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I – Parte Introdutória
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Aspecto material – Refere-se a comportamentos considerados altamente reprováveis
ou danosos ao organismo social, afetando bens jurídicos indispensáveis à própria conservação
e progresso.
Aspecto sociológico ou dinâmico – Instrumento de controle social (assim como as
outras faces do direito, civil, administrativo) visando assegurar a necessária disciplina social,
bem como a convivência harmônica dos membros do grupo.
Quando as regras de conduta são violadas, surge o poder do Estado (dever) de aplicação
sanções civis e penais. O que diferencia uma norma penal das demais é a consequência que traz
consigo. A Ciência do direito não se limita apenas a abstrair da norma o seu significado, mas
deve se ater às manifestações sociais da conduta criminosa e às condições pessoais daquele que
a pratica.
Criminologia (fato) – ciência empírica que estuda o crime, o criminoso, a vítima e o
comportamento da sociedade. Visa o conhecimento do crime como um fenômeno individual da
sociedade. É uma ciência causal-explicativa que retrata o delito enquanto fato perquirindo
(indagando) suas origens, razões de sua existência, contornos e forma de exteriorização.
Política Criminal (valor) - é uma ciência de caráter teleológico, que analisa as raízes
do crime para discipliná-lo. Tem a finalidade de trabalhar estratégias e meios de controle social
da criminalidade.
FUNCIONALISMO
CARACTERÍSTICAS DA NORMA
Artigo – art.
Parágrafo - §
Incisos – I, II, III...
Alínea – letra entre aspas “b”
Vacátio Legis – Carência necessária para que a Lei possa entrar em vigor quando a
população tomar consciência dela. Três meses de carência para que a população conheça a Lei.
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Legislação com pena abstrata no Código Penal. A pena em concreto só ocorre na
sentença, no Código estão colocadas as penas máxima e mínima. Norma é descrita. Código
penal foi feito para controle social.
- Ato – parte da conduta
- Fato – qualquer acontecimento
- Conduta – fato que se adequa a norma
FUNÇÕES
Conceito de direito penal segundo Mezge. – Conjunto de normas que regula o exercício
do poder punitivo do estado associado ao delito como pressuposto, uma pena como
consequência.
FASES
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EFEITOS
- Erga Ommes – Norma é feita para todo mundo e a partir, do momento que ela entra
em vigor não é permitido o seu desconhecimento.
- Taxatividade – Norma penal tem que ser taxativa, clara e especificar o que ela quer.
- Exclusividade – Só o Congresso Nacional pode dispor sobre matéria criminal.
- Imperatividade – Imposta a todos.
- Generalidade – Todos devem respeitar a lei.
-Impessoalidade – diz respeito a fatos (futuros) e não a pessoas.
CATEGORIAS
OBS: Tribunal Penal Internacional (TPI) – tem caráter subsidiário ao Direito Penal
nacional, não é exceção à exclusividade do Estado de punir, mas pode intervir quando o Estado
for omisso, falhe ou seja insuficiente.
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- Garantista – respeito as garantias consagradas na CF. Podem ser primárias (proibições
e obrigações) ou secundárias (formas de reparação ao dano). Estabelece critérios de
racionalidade e civilidade à intervenção penal.
A velocidade do Direito Penal está relacionada ao tempo que o Estado demora para
punir os infratores.
Velocidade 1 – Penas privativas de liberdade, procedimento garantista mais demorado
Velocidade 2 - Penas alternativas, procedimento flexibilizado mais célere.
Velocidade 3 – Penas privativas de liberdade, procedimento flexibilizado mais célere.
INTERPRETAÇÃO DA LEI
- Analogia - é aquela que não está na norma, mas por semelhança aplico algo parecido.
Não existe uma lei a ser aplicada ao caso concreto motivo pelo qual é preciso socorrer-se da
previsão legal empregada a outra situação similar. Meios para suprir a lacuna. Seu fundamento
é sempre a inexistência. Só é permitida em favor do réu.
- Interpretação analógica – está dentro da norma. Decorre de uma lacuna, um vazio
normativo e não de uma lei pendente de interpretação.
- Interpretação valorativa – por valores.
ANALOGIA
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- In Malem Partem – em prejuízo ao acusado
- In Dubio Pro Reu – na dúvida em prol do acusado
Tipo normal – aquele que possui elementos objetivos – descreve o que a norma tipifica.
Tipo anormal – possui elementos objetivos.
Lei – Havendo embate entre Leis, uma delas prevalecerá. Elaboradas para reger
abstratamente determinado fato.
Princípios – invoca-se a proporcionalidade, ou seja, aplica-se em conjunto, na medida
de sua compatibilidade. Não há revogação de princípios. Possuem maior abstração quando
comparados à Lei. Aplicam-se a um grupo indefinido de hipóteses.
Legalidade – tem que ter lei
(formal – obediência aos trâmites e
procedimentos, lei vigente/ material –
deve respeitar o conteúdo da CF e de
tratados internacionais, lei válida)
Anterioridade – haver lei
Legalidade
anterior
Culpabilidade – tem que ter
consciência
Reserva legal – tem que ter
Culpabilidade
vindo do congresso
PRINCÍPIOS
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PRINCÍPIO DA EXCLUSIVA PROTEÇÃO DE BENS JURÍDICOS
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA
Estado só pode incriminar fatos. O Direito Penal brasileiro adotou o Direito Penal do
Fato, mas que considera circunstâncias relacionadas ao autor (análise da pena).
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal. (CP,
art. 1º). Possui três fundamentos: Político (vinculação dos poderes Executivo e Judiciário,
impedindo poder punitivo arbitrário), Democrático (divisão dos poderes que representam o
povo) e Jurídico (lei prévia e clara que produz efeito intimidativo).
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Nenhuma conduta será tipificada como crime ou contravenção e nenhuma pena será
cominada a não ser por meio de dispositivo cujo conteúdo tenha sido devidamente debatido e
votado no Congresso em forma de Lei ordinária ou complementar.
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
Dirigido ao legislador exigindo dos tipos penais clareza, não devendo deixar margens a
dúvidas de modo a permitir à população em geral o pleno entendimento do tipo criado.
Exige que do fato praticado ocorra lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado
Proíbe-se o castigo penal pelo fato de outrem. Não existe a responsabilidade coletiva.
Há obrigatoriedade de individualização da acusação (cada um vai responder pelo que fez) e há
obrigatoriedade na individualização da pena (Cada um vai pagar pelo que fez).
Não basta que o fato seja materialmente causado pelo agente, ficando sua
responsabilidade penal condicionada à existência da voluntariedade (culpa ou dolo).
PRINCÍPIO DA CULPABILIDADE
O Estado só pode impor sansão penal ao agente imputável (penalmente capaz), com
potencial consciência de ilicitude (possibilidade de conhecer o caráter ilícito de seu
comportamento), quando dele exigível conduta diversa (podendo agir de outra forma).
PRINCÍPIO DA IGUALDADE
Todos são iguais perante a Lei, sem distinção de qualquer natureza. Princípio de estende
a estrangeiros, mesmo que não residentes no país. Igualdade na aplicação do Direito.
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Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória. Prisão preventiva é uma decretação excepcional, sobre quem paira indícios
suficientes de autorias, mas que ainda não pode ser considerado culpado. Cumpre à acusação
o dever de demonstrar a responsabilidade do réu. Na dúvida, o réu será beneficiado (in dubio
pro réu). OBS: Sentença recente considerou que o acusado comece a cumprir pena a partir da
apreciação do recurso em segundo grau. A essa altura o agente já teve ampla possibilidade de
defesa. Nessa altura já foi considerado o fato e suas circunstâncias. O conceito de trânsito em
julgado não está relacionado ao esgotamento de todos os recursos, mas ao esgotamento da
análise fática. O garantismo não pode ser sinônimo de impunidade.
A ninguém pode ser imposta pena ofensiva à dignidade da pessoa humana, vedando-se
reprimenda indigna, cruel, desumana ou degradante. Mandamento guia Estado na criação,
aplicação e execução das leis penais.
PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE
Para que a sanção penal cumpra a sua função, deve se ajusta à relevância do bem jurídico
tutelado, sem desconsiderar as condições pessoais do agente. Mandamento fundado na teoria
geral da pena.
PRINCÍPIO DA PESSOALIDADE
Ninguém pode ser processado, condenado ou executado duas vezes pelo mesmo fato.
Com exceção a crimes de genocídio.
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PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE
CLASSIFICAÇÃO DA LEI
OBS:
Princípios – norteadores de garantias para o crime
Legalidade – Até 1988 – dava ao Estado o direito de fazer o que tinha para proteger a
sociedade
Culpabilidade – Juízo de censura ou reprovação que se estabelece sobre um fato típico
e ilícito e que tem três pressupostos:
3. Imputabilidade
4. Potencial consciência da ilicitude
5. Exigibilidade de conduta diversa
i.
COMBINAÇÃO DE LEIS
- Duas correntes
- Não é possível combinar leis porque o juiz estaria legislando
- (Majoritária) A combinação é perfeitamente possível porque ela significa
aplicação da norma ao caso concreto e apenas vincula as partes envolvidas.
CÓDIGO PENAL
Art. 1º
Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.
- Só a lei escrita pode criar crimes e sanções penais.
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- Proíbe-se a utilização da analogia para criar tipo incriminador, fundamentar ou agravar
pena. Analogia in bonam partem é perfeitamente possível (Princípio da Equidade)
Conduta (crime)
Processo
Sentença (inocente
ou culpado)
Pena
Extinta a punibilidade
(fim da culpa)
Art. 2º
Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando
em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.
Parágrafo único. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se
aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
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Tudo que beneficiar o agente deve ser usado – aplicado. Aplica-se em regra a lei penal
vigente ao tempo da realização do fato criminoso. A lei penal deve ser editada antes da prática
da conduta que busca incriminar.
Art. 3
Lei excepcional é aquela feita para vigorar em período de calamidade, estado de guerra,
ou qualquer necessidade estatal.
Lei temporária é a que criminaliza determinada conduta por um período pré-fixado para
sua vigência.
A norma penal em branco pode ser revogada de forma expressa (quando a norma revoga
a norma anterior) ou tácita (lei mais nova que dispõe sobre todo o conteúdo da anterior).
Derrogação – parte da norma que pode ser usada por que a outra parte já está disposta
em outra lei mais nova.
Art. 4º
Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja
o momento do resultado.
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Tempo da ação – Teoria da atividade – ação ou omissão.
Novatio legis – lei que não existia no momento do crime e passa a considerar a conduta
como crime. – irretroativa. Novatio legis in pejus – a nova lei que prejudicar o réu é irretroativa.
Novatio legis in mellius – lei posterior que beneficie o réu, poderá ser aplicada aos fatos.
Ela pode ser aplicada, mesmo se o agente já tiver sido condenado em sentença transitada em
julgado. Se implicar juízo de valor a lei deve ser revisada pelo juiz da revisão criminal, no
entanto, se representar mera aplicação matemática, será feita pelo juiz da execução. No período
de vacatio legis a lei penal não possui eficácia, não podendo ser utilizada.
Lei intermediária – aquela que deverá ser aplicada porque benéfica ao réu, embora não
fosse a lei vigente no tempo do fato, nem a lei vigente no momento do julgamento. Ela é
retroativa e ultra-ativa.
Art. 5º
REGRAS ESPECIAIS
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- Carta precatória – ativa de pessoas de outra comarca ou estado feito por outro juiz
- Carta Rogatória – depoimento fora do país
Art. 6º
LUGAR DO CRIME
ART. 7ª
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II – os crimes:
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;
b) praticados por brasileiro;
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou
de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam
julgados.
§ 1o Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que
absolvido ou condenado no estrangeiro.
§ 2o Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das
seguintes condições:
a) entrar o agente no território nacional;
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira
autoriza a extradição;
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido
a pena;
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo,
não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável.
§ 3o A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra
brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior:
a) não foi pedida ou foi negada a extradição;
b) houve requisição do Ministro da Justiça.
ART. 8º
A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime,
quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.
ART. 9º
ART. 10ª
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O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos
pelo calendário comum.
ART. 11º
ART. 12º
As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, se
esta não dispuser de modo diverso.
ASILO POLÍTICO – de 30 a 90 dias de processo até ser aceito o pedido pelo outro
país.
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Âmbito – Nacional – Deputados Federais, Senadores e Presidente da República.
Julgados pelo STF.
- Estadual – Deputados estaduais. Julgado pelo tribunal de Justiça.
- Municípios – vereadores.
OBS: Apenas com relação às ações que desempenham no órgão público.
O vereador não detém prerrogativa de foro.
Ação Civil ex-delito – Art. 63 – CPP – suprimiu a fase de conhecimento por causa de
uma ação transitada em julgado no Penal.
Pode ter duas ações penais – uma em cada país. A pena cumprida em outro país é
descontada da pena estipulada no país inicial em caso da mesma pena e crime. Sentença em
outro país com aplicação da lei brasileira. Passa por tradutor juramentado, homologa no STJ e
pede indenização no Civil. Homologação da sentença estrangeira para internar no manicômio.
A decisão de homologação de sentença estrangeira não atinge o seu mérito.
Para uma sentença gere efeitos de reincidência não é necessário que ela seja homologada
no país.
Quando a pessoa passa a ser extraditada fica em sua residência, caso tenha residência
no Brasil, ou é levado à Papuda em Brasília, caso não tenha residência, até que seja feita uma
sentença pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
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EXPULSÃO - A pessoa será expulsa do território nacional quando atentar contra a
segurança pública, praticar crimes contra o sistema financeiro ou moralidade pública. A pessoa
expulsa fica três anos proibida de retornar ao país. Será expulsa quem cumprir pena e não tiver
residência fixa no país.
Não extradita para países que cumpram pena de morte ou infamantes. Obrigação que
cumpra sentença da extradição. Em caso de acordo de não morte pode extraditar para países
que tenham pena de morte.
OUTROS PRINCÍPIOS
Banco de dados universal. – Onde estiver o criminoso ele deverá ser punido. – Um crime
é crime em qualquer lugar do mundo. O sujeito que pratica crime pode ser punido em qualquer
lugar do mundo.
Aproveita parte dos três princípios anteriores, possível ter processo nos dois países.
(Costuma ser usado no Brasil).
TEORIA DA FICÇÃO
Pela teoria da ficção todo mês penal terá – 30 dias e todo ano penal terá 360 dias.
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O Código Penal, assim com o Código de Processo Penal, será subsidiário em relação à
legislação especial. Da mesma forma, a parte geral do Código Penal (Art. 1 ao 120) sempre será
subsidiária com relação à parte especial (Art. 121 ao 361). Prevalece a lei do especial quando
há referência à lei do Código Penal.
O prazo processual não computa o dia o começo, mas inclui-se o dia de vencimento.
Pode ser prorrogado. Já o prazo penal é improrrogável e inclui em sua contagem o dia do
começo. A diferença na contagem dos prazos foi fixada apenas e somente para favorecer o réu.
O juiz irá desprezar as frações de dia nas penas e as frações de real nas multas.
Quando há conflito aparente de normas é necessário observar três princípios
fundamentes para resolver o conflito: especialidade (que se afaste a lei geral para a aplicação
da lei especial), subsidiariedade (relação de maior ou menor gravidade) e consunção (princípio
da absorção).
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II – DO CRIME
TEORIA GERAL DO CRIME
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SUJEITOS DO CRIME
ATIVO – aquele que pratica a infração, capaz e que possui mais de 18 anos.
Existem três correntes que falam sobre a figuração da pessoa jurídica como sujeito do
crime. A primeira corrente afirma não ser possível pois a pessoa jurídica não pratica crime. A
segunda corrente admite que, apesar que apenas a pessoas física praticar crimes, a jurídica
também pode ser responsabilizada penalmente. Por último a terceira corrente garante que ambas
praticam crimes, apesar de a pessoa jurídica somente ser responsabilizada quando houver
intervenção da pessoa física. No entanto o STF já criou jurisprudência afirmando que a
penalização da pessoa jurídica independe da pessoa física.
A Lei nº 9.605/9, ao dispor sobre a punição da pessoa jurídica, estabelece que a
responsabilização civil, administrativa e penal tem lugar em decorrência de atos ordenados pelo
representante legal ou contratual no interesse ou benefício da entidade.
Relação entre a Lei e as pessoas físicas e jurídicas de direito privado – lei transcende
indivíduos e representa a vontade do Estado na relação entre particulares.
Relação entre a Lei e o Poder Público – lei representa própria vontade do Estado, é
inerente. O Estado atua sempre visando um fim que lhe é superior.
Uma corrente afirma que o faro de a Lei e a constituição não diferenciarem as pessoas
jurídicas de direito privado e direito público não significa que as duas possam ser penalizadas
da mesma maneira, uma vez que a entidade pública é o próprio Estado e constituiria ônus para
a própria sociedade.
A segunda corrente se posiciona ao contrário da primeira, afirmando que a pessoa
jurídica de direito público pode sim receber as mesmas punições das privadas. No entanto, a lei
determinas algumas punições que não podem ser dirigidas as públicas. Nenhuma pena pode
fazer com que a pessoa jurídica de Direito Público pare de funcionar, sob pena de penalizar a
própria sociedade. No caso das sociedades mista, admite-se a penalização na esfera penal.
O crime quanto ao sujeito ativo classifica-se em:
- Comum – quando o tipo penal não exige qualidade ou condição especial do agente
- Próprio – quando o tipo penal exige qualidade ou condição especial do agente
- Mão própria – além do tipo penal exigir qualidade e condição especial do agente a
conduta somente poderá ter sido praticada por ele, o que caracteriza ação penal de conduta
infungível.
PASSIVO – é a pessoa ou ente que sofre as consequências da infração penal. Pode ser
qualquer pessoa física, jurídica, indeterminado ou destituído de personalidade jurídica. Pode
ser:
- Constante (mediato, formal, geral ou genérico) – o Estado
- Eventual (imediato, material, particular ou acidental) – titular do interesse penalmente
protegido. Pode ser classificado em comum ou próprio (quando exige ou não qualidade ou
condição especial do indivíduo – homicídio/infanticídio).
São considerados crimes de dupla subjetividade passiva aqueles que têm
obrigatoriamente mais de uma vítima. O homem não pode ser, ao mesmo tempo, sujeito passivo
e ativo de crime, porque, como coloca o Princípio da Alteridade ninguém poderá ser
responsabilizado pela conduta que não excede a suas esfera individual.
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Sujeito passivo não se confunde com vítima, pois a vítima é qualquer pessoa física ou
moral que sofre por causa de um tipo penalizante, compreende uma definição mais abrangente.
Vítima existem quando há ou não crime, no entanto, quando há crime sujeito passivo e vítima
se reúnem na mesma pessoa. É fundamental o estudo do ofendido e de seu comportamento para
compreender o crime como um todo. Cifra negra é o número de crimes que não são
comunicados pelas vítimas.
Tipos de vítimas
- Ideais – inocentes
- Por ignorância – menos culpadas que o delinquente
- Provocadoras – tão culpadas quando o delinquente
- Agressoras – culpadas por estarem em tal situação
- Indiferentes – escolhidas ao acaso pelo delinquente
- Indefinidas ou indeterminadas – sofre agressões da sociedade moderna
- Determinadas – eram o alvo da ação do delinquente
- Falsas – simuladas (sabem que não são vítimas) ou imaginárias (creem que são vítimas,
mas não são)
- Reais – fungíveis (inteiramente inocentes, podem ser acidentais e indiscriminadas) ou
não fungíveis (desempenham papel no ato, podem ser imprudentes, alternativas, provocadoras
e voluntárias).
Objeto material – pessoal ou coisa sobre a qual recai conduta criminosa. Exceção – nem
todo tipo penal tem objeto material.
Objeto jurídico – bem jurídico protegido pelo tipo penal. Não pe possível haver crime
sem objeto jurídico.
Falso
Homicídio Furto Peculato
Testemunho
Pessoa física Pessoas física Funcionário Só testemunha,
Sujeito ativo capaz e com 18 capaz e com 18 público (crime perito, contador,
anos completos anos completos próprio) tradutor ou
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que mata que subtrai interprete
alguém coisa alheia (crime de mão
móvel própria)
Sujeito passivo
Estado Estado Estado Estado
constante
Estado e Estado e
Pessoa (física
eventual eventual
Sujeito passivo ou jurídica)
Pessoa morte particular lesado particular lesado
eventual desfalcada de
pela ação do pela ação do
seu patrimônio
agente agente
Dinheiro, valor
Objeto Pessoa morta ou qualquer
Coisa subtraída Não tem
Material (cadáver) outro bem
móvel
Regularidade
das atividades e Prestígio da
Objeto
Vida Patrimônio a moralidade da administração
Jurídico
Administração da justiça
pública
CRIMES
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10. Crime instantâneo – acontece naquele momento específico
11. Crime permanente – ação se prorroga no tempo – a qualquer momento pode ser feito
o flagrante. Consumação se protai no tempo até que cesse a conduta típica.
12. Crime continuado – é uma ficção jurídica. Dois ou mais crimes da mesma espécie,
praticados nas mesmas condições de tempo são tratados como crime único, majorando-
se a pena. OBS: No crime permanente e no crime continuado aplica-se a lei penal mais
grave
13. Crime consumado – crime em que se reúne todos os requisitos de ordem legal
14. Crime exaurido – contempla atos posteriores à consumação.
15. Crime tentado – por circunstâncias alheias à vontade do agente, o não ocorre.
16. Crime de dano – dano efetivo ao bem jurídico
17. Crime de perigo – dispensa a efetiva lesão ao bem jurídico tutelado
18. Crime instantâneo de efeitos permanentes – aquele que ocorre em um momento
específico, mas os efeitos perduram até que seja declarada sua nulidade.
19. Crime simples – formado por um tipo penal e sem circunstância que aumente ou
diminua a gravidade.
20. Crime conexo – atrai crimes para o de maior rito. Ligar processos, práticas
criminosas.
21. Crime de continência – reunião de pessoas que praticam o crime – traz todo mundo
para o mesmo processo – Princípio da continência – atrai pessoas. Ligar pessoas que
praticam crimes.
22. Crime complexo - junção de duas ou mais figuras autônomas que unidas dão lugar
a uma terceira, a partir daí os crimes autônomos passam a ter como função, valorar
a pena (extorsão + sequestro).
23. Crime ultra complexo – quando um crime complexo é acrescido de outro.
24. Crime qualificado – crimes que sofrem agravamentos devido a condutas
subsequentes – extorsão mediante sequestros com morte da vítima.
25. Crime privilegiado – lei considera circunstâncias que diminuem a gravidade da
ação.
26. Crime plurisubjetivo – concurso de agentes é imprescindível a sua configuração
27. Crime unisubjetivo – pode ser praticado por uma ou várias pessoas
28. Crime comissivo – viola um tipo proibitivo – ação de realizar ato ilícito por um tipo
penal incriminador
29. Crime omissivo – viola um tipo mandamental – pode fazer mas não faz – não
realização de ato – comportamento ideal. Podem ser próprios (dever genérico de
agir, descrito na própria norma incriminadora) e impróprios (dever jurídico de evitar
a produção do evento
30. Crime de conduta mista – ação seguida de omissão, exige dois comportamento do
agente um comissivo e um omisso
31. Crime unisibsistente – realizado com apenas um ato, não admite tentativa
32. Crime plurisubsistente – diversos atos provocam a consumação, admite a tentativa.
33. Crime habitual – reiteração de atos, ocorre apenas quando há repetição da conduta.
Consuma-se na reiteração da conduta típica.
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34. Crime progressivo – nele o agente desde o início, objetivando o resultado mais
grave, prática crescentes e sucessivas violações ao bem jurídico tutelado. Autor só
responderá pelo delito visado.
35. Progressão Criminosa – agente tem uma intenção e após conseguir o seu intento
passa ato contínuo a uma nova intenção mais gravosa. Ele deverá responder pela
mais grave.
36. Crime principal – independe da existência de outro - roubo
37. Crime assessório – pressupões a existência de outro crime – receptação
38. Quase-crime ou crime impossível – Não há crime
39. Crime funcional – praticado por funcionário público
40. Crime putativo – é o crime imaginário ou erroneamente suposto
Fato típico pode ser conceituado como ação ou omissão humana, antissocial que,
norteada pelo princípio da intervenção mínima, consiste em uma conduta produtora de um
resultado que se submete ao modelo de conduta proibida pelo Direito Penal, seja crime ou
contravenção penal.
1. Conduta (dolosa ou culposa) – uma vez ausente não se pode falar em crime
2. Resultado
3. Nexo causal
4. Tipicidade
TEORIAS DA CONDUTA
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Até 11 de julho de 1984, encontra o tipo, vai para o dolo e descobre se houve culpa ou
culpabilidade, ou seja, ele teve consciência do que estava fazendo? Crimes eram imputados a
maiores que possuíam consciência. Com a Teoria Finalística é movimentada na reforma penal.
Hoje em dia todo mundo sem exceção pratica crime. A consciência, hoje, é pressuposto de pena.
Criança recebe medida socioeducativa e o louco recebe uma medida de segurança. Encontra o
tipo, vai para o dolo e culpa.
Eles adotam a teoria Normativa pura que afirma que culpabilidade representa
meramente u juízo de reprovação, uma valoração que se faz sobre a conduta típica e ilícita do
agente, cujos elementos serão a imputabilidade, a consciência da ilicitude e a exigibilidade de
conduta adversa.
OUTRO CASO: Quem foi comprar? Vendeu a quantia permitida. Não houve
traficância. Na culpa existe negligência, imperícia e imprudência. Nesses casos de atos
involuntários e reflexos o autor do crime não tem culpa da ação.
TEORIA SOCIAL (nunca foi aceita no Direito Brasileiro) – Para ser um bem jurídico
tutelado é necessário que seja social e penalmente relevante. É uma teoria que tenta ser
empurrado pelo Direito americano. Doutrinadores como Capez e Damásio de jesus foram
contra a aplicação dessa teoria por dizer que o brasileiro não tem capacidade de opinar. É uma
teoria vinda do Direito Alemão. O que é socialmente relevante? Seria uma causa que valia a
prisão? A sociedade teria a missão de escolher o que ela acha que deveria ser punido e o que
ela acha que é relevante.
TEORIA DO RESULTADO
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ILICITUDE
CULPABILIDADE
Juízo de reprovação que recai na conduta típica e ilícita que o agente se propõe a realizar.
Trata-se de um juízo à necessidade de aplicação da sanção penal. Terceiro substrato do crime.
ART. 13
O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu
causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu
causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
Superveniência de causa independente - § 1º A superveniência de causa relativamente
independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores,
entretanto, imputam-se a quem os praticou.
Relevância da omissão - § 2º A omissão é penalmente relevante quando o omitente
devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; (Por exemplo um
médico passando por um acidente e não presta socorro, não tem a obrigação contratual,
mas tem a obrigação moral).
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; (Assumir
a posição de garantidor, chamar a pessoa, dar carona, se acontecer alguma coisa com a
pessoa, você responde)
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
Crime omissivo – viola um tipo mandamental – pode fazer mas não faz – não realização
de ato – comportamento ideal. Podem ser próprios (dever genérico de agir, descrito na própria
norma incriminadora) e impróprios (dever jurídico de evitar a produção do evento
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A regra é que todos os crimes estejam na categoria de crimes omissivos próprios, que
estão na primeira corrente, normativa (sempre serão crimes formais, ou de mera conduta que
não responsabilizam o agente pelo resultado). Ex: Art. 135 – Crime omissivo, deixar de prestar
socorro, quando possível fazê-lo.
O agente deve ter conhecimento da situação causadora de perigo; ter consciência da sua
posição de garantidor; e ter possibilidade física de impedir a ocorrência do resultado.
Crimes omissivos por comissão – Deixo de ajudar porque recebi uma ordem. (Não foi
recepcionada pelo Direito Brasileiro).
Nexo causal é a ligação entre a conduta e o resultado. Se não houver resultado não há
como falar de crime. Se não conseguir ligar a conduta ao resultado não pode estabelecer a
autoria do crime. Crimes qualificados pelo resultado acabador. Se não houver ligação não tem
crime qualificado.
CAUSAS E CONCAUSAS
Causa é todo dado secundário que agregado à figura típica pode modificar a
caracterização do crime ou ser por ele desprezado. Buscas no resultado o que cada um fez
efetivamente, perguntando qual a intensão do agente, e fazendo ele responder pelo que
efetivamente causou. Ligar a conduta do agente ao resultado.
Espécies – relativamente independente (não tem contato com o desdobramento) ou
absolutamente independentes (resultado material).
Concausas
Mais de uma causa concorrendo para a produção do resultado.
Absolutamente independentes - o comportamento paralelo será punido na forma
tentada
Preexistente – Por si não levariam a morte. Se a causa é pré-existente ou
absolutamente independente, então não pode ser culpado por ela. Por exemplo: Homem
envenenado é esfaqueado. Se morrer por causa do esfaqueamento, o homem que envenenou
não responde por homicídio, responde pelos atos até então praticados (tentativa de homicídio).
Concomitantes – Atuam na mesma condição. (junto). Fizeram ao mesmo
tempo. Que comete o crime paga pelo crime, o outro responde por tentativa. Autoria colateral.
Sem a ação não haveria ocorrido o resultado.
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Superveniente – Vem depois. Causa que veio posteriormente, e que no evento
cronológico não é suficiente para dizer que cometeu o crime. Se estiver dentro do
desdobramento causal responde pelo crime praticado.
ART. 14
Diz-se o crime:
Crime consumado I – consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua
definição legal;
Tentativa II – tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias
alheias à vontade do agente.
Pena de tentativa Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa
com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.
Cogitação – Cogitar não significa premeditar. Quem cogita pode ser responsabilizado
pelo crime? Não tem punição se estiver apenas na cabeça.
Preparação – Preparando o ato criminoso. Se não ferir nenhuma lei não é punido.
Execução – Ato criminoso está sendo executado, sem lesão da vítima, sem punição.
Quando há ato executório inequívoco para a consumação (Não tem mais volta), nesse caso ou
ele responde pelo crime consumado ou pela tentativa.
Consumação – Responde pelo crime. Considera-se consumado o crime quando nele se
reúnem todos os elementos da sua definição legal.
Todo crime que pode ser separado em partes pode ser tentado. Quando não dá para
fracionar não há tentativa.
ART. 15
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Crimes de adequação mediata da figura típica (temporal) (A atira em B e B tomba morto
– art. 121) e existem outros crimes que também são de adequação mediata pessoal (A=B=C
atiram em D e D permanece vivo – todos aderiram a atividade criminoso.
Condício sine quanon - Condição sem a qual o crime não teria ocorrido. (Dolo ou
quebra do dever objetivo) Só pode ser responsabilizado aquele que agiu por dolo e por culpe e
que tinha consciência daquilo que fazia. Se não conseguir atribuir por dolo ou por culpa não
tem crime. Todo fato sem a qual o resultado não teria ocorrido é causa.
Direito católico abre a possibilidade de pena no mundo.
Dolo e culpa para estabelecer o nexo causal.
Adequação típica
Direta quando liga a pessoa ao resultado
Mediata quando tem que recorrer a terceira norma para se aproximar da intensão do
agente.
Autor é quem realiza verbo núcleo do tipo (verbo do crime)
Coautor é aquele que assessora na realização do verbo núcleo do tipo
Partícipe é aquele que auxilia sem nunca ingressar no verbo núcleo do tipo
Liame subjetivo – todos sabem o que vai acontecer
Todos respondem à medida da sua culpabilidade
ART. 16
ART. 17
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Crime impossível –
1. Absoluta ineficácia do meio empregado para a prática criminosa.
2. Absoluta impropriedade do objeto (material) (pessoa ou coisa sobre a qual recai a
conduta).
Se não for absoluta a ineficácia ou a impropriedade, haverá ao menos crime tentado.
Flagrante preparado. Fraude.
ART. 18
CRIME DOLOSO
CRIME CULPOSO
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Violação de um dever objetivo de cuidado – individuo atua sem tomar as devidas
providências e sem levar em consideração o interesse de terceiros.
Culpa stricto senso - Imprudência (aquele que está dentro da conduta, no decorrer da
conduta – positiva/ação), negligência (aquele que deveria ter tomado um cuidado anterior a
conduta – negativa/omissão) e imperícia (aquele que não tem habilitação técnica). O julgador
deve examinar as circunstâncias que envolvem o caso concreto.
Resultado Naturalístico Involuntário – causam modificação involuntário no meio
externo. No entanto, há casos em que não é necessário o resultado naturalístico para que seja
punido.
Nexo entre conduta e resultado – deve estar presente a relação voluntária entre a ação,
omissão e o resultado.
Resultado involuntário previsível – não é previsto, mas previsível. Trata-se de culpa
consciente. Pressupõe que o agente portador de inteligência mediana (conceito do homem
médio) é capaz de concluir que a conduta é ilícita. A previsibilidade é inafastável.
Tipicidade – Para crime culposo é necessária expressa qualificação do tipo. Não se pune
conduta culposa, salvo quando houver expressa disposição em lei.
ESPÉCIES DE CULPA
Culpa consciente com previsão ou ex-lascivia – agente prevê resultado, mas acha que
pode evita-lo
Culpa inconsciente, sem previsão ou ex-ignorantia – agente não prevê resultado, mas
era previsível
Culpa própria ou culpa propriamente dita – não quer e não assume risco, mas é causado
por imprudência, Imperícia e negligência.
Culpa imprópria ou culpa por equiparação, por assimilação ou por extensão – agente
imagina situação achando que exclui a ilicitude e provoca intencionalmente o resultado.
EXCLUSÃO DA CULPA
Caso fortuito e força maior – fatos imprevisíveis que não se submeter à vontade de
ninguém.
Princípio da confiança – alguém age nos limites do dever de cuidado não responde pelo
resultado lesivo.
Erro profissional – não caracteriza culpa, a menos que haja dolo ou imperícia.
Rico tolerado – determinado pela necessidade – medico que faz experimentos em
humanos com autorização.
ART. 19
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CRIME PRETERDOLOSO
O agente pratica delito distinto do que havia projetado cometer, advindo da conduta
dolosa resultado culposo mais grave do que o projetado. O comportamento é doloso, mas o
resultado (mais grave) é involuntário. – Lesão corporal seguida de morte.
Os elementos deste tipo de crime são a conduta dolosa visando determinado resultado,
a provocação de resultado culposo mais grave que o desejado, o nexo causal entre conduta e o
resultado e a tipicidade, pois não se pune o crime preterdoloso sem previsão expressa em lei.
ART. 20
ERRO DE TIPO
Erro de tipo que antes de 1984 era conhecido como erro quanto ao fato. É uma confusão
mental quanto ao fato em si. – Exclui o crime ou permite a punição por crime culposo quando
houver previsão. O agente não sabe exatamente o que faz.
Pode ser dividido em dois:
Erro de tipo essencial, no qual se avisado do erro, o agente para de agir criminosamente.
Inevitável – justificável - exclui o dolo e a culpa
Evitável – Injustificável – Exclui o dolo, mas mantem a culpa caso haja previsão.
Erro de tipo acidental, no qual o agente corrige os caminhos ou sentido da conduta e
continua agindo de forma ilícita. Incide a responsabilidade penal.
Erro quanto ao objeto – Agente se confunde quanto ao objeto. (Objeto material
- Pessoa ou coisa sobre a qual recai a conduta do agente.) Circunstancia aumenta ou diminui a
pena (Ineficaz, queria cometer o crime e cometeu, mesmo que o objeto a ser roubado não fosse
o previsto pelo autor), elementar se tirar acaba a pena (Sujeito rouba um saco achando que
açúcar, mas é cocaína, não há crime porque o objeto era o açúcar e cocaína é elementar do crime
de tráfico de drogas).
Erro quanto a pessoa – Agente equivoca-se quanto a pessoa. Implica a
existência da vítima real e da vítima virtual. Todas as características da vítima virtual se
transferem para a vítima efetiva. Vai responder como se tivesse matado quem você queria. Não
há falha operacional.
Erro na execução (aberratio ictos) – (pessoa X pessoa) acidente ou erro no uso
dos meios de execução. Agente responde pelo crime considerando as qualidades da vítima
pretendida. (Marido que quer matar a mulher mas mata outra pessoa no ato). (Concurso formal
de crimes – uma ação dois ou mais resultados).
Resultado diverso do pretendido – (coisa x pessoa) Se o erro for na execução
a punição é por crime culposo se houve previsão. Responderá a título de culpa se houver
previsão legal.
Erro sobre o nexo causal – resultado se produz com nexo diferente. Pode ser em
sentido estrito (quando um ato causa o resultado – homem joga outro do penhasco para que
morra afogado, mas vitima bate a cabeça na pedra e morre por traumatismo craniano) ou dolo
geral aberratio causae (quando há pluralidade de atos – homem atira em outro e o joga na agua,
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achando que este está morto, mas a vítima morre afogada). Agente é punido pelo crime
desejado, a título de dolo, considerando o nexo ocorrido.
Erro de tipo essencial X delito putativo por erro de tipo – em ambos os casos o
agente não sabe o que faz. No entanto, no primeiro o agente pratica tipo penal sem querer, no
segundo o agente pratico fato atípico sem querer. Delito putativo por erro de tipo é o crime
impossível.
Erro de subsunção – ocorre quando o agente decifra equivocadamente o sentido
jurídico do seu comportamento. Não afasta a responsabilidade penal. Não há falsa percepção
da realidade e o agente sabe da ilicitude de seu comportamento.
Erro provocado por terceiro – Erro induzido. Agente provocador e agente provocado.
Agente provocador é punido como autor mediato.
Descriminantes putativas
Causas excludentes de ilicitude. É um erro quanto à sua existência ou seus limites,
engana-se quanto aos pressupostos fáticos do evento.
ART. 21
ERRO DE PROIBIÇÃO
Erro de proibição que antes de 1984 era conhecido como erro de Direito. É uma
confusão mental quanto aos limites de uma causa de justificação – Exclui a pena ou permite
punição com pena menor. Nesse caso está falando em um instituto/ de matéria penal. O agente
sabe o que está fazendo, mas ignora o caráter ilícito do seu ato.
O erro é escusável quando o agente atua ou se omite em ter a consciência da ilicitude
do fato em situação na qual não é possível lhe exigir que tenha essa consciência.
Espécies
Direito – se equivoca quanto ao conteúdo
Indireto – descriminante putativa por erro de proibição
O erro de tipo é o equívoco que recai sobre as circunstâncias do fato, sobre elementos
do tipo penal já o erro de proibição, por sua vez, recai sobre a ilicitude do fato.
ART 23
Esses artigos, se acontecerem, exclui o crime. Todo fato típico é também ilícito, a não
ser que ocorra uma causa excludente da ilicitude. Só pode alegar excludente de ilicitude quem
já sabia disso antes do fato. A consciência tem que ser anterior ao fato.
A expressão excesso pressupõe uma inicial situação de legalidade, seguida de uma tuar
extrapolando limites. O exagero, decorrendo dolo ou culpa será punido
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ART. 24
Estado de necessidade – poder vir das mais diversas formas, inclusive do estado de
necessidade. Ataques de animais. Em relação à função.
Se há dois bens em perigo, permite-se que seja sacrificado um deles, pois a tutela penal,
nas circunstâncias do caso concreto, não consegue proteger a ambos.
Requisitos – perigo atual (perigo iminente real ou putativo), que a situação de perigo
não tenha sido causada voluntariamente pelo agente, salvar direito próprio ou alheio e
inexistência de dever legal de enfrentar o perigo, inevitabilidade de comportamento lesivo,
inexigibilidade de sacrifício do interesse ameaçado, conhecimento da situação de fato
justificante.
ART. 25
Legítima Defesa – alguém tem que ter provocado a agressão para que o outro se
defenda. Se o animal for açulado, ele se transforma em um mero instrumento de defesa de seu
dono. Em relação à pessoa.
- Legítima defesa putativa (imaginária) – Autoriza a reação como legítima defesa real.
Se provar, não responder pelo crime.
Requisitos – agressão injusta, atual ou iminente, uso moderado dos meios necessários e
proteção do direito próprio ou de outrem, conhecimento da situação de fato significante.
Quando há erro de execução na legitima defesa, a situação deve ser considerada como
se praticada contra o real agressor, não descaracterizando a legítima defesa.
Estrito cumprimento do dever legal – Se o dever é legal, é previsto em lei. Quem tem
dever legal é funcionário público. Saber se ele agiu no estrito cumprimento do dever. Cabe
homicídio doloso, dependendo do caso, se estiver ausente sem justificativa. Me comporto nos
exatos limites que a lei me permite. Cede espaço à obediência hierárquica, excludente de
culpabilidade. O agente deve ter conhecimento de que está praticando a conduta em face de um
dever imposto pela lei.
Exercício regular de um direito – Teoria do Homem médio. O que o grupo disser que
é necessário é o que é colocado como lei para aquele grupamento social. (Ex: Jogo de futebol,
MMA). São requisitos dessa justificante a proporcionalidade, a indispensabilidade e o
conhecimento do agente de que atua concretizando seu direito previsto em Lei.
- Ofendículos: Material colocado à disposição do patrimônio, para assegurar o
patrimônio. O problema começa no momento em que esse material começam a atuar.
- Defesa mecânica pré-disposta: Legítima defesa deve ser no momento e não, anterior.
Agressão injusta - somente poderá vir de um ser-humano.
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Excludente de culpabilidade (Exclui a pena).
Culpabilidade: Juízo de censura ou reprovação que se estabelece sobre um fato típico
e ilícito e que tem como pressupostos a imputabilidade, a potencial consciência da ilicitude e
também a exigibilidade de conduta adversa.
Imputabilidade - O imputável é aquele que tem capacidade de entendimento e se
coloca de acordo com a determinação (acima de 18 anos). (vontade e consciência). Utilizado o
Critério biopsicológico, aquele em que em razão de condição mental era, ao tempo da conduta,
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com
esse entendimento. Não basta ser portador de anomalia psíquica para ser inimputável. Será
denunciado e processado, mas ao final, deve ser absolvido (absolvição imprópria). Em se
tratando de delido permanente a imputabilidade dever ser aferida no momento em que sessa a
conduta.
Potencial consciência da ilicitude – possibilidade que tem o agente imputável de
compreender a reprovabilidade de sua conduta.
Exigibilidade de conduta adversa – exige-se que nas circunstancias tivesse a
possibilidade de atuar de acordo com o ordenamento jurídico.
Sansão é gênero que comporta duas espécies: 1 Pena: A partir dos 18 anos destinada ao
imputável. 2 Medida de Segurança: A partir dos 18 anos destinada ao inimputável e ao semi-
impultável.
Medidas de segurança
Medida de segurança detentiva – equivale a internação.
Medida de segurança restritiva – equivale a tratamento ambulatorial.
Medida de segurança não está ligado a apenas inimputabilidade e a semi-
imputabilidade. Ela tem ligação com a penas de detenção e pena de retenção. O que vai
determinar a internação ou tratamento é o tipo de pena aplicado ao crime.
Na medida de segurança, a pessoa é internada por que é perigoso. Critério
periculosidade. Não acontece por tempo indeterminado, é pega a pena máxima para o crime e
a pessoa ficar internada até esse tempo.
Inimputável é aquele que não tem capacidade de entendimento e autodeterminação e
não terá em momento algum. Categorias: Louco de todo o gênero, aquele que tem
desenvolvimento mental incompleto, desenvolvimento mental retardado (oligofrênico).
Dependente químicos e alcoólatras - Estágio de iniciante (toma esporadicamente),
intermediário (tem que tomar todo dia) e dependência rígida (não pode dispor da substância
sem grave sofrimento físico e mental – estará no quadro de patologia – apenas nesse estágio é
inimputável).
No caso da semi-imputabilidade (fronteiriço): Louco de todo o gênero (imputa a menor
pena), aquele que tem desenvolvimento mental incompleto (converte a pena em medida de
segurança), desenvolvimento mental retardado (oligofrênico) (para o processo e interna o
sujeito).
ART. 27
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Não interessa o que foi feito antes dos 18 anos. Menor idade e culpabilidade são
incomunicáveis. Após os 18, é colocado como bons antecedentes, zera o currículo criminal.
OBS: Menores de 18 anos: Ato infracional (previsão Estatuto da Criança e do
Adolescente – ECA): Inimputável por critério biológico (Art. 27 CP).
ART. 28
Vis absoluta (coação física irresistível) – excludente de ilicitude. – Sem dolo e sem culpa
não pode ser responsabilizado pelo crime. Não há escolha.
Vis relativa – Coação moral irresistível (não tem escolha, tem crime, consciência viciada
e não tem pena) e coação moral resistível (tem crime, consciência viciada, tem escolha e
responde por pena diminuída). Há escolha.
ART. 29
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Autor intelectual – quem organiza a atividade criminosa e nunca realiza verbo (Art. 62
do CP)
Autoria colateral – ocorre quando os coautores, não guardam liame subjetivo (aquilo
que une as intensões) entre si, não sabem um da atividade do outro, mas praticam o crime ao
mesmo tempo.
Autoria colateral incerta – sem pune pela certeza do direito. Os dois respondem
por tentativa.
Crime monosubjetivo (de concurso eventual) – eventualmente várias pessoas
podem se reunir para a prática daquele crime, mas é geralmente feito por uma pessoa só.
Crime plurisubjetivo (de concurso necessário) – precisa de um número
determinado de pessoas para ser pluri.
Art. 288 você se associa para a prática de crimes. Caracterizado esse art. Todos
respondem pelo 288. Não precisa conhecer todos.
Concurso material de crimes – soma a pena de cada um deles.
Associação é de pessoas – não importa a idade ou problema mental – mas tem que ser
com a finalidade de cometer crimes
Concurso de agentes - precisa entrar na fase de execução do crime, quando tem mais de
um agente. Todos se conhecem.
Delito multitudinário – aquele onde não há planejamento com os demais indivíduos, não
há prévio ajuste entre eles, mas em algum momento haverá um gatilho que faz com que as
condução se tornam convergentes.
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