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1 . Apresente as características da atitude filosófica e sua importância para o estudo
da Antropologia Cultural.
A atitude filosófica pode ser caracterizada por vários aspectos e alguns deles são: o espanto
– “o espanto torna o evidente em algo incompreensível” (FINK, Eugen); a dúvida – duvidar
de tudo aquilo que seja verdade adquirida; o rigor – imprecisões, contradições e
ambiguidades não são aceitáveis; e a insatisfação – busca incessante pelo saber. Tendo
como fundamentais esses aspectos, o interesse pelo estudo do homem, da cultura, da
sociedade quer seja no presente, passado e futuro, torna-se algo crítico, profundo e
substancioso.
A antropologia cultural (ou etnologia) é apenas um ramo da Antropologia, que estuda o ser
humano enquanto produtor de cultura. É um dos cinco pólos teóricos do pensamento
antropológico contemporâneo. O fator que permite essencialmente caracterizá-la é o critério
da continuidade ou descontinuidade entre a natureza e a cultura de um lado, e entre as
próprias culturas, de outro (LAPLANTINE, François. Aprender antropologia. São Paulo:
Brasiliense, 2001. p. 106.)
Traços marcantes no estudo da antropologia cultural são: o estudo dos caracteres distintivos
das condutas dos seres humanos pertencendo a uma mesma cultura; observação direta dos
comportamentos dos indivíduos, tais como se elaboram em interação com o grupo e o meio
no qual nascem e crescem; e finalmente, o estudo do social na evolução do ser humano, e
particularmente sob o ângulo dos provessos de contato, difusão, interação e aculturação.
(LAPLANTINE, p. 121-122)
O objetivo princicipal da antropologia cultural é de compreender os passos pelos quais o
homem tornou-se aquilo que é biológica, psicológica e culturalmente; o estudo dos povos.
(BOAS, Franz. Antropologia cultural. Org. Celso Castro. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004.
p. 88)
De acordo com o olhar filosófico, o ser humano é simplificado em: natureza – algo que não
é de sua escolha, mas é vivido por ele (ex.: família, clima, espaço geográfico-histórico);
cultura – cada um tem sua própria cultura e suas próprias escolhas, sendo cultura o que ele
cria e produz intervindo na natureza; individualidade – unicidade, intimidade e essência
própria; sociabilidade - a coletividade, relações sociais, alteridade; livre-arbítrio –
ninguém é condicionado a algum tipo de comportamento, costumes (ex. Casamento,
trabalho, estudos); liberdade – liberdade para escolher e decidir; eticidade – determina e
avalia sua conduta em relação ao outro.
O ser humano deve ser entendido de forma diferente, buscando-se respostas para
assimilarmos o que somos a partir do espelho fornecido pelo “Outro”; uma maneira de se
situar na fronteira de vários mundos sociais e culturais, abrindo janelas entre eles, através
das quais podemos alargar nossas possibilidades de sentir, agir e refletir sobre o que, afinal
de contas, nos torna seres singulares, humanos.
“Ciência sem consciência não é senão uma ruína da alma.“ (François Rabelais)