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Módulo Didático de apoio à atividade docente para o CRV


Disciplina Matemática – Ensino Médio
Título: Progressão Geométrica e Funções Exponenciais

Tópicos Habilidades

11. Progressão Geométrica 11.1. Identificar o termo geral de uma progressão


geométrica.

12.1. Identificar exponencial crescente e exponencial


decrescente.
12.2. Resolver problemas que envolvam uma função do
tipo y ( x ) = k a .
x
12. Função exponencial
12.3. Reconhecer uma progressão geométrica como uma
função da forma y ( x ) = k a definida no conjunto
x

dos números inteiros positivos.

Introdução
As progressões geométricas e as funções exponenciais aparecem
naturalmente em vários contextos significativos, entre eles: crescimento
populacional, matemática financeira, cálculo do valor da prestação de um
financiamento, e em várias situações em que uma grandeza varia a uma taxa
proporcional ao valor da grandeza em cada instante (desintegração radioativa
e Lei de Resfriamento de Newton são alguns exemplos).

Para compreender ainda mais a importância do entendimento das


progressões geométricas e das funções exponenciais, veja as seguintes
situações que serão modeladas e resolvidas através destes conceitos:
• Em uma aplicação financeira, o dinheiro aplicado aumenta 2% a cada
mês. Se forem aplicados R$ 100,00 nesta aplicação financeira, após
um período de 12 meses essa quantia terá aumentado para qual
valor?
2

• Em uma aplicação financeira, o dinheiro aplicado aumenta 2% a cada


mês. Se forem aplicados R$ 100,00 nesta aplicação financeira, após
quantos meses esse valor terá aumentado para mais de R$ 1.000,00?
• Uma televisão que custa, a vista, R$ 900,00 pode ser paga em 12
prestações iguais. Se a loja cobra 2% de juros ao mês por este
financiamento, qual o valor de cada uma das 12 prestações?
• Uma população de bactérias dobra a cada hora. Se em um
determinado instante existem 200 indivíduos nesta população, após 24
horas qual será o número de indivíduos nesta população de bactérias?

Estes exemplos ilustram que é muito importante saber aplicar os conceitos de


progressões geométricas e funções exponenciais para a modelagem
matemática e a resolução de problemas. Neste Módulo Didático
apresentaremos as definições e as propriedades destes conceitos, além de
mostrar como eles podem ser aplicados para a resolução de uma ampla
classe de problemas.

Progressão Geométrica

Exemplo 1: Considere a seguinte seqüência de números inteiros:


a1 = 3 , a 2 = 6 , a 3 = 12 , a 4 = 24 , a 5 = 48 , a 6 = 96 e a 7 = 192 .
Você consegue imaginar alguma regra na formação destes números? Pense
um pouco. Você percebeu que estes números foram dobrando? Isto é, a
partir do segundo número cada um é o dobro do número anterior? Observe: 6
é o dobro de 3; 12 é o dobro de 6. 24 é o dobro de 12; 48 é o dobro de 24; 96
é o dobro de 48; 192 é o dobro de 96. Isto significa que cada termo desta
seqüência é igual ao termo anterior multiplicado por 2:

6 = 2 × 3 ⇒ a 2 = 2 × a1
12 = 2 × 6 ⇒ a 3 = 2 × a 2

24 = 2 × 12 ⇒ a 4 = 2 × a3
3

48 = 2 × 24 ⇒ a 5 = 2 × a 4

96 = 2 × 48 ⇒ a 6 = 2 × a5

192 = 2 × 96 ⇒ a 7 = 2 × a 6

O comportamento desta seqüência de números, a regularidade apresentada


neste exemplo (cada número ser igual ao anterior multiplicado por uma
constante, 2 neste exemplo) caracteriza uma progressão geométrica. Assim,
neste exemplo específico temos uma seqüência de números que é uma
progressão geométrica, de acordo com a seguinte definição.

Uma seqüência de números a1 , a 2 ,K , a n é uma progressão

geométrica se existir um número real q tal que a partir do


segundo termo da seqüência, cada um deles é igual ao termo
imediatamente anterior multiplicado por q . Isto é, se

a i = a i −1 × q .

Neste caso dizemos que a1 é o primeiro termo e que a


constante q é a razão da progressão geométrica a1 , a 2 ,K , a n .

Observação: costuma-se utilizar a abreviação PG para progressão


geométrica.

Exemplo importante: Se considerarmos todas as potências inteiras e positivas


de um número real b obtemos uma progressão geométrica de primeiro termo
b e razão também igual a b .
a1 = b , a 2 = b 2 , a3 = b 3 , K , a n = b n , K

De fato, nesta seqüência, cada termo é igual ao termo anterior multiplicado


por b .
4

Observação: como cada termo de uma progressão geométrica é igual ao


termo anterior multiplicado por b , vemos que todos os termos de uma
progressão ficar determinados a partir do primeiro termo e da razão.
Vejamos agora algumas situações que exemplificam esse fato.

Exemplo 2: Os seis primeiros termos da progressão geométrica de primeiro


termo a1 = 4 e razão q = 3 são:

a1 = 4 a 2 = 4 ⋅ 3 = 12 a 3 = 12 ⋅ 3 = 36 a 4 = 36 ⋅ 3 = 108

a 5 = 108 ⋅ 3 = 324 a 6 = 324 ⋅ 3 = 972

Exemplo 3: Uma progressão geométrica tem primeiro termo a1 = 32 e razão


1
q= . Os doze primeiros termos desta progressão são:
2

1 1 1
a1 = 32 a 2 = 32 ⋅ = 16 a 3 = 16 ⋅ =8 a4 = 8 ⋅ =4
2 2 2
1 1 1 1 1 1 1
a5 = 4 ⋅ =2 a6 = 2 ⋅ =1 a7 = 1 ⋅ = a8 = ⋅ =
2 2 2 2 2 2 4
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
a9 = ⋅ = a10 = ⋅ = a11 = ⋅ = a12 = ⋅ =
4 2 8 8 2 16 16 2 32 32 2 64

Exemplo 4: Observe que se a1 , a 2 ,K , a n são os termos de uma progressão

geométrica, então o quociente de um termo pelo termo imediatamente


anterior é igual à razão da progressão. De fato, de a i = a i −1 × q concluímos

ai
que = q.
a i −1
5

Exemplo 5: Vamos verificar que os números 3, 12, 48 e 192 são termos


consecutivos de uma progressão geométrica. Para fazer isso, de acordo com
o exemplo anterior, devemos mostra que o quociente de dois termos
consecutivos da progressão é sempre o mesmo. Mas, neste caso, isso é
verdade, pois
12 48 192
= = = 4.
3 12 48
Portanto 3, 12, 48 e 192 são termos de uma progressão geométrica de
primeiro termo 3 e razão igual a 4.

Exemplo 6: Os números 2, 4, 8, 16 e 48 são termos consecutivos de uma


progressão geométrica? Para responder a esta pergunta devemos proceder
igual ao exemplo anterior: devemos verificar se o quociente de dois termos
consecutivos sempre é o mesmo. Mas observe que
4 8 16 48
= 2, = 2, =2 e = 3.
2 4 8 16
Como esses quocientes não são todos iguais, concluímos que os números
dados não são termos consecutivos de uma progressão geométrica.

O Termo Geral de uma Progressão Geométrica

Exemplo 7: Considere a progressão geométrica de primeiro termo a1 = 5 e


razão q = 3 . Qual é o centésimo termo desta progressão? Isso é, qual é o

número a100 ?
Solução: Pela definição de progressão geométrica, se conhecemos o seu
primeiro termo e sua razão, podemos escrever todos os termos da
progressão: basta irmos multiplicando cada termo da progressão pela razão
para encontrar o próximo termo.

Assim, podemos calcular a 2 = a1 ⋅ q = 5 ⋅ 3 = 15 , a 3 = a 2 ⋅ q = 15 ⋅ 3 = 45 ,

a 4 = a 3 ⋅ q = 45 ⋅ 3 = 135 e assim sucessivamente. Entretanto, observe que para


6

calcular o número a100 seguindo esses passos, devemos calcular todos os

termos anteriores da progressão, isto é, devemos calcular a 2 , a3 , a 4 , a5 ....

até a 99 e só depois disso podemos calcular a100 . Assim, vemos que esse
método de determinação de um termo específico de uma progressão
geométrica é pouco eficiente. Vamos mostrar agora então, um jeito mais
rápido e prático para a determinação de um termo qualquer de uma
progressão geométrica.

Então vamos considerar uma progressão geométrica de primeiro termo a1 e


de razão igual a q . Pela definição de P.G., podemos calcular os próximos
termos da progressão do seguinte modo.

a 2 = a1 ⋅ q .

a 3 = a 2 ⋅ q = (a1 ⋅ q ) ⋅ q = a1 ⋅ q 2

a 4 = a 3 ⋅ q = (a1 ⋅ q 2 ) ⋅ q = a1 ⋅ q 3

a 5 = a 4 ⋅ q = ( a1 ⋅ q 3 ) ⋅ q = a1 ⋅ q 4

a 6 = a 5 ⋅ q = (a1 ⋅ q 4 ) ⋅ q = a1 ⋅ q 5

Observando a regularidade destas expressões concluímos que, para todo


n ≥ 1 , a n = a1 ⋅ q n −1 . Esta expressão é chamada de termo geral da progressão

geométrica de primeiro termo a1 e razão q .

Uma progressão geométrica de primeiro termo a1 e de

razão igual a q tem termo geral igual a a n = a1 ⋅ q n −1 .

Utilizando a expressão do termo geral, podemos calcular qualquer termo da


progressão sem a necessidade do cálculo de todos os termos anteriores a
ele.
7

Exemplo 8: Vamos determinar o décimo e o centésimo termo da progressão


geométrica de primeiro termo a1 = 3 e razão q = 2 .

Solução: O termo geral desta progressão é dado por a n = a1 ⋅ q n −1 = 3 ⋅ 2 n −1 .

Assim o décimo termo é igual a a10 = 3 ⋅ 210−1 = 3 ⋅ 2 9 = 3 ⋅ 512 = 1536 , e o

centésimo termo é igual a a100 = 3 ⋅ 2100 −1 = 3 ⋅ 2 99 . Observe que esse número

a100 está calculado, e que podemos deixá-lo escrito em termos de um

potência de 2 pois, sendo 2 99 um número muito grande, em geral, não é


conveniente efetuarmos todas essas multiplicações.

Exemplo 9: Determine o primeiro termo e a razão da progressão geométrica


cujo termo geral é igual a a n = 5 ⋅ 3 n .

Solução: Para o cálculo do primeiro termo, basta substituir n pelo número 1


na expressão do termo geral. Assim concluímos que o primeiro termo é igual
a a1 = 5 ⋅ 3 = 15 . Para o cálculo da razão podemos efetuar:

a n +1 5 ⋅ 3 n +1 5 ⋅ 3 n ⋅ 3
q= = = = 3.
an 5 ⋅ 3n 5 ⋅ 3n

Exemplo 10: Os três primeiros termos de uma progressão geométrica são


8
a1 = 6 , a 2 = 4 e a 3 = . Determine o termo geral desta PG.
3
Solução: A razão desta PG pode ser calculada do seguinte modo:
8
a 4 2 a 8 2 2
q = 2 = = , ou então q = 3 = 3 = = . Substituindo a1 = 6 e q = na
a1 6 3 a2 4 12 3 3
n −1
2
expressão a n = a1 ⋅ q n −1 do termo geral, concluímos que a n = 6 ⋅   .
3
Entretanto, efetuando algumas manipulações algébricas, podemos escrever
esse termo geral de várias formas diferentes, tais como:
8

n −1
2 6 ⋅ 2 n −1 3 ⋅ 2 ⋅ 2 n−1 2n
an = 6 ⋅   = = = .
3 3 n−1 3 n −1 3 n− 2

Exemplo 11: Os dois primeiros termos de uma progressão geométrica são


a1 = 3 e a 2 = −2 . Determine o termo geral desta PG.
a2 − 2 2
Solução: A razão desta PG é igual a q = = = − . Substituindo a1 = 3 e
a1 3 3
2
q=− na expressão a n = a1 ⋅ q n −1 concluímos que o termo geral desta PG é
3
n −1
 2
igual a a n = 3 ⋅  −  . Observe que, sendo a razão um número negativo, os
 3
termos desta progressão geométrica vão alternando de sinal: um é positivo, o
outro é negativo, o seguinte é positivo e assim por diante.

No próximo exemplo ilustramos que, através da expressão do termo geral, se


conhecemos dois termos de uma progressão geométrica podemos, em geral,
determinar o seu primeiro termo e sua razão.

Exemplo 12: Uma progressão geométrica a1 , a 2 ,K , a n é tal que a 4 = 24 e

a 7 = 192 . Determine o primeiro termo, a razão e o termo geral desta PG.

Solução: O termo geral da progressão é a n = a1 ⋅ q n −1 . Tomando n = 4 e

depois n = 7 , dos dados do problema, vemos que a 4 = a1 ⋅ q 3 = 24 e

a 7 = a1 ⋅ q 6 = 192 . Portanto os números a1 e q satisfazem o seguinte sistema

de equações:
a1 ⋅ q 3 = 24
 .
a1 ⋅ q 6 = 192

a1 ⋅ q 6 192
Dividindo a segunda equação pela primeira obtemos = , isto é,
a1 ⋅ q 3 24

q 3 = 8 ⇒ q = 2 . Substituindo esse valor na primeira equação do sistema,


9

24
concluímos que a1 ⋅ 2 3 = 24 ⇒ a1 = = 3 . Portanto a progressão geométrica
8
dada tem primeiro termo a1 = 3 e razão q = 2 . Substituindo esses valores na

expressão do termo geral, concluímos que seu termo geral é a n = 3 ⋅ 2 n −1 .

Observação: Para terminar esta seção vamos observar os seguintes fatos


que são facilmente demonstrados:
• Se q > 1 os termos da progressão geométrica de razão q forma uma
seqüência crescente: a1 < a 2 < a 3 < L < a n < L .

• Se 0 < q < 1 os termos da progressão geométrica de razão q forma

uma seqüência decrescente: a1 > a 2 > a 3 > L > a n > L .

Algumas situações-problema que envolvem progressões geométricas

O conceito de progressão geométrica é utilizado com muita freqüência na


matemática financeira. Veremos então nesta seção alguns problemas de
matemática financeira que podem ser resolvidos com o auxílio da progressão
geométrica. Recomendamos fortemente que o aluno estude o tópico 13 do
CBC (matemática financeira) simultaneamente a resolução destes problemas.
Entretanto, antes de tratar desses problemas, vamos definir o que significa a
taxa de crescimento de uma grandeza.

“A taxa de crescimento entre dois valores a e b de uma grandeza é a razão


entre o aumento da grandeza b − a e o seu valor inicial a”.

Um exemplo, disso é o seguinte: a taxa de crescimento de uma grandeza que


5−4 1
passa de 4 para o valor 5 é igual a = = 0,25 ou 25%. Observe que isto
4 4
significa que ocorreu um acréscimo de 25% no valor inicial da grandeza para
ela passar do valor 4 para o valor 5. De fato:
10

25 1
4 mais 25% de 4 é igual a 4 + ⋅ 4 = 4 + ⋅ 4 = 4 +1 = 5.
100 4

Além disso, em várias situações é muito importante observar que, por


exemplo, para dar um acréscimo de 36% a um valor x , basta multiplicar x
por 1,36. De fato,
x + 36% x = x + 0,36 x = 1,36 x .

De modo geral, dar um acréscimo de t % a um valor x é equivalente a


t
multiplicar x por 1 + .
100

Vamos agora aos problemas propriamente ditos.

Exemplo 13: Em uma aplicação financeira, o dinheiro aplicado aumenta 2% a


cada mês. Se forem aplicados R$ 100,00 nesta aplicação financeira, após um
período de 12 meses essa quantia terá aumentado para qual valor?

Solução: Lembramos que para dar um acréscimo de 2% a um valor x é


suficiente multiplicar x por 1,02. Assim concluímos que:

• Após um mês os R$ 100,00 terão aumentado para 1,02 ⋅ 100 = 102,00


reais.
• Durante o segundo mês, estes 102 reais sofrerão um aumento de 2%
e passarão ao valor 1,02 ⋅ 102 = 104,04 reais.
E esse comportamento vai continuar durante os 12 meses que o dinheiro
ficará aplicado. Então vamos modelar o problema do seguinte modo: vamos
representar por M 0 o dinheiro aplicado inicialmente (neste caso, M 0 = 100 ) e

vamos representar por M n o valor que está aplicado decorridos n meses de

aplicação. Como o dinheiro sofre um aumento de 2% ao mês, das


considerações anteriores concluímos que
11

M 1 = M 0 ⋅ 1,02 .

M 2 = M 1 ⋅ 1,02 = ( M 0 ⋅ 1,02) ⋅ 1,02 = M 0 ⋅ (1,02 )


2

M 3 = M 2 ⋅ 1,02 = ( M 0 ⋅ 1,02 2 ) ⋅ 1,02 = M 0 ⋅ (1,02 )


3

e assim sucessivamente. Portanto, concluímos que os números


M 1 , M 2 ,K ,M 12 formam uma seqüência tal que a partir do segundo termo,
cada termo é igual ao anterior multiplicado por 1,02. Isso significa que esses
termos formam uma progressão geométrica de primeiro termo M 1 = M 0 ⋅ 1,02

e razão igual a 1,02. O termo geral dessa progressão é então dado por
M n = M 1 ⋅ (1,02 ) = M 0 ⋅ 1,02 ⋅ (1,02)
n −1 n −1
= M 0 ⋅ 1,02 n

Como, neste exemplo M 0 = 100 , vemos que M n = 100 ⋅ (1,02 ) . Após 12 meses
n

de aplicação, portanto, a quantia aplicada será igual a M 12 = 100 ⋅ (1,02 ) .


12

Como o auxílio de uma calculadora vemos que esse valor é


aproximadamente igual a R$ 126,82.

Observação: este exemplo pode ser generalizado do seguinte modo.


Suponhamos que um valor inicial M 0 seja aplicado em uma aplicação que

rende t % de juros ao mês. Então, após um período de n meses esta quantia


n
 t 
M 0 terá aumentado para o valor M n = M 0 ⋅ 1 +  . No exemplo numérico
 100 
anterior, M 0 = 100 e t = 2. Isto significa que os valores mensais

M 1 , M 2 ,K ,M n ,K formam uma progressão geométrica.

Exemplo 14: Em uma aplicação financeira, o dinheiro aplicado aumenta 2% a


cada mês. Se forem aplicados R$ 100,00 nesta aplicação financeira, após
quantos meses esse valor terá aumentado para mais de R$ 1.000,00?

Solução: Como vimos no exemplo anterior, após um período de n meses, os


R$ 100,00 terão aumentado para o valor M n = 100 ⋅ (1,02 ) . Então desejamos
n
12

saber o valor de n para o qual se tem 100 ⋅ (1,02) > 1000 , ou seja,
n

(1,02)n > 100 . Mas como procedemos para resolver uma desigualdade como
essa? Um jeito simples é por tentativa. Com o auxílio de uma calculadora
calcule 1,02 n para valores diferentes de n e procure, através deste

experimento, o menor valor de n tal que (1,02 ) > 100 .


n
Efetuando este
experimento, você pode produzir uma tabela com a seguinte, em que
mostramos valores aproximados de 1,02 n .

n 1,02 n n 1,02 n
1 1,02 200 52,48
2 1,04 201 53,53
3 1,06 220 77,99
4 1,08 230 95,07
100 7,24 231 96,97
101 7,39 232 98,90
150 19,50 233 100,88
151 19,88 234 102,90

Esta tabela nos mostra que (1,02 ) > 100 somente para n ≥ 233 . Portanto
n

somente após 233 meses os R$ 100,00 terão aumentado para um valor


superior a mil reais. Observe que 233 meses é igual a 19 anos e 5 meses, ou
seja, é muito, muito tempo.

Exemplo 15: Uma população de bactérias dobra a cada hora. Se em um


determinado instante existem 200 indivíduos nesta população, após 24 horas
qual será o número de indivíduos nesta população de bactérias?
Solução: Vamos representar por P0 = 200 a população inicial de bactérias, e

vamos representar por Pn essa população decorridas n horas da contagem

da população. Pelos dados do problema vemos que os números


13

P1 , P2 ,K ,Pn ,K formam uma progressão geométrica, pois a cada período de

uma hora a população dobra, isto é,


P1 = P0 ⋅ 2

P2 = P1 ⋅ 2 = (P0 ⋅ 2) ⋅ 2 = P0 ⋅ 2 2

P3 = P2 ⋅ 2 = (P0 ⋅ 2 2 ) ⋅ 2 = P0 ⋅ 2 3

P4 = P3 ⋅ 2 = (P0 ⋅ 2 3 ) ⋅ 2 = P0 ⋅ 2 4

E continuando desse modo, fica evidente que Pn = P0 ⋅ 2 n . Como P0 = 200

concluímos que Pn = 200 ⋅ 2 n . Portanto após 24 horas a população será de

P24 = 200 ⋅ 2 24 = 3.355.443.200 bactérias.

Observação: nas referencias bibliográficas indicamos textos que trazem


várias outras aplicações de progressão geométrica e função exponencial.

Funções exponenciais: introdução

Para motivar a necessidade da definição das funções exponenciais observe a


seguinte situação:

Exemplo 16: Uma caixa d’água inicialmente com 1000 litros de água começa
a ser continuamente esvaziada por uma torneira aberta em seu fundo. Neste
exemplo vamos considerar que a cada hora o volume de água na caixa se
reduza pela metade. Após quantas horas existirão exatamente 200 litros de
água na caixa?

Solução: Para compreende o problema, podemos começar construindo a


seguinte tabela, que nos mostra o volume de água na caixa ao passar de
algumas horas da torneira ter sido aberta.
14

Tempo que a torneira Volume de água na caixa


está aberta (horas) (litros)
0 1000
1000
1 = 500
2
500
2 = 250
2
250
3 = 125
2
125
4 = 64,5
2

Como a água está vazando continuamente da caixa, da tabela acima,


percebe-se que existirão 200 litros de água na caixa em um instante entre 2 e
3 horas da torneira ter sido aberta. Mas qual é este instante exato? Para
determinar este instante vamos modelar o problema do seguinte modo.
Vamos representar por Vn o volume de água na caixa após n horas de a
torneira ter sido aberta. Analisando a tabela acima, vemos que

1
V1 = 1000 ⋅ .
2
2
1  1 1 1
V2 = V1 ⋅ = 1000 ⋅  ⋅ = 1000 ⋅  
2  2 2 2
2 3
1 1 1 1
V3 = V2 ⋅ = 1000 ⋅   ⋅ = 1000 ⋅  
2 2 2 2
n
1
E continuando desse modo percebe-se que Vn = 1000 ⋅   . Esta expressão
2
implica que os números V1 , V2 ,K ,Vn ,K formam uma progressão geométrica de

1
razão .
2

Mas, observe que no contexto de progressão geométrica somente temos a


quantidade de água na caixa para valores inteiros do tempo que a torneira
15

ficou aberta: 1 hora, 2 horas, 3 horas, etc. Entretanto, a torneira está aberta
continuamente, e assim, precisamos admitir valores não inteiros de n na
n
1
expressão 1000 ⋅   . Considerando isso, definimos a função
2
x
1
V ( x) = 1000 ⋅   que é igual ao volume de água na caixa após x horas da
2
torneira ter sido aberta (aqui x é um número real positivo qualquer, e não
apenas um número inteiro n ). Assim, para resolver o problema proposto
x
1
precisamos encontrar x tal que V ( x) = 1000 ⋅   = 200 , ou seja, 2 x = 5 .
2
Evidentemente a solução desta equação não é um número inteiro e, com a
ajuda de uma calculadora, experimentando valores fracionários de x ,
percebe-se que 2 2,3 = 4,9 , aproximado com uma casa decimal. Assim,
existirão 200 litros de água na caixa aproximadamente após 2,3 horas de a
torneira ter sido aberto. (2,3 horas é igual a 2 horas e 18 minutos)

Assim, neste exemplo, precisamos generalizar a progressão geométrica


n
1
Vn = 1000 ⋅   (que só faz sentido para n = 1, 2, 3,K ) para uma função
2
x
1
V ( x) = 1000 ⋅   que faz sentido para qualquer valor real de x . Uma função
2
como essa é do tipo exponencial, que começaremos a estudar a seguir.

Função exponencial: definição

A função exponencial de base b > 0 é a função


definida pela seguinte lei de formação: f ( x) = b x .
16

Observe que se calculamos os valores da função exponencial f ( x) = b x para


números inteiros positivos x obtemos os termos de uma progressão
geométrica de primeiro termo b e razão também igual a b :

f (1) = b , f (2) = b 2 , f (3) = b 3 , K , f (n) = b n , K

Entretanto, como x pode assumir valores não inteiros, podemos reconhecer


a progressão geométrica definida acima como uma função exponencial
f ( x) = b x definida no conjunto dos números inteiros positivos.

Generalizando um pouco também podemos considerar:

Uma função do tipo função exponencial é uma


função definida por uma lei de formação como
f ( x) = k ⋅ b x .

Como anteriormente, observe que se calculamos os valores da f ( x) = k ⋅ b x


para números inteiros x obtemos os termos de uma progressão geométrica
de primeiro termo k ⋅ b e razão igual a b :

f (1) = k ⋅ b , f ( 2) = k ⋅ b 2 , f (3) = k ⋅ b 3 , K , f ( n) = k ⋅ b n , K

Assim, como x pode assumir valores não inteiros, podemos reconhecer a


progressão geométrica definida acima como uma função do tipo exponencial
f ( x) = k ⋅ b x definida no conjunto dos números inteiros positivos.

Observação: Muitas pessoas costumam utilizar a terminologia “função


exponencial” para indicar tanto a função f ( x) = b x quanto a função

f ( x) = k ⋅ b x . Desde que não se faça confusão sobre qual destas funções está
17

sendo empregada num contexto específico, em nível de Ensino Médio, existe


nenhum problema em se utilizar este abuso de linguagem.

O gráfico da função exponencial

Nestes primeiros exemplos, vamos estudar o gráfico de uma função


exponencial de base b tal que b > 1 .

Exemplo 17: Vamos construir o gráfico da função exponencial f ( x) = 2 x .


Solução: para fazer o gráfico de uma função é conveniente construir uma
tabela de valores, como a indicada a seguir.

x -3 -2 -1 0 1 2 3
1 1 1
f ( x) = 2 x 1 2 4 8
8 4 2

Agora, utilizando um papel quadriculado podemos marcar estes pontos num


plano cartesiano para obter alguns pontos de gráfico da função f ( x) = 2 x .
18

Analisando esta figura acima fica evidente que o gráfico da função


exponencial f ( x) = 2 x não é uma reta. Marcando mais alguns pontos neste
plano cartesiano ou utilizando um programa computacional que faz o gráfico
da função f ( x) = 2 x , vemos o esse gráfico tem o seguinte aspecto:

Analisando este gráfico, podemos concluir que:


• a função exponencial f ( x) = 2 x é sempre positiva.
• ela é crescente: quanto maior for o valor de x maior é o valor de f (x) .
• ela assume valores arbitrariamente grandes.
• quanto maior for o valor de x mais próximo esta função está do
número zero.

Exemplo 18: Neste exemplo vamos ilustrar que as funções exponenciais de


base maior ou igual a um têm um gráfico semelhante ao apresentado na
figura acima. Então vamos construir, num mesmo plano cartesiano, os
gráficos das funções y = 2 x , y = 3 x e y = 4 x . Para isso, podemos construir
uma tabela de valores como a indicada no exemplo acima.
19

x -3 -2 -1 0 1 2 3
1 1 1
y = 2x 1 2 4 8
8 4 2
1 1 1
y = 3x 1 3 9 27
27 9 3
1 1 1
y = 4x 1 4 16 64
64 16 4

Analisando esses pontos vemos que as funções y = 2 x , y = 3 x e y = 4 x

possuem as mesmas quatro propriedades da função y = 2 x listadas na


página anterior. Assim, marcando esses pontos num papel quadriculado, e
depois conectando esses pontos por uma curva, ou ainda, utilizando um
programa computacional que desenha gráficos de funções, vemos que os
gráficos destas funções têm os seguintes aspectos:
20

Exemplo 19: De modo geral, para todo k > 0 e todo b > 1 pode-se mostrar
que o gráfico da função f ( x) = k ⋅ b x tem o seguinte aspecto:

É importante observar os seguintes aspectos deste gráfico:


• se k > 0 e todo b > 1 , então a função a função f ( x) = k ⋅ b x é sempre
positiva.
• ela é crescente: quanto maior for o valor de x maior é o valor de f (x) .

• ela assume valores arbitrariamente grandes.


• quanto menor for o valor de x mais próximo esta função está do
número zero.
• Como f (0) = k e f (1) = kb o gráfico desta função passa pelos pontos
(0 , k ) e (1, kb) .

Nos próximos exemplos, vamos estudar o gráfico de uma função exponencial


de base b tal que 0 < b < 1 .

x
1
Exemplo 20: Vamos construir o gráfico da função exponencial f ( x) =   .
2
Solução: Primeiramente valos construir uma tabela de valores, como a
indicada a seguir.
21

x -4 -3 -2 -1 0 1 2 3
x
1 1 1 1
f ( x) =   16 8 4 2 1
2 2 4 8

Agora, utilizando um papel quadriculado podemos marcar estes pontos num


x
1
plano cartesiano para obter alguns pontos de gráfico da função f ( x ) =   .
2

Procedendo como nos exemplos anteriores, marcando mais pontos deste


gráfico ou utilizando um programa computacional que faz gráfico de funções
x
1
vemos que o gráfico de f ( x ) =   tem o seguinte aspecto:
2
22

Pergunta: você reparou alguma semelhança entre os gráficos das funções


x
1
y = 2 (do exemplo 17) e y =  
x
(do exemplo 20)? Observe esses dois
2
gráficos desenhados em um mesmo plano cartesiano:

Agora você reparou que esses gráficos são simétricos em relação ao eixo y ?
Isto é, se a gente imaginasse o eixo y como sendo um espelho, a imagem

refletida neste espelho do gráfico da função y = 2 x e o gráfico da função


x
1
y =   . Isto significa que se o ponto ( x , 2 x ) pertence ao gráfico de y = 2 x ,
2
x
1
então o ponto (− x , 2 x ) pertence ao gráfico de y =   . De fato, isto é
2
−x
1
verdade pois   = 2x .
2

Procedendo do mesmo modo, pode-se verificar que se b > 1 e k > 0 então o


x
1
gráfico das funções y = k ⋅ b x e y = k ⋅   também são simétricos em
b
relação ao eixo y . Uma vez que já estudamos o gráfico da função y = k ⋅ b x
23

com b > 1 e k > 0 no exemplo 19, podemos utilizar a simetria citada acima
x
1
para concluir que o gráfico de y = k ⋅   tem o seguinte aspecto:
b

É importante observar os seguintes aspectos deste gráfico:


x
1
• se k > 0 e todo b > 1 , então a função a função f ( x) = k ⋅   é
b
sempre positiva.
• ela é decrescente: quanto maior for o valor de x menor é o valor de
f (x) .

• ela assume valores arbitrariamente grandes.


• quanto maior for o valor de x mais próximo esta função está do
número zero.

1
Observe que sendo b > 1 temos que 0 < < 1 . Portanto a figura acima
b
apresento aspecto do gráfico de uma função exponencial de base entre 0 e 1.
1
Além disso, como = b −1 , costuma-se escrever a função exponencial
b
x
1 1
f ( x) = k ⋅   de base 0 < < 1 do seguinte modo: f ( x) = k ⋅ b − x .
 
b b
24

Problemas envolvendo funções exponenciais

Agora veremos alguns exemplos que mobilizam as habilidades desejadas


neste Módulo Didático. Uma vez que todos estes problemas estão
acompanhados de solução, sugerimos que o aluno tente fazer cada um deles
antes de ler as soluções propostas.

Problema 1: Considere a função dada por f ( x) = 2 ⋅ 3 x . Para cada inteiro


positivo n defina a n = f (n) . Mostre que os números a1 , a 2 ,K , a n ,K são os

termos de uma progressão geométrica. Determine o primeiro termo e a razão.


Solução: Para mostrar que os números a1 , a 2 ,K , a n ,K são os termos de uma

a n +1
progressão geométrica devemos mostrar que a razão é constante. De
an

a n +1 2 ⋅ 3 n +1 2 ⋅ 3 n ⋅ 3
fato, temos que = = = 3 . Isto mostra que a1 , a 2 ,K , a n ,K
an 2 ⋅ 3n 2 ⋅ 3n
são os termos de uma progressão geométrica de razão q = 3 e primeiro

termo a1 = f (1) = 6 .

Problema 2: Considere a progressão geométrica a1 , a 2 ,K , a n ,K de primeiro

2
termo a1 = 5 e razão q = . Determine uma função do tipo exponencial
3
f ( x) = k ⋅ b x tal que f (n) = a n para todo inteiro positivo n .
25

Solução: o termo geral desta progressão geométrica é igual a


n −1
n −1 2
a n = a1 ⋅ q = 5⋅  . Efetuando algumas manipulações algébricas, vemos
3
que
n −1 n −1 −1 n n n
2 2 2 2 2 3 2 15  2 
an = 5 ⋅   = 5⋅  ⋅  = 5⋅  ⋅  = 5⋅ ⋅  = ⋅  .
3 3 3 3 3 2 3 2 3
n
15  2 
Comparando as expressões a n = ⋅  e f ( x) = k ⋅ b x , vemos que para
2 3
15 2
k= e b = , temos que f (n) = a n para todo inteiro positivo n . Logo
2 3
x
15  2 
f ( x) = ⋅  .
2 3

Problema 3: Classifique cada uma das funções exponenciais a seguir como


crescente ou decrescente.
x x
4 1 x 1 3
f ( x) = 5 ⋅   g ( x) = ⋅2 h( x) = 2 ⋅ 3 x t ( x) = ⋅  .
3 3 4 8

Solução: Sabemos que uma função do tipo exponencial f ( x) = k ⋅ b x (com


k > 0 ) é crescente se b > 1 , e que esta função é decrescente se 0 < b < 1 .
4
Como > 1 , 2 > 1 e 3 > 1 vemos que as funções f , g e h são crescentes. E
3
3
como < 1 vemos que a função t é decrescente.
8

No exemplo 4 e 5 a seguir vamos ilustrar que se conhecemos dois pontos do


gráfico de uma função do tipo exponencial f ( x) = k ⋅ b x então podemos
calcular os valores de k e b .
26

Problema 4: Uma função do tipo exponencial f ( x) = k ⋅ b x é tal que f (0) = 3 e


f (1) = 4 . Determine os valores de k e b .
Solução: Substituindo os valores x = 0 e x = 1 na expressão de f, e

utilizando os dados do problema, concluímos que f ( 0) = k ⋅ b 0 = k = 3 e

f (1) = k ⋅ b1 = k b = 4 . Daí segue que k = 3 e k b = 4 . Portanto concluímos que


4 4
k =3 e b= = .
k 3

Problema 5: Na figura a seguir vemos o gráfico de uma função do tipo


exponencial f ( x) = k ⋅ b x . Considerando os pontos marcados desse gráfico,
determine os valores de k e b .

Solução: Substituindo os valores x = −1 e x = −2 na expressão de f , e

utilizando os dados do problema, concluímos que f ( −1) = k ⋅ b −1 = 2 e

f (−2) = k ⋅ b −2 = 3 . Daí vemos que k ⋅ b −1 = 2 e k ⋅ b −2 = 3 . Estas igualdades

implicam que 2 b = k e 3 b 2 = k . Assim vemos que 3 b 2 = 2 b e, como b ≠ 0 ,


2 4
concluímos que b = . Substituindo esse valor em 2 b = k obtemos k = .
3 3
x
4 2
Logo o gráfico apresentado é o da função f ( x) = ⋅  .
3 3
27

Para finalizar veremos três situações “contextualizadas” do uso das funções


exponenciais. Observamos que outras destas aplicações podem ser
consultadas nas referencias bibliográficas citadas ao final deste Módulo
Didático.

Problema 6: As substâncias radioativas tem a propriedade de se


decomporem ao passar do tempo. Além disso, sabe-se que se a massa inicial
de uma substância radioativa é igual a M 0 , então ao passar de t anos essa

massa será igual a M (t ) = M 0 ⋅ b −t em que b > 1 é uma constante que

depende da substância. Ou seja, a massa da substância radioativa decai


segundo uma função exponencial decrescente.
Para certa substância radioativa, constatou que ao passar de 2 anos
sua massa diminuiu para um terço da sua massa inicial. Qual o valor de b
para esta substância?
Solução: A massa da substância radioativa é dada por M (t ) = M 0 ⋅ b −t .

1
Segundo o experimento, tem-se que M (2) = M 0 . Daí concluímos que
3
1 1
M 0 ⋅ b −2 = M 0 . Logo ⋅ b − 2 = ⇒ b 2 = 3 ⇒ b = 3 .
3 3

Problema 7: Após se tomar um medicamento, a droga entra na corrente


sanguínea. Ao passar pelo fígado e rins ela é metabolizada. Parte da droga é
então absorvida pelo organismo e parte é eliminada. Neste processo, a
concentração da droga no sangue vai diminuindo ao passar do tempo. Sabe-
se que essa concentração é dada por uma função do tipo C (t ) = C 0 ⋅ b −t , em

que C 0 é a concentração inicial, calculada no momento de aplicação da

droga, e que b é uma constante. Desse modo, a concentração da droga no


sangue decresce segundo uma função exponencial.
28

Agora considere que em alguma situação sabe-se que após 3 horas


de aplicado um antibiótico na corrente sanguínea de num animal, sua
1
concentração cai para da concentração inicial. Calcule o valor de b para
10
este caso.

Solução: Sabemos que a concentração do antibiótico na corrente sanguínea


do animal passadas t horas de sua aplicação é igual a C (t ) = C 0 ⋅ b −t .

1
Entretanto, segundo o problema, sabe-se que C (3) = C 0 . Logo podemos
10
1 1
escrever que C 0 ⋅ b −3 = C 0 . Portanto, b −3 = e b 3 = 10 , ou seja, b = 3 10 .
10 10

Problema 8: A Lei do resfriamento (ou do aquecimento) de Newton afirma


que a diferença de temperatura entre um objeto e o meio que o cerca decai
como uma função exponencial. Mais especificamente, se a temperatura inicial
do objeto é igual a T0 e a temperatura do meio é M (constante) e, após um

instante t , a temperatura do objeto é T (t ) então a diferença de temperatura

T (t ) − M , entre o objeto e o meio, é dada por T (t ) − M = k ⋅ b − t , em que


k = T (0) − M =T 0− M é a diferença de temperatura inicial, e b > 1 é uma

constante que depende do objeto e do meio.


Considere agora a seguinte situação. Uma panela de água fervendo é
levada a uma sala em que o ar está a uma temperatura de 20 graus
Centígrados. Após uma hora a sua temperatura é de 60 graus. Quanto tempo
a mais é necessário para que temperatura esfrie a 40 graus?
Solução: Vamos considerar como sendo o instante inicial t = 0 aquele em
que a panela é tirada do fogão e levada para sala. Nesse instante a
temperatura da panela é T0 = 100 e a temperatura constante da sala é

M = 20 . Pela Lei do Resfriamento de Newton sabemos que em um instante


t > 0 a temperatura T (t ) da panela é tal que T (t ) − M = k ⋅ b − t , em que
29

M = 20 e k = T (0) − M =T 0− M = 100 − 20 = 80 . Logo T (t ) − M = k ⋅ b − t implica

que T (t ) − 20 = 80 ⋅ b − t , ou seja, T (t ) = 20 + 80 ⋅ b − t .
Entretanto, passada uma hora a temperatura da panela é 60 graus.
Isso é T (1) = 60 , ou seja, 20 + 80 ⋅ b −1 = 60 ⇒ b = 2 . Portanto podemos

escrever que T (t ) = 20 + 80 ⋅ 2 − t . Agora queremos saber em qual instante t

teremos T (t ) = 40 . Este é o caso se 20 + 80 ⋅ 2 − t = 40 . Resolvendo esta


equação para t obtemos
1
20 + 80 ⋅ 2 −t = 40 ⇒ 80 ⋅ 2 −t = 20 ⇒ 2 −t = ⇒ 2t = 4 ⇒ t = 2 .
4
Portanto a temperatura da panela será de 40 graus após 2 horas de a panela
ter saído do fogão e levada para a sala.

Bibliografia:

• Orientação Pedagógica relativa ao tópico 11 do CBC do Ensino Médio.


• Orientação Pedagógica relativa ao tópico 12 do CBC do Ensino Médio.
• Roteiro de Atividade número 16 disponível no site do CRV. Título:
Sobre a absorção de medicamentos pelo organismo.
• Roteiro de Atividade número 25 disponível no site do CRV. Título:
Calculando a espessura de um tira de papel dobrada várias vezes.
• Roteiro de Atividade número 32 disponível no site do CRV. Título: Um
modelo para o crescimento populacional.
• O livro “Logaritmos” de Elon Lages Lima, publicado pela Sociedade
Brasileira de Matemática (SBM) apresenta várias aplicações
interessantes das funções exponenciais: desintegração radioativa,
método do Carbono 14 para a determinação da idade de um fóssil e a
Lei de Resfriamento de Newton.

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