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CÓDIGO DO DIREITO DE AUTOR E DOS

DIREITOS CONEXOS
( Aprovado pelo Decreto-Lei n.º 63/85, de 14 de Março, e alterado pelas Leis n.ºs 45/85, de 17 de
Setembro, e 114/91, de 3 de Setembro, e Decretos-Leis n.ºs 332/97 e 334/97, ambos de 27 de Novembro,
pela Lei n.º 50/2004, de 24 de Agosto e pela Lei n.º 24/2006 de 30 de Junho )

i) Obras de artes aplicadas, desenhos ou


Título I modelos industriais e obras de design que
Da obra protegida e do direito de autor constituam criação artística, independentemente
da protecção relativa à propriedade industrial;
CAPÍTULO I j) Ilustrações e cartas geográficas;
Da obra protegida l) Projectos, esboços e obras plásticas
respeitantes à arquitectura, ao urbanismo, à
geografia ou ás outras ciências;
Artigo 1.º
m) Lemas ou divisas, ainda que de carácter
(Definição)
publicitário; se se revestirem de originalidade;
1 – Consideram-se obras as criações intelectuais
n) Paródias e outras composições literárias ou
do domínio literário, científico e artístico, por
musicais, ainda que inspiradas num tema ou
qualquer modo exteriorizadas, que, como tais,
motivo de outra obra.
são protegidas nos termos deste Código,
2 – As sucessivas edições de uma obra, ainda
incluindo-se nessa protecção os direitos dos
que corrigidas, aumentadas, refundidas ou com
respectivos autores.
mudança de título ou de formato, não são obras
2 – As ideias, os processos, os sistemas, os
distintas da obra original, nem o são as
métodos operacionais, os conceitos, os
reproduções de obra de arte, embora com
princípios ou as descobertas não são, por si só e
diversas dimensões.
enquanto tais, protegidos nos termos deste
Código.
Artigo 3.º
3 – Para os efeitos do disposto neste Código, a
(Obras equiparadas a originais)
obra é independente da sua divulgação,
1 – São obras equiparadas a originais:
publicação, utilização ou exploração.
a) As traduções, arranjos, instrumentações,
dramatizações, cinematizações e outras
Artigo 2.º transformações de qualquer obra, ainda que esta
(Obras originais) não seja objecto de protecção;
1 – As criações intelectuais do domínio literário, b) Os sumários e as compilações de obras
científico e artístico, quaisquer que sejam o protegidas ou não, tais como selectas,
género, a forma de expressão, o mérito, o modo enciclopédias e antologias que, pela escolha ou
de comunicação e o objectivo, compreendem disposição das matérias, constituam criações
nomeadamente: intelectuais;
a) Livros, folhetos, revistas, jornais e outros c) As compilações sistemáticas ou anotadas de
escritos; textos de convenções, de leis, de regulamentos e
b) Conferências, lições, alocuções e sermões; de relatórios ou de decisões administrativas,
c) Obras dramáticas e dramático-musicais e a judiciais ou de quaisquer órgãos ou autoridades
sua encenação; do Estado ou da Administração.
d) Obras coreográficas e pantomimas, cuja 2 – A protecção conferida a estas obras não
expressão se fixa por escrito ou por qualquer prejudica os direitos reconhecidos aos autores
outra forma; da correspondente obra original.
e) Composições musicais, com ou sem palavras;
f) Obras cinematográficas, televisivas, Artigo 4.º
fonográficas, videográficas e radiofónicas; (Título da obra)
g) Obras de desenho, tapeçaria, pintura, 1 – A protecção da obra é extensível ao título,
escultura, cerâmica, azulejo, gravura, litografia independentemente de registo, desde que seja
e arquitectura; original e não possa confundir-se com o título
h) Obras fotográficas ou produzidas por de qualquer outra obra do mesmo género de
quaisquer processos análogos ao da fotografia; outro autor anteriormente divulgada ou
publicada.
2 – Considera-se que não satisfazem estes oralmente perante autoridades ou serviços
requisitos: públicos;
a) Os títulos consistentes em designação c) Os textos propostos e os discursos proferidos
genérica, necessária ou usual do tema ou perante assembleias ou outros órgãos colegiais,
objecto de obras de certo género; políticos e administrativos, de âmbito nacional,
b) Os títulos exclusivamente constituídos por regional ou local, ou em debates públicos sobre
nomes de personagens históricas, histórico- assuntos de interesse comum;
dramáticas ou literárias e mitológicas ou por d) Os discursos políticos.
nomes de personalidades vivas. 2 – A reprodução integral, em separata, em
3 – O título de obra não divulgada ou não colectânea ou noutra utilização conjunta, de
publicada é protegido se, satisfazendo os discursos, peças oratórias e demais textos
requisitos deste artigo, tiver sido registado referidos nas alíneas c) e d) do n.º 1 só pode ser
juntamente com a obra. feita pelo autor ou com o seu consentimento.
3 – A utilização por terceiro de obra referida no
Artigo 5.º n.º 1, quando livre, deve limitar-se ao exigido
(Título de jornal ou de qualquer outra pelo fim a atingir com a sua divulgação.
publicação periódica) 4 – não é permitida a comunicação dos textos a
1 – O título de jornal ou de qualquer outra que se refere a alínea b) do n.º 1 quando esses
publicação periódica é protegido, enquanto a textos forem por natureza confidenciais ou dela
respectiva publicação se efectuar com possa resultar prejuízo para a honra ou
regularidade, desde que devidamente inscrito na reputação do autor ou de qualquer outra pessoa,
competente repartição de registo do salvo decisão judicial em contrário proferida em
departamento governamental com tutela sobre a face de prova da existência de interesse legítimo
comunicação social. superior ao subjacente à proibição.
2 – A utilização do referido título por
publicação congénere só será possível um ano
após a extinção do direito à publicação, Artigo 8.º
anunciado por qualquer modo, ou decorridos (Compilações e anotações de textos oficiais)
três anos sobre a interrupção da publicação. 1 – Os textos compilados ou anotados a que se
refere a alínea c) do n.º 1 do artigo 3.º, bem
Artigo 6.º como as suas traduções oficiais, não beneficiam
(Obra publicada e obra divulgada) de protecção.
1 – A obra publicada é a obra reproduzida com 2 – Se os textos referidos no número anterior
consentimento do seu autor, qualquer que seja o incorporarem obras protegidas, estas poderão
modo de fabrico dos respectivos exemplares, ser introduzidas sem o consentimento do autor e
desde que efectivamente postos à disposição do sem que tal lhe confira qualquer direito no
público em termos que satisfaçam âmbito da actividade do serviço público de que
razoavelmente as necessidades deste, tendo em se trate.
consideração a natureza da obra.
2 – Não constitui publicação a utilização ou
divulgação de uma obra que não importe a sua CAPÍTULO II
reprodução nos termos do número anterior. Do direito de autor
3 – Obra divulgada é a que foi licitamente
trazida ao conhecimento do público por SECÇÃO I
quaisquer meios, como sejam a representação de Do conteúdo do direito de autor
obra dramática ou dramático-musical, a
exibição cinematográfica, e execução de obra Artigo 9.º
musical, a recitação de obra literária, a (Conteúdo do direito de autor)
transmissão ou a radiodifusão, a construção de 1 – O direito de autor abrange direitos de
obra de arquitectura ou de obra plástica nela carácter patrimonial e direitos de natureza
incorporada e a exposição de qualquer obra pessoal, denominados direitos morais.
artística. 2 – no exercício dos direitos de carácter
patrimonial o autor tem o direito exclusivo de
Artigo 7.º dispôr da sua obra e de fruí-la e utilizá-la, ou
(Exclusão de protecção) autorizar a sua fruição ou utilização por terceiro,
1 – Não constituem objecto de protecção: total ou parcialmente.
a) As notícias do dia e os relatos de 3 – Independentemente dos direitos
acontecimentos diversos com carácter de patrimoniais, e mesmo depois da transmissão ou
simples informações de qualquer modo extinção destes, o autor goza de direitos morais
divulgados; sobre a sua obra, designadamente o direito de
b) Os requerimentos, alegações, queixas e reivindicar a respectiva paternidade e assegurar
outros textos apresentados por escrito ou a sua genuinidade e integridade.
Artigo 10.º a) Quando a criação intelectual exceda
(suportes da obra) claramente o desempenho, ainda que zeloso, da
1 – O direito de autor sobre a obra como coisa função ou tarefa que lhe estava confiada;
incorpórea é independente do direito de b) Quando da obra vierem a fazer-se utilizações
propriedade sobre as coisas materiais que ou a retirar-se vantagens não incluídas nem
sirvam de suporte à sua fixação ou previstas na fixação da remuneração ajustada.
comunicação.
2 – O fabricante e o adquirente dos suportes Artigo 15.º
materiais referidos no número anterior não (Limites à utilização)
gozam de quaisquer poderes compreendidos no 1 - Nos casos dos artigos 13º. e 14º.,
direito de autor. quando o direito de autor pertença ao criador
intelectual, a obra apenas pode ser utilizada para
SECÇÃO II os fins previstos na respectiva convenção.
Da atribuição do direito de autor 2 – A faculdade de introduzir modificações na
obra depende do acordo expresso do seu criador
Artigo 11.º e só pode exercer-se nos termos
(titularidade) convencionados.
O direito de autor pertence ao criador intelectual 3 – O criador intelectual não pode fazer
da obra, salvo disposição expressa em contrário. utilização da obra que prejudique a obtenção
dos fins para que foi produzida.
Artigo 12.º
(Reconhecimento do direito de autor) Artigo 16.º
O direito de autor é reconhecido (Noção de obra feita em colaboração e de
independentemente de registo, depósito ou obra colectiva)
qualquer outra formalidade. 1 – A obra que for criação de uma pluralidade
de pessoas denomina-se:
Artigo13.º a ) Obra feita em colaboração, quando
(Obra subsidiada) divulgada ou publicada em nome dos
Aquele que subsidie ou financie por qualquer colaboradores ou de algum deles, quer possam
forma, total ou parcialmente, a preparação, discriminar-se quer não os contributos
conclusão, divulgação ou publicação de uma individuais;
obra não adquire por esse facto sobre esta, salvo b) Obra colectiva, quando organizada por
convenção escrita em contrário, qualquer dos iniciativa de entidade singular ou colectiva e
poderes incluídos no direito de autor. divulgada ou publicada em seu nome.
2 – A obra de arte aleatória em que a
Artigo14.º contribuição criativa do ou dos intérpretes se
( Determinação da titularidade em casos ache originariamente prevista considera-se obra
excepcionais) feita em colaboração.
1 - Sem prejuízo do disposto no artigo 174ª., a
titularidade do direito de autor relativo a obra Artigo 17.º
feita por encomenda ou por conta de outrem, ( Obra feita em colaboração)
quer em cumprimento de dever funcional quer 1 – O direito de autor de obra feita em
de contrato de trabalho, determina-se de colaboração, na sua unidade, pertence a todos os
harmonia com o que tiver sido convencionado. que nela tiverem colaborado, aplicando-se ao
2 - Na falta de convenção, presume-se que a exercício comum desse direito as regras de
titularidade do direito de autor relativo a obra compropriedade.
feita por conta de outrem pertence ao seu 2 – Salvo estipulação em contrário, que deve ser
criador intelectual. sempre reduzida a escrito, consideram-se de
3 - A circunstância de o nome do criador da valor igual às partes indivisas dos autores na
obra não vir mencionado nesta ou não figurar no obra feita em colaboração.
local destinado para o efeito segundo o uso 3 – Se a obra feita em colaboração for divulgada
universal constitui presunção de que o direito de ou publicada apenas em nome de algum ou
autor fica a pertencer à entidade por conta de alguns dos colaboradores, presume-se, na falta
quem a obra é feita. de designação explícita dos demais em qualquer
4 - Ainda quando a titularidade do conteúdo parte da obra, que os não designados cederam os
patrimonial do direito de autor pertence àquele seus direitos àquele ou àqueles em nome de
para quem a obra é realizada, o seu criador quem a divulgação ou publicação é feita.
intelectual pode exigir, para além da 4 – Não se consideram colaboradores e não
remuneração ajustada e independentemente do participam, portanto, dos direitos de autor sobre
próprio facto da divulgação ou publicação, uma a obra aqueles que tiverem simplesmente
remuneração especial: auxiliado o autor na produção e divulgação ou
publicação desta, seja qual for o modo por que o
tiverem feito.
(Obra cinematográfica)
Artigo 18.º 1 – Consideram-se co-autores da obra
(Direitos individuais dos autores de obra feita cinematográfica:
em colaboração) a) O realizador;
1 – Qualquer dos autores pode solicitar a b) O autor do argumento, dos diálogos, se for
divulgação, a publicação, a exploração ou a pessoa diferente, e o da banda musical.
modificação de obra feita em colaboração, 2 – Quando se trate de adaptação de obra não
sendo, em caso de divergência, a questão composta expressamente para o cinema,
resolvida segundo as regras da boa fé. consideram-se também co-autores os autores da
2 – Qualquer dos autores pode, sem prejuízo da adaptação e dos diálogos.
exploração em comum de obra feita em
colaboração, exercer individualmente os direitos Artigo 23.º
relativos à sua contribuição pessoal, quando esta (Utilização de outras obras na obra
possa discriminar-se. cinematográfica)
Aos direitos dos criadores que não sejam
Artigo 19.º considerados co-autores, nos termos do artigo
(Obra colectiva) 22.º, é aplicável o disposto no artigo 20.º.
1 – O direito de autor sobre obra colectiva é
atribuído à entidade singular ou colectiva que Artigo 24.º
tiver organizado e dirigido a sua criação e em (Obra fonográfica ou videográfica)
nome de quem tiver sido divulgada ou Consideram-se autores da obra fonográfica ou
publicada. videográfica os autores do texto ou da música
2 – Se, porém, no conjunto da obra colectiva for fixada e ainda, no segundo caso, o realizador.
possível discriminar a produção pessoal de
algum ou alguns colaboradores, aplicar-se-á, Artigo 25.º
relativamente aos direitos sobre essa produção (Obra de arquitectura, urbanismo e
pessoal, o preceituado quanto à obra feita em «design»)
colaboração. Autor de obra de arquitectura, de urbanismo ou
3 – Os jornais e outras publicações periódicas de design é o criador da sua concepção global e
presumem-se obras colectivas, pertencendo às respectivo projecto.
respectivas empresas o direito de autor sobre as
mesmas. Artigo 26.º
(Colaboradores técnicos)
Artigo 20.º Sem prejuízo dos direitos conexos de que
(Obra compósita) possam ser titulares, as pessoas singulares ou
1 – Considera-se obra compósita aquela em que colectivas intervenientes a título de
se incorpora, no todo ou em parte, uma obra colaboradores, agentes técnicos, desenhadores,
preexistente, com autorização, mas sem a construtores ou outro semelhante na produção e
colaboração, do autor desta. divulgação das obras a que se referem os artigos
2 – Ao autor de obra compósita pertencem 21.º E seguintes não podem invocar
exclusivamente os direitos relativos à mesma, relativamente a estas quaisquer poderes
sem prejuízo dos direitos do autor da obra incluídos no direito de autor.
preexistente.
CAPÍTULO III
Artigo 21.º Do autor e do nome literário ou artístico
(Obra radiodifundida)
1 – Entende-se por obra radiodifundida que foi Artigo 27.º
criada segundo as condições especiais da (Paternidade da obra)
utilização pela radiodifusão sonora ou visual e, 1 – Salvo disposição em contrário, autor é o
bem assim, as adaptações a esses meios de criador intelectual da obra.
comunicação de obras originariamente criadas 2 – Presume-se autor aquele cujo nome tiver
para outra forma de utilização. sido indicado como tal na obra, conforme o uso
2 – Consideram-se co-autores da obra consagrado, ou anunciado em qualquer forma
radiodifundida, como obra feita em colaboração, de utilização ou comunicação ao público.
os autores do texto, da música e da respectiva 3 – Salvo disposição em contrário, a referência
realização, bem como da adaptação se não se ao autor abrange o sucessor e o transmissário
tratar de obra inicialmente produzida para a dos respectivos direitos.
comunicação audiovisual.
3 – Aplica-se à autoria da obra radiodifundida, Artigo 28.º
com as necessárias adaptações, o disposto nos (Identificação do autor)
artigos seguintes quanto à obra cinematográfica. O autor pode identificar-se pelo nome próprio,
completo ou abreviado, as iniciais deste, um
Artigo 22.º pseudónimo ou qualquer sinal convencional.
3 – A duração do direito de autor atribuído
Artigo 29.º individualmente aos colaboradores de obra
(Protecção do nome) colectiva, em relação às respectivas
1 – Não é permitida a utilização de nome contribuições que possam discriminar-se, é a
literário, artístico ou científico susceptível de ser que se estabelece no artigo 31.º.
confundido com outro anteriormente usado em Redacção do Art. 2.º. Do Decreto –Lei nº. 334/97,de 27 de
Novembro
obra divulgada ou publicada, ainda que de
género diverso, nem com nome de personagem
célebre da história das letras, das artes ou das Artigo 33.º *
ciências. ( Obra anónima e equiparada)
2 – Se o autor for parente ou afim de outro 1 – A duração da protecção de obra anónima ou
anteriormente conhecido por nome idêntico, licitamente publicada ou divulgada sem
pode a distinção fazer-se juntando ao nome civil identificação do autor é de setenta anos após a
aditamento indicativo do parentesco ou publicação ou divulgação.
afinidade. 2 – Se a utilização de nome, que não o próprio,
3 – Ninguém pode usar em obra sua o nome de não deixar dúvidas quanto à identidade do autor
outro autor, ainda que com autorização deste. ou se este a revelar dentro do prazo referido no
4 – o lesado pelo uso de nome em contravenção nº. anterior, a duração da protecção será a
do disposto nos números anteriores pode dispensada à obra publicada ou divulgada sob
requerer as providências judiciais adequadas a nome próprio.
*Redacção do Artº.2.º. do Decreto- Lei nº. 334/97, de 27 de
evitar a confusão do público sobre o verdadeiro Novembro
autor, incluindo a cessação de tal uso.
Artigo 34.º *
Artigo 30.º (Obra cinematográfica ou audiovisual)
(Obra de autor anónimo) 1 – O direito de autor sobre obra
1 – Aquele que divulgar ou publicar uma obra cinematográfica ou qualquer outra obra
com o consentimento do autor, sob nome que audiovisual, caduca setenta anos após a morte
não revele a identidade deste ou anonimamente, do último sobrevivente de entre as pessoas
considera-se representante do autor, seguintes:
incumbindo-lhe o dever de defender perante a) O realizador;
terceiros os respectivos direitos, salvo b) O autor do argumento ou da adaptação;
manifestação de vontade em contrário por parte c) O autor dos diálogos;
do autor. d) O autor das composições musicais
2 – O autor pode a todo o tempo revelar a sua especialmente criadas para a obra.
identidade e a autoria da obra, cessando a partir *Redacção do Artº. 2.º.do Decreto-Lei nº .334/97, de 27 de
desse momento os poderes de representação Novembro
referidos no número precedente.
Artigo 35.º *
CAPÍTULO IV (Obra publicada ou divulgada em partes)
1 – Se as diferentes partes, volumes ou
Da duração episódios de uma obra não forem publicados ou
divulgados simultaneamente, os prazos de
Artigo 31.º * protecção legal contam-se separadamente para
(Regra geral) cada parte, volume ou episódio.
O direito de autor caduca, na falta de disposição 2 – Aplica-se o mesmo princípio aos números
especial, setenta anos após a morte do criador ou fascículos de obras colectivas de publicação
intelectual, mesmo que a obra só tenha sido periódica, tais como jornais ou publicações
publicada ou divulgada postumamente. similares.
* Redacção do Artº . 2.º. Do Decreto-Lei nº . 334/87, de 27 *Redacção do Artº. 2.º. Do Decreto –Lei nº. 334/97, de 27
de Novembro de Novembro

Artigo 32.º * Artigo 36.º *


(Obra de colaboração e obra colectiva) (Programa de computador)
1 – O direito de autor sobre obra feita em 1 – O direito atribuído ao criador intelectual
colaboração, como tal, caduca setenta anos após sobre a criação do programa extingue-se setenta
a morte do colaborador que faleceu em último anos após a sua morte.
lugar. 2 – Se o direito for atribuído originariamente a
2 – O direito de autor sobre obra colectiva ou pessoa diferente do criador intelectual, o direito
originariamente atribuída a pessoa colectiva extingue-se setenta após a data em que o
caduca setenta anos após a primeira publicação programa foi pela primeira vez licitamente
ou divulgação lícitas, salvo se as pessoas físicas publicado ou divulgado.
que a criaram foram identificadas nas versões da *Redacção do Artº.2.º. do decreto-lei. 334/97,de 27 de
obra tornadas acessíveis ao público. Novembro
Artigo 37.º * presumindo-se a sua onerosidade e carácter não
(Obra estrangeira) exclusivo.
As obras que tiverem como país de origem um 3 – Da autorização escrita devem constar
país estrangeiro não pertencendo á União obrigatório e especificadamente a forma
Europeia e cujo autor não seja nacional de um autorizada de divulgação, publicação e
país da União gozam da duração de protecção utilização, bem como as respectivas condições
prevista na lei do país de origem, se não exceder de tempo, lugar e preço.
a fixada nos artigos precedentes.
*Redacção do Artº. 2.º. Do decreto-lei. 334/97, de 27 de Artigo 42.º
Novembro
(Limites da transmissão e oneração)
Não podem ser objecto de transmissão nem
Artigo 38.º * oneração, voluntárias ou forçadas, os poderes
(Domínio público) concedidos para tutela dos direitos morais nem
1 – A obra cai no domínio público quando quaisquer outros excluídos por lei.
tiverem decorridos os prazos de protecção
estabelecidos neste diploma. Artigo 43.º
2 – Cai igualmente no domínio público a obra (Transmissão ou oneração parciais)
que não for licitamente publicada ou divulgada 1 – A transmissão ou oneração parciais têm por
no prazo de 70 anos a contar da sua criação, mero objecto os modos de utilização designados
quando esse prazo não seja calculado a partir da no acto que as determina.
morte do autor. 2 – os contractos que tenham por objecto a
*Redacção do Artº. 2.º. Do Decreto –Lei 334/97, de 27 de
Novembro
transmissão ou oneração parciais do direito de
autor devem constar de documento escrito com
reconhecimento notarial das assinaturas, sob
Artigo 39.º * pena de nulidade.
(Obras no domínio público) 3 – No título devem determinar-se as faculdades
1 – Quem fizer publicar ou divulgar licitamente, que são objecto de disposição e as condições de
após a caducidade do direito de autor, uma obra exercício, designadamente quanto ao tempo e
inédita beneficia durante 25 anos a contar da quanto ao lugar e, se o negócio for oneroso,
publicação ou divulgação de protecção quanto ao preço.
equivalente à resultante dos direitos 4 – Se a transmissão ou oneração forem
patrimoniais do autor. transitórias e não se tiver estabelecido duração,
2 – As publicações críticas e científicas de obras presume-se que a vigência máxima é de vinte e
caídas no domínio público beneficiam de cinco anos em geral e de dez anos nos casos de
protecção durante 25 anos a contar da primeira obra fotográfica ou de arte aplicada.
publicação lícita. 5 – O exclusivo outorgado caduca, porém, se,
*Redacção do Artº. 2.º. Do decreto-lei. 334/97,de 27 de
Novembro. decorrido o prazo de sete anos, a obra não tiver
(Ver artigos 3.º e 5.º do Decreto-Lei nº. 334/97, de 27 de sido utilizada.
Novembro sobre ”Prazo de caducidade” e “Âmbito de
aplicação no tempo”)
Artigo 44.º
(Transmissão total)
CAPÍTULO V A transmissão total e definitiva do conteúdo
Da transmissão e oneração do conteúdo patrimonial do direito de autor só pode ser
patrimonial do direito de autor efectuada por escritura pública, com
identificação da obra e indicação do preço
Artigo 40.º respectivo, sob pena de nulidade.
(Disponibilidade dos poderes patrimoniais)
O titular originário, bem como os seus Artigo 45.º
sucessores ou transmissários, podem: (Usufruto)
a) Autorizar a utilização da obra por terceiro; 1 – O direito de autor pode ser objecto de
b) Transmitir ou onerar, no todo ou em parte, o usufruto, tanto legal como voluntário.
conteúdo patrimonial do direito de autor sobre 2 – Salvo declaração em contrário, só com
essa obra. autorização do titular do direito de autor pode o
usufrutuário utilizar a obra objecto do usufruto
por qualquer forma que envolva transformação
Artigo 41.º ou modificação desta.
(Regime da autorização)
1 – A simples autorização concedida a terceiros Artigo 46.º
para divulgar, publicar, utilizar ou explorar a (Penhor)
obra por qualquer processo não implica 1 – O conteúdo patrimonial do direito de autor
transmissão do direito de autor sobre ela. pode ser dado em penhor.
2 – a autorização a que se refere o número 2 – Em caso de execução, recairá
anterior só pode ser concedida por escrito, especificamente sobre o direito de autor ou
direitos que o devedor tiver oferecido em desenhos, telas ou esculturas, tenham ou não
garantia relativamente à obra ou obras assinatura.
indicadas. 2 – Se, porém, o autor tiver revelado por actos
3 – O credor pignoratício não adquire quaisquer inequívocos o seu propósito de divulgar ou
direitos quanto aos suportes materiais da obra. publicar os trabalhos referidos, pode o credor
obter penhora ou arresto sobre o correspondente
Artigo 47.º direito de autor.
(Penhora e arresto)
Os direitos patrimoniais do autor sobre todas ou Artigo 51.º
algumas das suas obras podem ser objecto de (Direito de autor incluído em herança vaga)
penhora ou arresto, observando-se relativamente 1 – Se estiver incluído direito de autor em
à arrematação em execução o disposto no artigo herança que for declarada vaga para o Estado,
46º.quanto à venda do penhor. tal direito será excluído da liquidação, sendo-lhe
no entanto aplicável o regime estabelecido no
Artigo 48.º nº. 3 do artigo 1133º. Do Código de Processo
( Disposição antecipada do direito de autor) Civil.
1 – A transmissão ou oneração do direito de 2 – Decorridos dez anos sobre a data da
autor sobre obra futura só pode abranger as que vacatura da herança sem que o Estado tenha
o autor vier a produzir no prazo máximo de dez utilizado ou autorizado a utilização da obra,
anos. cairá esta no domínio público.
2 – Se o contrato visar obras produzidas em 3 – Se, por morte de algum dos autores de obra
prazo mais dilatado, considerar-se-á reduzido feita em colaboração, a sua herança dever ser
aos limites do número anterior, diminuindo devolvida ao Estado, o direito de autor sobre a
proporcionalmente a remuneração estipulada. obra na sua unidade ficará pertencendo apenas
3 – É nulo o contrato de transmissão ou aos restantes.
oneração de obras futuras sem prazo limitado.
Artigo 52.º
Artigo 49.º (Reedição de obra esgotada)
(Compensação suplementar) 1 – Se o titular de direito de reedição se recusar
1 – Se o criador intelectual ou os seus a exercê-lo ou a autorizar a reedição depois de
sucessores, tendo transmitido ou onerado o seu esgotadas as edições feitas, poderá qualquer
direito de exploração a título oneroso, sofrerem interessado, incluindo o Estado, requerer
grave lesão patrimonial por manifesta autorização judicial para proceder à reedição da
desproporção entre os seus proventos e os lucros obra.
auferidos pelo beneficiário daqueles actos, 2 – A autorização judicial será concedida se
podem reclamar deste uma compensação houver interesse público na reedição da obra e a
suplementar, que incidirá sobre os resultados da recusa se não fundar em razão moral ou material
exploração. atendível, excluídas as de ordem financeira.
2 – Na falta de acordo, a compensação 3 – O titular do direito de edição não ficará
suplementar a que se refere o número anterior privado deste, podendo fazer ou autorizar
será fixada tendo em conta os resultados futuras edições.
normais da exploração do conjunto das obras 4 – As disposições deste artigo são aplicáveis,
congéneres do autor. com as necessárias adaptações, a todas as
3 – Se o preço da transmissão ou oneração do formas de reprodução se o transmissário do
direito de autor tiver sido fixado sob forma de direito sobre qualquer obra já divulgada ou
participação nos proventos que da exploração publicada não assegurar a satisfação das
retirar o beneficiário, o direito à compensação necessidades razoáveis do público.
suplementar só subsiste no caso de a
percentagem estabelecida ser manifestamente Artigo 53.º
inferior àquelas que correntemente se praticam (Processo)
em transacções da mesma natureza. 1 – A autorização judicial será dada nos termos
4 – O direito de compensação caduca se não for do processo de suprimento do consentimento e
exercido no prazo de dois anos a contar do indicará o número de exemplares a editar.
conhecimento da grave lesão patrimonial 2 – Da decisão cabe recurso, com efeito
sofrida. suspensivo, para a Relação, que resolverá em
definitivo.
Artigo 50.º
(Penhora e arresto de obra inédita ou Artigo 54.º
incompleta) (Direito de sequência)
1 – Quando incompletos, são isentos de penhora 1 - O autor de uma obra de arte original que não
e arresto, salvo oferecimento ou consentimento seja de arquitectura nem de arte aplicada tem
do autor, manuscritos inéditos esboços, direito a uma participação sobre o preço obtido,
livre de impostos, pela venda dessa obra,
realizada mediante a intervenção de qualquer
agente que actue profissional e estavelmente no Artigo 55.º
mercado de arte, após a sua alienação inicial por (Usucapião)
aquele. O direito de autor não pode adquirir-se por
usucapião.
2 - Para o efeito do disposto no número anterior,
entende-se por ’obra de arte original’ qualquer CAPÍTULO VI
obra de arte gráfica ou plástica, tal como Dos direitos morais
quadros, colagens, pinturas, desenhos,
serigrafias, gravuras, estampas, litografias, Artigo 56.º
esculturas, tapeçarias, cerâmicas, vidros e (Definição)
fotografias, na medida em que seja executada 1 – Independentemente dos direitos de carácter
pelo autor ou se trate de cópias consideradas patrimonial e ainda que os tenha alienado ou
como obras de arte originais, devendo estas ser onerado, o autor goza durante toda a vida do
numeradas, assinadas ou por qualquer modo por direito de reivindicar a paternidade da obra e de
ele autorizadas. assegurar a genuidade e integridade desta,
3 - O direito referido no n.º 1 é inalienável e opondo-se à sua destruição, a toda e qualquer
irrenunciável. mutilação, deformação ou outra modificação da
4 - A participação sobre o preço prevista no n.º mesma e, de um modo geral, a todo e qualquer
1 é fixada do seguinte modo: acto que a desvirtue e possa afectar a honra e
a) 4% sobre o preço de venda cujo montante reputação do autor.
esteja compreendido entre (euro) 3000 e (euro) 2 – Este direito é inalienável, irrenunciável e
50 000; imprescritível, perpetuando-se, após a morte do
b) 3% sobre o preço de venda cujo montante autor, nos termos do artigo seguinte.
esteja compreendido entre (euro) 50 000,01 e
(euro) 200 000; Artigo 57.º
c) 1% sobre o preço de venda cujo montante (Exercício)
esteja compreendido entre (euro) 200 000,01 e 1 – Por morte do autor, enquanto a obra não cair
(euro) 350 000; no domínio público, o exercício destes direitos
d) 0,5% sobre o preço de venda cujo montante compete aos seus sucessores.
esteja compreendido entre (euro) 350 000,01 e 2 – A defesa da genuinidade e integridade das
(euro) 500 000; obras caídas no domínio público compete ao
e) 0,25% sobre o preço de venda cujo montante Estado e é exercida através do Ministério da
seja superior a (euro) 500 000,01. Cultura.
5 - O montante total da participação em cada 3 – Falecido o autor, pode o Ministério da
transacção não pode exceder (euro) 12 500. Cultura avocar a si, e assegurá-la pelos meios
6 - Exceptua-se do disposto nos números adequados, a defesa das obras ainda não caídas
anteriores toda e qualquer transacção de obra de no domínio público que se encontrem
arte original que se destine a integrar o ameaçadas na sua autenticidade ou dignidade
património de um museu sem fins lucrativos e cultural, quando os titulares do direito de autor,
aberto ao público. notificados para o exercer, se tiverem abstido
7 - O pagamento da participação devida ao autor sem motivo atendível.
é da responsabilidade do vendedor da obra de
arte original e, subsidiariamente, da entidade Artigo 58.º
actuante no mercado de arte através da qual se (Reprodução da obra «ne varietur»)
operou a transacção. Quando o autor tiver revisto toda a sua obra, ou
8 - O autor ou o seu mandatário, em ordem a parte dela, e efectuado ou autorizado a
garantir o cumprimento do seu direito de respectiva divulgação ou publicação ne varietur,
participação, pode reclamar a qualquer não poderá a mesma ser reproduzida pelos seus
interveniente na transacção da obra de arte sucessores ou por terceiros em qualquer das
original as informações estritamente úteis ao versões anteriores.
referido efeito, usando, se necessário, os meios
administrativos e judiciais adequados. Artigo 59.º
9 - O direito a reclamar as informações referidas (Modificações da obra)
no número anterior prescreve no prazo de três 1 – Não são admitidas modificações da obra
anos a contar do conhecimento de cada sem o consentimento do autor, mesmo naqueles
transacção. casos em que, sem esse consentimento, a
10 - O direito referido no n.º 1 pode ser exercido utilização da obra seja lícita.
após a morte do autor pelos herdeiros deste até à 2 – Tratando-se de colectâneas destinadas ao
caducidade do direito de autor. ensino, são permitidas as modificações que a
11 - A atribuição deste direito a nacionais de finalidade reclama, sob condição de não se lhes
países não comunitários está sujeita ao princípio opor o autor nos termos do número seguinte.
da reciprocidade.
(Redacção dada pela Lei 24/2006 de 30 de Junho)
3 – Solicitado por carta registada com aviso de portuguesa, sob reserva de reciprocidade, salvo
recepção o consentimento do autor, dispõe este, convenção internacional em contrário a que o
para manifestar a sua posição, do prazo de um Estado Português esteja vinculado.
mês a contar da data do registo.
Artigo 65.º
Artigo 60.º (País de origem de obra publicada)
(Modificações do projecto arquitectónico) 1 – A obra publicada tem como país de origem
1 – O autor de projecto de arquitectura ou de o país da primeira publicação.
obra plástica executada por outrem e 2 – Se a obra tiver sido publicada
incorporada em obra de arquitectura tem o simultaneamente em vários países que
direito de fiscalizara sua construção ou concedam duração diversa ao direito de autor,
execução em todas as fases e pormenores, de considera-se como país de origem, na faltas de
maneira a assegurar a exacta conformidade da tratado ou acordo internacional aplicável, aquele
obra com o projecto de que é autor. que conceder menor duração de protecção.
2 – Quando edificada segundo projecto, não 3 – Considera-se publicada simultaneamente em
pode o dono da obra, durante a construção nem vários países a obra publicada em dois ou mais
após a conclusão, introduzir nela alterações sem países dentro de trinta dias a contar da primeira
consulta prévia ao autor do projecto, sob pena publicação, incluindo esta.
de indemnização por perdas e danos.
3 – Não havendo acordo, pode o autor repudiar Artigo 66.º
a paternidade da obra modificada, ficando (País de origem de obra não publicada)
vedado ao proprietário invocar para o futuro, em 1 – Relativamente às obras não publicadas,
proveito próprio, o nome do autor do projecto considera-se país de origem aquele a que
inicial. pertence o autor.
2 – Todavia, quanto às obras de arquitectura e
Artigo 61.º de artes gráficas ou plásticas incorporadas num
(Direitos morais em caso de penhora) imóvel, considera-se país de origem aquele em
1 – Se, o arrematante do direito de autor sobre que essas obras forem edificadas ou
obra penhorada e publicada promover a incorporadas numa construção.
publicação desta, o direito de revisão das provas
e correcção da obra e, em geral, os direitos TÍTULO II
morais não são afectados. Da utilização da obra
2 – se na hipótese prevista no número anterior, o
autor retiver as provas sem justificação por Capítulo I
prazo superior a sessenta dias, a impressão Disposições gerais
poderá prosseguir sem a sua revisão.
SECÇÃO I
Artigo 62.º Das modalidades de utilização
(direito de retirada)
O autor de obra divulgada ou publicada poderá Artigo 67.º
retirá-la a todo o tempo da circulação e fazer (Fruição e utilização)
cessar a respectiva utilização, sejam quais forem 1 – O autor tem o direito exclusivo de fruir e
as modalidades desta, contanto que tenha razões utilizar a obra, no todo ou em parte, no que se
morais atendíveis, mas deverá indemnizar os compreendem, nomeadamente, as faculdades de
interessados pelos prejuízos que a retirada lhes a divulgar, publicar e explorar economicamente
causar. por qualquer forma, directa ou indirectamente,
nos limites da lei.
CAPÍTULO VII 2 – A garantia das vantagens patrimoniais
Do regime internacional resultantes dessa exploração constitui, do ponto
de vista económico, o objecto fundamental da
Artigo 63.º protecção legal.
(Competência da ordem jurídica portuguesa)
A ordem jurídica portuguesa é em exclusivo a Artigo 68.º *
competente para determinar a protecção a (Formas de utilização)
atribuir a uma obra, sem prejuízo das 1 – A exploração e, em geral, a utilização da
convenções internacionais ratificadas ou obra podem fazer-se, segundo a sua espécie e
aprovadas. natureza, por qualquer dos modos actualmente
conhecidos ou que de futuro o venham a ser.
Artigo 64.º 2 – Assiste ao autor, entre outros, o direito
(Protecção de obras estrangeiras) exclusivo de fazer ou autorizar, por si ou pelos
As obras de autores estrangeiros ou que tiverem seus representantes:
como país de origem um país estrangeiro a) A publicação pela imprensa ou por qualquer
beneficiam de protecção conferida pela lei outro meio de reprodução gráfica;
b) A representação, recitação, execução, 2 – Os sucessores que divulgarem ou
exibição ou exposição em público; publicarem uma obra póstuma terão em relação
c) A reprodução, adaptação, representação, a ela os mesmos direitos que lhe caberiam se o
execução, distribuição e exibição autor a tivesse divulgado ou publicado em vida.
cinematográfica; 3 – Se os sucessores não utilizarem a obra
d) A fixação ou adaptação a qualquer aparelho dentro de vinte e cinco anos a contar da morte
destinado à reprodução mecânica, eléctrica, do autor, salvo em caso de impossibilidade ou
electrónica ou química e a execução pública, de demora na divulgação ou publicação por
transmissão ou retransmissão por esses meios; ponderosos motivos de ordem moral, que
e) A difusão pela fotografia, telefotografia, poderão ser apreciados judicialmente, não
televisão, radiofonia ou por qualquer outro podem aqueles opor-se à divulgação ou
processo de reprodução de sinais, sons ou publicação da obra, sem prejuízo dos direitos
imagens e a comunicação pública por previstos no número anterior.
altifalantes ou instrumentos análogos, por fios
ou sem fios, nomeadamente por ondas Artigo 71.º
hertzianas, fibras ópticas, cabo ou satélite, (Faculdade legal de tradução)
quando essa comunicação for feita por outro A faculdade legal de utilização de uma obra sem
organismo que não o de origem; prévio consentimento do autor implica a
f) Qualquer forma de distribuição do original ou faculdade de a traduzir ou transformar por
de cópias da obra, tal como venda, aluguer ou qualquer modo, na medida necessária para essa
comodato;* utilização.
g) A tradução, adaptação, arranjo,
instrumentação ou qualquer outra transformação SECÇÃO II
da obra; Da gestão do direito de autor
h) Qualquer utilização em obra diferente;
i) A reprodução directa ou indirecta, temporária Artigo 72.º
ou permanente, por quaisquer meios e sob (Poderes de gestão)
qualquer forma, no todo ou em parte; Os poderes relativos à gestão do direito de autor
j) A colocação à disposição do público, por fio podem ser exercidos pelo seu titular ou por
ou sem fio, da obra por forma a torná-la intermédio de representante deste devidamente
acessível a qualquer pessoa a partir do local e no habilitado.
momento por ela escolhido;
l) A construção de obra de arquitectura segundo Artigo 73.º
o projecto, quer haja ou não repetições. (Representantes do autor)
3 – Pertence em exclusivo ao titular do direito 1 – As associações e organismos nacionais ou
de autor a faculdade de escolher livremente os estrangeiros constituídos para gestão do direito
processos e as condições de utilização e de autor desempenham essa função como
exploração da obra. representantes dos respectivos titulares,
4 – As diversas formas de utilização da obra são resultando a representação da simples qualidade
independentes umas das outras e a adopção de de sócio ou aderente ou da inscrição como
qualquer delas pelo autor ou pessoa habilitada beneficiário dos respectivos serviços.
não prejudica a adopção das restantes pelo autor 2 – As associações ou organismos referidos no
ou terceiros. n.º 1 têm capacidade judiciária para intervir civil
5 — Os actos de disposição lícitos, mediante a e criminalmente em defesa dos interesses e
primeira venda ou por outro meio de direitos legítimos dos seus representados em
transferência de propriedade, esgotam o direito matéria de direito de autor, sem prejuízo da
de distribuição do original ou de cópias, intervenção de mandatário expressamente
enquanto exemplares tangíveis, de uma obra na constituído pelos interessados.
União Europeia.
Ver artigo 3.º Do Decreto-Lei nº. 332/97 de 27 de Artigo 74.º
Novembro e Lei n.º 50/2004 de 24 de Agosto
(Registo de representação)
1 – O exercício de representação a que se refere
Artigo 69.º o artigo anterior, expressamente conferido ou
(Autor incapaz) resultante das qualidades nele mencionadas,
O criador intelectual incapaz pode exercer os depende de registo na Direcção-Geral dos
direitos morais desde que tenha para tanto Espectáculos e do Direito de Autor.
entendimento natural. 2 – A inscrição no registo faz-se mediante
requerimento do representante, acompanhado de
Artigo 70.º documento comprovativo da representação,
(Obras póstumas) podendo ser exigida tradução, se estiver
1 – Cabe aos sucessores do autor decidir sobre a redigido em língua estrangeira.
utilização das obras deste ainda não divulgadas 3 – As taxas devidas pelos registos a que este
nem publicadas. artigo se refere e respectivos certificados são as
que constam da tabela anexa a este código e que dessas instituições e não tenham por objectivo a
dele faz parte integrante. obtenção de uma vantagem económica ou
comercial, directa ou indirecta, incluindo os
CAPÍTULO II actos de reprodução necessários à preservação e
Da utilização livre arquivo de quaisquer obras;
f) A reprodução, distribuição e disponibilização
Artigo 75.º * pública para fins de ensino e educação, de partes
Âmbito de uma obra publicada, contando que se
1 — São excluídos do direito de reprodução os destinem exclusivamente aos objectivos do
actos de reprodução temporária que sejam ensino nesses estabelecimentos aos objectivos
transitórios ou acessórios, que constituam parte do ensino nesses estabelecimentos e não tenham
integrante e essencial de um processo por objectivo a obtenção de uma vantagem
tecnológico e cujo único objectivo seja permitir económica ou comercial, directa ou indirecta;
uma transmissão numa rede entre terceiros por g) A inserção de citações ou resumos de obras
parte de um intermediário, ou uma utilização alheias, quaisquer que sejam o seu género e
legítima de uma obra protegida e que não natureza, em apoio das próprias doutrinas ou
tenham, em si, significado económico. Na com fins de crítica, discussão ou ensino, e na
medida em que cumpram as condições expostas, medida justificada pelo objectivo a atingir;
incluem-se os actos que possibilitam a h) A inclusão de peças curtas ou fragmentos de
navegação em redes e a armazenagem obras alheias em obras próprias destinadas ao
temporária, bem como os que permitem o ensino;
funcionamento eficaz dos sistemas de i) A reprodução, a comunicação pública e a
transmissão, desde que o intermediário não colocação à disposição do público a favor de
altere o conteúdo da transmissão e não interfira pessoas com deficiência de obra que esteja
com a legítima utilização da tecnologia directamente relacionada e na medida
conforme os bons usos reconhecidos pelo estritamente exigida por essas específicas
mercado, para obter dados sobre a utilização da deficiências, e desde que não tenham, directa ou
informação, e em geral os processos meramente indirectamente, fins lucrativos;
tecnológicos de transmissão. j) A execução e comunicação públicas de hinos
2 — São lícitas, sem o consentimento do autor, ou de cantos patrióticos oficialmente adoptados
as seguintes utilizações da obra: e de obras de carácter exclusivamente religioso
a) A reprodução, para fins exclusivamente durante os actos de culto ou as práticas
privados, em papel ou suporte similar, realizada religiosas;
através de qualquer tipo de técnica fotográfica l) A utilização de obra para efeitos de
ou processo com resultados semelhantes, com publicidade relacionada com a exibição pública
excepção das partituras, bem como a reprodução ou venda de obras artísticas, na medida em que
em qualquer meio realizada por pessoa singular tal seja necessário para promover o
para uso privado e sem fins comerciais directos acontecimento, com exclusão de qualquer outra
ou indirectos; utilização comercial;
b) A reprodução e a colocação à disposição do m) A reprodução, comunicação ao público ou
público, pelos meios de comunicação social, colocação à disposição do público, de artigos de
para fins de informação, de discursos, alocuções actualidade, de discussão económica, política ou
e conferências pronunciadas em público que não religiosa, de obras radiodifundidas ou de outros
entrem nas categorias previstas no artigo 7.º, por materiais da mesma natureza, se não tiver sido
extracto ou em forma de resumo; expressamente reservada;
c) A selecção regular de artigos de imprensa n) A utilização de obra para efeitos de
periódica, sob forma de revista de imprensa; segurança pública ou para assegurar o bom
d) A fixação, reprodução e comunicação desenrolar ou o relato de processos
pública, por quaisquer meios, de fragmentos de administrativos, parlamentares ou judiciais;
obras literárias ou artísticas, quando a sua o) A comunicação ou colocação à disposição de
inclusão em relatos de acontecimentos de público, para efeitos de investigação ou estudos
actualidade for justificada pelo fim de pessoais, a membros individuais do público por
informação prosseguido; terminais destinados para o efeito nas
e) A reprodução, no todo ou em parte, de uma instalações de bibliotecas, museus, arquivos
obra que tenha sido previamente tornada públicos e escolas, de obras protegidas não
acessível ao público, desde que tal reprodução sujeitas a condições de compra ou
seja realizada por uma biblioteca pública, um licenciamento, e que integrem as suas colecções
arquivo público, um museu público, um centro ou acervos de bens;
de documentação não comercial ou uma p) A reprodução efectuada por instituições
instituição científica ou de ensino, e que essa sociais sem fins lucrativos, tais como hospitais e
reprodução e o respectivo número de prisões, quando a mesma seja transmitida por
exemplares se não destinem ao público, se radiodifusão;
limitem às necessidades das actividades próprias
q) A utilização de obras, como, por exemplo, comentar ou anotar, sendo, porém lícito publicar
obras de arquitectura ou escultura, feitas para em separata comentários ou anotações próprias
serem mantidas permanentemente em locais com simples referências a capítulos, parágrafos
públicos; ou páginas de obra alheia.
r) A inclusão episódica de uma obra ou outro 2 – O autor que reproduzir em livro ou opúsculo
material protegido noutro material; os seus artigos, cartas ou outros textos de
s) A utilização de obra relacionada com a polémica publicados em jornais ou revistas
demonstração ou reparação de equipamentos; poderá reproduzir também os textos adversos,
t) A utilização de uma obra artística sob a forma assistindo ao adversário ou adversários igual
de um edifício, de um desenho ou planta de um direito, mesmo após a publicação feita por
edifício para efeitos da sua reconstrução. aquele.
3 — É também lícita a distribuição dos
exemplares licitamente reproduzidos, na medida Artigo 78.º
justificada pelo objectivo do acto de reprodução. (Publicação de obra não protegida)
4 — Os modos de exercício das utilizações 1 – Aqueles que publicarem manuscritos
previstas nos números anteriores, não devem existentes em bibliotecas ou arquivos, públicos
atingir a exploração normal da obra, nem causar ou particulares, não podem opor-se a que os
prejuízo injustificado dos interesses legítimos mesmos sejam novamente publicados por
do autor. outrem, salvo se essa publicação for reprodução
5 — É nula toda e qualquer cláusula contratual de lição anterior.
que vise eliminar ou impedir o exercício normal 2 – Podem igualmente opor-se a que seja
pelos beneficiários das utilizações enunciadas reproduzida a sua lição divulgada de obra não
nos nºs 1, 2 e 3 deste artigo, sem prejuízo da protegida aqueles que tiverem procedido a uma
possibilidade de as partes acordarem livremente fixação ou a um estabelecimento ou
nas respectivas formas de exercício, restabelecimento do texto susceptíveis de alterar
designadamente no respeitante aos montantes substancialmente a respectiva tradição corrente.
das remunerações equitativas.
(Redacção dada pela Lei 50/2004 de 24 de Agosto)

Artigo 79.º
Artigo 76.º * (Prelecções)
(Requisitos) 1 – As prelecções dos professores só podem ser
1 – A utilização livre a que se refere o artigo publicadas por terceiros com autorização dos
anterior deve ser acompanhada: autores, mesmo que se apresentem como relato
a) Da indicação, sempre que possível, do nome da responsabilidade pessoal de quem as publica.
do autor e do editor, do título da obra e demais 2 – Não havendo especificação, considera-se
circunstâncias que os identifiquem; que a publicação só se pode destinar ao uso dos
b) Nos casos das alíneas a) e e) do n.º 2 do alunos.
artigo anterior, de uma remuneração equitativa a
atribuir ao autor e, no âmbito analógico, ao Artigo 80.º
editor pela entidade que tiver procedido à (Processo Braille)
reprodução; Será sempre permitida a reprodução ou qualquer
c) No caso da alínea h) do n.º 2 do artigo espécie de utilização, pelo processo Braille ou
anterior, de uma remuneração equitativa a outro destinado a invisuais, de obras licitamente
atribuir ao autor e ao editor; publicadas, contanto que essa reprodução ou
d) No caso da alínea p) do n.º 2 do artigo utilização não obedeça a intuito lucrativo.
anterior, de uma remuneração equitativa a
atribuir aos titulares de direitos. Artigo 81.º
2 — As obras reproduzidas ou citadas, nos (Outras utilizações)
casos das alíneas b), d), e), f), g) e h) do n.º 2 do É consentida a reprodução:
artigo anterior, não se devem confundir com a a) Em exemplar único, para fins de interesse
obra de quem as utilize, nem a reprodução ou exclusivamente científico ou humanitário, de
citação podem ser tão extensas que prejudiquem obras ainda não disponíveis no comércio ou de
o interesse por aquelas obras. obtenção impossível, pelo tempo necessário à
3 — Só o autor tem o direito de reunir em sua utilização;
volume as obras a que se refere a alínea b) do b) Para uso exclusivamente privado, desde que
n.º 2 do artigo anterior. não atinga a exploração normal da obra e não
(Redacção dada pela Lei 50/2004 de 24 de Agosto)
cause prejuízo injustificado dos interesses
legítimos do autor, não podendo ser utilizada
Artigo 77.º para quaisquer fins de comunicação pública ou
( Comentários, anotações e polémicas) comercialização.
1 – Não é permitida a reprodução de obra alheia
sem autorização do autor sob pretexto de a
Artigo 82.º * 2 – O contrato correspondente às situações
(Compensação devida pela reprodução ou caracterizadas no número anterior rege-se pelo
gravação de obras) que estipula o seu teor, subsidiariamente pelas
1 – No preço de venda ao público de todos e disposições legais relativas às associações em
quaisquer aparelhos mecânicos, químicos, participação, no caso da alínea a), e ao contrato
eléctricos, electrónicos ou outros que permitam de prestação de serviços nos casos das alíneas b)
a fixação e reprodução de obras e, bem assim, e c), e supletivamente pelos usos correntes.
de todos e quaisquer suportes materiais das
fixações e reproduções que por qualquer desses Artigo 85.º
meios possam obter-se, incluir-se-á uma quantia (Objecto)
destinada a beneficiar os autores, os artistas, O contrato de edição pode ter por objecto uma
intérpretes ou executantes, os editores e os ou mais obras, existentes ou futuras, inéditas ou
produtores fonográficos e videográficos. publicadas.
2 — A fixação do regime de cobrança e
afectação do montante da quantia referida no Artigo 86.º
número anterior é definida por decreto-lei. (Conteúdo)
3 – O disposto no número 1 deste artigo não se 1 – O contrato de edição deve mencionar o
aplica quando os aparelhos e suportes ali número de edições que abrange, o número de
mencionados sejam adquiridos por organismos exemplares que cada edição compreende e o
de comunicação audiovisual ou produtores de preço de venda ao público de cada exemplar.
fonogramas e videogramas exclusivamente para 2 – Se o número de edições não tiver sido
as suas próprias produções ou por organismos contratualmente fixado, o editor só está
que os utilizem para fins exclusivos de auxílio a autorizado a fazer uma.
diminuídos físicos visuais ou auditivos. 3 – Se o contrato de edição for omisso quanto
* O disposto neste Artº. encontra-se regulamentado pela Lei ao número de exemplares a tirar, o editor fica
62/98, de 1 de Setembro e nova redacção dada pela Lei obrigado a produzir, pelo menos, dois mil
50/2004 de 24 de Agosto)
exemplares da obra.
4 – O editor que produzir exemplares em
número inferior ao convencionado pode ser
coagido a completar a edição e, se não o fizer,
CAPÍTULO III
poderá o titular do direito de autor contratar
Das utilizações em especial
com outrem, a expensas do editor, a produção
do número de exemplares em falta, sem prejuízo
SECÇÃO I
do direito a exigir deste indemnização por
Da edição
perdas e danos.
5 – Se o editor produzir exemplares em número
Artigo 83.º
superior ao convencionado, poderá o titular do
(Contrato de edição)
direito de autor requerer a apreensão judicial
Considera-se de edição o contrato pelo qual o
dos exemplares a mais e apropriar-se deles,
autor concede a outrem, nas condições nele
perdendo o editor o custo desses exemplares.
estipuladas ou previstas na lei, autorização para
6 – Nos casos de o editor já ter vendido, total ou
produzir por conta própria um número
parcialmente, os exemplares a mais ou de o
determinado de exemplares de uma obra ou
titular do direito de autor não ter requerido a
conjunto de obras, assumindo a outra parte a
apreensão, o editor indemnizará este último por
obrigação de os distribuir e vender.
perdas e danos.
7 – O autor tem o direito de fiscalizar, por si ou
Artigo 84.º
seu representante, o número de exemplares da
(Outros contratos)
edição, podendo, para esse efeito e nos termos
1 – Não se considera contrato de edição o
da lei, exigir exame à escrituração comercial do
acordo pelo qual o autor encarrega outrem de:
editor ou da empresa que produziu os
a) Produzir por conta própria um determinado
exemplares, se esta não pertencer ao editor, ou
número de exemplares de uma obra e assegurar
recorrer a outro meio que não interfira com o
o seu depósito, distribuição e venda,
fabrico da obra, como seja a aplicação da sua
convencionando as partes dividir entre si os
assinatura ou chancela em cada exemplar.
lucros ou os prejuízos da respectiva exploração;
b) Produzir um determinado número de
exemplares da obra e assegurar o seu depósito,
Artigo 87.º
distribuição e venda por conta e risco do titular
(Forma)
do direito, contra o pagamento de certa quantia
1 – O contrato de edição só tem validade
fixa ou proporcional;
quando celebrado por escrito.
c) Assegurar o depósito, distribuição e venda de
2 – A nulidade resultante da falta de redução do
exemplares da obra por ele mesmo produzidos,
contrato a escrito presume-se imputável ao
mediante pagamento de comissão ou qualquer
editor e só pode ser invocada pelo autor.
outra forma de retribuição.
original e concluí-la no prazo de 12 meses a
contar da mesma data, salvo caso de força maior
Artigo 88.º devidamente comprovado, em que o editor deve
(Efeitos) concluir a reprodução no semestre seguinte à
1 – O contrato de edição não implica a expiração deste último prazo.
transmissão, permanente ou temporária, para o 3 – Não se consideram casos de força maior a
editor do direito de publicar a obra, mas apenas falta de meios financeiros para custear a edição
a concessão de autorização para reproduzir e nem o agravamento dos respectivos custos.
comercializar nos precisos termos do contrato. 4 – Se a obra versar assunto de grande
2 – A autorização para a edição não confere ao actualidade ou de natureza tal que perca o
editor o direito de traduzir a obra, de a interesse ou a oportunidade em caso de demora
transformar ou adaptar a outros géneros ou na publicação, o editor será obrigado a dar
formas de utilização, direito esse que fica início imediato à reprodução e a tê-la concluída
sempre reservado ao autor. em prazo susceptível de evitar os prejuízos da
3 – O contrato de edição, salvo o disposto no nº. perda referida.
1 do artigo 103º. Ou estipulação em contrário,
inibe o autor de fazer ou autorizar nova edição Artigo 91.º
da mesma obra na mesma língua, no País ou no (Retribuição)
estrangeiro, enquanto não estiver esgotada a 1 – O contrato de edição presume-se oneroso.
edição anterior ou não tiver decorrido o prazo 2 – A retribuição do autor é a estipulada no
estipulado, excepto se sobrevierem contrato de edição e pode consistir numa
circunstâncias tais que prejudiquem o interesse quantia fixa, a pagar pela totalidade da edição,
da edição e tornem necessária a remodelação ou numa percentagem sobre o preço de capa de
actualização da obra. cada exemplar, na atribuição de certo número de
exemplares, ou em prestação estabelecida em
qualquer outra base, segundo a natureza da obra,
Artigo 89.º podendo sempre recorrer-se à combinação das
(Obrigações do autor) modalidades.
1 – O autor obriga-se a proporcionar ao editor 3 – Na falta de estipulação quanto à retribuição
os meios necessários para cumprimento do do autor, tem este direito a 25% sobre o preço
contrato, devendo, nomeadamente, entregar, nos de capa de cada exemplar vendido.
prazos convencionados, o original da obra 4 – Se a retribuição consistir numa percentagem
objecto da edição em condições de poder fazer- sobre o preço de capa, incidirão no seu cálculo
se a reprodução. os aumentos ou reduções do respectivo preço.
2 – O original referido no número anterior 5 – Exceptuando o caso do artigo 99º., o editor
pertence ao autor, que tem o direito de exigir a só pode determinar reduções do preço com o
sua restituição logo esteja concluída a edição. acordo do autor, a menos que lhe pague a
3 – Se o autor demorar injustificadamente a retribuição correspondente ao preço anterior.
entrega do original, de modo a comprometer a
expectativa do editor, pode este resolver o Artigo 92.º
contrato, sem embargo do pedido de (Exigibilidade do pagamento)
indemnização por perdas e danos. O preço da edição considera-se exigível logo
4 – O autor é obrigado a assegurar ao editor o após a conclusão da edição, nos prazos e
exercício dos direitos emergentes do contrato de condições que define o artigo 90º., salvo se a
edição contra os embargos e turbações forma de retribuição adoptada fizer depender o
provenientes de direitos de terceiros em relação pagamento de circunstâncias ulteriores,
à obra a que respeita o contrato, mas não contra nomeadamente da colocação total ou parcial dos
embaraços e turbações provocados por mero exemplares produzidos.
facto de terceiros.
Artigo 93.º
Artigo 90.º (Actualização ortográfica)
(Obrigações do editor) Salvo por opção ortográfica de carácter estético
1 – O editor é obrigado a consagrar à execução do autor, não se considera modificação a
da edição os cuidados necessários à reprodução actualização ortográfica do texto em harmonia
da obra nas condições convencionadas e a com as regras oficiais vigentes.
fomentar, com zelo e diligência, a sua promoção
e a colocação no mercado dos exemplares Artigo 94.º
produzidos, devendo, em caso de (Provas)
incumprimento, indemnização ao autor por 1 – O editor é obrigado a facultar ao autor um
perdas e danos. jogo de provas de granel, um jogo de provas de
2 – não havendo convenção em contrário, o página e o projecto gráfico da capa, devendo o
editor deve iniciar a reprodução da obra no autor corrigir a composição daquelas páginas e
prazo de seis meses a contar da entrega do ser ouvido quanto a este projecto e obrigando-
se, em condições normais, a restituir as provas (Identificação do autor)
no prazo de vinte dias e o projecto de capa no O editor deve mencionar em cada exemplar o
prazo de cinco dias. nome ou pseudónimo do autor ou qualquer outra
2 – Se o editor ou o autor demorarem a remessa designação que o identifique.
das provas ou a sua restituição, poderá qualquer
deles notificar o outro, por carta registada com Artigo 98.º
aviso de recepção, para que o editor forneça ou (Impressão)
o autor restitua as provas dentro de novo e 1 – A impressão não pode ser feita sem que o
improrrogável prazo. autor a autorize.
3 – A notificação referida no número anterior é 2 – A restituição das provas de página e do
condição do pedido de indemnização de perdas projecto gráfico da capa, quando não
e danos por demora na publicação. acompanhada de declaração em contrário,
4 – O autor tem o direito de introduzir significa autorização para impressão.
correcções de tipografia, cujos custos serão
suportados pelo editor, tanto nos graneis, como Artigo 99.º
nas provas de página. (Venda de exemplares em saldo ou a peso)
5 – Quanto a correcções, modificações ou 1 – Se a edição da obra se não mostrar esgotada
aditamentos de texto que não se justifiquem por dentro do prazo convencionado ou, na falta de
circunstâncias novas, o seu custo é suportado, convenção, em cinco anos a contar da data da
salvo convenção em contrário, inteiramente pelo sua publicação, o editor tem a faculdade de
editor, se não exceder 5% do preço da vender em saldo ou a peso os exemplares
composição, e, acima desta percentagem, pelo existentes ou de os destruir.
autor. 2 – O editor deve prevenir o autor para este
exercer o direito de preferência na aquisição do
remanescente da edição por preço fixado na
base do que produziria a venda em saldo ou a
peso.
Artigo 95.º
(Modificações) Artigo 100.º
Sem embargo do estabelecido nas disposições (Transmissão dos direitos do editor)
anteriores, o editor de dicionários, enciclopédias 1 – O editor não pode, sem consentimento do
ou obras didácticas, depois da morte do autor, autor, transferir para terceiros, a título gratuito
pode actualizá-las ou completá-las mediante ou oneroso, direitos seus emergentes do contrato
notas, adendas, notas de pé de página ou de edição, salvo se a transferência resultar de
pequenas alterações de texto. trespasse do seu estabelecimento.
2 – As actualizações e alterações previstas no 2 – No caso de o trespasse causar ou vir a causar
número anterior devem ser devidamente prejuízos morais ao outro contratante, este tem
assinaladas sempre que os textos respectivos direito de resolver o contrato no prazo de seis
sejam assinados ou contenham matéria meses a contar do conhecimento do mesmo
doutrinal. trespasse, assistindo ao editor direito à
indemnização por perdas e danos.
Artigo 96.º 3 – Considera-se transmissão dos direitos
(Prestação de contas) emergentes de contrato de edição, nos termos
1 – Se a retribuição devida ao autor depender deste artigo, ficando, portanto, dependente do
dos resultados da venda ou se o seu pagamento consentimento do autor, a inclusão desses
for subordinado à evolução desta, o editor é direitos da participação do editor no capital de
obrigado a apresentar contas ao autor no prazo qualquer sociedade comercial.
convencionado ou, na falta deste, 4 – Não se considera como transmissão dos
semestralmente, com referência a 30 de Junho e direitos emergentes do contrato de edição a
31 de Dezembro de cada ano. adjudicação destes a algum dos sócios da
2 – Para o efeito do disposto no número sociedade editora por efeito de liquidação
anterior, o editor remeterá ao autor, por carta judicial ou extrajudicial desta.
registada, nos 30 dias imediatos ao termo do
prazo, o mapa da situação das vendas e Artigo 101.º
devoluções ocorridas nesse período, (Morte ou incapacidade do autor)
acompanhado do pagamento do respectivo 1 – Se o autor morrer ou ficar impossibilitado de
saldo. terminar a obra depois de entregar parte
3 – O editor facultará sempre ao autor ou ao apreciável desta, os sucessores do autor poderão
representante deste os elementos da sua escrita, resolver o contrato, indemnizando o editor por
indispensáveis à boa verificação das contas, a perdas e danos, mas, se o não fizerem no prazo
que se refere o número anterior. de três meses, poderá o editor resolver o
contrato ou dá-lo por cumprido quanto à parte
Artigo 97.º
entregue, contanto que pague ao sucessor ou 3 – O prazo fixado em contrato pode ser
representante a retribuição correspondente. judicialmente prorrogado, com motivos
2 – Se o autor tiver manifestado vontade de que suficientes, a requerimento do autor.
a obra não seja publicada se não completa, o 4 – Se a obra objecto do contrato dever ser
contrato será resolvido e não poderá a obra escrita à medida que for sendo publicada, em
incompleta ser editada em caso algum, mas volumes ou fascículos, deverão fixar-se no
deverá o editor ser reembolsado dos pagamentos contrato o número e a extensão, ao menos
que tiver eventualmente efectuado a título de aproximados, dos volumes ou fascículos,
direito de autor. adoptando-se, quanto à extensão, uma tolerância
3 – Uma obra incompleta só pode ser de 10%, salvo convenção que disponha
completada por outrem que não o autor com o diversamente.
consentimento escrito deste. 5 – Se o autor exceder, sem prévio acordo do
4 – Sem embargo do consentimento previsto no editor, as referidas proporções, não terá direito a
número anterior, a publicação da obra qualquer remuneração suplementar e o editor
completada só pode fazer-se com clara poderá recusar-se a publicar os volumes,
identificação da parte primitiva e do acrescento fascículos ou páginas em excesso, assistindo
e indicação da autoria deste. todavia ao autor o direito de resolver o contrato,
indemnizando o editor das despesas feitas e dos
Artigo 102.º lucros esperados da edição, atendendo-se aos
(Falência do editor) resultados já obtidos para o cálculo da
1 – Se para a realização do activo no processo indemnização se tiver começado a venda de
de falência do editor, houver que proceder à parte da obra.
venda por baixo preço, na totalidade ou por
grandes lotes, dos exemplares da obra editada Artigo 105.º
existentes nos depósitos do editor, deverá o (Reedições e edições sucessivas)
administrador da massa falida prevenir o autor, 1 – Se o editor tiver sido autorizado a fazer
com a antecipação de vinte dias, pelo menos, a várias edições, as condições estipuladas para a
fim de o habilitar a tomar as providências que edição originária deverão, em caso de dúvida,
julgue convenientes para a defesa dos seus aplicar-se às edições subsequentes.
interesses materiais e morais. 2 – Antes de empreender nova edição, o editor
2 – Ao autor é ainda reconhecido o direito de deve facultar ao autor a possibilidade de intervir
preferência para a aquisição pelo maior preço no texto, para pequenas correcções ou
alcançado dos exemplares postos em apuramentos que não impliquem modificação
arrematação. substancial da obra.
3 – Mesmo que o preço tenha sido globalmente
Artigo 103.º fixado, o autor tem ainda direito a remuneração
(Obras completas) suplementar se acordar com o editor
1 – O autor que contratou com um ou mais modificação substancial da obra, tal como
editores a edição separada de cada uma das suas refundição ou ampliação.
obras mantém a faculdade de contratar a edição 4 – O editor que se tiver obrigado a efectuar
completa ou conjunta das mesmas. edições sucessivas de certa obra deve, sob pena
2 – O contrato para a edição completa não de responder por perdas e danos, executá-las
autoriza o editor a editar em separado qualquer sem interrupção, de forma que nunca venham a
das obras compreendidas nessa edição nem faltar exemplares no mercado.
prejudica o direito de autor a contratar a edição 5 – Exceptua-se, em relação ao princípio
em separado de qualquer destas, salvo estabelecido no número anterior, o caso de força
convenção em contrário. maior, não se considerando, porém, como tal a
3 – O autor que exercer qualquer dos direitos falta de meios financeiros para custear a nova
referidos nos números anteriores deve fazê-lo edição nem o agravamento dos respectivos
sem afectar com o novo contrato as vantagens custos.
asseguradas ao editor em contrato anterior.
Artigo 106.º
Artigo 104.º (Resolução do contrato)
(Obras futuras) 1 – O contrato de edição pode ser resolvido:
1 – Ao contrato de edição que tenha em vista a) Se for declarada a interdição do editor;
obras futuras aplica-se o disposto no artigo 48º.. b) Por morte do editor em nome individual, se o
2 – Se a edição de obra futura tiver sido seu estabelecimento não continuar com algum
convencionada sem que no contrato se haja ou alguns dos seus sucessores;
fixado prazo para a sua entrega ao editor, terá c) Se o autor não entregar o original dentro do
este o direito de requerer a fixação judicial de prazo convencionado ou se o editor não concluir
prazo para essa entrega. a edição no prazo estabelecido no nº. 2 do artigo
90º., salvo caso de força maior devidamente
comprovado;
d) Em todos os demais casos especialmente cada espectáculo ou ser determinada por
previstos e, de um modo geral, sempre que se qualquer outra forma estabelecida no contrato.
verificar o incumprimento de qualquer das 2 – Se a retribuição for determinada em função
cláusulas ou das disposições legais directa ou da receita do espectáculo, deve ser paga no dia
supletivamente aplicáveis. seguinte ao do espectáculo respectivo, salvo se
2 – A resolução do contrato entende-se sempre de outro modo tiver sido convencionado.
sem prejuízo da responsabilidade por perdas e 3 – Sendo a retribuição determinada em função
danos da parte a quem for imputável. da receita de cada espectáculo, assiste ao autor o
direito de fiscalizar por si ou por seu
SECÇÃO II representante as receitas respectivas.
Da representação cénica 4 – Se o empresário viciar as notas de receita ou
fizer uso de quaisquer outros meios fraudulentos
Artigo 107.º para ocultar os resultados exactos da sua
(Noção) exploração incorrerá nas penas aplicáveis aos
Representação é a exibição perante espectadores correspondentes crimes e o autor terá o direito a
de uma obra dramática, dramático-musical, resolver o contrato.
coreográfica, pantomímica ou outra de natureza
análoga, por meio de ficção dramática, canto, Artigo 111.º
dança, música ou outros processos adequados, (Retribuição )
separadamente ou combinados entre si. Sempre que uma representação de obra não
caída no domínio público dependa de licença ou
autorização administrativa, será necessário, para
a obter, a exibição perante autoridade
Artigo 108.º competente de documento comprovativo de que
(Autorização) o autor consentiu na representação.
1 – A utilização da obra por representação
depende de autorização do autor, quer a Artigo 112.º
representação se realize em lugar público, quer (Representação não autorizada)
em lugar privado, com ou sem entradas pagas, A representação sem autorização ou que não se
com ou sem fim lucrativo. conforme com o seu conteúdo confere ao autor
2 – Se a obra tiver sido divulgada por qualquer o direito de a fazer cessar imediatamente, sem
forma, e desde que se realize sem fim lucrativo prejuízo de responsabilidade civil ou criminal
e em privado, num meio familiar, a do empresário ou promotor do espectáculo.
representação poderá fazer-se
independentemente de autorização do autor, Artigo 113.º
princípio que se aplica, aliás, a toda a (Direitos de autor)
comunicação. 1 – Do contrato de representação sem
3 – A concessão do direito de representar autorização derivam para o autor, salvo
presume-se onerosa, excepto quando feita a estipulação em contrário, os seguintes direitos:
favor de amadores. a) De introduzir na obra, independentemente do
consentimento da outra parte, as alterações que
Artigo 109.º julgar necessárias, contanto que não
( Forma, conteúdo e efeitos) prejudiquem a sua estrutura geral, não
1 – Pelo contrato de representação o autor diminuam o seu interesse dramático ou
autoriza um empresário a promover a espectacular nem prejudiquem a programação
representação da obra, obrigando-se este a fazê- dos ensaios e da representação;
la representar nas condições acordadas. b) De ser ouvido sobre a distribuição dos
2 – O contrato de representação deve ser papéis;
celebrado por escrito e, salvo convenção em c) De assistir aos ensaios e fazer as necessárias
contrário, não atribui ao empresário o exclusivo indicações quanto à interpretação e encenação;
da comunicação directa da obra por esse meio. d) De ser ouvido sobre a escolha dos
3 – O contrato deve definir com precisão as colaboradores da realização artística da obra;
condições e os limites em que a representação e) De se opor à exibição enquanto não
da obra é autorizada, designadamente quanto ao considerar suficientemente ensaiado o
prazo, ao lugar, à retribuição do autor e às espectáculo, não podendo, porém, abusar desta
modalidades do respectivo pagamento. faculdade e protelar injustificadamente a
exibição, caso em que responde por perdas e
Artigo 110.º danos;
(Retribuição) f) De fiscalizar o espectáculo, por si ou por
1 – A retribuição do autor pela outorga do representante, para o que tanto um como o outro
direito de representar poderá consistir numa têm livre acesso ao local durante a
quantia global fixa, numa percentagem sobre as representação.
receitas dos espectáculos, em certa quantia por
2 – Se tiver sido convencionado no contracto O empresário não pode transmitir os direitos
que a representação da obra seja confiada a emergentes do contrato de representação sem o
determinados actores ou executantes, a consentimento do autor.
substituição destes só poderá fazer-se por
acordo dos outorgantes. Artigo 119.º
(Representação de obra não divulgada)
Artigo 114.º O autor que tiver contratado a representação de
(Supressão de passos da obra) obra ainda não divulgada poderá publicá-la,
Se, por decisão judicial, for imposta a supressão impressa ou reproduzida por qualquer outro
de algum passo da obra que comprometa ou processo, salvo se outra coisa tiver sido
desvirtue o sentido da mesma, poderá o autor convencionada com o empresário.
retirá-la e resolver o contrato, sem por esse facto
incorrer em qualquer responsabilidade. Artigo 120.º
(Resolução do contrato)
Artigo 115.º 1 – O contrato de representação pode ser
(Obrigações do empresário) resolvido:
1 – O empresário assume pelo contrato a a) Nos casos em que legal ou contratualmente
obrigação de fazer representar a obra em for estabelecido;
espectáculo público dentro do prazo b) Nos casos correspondentes aos da alíneas a) e
convencionado e, na falta de convenção, dentro d) do artigo 106º.;
do prazo de um ano a contar da celebração do c) No caso de evidente e continuada falta de
contrato, salvo tratando-se de obra dramático- assistência do público.
musical, caso em que o prazo se eleva a dois 2 – A resolução do contrato entende-se sempre
anos. sem prejuízo de responsabilidade por perdas e
2 – O empresário é obrigado a realizar os danos da parte a quem for imputável.
ensaios indispensáveis para assegurar a
representação nas condições técnicas adequadas SECÇÃO III
e, de um modo geral, a empregar todos os Da recitação e da execução
esforços usuais em tais circunstâncias para o
bom êxito da representação. Artigo 121.º
3 – O empresário é obrigado a fazer representar (Equiparação à representação)
o texto que lhe tiver sido fornecido, não 1 – A recitação de uma obra literária e a
podendo fazer nele quaisquer modificações, execução por instrumentos ou por instrumentos
como sejam eliminações, substituições ou e cantores de obra musical ou literário-musical
aditamentos, sem o consentimento do autor. são equiparadas à representação definida no
4 – O empresário é obrigado a mencionar, por artigo 107º..
forma bem visível, nos programas, cartazes e 2 – Ao contrato celebrado para a recitação ou
quaisquer outros meios de publicidade o nome, para a execução de tais obras aplica-se, no que
pseudónimo ou qualquer outro sinal de não for especialmente regulado, o disposto na
identificação adoptado pelo autor. secção precedente, contanto que seja compatível
com a natureza da obra e da exibição.
Artigo 116.º
(Sigilo de obra inédita) Artigo 122.º
Tratando-se de obra que ainda não tenha sido (Obrigações do promotor)
representada nem reproduzida, o empresário não 1 – A entidade que promover ou organizar a
pode dá-la a conhecer antes da primeira execução ou a recitação de obra literária,
representação, salvo para efeitos publicitários, musical ou literário-musical em audição pública
segundo os usos correntes. deve afixar previamente no local o respectivo
programa, do qual devem constar, na medida do
Artigo 117.º possível, da designação da obra e a identificação
(Transmissão, reprodução e filmagem da da autoria.
representação) 2 – Uma cópia desse programa deve ser
Para que a representação da obra, no todo ou em fornecida ao autor ou ao seu representante.
parte, 3 – Na falta de afixação do programa ou da sua
Possa ser transmitida pela radiodifusão sonora comunicação nos termos dos números
ou visual, reproduzida em fonogramas ou anteriores, compete à entidade que promove ou
videogramas, filmada ou exibida, é necessário, organiza a execução ou a recitação, quando
para além das autorizações do empresário do demandada, fazer a prova de que obteve
espectáculo e dos artistas, o consentimento autorização dos autores das obras executadas ou
escrito do autor. recitadas.

Artigo 118.º Artigo 123.º


(Transmissão dos direitos do empresário)
(Fraude na organização ou realização do Artigo 127.º
programa) (Efeitos da autorização)
1 – Se a entidade que promover a execução ou a 1 – Da autorização deriva para o produtor
recitação organizar fraudulentamente o cinematográfico o direito de produzir o
programa, designadamente incluindo nele obra negativo, os positivos, as cópias e os registos
que não se propõe fazer executar ou recitar, e magnéticos necessários para a exibição da obra.
promovendo, em lugar desta, a execução ou 2 – A autorização para a produção
recitação de outra não anunciada, ou se, no cinematográfica implica, salvo estipulação
decurso de audição, por motivo que não especial, autorização para a distribuição e
constitua caso fortuito ou de força maior, deixar exibição do filme em salas públicas de cinema,
de ser executada ou recitada obra constante do bem como para a sua exploração económica por
programa, poderão os autores prejudicados nos este meio, sem prejuízo do pagamento da
seus interesses morais ou materiais reclamar da remuneração estipulada.
referida entidade indemnização por perdas e 3 – Dependem de autorização dos autores das
danos, independentemente da responsabilidade obras cinematográficas a radio difusão sonora
criminal que ao caso couber. ou visual da película, a sua comunicação ao
2 – Não implica responsabilidade ou ónus para público, por fios ou sem fios, nomeadamente
os organizadores da audição o facto de os por ondas hertzianas, fibras ópticas, cabo ou
artistas, por solicitação insistente do público, satélite, e a sua reprodução, exploração ou
executarem ou recitarem quaisquer obras além exibição sob a forma de videograma.
das constantes do programa. 4 – A autorização a que se refere este artigo
também não abrange a transmissão radiofónica
SECÇÃO IV da banda sonora ou de fonograma em que se
Das obras cinematográficas reproduzam trechos de obra cinematográfica.
5 – Não carece de autorização do autor a difusão
Artigo 124.º de obras produzidas por organismo de
(Produção de obra cinematográfica) radiodifusão sonora ou audiovisual, ao qual
A produção cinematográfica depende da assiste o direito de as transmitir e comunicar ao
autorização dos autores das obras preexistentes, público, no todo ou em parte, através dos seus
ainda que estes não sejam considerados autores próprios canais transmissores.
da obra cinematográfica nos termos do artigo
22.º. Artigo 128.º
(Exclusivo)
Artigo 125.º 1 – A autorização dada pelos autores para a
(Autorização dos autores da obra produção cinematográfica de uma obra, quer
cinematográfica) composta especialmente para esta forma de
1 – Das autorizações concedidas pelos autores expressão quer adaptada, implica a concessão de
das obras cinematográficas nos termos do artigo exclusivo, salvo convenção em contrário.
22º. Devem constar especificamente as 2 – No silêncio das partes, o exclusivo
condições da produção, distribuição e exibição concedido para a produção cinematográfica
da película. caduca decorridos vinte e cinco anos sobre a
2 – Se o autor tiver autorizado, expressa ou celebração do contrato respectivo, sem prejuízo
implicitamente, a exibição, o exercício dos do direito daquele a quem tiver sido atribuída a
direitos de exploração económica da obra exploração económica do filme a continuar a
cinematográfica compete ao produtor. projectá-lo, reproduzi-lo e distribui-lo.

Artigo 126.º Artigo 129.º


(Do produtor) (Transformações)
1 – O produtor é o empresário do filme e como 1 – As traduções, dobragens ou quaisquer
tal organiza a feitura da obra cinematográfica, transformações da obra cinematográfica
assegura os meios necessários e assume as dependem de autorização escrita dos autores.
responsabilidades técnicas e financeiras 2 – A autorização para a exibição ou
inerentes. distribuição de um filme estrangeiro em
2 – O produtor deve como tal ser identificado no Portugal confere implicitamente autorização
filme. para a tradução ou dobragem.
3 – Durante o período de exploração, o 3 – É admissível cláusula em contrário, salvo se
produtor, se o titular ou titulares do direito de a lei só permitir a exibição da obra traduzida ou
autor não assegurarem de outro modo a defesa dobrada.
dos seus direitos sobre a obra cinematográfica,
considera-se como representante daqueles para Artigo 130.º
esse efeito, devendo dar-lhes conta do modo (Conclusão da obra)
como se desempenhou do mandato.
Considere-se pronta a obra cinematográfica 1 – O produtor só é obrigado a fazer cópias ou
após o realizador e o produtor estabelecerem, provas da obra cinematográfica à medida que
por acordo, a sua versão definitiva. estas lhe forem requisitadas e a conservar a
respectiva matriz, que em nenhum caso poderá
Artigo 131.º destruir.
(Retribuição) 2 – Não assiste ao produtor da obra
A retribuição dos autores de obra cinematográfica o direito de vender a preço de
cinematográfica pode consistir em quantia saldo as cópias que tiver produzido, ainda que
global fixa, em percentagem sobre receitas alegando a falta de procura destas.
provenientes da exibição e em quantia certa por
cada exibição ou revestir outra forma acordada Artigo 138.º
com o produtor. (Falência do produtor)
Em caso de falência do produtor, se houver de
Artigo 132.º proceder-se à venda por baixo preço, na
(Co-produção) totalidade ou por lotes, de cópias da obra
Não havendo convenção em contrário, é lícito cinematográfica, deverá o administrador da
ao produtor que contratar com os autores massa falida prevenir do facto o autor ou co-
associar-se com outro produtor para assegurar a autores desta com a antecedência mínima de
realização e exploração da obra vinte dias, a fim de os habilitar a tomar as
cinematográfica. providências que julgarem convenientes para a
defesa dos seus interesses materiais e morais e,
Artigo 133.º bem assim, para exercerem o direito de
(Transmissão dos direitos do produtor) preferência na aquisição das cópias em
È igualmente permitido ao produtor transferir a arrematação.
todo o tempo para terceiros, no todo ou em
parte, direitos emergentes do contrato, ficando, Artigo 139.º
todavia, responsável para com os autores pelo (Regime aplicável)
cumprimento pontual do mesmo. 1 – Ao contrato de produção cinematográfica
são aplicáveis, com as necessárias adaptações, o
Artigo 134.º regime previsto nos artigos 122.º e 123.º Para a
(Identificação da obra e do autor) recitação e a execução.
1 – O autor ou co-autores de obra
cinematográfica têm o direito de exigir que os Artigo 140.º
seus nomes sejam indicados na projecção do (Obras produzidas por processo análogo à
filme, mencionando-se igualmente a cinematografia)
contribuição de cada um deles para a obra As disposições da presente secção são
referida. aplicáveis às obras produzidas por qualquer
2 – Se a obra cinematográfica constituir processo análogo à cinematografia.
adaptação de obra preexistente, deverá
mencionar-se o título desta e o nome, SECÇÃO V
pseudónimo ou qualquer outro sinal de Da fixação fonográfica e videográfica
identificação do autor.
Artigo 141.º *
Artigo 135.º (Contrato de fixação fonográfica e
(Utilização e reprodução separadas) videográfica)
Os autores da parte literária e da parte musical 1 – Depende de autorização do autor a fixação
da obra cinematográfica podem reproduzi-las e da obra, entendendo-se por fixação a
utilizá-las separadamente por qualquer modo, incorporação de sons ou de imagens, separada
contanto que não prejudiquem a exploração da ou cumulativamente, num suporte material
obra no seu conjunto. suficientemente estável e duradouro que permita
a sua percepção, reprodução ou comunicação de
Artigo 136.º qualquer modo, em período não efémero.
(Prazo de cumprimento do contrato) 2 – A autorização deve ser dada por escrito e
Se o produtor não concluir a produção da obra habilita a entidade que a detém a fixar a obra e a
cinematográfica no prazo de três anos a contar reproduzir e vender os exemplares produzidos.
da data da entrega da parte literária e da parte 3 – A autorização para executar em público,
musical ou não fizer projectar a película radiodifundir ou transmitir de qualquer modo a
concluída no prazo de três anos a contar da obra fixada deve igualmente ser dada por escrito
conclusão, o autor ou co-autores terão o direito e pode ser conferida a entidade diversa da que
de resolver o contrato. fez a fixação.
4 – A compra de um fonograma ou videograma
Artigo 137.º não atribui ao comprador o direito de os utilizar
(Provas, matrizes e cópias) para quaisquer fins de execução ou transmissão
públicas, reprodução, revenda ou aluguer com transferir para terceiros os direitos emergentes
fins comerciais. do contrato de autorização sem consentimento
*Ver Decreto-Lei nº. 332/97, de 27 de Novembro – sobre dos autores.
Direito de Aluguer e Direito de Comodato

Artigo 146.º
(Transformações)
Artigo 142.º A adaptação, arranjo ou outra transformação de
(Identificação da obra e do autor) qualquer obra para efeitos de fixação,
Dos fonogramas e dos videogramas devem transmissão, execução ou exibição por meios
constar, impressos directamente ou apostos em mecânicos, fonográficos ou videográficos
etiquetas, sempre que a sua natureza o permita, depende igualmente de autorização escrita do
o título da obra ou o modo de a identificar, autor, que deve precisar a qual ou quais
assim como o nome ou qualquer outro sinal de daqueles fins se destina a transformação.
identificação do autor.

Artigo 147.º
(Remissão)
Artigo 143.º 1 – Ao contrato de autorização para fixação
( Fiscalização) fonográfica ou videográficas são aplicáveis,
1 – O autor tem o direito de fiscalizar os com as necessárias adaptações, as disposições
estabelecimentos de prensagem e duplicação de relativas ao contrato de edição.
fonogramas e videogramas e armazenamento 2 – Aplica-se ao espectáculo consistente na
dos suportes materiais, sendo aplicável o comunicação pública de obra fonográfica ou
disposto no nº. 7 do artigo 86.º, com as devidas videográfica, com as devidas adaptações, o
adaptações. regime previsto nos artigos 122.º e 123.º Para a
2 – Aqueles que importam, fabricam e vendem recitação e a execução.
suportes materiais para as obras fonográficas e
videográficas devem comunicar à Direcção- Artigo 148.º
Geral dos Espectáculos e do Direito de Autor as (Âmbito)
quantidades importadas, fabricadas e vendidas, As disposições desta secção aplicam-se à
podendo os autores fiscalizar também os reprodução de obra intelectual obtida por
armazéns e fábricas dos suportes materiais. qualquer processo análogo à fonografia ou
3 – Aqueles que fabricam ou duplicam videografia, já existente ou que venha a ser
fonogramas e videogramas são obrigados a inventado.
comunicar periódica e especificadamente á
Direcção-Geral dos Espectáculos e do Direito SECÇÃO VI
de Autor as quantidades de fonogramas e Da radiodifusão e outros processos
videogramas que prensarem ou duplicarem e a destinados à reprodução dos sinais, dos sons
exibir documento do qual conste a autorização e das imagens
do respectivo autor.
4 – A Direcção-Geral dos Espectáculos e do Artigo 149.º
Direito de Autor definirá a periodicidade e as (Autorização)
modalidades que deve revestir a comunicação a 1 – Depende de autorização do autor a
que se referem os nºs. 2 e 3. radiodifusão sonora ou visual da obra, tanto
directa como por retransmissão, por qualquer
Artigo 144.º modo obtida.
(Obras que já foram objecto de fixação) 2 – Depende igualmente de autorização a
1 – A obra musical e o respectivo texto que comunicação da obra em qualquer lugar
foram objecto de fixação fonográfica comercial público, por qualquer meio que sirva para
sem oposição do autor podem voltar a ser difundir sinais, sons ou imagens.
fixados. 3 – Entende-se por lugar público todo aquele a
2 – O autor tem sempre direito a retribuição que seja oferecido o acesso, implícita ou
equitativa, cabendo ao Ministério da Cultura, na explicitamente, mediante remuneração ou sem
falta de acordo das partes, determinar o justo ela, ainda que com reserva declarada do direito
montante. de admissão.
3 – O autor pode fazer cessar a exploração
sempre que a qualidade técnica da fixação Artigo 150.º
comprometer a correctas comunicação da obra. (Radiodifusão de obra fixada)
Se a obra foi objecto de fixação para fins de
Artigo 145.º comercialização com autorização do autor,
(Transmissão dos direitos do produtor) abrangendo expressamente a respectiva
Aquele com quem tiver sido contratada a comunicação ou radiodifusão sonora ou visual,
fixação não pode, salvo no caso de trespasse do é desnecessário o consentimento especial deste
estabelecimento, nomeadamente por cissão,
para cada comunicação ou radiodifusão, sem As estações emissoras devem anunciar o nome
prejuízo dos direitos morais e do direito a ou pseudónimo do autor juntamente com o título
remuneração equitativa. da obra radiodifundida, ressalvando-se os casos,
consagrados pelo uso corrente, em que as
Artigo 151.º circunstâncias e necessidades da transmissão
(Pressupostos técnicos) levam a omitir as indicações referidas.
O proprietário de casa de espectáculos ou de
edifício em que deva realizar-se a radiodifusão Artigo 155.º
ou comunicação prevista no artigo 149.º, o (Comunicação pública da obra
empresário e todo aquele que concorra para a radiodifundida)
realização do espectáculo a transmitir são É devida igualmente remuneração ao autor pela
obrigados a permitir a instalação dos comunicação pública da obra radiodifundida,
instrumentos necessários para a transmissão, por altifalante ou por qualquer outro
bem como as experiências ou ensaios técnicos instrumento análogo transmissor de sinais, de
necessários para a boa execução desta. sons ou de imagens.

Artigo 152.º Artigo 156.º *


(Limites) (Regime aplicável)
1 – Salvo estipulação em contrário, a 1 – À radiodifusão, bem como à difusão obtida
autorização prevista no artigo 149.º não implica por qualquer processo que sirva para a
autorização para fixar as obras radiodifundidas. comunicação de sinais, sons ou imagens, são
2 – No entanto, é lícito aos organismos de aplicáveis, com as necessárias adaptações, as
radiodifusão fixar as obras a radiodifundir, mas disposições relativas ao contrato de edição,
unicamente para uso das suas estações representação e execução.
emissoras, nos casos de radiodifusão diferida. 2 – Aplica-se ao espectáculo consistente na
3 – As fixações atrás referidas devem, porém, comunicação pública de obra radiodifundida,
ser destruídas no prazo máximo de três meses, com as devidas adaptações, o regime previsto
dentro do qual não podem ser transmitidas mais nos artigos 122.º e 123.º para a recitação e a
de três vezes, sem prejuízo de remuneração ao execução.
autor. Ver Decreto-Lei nº. 333/97, de 27 de Novembro – sobre
outras disposições aplicáveis à radiodifusão por satélite e
4 – As restrições dos dois números anteriores retransmissão por cabo
entendem-se sem prejuízo dos casos em que tais
fixações ofereçam interesse excepcional a título SECÇÃO VII
de documentação, o qual determinará a Da criação de artes plásticas, gráficas e
possibilidade da sua conservação em arquivos aplicadas
oficiais ou, enquanto estes não existirem, nos da
Radiotelevisão Portuguesa – RTP,E.P., e Artigo 157.º
Radiodifusão Portuguesa – RDP, E.P., sem (Da exposição)
prejuízo do direito de autor. 1 – Só o autor pode expor ou autorizar outrem a
expor publicamente as suas obras de arte.
Artigo 153.º 2 – A alienação de obra de arte envolve, salvo
(Âmbito) convenção expressa em contrário, a atribuição
1 – A autorização para radiodifundir uma obra é do direito de a expor.
geral para todas as emissões, directas ou em
diferido, efectuadas pelas estações da entidade Artigo 158.º
que a obteve, sem prejuízo de remuneração ao (Responsabilidade pelas obras expostas)
autor por cada transmissão. A entidade promotora de exposição de obras de
2 – Não se considera nova transmissão a arte responde pela integridade das obras
radiodifusão feita em momentos diferentes, por expostas, sendo o brigada a fazer o seguro das
estações nacionais ligadas à mesma cadeia mesmas contra incêndio, transporte, roubo e
emissora ou pertencentes à mesma entidade, em quaisquer outros riscos de destruição ou
virtude de condicionalismos horários ou deterioração, bem como a conservá-las no
técnicos. respectivo recinto até ao termo do prazo fixado
3 – A transmissão efectuada por entidade para a sua devolução.
diversa da que obteve a autorização referida no
nº.1, quando se faça por cabo ou satélite, e não
esteja expressamente prevista naquela Artigo 159.º
autorização, depende de consentimento do autor (Forma e conteúdo do contrato de
e confere-lhe o direito a remuneração. reprodução)
1 – A reprodução das criações de artes plásticas,
Artigo 154.º gráficas e aplicadas, design, projectos de
(Identificação do autor) arquitectura e planos de urbanização só pode ser
feita pelo autor ou por outrem com a sua
autorização. Artigo 164.º
2 – A autorização referida no artigo anterior (Condições de protecção)
deve ser dada por escrito, presume-se onerosa e 1 – Para que a fotografia seja protegida é
pode ser condicionada. necessário que pela escolha do seu objecto ou
3 – São aplicáveis ao contrato as disposições do pelas condições da sua execução possa
artigo 86.º, devendo, porém, fixar-se nele o considerar-se como criação artística pessoal do
número mínimo de exemplares a vender seu autor.
anualmente, abaixo do qual a entidade que 2 – Não se aplica o disposto nesta secção às
explora a reprodução poderá usar das faculdades fotografias de escritos, de documentos, de
nesse artigo reconhecidas. papéis de negócios, de desenhos técnicos e de
coisas semelhantes.
3 – Consideram-se fotografias os fotogramas
Artigo 160.º das películas cinematográficas.
(Identificação da obra)
1 – O contrato deverá conter indicações que
permitam identificar a obra, tais como a sua Artigo 165.º
descrição sumária, debuxo, desenho ou (Direitos do autor de obra fotográfica)
fotografia, com a assinatura do autor. 1 – O autor da obra fotográfica tem o direito
2 – As reproduções não podem ser postas à exclusivo de a reproduzir, difundir e pôr à venda
venda sem que o autor tenha aprovado o com as restrições referentes à exposição,
exemplar submetido a seu exame. reprodução e venda de retratos e sem prejuízo
3 – Em todos os exemplares reproduzidos deve dos direitos de autor sobre a obra reproduzida,
figurar o nome, pseudónimo ou outro sinal que no que respeita às fotografias de obras de artes
identifique o autor. plásticas.
2 – Se a fotografia for efectuada em execução
Artigo 161.º de um contrato de trabalho ou por encomenda,
(Estudos e projectos de arquitectura e presume-se que o direito previsto neste artigo
urbanismo) pertence à entidade patronal ou à pessoa que fez
1 – Em cada exemplar dos estudos e projectos a encomenda.
de arquitectura e urbanismo, junto ao estaleiro 3 – Aquele que utilizar para fins comerciais a
da construção da obra de arquitectura e nesta, reprodução fotográfica deve pagar ao autor uma
depois de construída, é obrigatória a indicação remuneração equitativa.
do respectivo autor, por forma bem legível.
2 – A repetição da construção de obra de Artigo 166.º
arquitectura, segundo o mesmo projecto, só (Alienação do negativo)
pode fazer-se com o acordo do autor. A alienação do negativo de uma obra
fotográfica importa, salvo convenção em
Artigo 162.º contrário, a transmissão dos direitos referidos
(Restituição dos modelos ou elementos nos artigos precedentes.
utilizados)
1 – Extinto o contrato, devem ser restituídos ao Artigo 167.º
autor os modelos originais e qualquer outro (Indicações obrigatórias)
elemento de que se tenha servido aquele que fez 1 – Os exemplares de obra fotográfica devem
as reproduções. conter as seguintes indicações:
2 – Os instrumentos exclusivamente criados Nome do fotógrafo.
para a reprodução da obra devem, salvo Em fotografia de obras de artes plásticas, o
convenção em contrário, ser destruídos ou nome do autor da obra fotografada.
inutilizados, se o autor não preferir adquiri-los. 2 – Só pode ser reprimida como abusiva a
reprodução irregular das fotografias em que
Artigo 163.º figurem as indicações referidas, não podendo o
(Extensão da protecção) autor, na falta destas indicações, exigir as
As disposições constantes desta secção aplicam- retribuições previstas no presente Código, salvo
se igualmente às maquetas de cenários, se o fotógrafo provar má-fé de quem fez a
figurinos, cartões para tapeçarias, maquetas para reprodução.
painéis cerâmicos, azulejos, vitrais, mosaicos,
relevos rurais, cartazes e desenhos publicitários,
capas de livros e, eventualmente, à criação Artigo 168.º
gráfica que estes comportem, que sejam criação (Reprodução de fotografia encomendada)
artística. 1 – Salvo convenção em contrário, a fotografia
de uma pessoa, quando essa fotografia seja
SECÇÃO VIII executada por encomenda, pode ser publicada,
Da obra fotográfica reproduzida ou mandada reproduzir pela pessoa
fotografada ou por seus herdeiros ou não o faça no prazo máximo de 30 dias, o editor
transmissários sem consentimento do fotógrafo promoverá, por si, tais modificações.
seu autor. 4 – Sempre que a natureza e características da
2 – Se o nome do fotógrafo figurar na fotografia obra exijam conhecimentos específicos, o editor
original, deve também ser indicado nas pode promover a revisão da tradução por
reproduções. técnico de sua escolha.

SECÇÂO X
SECÇÃO IX Dos jornais e outras publicações periódicas
Da tradução e outras transformações

Artigo 169.º Artigo 173.º


(Autorização do autor) (Protecção)
1 – A tradução, arranjo, instrumentação, 1 – O direito de autor sobre obra publicada,
dramatização, cinematização e, em geral, ainda que sem assinatura, em jornal ou
qualquer transformação da obra só podem ser publicação periódica pertence ao respectivo
feitos ou autorizados pelo autor da obra original, titular e só ele pode fazer ou autorizar a
sendo esta protegida nos termos do n.º 2 do reprodução em separado ou em publicação
artigo 3.º. congénere, salvo convenção escrita em
2 – A autorização deve ser dada por escrito e contrário.
não comporta concessão de exclusivo, salvo 2 – Sem prejuízo do disposto no número
estipulação em contrário. precedente, o proprietário ou editor da
3 – O beneficiário da autorização deve respeitar publicação pode reproduzir os números em que
o sentido da obra original. foram publicadas as contribuições referidas.
4 – Na medida exigida pelo fim a que o uso da
obra se destina, é lícito proceder a modificações Artigo 174.º
que não a desvirtuem. (Trabalhos jornalísticos por conta de outrem)
1 – O direito de autor sobre trabalho jornalístico
Artigo 170.º produzido em cumprimento de um contrato de
(Compensação suplementar) trabalho que comporte identificação de autoria,
O tradutor tem direito a uma compensação por assinatura ou outro meio, pertence ao autor.
suplementar sempre que o editor, o empresário, 2 – Salvo autorização da empresa proprietária
o produtor ou qualquer outra entidade utilizar a do jornal ou publicação congénere, o autor não
tradução para além dos limites convencionados pode publicar em separado o trabalho referido
ou estabelecidos neste Código. no número anterior antes de decorridos três
meses sobre a data em que tiver sido posta a
Artigo 171.º circular a publicação em que haja sido inserido.
(Indicação do tradutor) 3 – Tratando-se de trabalho publicado em série,
O nome do tradutor deverá sempre figurar nos o prazo referido no número anterior tem início
exemplares da obra traduzida, anúncios do na data da distribuição do número da publicação
teatro, nas comunicações que acompanhem as em que tiver sido inserido o último trabalho da
emissões de rádio e de televisão, na ficha série.
artística dos filmes e em qualquer material de 4 – Se os trabalhos referidos não estiverem
promoção. assinados ou não contiverem identificação do
autor, o direito de autor sobre os mesmos será
Artigo 172.º atribuído à empresa a que pertencer o jornal ou
(Regime aplicável às traduções) a publicação em que tiverem sido inseridos, e só
1 – As regras relativas à edição de obras com autorização desta poderão ser publicados
originais constantes da secção I deste capítulo em separado por aqueles que a escreveram.
aplicam-se à edição das respectivas traduções,
quer a autorização para traduzir haja sido Artigo 175.º
concedida ao editor quer ao autor da tradução. (Publicação fraccionada e periódica)
2 – Salvo convenção em contrário, o contrato 1 – O autor ou editor de obra que se publique
celebrado entre editor e tradutor não implica em volumes, tomos, fascículos ou folhas
cedência nem transmissão, temporária ou seguidas e, bem assim, o autor ou editor de
permanente, a favor daquele, dos direitos deste publicação periódica podem contratar com
sobre a sua tradução. outrem a venda por assinatura, à medida que for
3 – O editor pode exigir do tradutor as sendo feita a impressão, por tempo determinado
modificações necessárias para assegurar o ou indefinido.
respeito pela obra original e, quando esta 2 – A não devolução do primeiro tomo ou
implicar determinada disposição gráfica, a fascículo expedido pelo autor ou pelo editor não
conformidade do texto com ela; caso o tradutor implica a celebração tácita do contrato, nem o
destinatário tem a obrigação de o conservar ou 10 – Retransmissão é a emissão simultânea por
devolver. um organismo de radiodifusão de uma emissão
3 – A remessa de tomos, fascículos ou folhas de outro organismo de radiodifusão.
por via postal é sempre a risco do expedidor, (Redacção dada pela Lei 50/2004 de 24 de Agosto)
ficando este obrigado a substituir os exemplares
extraviados sem direito a novo pagamento,
salvo convenção em contrário. Artigo 177.º
(Ressalva dos direitos dos autores)
TÍTULO III A tutela dos direitos conexos em nada afecta a
Dos direitos Conexos protecção dos autores sobre a obra utilizada.

Artigo 176.º *
(Noção) Artigo 178.º *
1 – As prestações dos artistas intérpretes ou (Poder de autorizar ou proibir)
executantes, dos produtores de fonogramas e de 1 – Assiste ao artista intérprete ou executante o
videogramas e dos organismos de radiodifusão direito exclusivo de fazer ou autorizar, por si ou
são protegidos nos termos deste título. pelos seus representantes:
2 – Artistas intérpretes ou executantes são os a) A radiodifusão, e a comunicação ao público,
actores, cantores, músicos, bailarinos e outros por qualquer meio, da sua prestação, excepto
que representem, cantem, recitem, declamem, quando a prestação já seja, por si própria, uma
interpretem ou executem de qualquer maneira prestação radiodifundidas ou quando seja
obras literárias ou artísticas. efectuada a partir de uma fixação;
3 – Produtor de fonograma ou videograma é a b) A fixação, sem o seu consentimento, das
pessoa singular ou colectiva que fixa pela prestações que não tenham sido fixadas;
primeira vez os sons provenientes de uma c) A reprodução directa ou indirecta, temporária
execução ou quaisquer outros, ou as imagens de ou permanente, por quaisquer meios e sob
qualquer proveniência, acompanhadas ou não de qualquer forma, no todo ou em parte, sem o seu
sons. consentimento, de fixação das suas prestações
4 — Fonograma é o registo resultante da quando esta não tenha sido autorizada, quando a
fixação, em suporte material, de sons reprodução seja feita para fins diversos daqueles
provenientes de uma prestação ou de outros para os quais foi dado o consentimento ou
sons, ou de uma representação de sons. quando a primeira fixação tenha sido feita ao
5 – Videograma é o registo resultante da abrigo do artigo 189.º e a respectiva reprodução
fixação, em suporte material, de imagens, vise fins diferentes dos previstos nesse artigo;
acompanhadas ou não de sons, bem como a d) A colocação à disposição do público, da sua
cópia de obras cinematográficas ou prestação, por fio ou sem fio, por forma que seja
audiovisuais. acessível a qualquer pessoa, a partir do local e
6 — Cópia é o suporte material em que se no momento por ela escolhido.
reproduzem sons e imagens, ou representação 2 – Sempre que um artista intérprete ou
destes, separada ou cumulativamente, captados executante autorize a fixação da sua prestação
directa ou indirectamente de um fonograma ou para fins de radiodifusão a um produtor
videograma, e se incorporam, total ou cinematográfico ou audiovisual ou videográfico,
parcialmente, os sons ou imagens ou ou a um organismo de radiodifusão, considerar-
representações destes, neles fixados. se-á que transmitiu os seus direitos de
7 — Reprodução é a obtenção de cópias de uma radiodifusão e comunicação ao público,
fixação, directa ou indirecta, temporária ou conservando o direito de auferir uma
permanente, por quaisquer meios e sob qualquer remuneração inalienável, equitativa e única, por
forma, no todo ou em parte dessa fixação. todas as autorizações referidas no n.º 1, à
8 – Distribuição é a actividade que tem por excepção do direito previsto na alínea d) do
objecto a oferta ao público, em quantidade número anterior. A gestão da remuneração
significativa, de fonogramas ou videogramas, equitativa única será exercida através de acordo
directa ou indirectamente, quer para venda quer colectivo celebrado entre os utilizadores e a
para aluguer. entidade de gestão colectiva representativa da
9 — Organismo de radiodifusão é a entidade respectiva categoria, que se considera
que efectua emissões de radiodifusão sonora ou mandatada para gerir os direitos de todos os
visual, entendendo-se por emissão de titulares dessa categoria, incluindo os que nela
radiodifusão a difusão dos sons ou de imagens, não se encontrem inscritos.
ou a representação destes, separada ou 3 – A remuneração inalienável e equitativa a
cumulativamente, por fios ou sem fios, fixar nos termos do número antecedente
nomeadamente por ondas hertezianas, fibras abrangerá igualmente a autorização para novas
ópticas, cabo ou satélite, destinada à recepção transmissões, a retransmissão e a
pelo público. comercialização de fixações obtidas para fins
exclusivos de radiodifusão.
4 – O direito previsto na alínea d) do n.º 1 só intérprete ou executante, o fonograma, o
poderá ser exercido por uma entidade de gestão videograma ou o filme protegidos, o prazo de
colectiva de direitos dos artistas, que se caducidade do direito conta-se a partir destes
presumirá mandatada para gerir os direitos de factos e não a partir dos factos referidos,
todos os titulares, incluindo os que nela não se respectivamente, nas alíneas a) e b) do mesmo
encontrem inscritos, assegurando-se que, número.
sempre que estes direitos forem geridos por 3 – O termo «filme» designa uma obra
mais que uma entidade de gestão, o titular possa cinematográfica ou audiovisual e toda e
decidir junto de qual dessas entidades deve qualquer sequência de imagens em movimento,
reclamar os seus direitos. acompanhadas ou não de som.
(Redacção dada pela Lei 50/2004 de 24 de Agosto) 4 – É aplicável às entidades referidas nas alíneas
a), b) e c) do nº.1 o disposto no artigo 37º.
Artigo 179.º * * Redacção do Artº. 2.º Do Decreto-Lei 334/97, de 27 de
(Autorização para radiodifundir) Novembro

(Revogado pelo artigo 5.º da Lei n.º 50/2004, de 24 de Artigo 184.º *


Agosto) (Autorização do produtor)
1 — Carecem de autorização do produtor do
Artigo 180.º * fonograma ou do videograma a reprodução,
(Identificação) directa ou indirecta, temporária ou permanente,
1 — Em toda a divulgação de uma prestação por quaisquer meios e sob qualquer forma, no
será indicado, ainda que abreviadamente, o todo ou em parte, e a distribuição ao público de
nome ou pseudónimo do artista, salvo cópias dos mesmos, bem como a respectiva
convenção em contrário, ou se o modo de importação ou exportação.
utilização da interpretação ou execução impuser 2 — Carecem também de autorização do
a omissão da menção. produtor do fonograma ou do videograma a
2 – Exceptuam-se os programas sonoros difusão por qualquer meio, a execução pública
exclusivamente musicais sem qualquer forma de dos mesmos e a colocação à disposição do
locução e os referidos no artigo 154.º. público, por fio ou sem fio, por forma a que
(Redacção dada pela Lei 50/2004 de 24 de Agosto)
sejam acessíveis a qualquer pessoa a partir do
local e no momento por ela escolhido.
Artigo 181.º 3 – Quando um fonograma ou videograma
(Representação dos artistas) editado comercialmente, ou uma reprodução dos
1 – Quando na prestação participem vários mesmos, for utilizado por qualquer forma de
artistas, os seus direitos serão exercidos, na falta comunicação pública, o utilizador pagará ao
de acordo, pelo director do conjunto. produtor e aos artistas intérpretes ou executantes
2 – Não havendo director do conjunto, os uma remuneração equitativa, que será dividida
actores serão representados pelo encenador e os entre eles em partes iguais, salvo acordo em
membros da orquestra ou os membros do coro contrário.
pelo maestro ou director respectivo. 4 – Os produtores de fonogramas ou de
videogramas têm a faculdade de fiscalização
Artigo 182.º * análoga à conferida nos nº.1 e 2 do artigo 143º.
(Utilizações ilícitas) (Redacção dada pela Lei 50/2004 de 24 de Agosto)
São ilícitas as utilizações que deformem,
mutilem e desfigurem uma prestação, que a Artigo 185.º
desvirtuem nos seus propósitos ou que atinjam o (Identificação dos fonogramas e
artista na sua honra ou na sua reputação. videogramas)
(Redacção dada pela Lei 50/2004 de 24 de Agosto)
1 – É condição da protecção reconhecida aos
produtores de fonogramas e videogramas que
Artigo 183.º* em todas as cópias autorizadas e no respectivo
(Duração dos direitos conexos) invólucro se contenha uma menção constituída
1 – Os direitos conexos caducam decorrido um pelo símbolo P (a letra P rodeada por um
período de 50 anos: círculo), acompanhada da indicação do ano da
a) Após a representação ou execução pelo artista primeira publicação.
intérprete ou executante; 2 – Se a cópia ou o respectivo invólucro não
b) Após a primeira fixação, pelo produtor, do permitirem a identificação do produtor ou do
fonograma, videograma ou filme; seu representante, a menção a que se refere o
c)Após a primeira emissão pelo organismo de número anterior deve incluir igualmente essa
radiodifusão, quer a emissão seja efectuada com identificação.
ou sem fio, incluindo cabo ou satélite.
2 – Se, no decurso do período referido no Artigo 186.º
número anterior, forem objecto de publicação
ou comunicação lícita ao público uma fixação (Revogado pelo artigo 4º. Do Decreto –Lei nº. 334/97, de 27
da representação ou execução do artista de Novembro)
3 – As limitações e excepções que recaem
Artigo 187.º * sobre o direito de autor são aplicáveis aos
(Direitos dos organismos de radiodifusão) direitos conexos, em tudo o que for compatível
1 – Os organismos de radiodifusão gozam do com a natureza destes direitos.
direito de autorizar ou proibir: (Redacção dada pela Lei 50/2004 de 24 de Agosto)
a) A retransmissão das suas emissões por ondas
radioeléctricas;
b)A fixação em suporte material das suas
emissões, sejam elas efectuadas com ou sem fio; Artigo 190.º
c) A reprodução da fixação das suas emissões, (Requisitos de protecção)
quando estas não tiverem sido autorizadas ou 1 – O artista, intérprete ou executante é
quando se tratar de fixação efémera e a protegido desde que se verifique uma das
reprodução visar fins diversos daqueles com que seguintes condições:
foi feita; a) Que seja de nacionalidade portuguesa ou de
d) A colocação das suas emissões à disposição Estado membro das Comunidades Europeias;
do público, por fio, ou sem fio, incluindo por b) Que a prestação ocorra em território
cabo ou satélite, por forma a que sejam português;
acessíveis a qualquer pessoa a partir do local e c) Que a prestação original seja fixada ou
no momento por ela escolhido; radiodifundida pela primeira vez em território
e) A comunicação ao público das suas emissões, português.
quando essa comunicação é feita em lugar 2 – Os fonogramas e os videogramas são
público e com entradas pagas. protegidos desde que se verifique uma das
2 – Ao distribuidor por cabo que se limita a seguintes condições:
efectuar a retransmissão de emissões de a) Que o produtor seja de nacionalidade
organismos de radiodifusão não se aplicam os portuguesa ou de um Estado membro das
direitos previstos neste artigo. Comunidades Europeias ou que tenha a sua sede
Redacção do Artº. 9.º Do Decreto-Lei nº. 332/97, de 27 de efectiva em território português ou em qualquer
Novembro. E nova redacção dada pela Lei 50/2004 de 24 ponto do território comunitário;
de Agosto)
b) Que a fixação dos sons e imagens, separada
ou cumulativamente, tenha sido feita licitamente
em Portugal;
Artigo 188.º c) Que o fonograma ou videograma tenha sido
(Revogado pelo artigo 4.º Do Decreto-Lei nº. 334/97, de 27
publicado pela primeira vez ou simultaneamente
de Novembro) em Portugal, entendendo-se por simultânea a
publicação definida no nº. 3 do artigo 65.º.
3 – As emissões de radiodifusão são protegidas
Artigo 189.º * desde que se verifique uma das seguintes
(Utilizações livres) condições:
1–A protecção concedida neste título não a) Que a sede efectiva do organismo seja situada
abrange: em Portugal ou em Estado membro das
a) O uso privado; Comunidades Europeias;
b) Os excertos de uma prestação, um b) Que a emissão de radiodifusão tenha sido
fonograma, um videograma ou uma emissão de transmitida a partir de estação situada em
radiodifusão, contanto que o recurso a esses território português ou de Estado membro das
excertos se justifique por propósito de Comunidades Europeias.
informação ou crítica ou qualquer outro dos que
autorizam as citações ou resumos referidos na Artigo 191.º
alínea g) do n.º 2 do artigo 75.º; (Presunção de anuência)
c) A utilização destinada a fins exclusivamente Quando, apesar da diligência do interessado,
científicos ou pedagógicos; comprovada pelo Ministério da Cultura, não for
d) A fixação efémera feita por organismo de possível entrar em contacto com o titular do
radiodifusão; direito ou este se não pronunciar num prazo
e) As fixações ou reproduções realizadas por razoável que para o efeito lhe for assinado,
entes públicos ou concessionários de serviços presume-se a anuência, mas o interessado só
públicos por algum interesse excepcional de pode fazer a utilização pretendida se caucionar o
documentação ou para arquivo; pagamento da remuneração.
f) Os demais casos em que a utilização da obra é
lícita sem o consentimento do autor. Artigo 192.º
2 – A protecção outorgada neste capítulo ao (Modos de exercício)
artista não abrange a prestação decorrente do As disposições sobre os modos de exercício dos
exercício de dever funcional ou de contrato de direitos de autor aplicam-se no que couber aos
trabalho. modos de exercício dos direitos conexos.
Artigo 193.º ou por tal modo semelhante que não tenha
(Extensão da protecção) individualidade própria.
Beneficiam também de protecção os artistas, os 2 – Se a reprodução referida no número anterior
produtores de fonogramas ou videogramas e os representar apenas parte ou fracção da obra ou
organismos de radiodifusão protegidos por prestação, só essa parte ou fracção se considera
convenções internacionais ratificadas ou como contrafacção.
aprovadas. 3 – Para que haja contrafacção não é essencial
que a reprodução seja feita pelo mesmo
Artigo 194.º * processo que o original, com as mesmas
(Retroactividade) dimensões ou com o mesmo formato.
1 – A duração da protecção e a contagem do 4 – Não importam contrafacção:
respectivo prazo determinam-se nos termos do a) A semelhança entre traduções, devidamente
artigo 183.º, ainda que os factos geradores da autorizadas, da mesma obra ou entre fotografias,
protecção tenham ocorrido anteriormente à desenhos, gravuras ou outra forma de
entrada em vigor deste Código. representação do mesmo objecto, se, apesar das
2 – No caso dos titulares de direitos conexos semelhanças decorrentes da identidade do
beneficiarem, por força de disposição legal, de objecto, cada uma das obras tiver
um prazo de protecção superior aos previstos individualidade própria;
neste Código, prevalecem estes últimos. b) A reprodução pela fotografia ou pela gravura
Ver artigo 11.º Do Decreto-Lei nº. 332/97, de 27 de efectuada só para o efeito de documentação da
Novembro – sobre “ Âmbito de aplicação no tempo”
crítica artística.
TÍTULO IV Artigo 197.º
Da violação e defesa do direito de autor e dos (Penalidades)
direitos conexos 1 – Os crimes previstos nos artigos anteriores
são punidos com pena de prisão até três anos e
Artigo 195.º multa de 150 a 250 dias, de acordo com a
(Usurpação) gravidade da infracção, agravadas uma e outra
1 – Comete o crime de usurpação quem, sem para o dobro em caso de reincidência, se o facto
autorização do autor ou do artista, do produtor constitutivo da infracção não tipificar crime
de fonograma e videograma ou do organismo de punível com pena mais grave.
radiodifusão, utilizar uma obra ou prestação por 2 – Nos crimes previstos neste título a
qualquer das formas previstas neste Código. negligência é punível com multa de 50 a 150
2 – Comete também o crime de usurpação: dias.
a) Quem divulgar ou publicar abusivamente 3 – Em caso de reincidência não há suspensão
uma obra ainda não divulgada nem publicada da pena.
pelo seu autor ou não destinada a divulgação ou
publicação, mesmo que a apresente como sendo Artigo 198.º
do respectivo autor, quer se proponha ou não (Violação do direito moral)
obter qualquer vantagem económica; É punido com as penas previstas no artigo
b) Quem coligir ou compilar obras publicadas anterior:
ou inéditas sem autorização do autor; a) Quem se arrogar a paternidade de uma obra
c) Quem, estando autorizado a utilizar uma ou de prestação que sabe não lhe pertencer;
obra, prestação de artista, fonograma, b) Quem atentar contra a genuinidade ou
videograma ou emissão radiodifundida, exceder integridade da obra ou prestação, praticando
os limites da autorização concedida, salvo nos acto que a desvirtue e possa afectar a honra ou
casos expressamente previstos neste Código. reputação do autor ou do artista.
3 – Será punido com as penas previstas no
artigo 197.º o autor que, tendo transmitido, total Artigo 199.º
ou parcialmente, os respectivos direitos ou (Aproveitamento de obra contrafeita ou
tendo autorizado a utilização da sua obra por usurpada)
qualquer dos modos previstos neste Código, a 1 – Quem vender, puser à venda, importar,
utilizar directa ou indirectamente com ofensa exportar ou por qualquer modo distribuir ao
dos direitos atribuídos a outrem. público obra usurpada ou contrafeita ou cópia
não autorizada de fonograma ou videograma,
quer os respectivos exemplares tenham sido
Artigo 196.º produzidos no País quer no estrangeiro, será
(Contrafacção) punido com as penas previstas no artigo 197º..
1–Comete o crime de contrafacção quem 2 – A negligência è punível com multa até
utilizar, como sendo criação ou prestação sua, cinquenta dias.
obra, prestação de artista, fonograma,
videograma ou emissão de radiodifusão que seja Artigo 200.º
mera reprodução total ou parcial de obra ou (Procedimento criminal)
prestação alheia, divulgada ou não divulgada,
1 – O procedimento criminal relativo aos crimes Artigo 204.º
previstos neste Código não depende de queixa (Regime das contra-ordenações)
do ofendido, excepto quando a infracção disser Ás contra-ordenações, em tudo quanto não se
exclusivamente respeito à violação de direitos encontre especialmente regulado, são aplicáveis
morais. as disposições do Decreto-Lei nº. 433/82, de 27
2 – Tratando-se de obras caídas no domínio de Outubro.
público, a queixa deverá ser apresentada pelo
Ministério da Cultura. Artigo 205.º
(Das contra-ordenações)
Artigo 201.º 1 – Constitui contra-ordenação punível com
(Apreensão e perda de coisas relacionadas coima de 50.000$ a 500.000$:
com a prática do crime) a) A falta de comunicação pelos importadores,
1 – Serão sempre apreendidos os exemplares ou fabricantes e vendedores de suportes materiais
cópias das obras usurpadas ou contrafeitas, para obras fonográficas e videográficas das
quaisquer que sejam a natureza da obra e a quantidades importadas, fabricadas e vendidas,
forma de violação, bem como os respectivos de harmonia com o estatuído no nº. 2 do artigo
invólucros materiais, máquinas ou demais 143º..
instrumentos ou documentos de que haja b) A falta de comunicação pelos fabricantes e
suspeita de terem sido utilizados ou destinarem- duplicadores de fonogramas e videogramas das
se à prática da infracção. quantidades que prensarem ou duplicarem,
2 – O destino de todos os objectos apreendidos conforme o estipulado no nº. 3 do artigo 143.º.
será fixado na sentença final, 2 – Constitui contra-ordenação punível com
independentemente de requerimento, e, quando coima de 20.000$ a 200.000$ a inobservância
se provar que se destinavam ou foram utilizados do disposto nos artigos 97º., 115º., nº.4, 126º.,
na infracção, consideram-se perdidos a favor do nº.2, 134.º, 142.º,154.º,160.º, nº. 3, 171.º e
Estado, sendo as cópias ou exemplares 185.ºe, não se dispensando indicação do nome
obrigatoriamente destruídos, sem direito a ou pseudónimo do artista, também no artigo
qualquer indemnização. 180.º, nº. 1.
3 – Nos casos de flagrante delito, têm 3 – A negligência é punível.
competência para proceder à apreensão as
autoridades policiais e administrativas, Artigo 206.º
designadamente a Polícia Judiciária, a Polícia de (Competência para o processamento das
Segurança Pública, A Guarda Nacional contra-ordenações e aplicação das coimas)
Republicana, a Guarda Fiscal e a Direcção A competência para o processamento das
Geral de inspecção Económica. contra-ordenações e para a aplicação das coimas
pertence ao director-geral dos Espectáculos e do
Artigo 202.º Direito de Autor.
(Regime especial em caso de violação de
direito moral)
1 – Se apenas for reivindicada a paternidade da Artigo 207.º
obra, pode o tribunal, a requerimento do autor, (Efeito de recurso)
em vez de ordenar a destruição, mandar entregar Não tem efeito suspensivo o recurso da decisão
àquele os exemplares apreendidos, desde que se que aplicar coima de montante inferior a
mostre possível, mediante adição ou 80.000$.
substituição das indicações referentes à sua
autoria, assegurar ou garantir aquela
paternidade. Artigo 208.º
2 – Se o autor defender a integridade da obra, (Destino do produto das coimas)
pode o tribunal, em vez de ordenar a destruição O montante das coimas aplicadas pelas contra-
dos exemplares deformados, mutilados ou ordenações reverte para o fundo de Fomento
modificados por qualquer outro modo, mandar Cultural.
entregá-los ao autor, a requerimento deste, se
for possível restituir esses exemplares à forma
original. Artigo 209.º
(Providências cautelares)
Artigo 203.º Sem prejuízo das providências cautelares
(Responsabilidade civil) previstas na lei de processo, pode o autor
A responsabilidade civil emergente da violação requerer das autoridades policiais e
dos direitos previstos neste código é administrativas do lugar onde se verifique a
independente do procedimento criminal a que violação do seu direito a imediata suspensão de
esta dê origem, podendo, contudo, ser exercida representação, recitação, execução ou qualquer
em conjunto com a acção criminal. outra forma de exibição de obra protegida que
se estejam realizando sem a devida autorização
e, cumulativamente, requerer a apreensão da c) As respectivas decisões finais, logo que
totalidade das receitas. transitem em julgado.

Artigo 210.º Artigo 216.º


(Identificação ilegítima) (Nome literário ou artístico)
O uso ilegítimo do nome literário ou artístico ou 1 – O nome literário ou artístico só é registável
de qualquer outra forma de identificação do em benefício do criador de obra anteriormente
autor confere ao interessado o direito de pedir, registada.
além da cessação de tal uso, indemnização por 2 – O registo do nome literário ou artístico não
perdas e danos. tem outro efeito além da mera publicação do seu
uso.
Artigo 211.º
(Indemnização)
Para o cálculo da indemnização devida ao autor Disposições finais
lesado, atender-se-á sempre à importância da
receita resultante do espectáculo ou TÍTULO VI
espectáculos ilicitamente realizados. Protecção das medidasde carácter
tecnológico e das informações para a gestão
Artigo 212.º * electrónica dos direitos
(Concorrência desleal)

(Revogado pelo artigo 5.º da Lei n.º 50/2004, de 24 de Artigo 217.º


Agosto)
Protecção das medidas tecnológicas
1 — É assegurada protecção jurídica, nos
TÍTULO V termos previstos neste Código, aos titulares de
Do registo direitos de autor e conexos, incluindo o titular
do direito sui generis previsto no Decreto-Lei
n.º 122/2000, de 4 de Julho, com a excepção dos
Artigo 213.º programas de computador, contra a
(Regra geral) neutralização de qualquer medida eficaz de
O direito de autor e os direitos deste derivados carácter tecnológico.
adquirem-se independentemente de registo, sem 2 — Para os efeitos do disposto no número
prejuízo do disposto no artigo seguinte. anterior, entende-se por «medidas de carácter
tecnológico» toda a técnica, dispositivo ou
componente que, no decurso do seu
Artigo 214.º funcionamento normal, se destinem a impedir
(Registo constitutivo) ou restringir actos relativos a obras, prestações e
Condiciona a efectividade da protecção legal o produções protegidas, que não sejam
registo: autorizados pelo titular dos direitos de
a) Do título da obra não publicada nos termos propriedade intelectual, não devendo
do n.º3 do artigo 4.º; considerar-se como tais:
b) Dos títulos dos jornais e outras publicações a) Um protocolo;
periódicas. b) Um formato;
c) Um algoritmo;
d) Um método de criptografia, de codificação
Artigo 215.º ou de transformação.
(Objecto de registo) 3 — As medidas de carácter tecnológico são
1 – Estão sujeitos a registo: consideradas «eficazes» quando a utilização da
a) Os factos que importem constituição, obra, prestação ou produção protegidas, seja
transmissão, oneração, alienação, modificação controlada pelos titulares de direitos mediante a
ou extinção do direito de autor; aplicação de um controlo de acesso ou de um
b) O nome literário ou artístico, processo de protecção como, entre outros, a
c) O título de obra ainda não publicada; codificação, cifragem ou outra transformação da
d) A penhora e o arresto sobre o direito de obra, prestação ou produção protegidas, ou um
autor; mecanismo de controlo da cópia, que garanta a
e) O mandato nos termos do artigo 74.º. realização do objectivo de protecção.
2 – São igualmente objecto de registo: 4 – A aplicação de medidas tecnológicas de
a) As acções que tenham por fim principal ou controlo de acesso é definida de forma
acessório a constituição, o reconhecimento, a voluntária e opcional pelo detentor dos direitos
modificação ou a extinção do direito de autor; de reprodução da obra, enquanto tal for
b) As acções que tenham por fim principal ou expressamente autorizado pelo seu criador
acessório a reforma, a declaração de nulidade ou intelectual.
a anulação de um registo ou do seu
cancelamento;
Artigo 218.º estabelecimento e aplicação de acordos entre
Tutela penal titulares ou seus representantes e os utilizadores
1 — Quem, não estando autorizado, neutralizar interessados.
qualquer medida eficaz de carácter tecnológico, 3 — Sempre que se verifique, em razão de
sabendo isso ou tendo motivos razoáveis para o omissão de conduta, que uma medida eficaz de
saber, é punido com pena de prisão até 1 ano ou carácter tecnológico impede ou restringe o uso
com pena de multa até 100 dias. ou a fruição de uma utilização livre por parte de
2 — A tentativa é punível com multa até 25 um beneficiário que tenha legalmente acesso ao
dias. bem protegido, pode o lesado solicitar à IGAC
acesso aos meios depositados nos termos do n.º
Artigo 219.º 1.
Actos preparatórios 4 — Para resolução dos litígios sobre a matéria
1 — Quem, não estando autorizado, proceder ao em causa, é competente a Comissão de
fabrico, importação, distribuição, venda, mediação e Arbitragem, criada pela Lei n.º
aluguer, publicidade para venda ou aluguer, ou 83/2001, de 3 de Agosto, de cujas decisões cabe
tiver a posse para fins comerciais de recurso para o Tribunal da Relação, com efeito
dispositivos, produtos ou componentes ou ainda meramente devolutivo.
realize as prestações de serviços que: 5 — O incumprimento das decisões da
a) Sejam promovidos, publicitados ou Comissão de Mediação e Arbitragem pode dar
comercializados para neutralizar a protecção de lugar à aplicação do disposto no artigo 829.º-A
uma medida eficaz de carácter tecnológico, ou; do Código Civil.
b) Só tenham limitada finalidade comercial ou 6 — A tramitação dos processos previstos no
utilização para além da neutralização da número anterior tem a natureza de urgente, de
protecção da medida eficaz de carácter modo a permitir a sua conclusão no prazo
tecnológico, ou; máximo de três meses.
c) Sejam essencialmente concebidos, 7 — O regulamento de funcionamento da
produzidos, adaptados ou executados com o Comissão de Mediação e Arbitragem assegura
objectivo de permitir ou facilitar a neutralização os princípios da igualdade processual entre as
da protecção de medidas de carácter tecnológico partes e do contraditório e define as regras
eficazes; relativas à fixação e pagamento dos encargos
É punido com pena de prisão até 6 meses ou devidos a título de preparos e custas dos
com pena de multa até 20 dias. processos.
8 – O disposto nos números anteriores não
Artigo 220.º impede os titulares de direitos de aplicarem
Extensão aos acordos medidas eficazes de carácter tecnológico para
As medidas eficazes de carácter tecnológico limitar o número de reproduções autorizadas
resultantes de acordos, decisões de autoridades relativas ao uso privado.
ou da aplicação voluntária pelos titulares de
Direitos de Autor e Conexos destinadas a Artigo 222.º
permitir as utilizações livres aos beneficiários, Excepção
nos termos previstos no Código, gozam da O disposto no artigo anterior não se aplica às
protecção jurídica estabelecida nos artigos obras, prestações ou produções protegidas
anteriores. disponibilizadas ao público na sequência de
acordo entre titulares e utilizadores, de tal forma
Artigo 221.º que a pessoa possa aceder a elas a partir de um
Limitações à protecção das medidas local e num momento por ela escolhido.
tecnológicas
1 — As medidas eficazes de carácter Artigo 223.º
tecnológico não devem constituir um obstáculo Informação para a gestão electrónica de
ao exercício normal pelos beneficiários das direitos
utilizações livres previstas nas alíneas a), e), f),
i), n), p), q), r), s) e t) do n.º 2 do artigo 75.º, da 1 — É assegurada protecção jurídica, nos
alínea b) do artigo 81.º, n.º 4, do artigo 152.º e termos previstos neste Código, aos titulares de
do n.º 1, nas alíneas a), c), d), e e) do n.º 1 do direitos de autor e conexos, incluindo o titular
artigo 189.º do Código, no seu interesse directo, do direito sui generis previsto no Decreto-Lei
devendo os titulares proceder ao depósito legal, n.º 122/2000, de 4 de Julho, com a excepção dos
junto da Inspecção Geral das Actividades programas de computador, contra a violação dos
Culturais. (IGAC), dos meios que permitam direitos de propriedade intelectual em matéria
beneficiar das formas de utilização legalmente de informação para a gestão electrónica dos
permitidas. direitos.
2 — Em ordem ao cumprimento do disposto no 2 — Para efeitos do disposto no número
número anterior, os titulares de direitos devem anterior, por “informação para a gestão
adoptar adequadas medidas voluntárias, como o electrónica dos direitos”, entende-se toda a
informação prestada pelos titulares dos direitos,
que identifique a obra, a prestação e a produção Artigo 227.º
protegidas a informação sobre as condições de Procedimentos cautelares
utilização destes, bem como quaisquer números 1 — Os titulares de direitos podem, em caso de
ou códigos que representem essa informação. infracção ao seu direito ou quando existam
3 — A protecção jurídica incide sobre toda a fundadas razões de que esta se vai produzir de
informação para a gestão electrónica dos modo iminente, requerer ao Tribunal o
direitos» presente no original ou nas cópias das decretamento das medidas cautelares previstas
obras, prestações e produções protegidas ou na lei geral, e que, segundo as circunstâncias, se
ainda no contexto de qualquer comunicação ao mostrem necessárias para garantir a protecção
público. urgente do direito.
2 — O disposto no número anterior aplica-se no
Artigo 224.º caso em que, os intermediários, a que recorra
Tutela penal um terceiro para infringir um direito de autor ou
1 — Quem, não estando autorizado, direitos conexos, possam ser destinatários das
intencionalmente, sabendo ou tendo motivos medidas cautelares previstas na lei geral, sem
razoáveis para o saber, pratique um dos prejuízo da faculdade de os titulares de direitos
seguintes actos: notificarem, prévia e directamente, os
a) Suprima ou altere qualquer informação para a intermediários dos factos ilícitos, em ordem à
gestão electrónica de direitos; sua não produção ou cessação de efeitos.
b) Distribua, importe para distribuição, emita
por radiodifusão, comunique ou ponha à Artigo 228.º
disposição do público obras, prestações ou Tutela por outras disposições legais
produções protegidas, das quais tenha sido A tutela instituída neste Código não prejudica a
suprimida ou alterada, sem autorização, a conferida por regras de diversa natureza
informação para a gestão electrónica dos relativas, nomeadamente, às patentes, marcas
direitos, sabendo que em qualquer das situações registadas, modelos de utilidade, topografias de
indicadas está a provocar, permitir, facilitar ou produtos semi-condutores, caracteres
dissimular a violação de direitos de propriedade tipográficos, acesso condicionado, acesso ao
intelectual; cabo de serviços de radiodifusão, protecção dos
É punido com pena de prisão até 1 ano ou com bens pertencentes ao património nacional,
pena de multa até 100 dias. depósito legal, à legislação sobre acordos,
2 — A tentativa é punível com multa até 25 decisões ou práticas concertadas entre empresas
dias. e à concorrência desleal, ao segredo comercial,
segurança, confidencialidade, à protecção dos
Artigo 225.º dados pessoais e da vida privada, ao acesso aos
Apreensão e perda de coisas documentos públicos e ao direito dos
1 — Relativamente aos crimes previstos nos contratos.»
artigos anteriores, podem ser aplicadas as
seguintes penas acessórias: Disposições finais
a) A perda dos instrumentos usados na prática
dos crimes, incluindo o lucro ilícito obtido; Artigo 229.º
b) A inutilização, e, caso necessário, a (Litígios)
destruição dos instrumentos, dispositivos, A resolução de qualquer litígio que não incida
produtos e serviços cujo único uso sirva para sobre direitos indisponíveis, surgido na
facilitar a supressão ou neutralização, não aplicação das disposições do presente código,
autorizadas, das medidas eficazes de carácter pode ser sujeita pelas partes a arbitragem, nos
tecnológico, ou que permita a supressão ou termos da lei geral
modificação, não autorizadas, da informação
para a gestão electrónica de direitos.
2 — O destino dos bens apreendidos é fixado na
sentença final.

Artigo 226.º
Responsabilidade civil
A responsabilidade civil emergente da violação
dos direitos previstos nos artigos anteriores, é
independente do procedimento criminal a que
esta dê origem, podendo, contudo, ser exercida
em conjunto com a acção penal.
Tabela a que se refere o nº. 3 do artigo 74.º

Cada registo........................................................................................................................5.000$00
Depósito das listas das sociedades de autores ou entidades similares–cada lista...............2.000$00
Substituição de listas................................................................................................................Grátis
Depósito de aditamento às listas das sociedades de autores ou entidades similares
–cada aditamento - .......................................................................................................... ..1.000$00
Pela desistência do acto requerido depois de efectuada a respectiva apresentação no Diário
............................................................................................................................................1.000$00
Cada certificado..................................................................................................................1.000$00

Estes valores mantêm-se, apenas convertidos em euros ( 25 e 10 nos dois primeiros casos, 5 nos três
últimos).

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