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1. INTRODUÇÃO
O controle cultural das doenças consiste basicamente na manipulação das condições de
pré-plantio e durante o desenvolvimento do hospedeiro, em detrimento ao patógeno,
objetivando a prevenção ou a interceptação da epidemia por outros meios que não sejam a
resistência genética e o uso de agrotóxicos. O objetivo primário do controle cultural é reduzir
o contato entre o hospedeiro suscetível e o inóculo viável, de maneira a reduzir a taxa de
infecção e o subseqüente progresso da doença. De um modo geral pode considerar-se que
as medidas de controle cultural visam evitar a doença ou suprimir o agente causal
objetivando a obtenção de plantas sadias, mais do que controlar o agente causal.
A maioria dos fitopatógenos apresenta uma fase em seu ciclo vital caracterizada pelo
parasitismo, na qual ocorre a exploração nutricional do hospedeiro pelo parasita. Em
conseqüência, são observados os sintomas e os danos correspondentes. Alguns parasitas,
denominados necrotróficos, têm a faculdade de, após a senescência da planta cultivada,
continuar a nutrir-se dos tecidos mortos. Esta fase do ciclo biológico é caracterizada pelo
saprofitismo. Nos intervalos entre períodos de parasitismo, os patógenos encontram-se em
um ambiente menos favorável e, provavelmente, mais vulnerável às práticas de controle
cultural. O conhecimento da biologia de um fitopatógeno leva ao entendimento de onde,
como e por quanto tempo ele sobrevive na ausência da planta hospedeira cultivada e de
como pode ser racionalmente controlado.
É importante salientar que o uso destas técnicas, isoladamente, quase sempre é insuficiente
para chegar a um controle adequado da doença. O uso de combinações destas técnicas,
aliado ao emprego de outras formas de controle de doenças, como o controle químico e o
controle genético, no entanto, é altamente eficiente e recomendável.
Rotação de culturas – é a prática mais antiga para o controle de doenças. Com ela reduz-
se a sobrevivência de fitopatógenos pela eliminação das plantas hospedeiras e/ou pela
decomposição dos restos culturais. O princípio de controle envolvido na rotação de culturas
é a supressão ou eliminação do substrato apropriado para o patógeno. A ausência da planta
cultivada anual (inclusive as planta voluntárias e os restos culturais) leva à erradicação total
ou parcial dos patógenos necrotróficos que dela são nutricionalmente dependentes. A
eliminação dos resíduos culturais, durante a rotação de culturas, é devida à sua
decomposição pelos microrganismos do solo. Durante o processo de decomposição, os
fitopatógenos associados aos resíduos são destruídos pela microbiota. Sob este ponto de
vista, a rotação de culturas constitui-se, também, numa medida de controle biológico.
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Controle cultural de doenças de plantas
As características dos patógenos mais afetados pela rotação de culturas:
a) Sobrevivem pela colonização saprofítica dos restos culturais do hospedeiro e têm baixa
habilidade de competição saprofítica;
Não, pois Uromyces appendiculatus é parasita obrigatório e, com ou sem rotação, ele não
permanece no local (se não existirem feijoeiros vivos presentes), bem como é disseminado
pelo vento à longa distância.
Eliminação dos restos culturais - o efeito da eliminação dos restos culturais é similar ao
da rotação de culturas. Procura-se eliminar os substratos onde os patógenos sobrevivem e
possam esporular. A eliminação pode ser efetuada pela remoção e queima, compostagem
ou o enterrio dos restos, para que sejam mais facilmente decompostos. É de grande
importância, principalmente em cultivos protegidos.
Inundação – a inundação do solo por períodos longos pode reduzir a população de certos
fitopatógenos (Fusarium, Sclerotinia sclerotiorum, nematóides, etc.), principalmente pelo
efeito da falta de oxigênio. Acredita-se, também, que organismos anaeróbicos prevalecem e
podem parasitar as estruturas de sobrevivência de patógenos.
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Controle de plantas invasoras - as plantas invasoras, além de competir com as cultivadas
por nutrientes e água, podem atuar no microclima pelo sombreamento e aumento da
umidade relativa. Ademais, elas podem ser hospedeiras de fitopatógenos, principalmente
vírus e seus vetores. O controle de plantas invasoras pode reduzir o inóculo inicial (quando
hospedeiras de fitopatógenos) e a taxa de progresso da doença (na modificação do
microclima).
Material propagativo sadio - várias doenças são transmitidas por sementes e mudas.
Material propagativo de procedência segura quanto à sanidade é indispensável quando da
instalação de uma cultura.
3. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
th
AGRIOS, G.N. Control of plant diseases. In: AGRIOS, G.N. Plant pathology. 4 ed. San
Diego: Academic Press, 1997. p.171-221.
PALTI, L. Cultural practices and infectious crop diseases. Berlin: Springer 1981. 243p.
REIS, E.; FORCELINI, C.A. Controle cultural. In: BERGAMIN FILHO, A.; KIMATI, H.;
AMORIM, L. (Eds.). Manual de fitopatologia: princípios e conceitos. 3. ed. São Paulo:
Agronômica Ceres, 1995. v.1, p.710-716.
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Controle cultural de doenças de plantas
REIS, E.M.; CASA, R.T.; HOFFMANN, L.L. Controle cultural de patógenos radiculares. In:
MICHEREFF, S.J.; MENEZES, M. Patógenos radiculares em solos tropicais. Recife:
Universidade Federal Rural de Pernambuco, 2000. (no prelo).
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