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Este documento é cópia do original assinado digitalmente por DAVI DO ESPIRITO SANTO.

Para conferir o original, acesse o site http://www.mpsc.mp.br, informe o processo 09.2013.00000697-7 e o


25ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DA COMARCA DA CAPITAL

Procedimento Administrativo n. 09.2013.00000697-7

DESPACHO

01. Os documentos juntados nas pp. 2342-2344 tratam de indagações formuladas


pela integrante do Conselho Curador da FUCAS indicada pela Ordem dos Advogados
do Brasil/SC, doutora Angela Marcondes (OAB/SC 31.700) formuladas através de e-
mail recebido pela 25ª Promotoria de Justiça da Capital.
02. Na referida mensagem de correio eletrônico, a Conselheira relata que: a) a
proposta de venda do imóvel da FUCAS situado no bairro Jurerê, em Florianópolis,
objeto de apreciação em reunião extraordinária do Conselho Curador (edital às p. 2.344)
ficou adstrita a apenas uma imobiliária, o que seria irregular, pois os documentos da
FUCAS informam a realização de três avaliações, o que não teria sido feito; b) a retirada
do administrador do fundo a título de comissão de corretagem é altíssima; c) que
desconhece se houve exposição dos gastos da antecipação de recebíveis com o
Bradesco; e d) em e-mail separado juntou observação de que o despacho de
reconsideração (p. 2333-2335) não teria mencionado alienação de outros bens, mas tão-
somente o imóvel de Jurerê. Indaga se a Curadoria das Fundações tem contato com o
administrador do fundo e conclui argumentando que a situação financeira deve ser
atribuída aos atuais gestores, uma vez que causaram os transtornos financeiros mediante
"gestão temerária".
03. Cumpre, antes de tudo, registrar que os assuntos relativos à gestão da
Fundação de Assistência Social (FUCAS) estão sendo apurados no Inquérito Civil n.
06.2017.00004350-0, instaurado em 28 de novembro do corrente ano para apurar
possível responsabilidade civil dos membros dos órgãos gestores (Conselho Curador, do
Conselho Fiscal, da Diretoria Executiva e Superintendente) da entidade, por prejuízos
causados a esta, bem como coletar elementos de prova para eventual Ação Civil Pública
para preservar o patrimônio social e assegurar a continuidade dos serviços sociais
prestados pela referida entidade (Portaria n. 0209/2017/25PJ/CAP, de pp. 6.046-6.047
daqueles autos), o qual ainda está em fase de instrução. Sendo assim, todas as
informações que porventura ainda não tenham sido juntadas ou noticiadas sobre o
objeto da investigação podem ser encaminhadas pelos membros do Conselho Curador
ou qualquer outro interessado àquelas autos. Desta maneira, as informações relativas aos
investimentos (item "b" das indagações), inclusive sobre a justeza do o percentual de
corretagem, serão apreciadas no referido Inquérito.
04. As medidas necessárias à continuidade da gestão da Fundação permanecem
no presente Procedimento Administrativo de Cadastro (PA n. 09.2013.00000697-7), no
qual estão relatadas as atividades de velamento pela Fundação, conforme prevê o art. 66
do Código Civil. Neste foi editada a Recomendação n. 0011/2017/25PJ/CAP (pp.
2150-2164), em cuja fundamentação foram apreciadas as Providências para Elaboração
ed Plano de Reestruturação Administrativa Inicial da FUCAS, com menção à operação
financeira realizada com o Banco Bradesco (parágrafo n. 23 daquela promoção) e aos
pagamentos realizados com tais recursos (parágrafo n. 24), sobre os quais a Conselheira
indaga (item "c), conforme relação juntada aos autos (p. 1773-1778).
05. Relativamente à apreciação da proposta de compra e venda de bem imóvel
código EE6719

(sobre a qual indaga a Conselheira, no item "a"), as orientações de procedimento e


documentos necessários à apreciação pelo Conselho Curador estão indicadas no

Rua Pedro Ivo, n.º 231 – Ed. Campos Salles – 2º andar – sala 202 - Centro – Florianópolis – SC
CEP 88010-070 - Fone/Fax: (48) 3330-2125 - E-mail: capital25pj@mpsc.mp.br
Este documento é cópia do original assinado digitalmente por DAVI DO ESPIRITO SANTO. Para conferir o original, acesse o site http://www.mpsc.mp.br, informe o processo 09.2013.00000697-7 e o
25ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DA COMARCA DA CAPITAL
parágrafo 48 da Recomendação n. 0011/2017/25PJ/CAP, sendo que as deliberações do
Conselho Fiscal e do Conselho Curador deverão ser apreciadas oportunamente pela
Curadoria das Fundações no que diz respeito aos requisitos cabimento, justificativa da
necessidade e regularidade do procedimento de aprovação de venda. É de
responsabilidade dos Conselheiros (do Conselho Fiscal e do Conselho Curador ) a
apreciação das informações e documentos relativos ao negócio jurídico proposto e a sua
vantajosidade. Observa-se que não existe na legislação pátria relativa às fundações
privadas exigência de procedimento específico de alienação, podendo esta se dar através
de venda direta ou mesmo leilão. Destarte, é plenamente possível que o Conselho
Curador delibere, aprovando ou não, proposta de compra formulada por certa pessoa
física ou jurídica, ou, ainda, através de corretor de imóvel determinado. O importante é
que haja prévias avaliações por profissionais habilitados (laudos), consoante está
descrito na letra "C" do parágrafo 48 da Recomendação referida alhures.
06. No que concerne ao item "d" das perguntas, registra-se que na
Recomendação n. 011/2017/25PJ/CAP não houve recomendação específica para não
alienação de tais bens. Sendo assim, o despacho de p. 2333-2335 não versou sobre tais
bens. A venda de bens móveis pode ser autorizada pelo Conselho Curador desde que
cumprido, no que couber, o procedimento previsto no parágrafo 48 da Recomendação.
07. Por fim, é oportuno frisar que a Curadoria das Fundações não tem qualquer
contato com o gestor do fundo, sendo que em reunião realizada no dia 11 de dezembro
de 2017 compareceu o Sócio-diretor da Macroinvest de Gestão de Recursos para
explicar a situação atual dos fundos e sobre a possibilidade de recebimento de bem
imóvel em dação em pagamento para liquidação dos débitos da Construtora Pandini (cf.
Termo de p. 2233-2234).

08. Diante do exposto, determino à Secretaria que providencie a expedição de


ofício à requerente, a ser encaminhada mediante mensagem de correio eletrônico, com
cópia deste despacho.

Florianópolis, 19 de dezembro de 2017

Davi do Espírito Santo


Promotor de Justiça
Assinado digitalmente código EE6719

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