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27 de maio de 2006
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INTRODUÇÃO
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Sumário
1 Primeiros Passos 8
1.1 Tarefas Impossı́veis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.1.1 A morte do barbeiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.1.2 A prova surpresa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.1.3 Os Irmãos Gananciosos . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
1.2 Organizando as Idéias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.3 Verdadeiro ou Falso? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.4 O Método de Redução ao Absurdo . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.5 Dicas para Resolver Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2 Divisibilidade 29
2.1 Conceitos Fundamentais e Divisão com Resto . . . . . . . . . 29
2.2 Máximo Divisor Comum e Mı́nimo Múltiplo Comum . . . . . 38
2.3 Números Primos e Compostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
2.3.1 O Crivo de Eratóstenes . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
2.3.2 O Teorema Fundamental da Aritmética . . . . . . . . 53
2.3.3 Identificando Números Compostos . . . . . . . . . . . 58
2.4 Um pouco sobre Equações Diofantinas . . . . . . . . . . . . . 63
2.5 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
3 Contagem 69
3.1 Princı́pio Aditivo de Contagem . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
3.2 Princı́pio Multiplicativo de Contagem . . . . . . . . . . . . . 76
3.3 Uso simultâneo dos Princı́pios Aditivo e Multiplicativo . . . . 82
3.4 Permutações Simples . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
3.5 Arranjos Simples . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
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6 SUMÁRIO
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Sumário
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Capı́tulo 1
Primeiros Passos
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Majestade, caso Vossa Alteza decida publicar tal decreto, o pobre Bar-
beiro Real terá que ser morto, pois é humanamente impossı́vel cumpri-lo.
Apesar de Vossa Majestade já saber disso, vou com sua permissão tomar a
liberdade de me explicar:
“Imagine que tal decreto seja publicado e esteja em vigor em seu fabuloso
reino. Neste caso, restariam ao barbeiro duas possibilidades:
• O barbeiro se barbeia.
Neste caso, ele estaria descumprindo seu decreto de barbear somente
quem não se barbeia. Assim ele deveria ser morto.
Note Vossa Sabedoria, que sabe mais do que eu, que ele seria morto de
qualquer modo caso tal decreto entrasse em vigor, aumentando ainda mais
a insatisfação do povo. Assim, a humilde sugestão de seu servo é que em
sua graça e bondade, a publicação de tal decreto seja adiada.”
Depois dessas palavras sábias e precisas do Mago da Corte, a vida do
pobre barbeiro foi salva e ele viveu até os últimos dias de sua vida cortando
feliz a barba de quem se barbeasse e de quem não se barbeasse.
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Como ele conhece seu irmão e sabe que se deixasse os dois doces ele iria
tirá-los, ele acabaria o jogo quando houvesse três doces no saco.
Neste momento, argumentamos por analogia: quando houvesse quatro
doces no saco, Cosme saberia que se tirasse um doce, Damião tiraria dois e
acabaria com a distribuição. Assim, ele tiraria dois doces e acabaria a dis-
tribuição quando houvesse quatro doces na sacola. Por sua vez, o Damião...
Argumentando de trás-para-frente, concluı́mos que o Cosme deveria tirar
na sua primeira escolha dois doces e acabar com a distribuição. Entendeu?
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Logo, temos que a1 − b1 > 0, pois b2 − a2 > 0. Isso significa que A teve
mais derrotas que B, como querı́amos demonstrar.
Assim, como estes dois exemplos mostram, ao depararmos com um prob-
lema em Matemática, devemos ter cuidado ao tirar conclusões apressadas
para evitar que cometamos algum engano. Pode acontecer que uma situação
que é claramente falsa para um observador menos atento, se mostre ver-
dadeira quando fazemos uma análise mais criteriosa.
• Deste modo, não podemos supor que a tese é falsa, onde ela deve ser
verdadeira.
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• Hipótese: n é par.
• Tese: n2 é par.
n = 2k.
• Hipótese: n2 é par.
• Tese: n é par.
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n2 n
4 2
16 4
36 6
64 8
100 10
144 12
Demonstração. Como estamos assumindo que n não é par, logo n tem que
ser ı́mpar, ou seja, existe k, número natural, tal que n = 2k + 1. Logo,
n2 = (2k + 1)(2k + 1)
= 4k 2 + 2k + 2k + 1
= 4k 2 + 4k + 1
= 2(2k 2 + 2k) + 1,
n2 = 2q + 1
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x y z
1 1 36
1 2 18
1 3 12
1 4 9
1 6 6
2 2 9
2 3 6
3 3 4
x y z x+y+z
1 1 36 38
1 2 18 21
1 3 12 16
1 4 9 14
1 6 6 13
2 2 9 13
2 3 6 11
3 3 4 10
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existe um mais velho, o que descarta o caso (1,6,6). Assim, as idades são 2,
2, e 9.
Solução. Este é o tipo de problema que a primeira vista pode parecer difı́cil,
mas que quando usamos todas as informações do seu enunciado se torna
fácil. A idéia é dividir as moedas em três grupos de três moedas cada, que
chamaremos grupos A, B e C. Colocaremos na balança os grupos A e B e
deixaremos o grupo C fora. Podem acontecer duas coisas:
(b) Os pratos ficam equilibrados, logo a moeda mais leve foi a que ficou
fora.
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se uma pessoa descobre que possui olhos azuis ela se suicida à meia-noite
do dia em que descobriu, pulando do alto da prefeitura. Por conta disso,
ninguém conversa sobre o assunto, olha para espelhos ou vê seu reflexo na
água. Todos se cruzam diariamente e conhecem os olhos de seus amigos.
Numa manhã, um estrangeiro chegou a ilha e reuniu as dez pessoas para o
seguinte pronunciamento:
Pergunta-se:
Dicas:
1. Fazer o caso uma pessoa com olhos azuis e uma com olhos verdes;
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acertou com o gerente pagar um elo por dia, sem atrasar ou adiantar o
pagamento, durante os 31 dias. O gerente pode dar troco em elos. Depois
ele deseja recuperar a corrente e por isso ele quer pagar a conta cortando
a corrente no menor número de pedaços. Quantos cortes você conseguiria
dar e pagar a conta?
Gerente Viajante
Elos 1, 2 28
Note que o número 2 denota o pedaço que contém 2 elos. Para pagar o
4◦ dia, cortaremos a corrente de modo a obter um pedaço com quatro elos.
Entregamos ao gerente este pedaço e recebemos de troco um elo solto e um
pedaço com dois elos. Com o elo solto, pagamos o 5◦ dia. Assim, no 5◦ dia
teremos o seguintes grupos de elos:
Gerente Viajante
Elos 1, 4 2, 24
Assim, pagamos o 6◦ dia com o pedaço que contém dois elos e rece-
beremos o elo solto de troco. Finalmente pagaremos o 7◦ dia com o elo
solto. Note que foi possı́vel pagar 7 dias com apenas três cortes na corrente.
A continuação do procedimento está quase revelada. Para pagar o 8◦ dia,
cortaremos um pedaço com oito elos. Daremos este pedaço e receberemos
de troco 7 elos, sendo um elo solto, um pedaço com 4 e um pedaço com dois
elos. Repetindo o procedimento anterior, pagaremos os 7 dias seguintes, pa-
gando até o 15◦ dia sem precisar de cortes adicionais. Ou seja, para pagar
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Gerente Viajante
Elos 1, 2, 4, 8 16
(a) (b)
Figura 1.1::
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1 2 3
4 5 6
7 8 9
Figura 1.2::
9
2• •
•4
7 • • • 3
• •
6 • 8
1
Figura 1.3::
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posição dos cavalos branco e preto sem que em algum momento eles ocupem
a mesma casa.
CP
9
2• •
•4
CP 7 • • • 3 CB
• •
6 • 8
1
CB
• • •
• • •
• • •
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com um desses desafios, imaginando que você deve ser uma máquina de
resolver problemas. Resolva isso, afirma ele, esperando que você não consiga
imaginar a solução. Para se vingar desses inoportunos, daremos a solução
desse problema e complementaremos a receita dando uma generalização no
exemplo 5.11 do Capı́tulo 5.
A solução desse problema passa por extrapolar o convencional. Podemos
tentar várias vezes cobrir os nove pontos com quatro segmentos sem tirar o
lápis do papel, mas só iremos de fato conseguir fazer isso se libertarmos as
nossas idéias e nos permitirmos sair um pouco do convencional. Se você é
curioso e não quer tentar por si só resolver esse problema, veja a solução no
exemplo 1.9 do Capı́tulo 5. Recomendamos que você tente resolver sozinho
o desafio.
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Capı́tulo 2
Divisibilidade
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30 [CAP. 2: DIVISIBILIDADE
(a) Se a | b e b | c então a | c;
b = aq1 (2.1)
e
c = bq2 . (2.2)
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c = a q1 q 2 , (2.3)
|{z}
q∈Z
b = aq1 , q1 ∈ Z (2.4)
e
c = aq2 , q2 ∈ Z. (2.5)
Operando com os ambos lados das igualdades (2.4) e (2.5) temos que
b + c = a(q1 + q2 ) e b − c = a(q1 − q2 ),
| {z } | {z }
r∈Z s∈Z
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32 [CAP. 2: DIVISIBILIDADE
10m = |99 {z
· · · 9} +1.
m vezes
= bn · |99 {z
· · · 9} +bn−1 · |99 {z
· · · 9} + · · · + b1 · 9 + bn + bn−1 + · · · + b0
n vezes n−1 vezes
³ ´
· · · 1} +bn−1 · |11 {z
= 9 bn · |11 {z · · · 1} + · · · + b1 + bn + bn−1 + · · · + b0 .
| {z }
n vezes n−1 vezes S
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k = a1 · |11 {z
· · · 1} +a2 · |11 {z
· · · 1} + · · · + an−1 .
n−1 vezes n−2 vezes
N = 13424136 + 1234567890
é divisı́vel por 3.
Solução. Note que não precisamos fazer a soma dos números anteriores.
Para mostrar isso, basta aplicar o item (ii) da Proposição 2.3 e o item (i)
da Proposição 2.5, observando que cada um dos números acima é divisı́vel
por 3, pois a soma de seus dı́gitos é um múltiplo de 3.
r1 = 31 − 7 · 1 = 24,
r2 = 31 − 7 · 2 = 17,
r3 = 31 − 7 · 3 = 10,
r4 = 31 − 7 · 4 = 3,
r5 = 31 − 7 · 5 = −4,
r6 = 31 − 7 · 6 = −11,
..
.
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34 [CAP. 2: DIVISIBILIDADE
Claramente 31 não é divisı́vel por 7, pois caso contrário terı́amos que alguma
das diferenças acima seria igual a zero, o que é impossı́vel pois as diferenças
rq := 31 − 7q com 1 ≤ q ≤ 4 são todas positivas e com q ≥ 5 são todas
negativas. Entretanto, notamos que dentre as diferenças positivas a única
que é menor que 7 corresponde ao caso q = 4. O resultado seguinte nos
diz o que acontece no caso geral da divisão de um inteiro b por um inteiro
positivo a.
Teorema 2.7 (Algoritmo da Divisão). Dados dois inteiros a e b, com
a > 0, existem únicos inteiros q e r tais que
b = aq + r, 0 ≤ r < a.
R = {b − aq ∈ Z; b − aq ≥ 0} ⊆ N ∪ {0} (2.8)
Notemos que o conjunto R é não-vazio, pois b − a ∈ R, já que b − a > 0.
Deste modo, pelo Princı́pio da Boa Ordenação temos que R admite um
menor elemento, que denotaremos por r. Claramente r = b − aq, para
algum q ≥ 0; assim como r ≥ 0, pois foi escolhido com essa condição. Além
disso, r < a pois caso contrário
r = b − aq ≥ a ⇒ b − a(q + 1) ≥ 0. (2.9)
Aliás,
a > 0 ⇒ b − a(q + 1) < b − aq. (2.10)
Das desigualdades (2.9) e (2.10) segue que
b = aq1 + r1 , 0 ≤ r1 < a.
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Solução. É claro que este número é muito grande e seria muito tedioso
multiplicar 2043 vezes o número 2 para descobrir o último dı́gito de 22043 .
Entretanto, se calculamos as primeiras potências vemos que existe regular-
idade nos resultados, como mostra a tabela a seguir.
21 =2 22 = 4 23 =8 24 = 16
25 = 32 26 = 64 27 = 128 28 = 256
29 = 512 210 = 1024 211 = 2048 212 = 4096
213 = 8192 214 = 16384 215 = 32768 216 = 65536
Portanto, só resta saber que resto deixa 2043 na divisão por 4. Como
2043 = 510 · 4 + 3, o número 22043 aparecerá na terceira coluna da tabela,
logo o último dı́gito deste é 8.
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36 [CAP. 2: DIVISIBILIDADE
N1 = aq1 + r1 e N2 = aq2 + r2 ,
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r1 r2 = ap + r, p ∈ Z, 0 ≤ r < a. (2.13)
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38 [CAP. 2: DIVISIBILIDADE
n2 − 1 = 4k(k + 1) = 4 · 2q = 8q,
Exemplo 2.13. Prove que em qualquer triângulo retângulo com lados in-
teiros, pelo menos um deles é múltiplo de 3.
n n2
0 0
1 1
2 1
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40 [CAP. 2: DIVISIBILIDADE
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Usando o item (a) e o fato de k ser positivo, da igualdade acima segue que
ax1 + cy1 = 1,
bx2 + cy2 = 1.
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42 [CAP. 2: DIVISIBILIDADE
abx0 + acy0 = a.
logo c | a.
Apesar de conhecermos propriedades teóricas do m.d.c entre dois in-
teiros, encontrá-lo de fato pode ser uma tarefa complicada, sem auxı́lio das
ferramentas corretas. Lembrando o seu significado, o leitor talvez pudesse
pensar que devemos calcular todos os divisores de a, todos os divisores de
b e descobrir qual é o maior elemento comum aos dois conjuntos.
Na prática, para achar o m.d.c se faz uso de um importante método
denominado Algoritmo de Euclides.
Teorema 2.19 (Algoritmo de Euclides). Dados dois inteiros positivos,
a e b, aplicamos sucessivamente o algoritmo da divisão para obter a seguinte
seqüência de igualdades
b = aq1 + r1 , 0 ≤ r1 < a,
a = r1 q2 + r2 , 0 ≤ r2 < r1 ,
r = r q + r , 0 ≤ r3 < r2 ,
1 2 3 3
(2.15)
··· ··· ··· ··· ···
rn−2 = rn−1 qn + rn , 0 ≤ rn < rn−1 ,
rn−1 = rn qn+1 .
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4n + 15 = (2n + 8) · 1 + 2n + 7,
2n + 8 = (2n + 7) · 1 + 1,
2n + 7 = (2n + 7) · 1.
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44 [CAP. 2: DIVISIBILIDADE
| ·{z
Exemplo 2.23. Achar o m.d.c.(111 · · 111}, 11
| ·{z
· · 11})
100vezes 60 vezes
| ·{z
m.d.c.(111 · · 111}, 11 · · 11}) = 1019 + 1018 + · · · + 1 = |11 ·{z
| ·{z · · 11} .
100 vezes 60 vezes 20 vezes
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46 [CAP. 2: DIVISIBILIDADE
Caso 1: (a, b) = 1.
Sabemos que b | [a, b] e [a, b] = qa, para algum q ∈ N. Então b | qa e
além disso (a, b) = 1. Logo, pelo item (v) da Proposição 2.18 temos que
b | q. Portanto, b ≤ q e conseqüentemente
ab ≤ aq = [a, b]. (2.19)
Entretanto, da definição de [a, b] vale que
[a, b] ≤ ab. (2.20)
Das desigualdades (2.19) e (2.20) segue que ab ≤ [a, b] ≤ ab. Assim, ab =
[a, b] = [a, b] · 1 = [a, b] · (a, b).
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ou seja
15 · 18
T = [15, 18] = = 90.
3
Portanto, N1 = 6 e N2 = 5.
Finalizamos esta seção com um exemplo que nos fornece uma bela in-
terpretação geométrica do mı́nimo múltiplo comum. O mesmo foi proposto
na Olimpı́ada Brasileira de Matemática.
D C
A B
Figura 2.1::
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48 [CAP. 2: DIVISIBILIDADE
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50 [CAP. 2: DIVISIBILIDADE
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2 3 4 5 6 7 8 9 10
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
2 3 5 7 9
11 13 15 17 19
21 23 25 27 29
31 33 35 37 39
2 3 5 7
11 13 17 19
23 25 29
31 35 37
2 3 5 7
11 13 17 19
23 29
31 37
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52 [CAP. 2: DIVISIBILIDADE
2 3 5 7 11 13 17 19 23 29
31 37 41 43 47 53 59 61 67 71
73 79 83 89 97 101 103 107 109 113
127 131 137 139 149 151 157 163 167 173
179 181 191 193 197 199 211 223 227 229
233 239 241 251 257 263 269 271 277 281
283 293 307 311 313 317 331 337 347 349
353 359 367 373 379 383 389 397 401 409
419 421 431 433 439 443 449 457 461 463
467 479 487 491 499 503 509 521 523 541
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Mn = 2n − 1
560 = 56 · 10 = 7 · 8 · 5 · 2 = 7 · 2 · 2 · 2 · 5 · 2,
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54 [CAP. 2: DIVISIBILIDADE
onde cada um dos fatores que aparecem no produto são números primos.
Perguntamo-nos, o que acontece se começamos com uma outra fatoração
inicial de 560, por exemplo, 560 = 28 · 20. Vejamos:
560 = 28 · 20 = 14 · 2 · 10 · 2 = 7 · 2 · 2 · 5 · 2 · 2.
Surpreendentemente chegamos à mesma representação anterior, salvo a or-
dem dos fatores.
2 7
5
2
Figura 2.2: O número 560 é composto de 4 células do tipo 2 , uma célula do tipo
7 e uma célula do tipo 5.
O fato observado acima vale para qualquer número natural maior que
1. Especificamente, temos o seguinte resultado conhecido como Teorema
Fundamental da Aritmética.
Teorema 2.34 (Teorema Fundamental da Aritmética). Todo número
natural N maior que 1 pode ser escrito como um produto
N = pα1 α2 α3 αm
1 · p2 · p3 · · · pm , (2.25)
onde m ≥ 1 é um número natural, αi ∈ N e pi é primo para todo 1 ≤ i ≤ m
. Além disso, a fatoração em (2.25) é única se exigirmos que p1 < p2 <
· · · < pm .
Demonstração. Seja N um inteiro maior que 1. Denotando por p1 seu menor
divisor primo tem-se que
N = p1 β1 , 1 ≤ β1 < N.
Se β1 = 1, então N1 = p1 e a fatoração desejada é obtida. Caso contrário,
denotando por p2 o menor divisor primo de β1 tem-se que
N = p1 p2 β2 , 1 ≤ β2 < β1 .
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56 [CAP. 2: DIVISIBILIDADE
p1 p2 · · · pr = q1 q2 · · · qs
| {z } | {z }
α β
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Finalizamos esta seção com um exemplo que mostra como podemos com-
binar os fatos estudados para resolver problemas mais difı́ceis
Exemplo 2.39. Encontre todos os números que são formados por 4 algar-
ismos da forma aabb e que sejam quadrados perfeitos.
N 2 =aabb ;
¡ ¢
N 2 =103 a + 102 a + 10b + b = 103 + 102 · a + (10 + 1) · b ;
N 2 =1100 · a + 11 · b ;
¡ ¢ ¡ ¢
N 2 =11 100a + b = 11 99a + a + b ;
b ∈ {4, 5, 6, 9}.
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58 [CAP. 2: DIVISIBILIDADE
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¡ ¢
an − bn = (a − b) an−1 + an−2 b + an−3 b2 + · · · + abn−2 + bn−1 ,
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60 [CAP. 2: DIVISIBILIDADE
Exemplo 2.42. Mostre que para qualquer inteiro positivo n > 1 o número
qn = n4 + 4n nunca é primo.
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62 [CAP. 2: DIVISIBILIDADE
x5 − 1
= x4 + x3 + x2 + x + 1 = (x2 + 3x + 1)2 − 5x(x + 1)2 .
x−1
5125 − 1 ¡ 50 ¢2 ¡ ¢2
25
= 5 + 3 · 525 + 1 − 5 · 525 525 + 1 ,
5 −1
¡ ¢2 ¡ ¢2
= 550 + 3 · 525 + 1 − 526 525 + 1 ,
© ª2 © ¡ ¢ª2
= 550 + 3 · 525 + 1 − 513 525 + 1 ,
1 000
| {z. . . 00} 1 =102007 + 1;
2006 zeros
¡ ¢3
= 10669 + 1;
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x y
Figura 2.3::
ax + by = c, (2.30)
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64 [CAP. 2: DIVISIBILIDADE
onde a, b, c ∈ Z, com a 6= 0 e b 6= 0.
A equação (2.30) é chamada de equação diofantina linear e uma solução
desta é qualquer par de inteiros (x, y) que satisfaçam (2.30). É conhecido
que todos os pontos do plano, com coordenadas (x, y), que satisfazem a
igualdade (2.30) representam, geometricamente, uma reta. Logo, as soluções
de uma equação diofantina linear são os pontos de coordenadas inteiras
(também conhecidos como pontos latices) que estão dispostos sobre a reta
que esta representa. Por exemplo, os pontos (−1, −2) e (1, 1) são soluções
da equação diofantina 3x − 2y = 1, veja a Figura 2.4.
3
y
2
L
1
•
0
x
-1
-2
•
-3
-3 -2 -1 0 1 2 3
ax + by = c, a, b, c ∈ Z, com a 6= 0 e b 6= 0, (2.31)
tem solução se, e somente se, d | c, onde d = (a, b). Além disso, se (x0 , y0 )
é uma solução, então o conjunto de soluções de (2.31) é constituı́do por
todos os pares de inteiros (x, y) da forma:
x = x0 + t db e y = y0 − t ad , t ∈ Z. (2.32)
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Solução. Observemos que (12, 33) = 3 e que 3 | 27, logo a equação tem
infinitas soluções. Como sabemos, basta achar uma delas e teremos as
restantes. Para achar esta solução particular podemos trabalhar de duas
maneiras, que descrevemos a seguir:
Alternativa 1: Reduzimos a equação à forma equivalente
4x + 11y = 9,
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66 [CAP. 2: DIVISIBILIDADE
x = 5 + 11t e y = 4t − 1, t ∈ Z,
33 = 12 · 2 + 9,
12 = 9 · 1 + 3,
9 = 3 · 3 + 0.
3 = 12 − 9 · 1 e 9 = 33 − 12 · 2.
x = 27 + 11s e y = 4s − 9, s ∈ Z.
2.5 Exercı́cios
1. Encontre o resto que deixa
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(a) 19892005 ;
(b) 777777 + 250 ;
(c) 1 + 22 + 32 + · · · + 20052 .
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68 [CAP. 2: DIVISIBILIDADE
13. Prove que a soma dos quadrados de cinco números consecutivos não
é um quadrado perfeito.
14. Prove que 1 |00 ·{z
· · 00} 5 00
| ·{z
· · 00} 1 não é um cubo perfeito.
100−zeros 100−zeros
15. Use o Lema dos Restos para dar uma prova diferente para a Proposição 2.5.
16. Dados n ∈ N e aj ∈ Z, j = 0, 1, · · · , n; an > 0. Prove que o conjunto
© ª
Ln = an xn + an−1 xn−1 + · · · + a0 , x ∈ Z
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Capı́tulo 3
Contagem
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70 [CAP. 3: CONTAGEM
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72 [CAP. 3: CONTAGEM
de onde,
como desejávamos.
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Não iremos provar essa versão, mas o leitor pode (e deve!) mostrá-la
como exercı́cio, repetindo os argumentos anteriores. Vamos agora a uma
aplicação:
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74 [CAP. 3: CONTAGEM
|A1 | = 32,
|A2 | = 40,
|A3 | = 30,
|A4 | = 23,
4
X
nos dão que S1 = |Ai | = 125; as igualdades
i=1
|A1 A2 | = 19,
|A1 A3 | = 13,
|A1 A4 | = 2,
|A2 A3 | = 15,
|A2 A4 | = 15,
|A3 A4 | = 14,
X
nos dão que S2 = |Ai1 Ai2 | = 78; as igualdades
1≤i1 <i2 ≤4
|A1 A2 A3 | = 8,
|A1 A2 A4 | = 8,
|A1 A3 A4 | = 2,
|A2 A3 A4 | = 6,
X
nos dão que S3 = |Ai1 Ai2 Ai3 | = 24; assim como que S4 =
1≤i1 <i2 <i3 ≤4
|A1 A2 A3 A4 | = 2. ¯ ¯
¯[4 ¯
¯ ¯
Segue-se então, do princı́pio aditivo, que ¯ Ai ¯ = 125 − 78 + 24 − 2 =
¯ ¯
i=1
69.
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76 [CAP. 3: CONTAGEM
ou resumidamente,
¯Ã n !c ¯
¯ [ ¯ n
X
¯ ¯
¯ Ai ¯ = |Ac1 Ac2 · · · Acn | = (−1)j Sj .
¯ ¯
i=1 j=0
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Figura 3.2::
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78 [CAP. 3: CONTAGEM
A1 = {f1 , f2 , f3 , f4 } e A2 = {t1 , t2 }.
B = {b1 , b2 , b3 , b4 , b5 , b6 , b7 , b8 , b9 } e C = {c1 , c2 , c3 , c4 , c5 }.
V ={ a, e, i, o, u },
C ={ b, c, d, f, g, h, j, l, m, n, p, q, r, s, t, v, x, z }.
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Uma sı́laba, pela definição dada no nosso problema, é formada por uma
única consoante seguida de uma única vogal. Assim, o conjunto de todas
as sı́labas de nosso alfabeto é formado pelo conjunto C × V. Como |C| = 18
e |V| = 5, segue-se que o número de sı́labas possı́veis é 18 · 5 = 90.
Exemplo 3.12. De quantas maneiras 2 pessoas podem estacionar seus
carros numa garagem com 10 vagas?
Solução. Observando que a primeira pessoa pode estacionar seu carro de
10 formas distintas e que a segunda pessoa pode estacionar seu carro de 9
formas distintas, temos pelo princı́pio multiplicativo que existem 9 · 10 = 90
formas possı́veis nas quais duas pessoas podem estacionar seus carros numa
garagem com 10 vagas.
Exemplo 3.13. Dado o número 720, diga
(a) quantos divisores inteiros e positivos ele possui;
(b) dentre seus divisores inteiros e positivos, quantos são pares;
(c) dentre seus divisores inteiros e positivos, quantos são ı́mpares;
(d) dos divisores acima aludidos quantos são quadrados perfeitos.
Solução. Pelo Teorema Fundamental da Aritmética, todo número inteiro
positivo é primo ou produto de primos. Observe que a decomposição de 720
em fatores primos vem dada por:
720 = 24 · 32 · 51 . (3.3)
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80 [CAP. 3: CONTAGEM
(a) O conjunto de todos os possı́veis divisores de 720 vem dado pelo con-
junto A × B × C. De onde o número de divisores inteiros e positivos de
720 é |A × B × C|. Porém, o Princı́pio Multiplicativo nos garante que
|A × B × C| = |A| · |B| · |C|. Portanto, o número de divisores inteiros e
positivos de 720 é 5 × 3 × 2 = 30, pois |A| = 5, |B| = 3 e |C| = 2.
Portanto,
¯ o número de divisores ¯ ı́mpares e positivos de 720 é 1×3×2 =
6; pois ¯A − {21 , 22 , 23 , 24 }¯ = 1, |B| = 3 e |C| = 2.
(d) Para obter o conjunto de todos os divisores de 720 que são quadrados
perfeitos devemos ficar com as potências pares nos conjuntos A, B e
C, respectivamente. Portanto, devemos remover os elementos 21 , 23
do conjunto A. Também devemos remover o elemento 31 do conjunto
B. Finalmente do conjunto C devemos remover o elemento 51 . Logo, o
conjunto de todos os divisores quadrados perfeitos e positivos de 720
vem dado pelo conjunto
¡ ¢ ¡ ¢ ¡ ¢
D := A − {21 , 23 } × B − {31 } × C − {51 } .
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e em geral, defina
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84 [CAP. 3: CONTAGEM
Por exemplo,
• a palavra γγγγγ ∈ Aα ∩ Aβ ;
• a palavra γααγα ∈ Aβ ;
• a palavra βαβββ ∈ Aγ .
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Por fim, achamos |Aα Aβ Aγ |, que nos dá o número de palavras onde não
aparecem as letras α, β e γ; mas cada palavra em Aα Aβ Aγ tem que usar
pelo menos um dos caracteres proibidos. Logo,
S3 = |Aα Aβ Aγ | = 0.
σ1 = (a1 , a2 , a3 ),
σ2 = (a1 , a3 , a2 ),
σ3 = (a2 , a1 , a3 ),
σ4 = (a2 , a3 , a1 ),
σ5 = (a3 , a1 , a2 ),
σ6 = (a3 , a2 , a1 ).
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86 [CAP. 3: CONTAGEM
Pn = nPn−1 . (3.5)
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88 [CAP. 3: CONTAGEM
elemento do conjunto Ai , que é uma arranjo de classe p−1 dos n−1 objetos
restantes. Pelo princı́pio aditivo, temos que:
Como nossa equação (3.6) é válida para todo n ≥ 2, podemos aplicá-la para
n − 1, obtendo:
Ap−1 p−2
n−1 = (n − 1)An−2 ,
p−(p−1)
Apn = n(n − 1)(n − 2) · · · (n − (p − 2))An−(p−1)
= n(n − 1)(n − 2) · · · (n − p + 2)A1n−p+1 .
como desejávamos.
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5!
A25 = = 20.
3!
A Tabela 3.1 mostra como fazer todas as distribuições possı́veis. Na
mesma, p1 e p2 denotam as duas pessoas e c1 , c2 , · · · , c5 as 5 cadeiras em
fila. Observe que a tabela é dividida em 5 grupos de 4 filas cada um,
correspondendo o i-ésimo deles (1 ≤ i ≤ 5) a todos os arranjos possı́veis
quando a pessoa p1 se senta na cadeira ci .
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90 [CAP. 3: CONTAGEM
c1 c2 c3 c4 c5
p1 p2
p1 p2
p1 p2
p1 p2
p2 p1
p1 p2
p1 p2
p1 p2
p2 p1
p2 p1
p1 p2
p1 p2
p2 p1
p2 p1
p2 p1
p1 p2
p2 p1
p2 p1
p2 p1
p2 p1
Tabela 3.1: Cada linha da tabela indica uma forma diferente de distribuir as
duas pessoas nas 5 cadeiras.
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(c) Todo conjunto de números pode ser dividido em duas classes disjun-
tas: a classe dos números pares e a classe dos números ı́mpares que
pertencem ao mesmo. Segue-se que dentre os números achados em (a)
existem 120 − 40 = 80 números ı́mpares.
(e) Para obter os números menores do que 400 a casa das centenas só
poderá ser ocupada pelos dı́gitos 1, 2 ou 3. Como 1 ∈ / O, temos que
as únicas possibilidades em nosso caso são 2 ou 3. Então, supondo
que o primeiro dı́gito do número seja 2, devemos preencher duas casas
restantes com os dı́gitos pertencentes a O − {2}. De forma análoga,
5!
existem A2|O−{3}| = A25 = 3! = 20 números dos achados em (a) e que
começam com 3. Logo, dentre os números achados em (a) existem
20 + 20 = 40 menores do que 400.
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94 [CAP. 3: CONTAGEM
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|A| 7
p(A) = = .
|Ω| 15
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96 [CAP. 3: CONTAGEM
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Capı́tulo 4
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P1 P2 ········· PN
C1 C2 CN
PN +1
Exemplo 4.2. Em uma reunião há n pessoas. Mostre que existem duas
pessoas que conhecem exatamente o mesmo número de pessoas.
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Exemplo 4.3. Dados 8 números inteiros mostre que existem dois deles cuja
diferença é divisı́vel por 7.
Exemplo 4.4. Numa familia formada por 5 pessoas a soma das idades é
de 245 anos. Prove que podem ser selecionados 3 membros da familia cuja
soma das idades não é menor que 147.
¡¢
Solução. Temos um total de 53 = 3!2! 5!
= 10 trios diferentes formados por
¡¢
membros da familia. Além disso, cada pessoa aparece exatamente em 42 =
4!
2!2! = 6 trios. Então, denotando por Ej a soma das idades dos membros de
cada trio Tj , j = 1, 2 · · · 10, temos que
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A4 A1
A5 A6
Figura 4.2: O triângulo A1 A2 A5 indica que os alunos A1 , A2 e A5 não se con-
hecem mutuamente e o triângulo A1 A4 A6 indica que os alunos A1 , A4 e A6 se
conhecem mutuamente.
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devem existir dois números m+i e m+j, com 1 ≤ i < j ≤ n tais que o resto
da divisão de m + i por n é o mesmo que o resto da divisão de m + j por n.
Logo, m + j − (m + i) é um múltiplo de n, o que implica que n > j − i ≥ 1
é múltiplo de n menor que n (absurdo!). Logo, deve existir algum múltiplo
de n no conjunto A.
Exemplo 4.8. Demonstrar que todo inteiro tem um múltiplo cuja repre-
sentação decimal começa com o bloco de dı́gitos 1234567890.
0, 1, 2, 3, · · · , n − 1,
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Solução. A escolha das casas e dos pombos neste exemplo não é tão óbvia.
Os pombos representam os n+1 números escolhidos do conjunto {1, 2, · · · 2n}
e as casas são escolhidas como sendo os n conjuntos:
Cj = {2j − 1, 2j}, 1 ≤ j ≤ n.
ax + by = d.
mx + ny = 1
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•
•
•
1
• •
Figura 4.3::
Logo, pelo PCP pelo menos dois deles devem estar no mesmo quadrad-
inho, uma vez que temos 4 quadradinhos e 5 pontos. Logo, como a maior
distância num quadrado é a diagonal, o teorema de√pitágoras nos garante
que a distância desses dois pontos é no máximo 2/2, como querı́amos
mostrar.
Figura 4.4::
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Figura 4.5::
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C
•
E
• •
•
• •
• •
• •
A D B
Figura 4.6::
PCP temos que pelo menos dois dos 6 pontos contidos em DBE estão num √
destes 4 triângulos, logo a distância entre eles não é maior que 3/2 < 3.
Com isto terminamos nossa prova.
4.5 Miscelânea
Exemplo 4.15. Em cada quadradinho de um tabuleiro 3 × 3 é colocado
um dos números: −1, 0 ou 1. Prove que entre todas as somas das linhas,
colunas e diagonais do tabuleiro há duas que são iguais. Por exemplo, no
tabuleiro abaixo a soma da segunda linha é 2, que coincide com a soma da
terceira coluna.
-1 -1 1
1 0 1
0 -1 0
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Exemplo 4.17. Dados sete números reais arbitrários, demonstre que exis-
tem dois deles, digamos x e y, tais que
x−y 1
0≤ ≤√
1 + xy 3
x−y
Solução. Primeiramente observamos que a expressão 1+xy nos faz pensar
na fórmula
tan α − tan β
tan(α − β) = . (4.2)
1 + tan α tan β
Sejam x1 , x2 , · · · , x7 os sete números selecionados arbitrariamente. Lem-
bramos que a função tangente é uma bijeção entre o intervalo (− π2 , π2 ) e os
números reais R, logo para cada xi , 1 ≤ i ≤ 7, existe um αi ∈ (− π2 , π2 ) tal
que tan(αi ) = xi . Dividimos o intervalo (− π2 , π2 ) em seis subintervalos de
comprimento π6 , como mostra o desenho abaixo.
αi1 αi2
− π2 π
π
2
6
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4.6 Exercı́cios
1. Seja x um número real arbitrário. Prove que entre os números
existe um tal que sua diferença com certo número inteiro é menor
0,011.
2. Mostre que entre nove números que não possuem divisores primos
maiores que cinco, existem dois cujo produto é um quadrado.
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Capı́tulo 5
Indução Matemática
Imagine uma fila com infinitos dominós, um atrás do outro. Suponha que
eles estejam de tal modo distribuı́dos que, uma vez que um dominó caia,
o seu sucessor na fila também caia. O que acontece quando derrubamos o
primeiro dominó?
Apesar da simplicidade da pergunta acima ela trás em sua essência toda
a idéia usada no Método da Indução Matemática. Esse método é uma das
grandes armas do matemático moderno e tem utilidade na solução de vários
problemas, como iremos ver ao longo deste capı́tulo.
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⋄ Demonstração de identidades;
⋄ Demonstração de desigualdades;
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(P1) Determinar uma fórmula para a soma dos n primeiros números pares,
isto é,
Sp (n) := 2 + 4 + 6 + · · · + 2n.
(P2) Determinar uma fórmula para a soma dos n primeiros números ı́mpares,
isto é,
Si (n) := 1 + 3 + 5 + · · · + 2n − 1.
n 1 2 3 4 5 ···
Sp (n) 2=1·2 6=2·3 12 = 3 · 4 20 = 4 · 5 30 = 5 · 6 ···
Si (n) 1 = 12 4 = 22 9 = 32 16 = 42 25 = 52 ···
2 + · · · + 2n = n(n + 1).
P (n) : 2 + · · · + 2n = n(n + 1)
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2 + · · · + 2k = k(k + 1),
somando 2(k + 1) a ambos lados desta igualdade, temos que
1 + 3 + 5 + · · · + 2n − 1 = n2 .
P (n) : 1 + 3 + 5 + · · · + 2n − 1 = n2
P (1) : 1 = 2 · 1 − 1 e P (2) : 1 + 3 = 1 + 2 · 2 − 1 = 4 = 22 .
1 + 3 + 5 + · · · + 2k − 1 + 2k + 1 = k 2 + 2k + 1
= (k + 1)2 .
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n(n + 1)
S(n) = 1 + 2 + 3 + · · · + n = . (5.1)
2
Com efeito, como
2 + 4 + · · · + 2n = n(n + 1),
então dividindo por 2 ambos os membros da igualdade acima, obtemos a
equação 5.1.
Continuando com o mesmo raciocı́nio, é natural nos perguntarmos se é
possı́vel obter uma fórmula para a soma dos n primeiros quadrados perfeitos,
ou seja, determinar Q(n) onde:
Q(n) := 12 + 22 + 32 + · · · + n2 .
n 1 2 3 4 5 6 ···
S(n) 1 3 6 10 15 21 ···
Q(n) 1 5 14 30 55 91 ···
n 1 2 3 4 5 6 ···
Q(n)/S(n) 3/3 5/3 7/3 9/3 11/3 13/3 ···
Q(n) 2n + 1
= ,
S(n) 3
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Exemplo 5.5. Mostre que para todo número n ∈ N maior que 3 vale 2n < n!.
1
X
Solução. A afirmação é verdadeira para n = 1, pois j ! = 1, que obviamente
j=1
é ı́mpar. Partimos agora para a prova do passo indutivo:
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k
X
• Hipótese: j ! é um número ı́mpar para k > 1.
j=1
k+1
X
• Tese: j ! é um número ı́mpar.
j=1
Com efeito,
k+1
X k
X
j!= j ! + (k + 1) !
j=1 j=1
= número ı́mpar.
agrupando adequadamente,
= múltiplo de 3,
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Exemplo 5.8. Mostre que a soma dos cubos de três números naturais consecu-
tivos é divisı́vel por 9.
13 + 23 + 33 = 1 + 8 + 27 = 36 = 9 · 4.
= múltiplo de 9,
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A4 A4
A3
A5 A3
A1 A2 A1 A2
(a) (b)
Figura 5.1::
Solução. Observe que para n = 3 temos que existem 0 = 3.(3 − 3)/2 diagonais
num triângulo. Para n = 4, temos 2 = 4(4 − 3)/2 diagonais num quadrilátero
convexo (veja a figura 5.2).
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n(n − 3) n2 − 3n + 2n − 2 n2 − n − 2 (n + 1)(n − 2)
+ (n − 2) + 1 = = = ,
2 2 2 2
como querı́amos demonstrar.
A4 A4
A3
A5 A3
A1 A2 A1 A2
(a) (b)
Figura 5.2::
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• • • • •
• • • • •
• • • • •
• • • • •
• • • • •
| {z }
n×n−pontos
Figura 5.3::
A
• • •
• • •
• • •
D B
Figura 5.4::
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C
• • • •
A
• • • •
• • • •
• • • •
D B
Figura 5.5::
5.4 Miscelânea
Nesta seção discutiremos alguns exemplos interessantes de como podemos aplicar
o método da indução aos mais variados tipos de problemas. O primeiro deles é
uma generalização do problema 1.5:
Exemplo 5.12. Um rei muito rico possui 3n moedas de ouro. Porém, uma destas
moedas é falsa e seu peso é menor que o peso das demais. Com uma balança de
2 pratos e sem nenhum peso, mostre que é possı́vel encontrar a moeda falsa com
apenas n pesagens.
Solução. Para resolver este problema, vamos utilizar o método da indução. De
fato, se n = 1, procederemos da seguinte forma: pegamos duas moedas quaisquer e
colocamos na balança, deixando uma do lado de fora. Caso a balança se equilibre,
a moeda que está do lado de fora é necessariamente a que tem menor peso. Caso
a balança se desequilibre, a que tem menor peso está na balança, no prato mais
alto. O caso n = 2 foi feito no problema 1.5.
Vamos agora assumir como hipótese de indução que dadas 3 moedas, podemos
achar a moeda mais leve com n pesagens. Vamos mostrar que para n + 1 moedas,
precisamos de n + 1 pesagens. De fato, dividiremos as 3n+1 moedas em 3 grupos,
A, B e C com 3n moedas cada. Colocamos na balança os grupos A e B. Caso
os dois grupos se equilibrem, a moeda mais leve está no grupo C. Caso o grupo
A esteja mais leve, a moeda mais leve se encontra no grupo A. De qualquer
modo, com uma pesagem conseguimos determinar em qual grupo de 3n elementos
a moeda mais leve se encontra. Por hipótese de indução, precisamos de mais n
pesagens para encontrar a moeda mais leve, totalizando n + 1 pesagens.
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pois x − 2 ≥ 0.
Caso 2: y ≥ 4
Neste caso, y − 4 é maior que 0. Logo, podemos escrever:
Exemplo 5.14. A Torre de Hanói é um jogo composto por uma base com 3
hastes e n anéis colocadas num deles. Os anéis são colocados em ordem crescente
de acordo com seu tamanho (ver Figura 5.6). Os anéis podem ser deslocados de
uma haste para qualquer outra, sendo que nunca pode ser colocado um anel maior
em cima de um menor. Prove que:
(a) É possı́vel mover todos os anéis para uma das hastes que estão livres;
(b) Isto pode ser realizado usando 2n − 1 movimentos.
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N = p1 · p2 · p3 · · · pm , (5.3)
a0 = 8;
a1 = 10;
an = 4an−1 − 3an−2 , ∀n ≥ 2.
an = 7 + 3 n , ∀n ∈ Z+ .
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F1 = 1;
F2 = 1;
Fn = Fn−1 + Fn−2 , se n ≥ 3.
A seqüência de Fibonacci adquiriu muita fama devido a suas conexões com
áreas das mais variadas na cultura humana. Ela aparece em problemas de biologia,
arquitetura, engenharia, fı́sica, quı́mica e muitos outros. Agora vamos utilizar
indução para mostrar algumas de suas propriedades:
Exemplo 5.18. Considere Fn a seqüência de Fibonacci. Mostre que
µ ¶n
7
Fn < .
4
¡ ¢n
Solução. Definamos a proposição P (n) := Fn < 47 . Para n = 1 temos que F1 =
1 < 47 , de modo que P (1) é verdadeira. Suponhamos que P (1), P (2), . . . , P (n), ∀n ≥
¡ ¢n+1
2, sejam todas verdadeiras. Mostraremos que Fn+1 < 74 . Com efeito,
Fn+1 = Fn + Fn−1
¡ ¢n ¡ ¢n−1
< 74 + 47
¡ ¢n−1 ¡ 7 ¢n−1
< 74 47 + 4
¡ ¢ ¡ ¢n−1
< 1 + 47 74 .
¡ 7
¢ ¡ 7 ¢2 ¡ 7 ¢2 ¡ 7 ¢n−1
Como 1 + 4 < 4 , segue-se que Fn+1 < 4 4
. Portanto, Fn+1 <
¡ 7 ¢n+1
4
.
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5.6 Exercı́cios
1. Considere a, b ∈ R de modo que a + b > 0 e a 6= b. Mostre que
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5. Um torneio de xadrez tem n jogadores. Cada jogador joga uma única par-
tida contra todos os outros jogadores. Calcule o número total de partidas
do torneio.
6. Demonstre que para qualquer n ∈ N, é valida a igualdade:
· ¸2
n(n + 1)
13 + 23 + 33 . . . + n3 =
2
F1 = 1;
F2 = 1;
Fn = Fn−1 + Fn−2 ,
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13. Calcular o número de regiões em que o plano é dividido por n retas distintas
em cada uma das seguintes situações
(a) As n retas são concorrentes;
(b) Não existem duas retas paralelas nem três retas concorrentes.
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Capı́tulo 6
Problemas de Olimpı́adas
S
a2 + b2 + c2
é um número racional.
Problema 6.2 (IMO-1979). Seja P um ponto dado dentro de uma esfera. Três
vetores mutuamente perpendiculares partem de P e intersectam a esfera nos pon-
tos U, V e W . Q denota o vértice diagonalmente oposto a P no paralelepı́pedo
determinado por P U, P V e P W . Encontre o lugar geométrico de Q, para as tri-
nas de raios que partem de P .
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Problema 6.4 (OAM-2005). Será que existe um múltiplo de 2005 que se escreve
utilizando apenas zeros e uns?
n
X n
X
ak 1
2
≥ , ∀n ∈ N.
k k
k=1 k=1
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B com o ponto A à esquerda do ponto B; A pulga que está em A salta até o ponto
C da reta, à direita de B, tal que
BC
= λ.
AB
Determine todos os valores de λ para os quais qualquer ponto M na reta e quais-
quer que sejam as posições iniciais das n pulgas, existe uma sucessão finita de
saltos que levam todas as pulgas para pontos à direita de M .
Problema 6.28 (IMO-2001). Sejam a, b, c, d inteiros com a > b > c > d > 0.
Considere que
ac + bd = (b + d + a − c)(b + d − a + c).
Prove que ab + cd não é um número primo.
Problema 6.31 (OPM-2001). Um pacote com 100 bombons deve ser dividido
entre 15 garotos.
(a) Prove que existem dois garotos que receberam a mesma quantia de bombons.
(b) Qual o número mı́nimo de bombons no pacote, de modo que, depois de di-
vididos entre os 15 garotos, é possı́vel que não existam dois garotos que
receberam a mesma quantia de bombons.
Obs: Considere que algum garoto pode receber zero bombons.
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Problema 6.40. Uma codorna é uma peça que pode se mover num quadriculado
infinito no seguinte sentido: em qualquer quadrado seu primeiro movimento é
para um quadrado vizinho (horizontal ou vertical) e depois se move n quadrados
em direção perpendicular ao primeiro movimento. Por exemplo, se n = 2, a
codorna é um cavalo do xadrez. Encontre todos os n tais que a codorna consegue
alcançar qualquer quadrado a partir de um quadrado qualquer.
1 1 1
1+ + +···+
2 3 n
não é inteiro.
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Problema 6.55 (OBM-1985). Prove que se a, b e c são números reais tais que
a, b, c são positivos e a + b + c = 1, então a2 + b2 + c2 ≥ 1/3.
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colocado no centro de uma das faces do cubo grande. O cupim liga, sempre por
linhas retas, o centro de um dos cubos pequenos ao centro de outro cubo pequeno
com face adjacente ao primeiro. Desta forma, existe um caminho que passe ex-
atamente uma vez por cada um dos pequenos cubos e termine no centro do cubo
grande?
Problema 6.62. Três amigos, Kleber, Ferdinando e Adão, que nunca mentem,
se reuniram e travou-se a seguinte conversa:
- Kleber fala: estou escolhendo dois números inteiros positivos maiores que
um, cujos valores não revelo e vou dar, em segredo, a soma deles para Ferdinando
e o produto deles para o Adão.
- Ferdinando fala: o valor que me foi dado não excede 16. Adão fala: eu não
consigo achar os valores dos dois números escolhidos pelo Kleber.
- Ferdinando fala: eu já sabia que você não encontraria os valores dos dois
números.
- Adão fala: ah, então eu sei quais são os dois números.
Responda: Qual o valor que foi dado a Ferdinando ? Baseado em que Adão
fez a última afirmativa ?
Problema 6.63 (OBM-2001). Mostre que não existem dois números inteiros
a e b tais que (a + b)(a2 + b2 ) = 2001.
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Problema 6.67. Seja p o maior fator primo do número 314 + 313 − 12. Qual o
valor de p?
Problema 6.68. Prove que entre 13 números reais quaisquer y1 , . . . , y13 há dois
deles tais que: s √
yi − yj 2− 3
0≤ ≤ √ .
1 + yi yj 2+ 3
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x2 + 2px − 2
−2 < < 2.
x2 − 2x + 2
Problema 6.81. Mostre que para cada a > 0 temos:
a4 + 9 4
> .
10a 5
Problema 6.82 (OCOM-2004). Numa lista de 10 números inteiros positivos é
dada. É permitido escolher três termos consecutivos da lista e somar uma unidade
a cada um deles. Determine se sempre possı́vel, após uma quantidade finita de
operações deste tipo, que todos os termos da lista sejam múltiplos de quatro.
Problema 6.83 (IMO-1964). Prove que não existe n tal que 2n + 1 é divisı́vel
por 7 e ache todos os inteiros positivos n tais que 2n − 1 é divisı́vel por 7.
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Problema 6.94. Fatore o número 51985 − 1 como o produto de três inteiros, cada
um dos quais é maior que 5100 .
Problema 6.95. m caixas são dadas, cada uma contendo um certo número de
bolas. Se n < m uma operação permitida é escolher n caixas e acrescentar uma
bola em cada uma delas. Prove que
(a) Se m e n são primos entre si, então é possı́vel após um número finito de
operações deste tipo chegar a situação onde cada caixa contém a mesma
quantidade de bolas;
(b) Se m e n não são primos entre si, existem configurações iniciais das bolas
de modo que não é possı́vel chegar a situação onde todas as caixas contém
a mesma quantidade de bolas.
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Siglas
Competição Sigla
Olimpı́ada Internacional de Matemática IMO
Olimpı́ada Ibero-Americana de Matemática OIM
Olimpı́ada do Cone Sul OCS
Olimpı́ada de Maio OM
Olimpı́ada Brasileira de Matemática OBM
Olimpı́ada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas OBMEP
Olimpı́ada Colombiana de Matemática OCOM
Olimpı́ada Alagoana de Matemática OAM
Olimpı́ada Cearense de Matemática OCM
Olimpı́ada de Matemática do Estado de Goiás OMEG
Olimpı́ada de Matemática do Estado do Rio de Janeiro OMERJ
Olimpı́ada Paraense de Matemática OPM
Olimpı́ada de Matemática do Rio Grande do Norte OCM
Olimpı́ada Regional de Matemática do Rio Grande do Sul ORMRS
Olimpı́ada Regional de Matemática de Santa Catarina ORMSC
Olimpı́adas Sergipanas de Matemática OSM
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Referências Bibliográficas
[1] FOMIN, Dimitri & GENKIN, Sergei & ITENBERG, Ilia. Mathematical
Circles(Russian Experience). American Mathematical Society. Mathemat-
ical World, Volume 7, 1996. 272 p.
[2] LIMA, Elon L. & PINTO, Paulo C. & WAGNER, Eduardo & MORGADO,
Augusto C. Temas e Problemas. Sociedade Brasileira de Matemática.
Coleção do Professor de Matemática, 2001. 193 p.
[3] RIBENBOIM, Paulo. Números Primos: Mistérios e Recordes. Coleção
Matemática Universitária, IMPA, 2001. 280 p.
[4] OLIVEIRA SANTOS, José Plı́nio de. Introdução à Teoria dos Números.
Coleção Matemática Universitária, IMPA, 1993. 199 p.
[5] VINOGRADOV, I. Fundamentos de la Teoria de los Números. Editorial
MIR, Moscu, 1987. 207 p.
[6] OBM: Olimpı́ada Brasileira de Matemática. www.obm.org.br
[7] OBMEP: Olimpı́ada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas.
www.obmep.org.br
[8] NIVEN, I., ZUCKERMAN, S., MONTGOMERY, L. An Introduction To
The Theory Of Numbers. John Wiley & Sons, Unided States of America,
1991, 529 p.
[9] ANDREWS, G. Number Theory. Dover Publications, Estados Unidos da
América, 1994, 259 p.
[10] MORGADO, A., CARVALHO, J., CARVALHO, P., FERNANDEZ, P.
Análise Combinatória e Probabilidade. SBM, Brasil, 1991, 343 p.
[11] WAGNER, E., MOREIRA, C. 10 Olimpı́adas Iberoamericanas de
Matemática. OEI, Espanha, 1996, 277 p.
[12] MEGA, E., WATANABE, R. Olimpı́adas Brasileiras de Matemática,
1a a 8a . Editora Núcleo, Brasil, 1988, 403 p.
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