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Cristiano Alves de Carvalho

Contabilidade
e Custos

Adaptada/Revisada por Cristiano Alves de Carvalho (janeiro/2013)


APRESENTAÇÃO

É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Contabilidade e Custos,
parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinâmico e autôno-
mo que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar aos(às) alunos(as)
uma apresentação do conteúdo básico da disciplina.
A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidis-
ciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail.
Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br,
a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso,
bem como acesso a redes de informação e documentação.
Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suple-
mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para
uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal.
A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar!

Unisa Digital
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO................................................................................................................................................ 5
1 CONTABILIDADE: NATUREZA, IMPORTÂNCIA E FINALIDADE............................... 7
1.1 Contabilidade de Custos................................................................................................................................................8
1.2 Objetivos..............................................................................................................................................................................9
1.3 Campos de Aplicação.....................................................................................................................................................9
1.4 Princípios Contábeis Aplicados a Custos..............................................................................................................12
1.5 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................13
1.6 Atividades Propostas....................................................................................................................................................14

2 CUSTOS DIRETOS................................................................................................................................. 15
2.1 Definição...........................................................................................................................................................................15
2.2 Materiais Diretos............................................................................................................................................................16
2.3 MOD....................................................................................................................................................................................17
2.4 Avaliação de Estoque...................................................................................................................................................19
2.5 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................25
2.6 Atividades Propostas....................................................................................................................................................26

3 CUSTOS INDIRETOS............................................................................................................................ 27
3.1 Definição...........................................................................................................................................................................27
3.2 Custos Indiretos de Fabricação (CIFs)....................................................................................................................27
3.3 Centro de Custos............................................................................................................................................................29
3.4 Outros Custos..................................................................................................................................................................34
3.5 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................35
3.6 Atividades Propostas....................................................................................................................................................36

4 SISTEMAS DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS......................................................................... 37


4.1 CPV......................................................................................................................................................................................38
4.2 Custeio Baseado em Atividades (Activity Based Costing – ABC)...................................................................39
4.3 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................42
4.4 Atividades Propostas....................................................................................................................................................43

5 CUSTOS NAS ATIVIDADES DE SERVIÇOS............................................................................ 45


5.1 Serviços de Terceiros....................................................................................................................................................45
5.2 Materiais Diretos Aplicados em Serviços..............................................................................................................46
5.3 MOD na Prestação de Serviços.................................................................................................................................47
5.4 Custos Gerais de Serviços...........................................................................................................................................48
5.5 Apuração dos Custos de Serviços...........................................................................................................................49
5.6 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................50
5.7 Atividades Propostas....................................................................................................................................................51

RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS...................................... 53


REFERÊNCIAS.............................................................................................................................................. 59
INTRODUÇÃO

Caro(a) aluno(a),

A contabilidade é uma ciência que utiliza uma série de técnicas para manter um controle perma-
nente do patrimônio da empresa. Com ela, temos uma eficiente ferramenta para a geração de informa-
ções gerenciais, fiscais, econômicas e financeiras de uma entidade.
As entidades com fins lucrativos, como indústria, comércio e serviços, precisam apurar, em decor-
rência das normas contábeis e fiscais, os respectivos custos, para apurarem o resultado.
A contabilização dos custos é realizada com auxílio de informações extracontábeis, como controles
de estoques, rateios de custos indiretos, horas de produção etc. Todos esses elementos originam a “con-
tabilidade de custos”, que possui como finalidade a solução de problemas de avaliação dos estoques das
empresas. À medida que o tempo foi passando, as técnicas foram evoluindo e a contabilidade de custos
passou a gerar informações para a tomada de decisões gerenciais.
Esta apostila e a disciplina como um todo buscam apresentar uma definição da contabilidade de
custos e suas principais aplicações. Além disso, são propostos alguns exercícios para fixação dos concei-
tos.
Todos os exemplos aqui demonstrados são exemplos meramente ilustrativos. Em situações reais,
deve-se verificar a adequação dos cálculos à efetiva realidade contábil da empresa.

Cristiano Alves de Carvalho

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CONTABILIDADE: NATUREZA,
1 IMPORTÂNCIA E FINALIDADE

Caro(a) aluno(a), dos elementos necessários para a existência de


uma empresa. Como exemplos, podemos citar:
Saiba que a contabilidade é uma ciência as mesas da empresa, as cadeiras, as máquinas,
que utiliza uma série de técnicas para manter o dinheiro, mercadorias etc. Simplificadamente,
um controle permanente do patrimônio da em- temos:
presa. Vale ressaltar que patrimônio é o conjunto

Bens
ƒƒ
PATRIMÔNIO = Direitos
ƒƒ
Obrigações
ƒƒ

Atenção

Bens: são coisas capazes de atender às neces-


sidades do homem e passíveis de avaliação
econômica.
Direitos: são todos os valores que uma empre-
sa tem a receber de terceiros.
Obrigações: são todos os valores que a empre-
sa tem a pagar a terceiros.

Empresa é uma unidade de produção que parte dos proprietários quanto de possíveis inves-
resulta da combinação de fatores da produção, tidores.
tais como: a natureza, o trabalho e o capital, sen- A contabilidade abrange todas as entidades
do constituída para o desenvolvimento de uma econômico-administrativas, até mesmo as pes-
atividade econômica. soas de direito público, como a União, os estados,
Uma das finalidades da contabilidade é for- os municípios etc. Para um melhor entendimento,
necer informações sobre o patrimônio, ou seja, é dividida em áreas, o que não as torna matérias
informações de ordem econômica e financeira diferentes, uma vez que tratam do mesmo assun-
que irão facilitar a tomada de decisões, tanto por to: o patrimônio. Assim, ela pode ser dividida em:

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Cristiano Alves de Carvalho

Áreas da Contabilidade

Contabilidade de Contabilidade Contabilidade


Custos Bancária Pública

1.1 Contabilidade de Custos

Agora, vamos falar sobre a contabilidade de


custos, que trata dos gastos incorridos na produ-
ção de bens e serviços, e tem aplicação em em- Saiba mais
presas em que se faz necessário o controle dos
A contabilidade de custos pode ser definida como
gastos inerentes à produção de bens e serviços. um conjunto de registros específicos, baseados
Com a finalidade de solucionar os proble- em escrituração regular (contábil), apoiados por
elementos de suporte (planilhas, rateios, cálculos,
mas da avaliação dos estoques das empresas, foi
controles) e utilizados para identificar, mensurar e
criada a contabilidade de custos. À medida que o informar os custos das vendas de produtos, merca-
tempo foi passando, as técnicas foram evoluindo dorias e serviços.
e a contabilidade de custos passou a gerar infor-
mações para a tomada de decisões gerenciais.
Podemos dividir a contabilidade de custos
em:

ƒƒ contabilidade de serviços: trata dos gas-


tos incorridos na prestação de serviços;
ƒƒ contabilidade industrial: trata dos gas-
tos incorridos na produção de bens in-
dustriais.

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Contabilidade e Custos

1.2 Objetivos

Podemos resumir os objetivos da contabili- ƒƒ excelente ferramenta para suporte à to-


dade de custos da seguinte maneira: mada de decisões gerenciais no tocan-
te à fixação do preço de venda;
ƒƒ em atendimento às legislações comer- ƒƒ atender à necessidade de controles e
cial e fiscal, o estoque é avaliado; informações específicos (como para o
ƒƒ apurar o custo dos produtos/serviços atendimento à legislação fiscal);
vendidos (no caso das empresas co- ƒƒ embasar orçamentos e projeções finan-
merciais, o custo das mercadorias ven- ceiras.
didas);

1.3 Campos de Aplicação

Na Indústria ƒƒ o estoque de mercadorias;


ƒƒ o estoque de bens não destinados à
A contabilidade de custos irá determinar: revenda (como materiais de consumo
etc.).
ƒƒ o custo dos produtos vendidos;
ƒƒ o estoque de produtos em elaboração Nas Prestadoras de Serviços
(também chamados “produtos em fa-
bricação”); ƒƒ O custo dos serviços vendidos.
ƒƒ o estoque de produtos acabados (ou ƒƒ O estoque de serviços em andamento.
prontos); ƒƒ O custo de materiais adquiridos e não
ƒƒ o estoque de insumos (matérias-primas, incorporados a serviços em andamen-
materiais de embalagem, almoxarifado to.
etc.).

Nas Empresas Extrativas de Recursos Naturais


No Comércio (minerais, florestais, pesqueiras, agropastoris
etc.)
Aplica-se a contabilidade de custos no co-
mércio? ƒƒ O custo dos produtos extraídos/explo-
Sim, pois suas premissas básicas são apli- rados.
cáveis à formação do custo de mercadorias ven- ƒƒ O estoque dos produtos extraídos ou
didas. Apesar de ser uma aplicação mais simples, de produção primária.
“direta”, sem as complexidades advindas das ope- ƒƒ O estoque de materiais ainda não utili-
rações industriais ou de serviços, a contabilidade zados na extração ou produção primá-
de custos no comércio irá determinar: ria.

ƒƒ o custo das mercadorias vendidas;

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A contabilidade de custos utiliza terminolo- ƒƒ custos gerais – depreciação, água, ener-


gias, algumas genéricas (como gastos, perdas) e gia elétrica etc.;
outras específicas (como custos e despesas). Es- ƒƒ serviços de apoio à produção – ambu-
pecialmente importante é a diferenciação entre latório médico, almoxarifado, refeitório
custos e despesas, pois os custos são incorpo- etc.;
rados aos produtos (estoques), ao passo que as ƒƒ supervisão da fábrica e gerência;
despesas são levadas diretamente ao resultado
ƒƒ materiais auxiliares.
do exercício.

Gastos A diferença entre gasto e custo pode ser


exemplificada da seguinte maneira: uma empre-
sa adquiriu 2.000 kg de matéria-prima, mas utili-
Saiba que os gastos ocorrem a todo instan- zou apenas 1.750 kg no processo de transforma-
te dentro de uma empresa e devem ser definidos ção em determinado período, sendo a diferença
como consumo genérico de bens e serviços. (250 kg) mantida no estoque de matéria-prima.
Os gastos podem ser classificados em: Portanto, o gasto foi de 2.000 kg e o custo foi de
1.750 kg.
ƒƒ investimentos;
ƒƒ custos; Despesas
ƒƒ despesas;
ƒƒ perdas ou desperdícios. São gastos associados aos bens e serviços
utilizados no processo de geração de receitas e
Vamos conceituar cada modalidade citada. manutenção de negócios da empresa. As despe-
sas podem ser diretas ou indiretas e estão ligadas
à realização de receitas. Devemos concluir que as
Investimentos empresas têm despesas para gerar receitas e não
para produzir seus bens e serviços. Veja alguns
São gastos ativados (classificados no ati- exemplos das despesas incorridas no processo:
vo), que gerarão suporte tecnológico, estrutural
e operacional, em função da utilidade futura de
bens ou serviços obtidos.
Exemplos: aquisição de máquinas e equi-
pamentos, móveis, ferramentas etc.

Custos

Custos são gastos relativos aos recursos


(bens e serviços) consumidos na produção de ou-
tros bens e serviços. Note que todos os gastos in-
corridos no processo produtivo são classificados
como custos. Exemplos:

ƒƒ matéria-prima consumida;
ƒƒ mão de obra produtiva;

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Contabilidade e Custos

Despesas incorridas no processo


Receitas realizadas
Diretamente Indiretamente

Propaganda e publicidade.
Impostos sobre vendas. Faturamento e cobrança.
Receitas de vendas Custos das vendas. Aluguéis e depreciação de imóveis,
Fretes e comissões. móveis e utensílios.
Despesas gerais de vendas.

Propaganda e publicidade.
Impostos sobre serviços. Faturamento e cobrança.
Receitas de serviços Custos dos serviços prestados. Aluguéis e depreciação de imóveis,
Comissões. móveis e utensílios.
Despesas gerais de vendas.

Despesas incorridas para administrar o


processo gerador de receitas.

Despesas incorridas para financiar o


Receitas financeiras
processo gerador de receitas.

Despesas de impostos sobre lucros


gerados das receitas realizadas.

Fonte: Adaptado de Nakagawa (2000).

Perdas Desperdícios

São considerados perdas os gastos anor- São os gastos originados dos processos pro-
mais ou involuntários que não geram um novo dutivos ou de geração de receitas e que podem
bem ou serviço e, muito menos, receitas. Saiba ser descartados sem prejuízo da qualidade ou
que esses gastos não possuem nenhuma relação quantidade de bens, serviços ou receitas gerados.
com as operações da empresa e, normalmente, No mundo globalizado em que vivemos, manter
ocorrem de fatos não previstos. Exemplos: desperdício é sinônimo de prejuízo, visto que ele
não pode ser repassado para os preços. Veja al-
ƒƒ vazamentos de materiais; guns exemplos:
ƒƒ material com prazo de validade venci-
do; ƒƒ cargos intermediários de chefia e su-
ƒƒ paralisação por falta de insumos; pervisão desnecessários;

ƒƒ problemas com greves, sinistros, equi- ƒƒ retrabalho decorrente de defeitos de


pamentos etc. fabricação;
ƒƒ relatórios sem utilidade.

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1.4 Princípios Contábeis Aplicados a Custos

Os princípios contábeis podem ser concei- novos fatos socioeconômicos ou outros fatores e
tuados como premissas básicas acerca dos fenô- pontos de vista, um princípio poderá ser modifi-
menos e eventos contemplados pela Contabilida- cado, para atender às inovações ocorridas na vida
de; premissas que são a cristalização da análise e empresarial.
observação da realidade econômica, social e ins- Os princípios contábeis, como disciplinado-
titucional (EQUIPE DE PROFESSORES DA FEA/USP, res, por meio da escrituração dos fatos e transa-
1998). ções, na elaboração de demonstrativos, devem
Os princípios contábeis servem de suporte permitir aos demais usuários fixar padrões de
aos postulados, procurando delimitar e posicio- comparabilidade e credibilidade, em função do
nar a profissão em relação à realidade social, eco- conhecimento dos critérios adotados na elabora-
nômica e institucional. Em função da evolução ção dessas demonstrações.
da técnica contábil, modificações na legislação,

Atenção

Com base nas Resoluções nos 750/93 e 774/94 do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), que dispõem sobre
os Princípios Fundamentais de Contabilidade no Brasil, selecionaram-se os seguintes princípios relacionados à
contabilidade de custos:
Princípio da Realização da Receita
Art. 9º
[...]
§ 3º As receitas consideram-se realizadas:
I - nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumirem compromisso firme
de efetivá-lo, quer pela investidura na propriedade de bens anteriormente pertencentes à ENTIDADE, quer
pela fruição de serviços por esta prestados; [...]. (CFC, 1993).

Princípio do Confronto das Despesas com as Receitas e com os Períodos Contábeis


“Art. 9º As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorre-
rem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou paga-
mento.” (CFC, 1993).

Princípio do Custo como Base de Valor


Art. 7º Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das transações com o
mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do País, que serão mantidos na avaliação das varia-
ções patrimoniais posteriores, inclusive quando configurarem agregações ou decomposições no interior
da ENTIDADE.
Parágrafo único. Do Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL resulta:
I - a avaliação dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos valores de entrada, considerando-
-se como tais os resultantes do consenso com os agentes externos ou da imposição destes;
II - uma vez integrado no patrimônio, o bem, direito ou obrigação não poderão ter alterados seus valores
intrínsecos, admitindo-se, tão-somente, sua decomposição em elementos e/ou sua agregação, parcial ou
integral, a outros elementos patrimoniais;
III - o valor original será mantido enquanto o componente permanecer como parte do patrimônio, inclusive
quando da saída deste; [...]. (CFC, 1993).
Princípio da Consistência ou Uniformidade
1.5 - Das informações geradas pela Contabilidade.
Os requisitos referidos levam à conclusão de que deve haver consistência nos procedimentos que a Entida-
de utiliza em diferentes períodos e, tanto quanto possível, também entre Entidades distintas que pertençam
a um mesmo mercado, de forma que o usuário possa extrair tendências quanto à vida de uma Entidade e a
sua posição em face das demais Entidades ou mesmo do mercado como um todo. (CFC, 1994).

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Contabilidade e Custos

Atenção

Princípio do Conservadorismo ou Prudência


Art. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do
maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação
das mutações patrimoniais que alterem o Patrimônio Líquido.
§ 1º O Princípio da PRUDÊNCIA impõe a escolha da hipótese de que resulte menor patrimônio líquido,
quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos demais Princípios Fundamentais de Con-
tabilidade. (CFC, 1993).

1.5 Resumo do Capítulo

Caro(a) aluno(a),

Neste capítulo, abordamos a definição, os objetivos e o campo de atuação da contabilidade. Vimos


que a contabilidade é uma ciência que utiliza uma série de técnicas para manter um controle permanen-
te do patrimônio da empresa e definimos o patrimônio como o conjunto dos elementos necessários para
a existência de uma empresa.
Também abordamos a definição de empresa, que é uma unidade de produção que resulta da com-
binação de fatores da produção, tais como: a natureza, o trabalho e o capital, sendo constituída para o
desenvolvimento de uma atividade econômica.
Para um melhor entendimento, a contabilidade pode ser dividida em:

ƒƒ contabilidade de custos;
ƒƒ contabilidade bancária;
ƒƒ contabilidade pública.

Demos ênfase à contabilidade de custos, bem como aos seus princípios. A contabilidade de custos
trata dos gastos incorridos na produção de bens e serviços, e tem aplicação em empresas em que se faz
necessário o controle dos gastos inerentes à produção de bens e serviços. Podemos dividir a contabilida-
de de custos em:

ƒƒ contabilidade de serviços;
ƒƒ contabilidade industrial.

Em seguida, tratamos dos campos de aplicação da contabilidade de custos; são eles:

ƒƒ indústria;
ƒƒ comércio;
ƒƒ prestadoras de serviços;
ƒƒ empresas extrativas de recursos naturais (minerais, florestais, pesqueiras, agropastoris etc.).

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Abordamos, ainda, o conceito de gastos e sua classificação. Saiba que os gastos ocorrem a todo
instante dentro de uma empresa e devem ser definidos como consumo genérico de bens e serviços,
podendo ser classificados em:

ƒƒ investimentos;
ƒƒ custos;
ƒƒ despesas;
ƒƒ perdas ou desperdícios.

Os princípios contábeis também foram tratados neste capítulo e eles podem ser conceituados
como premissas básicas acerca dos fenômenos e eventos contemplados pela contabilidade.
Estamos quase terminando este capítulo, mas, antes, vamos verificar se você fixou bem os conteú-
dos descritos anteriormente, elaborando com muita atenção as atividades propostas a seguir, lembran-
do que, ao final desta apostila, você encontrará as respectivas soluções.

1.6 Atividades Propostas

1. O que é contabilidade? Como podemos constituir o capital inicial de uma empresa? Indique as
operações mais comuns que movimentam o patrimônio das empresas.

2. Defina empresa e indique três documentos que servem de suporte para os registros contábeis.

3. Em seu entendimento, o que seria a gestão de uma empresa? Qual é o papel da escrituração?

4. Defina contabilidade de custos e indique seus principais objetivos. Quais são seus principais
campos de aplicação?

5. O que são gastos e como eles podem ser classificados?

6. Para que servem os princípios contábeis?

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2 CUSTOS DIRETOS

2.1 Definição

Caro(a) aluno(a), em diretos e indiretos só é válida quando são con-


siderados dois ou mais produtos.
Custo direto é todo tipo de custo apropria- Vamos, agora, fazer outra consideração,
do diretamente a todo produto fabricado, sem que será muito importante para o entendimento.
que seja necessário fazer rateios ou estimativas. Imagine uma indústria que produz dois compo-
nentes: o componente “A” e o “B”. Saiba que al-
guns custos podem estar somente relacionados
Dicionário ao componente “A” e outros, ao componente “B”,
mas existem custos que estão relacionados tan-
Rateio: divisão proporcional de ganhos ou despe-
sas. É a distribuição proporcional dos custos pelos to ao componente “A” quanto ao “B”, sem que seja
recursos envolvidos. possível identificar a parcela efetiva dos custos
correspondentes a cada produto. Assim, é neces-
sário fazer a apropriação por rateio.

Todo custo está relacionado à produção,


mas ele é classificado como direto ou indireto,
de acordo com sua relação com determinado Saiba mais
produto produzido e não com a produção como
Apropriação dos Custos Diretos
um todo. O custo direto está ligado a cada tipo de
bem ou função de custo e corresponde àqueles O sistema de requisições de uma empresa é impor-
tante para que ela possa conhecer o consumo de
custos diretamente incluídos no cálculo dos pro-
materiais, de modo a saber sempre para qual pro-
dutos. duto foi destinado o material retirado do almoxari-
Exemplos de custos diretos: fado. Da mesma forma, para ter conhecimento do
consumo de mão de obra direta, é preciso que a
empresa mantenha um sistema de apontamentos,
ƒƒ matérias-primas consumidas; por meio do qual verifica os operários que traba-
lham em cada produto (ou serviço) no período (dia,
ƒƒ Mão de Obra Direta (MOD);
semana, mês) e por quanto tempo (minutos, horas).
ƒƒ serviços subcontratados e aplicados di- Nas empresas de serviços, normalmente se faz o
retamente nos produtos ou serviços. acompanhamento da ordem de serviço, anotando
os custos alocados diretamente (mão de obra, ma-
teriais aplicados e serviços subcontratados).
Você deve saber que, quando uma indústria
produz apenas um produto, todos os custos são
diretos. Logo, conclui-se que a divisão de custos

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Vamos comentar os principais custos dire- para cada unidade fabricada, for utili-
tos: zada uma embalagem, nos custos de
produção de cada unidade, haverá um
ƒƒ matérias-primas: é possível controlar gasto equivalente ao custo de uma em-
o custo, por exemplo, com a utilização balagem;
de uma planilha que irá identificar a ƒƒ MOD: é equivalente às horas de mão de
quantidade consumida por lote ou uni- obra que foram identificadas para cada
dade fabricada (quilograma, metro cú- produto, ou seja, podemos realizar um
bico, metro); controle do tempo que um operário le-
ƒƒ embalagens e outros materiais dire- vou para a fabricação de um produto e
tos: de maneira similar ao que ocorre que irá representar a MOD. Em outras
com as matérias-primas, o custo desta palavras, os encargos trabalhistas e pre-
modalidade pode ser identificado em videnciários da MOD vão representar os
cada lote ou unidade produzida. Se, custos diretos.

2.2 Materiais Diretos

Sempre que adquirirmos as matérias- Durante o processo de aquisição de insu-


-primas, componentes, subprodutos e produtos mos, devemos excluir o Imposto sobre Operações
acabados ou em processo, estes devem ser ava- relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação
liados pelo seu custo de aquisição ou produção, de Serviços de Transporte Interestadual e Inter-
de acordo com a sua documentação de compra municipal e de Comunicação (ICMS) destacado
ou de produção, com a devida dedução de todos do custo de aquisição, contabilizando o valor cor-
os impostos pagos na aquisição e que resultem respondente em conta própria do ativo circulan-
em créditos efetivos a ser abatidos dos impostos te. Com essa técnica, conseguimos fazer com que
a pagar sobre as saídas de produtos tributados o insumo adquirido ingresse no estoque da in-
por esses mesmos impostos. dústria pelo seu valor líquido, ou seja, sem o ICMS
incluso no valor da nota fiscal. Agora, se estiver-
mos tratando do Imposto sobre Produtos Indus-
Atenção trializados (IPI), caso a indústria não tenha direito
a crédito desse imposto, o valor correspondente
Materiais diretos: matéria-prima, material de
integrará o custo de aquisição dos insumos.
embalagem, produtos intermediários e outros
materiais aplicados na produção. Neste tópico, O registro do valor do frete a ser pago pelo
utilizaremos a sigla MP para designar tais mate- transporte de insumos será realizado como par-
riais. Dada a tendência de terceirização de ati-
cela integrante do custo de aquisição. Veja o
vidades fabris, incluem-se, nesta categoria, os
custos relativos à transformação dos materiais exemplo a seguir:
com terceiros, usualmente denominados “ser-
viços de terceiros”. Assim, por exemplo, se de-
ƒƒ preço de aquisição de MP: R$ 20,00;
terminada matéria-prima é adquirida ao custo
unitário de R$ 7,00, porém sofreu um proces- ƒƒ ICMS recuperável: R$ 2,40;
so de transformação por terceiros, a um custo
ƒƒ frete sobre aquisição: R$ 4,00;
de R$ 23,00/unitário, então o custo total dessa
matéria-prima será de R$ 10,00/unitário. ƒƒ custo da MP: R$ 20,00 – R$ 2,40 + R$
4,00 = R$ 21,60.

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Contabilidade e Custos

Caso a matéria-prima sofra algum aumento ƒƒ preço do material de embalagem: R$


de custo, que pode ser ocasionado pela industria- 50.000,00;
lização por terceiros, o custo será agregado por ƒƒ IPI destacado (10%): R$ 5.000,00;
ocasião de sua efetivação. Assim, se, no exemplo ƒƒ total da nota fiscal: R$ 55.000,00;
anterior, após a entrada da MP, ela houvesse sido
ƒƒ ICMS destacado: R$ 6.200,00;
remetida para industrialização por terceiros e,
nesse processo, o custo fosse de R$ 2,00, o custo ƒƒ frete: não houve (foi pago pelo fornece-
total da MP, ao reentrar no estabelecimento in- dor).
dustrial, seria: R$ 21,60 + R$ 2,00 = R$ 23,60.
1. Pelo registro da compra:
Valoração Unitária D – Estoque de Material de Embalagem (Ati-
vo Circulante)
A valoração dos MPs será de acordo com o C – Fornecedores (Passivo Circulante)
método escolhido (custo médio ou Primeiro a En- R$ 55.000,00
trar, Primeiro a Sair – PEPS).
2. Registro do IPI recuperável:
Contabilização D – IPI a Recuperar (Ativo Circulante)
C – Estoque de Material de Embalagem (Ati-
Para as entradas de material na empresa, o vo Circulante)
débito deve ocorrer pelo custo total à conta de R$ 5.000,00
estoques e o crédito à conta passiva ou ativa que
registrou a origem dos respectivos recursos. Para
3. Registro do ICMS recuperável:
casos de impostos recuperáveis, o débito deve ser
à conta de impostos a recuperar. Veja o exemplo a D – ICMS a Recuperar (Ativo Circulante)
seguir: vamos imaginar uma indústria que adqui- C – Estoque de Material de Embalagem (Ati-
riu material de embalagem para produção, cuja vo Circulante)
nota fiscal de compra apresentou os seguintes R$ 6.200,00
dados:

2.3 MOD

É a soma de todos os fatores diretamente


associados ao pessoal de produção na indústria.
Veja o exemplo a seguir: salário dos empregados
alocados nos centros produtivos, acrescido dos
respectivos encargos sociais (Instituto Nacional
do Seguro Social – INSS, Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço – FGTS) e trabalhistas (férias,
13º salário, vale-transporte, programa de alimen-
tação etc.).

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Descrição dos encargos:

DESCRIÇÃO VALOR (R$)

Salário do pessoal do centro de custo de montagem 10.000,00

Salário do pessoal do centro de custo de montagem – INSS (encargo da empresa) 2.800,00

Salário do pessoal do centro de custo de montagem – FGTS 850,00


Salário do pessoal do centro de custo de montagem – provisão de férias e 13º
2.670,00
salário
Salário do pessoal do centro de custo de montagem – vale-transporte * 750,00

Salário do pessoal do centro de custo de montagem – Programa de Alimentação


800,00
do Trabalhador (PAT) *

TOTAL 17.870,00

Nota: * O vale-transporte e o PAT devem ser contabilizados como custos pelos seus valores totais, diminuindo-se o valor re-
cuperado em folha, em contas distintas: uma para registrar o valor total do custo e outra, de natureza credora, para registrar
o valor dos reembolsos ocorridos para a empresa pelos trabalhadores.

Valoração Unitária

Numa indústria, o custo total de MOD de


cada setor é dividido pelo número de horas de
atividades do respectivo setor para encontrar o
“custo/hora MOD” (também denominado “custo
hora/homem”).

Exemplo:

CENTRO DE CUSTO TOTAL MOD (R$) HORAS DE ATIVIDADES CUSTO HORA (R$)

Corte 20.000,00 3.600 5,56

Acabamento 30.000,00 4.800 6,25

Pintura 24.000,00 3.600 6,67

Secagem 12.000,00 2.000 6,00

Contabilização Exemplo: contabilização do custo da folha


de pagamentos do centro de custo de acabamen-
Na folha de pagamentos analítica (por cen- to, com os seguintes dados:
tro de custo), registram-se a débito os valores de
salários e encargos, e a crédito as contas passivas ƒƒ salários devidos (incluindo horas extras
ou ativas que registram os recursos. e adicionais): R$ 7.000,00;

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ƒƒ INSS (encargos do empregador): R$ C – INSS a Recolher (Passivo Circulante)


2.000,00; R$ 2.000,00
ƒƒ FGTS: R$ 595,00; C – FGTS a Recolher (Passivo Circulante)
ƒƒ provisão de férias no mês: R$ 1.000,00; R$ 595,00
ƒƒ provisão para o 13º salário no mês: R$
800,00; 3. Provisão de férias e 13º salário:
ƒƒ vale-transporte reembolsado pelos em- D – Férias – Acabamento (Custo de Produ-
pregados: R$ 420,00; ção)
ƒƒ PAT – parcela descontada dos emprega- C – Provisão de Férias (Passivo Circulante)
dos: R$ 200,00. R$ 1.000,00

1. Registro dos salários devidos: D – 13º Salário – Acabamento (Custo de Pro-


D – Salários – Acabamento (Custo de Produ- dução)
ção) C – Provisão 13º Salário (Passivo Circulante)
C – Salários a Pagar (Passivo Circulante) R$ 800,00
7.000,00 4. Vale-transporte reembolsado:
D – Salários a Pagar (Passivo Circulante)
A retenção do INSS deve ser procedida a dé- C – Reembolso de Vale-Transporte – Acaba-
bito da conta de salários a pagar e a crédito de mento (Custo de Produção) R$ 420,00
INSS a recolher.
5. PAT reembolsado:
2. Encargos sociais: D – Salários a Pagar (Passivo Circulante)
D – INSS e FGTS – Acabamento (Custo de C – Reembolso PAT – Acabamento (Custo de
Produção) R$ 2.595,00 Produção) R$ 200,00

2.4 Avaliação de Estoque

Estoques são ativos tangíveis ou aplicações Há vários métodos de valorar produtos ou


de recursos, visando à sua obtenção: serviços, entre os quais:

ƒƒ mantidos para venda no curso dos ne- ƒƒ a valoração pelo custo médio de entra-
gócios; da;
ƒƒ em processo de produção para poste- ƒƒ a valoração pelo custo de aquisição
rior venda no curso dos negócios; mais recente (conhecida como PEPS);
ƒƒ constituídos de materiais ou suprimen- ƒƒ a valoração pelo custo de aquisição
tos a ser consumidos no processo de mais antigo (conhecida como Último a
produção ou na prestação de serviços Entrar, Primeiro a Sair – UEPS).
que constitua exploração de negócios
da entidade. A seguir, veja o detalhamento de tais méto-
dos de valoração.

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Custo Médio Ponderado No custo médio, cada entrada (a preço uni-


tário diferente do preço médio anterior) modifica
Representa a ponderação entre os valores o preço médio e cada saída, conquanto mantenha
de estoques, de forma que sua valorização unitá- inalterado o preço médio, altera o fator de ponde-
ria corresponda à média de cálculo. ração e, assim, o preço médio que for calculado na
entrada seguinte. Todavia, de acordo com o Pare-
Exemplo:
cer Normativo CST nº 6/79, não é incompatível
com o método – e, portanto, aceitável do ponto
ƒƒ 100 unidades de produto X, ao custo de de vista fiscal – que as saídas sejam registradas
R$ 500,00 o lote; unicamente no fim de cada mês, desde que ava-
ƒƒ 200 unidades de produto X, ao custo de liadas ao preço médio que, sem considerar o lan-
R$ 1.150,00 o lote. çamento de baixa, se verificar naquele mês.
Verifique, pelo exemplo seguinte, o cálculo
O custo médio do produto X será: R$ 500,00 do custo médio de determinada mercadoria, ado-
+ R$ 1.150,00 dividido por (100 + 200) unidades = tando, primeiramente, o cálculo do custo médio a
R$ 1.650,00 : 300 = R$ 5,50 a unidade. cada saída e, posteriormente, o cálculo conside-
rando a saída como efetivada numa única baixa,
ao final do mês.

Exemplo 1 (adotando a baixa – saída – a cada lançamento):

ENTRADA SAÍDA SALDO


DATA
QTDE UN. R$ TOTAL R$ QTDE UN. R$ TOTAL R$ QTDE UN. R$ TOTAL R$
30/11/2003 1.000 5,000 5.000,00
01/12/2003 150 6,00 900,00 1.150 5,130 5.900,00
03/12/2003 300 5,130 1.539,13 850 5,130 4.360,87
05/12/2003 200 8,00 1.600,00 1.050 5,677 5.960,87
08/12/2003 500 5,677 2.838,51 550 5,677 3.122,36
10/12/2003 50 9,00 450,00 600 5,954 3.572,36
15/12/2003 200 5,954 1.190,79 400 5,954 2.381,57
20/12/2003 100 7,00 700,00 500 6,163 3.081,57
26/12/2003 250 6,163 1.540,79 250 6,163 1.540,79
28/12/2003 150 5,00 750,00 400 5,727 2.290,79
31/12/2003 100 5,727 572,70 300 5,727 1.718,09

Observe que, a cada saída, o valor unitário é


distinto, pois o custo médio é alterado por entra-
das de diferentes valores.

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Exemplo 2 (adotando a baixa – saída – somente no final do mês, em um único lote):

ENTRADA SAÍDA SALDO


DATA 
QTDE UN. R$ TOTAL R$ QTDE UN. R$ TOTAL R$ QTDE UN. R$ TOTAL R$

30/11/2003 1.000 5,0000 5.000,00

01/12/2003 150 6,00 900,00 1.150 5,1304 5.900,00

05/12/2003 200 8,00 1.600,00 1.350 5,5556 7.500,00

10/12/2003 50 9,00 450,00 1.400 5,6786 7.950,00

20/12/2003 100 7,00 700,00 1.500 5,7667 8.650,00

28/12/2003 150 5,00 750,00 1.650 5,6970 9.400,00

31/12/2003 1350 5,6970 7.690,91 300 5,6970 1.709,09

Observe-se que, a cada entrada, o custo Dentro desse procedimento, o estoque é re-
médio variou, mas a baixa (saída) foi efetivada presentado pelos mais recentes valores de aqui-
num único lote, alterando, dessa forma, o Custo sição ou produção, apresentando, dessa forma,
da Mercadoria Vendida (CMV). uma relação mais próxima com o custo de repo-
No exemplo 1, o CMV será de R$ 1.539,13 sição.
+ R$ 2.838,51 + R$ 1.190,79 + R$ 572,70 = R$ No PEPS, o efeito da flutuação do custo de
7.681,91. No exemplo 2, será de R$ 7.690,91. A aquisição sobre os resultados é significativo, pois
diferença entre 1 e 2 (R$ 9,00) está nos estoques as saídas são confrontadas com os custos mais
finais. antigos, podendo gerar, num ambiente de custos
O custo médio ponderado é o método con- crescentes, um maior lucro contábil. Ao contrá-
sagrado, tanto pela legislação fiscal quanto pelas rio, se os custos forem decrescentes (ambiente
normas contábeis, para valoração dos estoques. em que os preços tendem a cair), o método PEPS
pode resultar num lucro menor. Na estabilidade
de preços, há pouca variação de lucro, em relação
PEPS
ao método de custeio pela média.
Vamos exemplificar utilizando a mesma
Com base nesse método, também conheci- movimentação que apresentamos no custo mé-
do como First In, First Out (FIFO), apura-se o custo dio. Pelo PEPS, a avaliação do CMV ficaria:
em base histórica. À medida que ocorrem as saí-
das, a baixa no estoque é realizada a partir das pri-
meiras compras, o que equivale ao raciocínio de
que consumimos primeiro as primeiras unidades
adquiridas/produzidas, ou seja, a primeira unida-
de a entrar no estoque é a primeira a ser utilizada
no processo de produção ou a ser vendida.

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ENTRADA SAÍDA SALDO


DATA
QTDE UN. R$ TOTAL R$ QTDE UN. R$ TOTAL R$ QTDE UN. R$ TOTAL R$
30/11/2003             1.000 5,00 5.000,00
150 6,00 900,00
01/12/2003 150 6,00 900,00
1.000 5,00 5.000,00
150 6,00 900,00
03/12/2003 300 5,00 1.500,00
700 5,00 3.500,00
200 8,00 1.600,00
05/12/2003 200 8,00 1.600,00 150 6,00 900,00
700 5,00 3.500,00
200 8,00 1.600,00
08/12/2003 500 5,00 2.500,00 150 6,00 900,00
200 5,00 1.000,00
50 9,00 450,00
    200 8,00 1.600,00
10/12/2003 50 9,00 450,00
    150 6,00 900,00
200 5,00 1.000,00
50 9,00 450,00
15/12/2003 200 5,00 1.000,00 200 8,00 1.600,00
150 6,00 900,00
100 7,00 700,00
50 9,00 450,00
20/12/2003 100 7,00 700,00
200 8,00 1.600,00
150 6,00 900,00
150 6,00 900,00 100 7,00 700,00
26/12/2002 100 8,00 800,00 50 9,00 450,00
      100 8,00 800,00
150 5,00 750,00
100 7,00 700,00
28/12/2003 150 5,00 750,00
50 9,00 450,00
100 8,00 800,00
150 5,00 750,00
31/12/2003 100 8,00 800,00 100 7,00 700,00
50 9,00 450,00

SOMAS 650 4.400,00 1.350 7.500,00 300 1.900,00

Como se observa nessa movimentação, os conclui-se que o lucro da empresa, no período, foi
estoques finais pelo método PEPS foram de R$ maior em R$ 190,91, em relação ao custo médio,
1.900,00 (se fosse pelo custo médio, o estoque fi- em decorrência da utilização do método PEPS.
nal seria de R$ 1.709,09). O CMV foi de R$ 7.500,00
(pelo custo médio, seria de R$ 7.690,91). Portanto,

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Em períodos de alta de preços, os preços


Saiba mais
maiores das aquisições mais recentes são apro-
De acordo com o item 36 da Norma e Procedimen- priados mais rapidamente ao resultado, reduzin-
to de Contabilidade nº 2 (NPC 2), de 30 de abril de do o lucro.
1999,
métodos tais como ‘próximo a entrar, primeiro a
Um argumento “gerencial” em favor do
sair’, ou como custo da última compra fundamen- UEPS é o de que procura determinar se a empre-
tam-se, principalmente, em custos de reposição, sa apurou ou não, adequadamente, seus custos
que geralmente ocasionam superavaliação dos
estoques pela diferença entre o custo efetivo de
correntes em face da sua receita corrente. Nessa
aquisição ou fabricação e o valor corrente, contra- ótica, o estoque é avaliado em termos do nível de
riando o conceito de custo como critério básico de preço da época em que o UEPS foi introduzido.
avaliação dos estoques.
Vejamos de maneira mais prática a sistemá-
tica do UEPS, levando em conta as movimenta-
ções de estoque já exemplificadas anteriormente
(métodos do custo médio e PEPS):
O método PEPS é admitido pela legislação
fiscal (item 2.2 do Parecer Normativo CST nº
6/79). Em síntese, apesar de aceitável do ponto
de vista fiscal, não é em relação aos princípios
contábeis.

UEPS

No método UEPS, também conhecido


como Last In, First Out (LIFO), o custo do estoque
é determinado como se as unidades mais recen-
tes adicionadas ao estoque (últimas a entrar) fos-
sem as primeiras a sair. Supõe-se, portanto, que o
estoque final consiste nas unidades mais antigas
e é avaliado ao custo dessas unidades. Segue-se
que, de acordo com o método, o custo dos itens
vendidos/saídos tende a refletir o custo dos itens
mais recentemente comprados (ou produzidos)
e, assim, os preços mais recentes.
O efeito prático da utilização do UEPS é que,
em ambiente inflacionário (de aumento de pre-
ços e custos), há uma subavaliação de estoques e,
portanto, uma redução no CMV, visto que os es-
toques estão representados por valores “antigos”.
Evidentemente, se não houvesse inflação ou se
esta fosse mínima, nenhum ou pouco efeito ha-
veria na utilização do UEPS, em relação ao custo
médio.

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ENTRADA SAÍDA SALDO


DATA
QTDE UN. R$ TOTAL R$ QTDE UN. R$ TOTAL R$ QTDE UN. R$ TOTAL R$
30/11/2003 1.000 5,00 5.000,00
1.000 5,00 5.000,00
01/12/2003 150 6,00 900,00
150 6,00 900,00
150 6,00 900,00 0
03/12/2003
150 5,00 750,00 850 5,00 4.250,00
850 5,00 4.250,00
05/12/2003 200 8,00 1.600,00
200 8,00 1.600,00
200 8,00 1.600,00 0
08/12/2003
300 5,00 1.500,00 550 5,00 2.750,00
550 5,00 2.750,00
10/12/2003 50 9,00 450,00
50 9,00 450,00
50 9,00 450,00 0
15/12/2003
150 5,00 750,00 400 5,00 2.000,00
400 5,00 2.000,00
20/12/2003 100 7,00 700,00
100 7,00 700,00
100 7,00 700,00 0
26/12/2003
150 5,00 750,00 250 5,00 1.250,00
28/12/2003 150 5,00 750,00 400 5,00 2.000,00
31/12/2003 100 5,00 500,00 300 5,00 1.500,00

SOMAS 650 4.400,00 1.350 7.900,00 300 1.500,00

Como se observa nessa movimentação, os


estoques finais pelo método UEPS foram de R$
1.500,00 (se fosse pelo custo médio, o estoque fi-
nal seria de R$ 1.709,09). O CMV foi de R$ 7.900,00
(pelo custo médio, seria de R$ 7.690,91). Portanto,
conclui-se que o lucro da empresa, no período, foi
menor em R$ 209,09, em relação ao custo médio,
em decorrência da utilização do método UEPS.
O método que não é aceito pelo Fisco é o
UEPS, visto que, ao optar por esse método, a em-
presa pagaria menos imposto em relação aos ou-
tros métodos que poderia adotar. Portanto, o mé-
todo não é admissível pela ótica fiscal, nem pelas
normas de contabilidade.

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2.5 Resumo do Capítulo

Caro(a) aluno(a),

Neste capítulo, abordamos a definição e algumas características dos custos diretos. Vimos que os
custos diretos estão ligados a cada tipo de bem ou função de custo e são aqueles diretamente incluídos
no cálculo dos produtos, sem que seja necessário fazer rateios ou estimativas.
Exemplos de custos diretos:

ƒƒ matérias-primas consumidas;
ƒƒ MOD;
ƒƒ serviços subcontratados e aplicados diretamente nos produtos ou serviços.

Também foi trabalhado o conceito de materiais diretos. Saiba que, sempre que adquirirmos as
matérias-primas, componentes, subprodutos e produtos acabados ou em processo, estes devem ser ava-
liados pelo seu custo de aquisição ou produção, de acordo com a sua documentação de compra ou de
produção, com a devida dedução de todos os impostos pagos na aquisição e que resultem em créditos
efetivos a ser abatidos dos impostos a pagar sobre as saídas de produtos tributados por esses mesmos
impostos.
Exemplos de materiais diretos:

ƒƒ matéria-prima;
ƒƒ material de embalagem;
ƒƒ produtos intermediários;
ƒƒ outros materiais aplicados na produção.

Tratamos também do conceito de MOD, que é a soma de todos os fatores diretamente associados
ao pessoal de produção na indústria. Por último, trabalhamos os conceitos de estoques, que são ativos
tangíveis ou aplicações de recursos, visando à sua obtenção:

ƒƒ mantidos para venda no curso dos negócios;


ƒƒ em processo de produção para posterior venda no curso dos negócios;
ƒƒ constituídos de materiais ou suprimentos a ser consumidos no processo de produção ou na
prestação de serviços que constitua exploração de negócios da entidade.

Há vários métodos de se valorar produtos ou serviços, entre os quais:

ƒƒ a valoração pelo custo médio de entrada;


ƒƒ a valoração pelo custo de aquisição mais recente (PEPS);
ƒƒ a valoração pelo custo de aquisição mais antigo (UEPS).

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Agora que terminamos este capítulo, vamos verificar se você fixou bem os conteúdos descritos
anteriormente, elaborando com muita atenção as atividades propostas a seguir, lembrando que, ao final
desta apostila, você encontrará as respectivas soluções.

2.6 Atividades Propostas

1. O que diz o Parecer Normativo CST nº 6/79 com relação ao método de valoração de estoque ao
custo médio?

2. O que compreendem os custos diretos?

3. Considerando uma indústria, informe os valores considerados na formação dos custos para:

a) materiais diretos;
b) MOD.

26
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3 CUSTOS INDIRETOS

3.1 Definição

Caro(a) aluno(a), São aqueles que, apenas mediante aproxi-


mação, podem ser atribuídos aos produtos por
Custo indireto é o custo que deve ser apro- algum critério de rateio. Veja alguns exemplos a
priado aos portadores finais, mediante o empre- seguir:
go de critérios predeterminados e vinculados
a causas correlatas, como Mão de Obra Indireta ƒƒ MOI: é o trabalho que não é mensurável
(MOI), rateada por horas/homem da MOD; gastos em nenhum produto ou serviço execu-
com energia, com base em horas/máquinas utili- tado, como a mão de obra de supervi-
zadas etc. sores, controle de qualidade etc.;
Devemos atribuir para cada tipo de bem ou ƒƒ materiais indiretos: são materiais em-
função as parcelas de custo, utilizando os critérios pregados nas atividades auxiliares de
de rateio. Esse custo aplica-se a diferentes bens, produção ou cujo relacionamento com
sem que se possa separar a parcela referente a o produto é irrelevante. São eles: graxas
cada um, no momento de sua ocorrência. Pode- e lubrificantes, lixas etc.;
mos dizer, ainda, que o custo indireto é aquele ƒƒ outros custos indiretos: são os custos
que não pode ser atribuído (ou identificado) di- que dizem respeito à existência do se-
retamente a um produto, linha de produto, cen- tor fabril ou de prestação de serviços,
tro de custo ou departamento, necessitando de como depreciação, seguros, manuten-
taxas/critérios de rateio ou parâmetros para atri- ção de equipamentos etc.
buição ao objeto custeado.

3.2 Custos Indiretos de Fabricação (CIFs)

São os custos incorridos no processo de ƒƒ energia;


fabricação, mas não identificados diretamente a ƒƒ depreciação e manutenção dos edifí-
cada unidade produzida. São chamados também cios;
Custos Gerais de Fabricação (CGFs). Veja alguns ƒƒ instalações;
exemplos:
ƒƒ máquinas e equipamentos;

ƒƒ MOI;

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ƒƒ custo da direção e administração da fá-


brica e outros vinculados ao processo
produtivo.

Exemplo:

DESCRIÇÃO VALOR (R$)


Energia elétrica 8.000,00
Água 2.000,00
Manutenção de equipamentos 1.000,00
Depreciação 750,00
Pró-labore do diretor de produção 3.500,00
MOI (salários e encargos) 18.000,00
TOTAL 33.250,00

mão de obra de cada centro de custo


Saiba mais
(critério de “hora/homem”);
Os gastos gerais e administrativos, quando não ƒƒ a proporcionalização dos CGFs sobre
claramente relacionados com a produção, não são a MOD total, multiplicando posterior-
incorporados ao custo dos produtos. Também não mente pela MOD de cada centro de
serão incorporadas as despesas financeiras (mes-
mo aquelas relacionadas a financiamento de bens custo (critério de “proporção de MOD”);
da produção), gastos extraordinários (como perdas ƒƒ a divisão dos CGFs pelo total de horas/
decorrentes de roubos, enchentes, incêndios etc.) e máquinas dos centros de custos, multi-
despesas com vendas (comissões sobre vendas, sa-
lários e encargos do pessoal de vendas etc.). plicada pelo número de horas/máqui-
nas de cada centro de custo (critério de
“horas/máquinas”);
ƒƒ critérios mistos de rateio, como pro-
porcionalizar determinados custos de
Valoração Setorial e Unitária
fábrica vinculados a máquinas, instala-
ções e equipamentos a horas/máquinas
Os CGFs são atribuídos a cada setor por cri- e os demais custos a horas/homem etc.
térios de rateio, para encontrar o “custo CGF”, sen-
do os mais comuns:
Trataremos de maiores detalhamentos para
a apropriação dos CIFs no tópico “Rateio dos CIFs”.
ƒƒ a divisão dos CGFs pelo total de horas
de atividades dos centros de custos,
multiplicada pelo número de horas de Contabilização
atividades de cada centro de custo (cri-
tério de “hora de atividade”); Cada custo será registrado a débito da res-
ƒƒ a divisão dos CGFs pelo total de horas pectiva conta e a crédito das contas passivas ou
de mão de obra dos centros de custos, ativas que registram os recursos.
multiplicada pelo número de horas de

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Contabilidade e Custos

Exemplo: contabilização de custos de ma- Observa-se que os custos diretos são atri-
nutenção de equipamentos do setor de acaba- buídos diretamente aos produtos e os custos in-
mento: diretos devem antes ser alocados (distribuídos)
pelos vários centros de custos, para só então ser
D – Manutenção – Acabamento (Custo de transferidos aos produtos. Tal processo indireto
Produção) de transferência sucessiva dos custos, primeiro
nos centros de custos da empresa e, após, sobre
C – Fornecedores (Passivo Circulante)
os produtos, denomina-se rateio de custos indi-
R$ 1.000,00 retos.
Um critério bastante simples de rateio é di-
Rateio dos CIFs vidir o valor dos CGFs por determinado padrão
comum na fábrica. Esse padrão pode ser:
Os CIFs, se analisados individualmente, têm
pouca identificação direta com o produto, em ter- ƒƒ número de horas de mão de obra apli-
mos de mensuração efetiva. Entre eles, podem ser cada (base “hora/homem”);
citados: manutenção de equipamentos, deprecia- ƒƒ número de horas de atividades do ma-
ção, seguros, vigilância, aluguéis, energia elétrica, quinário fabril (base “hora/máquina”);
pró-labore do diretor de produção etc. ƒƒ metragem quadrada existente no setor
Devem-se atribuir os custos indiretos ao etc.
processo de produção, entre as diversas unidades
operacionais autônomas, denominadas “centros
de custos”, que constituem a menor unidade de
acumulação de custos na empresa.

Exemplo: CGF no mês: R$ 1.000.000,00. Distribuição entre os diversos centros de custos, segundo
critério de “horas/máquinas”:

SETOR HORAS/MÁQUINAS RATEIO CGF (R$)

Acabamento 1.500 468.750,00

Montagem 1.200 375.000,00

Manutenção 500 156.250,00

TOTAL 3.200 1.000.000,00

3.3 Centro de Custos

Numa empresa com poucos centros de cus- rios departamentos, cada um contendo seus res-
tos e com relativa simplicidade de produção, é pectivos centros de custos, o rateio precisa aten-
fácil alocar os custos indiretos por um único crité- der a uma correspondência mais casual.
rio de rateio, como exemplificado anteriormente, Os custos indiretos são, pois, setorizados,
seja em horas/máquinas, horas/homens ou outro comumente por meio de um instrumento que
critério simples, porém, numa indústria com vá- denominamos “mapa de localização de custos”.

29
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Esse mapa corresponde a um quadro demonstra-


Saiba mais
tivo que registra, nas linhas, as espécies de custos
com os correspondentes valores e, nas colunas,
Para a alocação dos custos indiretos nos centros de
os setores ou centros de custos. custos, é necessária a organização prévia de seus di-
versos componentes, tecnicamente denominados
espécies de custos:

• depreciação e manutenção;
• mão de obra indireta;
• material indireto;
• custos gerais.

Seguem alguns critérios para alocação dos CIFs:

ESPÉCIES DE CUSTOS CRITÉRIOS DE RATEIO


Quantidades produzidas ou tempo de utilização
Depreciação e manutenção
das máquinas.

MOI Tempo de utilização da mão de obra direta.

Material indireto Consumo de material direto.


Aluguéis, seguros, vigilância, limpeza,
Área ocupada pelos departamentos.
depreciação de prédios

Energia elétrica, água, gás, combustíveis Consumo efetivo ou potencial.

Alocação Direta 1. Processamento, dividido nas seções


(centros de custos): preparação, mistu-
Se a indústria mantém controle do imobi- ra e aromatização;
lizado, por exemplo, as depreciações são identi- 2. Acabamento: classificação, embalagem
ficáveis por equipamento instalado, permitindo e expedição.
alocar, em cada centro de custo, os respectivos
encargos diretamente, sem necessidade de rateio. Além desses departamentos, há um depar-
Isso também pode ocorrer com as requisições de tamento auxiliar, chamado “Manutenção e Con-
peças para manutenção, obtidas no controle do trole”, que tem três centros de custos: controle de
almoxarifado. Contudo, como os custos indus- qualidade, manutenção e limpeza, engenharia.
triais são múltiplos, na prática, o nível de controle
Os CGFs no mês, identificados por setor,
e distribuição é quase inaplicável sobre todos os
decorrentes de controles do imobilizado e das re-
itens, obrigando a contabilidade de custos a de-
quisições de peças de manutenção ao almoxarifa-
terminar o rateio daqueles que não se identificam
do, foram contabilizados como segue:
claramente com cada centro de custo.
Exemplo: determinada indústria de doces
tem dois departamentos produtivos:

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D – Depreciação – Preparação (Conta de Custo) R$ 450,00


D – Depreciação – Mistura (Conta de Custo) R$ 650,00
D – Depreciação – Aromatização (Conta de Custo) R$ 300,00
D – Depreciação – Classificação (Conta de Custo) R$ 250,00
D – Depreciação – Embalamento (Conta de Custo) R$ 700,00
D – Depreciação – Expedição (Conta de Custo) R$ 150,00
D – Depreciação – Controle de Qualidade (Conta de Custo) R$ 100,00
D – Depreciação – Manutenção e Limpeza (Conta de Custo) R$ 50,00
D – Depreciação – Engenharia (Conta de Custo) R$ 200,00
C – Depreciações Acumuladas (Imobilizado) R$ 2.850,00
D – Manutenção – Preparação (Conta de Custo) R$ 250,00
D – Manutenção – Mistura (Conta de Custo) R$ 300,00
D – Manutenção – Aromatização (Conta de Custo) R$ 150,00
D – Manutenção – Classificação (Conta de Custo) R$ 100,00
D – Manutenção – Embalamento (Conta de Custo) R$ 400,00
D – Manutenção – Expedição (Conta de Custo) R$ 120,00
D – Manutenção – Controle de Qualidade (Conta de Custo) R$ 110,00
D – Manutenção – Manutenção e Limpeza (Conta de Custo) R$ 30,00
D – Manutenção – Engenharia (Conta de Custo) R$ 50,00
C – Almoxarifado (Estoques – Ativo Circulante) R$ 1.510,00

Entretanto, os seguintes custos foram apurados, tendo que ser distribuídos entre os centros respec-
tivos utilizando critério de rateio, pois não podem ser identificados especificamente:

Pró-labore R$ 10.000,00

INSS pró-labore R$ 2.000,00

Energia elétrica R$ 3.000,00

Água R$ 1.000,00

Salários supervisores R$ 7.000,00

Encargos supervisores R$ 5.100,00

Seguros R$ 900,00

Vigilância R$ 2.100,00

TOTAL R$ 31.100,00

O critério de rateio adotado para alocação no mapa de custos é o seguinte:

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ƒƒ MOI (pró-labore, salários supervisores e respectivos encargos): número de horas da mão de


obra de cada setor;
ƒƒ energia elétrica: consumo potencial de cada equipamento;
ƒƒ demais despesas (vigilância, seguros, água): metragem ocupada por cada setor.

Nota: o nome do centro de custo está em sigla, pelas primeiras letras.

Mapa de Alocação – MOI

MOI TOTAL PRE MIS AROM CLAS EMB EXP CQ ML ENG


Número de
7.215 800 1.050 700 900 1.100 790 550 850 475
Horas MOD

Pró-Labore 10.000,00 1.108,80 1.455,31 970,20 1.247,40 1.524,60 1.094,94 762,30 1.178,10 658,35

INSS Pró-Labore 2.000,00 221,76 291,06 194,04 249,48 304,92 218,99 152,46 235,62 131,67

Salários
7.000,00 776,16 1.018,71 679,14 873,18 1.067,22 766,46 533,61 824,67 460,85
Supervisores
Encargos
5.100,00 565,49 742,20 494,80 636,18 777,55 558,42 388,77 600,83 335,76
Supervisores

TOTAL MOI R$ 24.100,00 2.672,21 3.507,28 2.338,18 3.006,24 3.674,29 2.638,81 1.837,14 2.839,22 1.586,63

Mapa de Alocação – Energia Elétrica

ENERGIA TOTAL PRE MIS AROM CLAS EMB EXP CQ ML ENG

Consumo Potencial KW 1.270 150 200 180 125 290 140 70 90 25

Energia Elétrica R$ 3.000,00 354,33 472,44 425,20 295,28 685,05 330,71 165,36 212,61 59,02

Mapa de Alocação – Outros Custos Gerais

OUTROS TOTAL PRE MIS AROM CLAS EMB EXP CQ ML ENG

Metragem 1.115 145 180 170 150 190 115 75 60 30

Água 1.000,00 130,04 161,44 152,47 134,53 170,40 103,14 67,26 53,81 26,91

Seguros 900,00 117,04 145,29 137,22 121,08 153,36 92,83 60,54 48,42 24,22

Vigilância 2.100,00 273,10 339,01 320,18 282,51 357,85 216,59 141,26 113,00 56,50

TOTAL Outros R$ 4.000,00 520,18 645,74 609,87 538,12 681,61 412,56 269,06 215,23 107,63

Após tais alocações, teremos o seguinte resumo de alocação de CGFs, por centro de custo:

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Mapa de alocação CGF – Resumo

CGF R$ TOTAL PRE MIS AROM CLAS EMB EXP CQ ML ENG

Depreciação 2.850,00 450,00 650,00 300,00 250,00 700,00 150,00 100,00 50,00 200,00

Manutenção 1.510,00 250,00 300,00 150,00 100,00 400,00 120,00 110,00 30,00 50,00

MOI 24.100,00 2.672,21 3.507,28 2.338,18 3.006,24 3.674,29 3.638,81 1.837,14 2.839,22 1.586,63

Energia
3.000,00 354,33 472,44 425,20 295,28 685,05 330,71 165,36 212,61 59,02
Elétrica

Outros 4.000,00 520,18 645,74 609,87 538,12 681,61 412,56 269,06 215,23 107,63

TOTAL 35.460,00 4.246,72 5.575,46 3.823,25 4.189,64 6.140,95 3.652,08 2.481,56 3.347,06 2.003,28

A conciliação contábil do mapa de alocação será:

R$ 2.850,00 (valor da depreciação já distribuído entre os centros de custos)


+ R$ 1.510,00 (valor da manutenção já distribuído entre os centros de custos)
+ R$ 31.100,00 (valores a alocar entre os centros de custos)
= R$ 35.460,00 (valor do mapa geral de alocação dos CGFs)

Agora, é só contabilizar as transferências dos valores alocados pelos critérios de rateio:

1. Transferência relativa à alocação da MOI:


D – MOI – Preparação (Conta de Custo) R$ 2.672,21
D – MOI – Mistura (Conta de Custo) R$ 3.507,28
D – MOI – Aromatização (Conta de Custo) R$ 2.338,18
D – MOI – Classificação (Conta de Custo) R$ 3.006,24
D – MOI – Embalamento (Conta de Custo) R$ 3.674,29
D – MOI – Expedição (Conta de Custo) R$ 2.638,81
D – MOI – Controle de Qualidade (Conta de Custo) R$ 1.837,14
D – MOI – Manutenção e Limpeza (Conta de Custo) R$ 2.839,22
D – MOI – Engenharia (Conta de Custo) R$ 1.586,63
C – Transferência – MOI (Conta de Custo) R$ 24.100,00

2. Transferência relativa à alocação da energia elétrica:


D – Energia Elétrica – Preparação (Conta de Custo) R$ 354,33
D – Energia Elétrica – Mistura (Conta de Custo) R$ 472,44
D – Energia Elétrica – Aromatização (Conta de Custo) R$ 425,20
D – Energia Elétrica – Classificação (Conta de Custo) R$ 295,28
D – Energia Elétrica – Embalamento (Conta de Custo) R$ 685,05

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D – Energia Elétrica – Expedição (Conta de Custo) R$ 330,71


D – Energia Elétrica – Controle de Qualidade (Conta de Custo) R$ 165,36
D – Energia Elétrica – Manutenção e Limpeza (Conta de Custo) R$ 212,61
D – Energia Elétrica – Engenharia (Conta de Custo) R$ 59,02
C – Transferência – Energia Elétrica (Conta de Custo) R$ 3.000,00

3. Transferência relativa à alocação dos demais custos gerais:


D – Outros Custos – Preparação (Conta de Custo) R$ 520,18
D – Outros Custos – Mistura (Conta de Custo) R$ 645,74
D – Outros Custos – Aromatização (Conta de Custo) R$ 609,87
D – Outros Custos – Classificação (Conta de Custo) R$ 538,12
D – Outros Custos – Embalamento (Conta de Custo) R$ 681,61
D – Outros Custos – Expedição (Conta de Custo) R$ 412,56
D – Outros Custos – Controle de Qualidade (Conta de Custo) R$ 269,06
D – Outros Custos – Manutenção e Limpeza (Conta de Custo) R$ 215,23
D – Outros Custos – Engenharia (Conta de Custo) R$ 107,63
C – Transferência – Outros Custos (Conta de Custo) R$ 4.000,00

3.4 Outros Custos

Custos Fixos Custos Semifixos

São aqueles cujos valores têm pequena ou São custos que são fixos numa determinada
nenhuma relação com o volume de produção da faixa de produção, mas variam se há uma mudan-
empresa. ça nessa faixa.
Exemplos: Exemplos:

ƒƒ aluguel de imóveis utilizados na produ- ƒƒ remuneração por meta de produtivida-


ção de bens e serviços; de aos empregados;
ƒƒ MOI (supervisores e gerentes de produ- ƒƒ horas extras do controle de qualidade,
ção); para lotes de produção que extrapola-
ƒƒ pró-labore do diretor de produção; rem o limite de análise em período nor-
ƒƒ honorários de vigilância das instalações mal;
produtivas etc. ƒƒ manutenção preventiva para atender à
demanda de utilização de horas de má-
quinas e equipamentos.
Tais custos ocorrerão independentemente
do nível de atividade.

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Contabilidade e Custos

Custos Variáveis Custos de Transformação

São aqueles cujos valores alteram-se em Também chamados custos de conversão,


função do volume de produção ou atividades. compreendem a soma de todos os custos de pro-
Exemplos: dução, exceto os relativos a matérias-primas. Re-
presentam o valor do esforço da própria empresa
ƒƒ matéria-prima consumida; no processo de elaboração de um determinado
produto, como: MOD, MOI, energia, materiais de
ƒƒ serviços de terceiros, remunerados por
consumo industrial etc.
peça aplicada em unidades produzidas;
ƒƒ material de embalagem nos produtos
acabados.

Os custos variáveis aumentam na medida Atenção


em que aumenta a produção.
Custo variável é o custo cujo total apresenta
variação diretamente proporcional ao volume
Custos Primários de produção ou serviço; o seu custo unitário é
fixo. Já o custo fixo é o custo cujo total perma-
nece constante, ou seja, não varia proporcio-
Compreendem a soma da matéria-prima e nalmente ao volume de produção ou serviço,
da MOD e não são incluídos no custo primário dos dentro de uma determinada capacidade insta-
demais custos diretos. Também não são iguais a lada; o seu custo unitário é variável.
custos diretos, uma vez que, nos custos primários,
só estão incluídos aqueles dois itens. Assim, a em-
balagem é um custo direto, mas não primário.

3.5 Resumo do Capítulo

Caro(a) aluno(a),

Neste capítulo, abordamos a definição e algumas características dos custos indiretos.


Custo indireto é o custo que não se pode apropriar diretamente a cada tipo de bem ou função de
custo no momento de sua ocorrência. Os custos indiretos são apropriados aos portadores finais, me-
diante o emprego de critérios predeterminados e vinculados a causas correlatas, como MOI, rateada por
horas/homem da MOD; gastos com energia, com base em horas/máquinas utilizadas etc.
Abordamos também os CIFs, que compreendem aqueles custos incorridos no processo de fabrica-
ção, mas não identificados diretamente a cada unidade produzida. Exemplos: MOI, energia, depreciação
e manutenção dos edifícios, instalações, máquinas e equipamentos, custo da direção e administração da
fábrica e outros vinculados ao processo produtivo.
Os CIFs, se analisados individualmente, têm pouca identificação direta com o produto, em termos
de mensuração efetiva. Entre eles, podem ser citados: manutenção de equipamentos, depreciação, segu-
ros, vigilância, aluguéis, energia elétrica, pró-labore do diretor de produção etc. Ainda, devem-se atribuir

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os custos indiretos ao processo de produção, entre as diversas unidades operacionais autônomas, de-
nominadas “centros de custos”, que constituem a menor unidade de acumulação de custos na empresa.
Numa empresa com poucos centros de custos e com relativa simplicidade de produção, é fácil
alocar os custos indiretos por um único critério de rateio. Os custos indiretos são, pois, setorizados, comu-
mente por meio de um instrumento que denominamos “mapa de localização de custos”.
O critério de rateio adotado para alocação no mapa de custos é o seguinte:

ƒƒ MOI (pró-labore, salários supervisores e respectivos encargos);


ƒƒ energia elétrica;
ƒƒ demais despesas (vigilância, seguros, água).

Saiba que, além dos custos diretos e indiretos, temos outros tipos. São eles:

ƒƒ custos fixos: são aqueles cujos valores têm pequena ou nenhuma relação com o volume de
produção da empresa. Exemplos: aluguel de imóveis utilizados na produção de bens e servi-
ços; MOI (supervisores e gerentes de produção); pró-labore do diretor de produção; honorários
de vigilância das instalações produtivas etc.;
ƒƒ custos semifixos: são custos que são fixos numa determinada faixa de produção, mas variam
se há uma mudança nessa faixa. Exemplos: remuneração por meta de produtividade dos em-
pregados; horas extras do controle de qualidade, para lotes de produção que extrapolarem
o limite de análise em período normal; manutenção preventiva para atender à demanda de
utilização de horas de máquinas e equipamentos;
ƒƒ custos variáveis: são aqueles cujos valores alteram-se em função do volume de produção ou
atividades. Exemplos: matéria-prima consumida; serviços de terceiros, remunerados por peça
aplicada em unidades produzidas; material de embalagem nos produtos acabados;
ƒƒ custos primários: compreendem a soma da matéria-prima e da MOD e não são incluídos no
custo primário dos demais custos diretos;
ƒƒ custos de transformação: também chamados custos de conversão, compreendem a soma de
todos os custos de produção, exceto os relativos a matérias-primas.

Agora que terminamos este capítulo, vamos verificar se você fixou bem os conteúdos descritos
anteriormente, elaborando com muita atenção as atividades propostas a seguir, lembrando que, ao final
desta apostila, você encontrará as respectivas soluções.

3.6 Atividades Propostas

1. Defina custos indiretos e cite alguns exemplos.

2. Defina CIFs e cite alguns exemplos.

3. Indique e explique pelo menos três tipos de custo.

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SISTEMAS DE ACUMULAÇÃO DE
4 CUSTOS

Caro(a) aluno(a), D – Estoques de Produtos em Elaboração


(Ativo Circulante)
O sistema de acumulação de custos é a ma- C – Transferência de Custos – Acabamento
neira que os custos são repassados aos produtos (Conta de Custos)
fabricados.
Uma vez calculados os custos de cada cen- Na sequência, os produtos que tiverem sua
tro de custo (produtivo ou auxiliar), é necessário fabricação concluída serão transferidos para a
transferir tais custos aos produtos. Então, o fato conta de estoques de produtos acabados:
de a contabilidade apurar os custos de cada cen-
tro não significa que sua tarefa está concluída, D – Estoques de Produtos Acabados (Ativo
pois o objetivo da contabilidade de custos é valo- Circulante)
rar os estoques e também determinar o Custo dos
C – Estoques de Produtos em Elaboração
Produtos Vendidos (CPV).
(Ativo Circulante)
Então, basicamente, o esquema de trabalho
na apuração dos custos será:
Finalmente, o custo dos produtos vendidos
será contabilizado como segue:
ƒƒ determinar os custos diretos e contabi-
lizá-los aos respectivos centros;
ƒƒ fazer o rateio dos custos indiretos e D – Custo dos Produtos Vendidos (Conta de
transferi-los aos centros de custos; Resultado)
ƒƒ transferir os custos assim determinados C – Estoques de Produtos Acabados (Ativo
(1 e 2), incluindo os custos de materiais Circulante)
diretos, para os produtos.
Então, para formar o valor do custo de cada
produto, deve-se utilizar um critério específico e
Essa transferência será debitada à conta es-
coerente (regular), de acordo com uma metodo-
pecífica de estoques de produtos em elaboração
logia lógica, racional.
e creditada à conta de transferência de custos (no
subgrupo das contas de centro de custos). Antes de decidir quanto ao sistema ou à
modalidade de custeio a ser adotado, a empresa
Posteriormente, os produtos que forem
deverá escolher o seu sistema de acumulação de
concluídos serão transferidos para o estoque de
custos, orientando-se, estritamente, pelo sistema
produtos acabados.
produtivo da empresa.
Existem dois sistemas básicos de produção:
Exemplo: transferência dos custos de aca-
bamento para os produtos em elaboração:

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ƒƒ sistema de produção contínua: ca- ƒƒ por processo (para produção contínua);


racteriza-se pela fabricação em série de ƒƒ por ordem de produção (para produção
produtos padronizados; por encomenda).
ƒƒ sistema de produção por encomen-
da: caracteriza-se pela fabricação des-
Os processos citados são viáveis e aceitáveis
contínua de produtos não padroniza-
contábil e fiscalmente. O importante é que um ou
dos.
outro seja aplicado com base no custo por absor-
ção e pelos custos reais incorridos.
Adotará o sistema de acumulação de custos
por ordem ou encomenda a indústria cujo siste-
ma produtivo for predominantemente descontí-
Atenção
nuo, produzindo bens ou serviços não padroniza-
dos e, geralmente, sob encomenda específica dos A empresa que produz, em série, bens ou ser-
seus clientes. viços padronizados deverá adotar o sistema de
acumulação de custos por processo.
Então, de acordo com o sistema de produ-
ção, é que se definirá o “sistema de acumulação
de custos”:

4.1 CPV

Para efetuar os cálculos do CPV, utilizamos a


fórmula a seguir:

Saiba mais
CPV = EI + (In + MO + GGF) – EF
Composição dos custos de produção, segundo o §
Sendo que: 1º do art. 13 do Decreto-Lei nº 1.598/77

• O custo de aquisição de matérias-primas e


quaisquer outros bens ou serviços aplicados
ƒƒ CPV = Custo dos Produtos Vendidos;
ou consumidos na produção, observado o
ƒƒ EI = Estoque Inicial; disposto neste artigo;
ƒƒ In = Insumos (matérias-primas, mate- • O custo do pessoal aplicado na produção,
inclusive de supervisão direta, manutenção e
riais de embalagem e outros materiais)
guarda das instalações de produção;
aplicados nos produtos vendidos; • Os custos de locação, manutenção e reparo e
ƒƒ MO = MOD aplicada nos produtos ven- os encargos de depreciação dos bens aplica-
didos; dos na produção;
• Os encargos de amortização diretamente re-
ƒƒ GGF = Gastos Gerais de Fabricação (alu- lacionados com a produção;
guel, depreciações, MOI etc.) aplicados • Os encargos de exaustão dos recursos natu-
nos produtos vendidos; rais utilizados na produção.
ƒƒ EF = Estoque Final (inventário final).

38
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Contabilidade e Custos

Vamos analisar o exemplo a seguir: calcule, no período de 1º de janeiro a 31 de dezembro, o CPV de


uma indústria que levantou os seguintes dados:

CATEGORIA VALORES EM REAIS


Estoque inicial (1º de janeiro) 220.000,00
Insumos adquiridos 3.500.000,00
ICMS sobre compras 420.000,00
Fretes sobre compras 140.000,00
MOD 1194.000,00
Gastos gerais de fabricação 1.580.000,00
Estoque inventariado (31 de dezembro) 370.000,00

Os cálculos do CPV serão organizados da seguinte maneira:

CATEGORIA VALORES EM REAIS


Estoque inicial (1º de janeiro) 220.000,00
+ Insumos adquiridos 3.500.000,00
+ Fretes sobre compras 140.000,00
- ICMS sobre compras 420.000,00
+ MOD 1194.000,00
+ Gastos gerais de fabricação 1.580.000,00
- Estoque inventariado (31 de dezembro) 370.000,00
= CPV 5.844000,00

4.2 Custeio Baseado em Atividades (Activity Based Costing – ABC)

Com esse sistema, podemos ter uma visão de medidas de redução e melhoramento de pro-
mais ampla dos custos por meio de uma criteriosa cessos, ajudando, assim, as empresas a ficar cada
análise das atividades executadas dentro da em- vez mais eficientes e lucrativas. Ainda, ele permite
presa, relacionando-as com os objetos de custos. aos gerentes uma atuação eficaz sobre o compor-
O ABC possui como principal fundamento buscar tamento dos custos da organização.
o princípio da causa/ação, ou seja, rastrear e iden- Basicamente, o processo consiste em atri-
tificar o agente causador do custo, para lhe impu- buir os custos às atividades e, em seguida, ocorre
tar o valor. a atribuição dos custos das atividades aos pro-
Martins (2003, p. 87), informa que o ABC “é dutos. Para isso, é preciso rastrear os custos que
uma metodologia de custeio que procura redu- cada atividade causou, atribuindo-lhes valores, e
zir sensivelmente as distorções provocadas pelo finalmente é feita uma verificação dos portadores
rateio arbitrário dos custos indiretos.” Com ele, os finais de custos, que realizarão o consumo dos
custos ficam claramente identificados e são alvos

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serviços das atividades; só então é feita a atribui- ƒƒ maior facilidade para as empresas de
ção dos custos definidos. serviços, devido às dificuldades na
Conforme Eller (2000, p. 82), “o Custeio Ba- identificação de seus custos, gastos e
seado em Atividades parte da premissa de que as despesas;
diversas atividades desenvolvidas geram custos e ƒƒ redução de rateios arbitrários;
que os produtos consomem essas atividades.” Por ƒƒ atende aos princípios fundamentais de
sua vez, Nakagawa (2001, p. 42) conceitua ativi- contabilidade;
dade “como um processo que combina, de forma ƒƒ necessita de constantes revisões de
adequada, pessoas, tecnologias, materiais, méto- controles internos, proporcionando,
dos e seu ambiente, tendo como objetivo a pro- assim, uma melhor visualização dos flu-
dução de produtos.” xos dos processos;
Caro(a) aluno(a), para estudar o sistema ƒƒ melhor identificação dos itens que es-
ABC, devemos pensar em todos os processos de tão consumindo mais recursos;
produção e nas atividades envolvidas, seja de um
ƒƒ o custo de cada atividade, em relação
produto ou um serviço. As prioridades para a atri-
aos custos totais da entidade, é identi-
buição de custos para as atividades são:
ficado;
ƒƒ grande flexibilidade de implantação em
ƒƒ alocação direta: é feita quando temos
vários setores empresariais;
uma identificação objetiva dos itens
dos custos de algumas atividades; ƒƒ gera informações para gestão econô-
mica, custo de oportunidade e custo de
ƒƒ rastreamento: é feito por meio de uma
reposição, possibilitando, assim, o fim
alocação que se baseia na relação de
ou até mesmo a redução das atividades
causa e efeito entre a ocorrência da ati-
que não agregam valor ao produto.
vidade e a geração de custos;
ƒƒ rateio: é feito quando não existe a pos-
sibilidade de utilizar a alocação direta e Principais desvantagens:
o rastreamento.
ƒƒ implantação com altos gastos;
Para realizar a implementação do ABC, de- ƒƒ implantação e avaliação de altos níveis
vemos analisar cuidadosamente todo o sistema de controles internos;
de controle interno da entidade. Caso esse pro- ƒƒ constante revisão e manipulação de um
cedimento seja deixado de lado ou seja feito de grande número de dados;
maneira pouco criteriosa, podemos inviabilizar a ƒƒ reorganização da empresa para realizar
aplicação do ABC de forma eficiente e eficaz. a implantação do sistema;
Para efeito comparativo, vamos, agora, ƒƒ problemas de aceitação e envolvimen-
apresentar as vantagens e desvantagens da apli- to dos empregados da empresa e pro-
cação do método ABC. blemas com a integração das informa-
ções entre departamentos;
Principais vantagens: ƒƒ falta de mão de obra qualificada;
ƒƒ necessidade de procedimentos pa-
ƒƒ por meio da redução do rateio, são for- drões;
necidas à gerência informações mais ƒƒ não é aceito pelo Fisco;
confiáveis; ƒƒ maior preocupação em gerar informa-
ções estratégicas do que em usá-las.

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Contabilidade e Custos

As demandas do mercado, cada vez mais Apuração dos Custos


competitivo, devem pesar na decisão de im-
plantação do sistema ABC, visto que os custos Inicialmente, foi necessário citar as ativida-
de implantação e acompanhamento, o recurso des exercidas pela empresa. São elas:
humano necessário, os produtos envolvidos, as
necessidades dos gestores etc. devem ser anali-
ƒƒ compra de matéria-prima;
sados para que se dimensionem as vantagens e
desvantagens para cada instituição. ƒƒ recebimento e movimentação de maté-
ria-prima;
Vamos utilizar um exemplo de uma empre-
sa de móveis que produz de maneira contínua ƒƒ supervisão da produção;
e com produtos sempre iguais, para a venda a ƒƒ corte e beneficiamento;
quaisquer clientes. A empresa em questão pro- ƒƒ montagem;
duz e vende toda a sua produção, ou seja, não fica ƒƒ acabamento.
com unidades em estoque. Outra característica
importante dessa empresa reside na baixa diver-
sificação de produtos. Os itens fabricados são me- Por meio do princípio de causa/ação, todos
sas, cadeiras e aparadores, sem muitas opções de os custos das atividades foram calculados.
modelo. O faturamento médio é de R$ 100.000,00
por mês e ela conta com uma equipe de 40 em- Custos por Atividade
pregados. Sua produção é automatizada e gerida
por softwares específicos. A produção de mesas,
Em seguida, foi feita uma distribuição dos
cadeiras e aparadores passa por um processo de
custos por produtos. Os cálculos foram baseados
acabamento final.
em 200 unidades produzidas no mês, sendo 104
mesas, 86 cadeiras e 10 aparadores.

ABC

UNIDADES
PRODUTOS CUSTOS UNITÁRIOS (R$) CUSTOS TOTAIS (R$)
PRODUZIDAS
Mesa 259,27 104 26.964,06
Cadeiras 188,94 86 16.248,84
Aparadores 218,85 10 2.188,50
Total 45.401,40

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4.3 Resumo do Capítulo

Caro(a) aluno(a),

Neste capítulo, abordamos o sistema de acumulação de custos, que é a maneira que os custos são
repassados aos produtos fabricados. Saiba que o fato de a contabilidade apurar os custos de cada centro
não significa que sua tarefa está concluída, pois o objetivo da contabilidade de custos é valorar os esto-
ques e, também, determinar o CPV.
Basicamente, o esquema de trabalho na apuração dos custos é:

ƒƒ determinar os custos diretos e contabilizá-los aos respectivos centros;


ƒƒ fazer o rateio dos custos indiretos e transferi-los aos centros de custos;
ƒƒ transferir os custos assim determinados (1 e 2), incluindo os custos de materiais diretos, para
os produtos.

Então, para formar o valor do custo de cada produto, devemos utilizar um critério específico e coe-
rente (regular), de acordo com uma metodologia lógica, racional. Existem dois sistemas básicos de pro-
dução: o sistema de produção por encomenda e o sistema de produção contínua.
Outro tema abordado neste capítulo foi o ABC, que possui como principal fundamento buscar o
princípio da causa/ação, ou seja, rastrear e identificar o agente causador do custo, para lhe imputar o va-
lor. Com esse sistema, podemos ter uma visão mais ampla dos custos, por meio de uma criteriosa análise
das atividades executadas dentro da empresa, relacionando-as com os objetos de custos.
Basicamente, o processo consiste em atribuir os custos às atividades e, em seguida, ocorre a atri-
buição dos custos das atividades aos produtos. Para isso, é preciso rastrear os custos que cada atividade
causou, atribuindo-lhes valores, e finalmente é feita uma verificação dos portadores finais de custos, que
realizarão o consumo dos serviços das atividades; só então é feita a atribuição dos custos definidos.
As prioridades para a atribuição de custos para as atividades são:

ƒƒ alocação direta;
ƒƒ rastreamento;
ƒƒ rateio.

Para realizar a implementação do ABC, devemos analisar cuidadosamente todo o sistema de con-
trole interno da entidade. Caso esse procedimento seja deixado de lado ou seja feito de maneira pouco
criteriosa, podemos inviabilizar a aplicação do ABC de forma eficiente e eficaz.
As demandas do mercado, cada vez mais competitivo, devem pesar na decisão de implantação do
sistema ABC, visto que os custos de implantação e acompanhamento, o recurso humano necessário, os
produtos envolvidos, as necessidades dos gestores etc. devem ser analisados para que se dimensionem
as vantagens e desvantagens para cada instituição.
Agora que terminamos este capítulo, vamos verificar se você fixou bem os conteúdos descritos
anteriormente, elaborando com muita atenção as atividades propostas a seguir, lembrando que, ao final
desta apostila, você encontrará as respectivas soluções.

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Contabilidade e Custos

4.4 Atividades Propostas

1. Defina o ABC e aponte algumas vantagens e desvantagens dessa técnica.

2. Como é realizado o sistema de acumulação de custos? Indique o esquema de trabalho na apu-


ração dos custos.

3. O que deve pesar na decisão de implantação do sistema ABC?

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5 CUSTOS NAS ATIVIDADES DE SERVIÇOS

Caro(a) aluno(a), produtivos, acrescidos dos respectivos


encargos sociais (INSS, FGTS) e traba-
Vamos estudar a contabilidade de serviços, lhistas (férias, 13º salário, vale-transpor-
que difere em relação à contabilidade de custos te, programa de alimentação etc.);
industriais na terminologia das contas contábeis. ƒƒ custos gerais de serviços: nesta ca-
Os custos podem ser representados por: tegoria, temos todos os “custos indi-
retos de serviços” ou “gastos gerais de
serviços”, que compreendem aqueles
ƒƒ serviços de terceiros: nesta categoria,
incorridos no processo de prestação
temos todos os custos relativos à sub-
dos serviços, mas não identificados di-
contratação dos serviços;
retamente a cada execução. Exemplos:
ƒƒ materiais diretos: nesta categoria, te- MOI, energia, depreciação e manuten-
mos todos os materiais aplicados na ção das instalações próprias em que se
produção, que são parte integrante da executam os serviços, custo da direção,
execução dos serviços; apoio e outros vinculados ao processo
ƒƒ MOD: nesta categoria, temos os salários de prestação dos serviços.
dos empregados alocados nos centros

5.1 Serviços de Terceiros

Devemos saber que a execução de subem- “Os serviços devem ser registrados não só
preitada ou locação de serviços de terceiros é pelo seu ‘faturamento’ pela contabilidade de cus-
registrada como custo de serviços pelo seu valor tos”, mas pela sua efetiva utilização. Veja o exem-
total incorrido. plo a seguir: certa empresa subcontratou parte
da execução com terceiros. O contrato estabelece
Dicionário que ela pague R$ 400,00 por tarefa concluída. No
final do mês, verificou-se que os seguintes servi-
Subempreitada: cessão que faz a outrem o em- ços estavam em andamento e que as seguintes
preiteiro da sua empreitada ou de parte dela.
tarefas contratadas com terceiros foram incorri-
das:
Realizamos o rateio quando executamos
dois ou mais serviços, lembrando que devemos ƒƒ serviço X – incorreu em 40 tarefas com
nos basear no contrato ou, se este for omisso terceiros;
quanto ao valor de cada serviço, nas horas totais ƒƒ serviço Y – incorreu em 80 tarefas.
aplicadas em cada serviço.

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Devemos contabilizar, de acordo com a con- Algumas distorções no custo dos serviços
tabilidade de custos, com base no contrato de su- vão aparecer devido à contabilização pelo “re-
bempreitada com terceiros, os seguintes dados: gime de caixa” ou por ocasião do faturamento.
Sendo assim, a contabilidade de custos precisa
1. Pela aplicação de subempreitadas para ter controles próprios para apropriar adequada-
o serviço X: R$ 400,00 x 40 tarefas = R$ mente os contratos de locação ou de mão de obra
16.000,00. com terceiros.

D – Serviços em Andamento (Estoques)


C – Fornecedores – Subempreiteiros (Passi-
vo Circulante) R$ 16.000,00

2. Pela aplicação de subempreitadas para


o serviço Y: R$ 400,00 x 80 tarefas = R$
32.000,00.
D – Serviços em Andamento (Estoques)
C – Fornecedores – Subempreiteiros (Passi-
vo Circulante) R$ 32.000,00

5.2 Materiais Diretos Aplicados em Serviços

Os itens de almoxarifado que podem ser Os controles de estoques de tais materiais


aplicados na prestação de serviço, os componen- também devem ser efetuados, nos mesmos mol-
tes e os materiais de naturezas diversas, no mo- des já comentados nos custos aplicáveis às indús-
mento de sua aquisição, devem ser avaliados pelo trias. O sistema aplicável será de acordo com o
seu custo de aquisição ou produção, baseando- método escolhido (custo médio ou PEPS).
-se na documentação de compra ou de produção, Na aquisição dos materiais, debita-se a con-
lembrando sempre de fazer as devidas deduções ta de Estoques correspondente e credita-se a con-
dos impostos pagos na aquisição e que resultem ta que deu origem aos recursos da operação. Veja
em créditos efetivos a ser abatidos dos impostos o exemplo a seguir: vamos considerar a compra,
a pagar sobre as saídas de produtos tributados sem o crédito de ICMS ou IPI, de alguns materiais
por esses mesmos impostos. Todos os valores pa- que serão aplicados em serviços. O valor desses
gos relacionados ao transporte de insumos serão materiais é de R$ 20.000,00.
registrados como parcela integrante do custo de
aquisição.
D – Estoques de Materiais (Ativo Circulante)
Para a realização dos cálculos do custo dos
C – Fornecedores (Passivo Circulante) R$
materiais diretos e sua respectiva contabilização,
20.000,00
para determinados serviços, não é creditado o
valor do ICMS (ou do IPI) da aquisição dos referi-
dos materiais, porque a prestação de serviços não Caso ocorra o crédito de IPI ou ICMS, deve-
será tributada por tais impostos, mas, se for (por mos debitar as parcelas correspondentes a tais
ser faturada como mercadorias e não serviços), impostos no subgrupo Impostos a Recuperar.
deve ser deduzida do custo e contabilizada em A transferência da aplicação de materiais
conta de ICMS (ou IPI) a Recuperar. diretos na prestação de serviços será a débito da

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conta Serviços em Andamento (subgrupo Esto- D – Serviços em Andamento (Estoques –


ques) e a crédito da conta Estoques de Materiais. Ativo Circulante)
Veja o exemplo a seguir: considere a aplicação de C – Estoques de Materiais (Ativo Circulante)
R$ 14.000,00 de materiais diretos na prestação de R$ 14.000,00
serviços:

5.3 MOD na Prestação de Serviços

É a soma dos elementos diretamente asso-


ciados ao pessoal alocado na produção dos ser-
viços.

Exemplo:

DESCRIÇÃO VALOR (R$)

Salário do pessoal 20.000,00

Salário do pessoal – INSS (encargo da empresa) 5.600,00

Salário do pessoal – FGTS 1.700,00

Salário do pessoal – provisão de férias e 13º salário 5.340,00

Salário do pessoal – vale-transporte 1.500,00

Salário do pessoal – PAT 1.600,00

TOTAL 35.740,00

Atenção

O vale-transporte e o PAT devem ser contabi-


lizados como custos pelos seus valores totais,
diminuindo o valor recuperado em folha, em
contas distintas: uma para registrar o valor to-
tal do custo e outra, de natureza credora, para
registrar o valor dos reembolsos ocorridos à
empresa pelos trabalhadores.

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Valoração Unitária

Para a modalidade de serviços, devemos


dividir o custo total de MOD de cada setor pelo
número de horas de atividades do respectivo se-
tor para encontrar o “custo/hora MOD” (também
denominado “custo hora/homem”).

Veja o exemplo a seguir:

CENTRO CUSTO TOTAL R$ MOD HORAS DE ATIVIDADES CUSTO HORA R$

Coleta de descartáveis 20.000,00 3.600 5,56

Transporte 30.000,00 4.800 6,25

Cargas 24.000,00 3.600 6,67

Contabilização

A contabilização da folha de pagamentos


na prestação de serviços segue os mesmos prin-
cípios dos custos industriais, com a diferença de
que a conta a débito será do subgrupo Custos de
Serviços.

5.4 Custos Gerais de Serviços

São chamados “gastos gerais de serviços” e


compreendem aqueles incorridos na execução
de serviços, mas não identificados diretamente a
cada serviço prestado. Veja os exemplos a seguir:

ƒƒ MOI;
ƒƒ energia;
ƒƒ depreciação;
ƒƒ manutenção das instalações em que os
serviços são executados;
ƒƒ custo da direção;
ƒƒ outros.

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Exemplo:

DESCRIÇÃO VALOR (R$)


Energia elétrica 8.000,00
Água 2.000,00
Manutenção de equipamentos 1.000,00
Depreciação 750,00
Pró-Labore do diretor técnico 3.500,00
MOI (salários e encargos) 18.000,00
TOTAL 33.250,00

Saiba mais

Os critérios de rateio dos custos gerais de serviços e


sua contabilização são bastante parecidos com os
já explanados nos tópicos “Custos Indiretos de Fa-
bricação (CIFs)” e “Rateio dos CIFs”, bastando adaptar
a terminologia contábil dos lançamentos corres-
pondentes a um plano de contas de empresa de
serviços.

5.5 Apuração dos Custos de Serviços

Podemos calcular o custo de serviços ven- ƒƒ Sfi = Saldo Final dos Serviços em Anda-
didos em determinado período pela seguinte fór- mento.
mula:

Exemplo: uma empresa apurou, no mês de


CSV= Sin + (ST+MOD+MD+CGS) - Sfi abril de 2010, os seguintes custos de serviços:

Sendo que: ƒƒ serviços de terceiros aplicados: R$


200.000,00;
ƒƒ CSV = Custo dos Serviços Vendidos; ƒƒ MOD: R$ 300.000,00;
ƒƒ Sin = Saldo Inicial dos Serviços em An- ƒƒ materiais diretos: R$ 40.000,00;
damento; ƒƒ custos gerais: R$ 160.000,00.
ƒƒ ST = Serviços de Terceiros;
ƒƒ MOD = Mão de Obra Direta; O estoque inicial de serviços em andamen-
ƒƒ MD = Materiais Diretos; to é de R$ 100.000,00 e os estoques finais, R$
ƒƒ CGS = Custos Gerais de Serviços; 140.000,00. Então, o custo dos serviços vendidos
será:

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CSV = Sin + (ST + MOD + MD + CGS) – Sfi


CSV = 100.000,00+(200.000,00+300.000,00
+40.000,00+160.000,00) – 140.000,00
CSV = 660.000,00

A contabilização simplificada de tal apuração será:


1. Transferência dos serviços de terceiros:
D – Serviços em Andamento (Estoques)
C – Transferência – Serviços de Terceiros (Conta de Custo) R$ 200.000,00

2. Transferência da MOD:
D – Serviços em Andamento (Estoques)
C – Transferência – MOD (Conta de Custo) R$ 300.000,00

3. Transferência de materiais diretos:


D – Serviços em Andamento (Estoques)
C – Estoques de Materiais R$ 40.000,00

4. Transferência de custos gerais de serviços:


D – Serviços em Andamento (Estoques)
C – Transferência – Custos Gerais de Serviços (Conta de Custo) R$ 160.000,00

5. Transferência do custo dos serviços vendidos para resultado do exercício:


D – Custo dos Serviços Vendidos (Conta de Resultado)
C – Serviços em Andamento (Estoques) R$ 660.000,00

5.6 Resumo do Capítulo

Caro(a) aluno(a),

Neste capítulo, abordamos a contabilidade de serviços, que trata dos gastos incorridos na presta-
ção de serviços. Nela, os custos podem ser representados por:

ƒƒ serviços de terceiros;
ƒƒ materiais diretos;
ƒƒ MOD;
ƒƒ custos gerais de serviços.

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Contabilidade e Custos

Apresentamos também os conceitos e definições de materiais diretos, MOD, serviços de terceiros


contratados e custos gerais de serviços, além da fórmula de cálculo para apuração do custo dos serviços.
Agora que terminamos este capítulo, vamos verificar se você fixou bem os conteúdos descritos
anteriormente, elaborando com muita atenção as atividades propostas a seguir, lembrando que, ao final
desta apostila, você encontrará as respectivas soluções.

5.7 Atividades Propostas

1. Qual é a diferença dada ao tratamento dos valores considerados na formação dos custos dos
materiais diretos aplicados nos serviços?

2. Defina custos gerais de serviços e cite alguns exemplos.

3. Calcule o lucro bruto de uma sociedade anônima que, de acordo com sua contabilidade, possui
os seguintes dados:

ƒƒ Receita de serviços prestados 200.000,00


ƒƒ Serviços cancelados 20.000,00
ƒƒ Descontos concedidos 20.000,00
ƒƒ ISS 3%
ƒƒ COFINS 2%
ƒƒ PIS/Pasep 1%
ƒƒ Custo dos serviços prestados 130.400,00

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RESPOSTAS COMENTADAS DAS
ATIVIDADES PROPOSTAS

Capítulo 1

1. Contabilidade é uma ciência que utiliza uma série de técnicas para manter um controle per-
manente do patrimônio da empresa. O capital inicial de uma empresa poderá ser constituído
somente por dinheiro, somente por bens (casa, carro, mobiliários etc.) ou parte em dinheiro e
parte em bens. As operações mais comuns que movimentam o patrimônio das empresas são
as compras, as vendas, os pagamentos e os recebimentos.

2. Empresa é uma unidade de produção que resulta da combinação de fatores da produção, tais
como: a natureza, o trabalho e o capital, sendo constituída para o desenvolvimento de uma
atividade econômica. Os três documentos que servem de suporte para os registros contábeis
são as notas fiscais, as duplicatas e as notas promissórias.

3. Gestão de uma empresa é toda movimentação do patrimônio da empresa em função de com-


pras, vendas, pagamentos e recebimentos. A escrituração é uma técnica da contabilidade que
consiste em registrar, nos livros próprios, tudo que provoca mudança no patrimônio da em-
presa.

4. A contabilidade de custos pode ser definida como um conjunto de registros específicos, basea-
dos em escrituração regular (contábil), apoiados por elementos de suporte (planilhas, rateios,
cálculos, controles) e utilizados para identificar, mensurar e informar os custos das vendas de
produtos, mercadorias e serviços. Os principais objetivos da contabilidade de custos poderiam
ser assim resumidos:
ƒƒ permitir a avaliação dos estoques, para atendimento das legislações comercial e fiscal;
ƒƒ apurar o custo dos produtos/serviços vendidos (no caso das empresas comerciais, o CMV);
ƒƒ dar suporte à tomada de decisões gerenciais no tocante à fixação do preço de venda;
ƒƒ atender à necessidade de controles e informações específicos (como para o atendimento
à legislação fiscal);
ƒƒ embasar orçamentos e projeções financeiras.

Os campos de aplicação da contabilidade de custos são:


ƒƒ indústria;
ƒƒ comércio;
ƒƒ prestadoras de serviços;
ƒƒ empresas extrativas de recursos naturais (minerais, florestais, pesqueiras, agropastoris etc.).

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5. Gastos podem ser definidos como o consumo genérico de bens e serviços, podendo ser clas-
sificados em: custos, despesas ou perdas ou desperdícios. Os custos são gastos relativos aos
recursos (bens e serviços) consumidos na produção de outros bens e serviços. As despesas são
gastos associados aos bens e serviços utilizados no processo de geração de receitas e manu-
tenção de negócios da empresa; podem ser diretas ou indiretas e estão ligadas à realização
de receitas. São considerados perdas os gastos anormais ou involuntários que não geram um
novo bem ou serviço e muito menos receitas. Já os desperdícios são os gastos originados dos
processos produtivos ou de geração de receitas e que podem ser descartados sem prejuízo da
qualidade ou quantidade de bens, serviços ou receitas gerados.

6. Os princípios contábeis servem de suporte aos postulados, procurando delimitar e posicionar


a profissão em relação à realidade social, econômica e institucional. Em função da evolução da
técnica contábil, modificações na legislação, novos fatos socioeconômicos ou outros fatores e
pontos de vista, um princípio poderá ser modificado para atender às inovações ocorridas na
vida empresarial. Os princípios contábeis, como disciplinadores, por meio da escrituração dos
fatos e transações, na elaboração de demonstrativos, devem permitir aos demais usuários fixar
padrões de comparabilidade e credibilidade, em função do conhecimento dos critérios adota-
dos na elaboração dessas demonstrações.

Capítulo 2

1. De acordo com o Parecer Normativo CST nº 6/79, não é incompatível com o método – e, por-
tanto, aceitável do ponto de vista fiscal – que as saídas sejam registradas unicamente no fim de
cada mês, desde que avaliadas ao preço médio que, sem considerar o lançamento de baixa, se
verificar naquele mês.

2. Os custos diretos têm a propriedade de ser perfeitamente mensuráveis de maneira objetiva.


São qualificados aos portadores finais (produtos), individualmente considerados, e constituem
todos aqueles elementos de custo individualizáveis com respeito ao produto ou serviço, isto é,
identificam-se imediatamente com a sua produção, mantendo uma correspondência propor-
cional. Um mero ato de medição é necessário para determinar esses custos.

3.

a) Materiais diretos: as matérias-primas, materiais de natureza diversa, componentes, subpro-


dutos e produtos acabados ou em processo deverão ser avaliados pelo seu custo de aqui-
sição ou produção, de acordo com a respectiva documentação de compra ou de produ-
ção, deduzido dos impostos pagos na aquisição e que resultem em créditos efetivos a ser
abatidos dos impostos a pagar sobre as saídas de produtos tributados por esses mesmos
impostos.
b) MOD: compreende a soma dos elementos diretamente associados ao pessoal de produção
na indústria.

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Exemplo:
DESCRIÇÃO VALOR (R$)
Salário do pessoal do centro de custo de montagem 10.000,00
Salário do pessoal do centro de custo de montagem – INSS (encargo da empresa) 2.800,00
Salário do pessoal do centro de custo de montagem – FGTS 850,00
Salário do pessoal do centro de custo de montagem – provisão de férias e 13º salário 2.670,00
Salário do pessoal do centro de custo de montagem – vale-transporte 750,00
Salário do pessoal do centro de custo de montagem – PAT 800,00
TOTAL 17.870,00

Capítulo 3

1. Indireto é o custo que não se pode apropriar diretamente a cada tipo de bem ou função de
custo no momento de sua ocorrência. Os custos indiretos são apropriados aos portadores fi-
nais, mediante o emprego de critérios predeterminados e vinculados a causas correlatas, como
MOI, rateada por horas/homem da MOD; gastos com energia, com base em horas/máquinas
utilizadas etc.

2. Também denominados CGFs ou, ainda (de forma inapropriada), “despesas indiretas de produ-
ção”, compreendem aqueles custos incorridos no processo de fabricação, mas não identifica-
dos diretamente a cada unidade produzida. Exemplos: MOI, energia, depreciação e manuten-
ção dos edifícios, instalações, máquinas e equipamentos, custo da direção e administração da
fábrica e outros vinculados ao processo produtivo.

3. São eles:
ƒƒ custos fixos: são aqueles cujos valores têm pequena ou nenhuma relação com o volume
de produção da empresa. Exemplos: aluguel de imóveis utilizados na produção de bens e
serviços; MOI (supervisores e gerentes de produção); pró-labore do diretor de produção;
honorários de vigilância das instalações produtivas etc. Tais custos ocorrerão independen-
temente do nível de atividade;
ƒƒ custos semifixos: são custos que são fixos numa determinada faixa de produção, mas va-
riam se há uma mudança nessa faixa. Exemplos: remuneração por meta de produtividade
dos empregados; horas extras do controle de qualidade, para lotes de produção que ex-
trapolarem o limite de análise em período normal; manutenção preventiva para atender à
demanda de utilização de horas de máquinas e equipamentos;
ƒƒ custos variáveis: são aqueles cujos valores alteram-se em função do volume de produção
ou atividades. Exemplos: matéria-prima consumida; serviços de terceiros, remunerados por
peça aplicada em unidades produzidas; material de embalagem nos produtos acabados.
Os custos variáveis aumentam na medida em que aumenta a produção.

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Capítulo 4

1. Basicamente, o processo consiste em atribuir os custos às atividades e, em seguida, ocorre a


atribuição dos custos das atividades aos produtos. Para isso, é preciso rastrear os custos que
cada atividade causou, atribuindo-lhes valores, e finalmente é feita uma verificação dos porta-
dores finais de custos que realizarão o consumo dos serviços das atividades; só então é feita a
atribuição dos custos definidos. As prioridades para a atribuição de custos para as atividades
são: alocação direta, rastreamento e rateio.
Principais vantagens:
ƒƒ por meio da redução do rateio, são fornecidas à gerência informações mais confiáveis;
ƒƒ maior facilidade para as empresas de serviços, devido às dificuldades na identificação de
seus custos, gastos e despesas;
ƒƒ redução de rateios arbitrários;
ƒƒ atende aos princípios fundamentais de contabilidade;
ƒƒ necessita de constantes revisões de controles internos, proporcionando, assim, uma me-
lhor visualização dos fluxos dos processos;
ƒƒ melhor identificação dos itens que estão consumindo mais recursos;
ƒƒ o custo de cada atividade em relação aos custos totais da entidade é identificado;
ƒƒ grande flexibilidade de implantação em vários setores empresariais;
ƒƒ gera informações para gestão econômica, custo de oportunidade e custo de reposição,
possibilitando, assim, o fim ou até mesmo a redução das atividades que não agregam valor
ao produto.
Principais desvantagens:
ƒƒ implantação com altos gastos;
ƒƒ implantação e avaliação de altos níveis de controles internos;
ƒƒ constante revisão e manipulação de um grande número de dados;
ƒƒ reorganização da empresa para realizar a implantação do sistema;
ƒƒ problemas de aceitação e envolvimento dos empregados da empresa e problemas com a
integração das informações entre departamentos;
ƒƒ falta de mão de obra qualificada;
ƒƒ necessidade de procedimentos padrões;
ƒƒ não é aceito pelo Fisco;
ƒƒ maior preocupação em gerar informações estratégicas do que em usá-las.

2. É a maneira que os custos são repassados aos produtos fabricados. Basicamente, o esquema de
trabalho na apuração dos custos será:
ƒƒ determinar os custos diretos e contabilizá-los aos respectivos centros;
ƒƒ fazer o rateio dos custos indiretos e transferi-los aos centros de custos;
ƒƒ transferir os custos assim determinados (1 e 2), incluindo os custos de materiais diretos,
para os produtos.
Essa transferência será debitada à conta específica de estoques de produtos em elaboração e
creditada à conta de transferência de custos (no subgrupo das contas de centro de custos). Pos-
teriormente, os produtos que forem concluídos serão transferidos para o estoque de produtos
acabados.

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Contabilidade e Custos

3. As demandas do mercado, cada vez mais competitivo, devem pesar na decisão de implantação
do sistema ABC, visto que os custos de implantação e acompanhamento, o recurso humano
necessário, os produtos envolvidos, as necessidades dos gestores etc. devem ser analisados
para que se dimensionem as vantagens e desvantagens para cada instituição.

Capítulo 5

1. A diferença é que, em determinados serviços, não se credita o ICMS (ou o IPI) da aquisição dos
referidos materiais, porque a prestação de serviços não será tributada por tais impostos, mas,
se for (por ser faturada como mercadorias e não serviços), deve ser deduzida do custo e conta-
bilizada em conta de ICMS (ou IPI) a Recuperar.

2. São chamados “gastos gerais de serviços” e compreendem aqueles incorridos na execução de


serviços, mas não identificados diretamente a cada serviço prestado. Exemplos:
ƒƒ MOI;
ƒƒ energia;
ƒƒ depreciação;
ƒƒ manutenção das instalações em que os serviços são executados;
ƒƒ custo da direção;
ƒƒ outros.

3. Para calcular o lucro bruto, devemos efetuar os cálculos a seguir:

Receita bruta de serviços 200.000,00


Serviços cancelados 20.000,00
Descontos concedidos 20.000,00
ISS = 3% (200.000,00 - 20.000,00 - 20.000,00) 4.800,00
COFINS = 2%(200.000,00 - 20.000,00 - 20.000,00) 3.200,00
PIS/Pasep = 1%(200.000,00 - 20.000,00 - 20.000,00) 1.600,00
Receita líquida de serviços 150.400,00
Custo dos serviços prestados 130.400,00
LUCRO BRUTO 20.000,00

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REFERÊNCIAS

CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DE SÃO PAULO (CRC-SP); INSTITUTO DOS AUDITORES


INDEPENDENTES DO BRASIL (IBRACON). Custos: ferramentas de gestão. São Paulo: Atlas, 2000.

FERREIRA, R. J. Contabilidade de custos. Rio de Janeiro: Ferreira, 2011.

HORNGREN, C. T.; FOSTER, G.; DATAR, S. M. Contabilidade de custos. Rio de Janeiro: LTC, 2000.

IUDÍCIBUS, S. Contabilidade gerencial. São Paulo: Atlas, 1998.

LEONE, G. S. G. Custos, planejamento, implantação e controle. São Paulo: Atlas, 2002.

LEONE, G. S. G.; LEONE, R. J. G. Curso de contabilidade de custos. São Paulo: Atlas, 2010.

MARTINS, E. Contabilidade de custos. São Paulo: Atlas, 2006.

MEGLIORI, E. Custos: análise e gestão. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.

NAKAGAWA, M. ABC: custeio baseado em atividades. São Paulo: Atlas, 1994.

______. Gestão estratégica de custos. São Paulo: Atlas, 2000.

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2000.

PEREZ JÚNIOR, J. H.; OLIVEIRA, L. M.; COSTA, R. G. Gestão estratégica de custos. São Paulo: Atlas, 1999.

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RIBEIRO, O. M. Contabilidade básica. São Paulo: Saraiva, 1995.

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