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Há um ato estatal que vai gerar confiança nos administrados e na situação em que vai
assumir relevância, depois o poder Público vai tomar uma conduta contrária a sinalizar
esse ato gerador da confiança. O administrado vai se pautar por isso, depois a
Administração vai atuar em sentido contrário, quebrando essa confiança, daí o
contribuinte deve ser protegido com base na confiança.
Situação bem recorrente é a da guerra fiscal, quanto à segurança jurídica. Guerra fiscal
é questão da concessão unilateral de incentivos como no icms para chamar empresas a
se instalarem no ente tributante. No Estado temos a situação da GM, que tem programa
específico de estímulo. Isso suscita problema de inconstitucionalidade, pois, para a
concessão do benefício no icms deve haver discussão entre os Estados. Há LC 24/75 que
exige reserva de convênio e que esse seja aprovado por unanimidade. No âmbito do
ICMS, se um Estado não quiser conceder o benefício tributário, pois a decisão deve ser
unânime, normalmente não sai. Como o Estado não consegue a unanimidade entre os
Estados, ele concede o benefício de forma unilateral, que é inconstitucional. Depois se
questiona por meio de ação direta de inconstitucionalidade o ato que concedeu a
exoneração. STF diz que é inconstitucional.
Rito abreviado para tramitação de ADI. Não vai ser apreciada a medida cautelar, indo
direto para o julgamento do mérito após tomar informações.
Situação polêmica da guerra fiscal: art. 178. Situação em que o Estado resolve dar
benefício no ICMS, ocorrendo de forma plenamente legítima, conseguindo autorização
do CONFAZ e sai lei estadual concedendo o benefício. Empresa se instala no território.
Isenção por 20 anos. Inauguração da fábrica: sai lei estadual revogando a isenção. Seria
claramente inconstitucional, contra o princípio da confiança, ainda que as isenções
possam ser revogadas a qualquer tempo. Isenções onerosas, pois o contribuinte deve
cumprir certos pressupostos para fazer jus à isenção. O art. 178 é interpretado a
contrario sensu.
Casos de aplicação em que a Justiça apreciou lei do bem. Empresa de informática obtém
benefícios. Dell, Positivo, para fabricar equipamentos específicos. Lei sucessivamente
renovada até 2018. Revogada antes do fim da última renovação. Contexto de isenção
onerosa, mas tem a peculiaridade de prazo inicial, que foi respeitado. Depois houve
renovação. Na terceira renovação, se revogou antes do fim do prazo. Código fala em
isenção. A lei do bem falava sobre alíquota zero. Tribunal entendeu que a alíquota zero
NÃO se confunde com isenção, então não seria aplicável o art. 178 do CTN.
Concretização do princípio da confiança. O princípio deve ser aplicado. Princípio da
segurança jurídica. O tribunal, no entanto, negou a tutela aos contribuintes.
STF muda a jurisprudência durante a tramitação de uma ação. O STF pode mudar de
orientação, mesmo que fosse antes firmada. A proteção da confiança como fica?
Modulação da alteração de jurisprudência? STF diz que nunca houve jurisprudência
firmada, pois o plenário do STF julgou mais de um caso, mas nunca transitou em julgado.
A decisão não transitou em julgado, mas ninguém espera esse fato para aplicar o
entendimento, até mesmo para rescindir outras decisões. O STF acabou negado a tutela
aos particulares, dizendo que sequer houve alteração de jurisprudência.
Caso da revogação da COFINS para profissionais liberais. Sociedade de profissionais
liberais não precisaria pagar COFINS, pois a revogação dessa contribuição ocorreu por
lei complementar. Alterou-se a tributação. Passou a ser como a da pessoa jurídica,
passando a pagar COFINS. Se revogou a concessão que existia. Sociedade de advogados.
Escritório que não pagava COFINS e hoje tem que pagar, se não estiver no SIMPLES
nacional. O STJ estava julgado a matéria e entendeu que não houve revogação legítima,
então não poderia tributar. O STF, por sua vez, não conhecia por se tratar de norma
infralegal. O STF, contudo, depois passou a derrubar a decisão do STJ. Os contribuintes
alegaram a alteração de jurisprudência, então pediam pela modulação dos efeitos.
Situação específica que se modulou a favor dos contribuintes.
Arts. 45 e 46 da lei 8212/91. Lei ordinária diz que para certas contribuições o prazo é de
10 anos. A lei ordinária dobrou o prazo decadencial e prescricional previstos no CTN,
que é lei complementar. Os prazos de decadência são sujeitos a lei complementar?
Contribuintes que não haviam entrado com ações judiciais não poderiam requerer
efeitos retroativos. Quem entrou, poderia pedir o afastamento dessas leis.
Irretroatividade.
Previsão constitucional no art. 150, III, a, CF. Vamos ver o princípio da retroatividade,
depois anterioridade. Ambos relacionados à segurança jurídica. Para aplicação da
irretroatividade, temos dois marcos. Fato gerador e vigência da lei. A CF diz que
nenhuma lei tributária pode ser aplicada para alcançar fato passado, anterior à vigência
da lei. É interessante notar que no princípio da anterioridade os marcos são diferentes.
Na anterioridade, o outro marco não é a vigência da lei, mas a data da publicação, além
do fato gerador. A grosso modo, a anterioridade é uma exigência constitucional de
vacatio legis. Prazos mínimos para que uma lei gravosa possa começar a ser aplicada.
Se a lei fosse publicada, o fato gerador ocorresse após e, então, a lei entrasse em vigor.
Nessa situação, a lei publicada em uma data, se aplicada ao fato gerador, terá aplicação
retroativa. O que importa é a vigência. Para aplicação da lei, importa o começo da
vigência. Nessa vigência, ela acaba sendo imposta pelo princípio da anterioridade. Nessa
aplicação poderá ter aplicação de dois princípios de forma simultânea. Se uma lei é
aplicada a um fato gerador ocorrido antes da sua vigência, haveria violação da
anterioridade e da irretroatividade. Autores dizem que anterioridade tributária só vai
classificar irretroatividade tributária. São princípios separados, ainda assim.
O STF diz que o Poder Público não pode invocar essa garantia, pois ela é dos
contribuintes e não pode ser invocada pelo ente estatal que editou a própria lei.
Súmula 584, STF. A lei aplicável ao imposto de renda é aquela vigente no ano em que
deve ser apresentada a declaração de ajuste.
LOA aprovada no final do ano. Previsão legal das despesas e do que é necessário para
fechar as contas. Os contribuintes estão envolvidos nas festas de final de ano. Essa lei
aumentou o imposto de renda da pessoa física e criou uma nova faixa de alíquota de
35% e diz que essa nova faixa deve ser aplicada aos rendimentos auferidos em 2017 e
2016. A lei poderia aumentar no final de 2017 o imposto de renda e dizer que os
contribuintes têm que pagar a alíquota majorada quando os rendimentos do ano
anterior? Situação de retroatividade própria. Seria claramente inconstitucional. Já a
retroatividade imprópria objeto da controvérsia seria discutida como legítima ou não.
2016 própria. 2017 imprópria. 2017 é um período em curso, não acabou ainda. A lei foi
editada quando não havia se encerrado o período do tributo. Vai se dizer quanto ao fato
gerador. Marco é quando começou o terminou o fato gerador? Se for relevante quando
ele começou a correr, deveria a lei estar em vigor em primeiro de janeiro. Assim que
deveria ocorrer, para o prof. STF diz que não teríamos aplicação retroativa da lei e,
então, por consequência seria legítimo.
A lei está se aplicando a fato passado. Questão é se aplicação é legítima ou não, no final
do ano abranger todos os rendimentos auferidos pelo particular anteriormente.
Aspecto temporal no imposto de renda se verifica no final do ano, no apagar das luzes.
Quando celebramos a virada do ano, a norma tributária incide de modo infalível, pois o
fato gerador se perfectibilizou. Por isso se fala em aspecto temporal. Hipótese de
aspectos temporal, espacial e material. O aspecto temporal serve para dizer quando que
a norma tributária incide, o STF se baseia nessa concepção.
A doutrina critica maciçamente essa súmula 584 do STF. Quem primeiro criticou foi
Luciano Amaro, que começou a ganhar corpo. As decisões mais recentes são pela
aplicação da súmula, ainda que o STJ decida em contrário.
A anterioridade vai dizer que a lei tributária só pode entrar em vigor no ano seguinte à
sua aplicação. Se entra no ano seguinte, ela não poderia estar em vigor naquele
momento do exemplo. A súmula não se sustentaria perante o princípio da
anterioridade, portanto.
Apresentação colegas
RE 559943 – INSS contra acórdão da TRF4. Inconstitucionalidade dos artigos da lei da
seguridade social. Objeto do recurso era qual o prazo prescricional para a cobrança dos
créditos oriundos da seguridade social. INSS diz que o prazo de 5 anos do CTN não é
norma geral, podendo ser alterado por lei ordinária. Não se decidiu em favor do
contribuinte neste caso. Havia vício de inconstitucionalidade, pois a matéria deveria ser
tratada por lei complementar, baseada no art. 146, b, do CF. Vencido o ministro Marco
Aurélio. TRF dizia que o prazo era quinquenal.
Qual o problema desta decisão? Foi uma modulação com um critério que incentiva a
judicialização. STF decidiu que quem já tivesse em juízo teria direito à aplicação deste
entendimento, e quem não pagou não teria que pagar. Dois prazos, para autuar o
contribuinte e para cobrar o tributo. Os contribuintes devem questionar tudo, diz o
Tribunal. Vai contra a isonomia também.
Uma lei pode alterar outra lei, então tudo bem até aí. O problema é a aplicação no
passado da lei. LC de 2005. Derruba a interpretação do STJ retroativamente. O STJ diz
que a lei é inconstitucional. STF fala também que é inconstitucional nesta parte da
aplicação retroativa.
Princípio da anterioridade.
Modalidades
Nonagesimal: prazo fixo de 90 dias entre a data de publicação da lei e o começo de sua
incidência.
O problema é que há várias exceções previstas na CF. A regra está no art. 150, III, b e c.
Exceções no parágrafo 1o, do art. 150 + 195, parágrafo 6o.
EXERCÍCIO NONAGESIMAL
REGRA SIM SIM
IMPOSTO DE RENDA – poderia voltar ao começo
do ano pelo entendimento do STF
SIM NÃO
BASE DE CÁLCULO DO IPTU E IPVA (se for a
alíquota, se aplica as duas. A base de cálculo
pode ser atualizada por decreto)
IPI (exceção à reserva absoluta de lei, pois as
alíquotas podem ser alteradas por decreto) E NÃO SIM
CONTRIBUIÇÕES DE SEGURIDADE SOCIAL (razão
histórica)
IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO e
IOF (se altera por decreto, são situações
emergenciais, em que não se pode esperar o NÃO NÃO
congresso)