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Poder Judiciário

Justiça do Trabalho
Tribunal Superior do Trabalho

PROCESSO Nº TST-RR-772-88.2014.5.12.0041

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1001340DB594E68E45.
A C Ó R D Ã O
6ª Turma
GDCPMS/lmx

RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO NA


VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. AGENTE
COMUNITÁRIO DE SAÚDE. ADICIONAL DE
INSALUBRIDADE. ATIVIDADE NÃO
RELACIONADA NO ANEXO 14 DA NORMA
REGULAMENTAR Nº 15 DO MINISTÉRIO DO
TRABALHO E EMPREGO. Nos termos da Súmula
448, I, do c. TST, para o deferimento do
adicional de insalubridade
pressupõe-se o prévio enquadramento da
atividade desenvolvida na relação
oficial elaborada pelo Ministério do
Trabalho. A atividade de agente
comunitário de saúde nas residências
dos assistidos não se confunde com
aquelas realizadas em estabelecimentos
que possuem finalidade específica de
cuidado da saúde humana, uma vez que não
possui concentração de variabilidade de
agentes biológicos num ambiente sob
isolamento controlado, de forma que
apesar de realizar visitas domiciliares
e de eventualmente entrar em contato com
pacientes com doenças
infectocontagiosas, a atividade não se
enquadra no Anexo 14 da NR-15. Recurso
de revista não conhecido.

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso


de Revista n° TST-RR-772-88.2014.5.12.0041, em que é Recorrente MARIA
APARECIDA OLIVEIRA BENEDET e Recorrido MUNICÍPIO DE TUBARÃO.

O eg. Tribunal Regional negou provimento ao recurso


ordinário da reclamante quanto ao tema “Adicional de insalubridade.
Agente Comunitário de Saúde”.
Os embargos de declaração opostos pela reclamante
foram rejeitados.

Firmado por assinatura digital em 29/06/2016 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP
2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.
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Irresignada, a reclamante interpõe recurso de revista
às fls. 395/412, insurgindo-se quanto ao referido tema.
Pelo despacho de fls. 427/429, o recurso de revista
da reclamada foi admitido por divergência jurisprudencial.
Contrarrazões as fls. 433/441.
O d. Ministério Público do Trabalho opina pelo não
conhecimento do recurso de revista.
É relatório.

V O T O

ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. AGENTE COMUNITÁRIO DE


SAÚDE.
RAZÕES DE NÃO CONHECIMENTO
Eis o trecho transcrito e grifado pela reclamante:

“ADICIONAL DE INSALUBRIDADE INDEVIDO. LAUDO


PERICIAL NÃO DESQUALIFICADO. CONCLUSÃO FAVORÁVEL
AO
EMPREGADOR. É indevido o adicional de insalubridade quando
comprovado por meio de laudo pericial que o empregado não trabalhava em
local insalubre e não há nos autos outros elementos capazes de
desqualificá-lo
(...)
1. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE
(...)
Em resposta aos quesitos (item 4), o perito afirmou que a demandante
não está exposta a agentes biológicos no exercício de sua atividade
profissional (fl. 135).
Disse ainda que o risco de contágio por vírus e bactérias se estende a
qualquer pessoa que realiza atendimentos, a exemplo dos caixas de
supermercado e balconistas em farmácias e que, no caso de contato da
demandante com algum paciente com doença infectocontagiosa, este se dá
de forma eventual (fl. 135).

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Na seção para ‘considerações’, em análise da insalubridade conforme a
NR-15 (fls. 132v-134), o expert afirmou que as atividades realizadas pela
reclamante não são desenvolvidas nos locais determinados pelo Anexo 14,
da NR 15, limitando-se a visitas nas residências ou ações comunitárias de
prevenção de doenças ou promoção da saúde, inexistindo contato
permanente com pacientes, bem como contato com objetos de uso nestes
pacientes.
Insta destacar que não seria pelo fato de o perito do Juízo ter concluído
pela inexistência da insalubridade que tornaria obrigatório o Magistrado
rejeitar a pretensão referente ao correspondente adicional, isto porque o Juiz
não esta adstrito à conclusão do laudo pericial. Em tais situações, desde que
apresente os fundamentos que lhe formaram a convicção para agir
contrariamente à prova técnica, a decisão se mostraria insuscetível de
reforma.
Pois bem.
No laudo pericial, utilizado como prova emprestada, cuja
produção, repiso, se deu nos autos da RTOrd
0000733-91.2014.5.12.0041 (2ª Vara do Trabalho de Tubarão), constato
que, além de o perito ter concluído que, em face do que determina a
NR-15, anexo 14, as atividades da reclamante não atendem aos dois
requisitos básicos para caracterizar sua atividade como insalubre, vale
dizer, local de trabalho e contato permanente com pacientes ou objetos
de uso nos pacientes, verifico também que os presentes autos carecem de
outros elementos capazes de infirmar a conclusão do precitado laudo
pericial, bastando ver que a parte autora deixou de carrear para os
autos laudo que, envolvendo o mesmo reclamado (Município de
Tubarão), tenha apontado para direção oposta àquela indicada pela
prova emprestada.
Portanto, a despeito das razões expendidas pela recorrente, não as
entendo como hábeis e suficientes para que se aplique, na hipótese em
exame, a regra do art. 436 do CPC e, dessa forma, venha a ser
desconstituída a prova técnica produzida neste feito.
Ademais, não se pode olvidar que o expert é profissional da inteira
confiança do juízo e a perícia foi realizada com base em dados obtidos em
visitas aos locais de labor de tais servidores, tendo o perito não só procedido
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ao exame de tais condições, mas também respondido aos quesitos indicados
pelas partes e emitido seu parecer técnico de forma circunstanciada.
Assim, considerando que foi vistoriado o local de trabalho da parte
autora e não havendo como ser mitigada a assertiva do experto, qual seja, no
sentido de que o contato com agentes insalubres (agentes biológicos) não
ocorre, no caso concreto, de forma habitual, mostra-se escorreita a decisão
revisanda que considerou indevido o adicional em comento.
Diante do exposto, nego provimento ao recurso.”

A reclamante alega que na atividade de agente


comunitária de saúde tem contato permanente com pessoas portadoras de
doenças infectocontagiosa. Indica arestos para demonstração de confronto
de teses e violação dos arts. 190 e 192 da CLT. Indica, ainda, violação
do art. 479 do CPC, ao argumento de que foram demonstrados elementos
capazes de desconstituir o laudo pericial e demonstrada a incoerência
do perito.
Esta c. Corte tem entendido que a atividade de agentes
comunitárias de saúde não pode ser considerada como insalubre, pois não
pode ser equiparada ao contato dos profissionais da área de saúde com
pacientes de hospitais, ambulatórios e postos de vacinação, não estando
classificada, portanto como atividade insalubre na relação oficial
elaborada pelo Ministério do Trabalho.
A decisão recorrida, portanto, está em consonância com
a Súmula nº 448, I, desta Corte, bem como com os precedentes desta c.
Corte, que assim dispõem, respectivamente:

"ATIVIDADE INSALUBRE. CARACTERIZAÇÃO. PREVISÃO


NA NORMA REGULAMENTADORA Nº 15 DA PORTARIA DO
MINISTÉRIO DO TRABALHO Nº 3.214/78. INSTALAÇÕES
SANITÁRIAS. (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 4 da SBDI-1
com nova redação do item II ) - Res. 194/2014, DEJT divulgado em 21, 22 e
23.05.2014.
I - Não basta a constatação da insalubridade por meio de laudo
pericial para que o empregado tenha direito ao respectivo adicional, sendo

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necessária a classificação da atividade insalubre na relação oficial elaborada
pelo Ministério do Trabalho."

“RECURSO DE EMBARGOS INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA


LEI 13.015/2014. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. AGENTE
COMUNITÁRIO DE SAÚDE. ATENDIMENTO NA RESIDÊNCIA DOS
PACIENTES. EXPOSIÇÃO A AGENTES INFECTOCONTAGIOSOS.
SÚMULA Nº 448, I, DO TST. Mesmo que em exposição a agentes
biológicos infecto-contagiosos, o exercício da atividade de agente
comunitário de saúde na residência dos pacientes, porque não equiparado
esse local a estabelecimentos destinados aos cuidados da saúde humana, tais
como hospitais, ambulatórios, enfermarias ou similares, não se insere na
NR-15 da Portaria nº 3.214/78. Examinando questão similar, que envolve o
contato com internos em locais destinados ao atendimento socioeducativo do
menor infrator, esta e. Subseção vem entendendo que esse ambiente não se
equipara àqueles destinados a pacientes em isolamento, hospitais ou outros
estabelecimentos destinados aos cuidados da saúde humana, a que se refere o
Anexo 14 da NR 15 do Ministério do Trabalho. Precedentes desta Subseção.
Recurso conhecido por divergência jurisprudencial e desprovido.” (E-RR -
259-41.2013.5.04.0571 , Relator Ministro: Alexandre de Souza Agra
Belmonte, Data de Julgamento: 03/03/2016, Subseção I Especializada em
Dissídios Individuais, Data de Publicação: DEJT 11/03/2016)

“ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. AGENTE COMUNITÁRIO


DE SAÚDE. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS NAS RESIDÊNCIAS DA
COMUNIDADE. AUSÊNCIA DE PREVISÃO NO ANEXO 14 DA NR-15
DA PORTARIA MTE Nº 3.214/1978. 1. Consoante a diretriz perfilhada na
Súmula nº 448, item I, do TST, a mera constatação de agentes insalubres no
local de trabalho do empregado, sem a inclusão da atividade na relação
elaborada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, não autoriza a percepção
do adicional de insalubridade. Entendimento que se coaduna com a norma do
artigo 190 da CLT, que atribui ao Ministério do Trabalho e Emprego a
competência para definir as atividades e operações insalubres e fixar os
critérios de caracterização da insalubridade, os limites de tolerância, os
meios de proteção e o tempo máximo de exposição aos agentes insalubres. 2.
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O Agente Comunitário de Saúde, cujas atividades encontram-se
discriminadas na Lei Federal nº 11.350/2006, presta orientação comunitária
preventiva no âmbito do Sistema Único de Saúde. Atua estritamente no meio
doméstico/familiar da comunidade, mediante ações de vigilância, prevenção
e controle de doenças e promoção da saúde (artigo 4º da Lei nº 11.350/2006).
3. O contato do agente comunitário de saúde com enfermos, durante visitas
nas residências da comunidade, sem que resulte cabalmente demonstrado
contato permanente com portadores de doenças transmissíveis, não gera
direito ao adicional de insalubridade. Precedente da SbDI-1 do TST
(ERR-207000-08.2009.5.04.0231, Red. p/ acórdão Min. Aloysio Corrêa da
Veiga, julgado em 18/2/2016). 4. Embargos do Reclamado de que se
conhece, por divergência jurisprudencial, e a que se dá provimento.” (E-RR -
510-41.2013.5.04.0771 , Relator Ministro: João Oreste Dalazen, Data de
Julgamento: 03/03/2016, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais,
Data de Publicação: DEJT 11/03/2016)

Estando a decisão recorrida em consonância com a


iterativa, atual e notória jurisprudência desta Corte, incide o art. 896,
§7º, da CLT sob os arestos válidos colacionados. Intactos, do mesmo modo,
os arts. 190 e 192 da CLT.
Não se constata, por fim, a alegada violação do art.
479 do CPC, na medida em que o laudo pericial concluiu que a atividade
de agente comunitário de saúde não se desenvolvia nos locais determinados
pelo Anexo 14, da NR 15.
Não conheço.

ISTO POSTO

ACORDAM os Ministros da Sexta Turma do Tribunal


Superior do Trabalho, por unanimidade, não conhecer do recurso de
revista.
Brasília, 29 de Junho de 2016.

Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)


PAULO MARCELO DE MIRANDA SERRANO
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Desembargador Convocado Relator

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