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Meus fichamentos são um misto de citações e paráfrases . Tento transformá-lo em texto para a melhor compreensão no caso de uma releitura. Não troque sua leitura do próprio artigo ou obra pelo meu fichamento, use-o apenas para acrescentar observações ao que você mesmo produziu. Agradeça se foi útil.
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Meus fichamentos são um misto de citações e paráfrases . Tento transformá-lo em texto para a melhor compreensão no caso de uma releitura. Não troque sua leitura do próprio artigo ou obra pelo meu fichamento, use-o apenas para acrescentar observações ao que você mesmo produziu. Agradeça se foi útil.
“Tudo aquilo que não pode ser prontamente processado, analisado e
sistematizado pela mente humana provoca desconforto”p.5
Seres humanos sentem a necessidade de que tudo seja
sistematizado. Obter padrões, estipular limites, seguir regras e organizar o caos aparente fazem com que a pessoa tenha uma sensação de segurança. Quando a organização não é tão simples, quando exige uma compreensão maior, talvez estudos e pesquisa, o desconforto aparece. É incômoda a sensação de desordem.
Relação entre língua e sociedade.
A construção de uma língua está atrelada ao desenvolvimento da sociedade que a cerca. O uso da nomenclatura “sociolinguística” pressupõe que haja uma linguística que possa ser pautada separadamente do uso social da língua.
“A língua falada é, a um só tempo, heterogênea e diversificada.” P.6.
A língua falada é bastante distinta e diversificada. Toda essa diversidade, vista por alguns como “caos” linguístico; por outros é vista como uma riqueza imensurável que pode e deve ser sistematizada.
Teoria da variação linguística: assume o “caos” linguístico como
objeto de estudo. A Teoria da Variação Linguística surge com a intenção de tomar como objeto de estudo todo esse “caos” aparente, organizá-lo e estudá-lo para que se possa compreender melhor o seu funcionamento. William Labov, linguísta estadunidense, considerado o fundador da sociolinguística variacionista, diz que a variação é inerente à linguística e que ela não é só natural, mas também necessária para o funcionamento de uma língua. Labov trabalhou com a sociolinguística quantitativa, nome dado por operar com números e pelo tratamento estatístico dos dados coletados.
“A língua pode ser um fator extremamente importante na
identificação de grupos, em sua configuração, como também uma possível maneira de demarcar diferenças sociais no seio de uma comunidade.” P. 14 A língua representa os aspectos sociais de uma comunidade. Por meio da língua é possível a identificação de grupos, porém também é possível demarcar diferenças sociais. A problemática surge quando a língua é utilizada como meio de estigmatização de uma parcela da sociedade.
“Toda ciência – a linguística, em nosso caso particular – tem uma
teoria própria, um objeto específico de estudo e um método que lhe é característico.” P.17 O nosso objeto de estudo, a língua falada (vernáculo), nada mais é que a fala do cotidiano, natural.
Não há “caos” linguístico sem variantes. P. 33
As variantes são responsáveis pela diversidade da língua. À descrição detalhada das variantes daremos o nome de “envelope de variação”. De acordo com Labov, os estudos sociolingüísticos devem ser sincrônicos e diacrônicos. Sincrônicos quando a variação linguística é estudada em um determinado momento. Diacrônico quando estudada em vários momentos, longitudinalmente.
“A sistematização do caos linguístico demonstra, em seus resultados,
que a cada variante correspondem certos contextos que a favorecem.” P. 36 Os contextos que favorecem as variantes são chamados de “fatores condicionadores”: formalidade e informalidade do discurso, nível socioeconômico, escolaridade, faixa etária e sexo.
A língua falada é heterogênea e variável, porém, ainda assim,
passível de sistematização. A língua falada é, portanto, um sistema variável de regras. P. 57.
“A implantação da norma-padrão traz como consequência imediata a
unidade da língua nacional.” P. 58 Há fontes de dados que objetivam a unificação da língua nacional, como os meios de comunicação, mas mesmo assim ainda encontrará traços de variantes no discurso.
“Cada comunidade de fala é única, cada falante é um caso
individual.” P. 62 Somente por meio da correlação dos fatores lingüísticos e não- linguísticos que pode-se chegar a um melhor conhecimento de como a língua realmente é usada e constituída, portanto não há heterogeneidade, pois as comunidades e indivíduos são únicos, carregam suas próprias características.
“Nem tudo que varia sofre mudança; toda mudança linguística, no
entanto, pressupõe variação. Variação, portanto, não implica mudança; mudança, sim, implica sempre variação. Mudança é variação!” P. 63 “A estrutura de uma língua somente será totalmente entendida à medida que se compreendam efetivamente os processos históricos de sua configuração.” P. 65
“Uma teoria da mudança linguística deve guiar-se por uma
articulação teórica e metodológica entre presente-passado e presente.” P. 65
P. 81 (Mônica): o caráter heterogêneo da língua falada é
simplesmente uma questão de aparência: à heterogeneidade subjaz um sistema, devidamente estruturado.