vida da população e assim por diante.

4.4 As Etapas do Processo de Planejamento de Eventos

Para que seja possível compreender as etapas do processo de planejamento


dos eventos, que por sinal é bastante complexa e envolve uma gama de etapas e
ações, é necessário se explicar cada etapa e destacar a importância de cada uma
delas para que se tenha um bom planejamento para o evento que se deseja realizar.
Pois existem diferenças nas etapas que alguns autores defendem.
É importante destacar que para Matias (2007) as etapas consistem em:
Concepção, Pré- evento, Per ou transevento e Pós-evento e que cada uma dessas
etapas possuem suas fases de operacionalização, enquanto que para Martin (2008)
destaca as seguintes etapas: Pré- evento, Evento e Pós-evento, que também
possuem suas fases de operacionalização. Com isso se torna possível perceber que
Matias (2010) é a única autora que considera quatro etapas que vai desde a criação
da idéia do evento até os resultados e avaliações do evento após sua finalização,
como se pode perceber (no quadro 6) abaixo:
78

Quadro 6 – Etapas do Processo de Planejamento de Eventos de acordo com Matias (2010).

ETAPAS DO PROCESSO DE PLANEJAMENTO DE EVENTOS


CONCEPÇÃO PRÉ-EVENTO PER OU PÓS-EVENTO
TRANSEVENTO
Incorporação da Planejamento e Realização Avaliação e
idéia Organização Encerramento
Fonte: Adaptado de Matias (2010, p.145).

Enquanto que para Martin (2008) vai desde a criação do projeto até o
encerramento do evento com suas devidas avaliações, como se pode observar (no
quadro 7) abaixo.

Quadro 7 – Etapas do Processo de Planejamento de Eventos de acordo com Martin (2008).

ETAPAS DO PROCESSO DE PLANEJAMENTO DE EVENTOS


PRÉ-EVENTO EVENTO PÓS-EVENTO

Planejamento e Realizando e Encerramento do


Preparação Operacionalizando o Evento
Projeto
Fonte: Adaptado de Martin (2008, p. 72).

Pode se perceber então, que o processo de planejamento de eventos é


bastante complexo e requer agilidade e precisão na hora de executar as ações
definidas pelas autoras acima, isso depende também de quais etapas será adotada
pela empresa, se a de Matias (2010) ou de Martin (2008).
79

Quadro 8 – Fases do Processo de Planejamento de Eventos de acordo com Matias (2010).

FASES DO PROCESSO DE PLANEJAMENTO DE EVENTOS

CONCEPÇÃO PRÉ-EVENTO PER OU PÓS-EVENTO


TRANSEVENTO
Incorporação da idéia Planejamento e Realização Avaliação e
Organização Encerramento
Reconhecimento das Serviços iniciais Secretaria do Serviços de
necessidades do evento secretaria
evento
Elaboração de Serviços de Serviços de Divulgação do
alternativas para suprir secretaria recepção pós-evento
as suas necessidades
Identificação dos Detalhamento do “Clima” do evento Serviços
objetivos específicos projeto complementares
Coleta de informações Definição do Sala de recepção Análise e
sobre os participantes, produto ou sala VIP avaliação
patrocinadores,
entidades e outras
instituições em
potencial
Listagem dos Escolha do local Sala de imprensa
resultados desejados
Estimativas de Definição de data Salas das
exequibilidade comissões
econômica e técnica técnicas
Estimativas de tempo e Definição de tema Infra-estrutura de
recursos necessários e elaboração de apoio operacional
calendário
Estabelecimento de Identificação e Instalações físicas
diretrizes análise dos
participantes
Elaboração dos Estratégia de Material de
contornos do projeto comunicação e secretaria
marketing
Infra-estrutura de Equipamentos
recursos audiovisuais
audiovisuais,
matérias e serviços
Serviço de Apoio logístico
transporte para
participantes e
convidados
Hospedagem para Infra-estrutura de
participantes e apoio externo
convidados
Programação Aeroporto
social, cultural e
80

turística
Agência de viagem Hotel
e turismo
Recursos Programação
financeiros social, cultural e
turística
Cronograma básico Serviços de
transportes
Roteiro do projeto Tradução
simultânea
Instrumentos Pesquisa de
auxiliares e de Opinião
controle do
planejamento
Briefing
Check list
Fonte: Adaptado de Matias (2010, p.145-186).

Segundo Matias (2010, p. 145) A etapa de Concepção de um evento é “[...] o


levantamento do maior número possível de elementos”. Como foi possível perceber
com o quadro 8, a fase de Concepção do evento, nada mais é do que a organização
de idéias referente ao evento, análise de execução e busca a cerca de informações
que viabilizem a execução desse evento.
Como se pode observar de acordo com Matias (2010, p. 146) o Pré-evento é:

É o primeiro esforço organizacional que engloba todas as etapas de


preparação e desenvolvimento do evento. É a fase decisiva do evento, na
qual estão inseridos a coordenação executiva e os controles financeiro,
técnico-administrativo e social do evento.

Portanto, o Pré-evento se trata de tudo que está relacionado com o planejamento e


organização do evento antes de sua execução, ou seja, organizar todas as idéias
iniciais em um projeto, saber quais serviços serão prestados, programação,
divulgação, captação de recursos financeiros por meios das cotas de patrocínio para
que o evento possa ser executado de acordo com suas possibilidades.
Para se entender o que é a etapa do Per ou transevento segundo Matias
(2010, p. 171) “É o transcorrer das atividades, ou seja, a aplicação das
determinações previstas no pré-evento, na qual todas as etapas do evento são
acompanhadas mediante a aplicação do check list por área”. Com isso se torna fácil
de entender que o Per ou Transevento, refere-se a toda e qualquer fase que estará
81

ocorrendo durante a realização do evento. E a última etapa, porém não menos


importante que para Matias (2010, p. 184):

[...] processo de encerramento, que consiste na avaliação técnica,


administrativa e dos participantes. Isto é ocorre a confrontação dos
resultados esperados com os obtidos, possibilitando identificar os pontos
positivos e negativos do evento.

É possível perceber então, que o Pós- evento é toda a avaliação que se deve
realizar após o encerramento do evento, para que sejam verificados os pros e os
contra em relação ao evento e que seja possível sugerir sugestões para as próximas
edições se existirem. Enfim foi possível compreender e identificas as etapas e fases
do processo de planejamento de eventos de acordo com Matias (2010), no entanto é
necessário também se entender essas etapas e fases de acordo com Martin (2008),
as quais ela define: Pré-evento, Evento e Pós-evento com suas respectivas fases,
como se pode observar no quadro 9 abaixo.

Quadro 9 – Fases do Processo de Planejamento de Eventos de acordo com Martin (2008).

FASES DO PROCESSO DE PLANEJAMENTO DE EVENTOS


PRÉ-EVENTO EVENTO PÓS-EVENTO
Planejamento e Realizando e Encerramento do
Preparação Operacionalizando o Evento
Projeto
Contratação da Secretaria (salas e Avaliação
organizadora de eventos serviços especiais, sala (assessoria de
de hospitalidade e salas imprensa e
especiais) secretaria)
Instrumentos de
acompanhamento e
Definição de funções da controle
comissão organizadora Infra-estrutura Interna administrativo e
operacional
(cronograma de
atividades e cheking
list)
Instrumentos de
Definição e assinatura de acompanhamento e
contrato Infra-estrutura externa controle
Criação do Projeto administrativo e
Definição do(s) financeiro
objetivo(os) e (orçamento, fluxo de
justificativa(as) no projeto caixa, controle
82

Definição de Tipologia e bancário e do


Título do evento caixa, contas a
Escolha do local pagar e a receber,
Definição de data e pagamentos,
duração do evento balanço e
Definição do Público-alvo balancete)
Temário, programação e
formato

Realização do Estudo de
viabilidade econômica

Definir receitas (caixa


inicial ou saldo anterior,
inscrições,
comercialização do
evento, doações, auxílios
governamentais,
merchandising, anúncios,
cotas de patrocínio, apoio
e permuta)

Despesas (estratégias de
comunicação e marketing,
briefing, meios de
comunicação, recursos
matérias, recursos
humanos, serviços e
fornecedores oficiais,
infra-estrutura interna,
infra-estrutura externa,
eventos paralelos,
avaliação, tributos,
impostos e taxas,
comissões, administrativo
e logístico)
Fonte: Adaptado de Martin (2008, p. 72-129).

Como se pode perceber existem inúmeras diferenças entre Matias (2010) e Martin
(2008), porém ambos consideram o estudo de todo o evento, que independe do
tamanho, tipo, finalidade, abrangência e objetivos, como se pode perceber no
quadro 9.
Para compreender o que vem a ser a etapa do pré-evento, de acordo com
Martin (2008, p. 72) está etapa pode ser definida como:
83

É a fase essencial do evento, onde haverá definição do projeto e o


planejamento de todas as atividades, bem como o detalhamento de receitas
e despesas esperadas, com a decisão de que tipo de fornecedores e
profissionais deverá ser contratado. Também são equacionados os
controles administrativos e financeiros. Tudo isso girará em função dos
objetivos gerais e específicos do evento e da previsão de receitas
estimadas.

Pode- se observar que diferente de Matias (2010), Martin não utiliza a etapa de
concepção, tendo como sua primeira etapa o Pré-evento, que incorpora todas e
quaisquer ações relacionadas ao planejamento e preparação do evento, para que na
fase de execução possa estar tudo de acordo com o desejado.
A segunda etapa é o Evento, que depende diretamente do desempenho e
organização da primeira etapa e fases da mesma, é nas fases desta segunda etapa,
que se irá colocar em prática tudo que foi planejado no pré-evento, por isso a
interdependência com a primeira etapa e suas fases onde para Martin (2008, p. 72)
pode ser definido como: “[...] Nesta fase, há a montagem do evento no local
escolhido e a operacionalização do atendimento ao público-alvo. Também vão
operar todos os fornecedores e profissionais contratados durante o pré-evento”. Por
isso o sucesso da segunda etapa definida como Evento, depende do bom
planejamento da primeira etapa de Planejamento e Preparação, está que servirá de
base para o desenvolvimento das outras atividades durante a realização do evento.
E a última fase para Martin (2008, p. 72) seria o Pós-evento, que nada mais é
do que:

Caracteriza-se pela desmontagem de toda a estrutura montada na fase


anterior, dos acertos financeiros e dos pagamentos dos fornecedores. É o
momento também de acertar as contas com o cliente (dono do evento):
desenvolver todos os materiais não utilizados e as correspondências oficiais
catalogadas e arquivadas corretamente da apresentação dos relatórios
financeiros e de desempenho do evento.

Esta fase, nada mais é do que o encerramento do evento, avaliação do mesmo, para
saber os pontos fortes e fracos, avaliar todos os setores, administrativo, logístico,
financeiro, etc., para que se torne possível saber o que deu certo ou errado antes,
durante e após o evento.
Para ressaltar o que foi exposto por Matias (2010) e Martin (2008), é possível
destacar Silva (2011), que utiliza quatro estágios para o processo de planejamento
dos eventos baseados no que já foi comentado e explicado anteriormente, os quais
ela define: Estágio 1- Levantamento de informações, Estágio 2- Planejamento e
84

Organização, Estágio 3- Execução e Estágio 4- Avaliação e Providências Finais,


como se pode observar na figura 13.

Figura 13 – Modelo para planejamento e organização de eventos de acordo com Silva (2011).

Fonte: Silva (2011, p. 8).


85

O Estágio 1- Levantamento de Informações seria toda a formulação de idéias


referente ao evento, seria a concepção, o amadurecimento do evento, para que seja
possível avaliar a viabilidade de execução ou não do evento. O estágio 2-
Planejamento e Organização, a qual se busca realizar o evento de acordo com o
cronograma definido, buscando alcançar os objetivos previstos, o que difere do
estágio anterior é que o detalhamento do estágio 2 será bem maior do que do
estágio anterior. Em relação ao Estágio 3- Execução, é a fase de implementação de
todas as ações planejadas nos estágios anteriores, é a realização do evento, e por
último o quarto estágio- Avaliação e Providências Finais, essa fase serve para
verificar toda a parte logística, financeira, administrativa, etc., assim obtendo uma
avalição final do que ocorreu no evento onde se seja possível de se sugerir ações
para futuras edições ou novos eventos organizados pela empresa. Assim como
também de agradecer todos os patrocinadores e apoio, e avaliar também os
serviços prestados no evento.
Perante todo o exposto, foi possível perceber que a complexa organização de
eventos e suas devidas etapas, fases ou estágios merecem uma atenção redobrada
para que ao final do evento sejam atingidos os objetivos previstos inicialmente e que
seja possível de se atingir além do esperado, agregando mais valor a empresa
organizadora e toda sua equipe de trabalho.

5 O CENÁRIO DO TURISMO DE EVENTOS EM BELÉM-PA

Pode- se perceber que para traçar o cenário do Turismo de Eventos em


Belém, faz- se necessário apresentar um breve histórico sobre a cidade. Foi fundada
em 12 de Janeiro de 1616 por Francisco Caldeira Castelo Branco, o qual edificou o
primeiro forte da cidade, hoje conhecido como Forte do Castelo. A povoação de
Belém se iniciou ao redor deste forte, e o forte acabou recebendo outra
denominação e passou a ser chamado de Feliz Lusitânia.
Após um forte período de Guerras, devido a busca pelo processo de
colonização, vinham sendo escravizadas algumas tribos indígenas como
Tupinambás e Pacajás e também vivenciava-se invasões de Ingleses, Franceses e
Holandeses. Após esse período turbulento de guerras, a cidade passou a se chamar
Nossa Senhora de Belém do Grão Pará.
86

Somente em 1650, trinta e quatro anos após sua fundação, é que se iniciou
o processo de abertura de ruas. A primeira rua fundada foi a Siqueira Mendes,
localiza próximo do forte do castelo. Não se pode deixar de comentar, que no século
XVIII Belém começava a se expandir não apenas mais como ponto de defesa, mas
também como centro de expansão para o interior do Amazonas. Surgindo pouco
depois a abertura do Rio Amazonas, Tapajós, Madeira e Rio Negro para melhor
navegação e reconhecimento da área pelos navios mercantes que percorriam esses
rios no século XIX, contribuindo também para o desenvolvimento da cidade.
O século XX foi marcado por grades avanços em Belém, a qual ficou
conhecida como “Paris da América”, foi o período de luxo e glamour da Belle
Époque Amazônica. Porém com a crise vivenciada pelo ciclo da borracha e pela I
Guerra Mundial influenciaram diretamente para a queda desse processo de
desenvolvimento.
Belém é a capital do Estado do Pará, e de acordo com IBGE (2014, p. s.p.)
possui uma área de 1.247.954,666 km², localiza-se no norte brasileiro, como se
pode observar (na figura 14). E de acordo com pesquisas realizadas no site do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, em relação a sua população
possui uma projeção para o presente ano de 8.073.924 pessoas.

Figura 14 – Mapa da Cidade de Belém do Pará.

Fonte: Google Maps, 2014.


87

Após esta breve apresentação da Cidade de Belém, tornasse importante traçar o


cenário do turismo de eventos na cidade, porém até o ano desta pesquisa ainda se
torna difícil de realizar uma descrição do setor de eventos na Cidade de Belém, pois
de acordo com pesquisas realizadas na PARATUR, SETUR, HANGAR, CVB-Be,
Centro de Eventos Benedito Nunes (CEBN), ainda não haviam realizado pesquisas
na área que pudessem ajudar neste trabalho.
Porém após uma serie de pesquisas em livros e sites da internet, foi difícil
encontrar uma variedade de autores que pudessem contribuir para essa pesquisa.
Porém tornou-se possível descrever um pouco deste cenário baseados em alguns
fatos históricos que foi possível encontrar. Como se pode perceber segundo Daou
(2004, p. 49), pode identificar alguns tipos de eventos realizados na cidade de
Belém:

[...] para os segmentos mais bem situados da sociedade paraense, a


programação oferecia atividades para todo o dia, da manhã até à noite. As
atividades tinham início com a missa das 7 horas, á qual seguiam-se
eventos promovidos pelas muitas instituições leigas e científicas, incluindo-
se as visitas aos presos de São José e aos diversos cemitérios da cidade;
programas culturais, como a ida ao Teatro da Paz ou ao Museu Paraense
Goeldi; o convívio nos cafés e restaurantes de Belém; circos e touradas; e
ainda concertos, danças e espetáculos.

Compreende-se que a programação era bem diversificada, e a realização dos


eventos começou a acompanhar o crescimento e restruturação do Estado do Pará e
da Cidade de Belém, surgindo assim uma gama de eventos para diferentes públicos
de uma classe favorecida economicamente, já que nesta época só se realizava
turismo e participavam de eventos que detinha um grande poder aquisitivo.
De acordo com Daou (2004, p. 50-51), pose reforçar a idéia de que só se
fazia turismo e se participava de eventos as pessoas da classe média, como se
pode observar abaixo:

No repertório sobre a bela época na Amazônia, são comuns as referências


às casas de ópera e aos espetáculos ali encenados. Filhas diletas da idéia
de progresso que caracteriza o expansionismo econômico, institucional e
cultural burguês do século XIX, as casas de ópera são um de seus sinais
consagrados. Eras os templos profanos, quando perdiam lugar os palácios
e as igrejas; expressões de uma outra ordem social e de hierarquização da
sociedade avessa ao triunfo das classes médias.

Como se pode observar, os tipos de eventos mais frequentes nessa época em


Belém eram os espetáculos, nas casas de óperas, nos teatros. Porém ainda se
88

percebiam participações nas missas e visitas aos palácios e com a inauguração do


Teatro da Paz em 1878 em Belém, pode-se perceber um crescimento dos eventos,
neste caso dos espetáculos.
Foi possível perceber que após a reinauguração do Teatro da Paz na
década de 90, como se pode perceber segundo Daou (2004, p. 54):

O apoio dos governantes dos dois estados foi significativo para que as
companhias líricas e artísticas desembarcassem no Pará e no Amazonas. A
atmosfera musical, para além dos grandes palcos, chegou aos teatros mais
populares, invadiu os lares mais abastados e cadenciou o cotidiano da belle
époque.

Com isso, iniciou-se um processo de incentivo por parte dos governos de Manaus e
Belém, pois eram os estados que tinham os dois teatros mais bonitos da região
norte. Pode-se perceber também que a partir deste incentivo dos governos o teatro
passou a ser um local de evento para quase todos os públicos da cidade de Belém e
de Manaus e seus turistas.
Não só os espetáculos dos teatros, mas também era possível encontrar
outros tipos de eventos em Belém, como se pode perceber abaixo:

Mais recorrentes que os espetáculos, banquetes e bailes eram, como eles,


“rituais de civilização” das sociedades amazonenses e paraenses – visando
também a manutenção ou ao reforço do prestígio da sua elite, que se
colocava à altura de seus parceiros nos grandes negócios da borracha.
Eram rituais de reconhecimento da elite, de estabelecimento de
compromissos políticos, de reafirmação de relações sociais e de
demonstração “entre iguais” do refinamento e, no caso dos banquetes, da
polidez á mesa.

Era possível encontra os bailes, os banquetes, eventos de negócios políticos,


sociais, entre outros, com isso consegue-se traçar o perfil de eventos na Cidade de
Belém nos séculos XIX e inicio do século XX, período marcante da época do poderio
da borracha.
Outro evento que marcou a cidade de Belém segundo Daou (2004, p. 57) foi
o “[...] em 1904, o governador ofereceu aos intendentes estaduais um banquete que
teve lugar no pitoresco Bosque Municipal, então recém-inaugurado”, com isso torna-
se possível identificar esse tipo de evento com maior frequência em comemorações,
homenagens, entre outros em Belém.
Além desses tipos de eventos já mencionados anteriormente, ainda se
encontrava em Belém uma outra gama de eventos que geralmente eram realizados
em clubes ou em bares, como se pode perceber de acordo com Daou (2004, p. 59):
89

“O chope e acerveja animavam a sociabilidade masculina, quando ao final do dia se


reuniam nos clubes ou nos bares os recebedores da borracha, fiscais da alfândega,
representantes das firmas seguradoras e das companhias de navegação”, devido a
isso, percebe-se que esses eventos eram realizados com a finalidade para se fechar
negócios na época da borracha.
Não se pode deixar de mencionar sobre o famoso Círio de Nazaré que de
acordo com Silveira (2010, p. 77):

A devoção também trazia as festas, as comidas, os jogos, a música e o


chamado “teatro nazareno”, [...] Havia ainda danças folclóricas realizadas
por cordões de “Índios” e de “negros”, tornando Nazaré um lugar vivo e de
diversões à época dos festejos, em outubro.

A questão dos eventos religiosos sempre foram muito fortes em Belém, desde o final
da década de 70. Devido a tanto sucesso desse evento, foi colocado em pratica um
projeto no ano de 1848, juntamente com a abertura de algumas ruas em Belém, com
isso, pode-se perceber que o Arraial de Nazaré teve um papel fundamental para
uma parte do desenvolvimento da cidade, em especial do centro histórico da cidade,
mas conhecido como bairro da cidade velha ou campina.
Como se pode observar o Círio de Nazaré além de já ter contribuído para o
desenvolvimento da cidade de Belém, é um evento religioso que ainda atrai milhões
de turistas por ano, como se pode observar:

O Círio de Nazaré atrai anualmente cerca de 2 milhões de visitantes à


capital paraense. Considerada uma das mais tradicionais e populares festas
católicas do país, é comemorada sempre no segundo domingo de outubro.
O custo das festividades deve ultrapassar os R$ 3,1 milhões em 2014.
Segundo os organizadores do círio, desde o início do ano uma extensa
programação arrecada recursos para o evento principal. A estimativa é de
que sejam injetados na economia da cidade perto de R$ 1 milhão, com
impactos diretos nos setores de agropecuária, indústria, comércio e serviços
(BRASIL, 2014, s.p.).

Pode-se identificar que o Círio recebe grandes investimentos, devido a sua projeção
nacional e internacional, e chega a ser um evento que em outubro movimenta todo
trade turístico, e os hotéis da cidade chegam a ficar praticamente todos lotados.
Esse investimento pode ser justificado também pelo fato do Círio de Nazaré ter
ganhado o título de patrimônio cultural imaterial da humanidade, no dia 7 de outubro
de 2014 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura (UNESCO).
90

Com a Inauguração do HANGAR em 17 de maio de 2007, pode-se observar


uma maior captação de eventos na cidade, tanto eventos nacionais quanto
internacionais. E passou-se a ter um espaço próprio para comportar eventos,
pensado para receber diversos tipos de eventos, entre os quais: feiras, seminários,
congressos, simpósios, encontros, formaturas, entre outros.
Após esse avanço com a inauguração do HANGAR, a cidade de Belém
começou a ter uma maior projeção nacional e internacional e foi então que criaram a
ABEOC do Estado do Pará, com sua sede em Belém no ano de 2011, o cenário de
eventos acabou sofrendo grandes mudanças.
Como se pode perceber a cidade de Belém já se encontra no ranking das
cidades mais visitadas, após a realização de eventos, como se pode observar (com
a figura 15).

Figura 15 – Cidades mais visitadas, após a realização de eventos em 2014.

Fonte: ABEOC, 2014

A pesquisa foi realizada em 16 eventos internacionais realizados nas cinco


regiões do País, entre os meses de março e agosto deste ano, e ouviu
1.659 participantes. O estudo mostra que as cidades mais visitadas por
turistas estrangeiros de Negócios e Eventos são: Rio de Janeiro (33,2%),
São Paulo (16,7%), Foz do Iguaçu (6%), Manaus (6%), Belém (4,5%),
Salvador (4,4%). Dos entrevistados, 67,6% estiveram no Brasil pela primeira
vez e 60% dos que já visitaram o País estiveram aqui por motivo de
Negócios e Eventos. As cidades mais visitadas na viagem anterior foram
91

Rio de Janeiro (27%), São Paulo (22,1%), Florianópolis (4,9%), Salvador


(4,6%) e Foz do Iguaçu (3,6%) (BRASIL, 2014, s.p).

Como foi possível perceber (na figura 15) e em paralelo a citação acima, a cidade de
Belém não aparecia na pesquisa anterior como uma das cidades mais visitadas
após a realização de eventos nacionais e internacionais no Brasil, porém nesta
pesquisa de 2014, Belém se encontra na quinta posição, representando 4,5% de
visitas, uma posição e um número bastante expressivo para quem nem aparecia na
pesquisa anterior.

Figura 16 – Alguns eventos realizados em Belém nos últimos cinco anos, segundo CVB-Be.

Fonte: CVB – Be, 2014.

Perante á isso, como se pode observar (na figura 16), os congressos e os


eventos de negócios têm crescido muito nos últimos anos na cidade de Belém, e
92

vem tendo projeção significativa tanto em eventos nacionais quanto internacionais, e


devido a estes avanços foi possível traçar um pouco do cenário de eventos na
cidade, porém não se pode negar que só foi possível após inúmeras pesquisas e
superação em relação a escassez de materiais relacionados. Entretanto, a
PARATUR, SETUR, CVB–Be, entre outros órgãos devem realizar ou incentivar
pesquisas na área de turismo de eventos, já que é um segmento do turismo que
está crescendo muito na cidade, e se percebe que é um forte propulsor da economia
local.
Deve-se estudar melhor este setor do turismo e articular suas pesquisas
com o trade turístico para melhor desenvolver o turismo de eventos e subsidiar aos
pesquisadores dados que permitam uma maior precisão para descrever os tipos de
eventos mais realizados na cidade, o perfil dos participantes dos eventos, entre
outras características, para que desta forma o setor se torne mais organizado e se
possa captar cada vez mais eventos para região e quem sabe em breve criar uma
secretaria exclusiva para cuidar do setor de eventos em Belém.

5.1 Análises finais da pesquisa

Após averiguar a contextualização do cenário a cerca dos eventos em


Belém, local dessa pesquisa, a qual teve como metodologia a pesquisa bibliográfica
em livros, artigos, trabalhos de conclusão de curso, entre outros, e pesquisa de
campo, por meio da qual se tornou possível apresentar os dados coletados. A
pesquisa de campo foi realizada através da aplicação de questionários com
perguntas semiestruturadas, sendo essas abertas e fechadas. Em relação ao
método utilizado para esta pesquisa foi escolhido dois métodos, a pesquisa
quantitativa e a qualitativa, para que assim pudesse proporcionar ao leitor uma
melhor compreensão da análise dos dados obtidos através desta pesquisa.
A aplicação dos questionários foi realizada por e-mail e presencial, todas estas
direcionadas para as pessoas que trabalham diretamente no setor de organização
de eventos nas empresas de eventos selecionadas.
Os sujeitos que foram investigados nesta pesquisa se deu por meio das
empresas de eventos de Belém-PA cadastradas no sistema do CADASTUR e
também de empresas não cadastradas para que assim fosse possível comparar o
93

grau de importância do planejamento para ambas as empresas. O total de empresas


cadastradas, até o ano desta pesquisa, é de 29, então foram escolhidas 50% das
empresas, ficando um total de 15 empresas, já com as empresas não cadastradas
foi escolhido um total de 30 empresas, aproximadamente 50% das empresas não
cadastradas que foi possível catalogar de acordo com pesquisas realizadas em
Belém para que assim fosse possível realizar essa pesquisa.
As dificuldades encontradas no decorrer desta pesquisa foram inúmeras,
dentre elas pode-se destacar a falta de material bibliográfico para a realização da
análise do setor de eventos no Estado do Pará e na Cidade de Belém, além da
dificuldade de aplicação dos questionários nas empresas, tendo em vista, que as
mesmas se encontravam distantes umas das outras e por muitas vezes poucas
pessoas das empresas podiam responder aos questionários e algumas nem
chegaram a responder por não terem interesse na pesquisa.

Gráfico 1 – Qualificação quanto ao sexo nas empresas não cadastradas.

FEMININO
8%
11%
50% MASCULINO

31% EMPRESAS QUE NÃO


QUISERAM RESPONDER
EMPRESAS QUE ESTAVAM
FECHADAS

Fonte: Taiane Baia, 2014.

É possível perceber de acordo com o gráfico 1, que metade das pessoas


que trabalham nas empresas de eventos não cadastradas são do sexo feminino, e
correspondem a 50%, enquanto que 31% são do sexo masculino. Com isso, pode-
se observar uma preferência por mulheres no setor de eventos das empresas não
cadastradas no CADASTUR, já que elas representam 50% e os homens apenas
31%.
94

Gráfico 2 – Faixa etária nas empresas não cadastradas.

20- 29
8%
12% 30 - 39
38%

23% 40- 59

19%
EMPRESAS QUE NÃO
QUISERAM RESPONDER
EMPRESAS QUE
ESTAVAM FECHADAS

Fonte: Taiane Baia, 2014.

Em relação às faixas etárias, como se pode observar no gráfico 2, a maioria


das pessoas que trabalham nas empresas não cadastradas são de jovens entre 20 a
29 anos. Devido a isso, percebe- se uma forte inserção de jovens no mercado e/ou
segmento de eventos, mais específico nas empresas não cadastradas, seguidos de
pessoas com 40 a 59 anos, que se supõem ter uma experiência bem maior do que
os de 20 a 29 anos, devido a sua experiência de vida e também profissional. E em
último lugar com 19%, segue as pessoas com faixas etárias de 30 a 39 anos.

Gráfico 3 – Grau de escolaridade nas empresas não cadastradas.

2º GRAU COMPLETO

8% 16% SUPERIOR COMPLETO


12%
12%
16% SUPERIOR INCOMPLETO

36% PÓS-GRADUAÇÃO

EMPRESAS QUE NÃO


QUISERAM RESPONDER
EMPRESAS QUE
ESTAVAM FECHADAS

Fonte: Taiane Baia, 2014.


95

O grau de escolaridade das pessoas que trabalham nas empresas de


eventos não cadastradas, como se pode observar com o gráfico 3, em que a maioria
possui o superior incompleto e pode ser representada por 36%, seguido por 16%
com segundo grau completo e pós-graduação e 12% de superior completo. A
maioria das pessoas tem um grau de instrução maior, pressupõe-se que as mesmas
entendam sobre o setor em que trabalham e que contribuem para a melhoria da
empresa.

Gráfico 4 – Tempo de atuação das empresas não cadastradas.

1 ANO

4 ANOS

5 ANOS
8% 11%
12% 8 ANOS
11%
12% 10 ANOS

23% 15 ANOS
11% 4%
4% 18 ANOS
4%
25 ANOS

EMPRESAS QUE NÃO


QUISERAM RESPONDER
EMPRESAS QUE ESTAVAM
FECHADAS

Fonte: Taiane Baia, 2014.

Já de acordo com o tempo de atuação das empresas não cadastradas no


mercado de eventos, como se pode perceber com o gráfico 4, a maioria das
empresas tem 5 anos de experiência representadas por 23%, seguido de 12% que
já atuam a 25 anos, 11% respectivamente de 1 ano, 4 anos e 10 anos e
representadas por 4% as que tem 15 e 18 anos de atuação no ramo de eventos.
Com isso, pode-se perceber que o segmento de eventos está se reciclando com
empresas que podem ser consideradas “novas”. Porém, vale ressaltar que as
empresas que possuem 10 a 25 anos e que ainda se mantem no mercado é porque
96

possuem algo de diferente nos seus serviços, cativando assim seus clientes, pois
até hoje permanecem competindo no mercado oferecendo seus serviços.

Gráfico 5 – Realização do planejamento dos eventos nas empresas não cadastradas.

SIM

8% NÃO
12%

15% AS VEZES
54%

11%
EMPRESAS QUE NÃO
QUISERAM RESPONDER

EMPRESAS QUE ESTAVAM


FECHADAS

Fonte: Taiane Baia, 2014.

A maioria das empresas não cadastradas disse que realiza o planejamento


de seus eventos, como se pode observar com o gráfico 5, sendo representadas por
54%, já 15% das empresas as vezes realiza o planejamento dos seus eventos e
11% não realiza o planejamento dos eventos. Com isso, pode- se perceber que 26%
das empresas, sendo 15% as vezes e 11% não, ainda deixa a desejar em relação
ao seu planejamento, um número bastante significativo já que de acordo com Corrêa
(2009, p. 12): “Primeiramente é necessário pensar como se organizará a sequencia
de atividades e ações futuras, de modo que nos articulemos de forma lógica e
ordenada para diminuir o risco de fracasso”, por isso tornasse importante se planejar
para definir essas ações futuras dos eventos para prestar serviços de qualidade,
com comprometimento e cautela para os clientes.
A organização é uma estratégia que se mostra cada vez mais como uma
ferramenta fundamental em todas as áreas, buscando melhores métodos de
aperfeiçoamento de gestão e conceitos que possam trazer melhorias para uma
localidade, o que se pode reforça com a idéia de planejamento apresentada por
Molina (2005, p. 45): “Planejar, em seu significado mais amplo, implica a
identificação de um conjunto de variáveis, com o objetivo de adotar um curso de
97

ação que, baseado em análises científicas, que permita alcançar um estado ou


situação predeterminada” ou ainda, “[...] Prever o curso dos acontecimentos futuros.
Em outras palavras, o planejamento consiste em estabelecer um curso de ação
desejada, mediante um esforço constante, sistemático e generalizado”. Após esta
resposta das empresas esperasse que elas possam pensar melhor seu
planejamento, para prestar bons serviços para seus clientes.

Gráfico 6 – A fase do evento na qual o planejamento mais ajuda no caso das empresas não
cadastradas.

PRÉ- EVENTO

8% 8% PRÉ- EVENTO, DURANTE O


11%
4% EVENTO E NO PÓS-
EVENTO
NÃO SOUBERAM
RESPONDER A PERGUNTA
69%
EMPRESAS QUE NÃO
QUISERAM RESPONDER

EMPRESAS QUE ESTAVAM


FECHADAS

Fonte: Taiane Baia, 2014.

A maioria das empresas não cadastradas sabe que com o um bom


planejamento, claro que bem elaborado, pensado e articulado, ele irá contribuir de
forma geral, desde o Pré-evento até o Pós-evento, como se pode observar com o
gráfico 6, sendo representadas por 69%. Porém, como e pode observador no gráfico
anterior 5, um número significativo de empresas não consegue alcançar um bom
planejamento já que 15% das empresas as vezes realiza o planejamento dos seus
eventos e 11% não realiza o planejamento dos eventos, somando um total de 26%.
Com isso, se pode perceber que as empresas não cadastradas sabem da
importância do planejamento, porém 26% ainda não colocam em pratica como
deveria e 8% das empresas considera que o planejamento é importante apenas para
o Pré-evento, ou seja, a fase em que se pensa e se planeja o evento, e acabam
deixando a desejar por pensarem dessa forma na execução e encerramento do
98

evento, na qual se deve realizar toda a avaliação do evento, e acabam correndo o


risco de cometer os mesmos erros e falhas por não realizarem, já que consideram
somente o Pré-evento como fase importante.

Gráfico 7– Tipos de planejamento nas empresas não cadastradas.

TÁTICO
4%
OPERACIONAL
7%
11% 22%
8% ESTRATÉGICO, TÁTICO E
OPERACIONAL
NÃO RESPONDERAM A
48% PERGUNTA
EMPRESAS QUE NÃO
QUISERAM RESPONDER
EMPRESAS QUE ESTAVAM
FECHADAS

Fonte: Taiane Baia, 2014.

Como se pode perceber de acordo com o gráfico 7 em relação ao tipo de


planejamento adotado pelas empresas não cadastradas, pode-se perceber que 48%
utilizam os três tipos de planejamento, Estratégico, Tático e Operacional, 22% utiliza
apenas o operacional se preocupando apenas com a execução dos serviços
prestados e não avalia o evento como um todo, já que utiliza apenas um tipo de
planejamento, cerca de 4% utiliza apenas o tático e 8% não responderam a
pergunta, talvez pelo fato de não conseguir identificar que tipo de planejamento a
empresa utiliza ou até mesmo por estar dentro das que não utilizam o planejamento
já apresentado anteriormente nesta pesquisa.
Pode-se perceber também, que as empresas que se preocupam apenas
com o planejamento Tático e Operacional, representadas por um total de 26%, estes
tipos de planejamento coincidem em algumas de suas ações o que reforça ainda
mais para não acontecer problemas com em relação a ações mais fáceis e rápidas,
onde se cuida de procedimentos e tarefas com pequeno número de atividades
dentro de um ambiente interno, se configurando como ações de curto prazo.
99

Gráfico 8 – Justificativa das empresas não cadastradas pela utilização desses tipos de
planejamento.

FALTA DE HABILIDADE NA CONSTRUÇÃO


DE UM PLANO ESTRATÉGICO

POR CONTA DA REALIDADE OPERANTE


8% 8% DA EMPRESA
11% 11%
NÃO UTILIZAM NENHUM DOS 3 TIPOS DE
8% PLANEJAMENTO
19%
PORQUE SÃO IMPORTANTES E
FUNDAMENTAIS
35% NÃO RESPONDERAM A PERGUNTA

EMPRESAS QUE NÃO QUISERAM


RESPONDER

EMPRESAS QUE ESTAVAM FECHADAS

Fonte: Taiane Baia, 2014.

Como se pode observar de acordo com o gráfico 8 em relação as


justificativas pela utilização do tipo de planejamento escolhido pelas empresas,
entendesse que 35% das empresas utiliza os três tipos de planejamento
(estratégico, tático e operacional), porque são importantes e fundamentais, pois um
planejamento se bem organizado e articulado pode salvar empresas, instituições,
órgãos públicos e privados, entre outros, que se encontram em crise ou quase
fechando as portas, porque é através dele que se irá estudar e buscar ações que
ajudem a reverter toda está situação, não somente reverter, mas também buscar um
equilíbrio de ações futuras para que as empresas continuem atuando no mercado.
Um número bem significativo de 19% não responderam a pergunta, talvez
por não saberem justificar a utilização de um ou mais tipos de planejamento por não
entender sobre o assunto. 11% entendesse que utiliza apenas o planejamento
tático, pela realidade operante da empresa. Pode ser que está empresa não tenha
como articular ações para o planejamento estratégico e operacional, tendo em vista
que não possuem conhecimento para isso, apesar da grande maioria das pessoas
que trabalham nas empresas cadastradas serem de ensino superior incompleto.
8% justificam que não utilizam o planejamento estratégico por não terem
habilidade na construção de um plano estratégico, 8% também não utilizam nenhum
tipo de planejamento, com isso, pode-se perceber que estas empresas
100

representadas por 9% realizam seus eventos sem nenhum comprometimento e


cautela com seu cliente e sem nenhuma credibilidade por não utilizar nenhum dos
três tipos de planejamento.

Gráfico 9 – Avaliação do planejamento nas empresas não cadastradas.

EXCELENTE

BOM
8% 19%
11%
8% REGULAR

RUIM
4% 50%
EMPRESAS QUE NÃO
QUISERAM RESPONDER
EMPRESAS QUE ESTAVAM
FECHADAS

Fonte: Taiane Baia, 2014.

Como se pode observar com o gráfico 9, a maioria das empresas de eventos


não cadastradas considera seu planejamento bom, e sabem que devem melhores
em algumas ações dentro da empresa para assim conseguir atingir a excelência.
19% consideram o seu planejamento excelente, e com isso acabam passando a
informação de que não precisam melhorar em nada, mas sabe-se que sempre se
tem algo para melhorar e deve-se continuar estudando o mercado e suas mudanças.
Ainda houve empresas que consideraram seu planejamento regular e ruim,
sendo representadas por 4% e 8% respectivamente, somando essas empresas
obtém-se 12% do total de empresas que ainda precisa investir e melhorar muito em
relação ao seu planejamento, pois acordo com Tenan (2002, p. 52): “Considerando-
se os vários segmentos do turismo, o de eventos é o que proporciona maior retorno
em termos de participação no PIB, geração de empregos e impostos, pelo seu efeito
multiplicador”. Assim acaba contribuindo para a expansão e a conquista de novos
mercados, como é possível perceber esse ramo de turismo deve ser bem planejado
para que se possa desenvolver cada vez mais este setor.
101

Gráfico 10 – Quantidade de pessoas envolvidas no planejamento dos eventos nas


empresas não cadastradas.

ATÉ 5 PESSOAS

8% 10- 15 PESSOAS
11%
4%
20- 25 PESSOAS
54%
23%
EMPRESAS QUE NÃO
QUISERAM RESPONDER
EMPRESAS QUE ESTAVAM
FECHADAS

Fonte: Taiane Baia, 2014.

Em relação ao número de pessoas que trabalham envolvidas com o


planejamento dos eventos nas empresas não cadastradas, como é possível
perceber com o gráfico 10, a maioria das empresas utilizam até 5 pessoas, sendo
representadas por 54%. Pode-se perceber também que 23% utilizam de 10 a 15
pessoas e que 4% de 20 a 25 pessoas. Com isso, pode-se observar que o número
de pessoas que trabalham com o planejamento nessas empresas é pequeno o que
pode ou não ajudar no planejamento dos eventos, pois sabe-se que quando se tem
um maior número de pessoas envolvidas pensando e articulando suas idéias
tornasse mais difícil de se ter algum erro ou falha no evento.
102

Gráfico 11 – Realização dos eventos de forma amadorística nas empresas não


cadastradas.

SIM
8%
11% 35% NÃO

EMPRESAS QUE NÃO


46% QUISERAM RESPONDER
EMPRESAS QUE ESTAVAM
FECHADAS

Fonte: Taiane Baia, 2014.

Como se pode observar de acordo com o gráfico 11, chegasse ao ápice


dessa pesquisa, e percebe-se que 46% das empresas dizem que não realizam
eventos de forma amadorística. Porém, vale ressaltar, que ainda tem um número
bem significativo de empresas de eventos não cadastradas realizando eventos de
forma amadorística, sendo representadas por 35% e de acordo com sua
complexidade evidenciada por Zanella, (2010, p. 21):

Por sua complexidade, amplitude e importância, a promoção de um evento


exige alta especialização técnica, experiência e especialização no tipo de
evento que será realizado. Sua operacionalização fundamenta-se em um
eficiente sistema de planejamento.

Por sua complexidade de organização e execução, se reforça mais ainda o quanto é


importante o planejamento dessa atividade do turismo de eventos, pois ela exige
uma experiência dos profissionais da área e uma determinada técnica que os que
trabalham de forma amadorística muitas das vezes não possuem, devido á isso
estes não garantem a eficiência e a qualidade do evento, podendo deixar a desejar
em relação ao evento realizado, como se pode observar de acordo com Cesca
(2008, p.49) “A organização de eventos é trabalhosa e exige grande
responsabilidade. Acontece ‘ao vivo’, e qualquer falha comprometerá o
conceito/imagem da organização para qual é realizado e do seu organizador”, se
deve ter cautela também durante o evento e saber agir de forma rápida e estratégica
103

se acontecer algo fora do que foi planejado, por isso os eventos sendo complexos e
trabalhosos merecem uma atenção especial em seu planejamento.

Gráfico 12 – Avaliação do grau de importância do planejamento nas empresas não


cadastradas.

8% SIM
11%

EMPRESAS QUE NÃO


QUISERAM RESPONDER
81% EMPRESAS QUE ESTAVAM
FECHADAS

Fonte: Taiane Baia, 2014.

Em relação à avaliação das empresas não cadastradas quanto ao grau de


importância do planejamento para as empresas, como se pode perceber com o
gráfico 12, pode-se identificar que 81% das empresas sabem que o planejamento é
importante, porém 35% o que representa grande parte delas como visto no gráfico
11, ainda realiza eventos de forma amadorística e com isso veem o planejamento
como uma ferramenta importante e acabam se contradizendo como se pode
perceber no gráfico 12, com essa expressão de 81%, pelo simples fato de quem
sabem que o planejamento é importante, mas ainda continuam realizando eventos
sem planejamento.
104

Gráfico 13 – Motivos pelos quais as empresas não cadastradas consideram o planejamento


importante.

PORQUE ELE É A BASE DE


TUDO

8% É A GARANTIA DO SUCESSO
11% 35% DO EVENTO

15% PARA REALIZAR O EVENTO


COM QUALIDADE PARA O
CLIENTE
31% EMPRESAS QUE NÃO
QUISERAM RESPONDER

EMPRESAS QUE ESTAVAM


FECHADAS

Fonte: Taiane Baia, 2014.

Como se pode observar no gráfico 13, 35% das empresas não cadastradas
considera o planejamento importante porque ele é a base de tudo, seguido de 31%
porque o planejamento é a garantia do sucesso do evento. Para 15% das empresas
o planejamento ajuda na realização de um evento com qualidade para o cliente e
após o exposto pode-se perceber de acordo com Martin (1998, p. 70) que o:

Planejamento: a espinha dorsal do evento. É ele que dá o norte, que define


o rumo para onde se deve ir, onde obter a sustentação econômica.
Organização: é o pulmão e o coração do evento. Sem ela, o vento pára de
bater, as tarefas deixam de ser feitas, os fornecedores não recebem as
informações e os pagamentos necessários para trabalhar e fazer acontecer
o evento em toda sua plenitude.

Como foi possível perceber, o planejamento realmente é uma das ferramentas mais
importantes de um evento, sem ele um evento pode até acontecer de forma
amadorística, porém esse terá muitas falhas desde o pré-evento até o pós-evento.
Por isso, se deve utilizar o planejamento para que os eventos sejam executados
com quase cem por cento de sucesso, com qualidade, comprometimento,
segurança, entre outros.
105

Gráfico 14 – Problemas mais frequentes nos eventos das empresas não cadastradas.

FALHA NO PLANEJAMENTO DO
EVENTO

PROBLEMAS COM A LOGÍSTICA DO


EVENTO

8% PROBLEMAS COM DIVULGAÇÃO DO


20%
12% EVENTO

8% ATRASO NOS HORÁRIOS DAS


20% PROGRAMAÇÕES
8%
PROBLEMAS COM OS PRESTADORES
8% 16% DE SERVIÇOS

NÃO OCORREM PROBLEMAS

EMPRESAS QUE NÃO QUISERAM


RESPONDER

EMPRESAS QUE ESTAVAM FECHADAS

Fonte: Taiane Baia, 2014.

Como se pode observar com o gráfico 14, os problemas mais frequentes


enfrentados pelas empresas de eventos não cadastradas são: falha no planejamento
dos eventos, representado por 20%, mas em contrapartida 20% das empresas
afirmam que não ocorre nenhum tipo de problema nos seus eventos. Seguidos por
16% que afirmam ter problemas com o atraso dos horários das programações,
justificando este atraso, devido os palestrantes ultrapassarem o limite de tempo de
exposição estabelecido pela empresa.
8% das empresas dizem ter problemas respectivamente com: a logística do
evento, divulgação do evento, com os prestadores de serviços.
Alguns problemas enfrentados pelas empresas se dão pela falha no
planejamento, como o da logística, os problemas com os prestadores de serviços e
os próprios problemas em relação ao planejamento do evento, essas empresas
devem rever os tipos de planejamento adotados e se possível devem estudar,
articular e avaliar ações que possam solucionar ou equilibrar esses problemas, para
realizar um evento com maior confiabilidade e qualidade para os seus clientes.
106

Gráfico 15 – Justificativas por não serem cadastradas no cadastur.

NÃO SOUBERAM RESPONDER

POR NÃO TEREM INTERESSE E


ACHAREM IRRELEVANTE PARA A
8% EMPRESA
11% 27% POR NÃO TEREM CONHECIMENTO
SOBRE O CADASTRO
8%
8% PORQUE AINDA ESTAM TENTANDO
15% REGULARIZAR A EMPRESA
23%
NÃO RESPONDERAM

EMPRESAS QUE NÃO QUISERAM


RESPONDER

EMPRESAS QUE ESTAVAM FECHADAS

Fonte: Taiane Baia, 2014.

Quando as empresas foram questionadas sobre o porquê de não serem


cadastradas no sistema do CADASTUR, como se pode perceber com o gráfico 15
que 27% não souberam responder, 23% afirmaram não ter conhecimento sobre o
cadastro da empresa, 15% disseram que a empresa não tem interesse e por
acharem irrelevante para a empresa, sendo que o CADASTUR é um sistema em que
os prestadores de serviços devem estar cadastrados para estar regularizados
perante o órgão competente, vale ressaltar que no ano desta pesquisa o cadastro é
gratuito e tem a validade de 5 anos.
8% explicaram que ainda estão tentando regularizar a empresa e os outros
8% não responderam a pergunta, talvez por medo de comprometer a empresa nesta
pesquisa, apesar de todos terem sido comunicados de que os nomes das mesmas
não iam ser citados em nenhum momento neste trabalho.
107

Gráfico 16 – Tipos de eventos que as empresas não cadastradas mais realizam.

FORMATURAS

CASAMENTOS

3% 6% FESTAS INFANTIS
10% 32%
7% ACADÊMICOS E
13% INSTITUCIONAIS
PALESTRAS
10% 19%
CURSOS

EMPRESAS QUE NÃO


QUISERAM RESPONDER
EMPRESAS QUE ESTAVAM
FECHADAS

Fonte: Taiane Baia, 2014.

De acordo com está pesquisa tornou-se possível descrever quais os eventos


mais organizados e realizados pelas empresas de eventos não cadastradas em
Belém, como se pode perceber de acordo com o gráfico 16, segue no ranking com
32% as formaturas, com 19% os casamentos, com 13% os eventos acadêmicos e
institucionais, com 10% as festas infantis, seguidos de palestras com 7% e cursos
com 3%. Com isso, pode-se perceber que as empresas não cadastradas realizam
mais eventos do tipo social, formaturas, casamentos e festas infantis.

Gráfico 17 – Quanto aos serviços terceirizados pelas empresas não cadastradas.

SIM

NÃO
7%
4% 11%
48% NA MAIORIA DAS VEZES SIM
11%
AINDA NÃO DISPÕE DE BANCO
19% DE DADOS DE FORNECEDORES
EMPRESAS QUE NÃO QUISERAM
RESPONDER
EMPRESAS QUE ESTAVAM
FECHADAS

Fonte: Taiane Baia, 2014.


108

Quando as empresas não cadastradas foram questionadas sobre os


serviços terceirizados, como se pode observar no gráfico 17, 48% das empresas
ainda terceiriza serviços e mantém os mesmos prestadores em todos os seus
eventos se não na maioria. 19% das empresas já possuem seus próprios serviços e
não terceirizam mais serviços de outras empresas, 11% disseram que na maioria
das vezes ainda terceirizam serviços e 4% das empresas ainda não possui banco de
dados dos prestadores de serviços.

Gráfico 18 – Qualificação quanto ao sexo nas empresas cadastradas.

FEMININO

7%
13%
MASCULINO
7%

73%
EMPRESAS QUE NÃO
QUISERAM RESPONDER

EMPRESAS QUE
ESTAVAM FECHADAS

Fonte: Taiane Baia, 2014.

É possível perceber de acordo com o gráfico 18, a maior parte das pessoas
que trabalham nas empresas de eventos cadastradas é do sexo feminino, e
correspondem a 73%, enquanto que 7% são do sexo masculino. Com isso, pode-se
observar que as mulheres dominam o setor de eventos das empresas cadastradas
no CADASTUR.
109

Gráfico 19 – Faixa etária nas empresas cadastradas.

20- 29
7%
13%
30 - 39
13%
67%
EMPRESAS QUE NÃO
QUISERAM RESPONDER

EMPRESAS QUE
ESTAVAM FECHADAS

Fonte: Taiane Baia, 2014.

Em relação às faixas etárias, como se pode observar no gráfico 19, a


maioria das pessoas que trabalham nas empresas cadastradas podem ser
caracterizadas como jovens por terem a idade entre 20 a 29 anos, assim como
também nas não cadastradas. Devido a isso, percebe- se uma forte inserção de
jovens no mercado e/ou segmento de eventos, seguidos de 13% de pessoas com 30
a 39 anos, em que se pressupõe ter a sua experiência profissional e também de vida
relevante para sua contratação.

Gráfico 20 – Grau de escolaridade nas empresas cadastradas.

2º GRAU COMPLETO

7% 7% SUPERIOR COMPLETO
13%
7% 33% SUPERIOR INCOMPLETO

PÓS-GRADUAÇÃO
33%
EMPRESAS QUE NÃO
QUISERAM RESPONDER
EMPRESAS QUE ESTAVAM
FECHADAS

Fonte: Taiane Baia, 2014.


110

O grau de escolaridade das pessoas que trabalham nas empresas de


eventos cadastradas no CADASTUR, como se pode observar com o gráfico 20
seguem empatadas respectivamente as pessoas com superior completo e superior
incompleto, cada um sendo representado por 33% e também empatados com 7%
respectivamente as pessoas com 2º grau completo e pós-graduação.
Com isso, pode-se perceber que as empresas de eventos cadastradas se
encontram bem assessoradas por terem pessoas graduadas e pessoas que ainda
vão se graduar em sua grande maioria somando 66% no total de pessoas que
trabalham nessas empresas.

Gráfico 21 – Tempo de atuação das empresas cadastradas.

9 ANOS

10 ANOS
7% 6% 12 ANOS
13%
27%
14 ANOS
27% 17 ANOS
6%
7% 7%
27 ANOS

EMPRESAS QUE NÃO


QUISERAM RESPONDER
EMPRESAS QUE ESTAVAM
FECHADAS

Fonte: Taiane Baia, 2014.

Como se pode observar com o gráfico 21, o tempo de atuação das


empresas cadastradas vai de 9 a 27 anos. Sendo que, seguem com 27% as
empresas que já atuam no mercado entre 10 e 27 anos, seguidas por 7% das de 14
e 17 anos e com 6% as de 9 e 12 anos. Como se pode perceber, as empresas
cadastradas já atuam a bastante tempo no setor de eventos, o que lhes permite uma
maior confiabilidade por parte de seus clientes e uma maior projeção e visibilidade
no mercado.
111

Gráfico 22 – Realização do planejamento dos eventos nas empresas cadastradas.

SIM
7%
13%
AS VEZES
53%
27%
EMPRESAS QUE NÃO
QUISERAM RESPONDER

EMPRESAS QUE
ESTAVAM FECHADAS

Fonte: Taiane Baia, 2014.

Sobre a realização do planejamento nas empresas cadastradas, como se


observar com o gráfico 22, 53% das empresas afirmou que realiza o planejamento
de seus eventos, um pouco mais da metade das empresas que participaram da
pesquisa. 27% disseram que somente as vezes realizam o planejamento dos seus
eventos, isso chega a ser um número bem considerável, pois é mais de ¼ das
empresas que realizam ou não o planejamento dos seus eventos e sabe-se que o
planejamento é a ferramenta fundamental para qualquer área de estudo.
Assim como o turismo, o planejamento, além de ser uma ferramenta,
também é uma atividade como se pode observar de acordo com Angeli (1996, p.
13): “[...] Sendo um processo dinâmico é licito a permanente revisão, a correção do
rumo. Exige um repensar constante mesmo após a concretização dos objetivos”. É
possível perceber ainda que o planejamento deve adequar suas ações propostas de
acordo com a realidade na qual se insere, pois é por meio dessas ações que irá
atingir o seu objetivo.
O planejamento permite essa flexibilidade de mudança ou adaptação de
ações para se alcançar os objetivos desejados, assim o planejador e suas ações
devem sempre estar em sintonia.
“Quando o objeto do planejamento (o problema) for escolhido pelo poder decisório,
caberá ao planejador julgar o grau de adequação da idéia a realidade da empresa
(ou órgão) e, caso necessário, propor uma revisão” (ANGELI, 1996, p. 33).
112

Os eventos por ser uma atividade econômica, também necessitam de planejamento,


pois trabalha com produtos e serviços, e estes devem possuir uma garantia de
qualidade, comodidade, segurança, conforto, entre outros.

Gráfico 23 – A fase do evento na qual o planejamento mais ajuda no caso das empresas
cadastradas.

DURANTE O EVENTO
7% 7%
13%
PRÉ- EVENTO, DURANTE O
EVENTO E NO PÓS- EVENTO

73% EMPRESAS QUE NÃO


QUISERAM RESPONDER

EMPRESAS QUE ESTAVAM


FECHADAS

Fonte: Taiane Baia, 2014.

Quando as empresas foram questionadas em relação às etapas dos eventos


nas quais o planejamento ajuda, como se pode perceber com o gráfico 23, 73% das
empresas de eventos cadastradas disseram que o planejamento ajuda nas três
fases do evento (pré-evento, durante o evento e pós-evento), com isso percebe-se
que as empresas de eventos se preocupam e sabem como realizar o planejamento
de seus eventos, com um maior comprometimento e cautela, garantindo assim uma
maior confiabilidade para as empresas cadastradas. Porém, 7% das empresas
responderam que o planejamento ajuda apenas durante o evento, sabe-se que isso
é uma forma errônea de avaliar o planejamento, pois este deve ser do inicio ao fim e
acompanhar todas as fases do evento para que no final do evento possa ser
realizada a avaliação geral de todas as ações para identificar as falhas, pontos
positivos e negativos e o que se pode melhorar no caso de outras edições ou outros
eventos.
113

Gráfico 24 – Tipos de planejamento nas empresas cadastradas.

OPERACIONAL
7% 7%
13%
ESTRATÉGICO, TÁTICO E
OPERACIONAL

73% EMPRESAS QUE NÃO


QUISERAM RESPONDER

EMPRESAS QUE ESTAVAM


FECHADAS

Fonte: Taiane Baia, 2014.

Como se pode observar com o gráfico 24, a maioria das empresas, sendo
representadas por 73% utilizam os três tipos de planejamento (estratégico, tático e
operacional), as mesmas 73% que consideram o planejamento importante desde o
pré-evento até o pós-evento, devido á isso se pode identificar que as empresas
cadastradas realmente se preocupam com o planejamento dos eventos que
realizam, além de se preocuparem com sua imagem, o que garante a mesma uma
maior projeção em relação às empresas não cadastradas e uma maior procura por
parte dos clientes para organizar seus eventos. E 7% como se pode observar
utilizam apenas o operacional, e ainda necessitam melhorar as estratégias de
planejamento para agregar o estratégico e o tático, para desenvolver melhor seu
operacional, já que o planejamento estratégico é de longo prazo para se resolver
questões difíceis e permite um planejamento mais sólido e concreto e o tático pode
ser agregado ao operacional já que são de curto prazo e resolvem questões mais
fáceis.
114

Gráfico 25 – Justificativa das empresas cadastradas pela utilização desses tipos de


planejamento.

PORQUE A EMPRESA NÃO TEM UM


PADRÃO PARA DESENVOLVER SEUS
EVENTOS
PORQUE HÁ A NECESSIDADE DE SE
UTILIZAR TODOS ELES PARA MELHOR
7% 7% EXECUTAR OS EVENTOS
13% PARA PRESTAR UM SERVIÇO DE
20%
QUALIDADE
13%
PORQUE É IMPORTANTE SE PLANEJAR
20%
20%
NÃO RESPONDERAM A PERGUNTA

EMPRESAS QUE NÃO QUISERAM


RESPONDER

EMPRESAS QUE ESTAVAM FECHADAS

Fonte: Taiane Baia, 2014.

Em relação a justificativas das empresas cadastradas sobre a utilização dos


tipos de planejamento, como se pode observar com o gráfico 25, 20% das empresas
justificaram que utilizam esses tipos de planejamento (estratégico, tático e
operacional) porque há a necessidade de se utilizar todos eles para executar melhor
os eventos, para prestar um serviço de qualidade e porque é importante se planejar.
Com isso, pode identificar que 60% das empresas perceber que o
planejamento é umas das ferramentas mais importantes, se não a mais importante,
para a realização dos eventos. E 7% das empresas cadastradas responderam que
utilizam o planejamento porque não tem um padrão para desenvolver seus eventos,
o que se pode observar que essas utilizam apenas o planejamento operacional,
como identificado no gráfico anterior.
E 13% não responderam a perguntar pelo fato de não saberem qual o tipo
de planejamento utilizado pela empresa. Tendo em vista de que as pessoas que
participaram desta pesquisa trabalhavam diretamente no planejamento dos eventos,
torna-se possível perceber que essas representadas pelos 13% não se encontram
preparadas para atuar no mercado de eventos e principalmente planejar eventos, já
que não sabem identificar e diferenciar qual o tipo de planejamento utilizado.
115

Gráfico 26 – Avaliação do planejamento nas empresas cadastradas.

EXCELENTE
7%
13%
47%
BOM

33%
EMPRESAS QUE NÃO
QUISERAM RESPONDER

EMPRESAS QUE ESTAVAM


FECHADAS

Fonte: Taiane Baia, 2014.

De acordo com o gráfico 26, pode-se perceber que 47% das empresas
considera seu planejamento excelente, um pouco menos da metade das empresas,
afirmam ainda que não precisam melhorar em mais nada por sempre atingir a
excelência em seus eventos, mas sabe-se que sempre se pode melhorar e agregar
novidades, serviços, estudar a concorrência para cada vez mais se aperfeiçoar e
continuar conquistando os clientes. E 33% consideram o seu planejamento bom, o
que reforça que essas pretendem melhorar seu planejamento, pois os eventos
movimentam bastante a economia, e precisam de uma variedade de produtos e
serviços, esses que por sua vez devem ser escolhidos com cautela, de acordo com
o objetivo do evento, padrões de conforto, comodidade e qualidade.
116

Gráfico 27 – Quantidade de pessoas envolvidas no planejamento dos eventos nas


empresas cadastradas.

ATÉ 5 PESSOAS
7%
13% 10- 15 PESSOAS
47%
13%
MAIS DE 25 PESSOAS

20%
EMPRESAS QUE NÃO
QUISERAM RESPONDER
EMPRESAS QUE ESTAVAM
FECHADAS

Fonte: Taiane Baia, 2014.

Quanto ao número de pessoas envolvidas no planejamento desses eventos,


nas empresas cadastradas, como se pode observar com o gráfico 27, 47% das
empresas utilizam até 5 pessoas, enquanto que 20 % utilizam de 10 a 15 pessoas e
somente 13% utiliza mais de 25 pessoas. Grande parte das empresas,
representadas por 47%, utilizam poucas pessoas para o planejamento de seus
eventos e uma pequena parcela que pode ser representada por 33% utilizam de 10
a mais de 25 pessoas.

Gráfico 28 – Realização dos eventos de forma amadorística nas empresas cadastradas.

SIM
7% 20%
13%
NÃO

EMPRESAS QUE NÃO


60% QUISERAM RESPONDER
EMPRESAS QUE ESTAVAM
FECHADAS

Fonte: Taiane Baia, 2014.


117

Quando as empresas cadastradas no CADASTUR foram questionadas


sobre a realização de eventos de forma amadorística, como se pode observar de
acordo com o gráfico 28, 60% das empresas afirmaram que não realizam eventos
amadorísticos. Porém, ainda se pode identificar um número significativo de
empresas cadastradas que realizam eventos de forma amadorística, que chegam a
20%, claro que não se comparam com os 35% das empresas não cadastradas, mas
que se não começarem a mudar esses números poderão chegar ou ultrapassar
esses 35% das empresas não cadastradas futuramente.
Com isso, se perceber que essas empresas devem se preocupar com seu
planejamento para diminuir essa porcentagem de 20% de eventos realizados de
forma amadorística, já que mercado de eventos vem crescendo e movimenta vários
setores da economia como se pode perceber de acordo com Melo Neto (2000, p.
111) a mudança no setor de eventos se da pelo fato de que:

Os eventos são, atualmente, a mais nova forma de “alavancagem” de


qualquer negócio profissional. Sem novos eventos não se atrai público.
Consequentemente, não há vendas, não há promoção de marcas ou
produtos nem diversão, para ninguém. Enfim, nada se faz sem eventos. Os
eventos tornam- se elementos de transformação social, de aculturação, de
educação, conscientização e mobilização de massas, além de serem os
maiores e melhores geradores de conteúdo para a mídia. Os eventos criam,
recriam, inovam e reinventam. Não são mais simples fatos, mas
acontecimento e agentes transformadores de toda a sociedade.

Pode-se identificar que os eventos atualmente assumiram uma nova “roupagem”,


algo bem mais contemporâneo e inovador, capazes de movimentar com um único
evento vários setores e segmentos da economia de uma localidade. Este que não só
vende a imagem do local, mas que principalmente gera renda para os setores
envolvidos direta ou indiretamente no evento, por isso se tornam importantes se
realizar parcerias para oferecer serviços com uma maior qualidade para os
participantes e/ou clientes destes eventos, por estes fatos, os eventos não podem e
nem devem ser realizados de forma amadorística, até porque de acordo com Canton
(2004, p. 305), “clientes não compram produtos, mas expectativas” dessa forma faz-
se necessário um planejamento com cautela para suprir essas expectativas e
aumentar o desejo de visita do público-alvo, pois o evento também pode divulgar o
local, criando uma imagem positiva sobre ele que aguça ainda mais o interesse de
conhecer dos seus participantes. Por outro lado se o evento não criar uma boa
118

imagem da cidade, o turista pouco manifestará interesse em realizar a visita para o


lazer nesta.

Gráfico 29 – Avaliação do grau de importância do planejamento nas empresas


cadastradas.

SIM
7%
13%

EMPRESAS QUE NÃO


QUISERAM RESPONDER
80%

EMPRESAS QUE
ESTAVAM FECHADAS

Fonte: Taiane Baia, 2014.

80% das empresas cadastradas consideram o planejamento importante,


como se pode observar com o gráfico 29, sendo unanime entre as empresas que
responderam a pesquisa, desconsiderando os 13% das que não quiseram responder
e os 7% das empresas que estavam fechadas.
Devido a isso, percebe-se que todas as empresas cadastradas sabem da
importância do planejamento, mas ainda tem empresas realizando eventos sem
planejamento e de forma amadorística, como já visto anteriormente. As que não
realizam o planejamento devem começar a integra-lo de acordo com os objetivos e
ações da empresa e as que realizam eventos de forma amadorística devem se
preocupar mais com os serviços que oferecem e com seus clientes, pois eles pagam
por isso e merecem um maior comprometimento e cautela das empresas na hora de
organizar seus eventos.
119

Gráfico 30 – Motivos pelos quais as empresas cadastradas consideram o planejamento


importante.

PORQUE TRANSMITE UMA MAIOR


CONFIANÇA E CREDIBILIDADE AO CLIENTE

POIS É MAIS FÁCIL DE DETECTAR OS ERROS


7% 13%
13%
7% PLANEJAMENTO É CONDIÇÃO PARA QUE OS
CLIENTES APROVEM OS ORÇAMENTOS
7% 7%
PORQUE TUDO DEPENDE DO PLANEJAMENTO
13%

33% PORQUE O SUCESSO DO EVENTO DEPENDE DO


PLANEJAMENTO

NÃO RESPONDERAM A PERGUNTA

EMPRESAS QUE NÃO QUISERAM RESPONDER

EMPRESAS QUE ESTAVAM FECHADAS

Fonte: Taiane Baia, 2014.

Em relação aos motivos pelos quais as empresas cadastradas consideram o


planejamento importante, como se pode observar com o gráfico 30, 33% das
empresas disseram que tudo depende do planejamento, é muito bom perceber que
a maioria das empresas sabe que tudo depende do planejamento e que 13% das
empresas justificaram que é pelo fato do planejamento transmitir uma maior
confiança e credibilidade ao cliente e porque o sucesso do evento depende do
planejamento, seguidos por 7% que justificaram que é mais fácil de detectar os
erros, que o planejamento é condição para que os clientes aprovem os orçamentos
e ainda 7% que não responderam a pergunta.
120

Gráfico 31 – Problemas mais frequentes nos eventos das empresas cadastradas.

O NÃO CUMPRIMENTO DE HORÁRIOS E


PRAZOS
ATRASOS NA PROGRAMAÇÃO DO EVENTO

INADIMPLÊNCIA DOS CLIENTES


7% 15%
14%
7% CAPTAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS DE
QUALIDADE
7% 7%
PROBLEMAS COM PRESTADORES DE
7% 7% SERVIÇOS
FALHAS NA COMUNICAÇÃO
7%
22%
NÃO SOUBERAM RESPONDER A PERGUNTA

NÃO OCORRE PROBLEMAS

EMPRESAS QUE NÃO QUISERAM


RESPONDER
EMPRESAS QUE ESTAVAM FECHADAS

Fonte: Taiane Baia, 2014.

Como se pode observar com o gráfico 31, os problemas mais enfrentados


pelas empresas de eventos cadastradas no CADASTUR são representados por 22%
de falhas de comunicação, 15% do não cumprimento de horários e prazos, de
inadimplência dos clientes, seguidos de 7% de atraso na programação do evento,
justificado pelo fato dos palestrantes ultrapassarem o tempo estabelecido pela
organização do evento, 7% de inadimplência dos clientes, de problemas com a
captação de recursos humanos de qualidade, problemas com prestadores de
serviços, e ainda de 7% de pessoas que não souberam responder a pergunta e 7%
ainda afirmaram que não ocorre nenhum tipo de problema na empresa.
Pode-se perceber com isso, que esses problemas só ocorrem por erros ou
pela falta de planejamento, apesar de todas as empresas saberem da importância
do planejamento como já foi visto anteriormente.
121

Gráfico 32 – Justificativas por serem cadastradas no cadastur.

PORQUE É UMA FORMA DE


REGULARIZAÇÃO DA EMPRESA

PORQUE PARTICIPAM DE
LICITAÇÕES E É OBRIGATÓRIO O
12% 17% CADASTRO
PORQUE SE PREOCUPAM COM
18% SEUS CLIENTES
17%
POR FICAREM AMPARADAS POR
12% LEIS E VISIBILIDADE NO MERCADO
12% 12%
NÃO RESPONDERAM A PERGUNTA

EMPRESAS QUE NÃO QUISERAM


RESPONDER

EMPRESAS QUE ESTAVAM


FECHADAS

Fonte: Taiane Baia, 2014.

Quando as empresas foram questionadas sobre o porquê de serem


cadastradas no CADASTUR, como se pode observar com o gráfico 33, as empresas
informaram que é uma forma de regularização da empresa e pelo motivo de
participarem de licitações e o cadastro ser obrigatório, sendo representadas por 17%
cada. É possível perceber também que 12% disseram que são cadastradas porque
se preocupam com seus clientes, por ficarem amparadas por lei e uma maior
visibilidade no mercado e 12% ainda não responderam a pergunta.
Pode-se perceber que a maioria das empresas só se cadastrou pelo fato de
que participam de licitações e o cadastro é necessário e também pelo fato de que a
empresa precisa estar toda regularizada, mas não pelo fato de se preocuparam com
o planejamento da empresa.
122

Gráfico 33 – Tipos de eventos que as empresas cadastradas mais realizam.

CONGRESSOS

FEIRAS

8% 4% SEMINÁRIOS
8% 29%
4% CASAMENTOS E 15 ANOS
8% LOGÍSTICA DE TRANSPORTES
9% 21%
9% FORMATURAS

EVENTOS INSTITUCIONAIS POR


MEIO DE LICITAÇÕES
EMPRESAS QUE NÃO
QUISERAM RESPONDER
EMPRESAS QUE ESTAVAM
FECHADAS

Fonte: Taiane Baia, 2014.

Como se pode observar com o gráfico 33, as empresas cadastradas no


CADASTUR de Belém-PA realizam vários tipos de eventos entre eles: congressos
com 29%, feiras com 21%, seminários, casamentos e 15 anos com 9%, 8% de
logística de transportes e eventos institucionais por meios de licitações e formaturas
com 4%. Pode-se perceber que setor de eventos, em relação as empresas
cadastradas, está configurado principalmente como realizador de eventos técnicos
e/ou científicos, congressos, feiras, seminários, eventos institucionais por meio de
licitações.

Gráfico 34 – Quanto aos serviços terceirizados pelas empresas cadastradas.

SIM

7% NÃO
13%
40%
NA MAIORIA DAS VEZES SIM
20%
GERALMENTE
7% 13%
EMPRESAS QUE NÃO
QUISERAM RESPONDER
EMPRESAS QUE ESTAVAM
FECHADAS

Fonte: Taiane Baia, 2014.


123

Em relação à terceirização de serviços pelas empresas cadastradas, pode- se


observar com o gráfico 34, que 40% das empresas ainda terceirizam serviços e
sempre são os mesmo prestadores, 20% das empresas geralmente terceirizam,
porém, nem sempre são os mesmo prestadores, 13% não terceira, pois já possuem
seus próprios serviços e 7% ainda terceiriza na maioria das vezes e isso também se
refere aos prestadores de serviços.
Após toda essa análise a cerca da importância do planejamento para as
empresas de eventos em Belém- PA, pode se observar que o número de empresas
de eventos vem crescendo, pois se percebe neste mercado um forte poder de
crescimento e desenvolvimento que vem sendo demonstrando desde 1970 até os
dias atuais, com isso os empreendedores começam a apostar cada vez mais neste
segmento do turismo.

Nos últimos oito anos, o número de eventos internacionais aumentou de 28


para 360. Com isso, o País apresentou o quinto maior crescimento na
captação de eventos internacionais no ano passado, se comparado a 2011,
superando o aumento em relação à Itália, França, Alemanha e Reino Unido
(BRASIL, 2013, p. s.p.).

O crescimento expressivo do Turismo de Eventos no Brasil é bem significativo, pois


pode se perceber este crescimento de acordo com número de eventos realizados,
principalmente os eventos internacionais que passaram de 28 para 360, superando
países considerados de primeiro mundo, ou desenvolvidos, como é o caso da
Alemanha, Itália, França etc.

O turismo de eventos é a parte do turismo que leva em consideração o


critério relacionado ao objetivo da atividade turística. É praticado com
interesse profissional e cultural por meio de congressos, convenções,
simpósios, feiras, encontros culturais, reuniões internacionais, entre outros e
é uma das atividades econômicas que mais crescem no mundo atual
(TENAN, 2002, p. 11).

Com isso percebe-se que o Turismo de Eventos é uma atividade econômica que
vem crescendo muito e que merece uma atenção especial não só na sua execução,
mas também em seu planejamento e um acompanhamento no decorrer de sua
realização. Os eventos podem ajudar um destino turístico de diversas formas,
realizando marketing dos atrativos do local sede do evento ou movimentando
também toda a cadeia turística e consequentemente a economia do local, seja de
forma direta ou indireta, etc.
124

6 CONCLUSÕES

Apesar de todas as dificuldades encontradas na realização dessa pesquisa,


tanto em relação à escassez de material bibliográfico para descrever sobre os
eventos no Estado do Pará e em Belém e das dificuldades encontradas no decorrer
da pesquisa de campo, mesmo assim este trabalho tornou possível a realização de
uma análise sobre a importância do planejamento nas empresas de eventos em
Belém-PA, entre empresas cadastradas e não cadastradas no sistema do
CADASTUR, podendo destacar os eventos que elas mais organizam na cidade.
Em relação às empresas não cadastradas, pode-se perceber que podem ser
consideradas empresas “novas” e com isso, que elas vêm se reciclando no
mercado, devido a toda essa falta de organização, planejamento e acabam sendo
obrigadas a sair do mercado, até mesmo pela falta de clientes. Enquanto que, as
empresas cadastradas são empresas que já atuam a mais de 27 anos no mercado e
que possuem uma maior confiabilidade no mercado.
A maioria das empresas de eventos, tanto cadastradas como não
cadastradas considera que o planejamento é importante desde o pré-evento até o
pós-evento, porque se sabe que há uma necessidade de se planejar e ao final de
cada evento se realizar uma avaliação de tudo, verificando os prós e os contras, os
pontos fortes e fracos do evento, para que em próximas edições ou próximos
eventos se possa melhorar. Porém, apesar das empresas terem essa percepção,
ainda se pode identificar muitos problemas na execução de seus eventos, e estes
vêm sendo frequentes. Por este fato, o planejamento deve ser revisto para que
assim sejam encontradas soluções para equilibrar ou minimizar esses problemas.
Percebe-se também que as empresas ainda realizam eventos de forma
amadorística mesmo sabendo e considerando o planejamento uma ferramenta
importante que pode contribuir para os demais setores e também para o de eventos.
Sendo 35% das empresas não cadastradas e 20% das empresas cadastradas, o
que representa 55% do setor de eventos em Belém, ou seja, a maioria das
empresas de eventos em Belém ainda realiza eventos de forma amadorística. O que
reflete na organização, planejamento e execução dos eventos, na qualidade dos
serviços prestados para os seus clientes, também se pode identificar a falta de
comprometimento por parte das empresas com os clientes, pois não realizam o
planejamento adequado de seus eventos e os realizam de qualquer forma, deixando
125

de lado o compromisso com os sonhos e expectativas dos clientes depositadas na


empresa.
Em relação ao grau de escolaridade das pessoas que trabalham nas
empresas, pode-se perceber que elas possuem uma boa instrução, pois a maioria
tem graduação incompleta e completa, pós-graduação e poucas tem apenas o 2º
grau completo, ensino médio. Devido a isso, pode-se identificar que o setor de
evento tem tudo para melhorar e agregar o conhecimento que seus funcionários têm
que investir isso na questão do planejamento para melhorá-lo.
A falta de planejamento faz com que as empresas percam confiabilidade no
setor de eventos e em todo o mercado que gira em torno deste segmento. Além
disso, percebe-se que pelo fato das empresas não cadastradas estarem sendo
configuradas como empreendimentos novos, são elas que possuem as maiores
falhas de planejamento, organização, prestação de serviços, e execução do evento,
pois muitas vezes não realizam o estudo de mercado antes de abrir a empresa e
deixam a desejar na prestação de seus serviços.
Através desta pesquisa também se tornou possível descrever quais os tipos
de eventos mais realizados em Belém, pelas empresas cadastradas e não
cadastradas, sendo respectivamente: Formaturas, Casamentos e 15 anos,
Congressos, Eventos Acadêmicos e Institucionais por meio de licitações, Feiras,
Festas Infantis, Seminários, Palestras, Logística de Transportes e Cursos.
Pode-se perceber também que as empresas não cadastradas realizam mais
eventos do tipo social, enquanto que as cadastradas realizam mais eventos técnicos
e/ou científicos.
Sabe-se também que a maioria das empresas não se cadastra no sistema
do CADASTUR, pelo simples fato de não ter conhecimento sobre o sistema, porém,
não se pode deixar de destacar que o sistema possui um site e por meio desse se
podem adquirir informações e contatos. O cadastro é gratuito e tem validade de 5
anos e vale ressaltar que para o setor ficar mais organizado faz-se necessário o
cadastro de todas as empresas que trabalham prestando serviços turísticos na
cidade. E as justificativas das empresas cadastradas estão paltadas nas seguintes
questões: porque regulariza a empresa, porque é uma condição para participarem
de licitações, porque se preocupam com seus clientes, por ficarem amparados por
leis e visibilidade no mercado, então com isso se percebe que as empresas
cadastradas são as que mais se preocupam com o planejamento dos seus eventos.
126

Por isso, pode-se observar que as empresas de eventos cadastradas


avaliam o planejamento de seus eventos, a maioria como excelentes e bons,
enquanto que em relação às empresas não cadastradas se percebe
respectivamente bom, excelente, ruim e regular, o que perpassa pela grande falta de
organização e planejamento das mesmas, vale ressaltar que está avaliação foi
realizada pelos funcionários entrevistas nas empresas e se eles têm essa
percepção, imagine os clientes que depositam seus sonhos e expectativas nos
eventos.
A falta de organização do setor ainda perpassa por grandes problemas,
entre eles a falta de planejamento e organização, falta de comprometimento com
seus clientes, entre outros. Apesar de todas as empresas saberem da importância
que o planejamento tem para o sucesso do evento, ainda se pode identificar uma
série de problemas e falhas consecutivas nos eventos. Tudo isso, reflete nesta
realizada que foi apresentada neste trabalho, e ainda vale ressaltar que as
empresas necessitam estudar melhor as necessidades dos clientes e o mercado que
é bastante competitivo, devem investir em novos serviços, estes que devem ser
diferenciados, para chamar a atenção dos clientes.
Espera-se que com essa reavaliação e adequação do planejamento dos
eventos de acordo com objetivos e necessidades de cada evento, esses sejam
organizados da melhor forma possível e que com isso, pelo menos, a maioria das
empresas, sejam essas cadastradas ou não, deixem de realizar eventos de forma
amadorística e passem a zelar pelo compromisso e comprometimento com seus
clientes.
Diante disso, percebeu-se que se faz necessária à criação de uma secretária
de eventos ou de um departamento de eventos na SETUR, ou na PARATUR, ou no
CVB-Be, ou até mesmo a criação de um observatório de pesquisas em eventos na
Cidade de Belém por meio de convênios e/ou parcerias com as universidades e
faculdades que oferecem o curso de turismo e até mesmos com institutos de
pesquisas, para que assim as empresas possam ser mais organizadas e por meio
dos estudos possam alavancar cada vez mais o setor de eventos da cidade,
oferecendo serviços com uma maior qualidade.
127

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ZANELLA, Luiz Carlos. Manual de organização de eventos: planejamento e


operacionalização. São Paulo: Atlas, 2010.
130

APÊNDICES
131

APÊNDICE A- Questionário de pesquisa de campo para as empresas não


cadastradas no CADASTUR

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ


INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
FACULDADE DE TURISMO

PESQUISA PARA AS EMPRESAS NÃO CADASTRADAS NO CADASTUR

1. Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino

2. Qual a sua faixa etária?


( ) 15 a 19 anos ( ) 20 a 29 anos ( ) 30 a 39 anos
( ) 40 a 59 anos ( ) 60 a 80 anos ( ) acima de 80 anos

3. Grau de escolaridade:
( ) 1º Grau completo ( ) 1º Grau incompleto
( ) 2º Grau completo ( ) 2º Grau incompleto ( ) Superior completo
( ) Superior incompleto ( ) Pós-graduação ( ) outros

4. Quanto tempo à empresa já atua no mercado? _________

5. A empresa realiza o planejamento de todos os seus eventos?


( ) Sim ( ) Não ( ) As vezes

6. Você acha que o planejamento ajuda mais no:


( ) Pré- evento ( ) durante o evento ( ) No pós- evento ( ) Desde o pré- evento até
o pós- evento

7. Qual o tipo de planejamento que a empresa utiliza para organizar seus eventos?
Por quê?
( )Estratégico ( ) Tático ( ) Operacional ( ) Estratégico, tático e operacional

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

8. Como você avalia o planejamento realizado pela empresa?


( ) Excelente ( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim
132

9. Quantas pessoas trabalham no planejamento dos eventos?


( ) até 5 pessoas ( ) de 10 á 15 pessoas ( ) de 20 á 25 pessoas ( )mais de 25
pessoas

10. A empresa que você trabalha já realizou algum evento de forma amadorística?
( ) Sim ( ) Não

11. Você considera o planejamento importante para a empresa que você trabalha?
Por quê?
( ) Sim ( ) Não

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

12. Quais os problemas que ocorrem com maior frequência nos eventos organizados
pela empresa? Por quê?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

13. Porque a empresa não se cadastrou no sistema do CADASTUR?


___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

14. Quais os tipos de eventos que a empresa mais organiza?

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

15. Quanto aos prestadores de serviços terceirizados contratados pela empresa são
sempre os mesmos fornecedores para todos os eventos? Por quê?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
133

APÊNDICE B- Questionário de pesquisa de campo para as empresas


cadastradas no CADASTUR

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ


INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
FACULDADE DE TURISMO

PESQUISA PARA AS EMPRESAS CADASTRADAS NO CADASTUR

1. Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino

2. Qual a sua faixa etária?


( ) 15 a 19 anos ( ) 20 a 29 anos ( ) 30 a 39 anos
( ) 40 a 59 anos ( ) 60 a 80 anos ( ) acima de 80 anos

3. Grau de escolaridade:
( ) 1º Grau completo ( ) 1º Grau incompleto
( ) 2º Grau completo ( ) 2º Grau incompleto ( ) Superior completo
( ) Superior incompleto ( ) Pós-graduação ( ) outros

4. Quanto tempo à empresa já atua no mercado? _________

5. A empresa realiza o planejamento de todos os seus eventos?


( ) Sim ( ) Não ( ) As vezes

6. Você acha que o planejamento ajuda mais no:


( ) Pré- evento ( ) Durante o evento ( ) No pós- evento ( ) Desde o pré- eventos até
o pós- evento

7. Qual o tipo de planejamento que a empresa utiliza para organizar seus eventos?
Por quê?
( )Estratégico ( ) Tático ( ) Operacional ( ) Estratégico, tático e operacional

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

8. Como você avalia o planejamento realizado pela empresa?


( ) Excelente ( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim
134

9. Quantas pessoas trabalham no planejamento dos eventos?


( ) até 5 pessoas ( ) de 10 á 15 pessoas ( ) de 20 á 25 pessoas ( )mais de 25
pessoas

10. A empresa que você trabalha já realizou algum evento de forma amadorística?
( ) Sim ( ) Não

11. Você considera o planejamento importante para a empresa que você trabalha?
Por quê?
( ) Sim ( ) Não

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12. Quais os problemas que ocorrem com maior frequência nos eventos organizados
pela empresa? Por quê?
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13. Porque a empresa se cadastrou no sistema do CADASTUR?


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14. Quais os tipos de eventos que a empresa mais organiza?

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15. Quanto aos prestadores de serviços terceirizados contratados pela empresa são
sempre os mesmos fornecedores para todos os eventos? Por quê?
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135

ANEXOS
136

ANEXO A- Empresas cadastradas no site do cadastur no ano de 2014


137

ANEXO B- Empresas cadastradas no site do cadastur no ano de 2014


138

ANEXO C- Empresas cadastradas no site do cadastur no ano de 2014

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