Autor: Estevan Rodrigues Vilhena de Alcântara - Professor de História na Escola Estadual Professor Morais

Tema: RENASCIMENTO

Renascimento Moderno A arte do renascimento

Na Europa medieval, o estudo e o conhecimento eram dirigidos pelo clero
católico, que administrava as escolas e as universidades. Defendiam uma visão
teocêntrica, na qual a vida deveria ser guiada pela crença na vontade de Deus,
que era tido como o centro do Universo.
Essa forma de ver e guiar o mundo, porém, já não correspondia às
transformações que estavam em curso na Europa, como a urbanização, a
intensificação do comércio e o enriquecimento da burguesia. Neste contexto,
surgiu novas ideias que renovariam as áreas de conhecimento, como história,
filosofia, literatura, retórica e matemática. Inspirados pela Antiguidade Clássica,
esse movimento intelectual e cultural ficou conhecido como Renascimento.
Estas transformações propiciaram o surgimento do humanismo,
movimento intelectual voltado para a busca do conhecimento sobre o ser humano
e a natureza por meio da investigação, da observação e da crítica, valorizando a
razão e o raciocínio lógico. Em substituição ao teocentrismo, os humanistas
defendiam o antropocentrismo, que colocava o ser humano no centro do universo.
Os humanistas eram cristãos, que buscavam a verdade por meio da investigação
e reflexão racional, pois entendiam que a razão não deveria estar a serviço da fé,
mas ser uma categoria livre. Além disso, o humanismo estava associado a outros
valores próprios do mundo burguês que se desenvolvia, como o otimismo, o
individualismo e a competição.
Foram nas artes visuais do Renascimento que o humanismo manifestou o
potencial sensível do ser humano e sua capacidade de representar o mundo. A
riqueza proveniente das atividades comerciais e bancarias, permitiu formar na
região uma burguesia próspera e orgulhosa do seu poder, que passou a financiar
o trabalho de pintores, escultores e arquitetos. Os mecenas, protetores e
patrocinadores dos artistas, queriam exibir suas riquezas e prestígio, e imortalizar
sua própria figura.
Os artistas renascentistas partiam da concepção de que a beleza em uma
obra de arte tinha como função principal proporcionar prazer ao observador.
Assim, procuraram recriar a realidade e buscar a perfeição na representação da
formas. Na pintura, a composição em pirâmide, para transmitir harmonia, o uso da
perspectiva para criar profundidade e volume e a técnica de luz e sombra,
permitindo uso de cores, dos tons e meios-tons para representar cenas, emoções
e movimentos.
Alguns expoentes foram, Leonardo da Vinci, pintor, escultor, matemático,
arquiteto, engenheiro e inventor; Michelangelo Buonarroti, pintor e escultor; Rafael
Sanzio, pintor e escultor; Donatello, escultor; dentre outros.

O espírito científico
Questionando essas "verdades absolutas", muitos estudiosos buscaram
explicar o mundo ao seu redor por meio da observação e da experimentação.
Nicolau Copérnico, astrônomo polonês, contestou o geocentrismo e defendeu a
teoria heliocêntrica. Johannes Kepler, astrônomo e matemático alemão, descobriu
que os planetas descrevem orbitas elípticas e não circulares. Galileu Galilei,
astrônomo, matemático e filósofo italiano, aperfeiçoou a luneta, instrumento que
lhe permitiu a observação astronômica.
Como forma de expandir as novas ideias, Johannes Gutenberg
desenvolveu, a partir de um modelo chinês, a prensa com caracteres móveis
feitos de chumbo. O invento permitiu agilizar a reprodução de livros e,
consequentemente, aumentar a produtividade e baratear os custos.
Apesar de todas essas inovações, a criação e difusão das novas ideias
foram difíceis, pois eram consideradas revolucionárias para época e significavam
a ruptura com a doutrina da Igreja. Ao questionar as "verdades" estabelecidas,
muitos pensadores e cientistas foram excomungados, perseguidos, torturados e
até mesmo condenados a morte.