Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
Diretoria
Ophir Cavalcante Junior P reside nte
Alberto de Paula M achado V ic e -P re s id e n te
Marcus Vinícius Furtado Coêlho S e c retário-G eral
M árcia M achado M eia ré S ecretária-G eral A d ju n ta
M iguel Ângeio Cançado D ire tor-T e so u re iro
Conselheiros Federais
AC: C e s a r A u g u s t o B a p t i s t a d e C a r v a l h o , R e n a t o C a s t e i o d e O l i v e i r a e T i t o Co st a
d e O l i v e i r a ; AL: F e l i p e S a r o i e n t o C o r d e i r o , M a r c e l o H e n r i q u e B r a b o M a g a l h ã e s e
Pau lo H e n r i q u e Falc ão B r ê d a ; AP: A d a m o r de Souza O l i v e i r a , Sa n d r a d o S o c o r r o do
C a r m o O l i v e i r a e Vera d e Jesus P i n h e i r o ; A M : Jean C l e u t e r S im õ e s M e n d o n ç a , José
A l b e r t o R i b e i r o S i m o n e t t i C a b r a l e M i q u é i a s M a t i a s F e r n a n d e s ; BA: D u r v a l J u l i o
R a m o s N e t o , Lu iz V i a n a Q u e i r o z e M a r c e l o C i n t r a Z a r i f ; CE: H é r c u l e s S a r a iv a d o
A m a r a l , J o s é D a n i l o C o r r e i a M o t a e P a u l o N a p o l e ã o G o n ç a l v e s Q u e z a d o ; DF:
D a n ie la R o d r ig u e s T eix ei ra , D é l i o F or te s Lins e Silva e M e i r e Lúcia G o m e s M o n t e i r o
M o t a C o e l h o ; ES: D j a l m a F r a s s o n , L u iz C l á u d i o S il v a A l l e m a n d e S e t e m b r i n o
I d w a l d o N e t t o P e l i s s a r i ; G O : F e l i c í s s i m o Se n a , J o ã o B e z e r r a C a v a l c a n t e e M i g u e l
 n g e l o C a n ç a d o ; M A : José G u i l h e r m e C a r v a lh o Z a g a llo , R a i m u n d o F e r r e i r a M a r q u e s
e U l i s s e s C é s a r M a r t i n s d e S o u s a ; M T : F r a n c i s c o A n i s F a ia d , F r a n c i s c o E d u a r d o
T o r r e s Esga ib e José A n t o n i o T a d e u G u i l h e n ; M S : A f e i f e M o h a m a d H a jj , C a r m e l i n o
d e A r r u d a R e z e n d e e J o s é S e b a s t i ã o E s p í n d o l a ; M G : Jo sé M u r i l o P r o c ó p i o de
C a r v a lh o , Pau lo R o b e r t o d e G o u v ê a M e d i n a e R a i m u n d o C â n d id o J u n io r ; PA: A n g e la
S e r ra Sales, R o b e r t o L a u r i a e R o d o l f o Mans G e l l e r ; PB: G e n i v a l V e l o s o d e Fran ça
F ilh o, V i t a l B ez er ra Lo pes e W a l t e r d e A g r a J ú n i o r ; PR: A l b e r t o d e Paula M a c h a d o ,
R e n é A r i e l D o t t i e R o m e u F e l i p e B a c e l l a r F i l h o ; PE: J a y m e J e m i l A s f o r a F i l h o ,
L e o n a r d o A c c io ly da Silva e P e d r o H e n r i q u e Braga R e y n a ld o Al ve s; PI: José N o r b e r t o
L o p e s C a m p e i o , M a r c u s V i n i c i u s F u r t a d o C o ê l h o e W i l l i a n G u i m a r ã e s S a n t o s de
C a r v a l h o ; RJ: C a r l o s R o b e r t o S i q u e i r a C a s t r o , C l á u d i o P e r e i r a d e S o u z a N e t o e
M a r c u s V i n i c i u s C o r d e i r o ; RN: L u c i o T e ix e ir a d o s S a n t o s , S é r g io E d u a r d o da Co st a
F r e i r e e W a g n e r S o a r e s R i b e i r o d e A m o r i m ; RS: Cléa C a r p i d a R o c h a , Lu iz C a r lo s
L e v e n z o n e R e n a t o d a C o s t a F i g u e i r a ; RO: C e ls o C e c c a t t o , G i l b e r t o P i s e l o d o
N a s c i m e n t o e O r e s t e s M u n i z F i l h o ; RR: E d n a l d o G o m e s V i d a l , F r a n c i s c o d e Assis
G u i m a r ã e s A l m e i d a e M a r y v a l d o Bas sa l d e F r e i r e ; SC: P a u l o M a r c o n d e s B r in c a s ,
Ra fa el d e Assis H o r n e W a l t e r C a r lo s S e y f f e r t h ; SP: A r n o l d o W a l d F il h o , G u i l h e r m e
O c t á v i o B a t o c h i o e M á r c i a M a c h a d o M e i a r é ; SE: H e n r i Clay S a n t o s A n d r a d e , V a l m i r
M a c e d o d e A r a u jo e M ig u e l E d u a rd o B r i t t o A r a g ã o ; TO: A n t o n i o P im e n t e l N e to ,
M a n o e l B o n f i m F u r t a d o C o r r e i a e M a u r o José Ribas.
Apoio Técnico
G e r e n t e de A s s e s s o r a m e n t o às Comissões: Evan dr o V i t o r i n o Elias; T écn ico da Ge rê n ci a
d e A s s e s s o r a m e n t o às C om iss ões : A d r i a n o Ric a rd o T od e s c h in i e D a n ie l da Luz Bar ros ;
Des ig n e r: Susele M i r a n d a ; G e r e n t e d e Relações Exter nas : A li n e M a c h a d o Costa T i m m ;
B i b l i o t e c á r i a : S u za n a Dias.
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL
CONSELHO FEDERAL
A n t o n i o C a r lo s R o d r i g u e s d o A m a r a l José S o u t o M a i o r Bo rg e s
A le s s a n d ro R ostagno Lia Barsi Drezza
A d ria n o G u ln ze lli Luiz C l á u d i o Silv a A l l e m a n d
A d r i a n o S a n t 'A n a Pedra M a r c o A u r é lio Greco
E duardo Jun q ue ira C oelho M a r i a d e F á t i m a R ib e i r o
E duardo M an e ira M a r y Elbe Q u e ir o z
E d u a r d o Paz F e r r e i r a M i s a b e l A b r e u M a c h a d o Derzi
Erich E n d r i l l o S a n t o s Sim as N u n o Piçar ra
G e r m a n A l e j a n d r o San M a r t i n F e r n a n d e z O s v a l d o S a n t o s d e C a r v a lh o
G ustavo H e n riq u e V asconcelos V entura P a u lo d e B a r ro s C a r v a lh o
G u s t a v o A n d r é M u l l e r B r ig a g ã o R o b e rto Quiroga M osquera
H e l e n o T a v e ir a T o r r e s R o b s o n M a i a Lins
H e n r i q u e da C u n h a Tavares R o d r i g o F ra n c is c o d e Paula
I g o r M a u l e r S a n t ia g o R o g é r io M . F e r n a n d e s F e r r e i r a
I ves G a n d r a da Silva M a r t i n s R o q u e A n t o n i o Carrazza
J o n a th a n Barros V ita Sacha C a l m o n N a v a r r o C o ê lh o
Jean C l e u t e r S im õ e s M e n d o n ç a Tá ci o L a c e rd a G a m a
José A u g u s t o T o r r e s P o t i g u a r V a lério P im e n ta de M ora is
José C a s a lt a N a b a is
Brasília
2012
© Ordem dos Advogados do Brasil
Conselho Federal, 2012
Fax: (61)2193-9632
e-mail: biblioteca@oab.org.br
FICHA CATALOGRÁFICA
540 p.
ISBN 978-85-7966-015-3
CDD 341.39
PREFÁCIO
É neste ponto que a corda estica até o seu limite máximo. Ostentar
uma das mais altas cargas tributárias não basta; possuir uma legislação
confusa, também não; gastar muito e gastar mal, idem. 0 mais grave é que o
sistema tornou-se terrivelm ente injusto com os pobres - justam ente o
público que o marketing oficial escolheu para proclamar que "país rico é país
sem pobreza". Chega a ser irônico.
5
DIRE ITO T R IB U T Á R IO : QUESTÕES AT U AIS
6
D IR E IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
SUM ÁRIO
APRESENTAÇÃO.................................................................................................... 11
Luiz Cláudio Allemand
7
DIRE ITO T R IB U T Á R IO : QUESTÕES AT U AIS
8
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES ATUAIS
9
DIRE ITO T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES AT U AIS
10
DIREITO TRIBUTÁRIO: QUESTÕES ATUAIS
APRESENTAÇÃO
11
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
12
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
13
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
' - V i c e P r e s id e n t e d a C o m is s ã o d e D i r e i t o T r i b u t á r i o d o C o n s e lh o F e d e r a l d a O AB . C o n s e lh e i r o
S e c c io n a l e P r e s i d e n t e d a C o m i s s ã o d e D i r e i t o T r i b u t á r i o d a O A B SP. P r o f e s s o r d e D i r e i t o
C o n s t i t u c i o n a l e d e D i r e i t o T r i b u t á r i o d a F a c u ld a d e d e D i r e i t o d a U n i v e r s i d a d e M a c k e n z i e .
A c a d ê m i c o T i t u l a r d a A c a d e m i a P a u l i s t a d e D i r e i t o e d a A c a d e m i a P a u l i s t a d e L e t r a s J u r íd ic a s .
D o u t o r e M e s t r e , c o m d is t in ç ã o , e m E d u c a ç ã o p e la USP. M e s t r e e m D ir e i t o ( L L M . ) p e la H a r v a r d
L a w S c h o o l e P ó s - g r a d u a d o , c o m a d i s t i n ç ã o d e e x c e l ê n c ia a c a d ê m ic a , p e l o H a r v a r d U n i v e r s it y
I n t e r n a t i o n a l Tax P r o g r a m . C o n s e l h e i r o d o s C o n s e lh o s J u r í d i c o s d a F ie s p e d a F e c o m e r c io /S P ,
A d v o g a d o e m São Paulo.
15
DIREIT O T R IB U T Á R IO ; QUESTÕES AT U AIS
Introdução
16
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES AT UAIS
^ 0 a u t o r d o p r e s e n t e a r t i g o , i n c l u s iv e , j á f o i c o n s t i t u í d o p a t r o n o e m d iv e r s o s p l e i t o s j u d i c i a i s
ti t u l a d o s p e lo C o n s e lh o F e d e ra l o u p ela S e cc io n a l d e São P a ulo d a OAB , r e l a t i v a m e n t e a q u e s t õ e s
de in te re s s e i n s t it u c io n a l d a A d v o c a c ia o u e n v o l v e n d o m a té r ia s a t i n e n t e s a o e x e rc íc io da c id a d a nia ,
v o lta d o s à p r o te ç ã o d o c o n t r ib u in t e .
17
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
18
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
19
DIRE ITO T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
20
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
21
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES ATUAIS
22
DIRE ITO T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES ATUAIS
23
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES AT U AIS
24
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
25
DIRE ITO T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
Alessandro Rostagno^
27
DIRE ITO T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
28
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES AT U AIS
^ VARSANO, Ricardo; FERREIRA, Sérgio e AFONSO, José R o b e rto . Fiscal C o m p e titio n : a b ir d 's eye view.
IPEA, Te x to para d is c u s s ã o ns 8 8 7 ; 2 00 2 . d is p o n ív e l n o e n d e r e ç o e le t r ô n ic o : w w w . i p e a . g o v . b r . V, tb
d o m e s m o a u t o r , R ic a rd o V a r s a n o , A g u e r r a fis c a l d o ICMS, q u e m g a n h a , q u e m p e r d e , t e x t o p ara
d is c u s s ã o n. 5 0 0 , o b t i d o e m h t t p : / / w w w . i p e a . g o v . b r / p u b / t d / t d O S O O . p d f e, A e v o l u ç ã o d o s is te m a
t r i b u t á r i o B r a s il e ir o a o l o n g o d o s é c u lo ; a n o t a ç õ e s e r e f l e x õ e s p a r a f u t u r a s r e f o r m a , t e x t o p a r a
d is c u s s ã o n. 4 0 5 o b t i d o e m h t t p : / / w w w . i p e a . g o v . b r / p u b / t d / t d 0 4 0 S . p d f .
29
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
MELO, M a rc o s A n d r é . Crise Fed era tiv a , G u e rra Fiscal e " h o b b e s ia n is m o m u n i c i p a l e fe ito s p erv e rs o s
d a d e s c e n tr a liz a ç ã o São P a u lo e m p e r s p e c tiv a , F u n d a ç ã o SEADE,vol. 10, n s 3, 1 9 9 6 , p ág 3.
" A r t. 155. C o m p e te aos Estados e a o D is t r it o F ederal i n s t it u i r im p o s to s so b re : (I - o p e ra ç õ e s re la tiv a s
à c ir c u la ç ã o d e m e r c a d o r ia s e s o b re p r e s ta ç õ e s d e s e rv iç o s d e t r a n s p o r t e in t e r e s t a d u a l e
i n t e r m u n i c i p a l e d e c o m u n i c a ç ã o , a in d a q u e as o p e r a ç õ e s e as p r e s t a ç õ e s se in i c i e m n o e x t e r i o r ;
§ 2.G 0 i m p o s t o p r e v is to n o inc is o II a t e n d e r á a o s e g u in te : XII - c a b e à le i c o m p l e m e n t a r : g) r e g u la r
a f o r m a c o m o , m e d i a n t e d e l i b e r a ç ã o d o s E s ta d o s e d o D i s t r i t o F e d e r a l, i s e n ç õ e s , i n c e n t i v o s e
b e n e f í c io s fis c a is s e r ã o c o n c e d i d o s e r e v o g a d o s .
30
DIRE IT O T R IB U T Á R IO . QUESTÕES ATUAIS
31
DIREIT O T R IB U T Á R IO ; QUESTÕES ATUAIS
" A r t . 1® - A s i s e n ç õ e s d o i m p o s t o s o b r e o p e r a ç õ e s r e l a t i v a s à c i r c u l a ç ã o d e m e r c a d o r i a s s e r ã o
c o n c e d i d a s o u r e v o g a d a s n o s t e r m o s d e c o n v ê n i o s c e l e b r a d o s e r a t i f i c a d o s p e l o s E sta d o s e p e lo
D i s t r i t o F e d era l, s e g u n d o e sta Lei, P a r á g ra fo ú n i c o - 0 d is p o s t o n e s t e a r t i g o t a m b é m se a p lic a : I -
à r e d u ç ã o d a base d e c á lc u lo ; II - à d e v o l u ç ã o t o t a l o u p a rc ia l, d i r e t a o u i n d i r e t a , c o n d i c io n a d a ou
n ã o , d o t r i b u t o , a o c o n t r i b u i n t e , a r e s p o n s á v e l o u a t e r c e i r o s ; II I - à c o n c e s s ã o d e c r é d i t o s
p r e s u m i d o s ; IV - a q u a i s q u e r o u t r o s i n c e n t i v o s o u f a v o r e s fi s c a is o u fin a n c e iro -fis c a is , concedidos
com base n o Im po sto d e Circulação d e M e rc a d o ria s , dos quais resulte red ução ou elim in a çã o , d ire ta
ou in d ire ta , d o respectivo ônus; V • às prorrogações e às extensões das isenções vigentes nesta da ta .
A r t . 82 - A i n o b s e r v â n c ia d os d is p o s it iv o s d e s ta Lei a c a r r e t a r á , c u m u l a t i v a m e n t e : I - a n u l i d a d e d o
a t o e a in e f i c á c ia d o c r é d i t o fis c a l a t r i b u í d o a o e s t a b e l e c i m e n t o r e c e b e d o r d a m e r c a d o r i a ; II - a
e x ig i b i l id a d e d o i m p o s t o n ã o p a g o o u d e v o l v i d o e a i n e fic á c ia da le i o u a t o q u e c o n c e d a r e m is s ã o
d o d é b i t o c o r r e s p o n d e n t e . P a r á g r a fo ú n i c o ■ As s a nç õ e s p r e v is ta s n e s t e a r t i g o p o d e r - s e - ã o a c re s c e r
a p r e s u n ç ã o d e i r r e g u l a r i d a d e d as c o n t a s c o r r e s p o n d e n t e s a o e x e r c í c io , a j u i z o d o T r i b u n a l d e
C on ta s da U n iã o , e a s u s p e n s ã o d o p a g a m e n t o d as q u o t a s r e f e r e n t e s a o F u n d o d e P a rtic ip a ç ã o , ao
F u n d o Especial e aos i m p o s t o s r e f e r id o s n os i te n s V III e IX d o a r t . 2 1 d a C o n s t i t u i ç ã o F e d era l.
§ 3° - N ã o se c o nsid e ra c o b r a d o , a in d a q u e d e s ta c a d o e m d o c u m e n t o fisca l, o m o n t a n t e d o im p o s to
q u e c o r r e s p o n d e r a v a n t a g e m e c o n ô m ic a d e c o r r e n t e d a c o n c e s s ã o d e q u a l q u e r s u b s í d io , re d u ç ã o
da base d e c á lc u lo , c r é d i t o p r e s u m i d o o u o u t r o i n c e n t i v o o u b e n e f í c io fisc a l e m d e s a c o r d o c o m o
d i s p o s t o n o a r t i g o 1 5 5 , § 22, in c i s o X l l, a lí n e a " g " , d a C o n s t i t u i ç ã o F e d e r a l. ( R e d a ç ã o d a d a ao
p a r á g r a fo p ela Lei 9 . 3 5 9 / 9 6 , d e 1 8 - 0 6 - 1 9 9 6 ; DOE 1 9 - 0 6 - 1 9 9 6 ) .
§ 3® - M e d i a n t e a t o d a a u t o r i d a d e c o m p e t e n t e d a S e c r e t a r i a d a F a z e n d a , p o d e r á s e r v e d a d o o
l a n ç a m e n t o d o c r é d i t o , a in d a q u e d e s t a c a d o e m d o c u m e n t o f is c a l, q u a n d o e m d e s a c o r d o c o m a
legislaçã o a q u e e s tiv e r e m s u je ito s t o d o s os Estados e o D is t r it o Federal, f o r c o n c e d i d o p o r q u a l q u e r
d e l e s b e n e f í c i o d e q u e r e s u l t e e x o n e r a ç ã o o u d e v o l u ç ã o d o t r i b u t o , t o t a l o u p a r c i a l, d i r e t a o u
in d ir e t a m e n te , c o n d ic io n a d a ou in c o n d ic io n a d a .
32
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
33
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
34
D IRE IT O TR IB U T Á R IO - QUESTÕES ATUAIS
0 m e c a n is m o da n ã o - c u m u la tiv id a d e há q u e s e r s e m p r e o b s e r v a d o , fa z e n d o n as c e r p ara o
c o n t r i b u i n t e , t o d a vez q u e e s te a d q u i r e u m a m e r c a d o r ia o u u m s e rv iç o c o m in c id ê n c ia d o Im p o s to ,
u m c r é d i t o fi scal, Esse c r é d i t o , d e a c o r d o c o m o p r o f e s s o r Sacha C a lm o n é " u m c r é d i to m i s t o (quase
f in a n c e iro ) , a b a r c a n d o o c r é d i to d o a ti v o im o b iliz a d o , d o s b en s d e usa e c o n s u m o e d e to d o s os insum os
d ir e to s e i n d i r e t o s u ti li z a d o s n o p r o d u ç ã o e c ir c u l a ç ã o d e m e r c a d o r ia s e s e r v iç o s " v. COELHO, Sacha
C a l m o n N a v a r ro , In C u rs o d e D i r e i t o T r i b u t á r i o B r a s il e ir o . 4 e d . Rio d e J a n e i r o : F o re nse , 1 9 9 9 , p.
3 3 2 . V. t b . p o r t o d o s CARRAZZA, R o q u e A n t o n i o . O p r i n c í p i o da n ã o - c u m u l a t i v i d a d e n o ICMS. In:
ICMS- São P a u lo : M a l h e i r o s , 2 0 0 7 . p. 3 1 9 - 3 9 8 .
35
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
S o u t o M a i o r B o rge s , in; O IC MS e os b e n e f í c io s f is c a is c o n c e d i d o s u n i l a t e r a l m e n t e p o r E s ta d o -
M e m b r o , in " G r a n d e s q u e s t õ e s a tu a is d o d i r e i t o t r i b u t á r i o " , 4® v o l., São P a ulo : D ia lé t ic a , 2 0 0 0 , p,
1 24 , s u s t e n t a q u e " n ã o p o d e e n t r e t a n t o u m E s ta d o - m e m b r o d a F e d e ra ç ã o im p u g n a r , g lo s a n d o , o
c r é d i to d e ICMS d e s ta c a d o e m d o c u m e n t o fisca l, so b o p r e t e x t o d e v io la ç ã o a o a rt. 155, § 22, 'g', da
CF. ( ...) N ã o se rá c o r r e t o r e c o n h e c e r a o E s t a d o - m e m b r o c o m p e t ê n c i a p a ra , i n d e p e n d e n t e m e n t e
d e u m p o s i c i o n a m e n t o j u r i s d i c i o n a l , s o b r e t u d o e m a ç ã o d e c l a r a t ó r i a d e i n c o n s t i t u c i o n a l í d a d e da
lei o u d os a to s in f ra le g a is im p u g n á v e i s , g lo s a r o c r é d i t o h a v i d o c o m o i n d e v id o . S e r o u n ã o d e v i d o
0 c r e d i t a m e n t o d o ICMS, nas r e la ç õ e s i n t e r e s t a d u a i s , é a lg o q u e s o m e n t e p o d e s e r i n d i c a d o , e m
n o s s o r e g i m e f e d e r a t i v o , p e l o S u p r e m o T r i b u n a l F e d e r a l. 0 c o n t r á r i o i m p o r t a r i a a d m i t i r p u d e s s e
u m E s t a d o - m e m b r o d e s c o n s t it u ir p o r p o r t a s tra v e s s a s a le g a lid a d e e d it a d a p o r o u t r o , co m
c o m p o r t a m e n t o o fe n s iv o à fe d e ra ç ã o , n a q u ilo q u e é a t r i b u t o e ss e n c ia l d o p a c to fe d e r a t iv o
n a c i o n a l , a h a r m o n i a i n t e r e s t a d u a l . E p o r t a n t o i n s t a u r a r - s e - i a o i m p é r i o da d e s a r m o n i a , c o n t r a a
a r q u ite tô n ic a c o n s titu c io n a l do fe d e ra lis m o b ra s ile iro ".
V a le t r a n s c r e v e r a m a n i f e s t a ç ã o d e P a u l o d e B a r r o s C a r v a l h o s o b r e o t e m a : " T e c i essas
c o n s i d e r a ç õ e s p a r a d e m o n s t r a r a i m p o s s i b i l i d a d e d e u m a r e g r a le g a l e, m u i t o m e n o s , i n f r a l e g a l ,
d e s c o n s i d e r a r o a t r i b u t o d a v a li d a d e q u e a t i n g e as n o r m a s p e r t e n c e n t e s a o s i s te m a j u r í d i c o . Esse
é 0 m o t i v o p e l o q u a l n ã o p o d e u m Esta do o u o D is t r it o F e d era l, c o m f u n d a m e n t o n o a r t . 8^ d a Lei
C o m p l e m e n t a r n s 24/75, p r e t e n d e r a fa s ta r o s e f e it o s da c o n c e s s ã o u n i l a t e r a l d e b e n e f í c io s fis c a is
m e d ia n te ve d a çã o a o a p r o v e it a m e n to dos c ré d ito s q ue , c o n q u a n t o te n h a m sid o d e sta ca d o s em
n o t a s fis c a is , s e ja m o r i u n d o s d e u n i d a d e s f e d e r a d a s c o n c e d e n t e s d e i n c e n t i v o s s e m s u p o r t e e m
c o n v ê n i o . Ta l d e t e r m i n a ç ã o n ã o p o d e p r o s p e r a r , p o i s a l é m d e a b a l a r o p r i n c i p i o d a n ã o -
c u m u la tiv id a d e , é, f o r m a lm e n t e , m e d id a in a p r o p r ia d a , v is to q u e o s is te m a ju r í d i c o b r a s ile ir o
p r e s c r e v e o r e c u r s o a o P o d e r J u d i c i á r i o c o m o f o r m a d e i m p e d i r le s ã o a d i r e i t o . " , o b . c i t . , h t t p : / /
w w w .b a rro s c a rv a lh o .c o m .b r/a rt_ n a c /g u e rra _ fis c a l.p d f
36
DIREIT O TR IB U T Á R IO - QUESTÕES ATUAIS
37
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES ATUAIS
4. Conclusões
Q u e s t i o n a m e n t o s l e v a n t a d o s p o r R o q u e C a r r a z z a a o p r e f a c i a r a o b r a d e M a r q u e s , K la u s
E d u a r d o R o d r i g u e s A g u e r r a f i s c a l d o IC M S : u m a a n á l i s e c r í t i c a s o b r e as g lo s a s d e c r é d i t o -
São P a u lo ,M P E d „ 201 0 .
“ Id e m , ob. c it-, u tiliz a n d o -m e da e xpre ssã o tira d a por Roque C arra zza p ara la n ç a r
q u e s tio n a m e n to s acerca da 'g lo s a ' de c ré d ito s e sua p ro je ç ã o fre n te ao p rin c ip io
c o n s titu c io n a l da s e gu ra n ça ju ríd ic a , a n a lis a n d o que caso "os b e n e fíc io s fis c a is ou
f i n a n c e i r o s , o u t o r g a d o s p e l o E s ta d o d e o r i g e m , i n f r i n j a m m a u s - t r a t o s a o a r t . 1 5 5 , § 22, XII,
g, d a C o n s t i t u i ç ã o d a R e p ú b li c a , n ã o é d a d o , a o E s ta d o d e d e s t in o , i m p o r , a s e us c o n t r i b u i n t e s ,
0 ô n u s d e c o n t r o l a r a c o n s t i t u c i o n a l i d a d e e a l e g a l i d a d e d e t a i s f a v o r e s . Em s u m a , p r o b l e m a s
e m e rg e n te s da c h a m a d a "g u e rra fis c a l" e n tre as u n i d a d e s f e d e r a d a s não podem ser
re s o lv id o s a e xpe nsas de c o n t r ib u in t e s q u e a d q u irir a m a lh u re s m e rc a d o ria s , e tê m em m ãos,
d o c u m e n t a n d o as o p e r a ç õ e s r e a l i z a d a s , n o t a s f i s c a i s f o r m a l m e n t e e m o r d e m . P o r f i m , se o
S u p re m o T r ib u n a l F e d e ra l, e m c o n t r o le a b s t r a t o , v ie r a d e c la r a r in c o n s titu c io n a is esses
b e n e f í c i o s fis c a is o u f i n a n c e i r o s , c a b e r á a o s E s ta d o s d e o r i g e m c o b r a r , d e s e u s c o n t r i b u i n t e s ,
q u e u s u f r u í r a m as a l u d i d a s b e n e s s e s , as " d i f e r e n ç a s " d e /C M S. E s to u c o n v e n c i d o , n o e n t a n t o ,
q u e t a l d i r e t r i z n ã o se a p l i c a q u a n d o p a t e n t e a d a a b o a - f é d e s s e s m e s m o s c o n t r i b u i n t e s ,
m o r m e n t e se c u m p r i r a m c o r ) d iç õ e s , p a r a p o d e r e m g o z a r d a s a l u d i d a s v a n t a g e n s t r i b u t á r i a s ,
que tin h a m p o r v á lid a s ."
38
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
A C o n s t i t u i ç ã o d e 1 9 8 8 a s s e g u r a as p e s s o a s p o l í t ic a s o d i r e i t o d e p r o p o r e m a ç õ e s d i r e t a s de
in c o n s titu c io n a lid a d e p e r a n te o S u p re m o T rib u n a l Federal v is a n d o a e x tir p a r do o r d e n a m e n to
j u r í d i c o as n o r m a s q u e i l e g i t i m a m e n t e t e n h a m p o r o b j e t o a c o n c e s s ã o d e b e n e f í c i o s fis c a is
u n i l a t e r a i s . I n c o n c e b í v e l , p o r t a n t o , q u e q u a l q u e r d a s u n i d a d e s f e d e r a d a s p r e t e n d a a f a s t a r os
e f e i t o s d a c o n c e s s ã o d e b e n e f í c i o s fis c a is q u e c o n s i d e r a i n d e v i d o s , f a i e n d o - o m e d i a n t e s i m p l e s
g lo s a d e c r é d i t o s , e l e g e n d o o c o n t r i b u i n t e c o m o " i n i m i g o " nessa " g u e r r a f is c a l" , e n ã o o Esta do
q u e te r i a e d i t a d o n o r m a v io la d o r a d o T e xto M a io r. A té m e s m o p o r q u e o a d q u i re n t e das m e r c a d o r ia s
e serv iços, t e n d o a m p a r o d o c u m e n t a l q u e c o n t e n h a t o d o s os e l e m e n t o s d o n e g ó c io m e r c a n t i l , n ão
t e m a o b r i g a ç ã o n e m as c o n d i ç õ e s n e c e s s á r ia s p a r a p e s q u i s a r e v e n t u a l e x i s t ê n c i a d e i n c e n t i v o
f i s c a l c o n c e d i d o a o f o r n e c e d o r . S o b r e m a is , a l é m d e f a l t a r c o m p e t ê n c i a a o c o n t r i b u i n t e p a r a
c o n t r o la r a c o n s t it u c io n a lid a d e de q u a lq u e r b e n e fíc io fis c a l c o n c e d id o , caso e s te v e n h a a ser
d e c l a r a d o i n c o n s t i t u c i o n a l p e l o ó r g ã o c o m p e t e n t e - o e x c e ls o STF - , a c o n s e q ü ê n c i a a d v i n d a será
a i m e d i a t a e x ig i b i l id a d e d o c r é d i t o t r i b u t á r i o r e la t i v o a o t r i b u t o n ã o r e c o l h id o a o Esta do d e o r ig e m ,
q u e 0 havia d is p e n s a d o o u r e d u z id o d e f o r m a c o n s id e ra d a i n d e v id a p e l o Ju d ic iá r io . C o n tr a r i a m e n te ,
a a p lic a r -s e o p r e c e i t o d o a r t . 82 da Lei C o m p l e m e n t a r n® 2 4 /7 5, e s ta ria o E s ta d o d e d e s t i n o das
m e r c a d o r i a s e s e r v i ç o s h a b i l i t a d o a, e le p r ó p r i o , f a z e r j u l g a m e n t o s a c e r c a d a l e g a l i d a d e e
c o n s t i t u c i o n a l i d a d e d o s i n c e n t i v o s f i s c a is , e, c o n s i d e r a n d o - o s i n d e v i d o s , e x i g i r o i m p o s t o n ã o
c o b r a d o p e l a u n i d a d e f e d e r a d a d e o r i g e m . Tal a t i t u d e , a l é m d e s u p r i m i r a a p r e c i a ç ã o j u d i c i a l ,
r e p r e s e n t a m a n i f e s t a a m e a ç a a o p a c t o f e d e r a t i v o , u m a vez q u e a c a r r e t a a e x ig ê n c ia d o i m p o s t o
e s t a d u a l p e l a p e s s o a p o l í t i c a d e s t i n a t á r i a d a m e r c a d o r i a o u s e r v iç o , d e s p r e z a n d o a r e p a r t i ç ã o
c o n s t i t u c i o n a l d a s c o m p e t ê n c i a s t r i b u t á r i a s e o c a r á t e r n a c i o n a l d o ICMS. C a r a c t e r i z a , t a m b é m ,
n ítid a o fe n s a ao p r in c íp io da n ã o - c u m u la tiv id a d e , p r e c e i t o c o n s t it u c io n a l q u e n ã o c o m p o r ta
r e s tr iç ã o d e e s p é c ie a lg u m a , s a lv o a q u e la s q u e o p r ó p r i o c o n s t it u in t e r e la c io n o u : is e n ç ã o e
n â o t n c i d ê n c i a . A C o n s t i t u i ç ã o só p r o í b e o c r é d i t o d o i m p o s t o nessas d u a s h ip ó te s e s , m o t i v o p elo
q u a l os i n c e n t i v o s c o n c e d i d o s m e d i a n t e a a d o ç ã o d e té c n ic a s d iv e r s a s , c o m o r e d u ç ã o d o i m p o s t o
d e v i d o , da b a s e d e c á l c u l o , d e f e r i m e n t o o u a t é m e s m o e s c r i t u r a ç ã o d e c r é d i t o p r e s u m i d o , n ão
p o s s i b i l i t a m se ja o c r e d i t a m e n t o o b s t a d o . Em c a s o s c o m o e s ses , t e n d o o b e n e f í c i o f i s c a l s id o
c o n c e d id o sem a u to riz a ç ã o em c o n v ê n io , ca be ao P o de r J u d ic iá rio d e c la rá -lo in c o n s titu c io n a l,
d e t e r m i n a n d o q u e o ICM S seja e x ig i d o e m c o n s o n â n c ia c o m o a r c a b o u ç o c o n s t it u c io n a l d o t r i b u t o ,
is to é, p e lo E sta d o de o rig e m das m e rc a d o ria s e s e r v iç o s , o b .c it., h ttp ://
w w w . ba r r o s c a r v a l h o . c o m . b r / a r t _ n a c / g u e r r a _ f i s c a l . p d f .
39
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
40
D IRE IT O TR IB U T Á R IO - QUESTÕES ATUAIS
Adriano GuinzelM"
41
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
42
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
43
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES ATUAIS
44
DIREIT O TR IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
45
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
46
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
47
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
48
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
5. Conclusão
49
D IR E IT O T R IB U T Á R IO : Q U E S T Õ tS A TU AIS
Eduardo Maneira^"'
P ro fe s s o r d e D i r e i t o T r i b u t á r i o d a F a c u ld a d e N a c io n a l d e D ir e i t o da U n iv e r s id a d e Federal d o Rio
d e J a n e i r o (UFRJ). P r e s id e n t e da A s s o c ia ç ã o B r a s ile ira d e D i r e i t o T r i b u t á r i o ( A 6 R A 0 T ) . D i r e t o r da
A s s o c ia ç ã o B r a s ile ir a d e D i r e i t o Fiscal (ABD F). A d v o g a d o .
51
DIREIT O TR IB UTÁ RIO: QUESTÕES ATUAIS
52
D IR E IT O T R I B u l A A O' Q UE ST ÕE S ATUAIS
" P e r a n te a C o n s t it u iç ã o de 1 9 8 8 , n ã o t e n h o d ú v id a de
m a n ife s ta r - m e a fir m a t iv a m e n t e . De f e it o , a p a r das trê s
m o d a lid a d e s de t r i b u t o s (os im p o s to s , as ta x a s e as
contribuições de m elhoria) a que se refere o a rtig o 145 para
d e c la ra r que são c o m p e te n te s para in s titu í-lo s a União, os
Estados, o D istrito Federal e os Municípios, os artigos 148 e 149
a lu d e m a duas o u tr a s m o d a lid a d e s tr ib u t á r ia s , para cuja
instituição só a União é com petente: o em préstim o compulsório
53
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
e as c o n tr ib u iç õ e s sociais, in c lu s iv e as de in te rv e n ç ã o no
dom ínio econônnico e de interesse das categorias profissionais
ou econômicas.
No to c a n t e às c o n t r ib u iç õ e s s o c ia is - qu e dessas duas
modalidades trib u tá ria s é a que interessa para este julg a m e n to
- não só as referidas no artigo 149 - que se subordina ao capítulo
co n c e rn e n te ao sistem a t r ib u t á r io nacional - tê m natureza
trib u tá ria , com o resulta, igualmente, da observância que devem
ao disposto nos artigos 146, III e 150, I e III, mas ta m b é m as
re la tiv a s à s e g u rid a d e so cial p re v is ta s no a rtig o 195, que
pertence ao títu lo 'Da Ordem Social'. Por te re m esta natureza
trib u tá ria é que o artigo 149, que determ ina que as contribuições
sociais observem o inciso III do artigo 150 (cuja letra b consagra
o p rin c íp io da a n te r io rid a d e ), exclui dessa o b s e rvâ n c ia as
contribuições para a seguridade social previstas no artigo 195,
em conform idade com o disposto no § 6^ deste dispositivo, que,
aliás, em seu § 4^, ao a d m itir a in s titu iç ã o de o u tra s fon te s
destinadas a garantir a m anutenção ou expansão da seguridade
social, determ ina se obedeça ao disposto no art. 154, I, norma
trib u tá ria , o que reforça o e n te n d im e n to favorável à natureza
tr ib u tá ria dessas co n trib u içõ e s sociais."^^
54
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
55
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
56
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES ATUAIS
57
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
58
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
COÊLHO, Sacha C a lm o n N av a rro . Curso d e D ir e ito T r ib u t á rio brasileiro . 6. e d . Rio d e Janeiro'. Forense,
2 0 0 1 , p. 4 05 .
59
Dir eito t r ib u t á r io ; q u e s t õ e s a t u a is
0 fato gerador das CIDE's é um fato vinculado a atuação estatal, qual seja, o
de intervir na economia; a base de cálculo desse tributo deve ser o custo da
intervenção e, portanto, a contribuição não pode ter jamais base de cálculo
própria de imposto, tal como ocorre com as taxas.
Do mesmo modo, os em préstim os compulsórios instituídos com
amparo no art. 148, II, são tributos vinculados a uma atuação estatal, qual
seja investim ento público de caráter urgente e de relevante interesse
nacional.
0 modelo constitucional é muito claro no sentido de que somente os
impostos podem incidir sobre fatos desvinculados da atuação estatal, tanto
é assim que foi em relação a eles que a Constituição se deu ao trabalho de
realizar uma rígida repartição de competência.
Os empréstimos compulsórios instituídos para atender a despesas
extraordinárias decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou
sua iminência (art. 148, II) são verdadeiros impostos causais e restituíveis.
Não há uma atuação estatal específica que os justifique, senão um fato
externo extraordinário. No entanto, os empréstimos compulsórios do art.
148, I, têm a sua legitimidade vinculada a uma atuação da União Federal, e a
sua base de cálculo deve ser o custo do investimento público relevante e
urgente.
Em relação aos tributos vinculados, taxas e contribuições (de melhoria,
previdenciária do empregado, de intervenção no domínio econômico e
coorporativas), a Constituição não se preocupou em dizer quem poderá criar
qual taxa ou qual contribuição exatamente porque o que legitima a instituição
de tais tributos é uma atuação estatal.
Se imaginarmos que qualquer trib u to , além dos impostos (e nesta
espécie, incluím os os em préstim os com pulsórios do art. 148, 1, e as
contribuições sociais gerais) possa ser instituído sem uma contraprestação
estatal, todo o trabalho que Constituição teve com os impostos terá sido em
vão.
60
DIRE IT O T R IB U T Á R IO - QUESTÕES ATUAIS
RTJ 1 4 3 /S 9 5 .
61
Dir e it o t r ib u t á r io ; q u e s t õ e s a t u a is
artigo 149 faz ao artigo 146, III, refere-se à disciplina prevista no CTN, mas
não à indispensabilidade de prévia lei complementar para instituí-la. Pode
ser criada por lei ord iná ria federal e, por conseqüência, por medida
provisória, desde que estejam atendidos os requisitos constitucionais para
a edição deste veículo especial e desde que não haja abuso na sua
utilização/"'^
Ora, não se está pedindo a in stituiçã o de contribuições por lei
complementar. Isto porque a instituição de tributos em regra se dá por lei
ordinária. 0 que se pleiteia é prévia lei complementar tratando das matérias
enumeradas no art. 146, III. De qualquer modo, cabe indagar quais são os
requisitos constitucionais para a edição das contribuições. Os lá existentes
são suficientes, como foram aqueles das contribuições da seguridade social?
A Constituição deu carta branca à União Federal para que institua contribuição
sobre qualquer atividade econômica em relação à qual julgar necessária sua
intervenção?
Tal equívoco, no nosso entender, qual seja, o de dispensar lei
com plem entar para regular a m atéria, é o principal responsável pelo
crescimento desordenado das contribuições de intervenção. 0 que se
percebe de plano é que, sob o manto de contribuições de intervenção, a
União Federal vem In stitu in d o p or lei ordlnána verdadeiros Impostos
residuais.
Cabe-nos agora examinar se o Supremo Tribunal Federal realmente
construiu sólida jurisprudência no sentido de que as contribuições em geral
possam ser criadas sem prévia lei complementar.
Ao julgar, como já se disse, a Contribuição social Sobre o Lucro, o
Supremo u tiliz o u basicam ente dois arg um e n tos para considerar
desnecessária lei complementar:
62
D IR E IT O T R IB U T Á R IO ; QUESTÕ ES ATUAIS
V o to p r o f e r id o n o ju l g a m e n t o d o RE n. 2 0 9 .3 6 5 -3 /S P , in DJ d e 0 7 .1 2 .2 0 0 0 , E m e n tá rio n. 2 0 1 5 -5 .
63
DIRE ITO T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T U A IS
V o to p r o f e r id o n o j u lg a m e n t o d o RE n. 2 6 5 .7 2 1 -2 /S P , in DJ d e 0 9 .0 6 .2 0 0 0 , E m e n t á rio n, 1 99 4 -6 .
V o to p r o f e r i d o n o j u l g a m e n t o d o RE n, 2 6 5 .7 2 1 -2 /S P , in DJ d e 0 9 .0 6 .2 0 0 0 , E m e n t á rio n. 1 9 9 4 -6 .
64
DIRE ITO T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
65
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES AT U AIS
66
DIRE ITO T R IB U T Á R IO . QUESTÕES ATUAIS
P a ra d o x a lm e n te , à p ro p o rç ã o q u e se d ifu n d iu no Brasil a
noção te ó ric a das taxas, os gove rn o s estaduais e m unicipais
dela d e s e rta ra m , ensaiando b itrib u ta ç õ e s que se mascaravam
c o m 0 n o m e desse t r ib u t o . Para isso, c o n c o rre r a m duas
razões-. 1^) o c o n ce ito e rrô n e o dos Dec.-Leis n. 1 .8 0 4 ^ 9 e 2.416Í/
40; 2^) confusões co m a d o u trin a e stra n g e ira p ro v e n ie n te de
países, cujas C o n s titu iç õ e s não se r e fe ria m àq u e la noção
te ó ric a .
M a s os t r ib u n a is , s o b r e t u d o o STF, c o r r ig ir a m a q u e la s
deturpações, fu lm in a n d o de inconstitucionalidade várias falsas
taxas, que dissimulavam impostos de alheia competência. (Vide
Súmulas do STF ns. 128, 135, 144, 551, 595 etc.).
A Constituição, inspirada no p ro p ó s ito de p ôr um p o n to final
em tais abusos, que burla va m os p rincipais pon to s cardeais
do sistema tr ib u tá rio e m u ltip lica va m os litígios, estabeleceu
a regra do § 2? do art. 18: - taxa não pode te r a mesma base de
cálculo que te n h a se rvido à incidência de im postos. Embora
não fo sse in c o n s titu c io n a l, no re g im e a n te rio r, a taxa em
d is fa rc e de im p o s to da c o m p e tê n c ia da pessoa de D ire ito
P ú b lic o q u e a e x ig is s e , a p r á t ic a e ra ir r a c i o n a l e
c o n tra p ro d u c e n te . Hoje, p o r e fe ito desse § 2S do a rt. 18, há
in c o n s titu c io n a lid a d e a in d a q u a n d o a ta xa , na re a lid a d e ,
representa duplicata de im p o sto com pre e n d id o na com petência
do governo que a decreta.'"*^
67
D IRE IT O T R IB U T Á R IO ; QUESTÕ ES AT UAIS
a pesarem com balança de precisão os detritos produzidos dia a dia por cada
domicílio, para que a taxa pudesse corresponder ao total de lixo produzido
a cada mês pelo contribuinte.
Em relação às contribuições de melhoria, dispõe o CTN:
68
DIRE ITO T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
obviamente, o custo da obra nunca será lim ite de nada, porque sempre
representará valores m u ito mais expressivos do que a valorização
individualizada. 0 que deverá ser rateado e, portanto, deverá servir de base
de cálculo é o custo da obra, em que cada contribuinte contribuirá na medida
da valorização do seu imóvel. Assim, a intensidade da valorização imobiliária
será representada por um percentual (alíquota) a incidir sobre o custo da
obra (base de cálculo). 0 quantum debeatur terá sempre por referência de
limite, não o custo da obra, mas a mais-valia que a obra propiciou ao imóvel
de cada contribuinte.
No tocante às contribuições sociais destinadas à seguridade social, a
base de cálculo segue a mesma sistemática dos impostos. É que ditas
c o ntribuições são verdadeiros im postos afetados à seguridade e são
exemplos de bis in iden constitucionalmente autorizados, pois incidem sobre
0 lucro, a receita das empresas, a folha de salários, etc. 0 mesmo se dá em
relação aos empréstimos compulsórios do art. 148, I, que, na condição de
impostos restituíveis e causais, devem ter base de cálculo pertinente com o
fato de relevância econômica escolhido para ser seu fa to gerador e, se
estiverem em bis in iden com imposto já existente, devem seguir-lhe a
sistemática.
Neste sentido, a lição de Geraldo Atallba:
69
DIRE ITO T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
ATALIBA, G e ra ld o . H ip ó te s e d e In c i d ê n c i a t r i b u t á r i a . 6^ e d . São P a u lo : M a lh e ir o s , 2 0 0 3 , p p . 2 0 8 -
209.
70
DIRE ITO T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES ATUAIS
71
DIRE ITO T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES ATUAIS
1. introdução
73
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES AT UAIS
74
DIRE ITO T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
75
DIRE ITO T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
76
D I R t I T O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
77
D(REITO TR IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
4. As finanças europeias
78
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
79
DIRE ITO T R IB U T Á R IO ; QUESTÕ ES ATUAtS
80
D IRE ITO T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
81
D IRE ITO T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES ATUAIS
82
D IRE ITO T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
83
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
• Fomentar a competitividade;
• Fomentar o emprego;
• Dar um m aior co n trib u to para a sustentabilidade das finanças
públicas;
• Reforçar a e s ta b ilid a de fin a n c e ira Cada E stado-M em bro
participante apresenta as medidas específicas que irá tom ar para
atingir estes objetivos;
• Se um Estado-Membro puder demonstrar que não são necessárias
medidas numa ou noutra área, não as incluirá. A escolha das
medidas específicas necessárias para atingir os objetivos comuns
continua a ser da responsabilidade de cada país, mas será prestada
especial atenção ao c o n ju n to de medidas possíveis
especificamente mencionadas no pacto;
• Os progressos na realização dos objetivos comuns são objeto de
um acompanhamento político por parte dos Chefes de Estado ou
de Governo com base numa série de indicadores que abrangem a
competitividade, o emprego, a sustentabilidade orçamentai e a
estabilidade financeira;
• Serão identificados os países que enfrentam desafios importantes
em qualquer uma destas áreas, os quais terão de se comprometer
a dar-lhes resposta num determinado prazo.
84
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
6. Os países do protetorado
85
DIRE ITO T R IB U T Á R IO ; QUESTÕ ES AT U AIS
86
DIRE ITO T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES ATUAIS
87
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
Conclusão
Quando analisamos aquilo que a União Européia tem vindo a fazer nos
últimos tempos parece lógico questionar, como já o fiz, se a Europa será
estúpida, uma vez que é claro que, ao insistir em programas de drástica
austeridade, que apenas pioram a situação financeira dos Estados e a sua
capacidade para re sp eita r os com prom issos, enveredam os políticos
europeus por um caminho totalm ente lesivo daqueles interesses.
Lembrei-me, então, do brilhante ensaio de Cario Cipolla "As Leis da
Estupidez Humana" e da sua regra de ouro da estupidez - uma pessoa
estúpida é aquela que causa um dano a outra pessoa ou a um grupo de
pessoas, sem retirar qualquer vantagem para si, podendo até sofrer um
prejuízo com isso. A nossa vida - recorda-nos o historiador italiano - "está
tam bém recheada de episódios que nos fazem incorrer em perdas de
dinheiro, tempo, energia, apetite, tranqüilidade e bom hum or por causa
das ações improváveis de uma qualquer absurda criatura, que surgem nos
88
dire ; i t o t r i b u t á r i o , q u e s t õ e s a t u a i s
89
D IRE IT O T R IB U T Á R IO QUESTÕES ATUAIS
M e m b r o d a C om is sã o Especial d e D ir e i t o T r i b u t á r i o . P ro fe s s o r d e D ir e ito T r i b u t á r i o d o U n ic e u b e
d a ESA/DF. Pós g r a d u a d o e m D ir e i t o T r ib u t á r i o .
91
D IRE IT O T R IB U T Á R IO ; QUESTÕES ATUAIS
mas sem olvidar que o Indivíduo possui garantias constitucionais que lhe
permitem gerir e organizar seus negócios e atividades dentro do prisma da
liberdade contratual, valor igualmente caro.
92
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
93
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
94
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
mas, nem por isso, cogitara-se incluir o Direito Penal no teo r do Direito
Adm inistrativo.
Também houve a dissociação do direito Tributário em relação ao Direito
Financeiro, pois a relação tributária disciplinaria a criação, fiscalização e
arrecadação de tributos enquanto o Direito das Finanças se preocuparia com
os Investimentos e despesas públicas, sendo, portanto, inconfundíveis.
É bem verdade que essa dissociação ocorreria apenas no campo
didático haja vista que trib u to e investim entos públicos encontram-se
umbilicalmente integrados, em face de ser a tributação a grande provedora
dos recursos públicos.
Muito se critica essa suposta autonomia do Direito Tributário, de modo
a isolá-lo dos demais contextos em relação ao produto de sua investigação:
0 tributo.
Cabe sintetizar aqui que o ilustre professor Roberto Wagner Lima
Oliveira^^ em prestigioso artigo postado na internet, entende que:
95
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
Q u a n d o se faz In c id ir t r ib u t o s s o b re c irc u n s tâ n c ia s ou
operações de d ire ito , o legislador age sabiamente, se respeita a
o rg a nização ju ríd ic a e x is te n te e buscar h a rm o n iz a r as suas
medidas com o d ire ito com um , em face do qual eles a estabelece;
e m caso c o n trá rio , c o rre ria o risco de causar, p o r tr ib u t o s
in c o m p a tív e is co m as suas fó r m u la s ju ríd ic a s , u m a grave
desordem no seio da vida social.
96
D IR E IT O TRIBUTÁRIO-, QUESTÕES ATUA.ÍS
97
D IRE IT O T R IB U T Á R IO ; QUESTÕES A T UAIS
98
D IR E IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
Pavia. Cite-se Dino Jarach^^ a quem justificava a cobrança dos impostos com
base na teoria da capacidade contributiva e o mesmo se diga em relação a
Mario Pugliese^. No Brasil, foi precursor dessa escola o ilustre Aliomar
Baleeiro.
99
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
100
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
101
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
Posicionamento do Judiciário
102
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
o p . c it. p. 68-
103
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES AT UAIS
104
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
Não temos dúvida de que o parágrafo único do art. 116 do CTN ainda
será objeto de análise da Suprema Corte em face de que ambas as vertentes
invocam dispositivos constitucionais.
Conclusão
105
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
106
D IRE IT O T R IB U T Á R IO ' QUESTÕES ATUAIS
Introdução
M e s t r e e d o u t o r a n d o e m D ir e i t o d o E s ta d o ( D ir e i t o T r i b u t á r i o ) p e la PUC/SP. Juiz d o T r i b u n a l de
Im p o s to s e Taxas d o Estado d e São Paulo. C o n s e lh e iro d o CARF (C o n s e lh o A d m in i s t r a t i v o d e Recursos
F is c a is d o M i n i s t é r i o d a F a z e n d a ) P r o f e s s o r d o c u r s o de p ó s - g r a d u a ç ã o de D i r e i t o T r i b u t á r i o e
E m p r e s a r ia l d a FAAP e p r o f e s s o r c o n v i d a d o d o s c u r s o s d e p ó s - g r a d u a ç ã o e e x t e n s ã o e m D ir e i t o
T r i b u t á r i o e E m p r e s a r ia l l a t o s e n s u d a Escola P a ulista d e D ir e i t o (EPD), F G V /o w e Fu n da ce /U S P . É
m e m b r o d o C o n s e lh o C ie n tíf ic o e E d it o r ia l d a APET ( A s s o c ia ç ã o P a u lis ta d e E s tu d o s T r i b u t á r i o s ) e
C o o r d e n a d o r d o C o m i t ê d e A s s u n t o s lig a d o s a o C o n t e n c i o s o A d m i n i s t r a t i v o T r i b u t á r i o Es ta d u al da
C o m is s ã o d o C o n t e n c i o s o A d m i n i s t r a t i v o T r i b u t á r i o d a OAB/SP.
107
DIREIT O T R IB U T Á R IO ; QUESTÕES ATUAIS
" A r t . 18 0 i m p ô s t o s ô b r e o p e r a ç õ e s re la tiv a s a c ir c u la ç ã o d e m e r c a d o r ia s t e m c o m o f a t o g e r a d o r :
(...)
II - a e n t r a d a , e m e s t a b e l e c im e n t o c o m e r c i a l, i n d u s t r i a l o u p r o d u t o r , d e m e r c a d o r ia i m p o r t a d a d o
e x te r io r p e lo t i t u l a r d o e s ta b e le c im e n to ;
RDT n. 2/49.
” R evisto F orense v o l. 250, p. 1 46 -1 4 7 .
I m p o s t o d e C ir c u la ç ã o d e M e r c a d o r ia s , D i r e i t o T r i b u t á r i o , 5 - c o le t â n e a . São P a u lo : B u s h a ts k y ,
1 9 7 3 . p. 93.
O IC M n a C o n s titu iç ã o e n a Lei C o m p le m e n ta r . São P aulo: R esenha T r ib u t á r ia , 1978. p. 107.).
108
DIREIT O T R IB U T Á R IO ' QUESTÕES ATUAIS
RE n. 7 9951.
"(...) ra d ic a l r e p ú d io à in te rp re ta ç ã o ju d ic ia l, p e la e d iç ã o de n orm a in te n c io n a lm e n te
c o n tr a s ta n te c o m a ju r is p r u d ê n c ia e na re tific a ç ã o da n o r m a a n te rio r, q u e , p o r a m b ig ü id a d e ou
f a l t a d e c lareza, te n h a le v a d o o J u d ic iá r io a a d o t a r i n t e r p r e t a ç ã o in c o m p a t ív e l c o m os p re s s u p o s to s
d o u t r i n á r i o s d a m a t é r i a . " TORRES, R ic a r d o L o b o . A I n t e g r a ç ã o e n t r e a Lei e a J u r is p r u d ê n c i a e m
M a t é r i a T r i b u t á r i a . C a d e r n o s d e D i r e i t o T r i b u t á r i o e F i n a n ç a s P ú b lic o s . São P a u lo ; R e v is ta d os
T r ib u n a is , a n o 1, n. 3, a b r i l - ju l h o , 1 99 3 . p. 12.
"A n te s d o a d v e n t o da EC 2 3 / 8 3 os Estados, c o m base e m le g is la ç ã o o r d i n á r i a , t e n t a r a m ( e m vão)
t r i b u t a r , a t í t u l o d e IC M , a in d a q u e a d e s c o b e r t o d e p r e v i s ã o c o n s t i t u c i o n a l , as i m p o r t a ç õ e s
e f e t u a d a s p o r p r o d u t o r e s , i n d u s t r i a i s e c o m e r c i a n t e s . C o m e s ta E m e n d a C o n s t i t u c i o n a l v ia b i li z o u -
se a p r e t e n s ã o d os Estados, s e m p r e á v id o s e m a u m e n t a r suas re c e ita s ." (CARRAZZA, R oq u e A n to n io .
ICMS. 9. ed. r e v is ta e a m p l i a d a . São P a u lo : M a lh e ir o s , s.d. p. 5 6 -5 7 .)
” “ R e s s a lta m o s q u e o a tu a l t e x t o c o n s t it u c io n a l , s a lv o a a lu s ã o a o 's e r v iç o p r e s t a d o n o e x t e r i o r '
( h i p ó t e s e q u e n ã o n o s i n t e r e s s a a g o r a e s t u d a r ) m a n t e v e , e m r e l a ç ã o a o IC M ( h o j e IC M S ) na
im p o r ta ç ã o , a m a te r ia lid a d e da r e g r a - m a tr iz d e in c id ê n c ia da C o n s titu iç ã o a n te rio r , e x is te n te
d e s d e a EC 2 3 /8 3 . N e s te p o n t o n ã o se p e r d e u , p ois , a c o n t i n u i d a d e d o o r d e n a m e n t o , p o r q u e não
fo i a lt e r a d o seu f u n d a m e n t o ú l t i m o tie v a lid a d e , o b . c it., p . 57, n o t a d e r o d a p é n . 43.
A p e la ç ã o Cível n. 1 6 6 .5 1 5 - 2 .
REsp 3 7 6 4 8 '3 / S P ; Resp 3 0 . 7 5 6 - 0 /S P e Resp 31.383-5/SP.
109
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
"(...) IX - in c id ir á ta m b é m :
a) s o b r e a e n tr a d a d e m e r c a d o r ia im p o r ta d a d o e x te r io r , a in d a q u a n d o se t r a t a r d e b e m
d e s t i n a d o a c o n s u m o o u a t i v o f i x o d o e s t a b e l e c i m e n t o , a s s im c o m o s o b r e s e r v iç o p r e s t a d o n o
e x t e r i o r , c a b e n d o o i m p o s t o a o E s ta d o o n d e e s t i v e r s i t u a d o o e s t a b e l e c i m e n t o d e s t i n a t á r i o da
m e r c a d o r ia o u d o s e r v iç o ; (...)"
* ' Por to d o s , CHIESA, C lé lio . ÍC M S - S iste m a C o n s titu c io n a l T r ib u tá r io - A l g u m a s I n c o n s titu d o n a lid a d e s
d a LC 8 7/9 B . São Paulo: LTR, 1 99 7 . p. 9 2 -9 3 .
110
D IRE IT O TR IB U T Á R IO . QUESTÕES ATUAIS
2. A Súmula TIT n. 7
" N Ã O INCIDE ICMS NA IM PO R T A Ç Ã O DE BENS POR PESSOA FÍSICA OU JU RÍDICA QUE N ÃO SEJA
CONTRIBUINTE DO IMPOSTO".
"A té a v ig ê n c ia da E m e n d a C o n s ti tu c i o n a l n. 3 3 ^ 0 0 1 , n ã o in c id e o ICMS na im p o r t a ç ã o d e bens
p o r pessoa fís ic a o u j u r í d i c a q u e n ã o s e ja c o n t r i b u i n t e d o i m p o s t o . "
F o n te :h ttp ;//in fo .fa z e n d a .s p .g o v .b r/N X T /g a te w a y .d ll? f= te m p (a te s & fn = d e fa u (t.h tm & v id = s e fa z _
s u m u la s ;v s u m u la
111
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
Como não poderia deixar de ser, dado o caráter vinculante das súmulas
TIT®’ , os órgãos de julgamento administrativos estaduais, a partir da edição
da Súmula TIT n. 7, têm se utilizado de c rité rio objetivo, qual seja, o
temporal, para decidir pela incidência do ICMS em operações de importação
realizadas por não contribuintes do imposto (pessoas físicas ou jurídicas).
Ou seja, se antes da EC n. 33/2001, pela não incidência; se após, pela tributação
da operação de importação.
Dos ju lg ad o s analisados, é de se o b se rva r que o T ribu na l de
Impostos e Taxas reconhece o caráter vinculante da Súmula n. 7 para as
importações realizadas por não contribuintes até a edição da EC n. 3 3 /
112
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
113
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES A T UAIS
A r t . 6 1. A s d e c is õ e s d a s C â m a ra s s e r ã o t o r n a d a s p o r m a io r i a d e v o t o s d o s ju i z e s p r e s e n te s . Em
c a so d e e m p a t e , p r e v a l e c e r á o v o t o d e q u a l id a d e d o P r e s id e n t e d a C â m a ra .
114
DIRE IT O T R IB U T Á R IO QUESTÕES ATUAIS
115
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
116
D IR E IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
117
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
118
D IR E IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
M o s t r a - s e c o n s t i t u c i o n a l a d is c i p li n a d o I m p o s t o s o b r e P r o p r i e d a d e d e V e íc u lo s A u t o m o t o r e s
m e d i a n t e n o r m a lo c a l. D e ix a n d o a U n iã o d e e d i t a r n o r m a s g e ra is , e x e r c e a u n i d a d e d a fe d e r a ç ã o
a c o m p e tê n c ia le g is la tiv a p le n a - § 32 d o a r ti g o 2 4 , d o c o r p o p e r m a n e n t e da Carta d e 1 98 8 -, se nd o
q u e , c o m a e n t r a d a e m v i g o r d o s i s te m a t r i b u t á r i o n a c i o n a l , a b r i u - s e à U n i ã o , a o s E s ta d o s , a o
D i s t r it o F e d e ra l e aos M u n i c í p i o s , a v ia d a e d iç ã o d e leis n e c e s s á ria s à r e s p e c tiv a a p lic a ç ã o - § 3S
d o a r ti g o 3 4 d o A t o das D is p o s iç õ e s C o n s titu c io n a is T r a n s it ó r ia s d a C arta d e 1 98 8 . A l 1 6 7 7 7 7 A g R /
SP - SÃO PAULO. AG. REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. R elato r: M i n . MARCO AURÉLIO. Ju lg a m e n to :
0 4 0 3 / 1 9 9 7 . S e g u n d a T u r m a d o STF.
119
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES ATUAIS
” " ( ... } IX ■ i n c id ir á t a m b é m : a) s o b r e a e n t r a d a d e b e m o u m e r c a d o r ia im p o r t a d o s d o e x t e r i o r p o r
pessoa física ou ju rídica, a ind a q u e não seja c o n trib u in te hab itu a l d o im posto, q u alq u e r q u e seja a sua
fin aiid a d e , assim c o m o so bre o serviç o p restad o n o e xte rio r, c a b e n d o o im p o s to a o Estado o n d e e s tiver
s i t u a d o o d o m i c í l i o o u o e s t a b e l e c im e n t o d o d e s t in a t á r i o d a m e r c a d o r ia , b e m o u s e r v iç o (...).
120
D IR E IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES AT UAIS
121
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
122
D IRE IT O T R IB U T Á R IO QUESTÕES ATUAIS
Não por outra razão, o STF (tema 171), nos autos do RE n. 594.996,
decidiu reconhecer a repercussão geral sobre a alegada inconstitucionalidade
do ICMS importação por não contribuinte após a EC n. 33/2001^°°.
Mesmo após o reconhecimento da repercussão geral sobre o tema, o
Plenário do STF reiniciou, em 16 de dezembro de 2010, julgamento de dois
recursos extraordinários (RE n. 439.796 e RE n. 474.267, Rei. Ministro Joaquim
Barbosa), adiado por pedido de vista do M inistro Dias Toffoli^°\ Nesses
recursos, a discussão versa sobre a necessidade da edição de legislação
complementar e local com vistas a suportar a ampliação da sujeição passiva
constitucional no ICMS modalidade importação, após a EC n. 33/2001. 0 voto
vista apresentado reconhece a possibilidade da incidência do ICMS sobre
operações de importação de bens realizadas por pessoas jurídicas que não
se dedicam habitualmente ao comércio, após a vigência da EC n. 33/2001;
e n tre ta n to , faz expressa ressalva q uanto à necessidade de prévia lei
complementar editora de normas gerais a dispor sobre a nova modalidade
de tributação e pela ausência, no caso em julgamento, de legislação local
"(.••) pora dar concreçao à ampliada competência tributária’'.
De acordo com o Informativo 613 do STF, o Ministro Dias Toffoli;
123
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
4. Conclusão
124
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES ATUAIS
125
D IR E IT O T R IB U T Á R IO : Q U E S T Õ E S A T U A IS
Gustavo Ventura^^^
1. Introdução
O p re s e n te e s tu d o t e m o o b je t iv o d e t r a t a r da n â o -c u m u la tiv d a d e do
ICMS e suas im p lic a ç õ e s nas re la ç õ e s ju r íd ic a s fir m a d a s e n t r e o FISCO e o
c o n t r ib u i n t e . Ir e m o s e s c r e v e r as su a s p r in c ip a is c a r a c te r ís tic a s , a lé m d e
a n a lis a r o e n t e n d i m e n t o d o s T rib u n a is S u p e rio r e s s o b re as g a ra n tia s e os
lim ite s d o uso d e d ir e it o d e c ré d ito .
0 a r t ig o 1 5 5 da C o n s t it u iç ã o tr a z o f u n d a m e n t o c o n s titu c io n a l q u e
g a ra n te o d ir e it o d e c r é d ito n o â m b it o d o ICMS:
127
DIRE IT O T R IB U T Á R IO ; QUESTÕES ATUAtS
D i r e i t o C o n s t i t u c i o n a l , pág. 1 1 9 , 4 ^ E d iç ã o , 1 98 9 , E d it o r a A i m e d i n a .
128
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
129
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
130
D IR E IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
A nossa o p i n i ã o é m i n o r i t á r i a , p o is a m a io r i a d a d o u t r i n a e n t e n d e q u e e s t a m o s d ia n t e d e u m
p rin c íp io . 0 P r o fe s s o r R oq u e A n t ô n i o Carrazza é u m d os m a io r e s d e f e n s o r e s da n ã o - c u m u la tiv id a d e
c o m o p r i n c i p i o : " 0 IC M S d e v e n e c e s s a r i a m e n t e s u j e i t a r - s e a o p r i n c í p i o d a n ã o - c u m u l a t i v i d a d e ,
q u e t e n d o s i d o c o n s i d e r a d o , p e la C o n s t i t u i ç ã o , u m d o s t r a ç o s c a r a c t e r í s t i c o s d e s t e t r i b u t o , n ã o
pode te r seu a lc a n c e nem d im in u íd o nem , m u ito m enos, a n u la d o por norm a s
i n f r a c o n s t i t u c i o n a i s . . . " (IC M S, IC MS. 8^ E diç ão, M a l l i e i r o s E d it o r e s p ág . 2 5 5 ) ."
José S o uto M a io r Borges t r a t a n d o d o p r in c ip io da segu ra n ça ju r íd ic a e x põ e : "A segu ra n ça tr i b u t á r i a
nã o se r e p r o d u z - p o n d e r a ç ã o t r i v i a l n ã o f o r a s u m a m e n t e n ece ssá ria à a r q u i t e t u r a d a d e m o n s tr a ç ã o
s u b s e q ü e n t e - à p r o i b i ç ã o d e le i s t r i b u t á r i a s r e t r o a t i v a s . B e m p o r is so e la é s i n t a t i c a m e n t e
d e p e n d e n te d e o u t r o s d ir e ito s e g a ra n tia s c o n s t it u c io n a is . N e n h u m a s e g u ra n ç a sem ju s tiç a
t r i b u t á r i a ; n e n h u m a s e g u ra n ç a s e m le g a lid a d e , e tc . 0 p r iv ile g ia m e n t o da e n u n c ia ç ã o d esses
d ir e i t o s n ã o e xc lu i c o n t u d o o u t r o s d ir e i t o s e g a r a n tia s q u e a CF a d o t a . Eles são " a p e n a s " os d ir e ito s
e g a r a n t i a s m a is e m i n e n t e s , o s m a is d ig n o s d e s e r e m q u e s t i o n a d o s . P o r is s o a CF o s n o m e i a
" fu n d a m e n t a i s " . O p r in c íp io da Segura nça J uríd ic a na C riação e A p lic a ção d o T r ib u to . Revista Dialética
de D ir e ito T r i b u t á r i o nS 22, pág. 2 5 , 1997, E d ito ra D ia létic a .
C o m o v e r e m o s o i m p o s t o d e s t a c a d o n a n o t a fis c a l r a r a m e n t e r e p r e s e n t a u m v a l o r d e v i d o e m
sua t o t a l i d a d e , p o r fo r ç a d o c r é d i t o q u e a n o r m a da n ã o - c u m u la t i v i d a d e c o n f e r e a o c o n t r i b u i n t e .
131
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
132
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
133
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
que 0 dire ito positivo lhe confere. Se fosse uma mera técnica, normas
infralegais poderiam criar mecanismos que atenderiam os interesses do
FISCO que atuaria dentro de uma permissão conferida pelo Direito e não
como uma obrigação a que está submetido no imposto aqui estudado. A
técnica é vinculada aos preceitos constitucionais e legais.
Sobre o tema, defende Hugo de Brito Machado:
134
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
135
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
136
D IRE IT O T R IB U T Á R IO QUESTÕES ATUAIS
137
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
138
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
P a u lo d e B a r r o s C a r v a l h o e n s in a c o m m a e s t r i a : " a n a t u r e z a m e r c a n t i l d o p r o d u t o n ã o e s tá ,
a b s o l u t a m e n t e , e n t r e o s r e q u i s i t o s q u e lh e sã o in t r í n s e c o s , m a s na d e s t in a ç ã o q u e se lh e d ê . É
m e r c a d o r ia a c a n e t a e x p o s t a à v e n d a e n t r e o u t r a s a d q u i r i d a s p a r a esse f i m . N ão se rá a q u e la q ue
m a n t e n h o e m m e u b o ls o e se d e s t in a a m e u u s o p ess o a l, N ã o se o p e r o u a m e n o r m o d i fi c a ç ã o na
ín d o le d o o b j e t o r e f e r i d o . A p e n a s su a d e s t in a ç ã o v e io a c o n f e r i r - l h e a t r i b u t o s d e m e r c a d o r ia s (A
Regra M a t r i z . . , O b r a c ita d a , p ág . 2 0 7 )."
139
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
140
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
141
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
142
D IRE IT O T R IB U T Á R IO QUESTÕES ATUAIS
143
DIREIT O T R IB U T Á R IO ; QUESTÕES ATUAIS
144
D IR E IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
145
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
3. Considerações finais
146
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
anos, é inegável que os limites ao uso do crédito, nos levam a concluir pela
existência de n orm as e não de p rincípios c o nstitu cio na is da nôo-
cumulat\v\óaàe, uma vez que se busca aplicar os preceitos objetivamente
determinados pela Constituição, o que não é característica dos princípios,
em regra de difícil determinação.
A Lei Complementar ns 87/^6, como norma que disciplina o regime de
compensação do imposto, atendendo ao que prescreve a Constituição, pode
e deve ser interpretada - e porque não inovada - como instrumento capaz
de trazer clareza e segurança jurídica para o aproveitamento de crédito por
parte dos contribuintes, o que, inclusive, busca fundamento de validade no
princípio da eficiência da administração pública.
147
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
Gustavo Brígagão^^^
Introdução
149
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
150
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
151
DIR E IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
" A r t. 11. C o m p e te à U n iã o o im p o s to s o b re p r o d u to s
in d u s tria liz a d o s .
152
DIR EIT O T RIB U TÁ R IO : QUESTÕES ATUAIS
V - produtos industrializados.
A rt. 25. Compete aos M unicípios decretar impostos sobre:
(...)
II - s e rv iç o s de q u a lq u e r n a tu re z a nâo compreendidos na
competência tributária da União ou dos Estados, definidos em lei
com plementar." (grifo nosso)
A n ã o r e f e r ê n c i a à t r i b u t a ç ã o d o s s e r v iç o s q u e e s t i v e s s e m s u j e i t o s à i n c i d ê n c i a d e t r i b u t o s
fe d e ra is p a r e c e - n o s d e v e r - s e a o f a t o d e q u e c o m o a d v e n t o d a CF/88, o s s e r v iç o s q u e a n te s e r a m
da c o m p e tê n c ia da U n iã o (tra n s p o rte s e c o m u n ic a ç õ e s ) p assa ra m , e m sua to t a lid a d e , a
c o m p e t ê n c i a d o s E s ta d o s .
153
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
I - a q u e , e x e rc id a s o b re m a t é r ia s - p r im a s ou p r o d u t o s
i n t e r m e d iá r io s . Im p o r ta na o b te n ç ã o de e s p é c ie n o va
(transform ação);
II - a que im p o rte em modificar, aperfeiçoar ou, de qualquer
form a, alterar o funcionam ento, a utilização, o acabamento ou
a aparência do p ro d u to (beneficiam ento);
154
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
Por força do art. 4^, III, da Lei n. 4.502^4, acima referida, segundo o
qual equiparam -se a esta b elecim en to in d u s tria l os que "enviarem
estabelecimento de terceiro, matérias-primas, produtos intermediários,
m ateriais de embalagem , moldes, matrizes ou modelos destinados à
industrialização de produtos do seu comércio", criou-se o in s titu to da
"industrialização por encomenda", sujeita à incidência do IPI porque realizada
na fase de circulação industrial do bem a ser comercializado.
Ao tratar do ISS, o CTN determinou, em seu art. 71:
155
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
156
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
157
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
Q u a n d o , to d a v ia , a c o m p o s iç ã o g rá fic a é d e s tin a d a à
com ercialização em geral, não sendo personalizada, ai deve
incidir o ICM.
Entre os impressos encomendados (os que não fo ra m sujeitos
ao ICM), apurar-se-á os que fo ra m adquiridos para consumo do
p r ó p r i o e n c o m e n d a n te , e s ta n d o nesse caso os r ó tu lo s ,
embalagens, e tiq u e ta s e o u tro s nessas circunstâncias, m u ito
em bora tenham -se Integrado ao p ro d u to a ser vendido, como
roupagem. Sobre esses não incidirá o ICM e apenas o im posto
sobre serviços."
158
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
159
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
N o S u p e r i o r T r i b u n a l d e J u s tiç a (STJ), c h e g o u a s e r S u m u la d o o
e n t e n d i m e n t o d e q u e " a p r e s t a ç ã o d e s e r v iç o d e c o m p o s i ç ã o g r á f ic a ,
p e r s o n a l iz a d a e s o b e n c o m e n d a , a in d a q u e e n v o lv a f o r n e c i m e n t o d e
m e rc a d o ria s , está s u je ita , a p e n as, a o ISS". (S ú m u la n. 156).
Eis as e m e n ta s d e a lg u m a s das vá rias d e cis õ e s q u e le v a ra m o T rib u n a l
a e d it a r essa S ú m u la :
160
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
T r ib u t á r io . A c o n d ic io n a m e n to de gases in d u s t r ia is .
Comercialização. Incidência de ICM. 0 item 47 da relação anexa
ao DL n. 4 0 6 ^ 8 referia-se ao acondicionam ento de coisas não
d e s tin a d a s à in d u s t r ia liz a ç ã o ou c o m e rc ia liz a ç ã o . 0
a c o n d ic io n a m e n to de gases in d u s t r ia is , v e n d id o s p e lo
fa b ric a n te , não c o n s titu i o p era çã o g e ra triz do ISS. Recurso
Im provido."
(REsp. 385.873/SP,j, Em 16 de maio de 1 9 94 ,1 ^ Turma, unânime,
DJ S.l 05 de ju n h o de 1994, p. 14.237)
161
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
162
D IR E IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
163
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
164
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
"{...) No que diz respeito ao ICMS e ao ISS, fez com que fossem
excludentes um do o utro: ou a situação enseja a instituição de
ICMS ou de ISS, jam ais dos dois sim ultaneam ente.
No art. 155, II, colocou as operações relativas à circulação de
mercadorias e a prestação de alguns poucos serviços (transporte
interestadual e interm unicipal e comunicações) na competência
dos Estados, a títu lo de ICMS. No art. 156, III, colocou os demais
serviços de qualquer natureza, definidos em lei complementar,
na com petência dos Municípios.
Assim, a circulação de mercadorias ficou com os Estados.
165
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
166
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
Conclusão
167
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES ATUAIS
168
D IRE IT O T R IB U T Á R IO QUESTÕES ATUAIS
RESUMO
Palavras-chave: dever fun dam ental. Obrigação trib u tá ria acessória. Critérios.
ABSTRACT
169
DIRE IT O TR IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
1. Introdução
170
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
In v e r b is :" A r t. 1 1 3 . A o b r i g a ç ã o t r i b u t á r i a é p r in c i p a l o u a ce s só ria .
( ,..) § 2 9 . A o b r i g a ç ã o a c e s s ó r ia d e c o r r e d a le g is la ç ã o t r i b u t á r i a e t e m p o r o b j e t o as p r e s t a ç õ e s ,
p o s itiv a s o u n e g a tiv a s , n e la p r e v is ta s n o in t e r e s s e d a a r r e c a d a ç ã o o u d a fis c a liz a ç ã o d os t r i b u t o s " .
0 t e r m o " a c e s s ó r ia " é d u r a m e n t e c r itic a d o p ela d o u t r i n a . S e g u n d o R ic a rd o L ob o T o rre s (2 0 0 5 , p.
2 3 8 ) : "A e x p r e s s ã o ' d e v e r e s i n s t r u m e n t a i s ' é a p r e f e r i d a d a d o u t r i n a m a is m o d e r n a , b r a s ile ir a o u
e s tr a n g e ir a . (...) A e x p r e s s ã o ' o b r i g a ç ã o a c e s s ó ria ' v e m s e n d o s e v e r a m e n t e c r itic a d a p ela d o u t r i n a .
Em p r im e i r o lugar, p o r q u e , p o r lhe f a l t a r c o n t e ú d o p a t r im o n ia l , n ã o se p o d e d e f i n i r c o m o o brig aç ã o ,
v i n c u l o s e m p r e lig a d o a o p a t r i m ô n i o d e a lg u é m . Em s e g u n d o lu g a r, p o r q u e n e m s e m p r e o d e v e r
in s tru m e n ta l é a c e s s ó rio da o b rig a ç ã o p rin c ip a l, te n d o em v is ta que pode s u rg ir
i n d e p e n d e n t e m e n t e da e x is t ê n c i a d e c r é d i t o t r i b u t á r i o , c o m o a c o n t e c e na d e c l a r a ç ã o d e r e n d a .
Em t e r c e i r o lugar, p o r q u e o t e r m o d e v e r i a s e r r e s e r v a d o p ara a q u e la s o b r ig a ç õ e s q u e se c o lo c a m
a c e s s o r i a m e n t e a o la d o d a o b r i g a ç ã o t r i b u t á r i a p r in c i p a l , c o m o s e ja m as p e n a l id a d e s p e c u n iá r ia s
e os ju r o s e a c ré s c im o s m o r a tó r io s ."
171
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
172
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
A r t . 119, d o C ó d ig o T r i b u t á r i o N ac io na l.
A r t . 121, d o C ó d ig o T r i b u t á r i o N ac io na l.
In v e r b is : " A r t . 1 1 3 . A o b r i g a ç ã o t r i b u t á r i a é p r in c i p a l o u a c e s s ó r ia . § i e . A o b r i g a ç ã o p r in c i p a l
s u r g e c o m a o c o r r ê n c ia d o f a t o g e r a d o r , t e m p o r o b j e t o o p a g a m e n t o d e t r i b u t o o u p e n a l id a d e
p e c u n i á r i a e e x tI n g u e - s e j u n t a m e n t e c o m o c r é d i t o d e la d e c o r r e n t e . "
N e s te s e n t id o ; M A C H A D O , 1 99 8 , p. 45.
S e g u n d o R ic ardo L ob o Torres (2 0 0 5 , p. 235), q u e há te m p o s se d estaca n o Brasil c o m o e s tu d o d o
D ir e i t o T r i b u t á r i o à luz d a C o n s titu iç ã o e d o s d i r e i t o s f u n d a m e n t a is , o s p r in c ip a is e x p o e n te s nesse
e s tu d o sã o K. T ip k e e B irk na A l e m a n h a e F. E s c rib a n o na Esp anha.
173
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
tributo assume "sua dimensão de dever fundamental, que se paga não porque
seja prazeroso, mas por ser também obrigação moral e virtude do cidadão".
É essa nova visão, da interpretação das obrigações impostas ao
contribuinte a partir do viés do dever fundamental de contribuir com os
gastos públicos e para além da estrita legalidade, que se pretende abordar
neste artigo.
Não se quer com isso dizer que a obrigação de pagar tributo deve ou
pode se desvincular da lei e do princípio da legalidade, o que seria certamente
uma temeridade e um retrocesso. Mas, por certo, a norma legal que regula
a relação mantida entre o Estado e o cidadão no interesse da arrecadação
tributária deve ser enxergada (interpretada) através da lente dos direitos e
garantias constitucionais, extraindo daí suas limitações e seu campo de
atuação.
Ao co ntrário do que possa parecer, a proposta de in te rp re ta r a
legislação tributária - aqui, especificamente, as normas que instituem as
obrigações acessórias pelo viés do dever fundamental de contribuir com
os gastos públicos, apresenta-se como uma a lte rn a tiv a de tra ze r
racionalidade e justiça fiscal à norma tributária e ao sistema tributário como
um todo.
Isso ocorre porque o princípio da legalidade, acompanhado de um
método de interpretação dedutivo, literal, não impediu que a carga tributária
brasileira se transformasse na m aior dentre os países com estágio de
desenvolvimento equivalente ao brasileiro (IBPT, 2010, 1-3)^” . Não obstante
isso, parte importante da doutrina, paradoxalmente, continua a indicá-lo
como 0 principal e até mesmo o único arsenal de proteção dos cidadãos
frente ao Estado.
Para José Casalta Nabais (2004, p. 218), o princípio da legalidade,
atualmente, revela-se "claudicante, pois que, ao contrário do que sucedia
no estado liberal, não estamos mais perante um estado mínimo, nem há
garantia de que a lei seja expressão do bem comum".
Assim, não se pode mais considerar a legislação - sentido lato - como
fundam ento único e suficiente para o nascimento da obrigação de dar
(principal), fazer ou não fazer (acessória), imposta ao contribuinte, em uma
174
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
175
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
176
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
D e c r e to 1 . 0 9 0 / 2 0 0 2 , d o E s p ír ito S anto.
177
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
‘ * ° D A C 0 N - D e m o n s t r a t i v o d e A p u r a ç ã o d e C o n t r i b u i ç õ e s S o c ia is, o b r i g a ç ã o t r i b u t á r i a a c e s s ó r ia
p re v is ta na a r t. 12 d a I n s tr u ç ã o N o r m a t i v a RFB n.e 9 6 9 / 2 0 0 9 e a r t. i s , da In s tr u ç ã o N o r m a ti v a RFB
n9 1 . 0 3 6 / 2 0 1 0 .
DCTF - D e c la r a ç ã o d e D é b i t o s e C r é d i t o s T r i b u t á r i o s F e d e r a is , o b r i g a ç ã o t r i b u t á r i a a c e s s ó r ia
p re v is ta na a r t. 12 d a In s tr u ç ã o N o r m a t i v a RFB n.s 9 6 9 / 2 0 0 9 e a r t. 1^, d a In s tr u ç ã o N o r m a ti v a RFB
ne 1 . 0 3 6 / 2 0 1 0 .
DIPJ - D e c l a r a ç ã o d e I n f o r m a ç õ e s E c o n ô m ic o - F is c a is d a P essoa J u r íd ic a , o b r i g a ç ã o t r i b u t á r i a
a c e s s ó r i a p r e v i s t a n a a r t . l e d a I n s t r u ç ã o N o r m a t i v a RFB n.e 9 6 9 / 2 0 0 9 e a r t . 19, d a I n s t r u ç ã o
N o r m a t i v a RFB n® 1 .0 3 6 /2 0 1 0 .
In v e r b is : " A r t . 1 9 9 . A Fa z e n d a P ú b lic a d a U n i ã o e as d o s E s ta d o s , d o D i s t r i t o F e d e r a l e d os
M u n i c í p i o s p r e s t a r - s e - ã o m u t u a m e n t e a s s is t ê n c ia p a r a a fi s c a li z a ç ã o d o s t r i b u t o s r e s p e c t i v o s e
p e r m u t a d e i n f o r m a ç õ e s , n a f o r m a e s t a b e l e c i d a , e m c a r á t e r g e r a l o u e s p e c í f i c o , p o r le i o u
c o n v ê n io ."
178
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
4. Considerações Finais
Referências
ÁVILA, Humberto. Teoria dos princípios. 12 ed. São Paulo: Malheiros Editores,
2 011 .
179
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES AT UAIS
MACHADO, Hugo de Brito. Curso de direito tributário. 14. ed. São Paulo:
Malheiros, 1998.
SIQUEIRA. Julio Pinheiro Faro Homem de. Deveres como condição para a
concretização de direitos. Revista de Direito Constitucional e Internacional.
São Paulo: RT, ano 20, v. 79, p. 168-209, abr.-jun. 2012.
TORRES, Ricardo Lobo. Curso de direito financeiro e tributário. 12^ ed. Rio
de Janeiro: Renovar, 2005.
180
DIREITO TRIBUTÁRIO: QUESTÕES ATUAIS
1. Considerações iniciais
181
D IRE IT O T R IB U T Á R IO ; QUESTÕES A T UAIS
Para u m a m p l o d e b a te s o b r e a d e c is ã o j u s t a e p ro c e s s o , v e ja - s e : T A R U F fO , M ic h e le . S o b re Ias
f r o n t e r a s : e s c r ito s s o b r e Ia ju s t ic ia c iv il. B o g o tá : T em is, 2 0 0 6 . p. 1 9 9 e ss.;
B e m o b s e r v a R o q u e C arra zza : " É -n o s d a d o ver, c o m c r is ta lin a e v id ê n c ia , q u e a g a r a n tia f o r m a l
v ia b iliz a a g a r a n tia m a te r ia l, C om e fe it o , d e n ad a a d ia n ta - r ia n os so o r d e n a m e n t o j u r í d ic o e s tip u la r
q u e 0 c o n t r ib u in t e só p o d e se r c o m p e lid o a p a g a r t r ib u t o s c o m re s p a ld o e m lei se n ã o fo sse possível
a o J u d ic iá r io p e rq u irir , s e m p re q u e p ro v o c a d o , se a t r ib u t a ç ã o está s e n d o levada a e f e it o d e a c o rd o
c o m e s ta m e s -m a lei, e m ais, se ela é, o u n ã o , c o n s t it u c io n a l" CARRAZZA, R o q u e A n to n io . C urso de
d i r e i t o c o n s t it u c io n a l t r i b u t á r i o . 25. e d . São P a u lo : M a lh e ir o s , 2 0 0 9 . p. 2 5 9 .
182
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
183
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
P a ra u m e s t u d o d a s e g u r a n ç a j u r í d i c a p o r e s t a b i l i d a d e a p l i c a d o a o d i r e i t o a d m i n i s t r a t i v o e
t r i b u t á r i o , v e ja -s e : R AIM BAU LT, P h ilip p e . R e c h e rc h e s u r Ia s é c u r i t é j u r i d i q u e e n d r o i t a d m i n i s t r a t i f
fr a n ç a i s . Pa ris: LGDJ, 2 0 0 9 , p. 4 1 - 1 2 3 . Para r e f l e x õ e s s o b r e a i d é ia d e p r e v i s i b i l id a d e : G O M E TZ,
G ia n m a rc o . La ce rte zza g iu r id ic a c o m e p r e v e d ib i li t ò . T o r in o : G. G ia p p ic h e lli, 2 0 0 5 . 3 1 0 p . ; TRIVELLIN,
M a u r o . II p r in c i p i o d i b u o n a f e d e n e l r a p p o r t o t r i b u t a r i a . M ila n o : G i u ffr è , 2 0 0 9 , 4 0 5 p .
C o m o o b s e r v a R o b e r t A le x y , o s p r e c e d e n t e s c o n c o r r e m p a ra a g a r a n t i a d e e s t a b il id a d e d o s
d ir e ito s e, c o m isso, p re s ta i m p o r t a n t e c o n t r ib u iç ã o à s e g u ra n ç a ju r í d ic a e à p ro t e ç ã o d a c o n fia n ç a
le g itim a na a p lica çã o d o d ir e ito . ALEXY, R o b e rt. Teoria d a a r g u m e n ta ç ã o ju r í d ic a : A te o r ia d o d iscu rso
ra c io n a l c o m o t e o r i a d a fu n d a m e n t a ç ã o ju r í d i c a . São P a u lo : L andy, 2 0 0 5 . p. 2 6 6 .
184
D IR E IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
DERZI, M is a b e l A b r e u M a c h a d o . M o d ific a ç õ e s d a j u r i s p r u d ê n c ia : p r o t e ç ã o d a c o n f ia n ç a , b o a - fé
o b je tiv a e i r r e t r o a t i v i d a d e c o m o lim ita ç õ e s c o n s tit u c io n a is a o p o d e r ju d ic ia l d e t r i b u t a r . São Paulo:
Noeses, 2 009, p. 2 9 5 e ss.; ARCOS RAMÍREZ, Federico. La s e g u r id a d ju r í d ic a . U na te o r ia fo r m a l. M a d rid :
D ykin so n , 2 0 0 0 . p. 2 1 7 ; RAITiO, Juha. The p r in c ip le o f le g a l c e r t a in t y in EC la w . N e th e rla n d s : Kluw er,
2 0 0 3 . 3 9 8 p .; FERRAZ JR., T e rc io S a m p a io . Ir r e t r o a t i v id a d e e j u r i s p r u d ê n c ia j u d ic ia l. In: FERRAZ JR.,
Tercio Sam pa io ; CARRAZZA, R oque A n to n io ; NERY JUNIOR, N elso n. E feito e x n u n c e as decisões d o STJ.
B a ru e ri: M a n o le , 2 0 0 7 . p. 1 -3 2 ; CARVALHO, Paulo d e B a rros. 0 s o b r e p r in c ip io d a s e gu ra n ç a ju ríd ic a
e a re v o g a ç ã o d e n o r m a s t r i b u t á r i a s . In : C r é d i t o - p r ê m i o d e IPI: e s tu d o s e p a r e c e r e s III. B a ru e r i:
M a n o le , 2 005. p. 1 -32. LARENZ, Karl. M e t o d o l o g i a d o c iên c ia d o d ir e ito . 2. ed. LAMEGO, José (Trad.).
L isb o a : F u n d a çã o C a lo u s te G u lb e n k ia n , 1 9 8 3 . p. 6 1 8 ; CARRAZZA, R oq u e A n t o n io . Segu ra n ça ju r íd ic a
e e fic á c ia te m p o r a l das a lte ra ç õ e s ju r is p r u d e n c ia is : c o m p e tê n c ia d o s t r ib u n a is s u p e r io r e s p a ra fix á -
la - que stõe s conexas. In: FERRAZ JR., Tercio Sam paio; CARRAZZA, Roque A n to n io ; NERY JUNIOR, Nelson.
E feito e x n un c e as decisões d o STJ. B a rue ri: M a n o le , 2007. p. 3 3-73; NERY JUNIOR, Nelson. Boa-fé o b je tiv a
e segurança ju ríd ic a : eficácia da d e cis ã o ju d ic ia l q u e a lte ra ju r is p ru d ê n c ia a n t e r io r d o m e s m o Trib un a l
S u pe rio r. In: FERRAZ JR., Tercio S a m p a io ; CARRAZZA, R oque A n to n io ; NERY JUNIOR, N elso n. Efeito ex
n u n c e os decisões d o STJ. B a ru e ri: M a n o le , 2007. p. 7 5 -1 0 7 . ARCOS RAMÍREZ, Federico. La s e g u rid a d
ju ríd ic o . Una te o ria fo rm a l. M a d rid : D ykinson, 2 000. p. 217; RAITIO, Juha. The p rin c ip ie o f le g a l c e rta in ty
in EC la w . N e th e rla n d s : Kluw er, 2 0 0 3 . 3 98 p.; CAMPOS, D iogo L eite de. O sis te m a t r ib u t á r io n o estado
dos cid a d ã o s. C o im b ra : A lm e d in a , 2 0 0 6 .1 3 5 p.; DICIOTTI, Enrico. V erità e certe zza n e ll'in te r p r e ta z io n e
d e lla leg g e . T o rin o : G ia p p ic h e lli, 1 9 9 9 , p. 6 3 -6 5 ;
185
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
186
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
C o m o e x e m p lo , a Lei 1 3 . 4 5 7 , d e 1 8 d e m a r ç o d e 2 0 0 9 , q u e d is p õ e s o b r e o p r o c e s s o
a d m i n i s t r a t i v o t r i b u t á r i o d o E s ta d o d e S ã o P a u lo , a s s im p r e v ê o t r a t a m e n t o d a c o n s o lid a ç ã o de
ju r i s p r u d ê n c ia e x te r n a e in t e r n a , r e s p e c tiv a m e n t e : " A r tig o 5 0 - Cabe r e f o r m a da d e c is ã o c o n trá r ia
à F a z e n d a P ú b lic a d o E s ta d o , d a q u a l n ã o c a ib a a i n t e r p o s i ç ã o d e r e c u r s o , q u a n d o a d e c is ã o
r e f o r m a n d a : ( ...) II - a d o t a r i n t e r p r e t a ç ã o d a le g is la ç ã o t r i b u t á r i a d i v e r g e n t e d a a d o t a d a p ela
ju r is p r u d ê n c ia fir m a d a nos tr ib u n a is ju d ic iá r io s . " " A r tig o 52 - P o r p ro p o s ta d o D ir e to r da
R e p r e s e n t a ç ã o Fiscal o u d o P r e s id e n te d o T r i b u n a l d e Im p o s t o s e Taxas, a c o lh id a p e la C â m a ra
S u p e rio r, e m d e lib e r a ç ã o to m a d a p o r v o to s d e , p e lo m e n o s , 3 /4 ( trê s q u a r to s ) d o n ú m e r o t o t a l de
ju iz e s q u e a in t e g r a m , a j u r i s p r u d ê n c ia f i r m a d a p e lo T r ib u n a l d e Im p o s to s e Taxas se rá o b j e t o de
s ú m u la , q u e te r á c a rá te r v in c u la n t e n o â m b it o d o s ó rg ã o s d e j u l g a m e n t o das D elegacias T rib u tá ria s
d e J u lg a m e n to e d o T rib u n a l d e Im p o s to s e Taxas. (...) § 28 - A s ú m u la p o d e rá ser re vista o u cancelada
se c o n t r a r i a r a j u r i s p r u d ê n c ia fi r m a d a n o s T r ib u n a is d o P o d e r J u d ic iá r io , o b e d e c id o a o d is p o s to n o
" c a p u t" e n o § 1 9 d e s te a rtig o ." N o â m b it o d o proce sso a d m in is t r a t iv o f e d e r a i, a Lei nS 1 1 .9 4 1 , d e 27
d e m a io d e 2 0 0 9 , a m o d ific a ç ã o o u c o n s o lid a ç ã o da j u r is p r u d ê n c ia f o i a ssim d is c ip lin a d a : " A r t. 26-
A. N o â m b i t o d o p ro c e s s o a d m i n i s t r a t i v o fis c a l, fic a v e d a d o a o s ó r g ã o s d e j u l g a m e n t o a f a s t a r a
a p lic a ç ã o o u d e ix a r d e o b s e r v a r t r a t a d o , a c o r d o in t e r n a c io n a l, lei o u d e c r e to , s o b f u n d a m e n t o de
in c o n s titu c io n a lid a d e . (...) § 6 * 0 d is p o s to n o c a p u t d e s te a r tig o n ão se aplica aos casos d e tra ta d o ,
a c o r d o in t e r n a c io n a l, le i o u a t o n o r m a t i v o : I - q u e já t e n h a s id o d e c l a r a d o in c o n s t i t u c i o n a l p o r
d e c is ã o d e f i n i t i v a p le n á r i a d o S u p r e m o T r ib u n a l F e d e ra l; II - q u e f u n d a m e n t e c r é d i t o t r i b u t á r i o
o b je to d e : a) d is p e n s a legal d e c o n s t it u iç ã o o u d e a to d e c la r a t ó r io d o P r o c u ra d o r-G e ra l d a Fazenda
N acio na l, na fo r m a d o s arts. 18 e 19 da Lei n “ 10.5 22 , d e 19 d e j u lh o d e 2 0 0 2 ; b) sú m u la da A d voca cia -
G e ra l d a U n iã o , na f o r m a d o a r t. 4 3 da Lei C o m p le m e n ta r n" 7 3 , d e 1 0 d e f e v e r e i r o d e 1 9 9 3 ; o u c)
p a r e c e r e s d o A d v o g a d o - G e r a l d a U n iã o a p r o v a d o s p e lo P r e s id e n te da R e p ú b lic a , na f o r m a d o a rt.
4 0 da Lei C o m p le m e n t a r n® 7 3 , d e 1 0 d e fe v e r e ir o d e 1 9 9 3 ."
187
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES AT UAIS
D e n t r e o u t r o s : PESSÔA, L e o n e l C e s a r in o ( C o o r d .) . S ú m u la v i n c u l a n t e e s e g u r a n ç a j u r í d i c a . São
Paulo: LTr., 2 0 0 7 ; TAVARES, A n d r é R am os. N o v a Lei d a s ú m u la v in c u la n te . 3 * ed., São P aulo: M é to d o ,
2 0 0 9 ; M A C H A D O , H u g o d e B rito . S ú m u la v in c u la n t e , r e c u rs o e x t r a o r d i n á r i o e re p e rc u s s ã o g e ra l, e
re c u r s o s r e p e t i t i v o s p e r a n t e o STJ, e m m a té r ia t r i b u t á r i a . In : ROCHA, V a ld ir d e O liv e ir a ( C o o rd .).
Gra n de s que stõe s a tu a is d o d ir e i t o tr i b u t á r i o . São Paulo; D ia lética , 2 0 0 8 . p. 2 2 0 -2 4 0 ; PIMENTA, Paulo
R o b e r to L yrio . 0 p r in c íp io da s e g u ra n ç a ju r í d ic a e m fa c e d e m u d a n ç a da ju r is p r u d ê n c ia tr i b u t á r i a .
In : ROCHA, V a ld ir d e O liv e ir a ( C o o r d .) . G r a n d e s q u e s tõ e s a t u a is d o d i r e i t o t r i b u t á r i o . São P a u lo ;
D ia lé t ic a , 2 0 0 6 . p. 3 5 9 - 3 7 2 ;
Vale le m b r a r q u e o a r t. 27 d e sta Lei a in d a e n c o n tr a - s e s o b as AD I ns 2 1 5 4 e 2258.
188
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
189
DIRE IT O T R IB U T Á R IO ; QUESTÕES A T UAIS
E sta m o s c o n v e n c id o s q u e a h e r m e n ê u t ic a d a co isa ju lg a d a d e v e r e s p e i t a r a i r r e t r o a t i v i d a d e e
a a n t e r i o r id a d e , p o is, e n q u a n t o p e r d u r a m se u s e f e it o s , e x tin g u e - s e o c r é d i t o t r i b u t á r i o na ca d e ia
d e a to s d a r e la ç ã o c o n t in u a d a e m o d ific a ç õ e s d e c r ité r io s só v a le m p a ra la n ç a m e n to s f u tu r o s , p o r
fo r ç a d o p r in c íp io d a a n t e r io r id a d e , m a s t a m b é m p ela a p lic a ç ã o e fe tiv a d o s a rt. 100, 1 4 6 e 1 5 6 , X
d o CTN. C o m o e n s in a José S o u to M a io r Borges: "A C o n s titu iç ã o Fe d era l d iz q u e a lei n ã o re tro a g irá
p a ra a lc a n ç a r a co isa ju lg a d a ( a r t. 5.9, XXXVI, da C F /1 9 8 8 ). Q u e se ja a c o isa ju lg a d a é n o e n t a n t o
a lg o i n d e t e r m i n a d o n o t e x t o c o n s t i t u c i o n a l . A d e t e r m i n a ç ã o d o c o n t e ú d o , l i m i t e s o b j e t i v o s e
s u b je tiv o s d a c o is a j u l g a d a , d á -se na da le g a lid a d e in te g r a tiv a da C o n s titu iç ã o F e d e r a l,
in a u g u ra lm e n te p e lo a rt, 156, X, d o CTN. A eficácia d a coisa ju lg a d a é a lg o q u e c a be à lei in te g ra tiv a
m a te r ia l (CTN) e p roce ssu a l (CPC) fix a r e d e lim ita r. Em ú lt im a a ná lise , e m b o r a os d ir e ito s e g a ra n tia s
in d iv id u a is t e n h a m a p lic a b ilid a d e im e d ia ta (a rt. 5.9, § i . e , da CF/1988), a e fe tiv id a d e da coisa ju lg a d a
n ã o p o d e s e r e x t r a í d a só d a C o n s t i t u i ç ã o F e d e r a l: e la d e p e n d e d a l e g is la ç ã o c o m p l e m e n t a r e
o r d i n á r i a f e d e r a l , p o r q u e é n e ss e p la n o i n f r a c o n s t i t u c i o n a l q u e se d á c o n s is tê n c ia n o r m a t i v a ao
se u c o n t e ú d o e lim ite s .” BORGES, José S o u to M a io r. L im ite s C o n s titu c io n a is e In fr a c o n s titu c io n a is
d a Coisa Ju lgada T r ib u t á r ia ( C o n tr ib u iç ã o Social s o b re o L u cro ). R evista d o s T rib u n a is - C ad e rno s de
D ir e i t o T r ib u t á r io e F in a n ç a s P ú b lic a s . São P aulo, v o l. 2 7 , 1 9 9 9 , p. 179.
Passim , M ANCUSO, R o d o lfo d e C a m a rg o . D iv e r g ê n c ia J u r is p r u d e n c ia l e s ú m u la v in c u la n t e . 4. ed.,
São P aulo; R evista d o s T rib u n a is , 2 0 1 0 , p. 4 7 ; TUCCI, José R o g é rio Cruz e. P re c e d e n te j u d i c i a l c o m o
f o n te d o d ire ito . São P a u lo ; R evista d o s T r ib u n a is , 2 0 0 4 . 3 5 0 p .
190
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
N ão n o s p a re c e a p lic á v e l às s ú m u la s v in c u la n t e s o r e g im e t í p i c o d o s p r e c e d e n t e s d o C o m m o n
L aw , p o r q u e n ã o há n e c e s s id a d e d e d e m o n s tr a ç ã o v i n c u l a n t e da r a t i o d e c id e n d i. D iv e r s a m e n te , o
i m p o r t a n t e e s tu d o : NUNES, Jo rg e A m a u r y M a ia . S e g u r a n ç a ju r í d i c a e s ú m u la v in c u la n t e . São Paulo;
S a ra iva , 2 0 1 0 , p. 1 3 9 ;
191
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
192
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES ATUAIS
193
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
C o n t r a r i o se n su : MELLO, P a tríc ia P e r r o n e C a m p o s . P re c e d e n te s : o d e s e n v o lv im e n t o ju d i c ia l d o
d i r e i t o n o c o n s t it u c io n a l i s m o c o n t e m p o r â n e o . Rio d e J a n e ir o : R e n o v a r, 2 0 0 8 . p. 6 3 e 104;
Cf. CÔRTES, O sm a r M e n d e s Paixão. S ú m u la v in c u la n te e s e g u ra n ç a j u r í d ic a . São Paulo: Revista dos
T rib u n a is , 2 0 0 8 , p. 2 2 9 e ss.;
194
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
DERZI, M is a b e l A b r e u M a c h a d o . M o d if i c a ç õ e s d a j u r i s p r u d ê n c ia : p r o t e ç ã o d a c o n f ia n ç a , b o a - fé
o b je tiv a e ir r e t r o a t i v i d a d e c o m o l im ita ç õ e s c o n s tit u c io n a is a o p o d e r j u d ic ia l d e t r i b u t a r . São Paulo;
N oe se s, 2 0 0 9 , p. 5 8 9 .
V e ja -s e , p o r e x e m p l o : C o n s e il D 'É ta t. R a p p o r t p u b l i c a n n u e l 2 0 0 6 . La s é c u r i t é j u r i d i q u e e t la
c o m p l e x it é d u d r o i t . P a ris ; La D o c u m e n t a t i o n F ra n ç a is e , 2 0 0 6 .
195
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
C o m o o b s e r v a T e o ri Z a v a s c k i: " A s s im , p õ e - s e e m f o c o , o b j e t i v a m e n t e , a q u e s t ã o d e c o m o
h a r m o n iz a r a e fic á c ia da d e c is ã o s o b r e a c o n s t it u c io n a l i d a d e d a n o r m a n o ca s o c o n c r e t o c o m as
i m p o s iç õ e s d o s p r in c í p io s c o n s t it u c io n a i s d a is o n o m ia - q u e é a b s o l u t a m e n t e in c o m p a t í v e l c o m
e v e n t u a is t r a t a m e n t o s d if e r e n t e s e m fa c e d a m e s m a le i q u a n d o f o r e m id ê n tic a s as s itu a ç õ e s e
da s e g u ra n ç a ju r í d ic a , q u e r e c o m e n d a o g r a u m a is e le v a d o p o s s ív e l d e c e rte z a e e s ta b ilid a d e dos
c o m a n d o s n o r m a tiv o s ." ZAVASCKI, T e o ri A lb in o . E fic á c ia d as s e n te n ç a s n o j u r i s d iç ã o c o n s t it u c io n a l.
São P a u lo , R evista d o s T r ib u n a is , 2 0 0 1 , p. 26.
C o m o o b s e rv a R o d o lfo M a n c u s o : " D a i a n e c e s s id a d e d e a j u r is p r u d ê n c ia d o s T rib u n a is o d q u e m
te n d e a se p a u t a r p e lo e n u n c ia d o da sú m u la q u e rege a m a té ria , e isso se aplica d esd e log o n o juízo
d e a d m is s ib ilid a d e d o s re c u r s o s (CPC, a r t. 5 5 7 , c a p u t e § 1®)." M A N C U S O , R o d o lf o d e C a m a rg o .
D iv e r g ê n c ia J u r is p r u d ê n c ia ! e s ú m u la v in c u ia n t e . 4 . ed-, São P a u lo : R evista d o s T rib u n a is , 2 0 1 0 , p.
286;
Cf r.: FERRAZ JR., Tércio Sa m pa io . Segurança Jurídica - N o rm a s Gerais T rib u tá ria s , Revista d e D ire ito
T r i b u t á r i o . SP: RT, 1 9 8 1 , n o 1 7 /1 8 , p. 4 2 . A s s i n a l a C é s a r G a r c ía N o v o a : " A Ia p r e t e n s i o n d e
d e f in i t i v id a d d e Ia n o r m a h a y q u e u n i r Ia p r e t e n s io n d e e s ta b ilid a d d e Ia m is m a , e x p r e s ió n f o r m a l
d e Ia c o n fia n za dei c iu d a d a n o en el D e re ch o , Io q u e d e b e s e rv ir para r e p r o b a r los câ m b io s n o rm a tiv o s
e x c e s iv o s e in ju s t i f i c a d o s . Y f i n a l m e n t e . Ia p l e n i t u d d e Ia n o r m a . La re g u la c ió n n o r m a t i v a ha de
e x p re s a rs e d e ta l m a n e ra q u e Ia d e fin ic ió n d e los s u p u e s to s d e h e c h o c o m p r e n d a u n â m b it o d e Ia
r e a lid a d n o r m a d a Io m á s a m p lio p o s ib le , d e f o r m a q u e se a m in o r e n Ias la g u n a s " GARCÍA N OVOA,
César. El p r in c i p i o d e s e g u r i d a d j u r í d i c a e n m a t e r i a t r i b u t a r i a , M a d r i d : M a r c ia l P ons, 2 0 0 0 , p. 7 7 .
^ O b s e r v a C ésa r G a rc ía N o v o a : "A Ia p r e t e n s i o n d e d e f i n i t i v i d a d d e Ia n o r m a h a y q u e u n i r Ia
p re te n s io n d e e sta b ilid a d d e Ia m ism a , e x p re s ió n f o r m a l d e Ia co n fia n za d e i c iu d a d a n o e n el D ere ch o,
Io q u e d e b e s e r v ir p a ra r e p r o b a r los c â m b io s n o r m a t i v o s e xc e s iv o s e i n ju s tific a d o s . Y f i n a l m e n t e ,
Ia p le n it u d d e Ia n o rm a . La r e g u la c ió n n o r m a tiv a ha d e e x p re s a rs e d e t a l m a n e ra q u e Ia d e fin ic ió n
d e los s u p u e s to s d e h e c h o c o m p r e n d a u n â m b it o d e Ia r e a lid a d n o r m a d a Io m á s a m p lio p o s ib le , de
f o r m a q u e se a m in o r e n Ias la g u n a s " GAR C ÍA N O V O A , César. El p r i n c i p i o d e s e g u r i d a d j u r í d i c a en
m a t e r ia t r i b u t a r i a , M a d r id ; M a r c ia l Pons, 2 0 0 0 , p. 7 7 . Cf. OSVALDO CASÁS, José. S e g u rid a d ju r íd ic a ,
le g a lid a d y le g it im id a d e n Ia im p o s ic ió n t r i b u t a r i a . In: IBET. J u s tiç a T r ib u t á r ia . SP: M a x L im o n a d ,
1998, p. 3 2 9 -4 1 3 .
196
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
D ÍAZ, Elias. E s ta d o d e D e r e c h o y l e g i t i m id a d d e m o c r á tic a . In; DÍAZ, Elias; COLOM ER, José Luis.
E sta d o , ju s t ic i a , d e re c h o s . M a d r i d : A lia n z a , 2 0 0 2 , p. 75;
Cf- M ancuso, R o d o lfo d e C a m a rg o . D iv e r g ê n c ia ju r is p r u d e n c ia l... c it., p. 285.
197
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
™ CF - a r t. 1 0 2 , § 38 " N o r e c u r s o e x t r a o r d i n á r i o o r e c o r r e n t e d e v e rá d e m o n s t r a r a r e p e r c u s s ã o
g e r a l d a s q u e s tõ e s c o n s t it u c io n a is d is c u tid a s n o caso, n o s te r m o s d a le i, a f i m d e q u e o T r ib u n a l
e x a m in e a a d m is s ã o d o r e c u rs o , s o m e n te p o d e n d o re c u s á - lo p e la m a n ife s ta ç ã o d e d o is te r ç o s de
se u s m e m b r o s " .
Para m a io r e s c o n s id e ra ç õ e s : M AURER, H a r t m u t . C o n tr ib u t o s p a r a o d ir e i t o d o e s ta d o . HECK, Lu is
A fo n s o (T ra d .). P o r to A le g re : L iv r a r ia d o A d v o g a d o , 2 0 0 7 . p. 3 0 3 .
198
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
199
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
200
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
201
i
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES AT UAIS
"A suspensão da vigência da lei p o r in co n stitu cion a lid ad e to rn a sem e fe ito to d o s os atos praticados sob
0 im p é rio da lei in c o n stitu cio n a l- C on tu d o , a n u lid a d e da d ecisão ju d ic ia l tra n s ita d a e m ju lg a d o só p od e
ser declarada p o r via d e ação rescisória, se nd o im p r ó p r io o m a n d a d o d e segurança RMS 17.97^SP,
Rei. M in . AMARAL SANTOS (RTJ 5 ^7 4 4 , 1968); Cf. Al 723.357/RS, Rei. M in . CEZAR PELUSO. RE 593.160/RN, Rei.
M in . EROS GRAU. RE 473.715-AgR/CE, Rei. M in . AYRES BRITTO. RE 431.014-AgR /R N , Rei. M in . SEPULVEDA
PERTENCE. "COISA JULGADA - INTANGIBILIDADE - C u m p re re s cin d ir a d ecisão d e m é r it o que, a p a rtir de
ju lg a m e n to d e c e rto recurso, te n h a re sulta d o na ofensa à coisa julgada, c u jo re spe ito diz necessariam ente
c o m a preservação da segurança ju ríd ic a " AR 1461/PE. Rei. M in . M a rc o A u rélio. Coisa julg ad a e m m a té ria
fiscal (identidade de objeto). FERRAZ JUNIOR, Tércio Sampaio. Revisto d e Direito Tributário. São Paulo, ns 43,
p. 73-82, ja n e iro -m a rç o d e 1988; NOGUEIRA, Ruy Barbosa. A coisa julgada e m d ire ito trib u tá rio . Revista de
D ire ito M e rc a n til, Industriai, E conôm ico e Financeiro. São Paulo: Revista d o s Tribunais, 1974, n° 14, p. 19.
2“ "As p a la vra s co isa j u l g a d a in d ic a m u m a d e c is ã o q u e n ã o p e n d e m a is d o s re c u rs o s o r d in á r io s , ou
p o r q u e a lei n ã o os c o n c e d e (se gu n d o lei das alçadas), o u p o r q u e a p a r te n ã o usou d e le s nos te r m o s
fatais e p e re m p tó rio s, o u p o rq u e já fo r a m esgotados. Os efeitos d e u m a t a l decisão é s e r tid a p o r verdade;
assim, to d a s as nulidades e injustiças relativas, q u e p o r v e n tu r a se com etessem co nta o d ire ito das partes,
j á n ão são susceptíveis d e re vog a çã o." Pontes de M ira n d a . Com entá rio s a o Código de Processo Civil, Tomo
V, Rio de Janeiro: Forense, 1976, p. 172. Q u a n to às diversas questões relativas à coisa julg ad a e m relações
c o n tin u a tiva s: M ACHADO, Hugo d e Brito . Coisa ju lg a d a e c o n tro le d e co n s titu c io n a lid a d e e de legalidade
e m m a té ria tr ib u tá r ia . In; M AC HAD O, Hugo d e B rito . Coisa ju l g a d o - c o n s titu c io n a lid a d e e d e lega lid a de
em m a t é r ia tr i b u t á r i a . São P aulo: D ia lética , 2 0 0 6 , p. 1 4 8 -1 7 4 .
202
D IRE IT O T R IB U T Á R IO - QUESTÕES ATUAIS
Cf, " A c o is a j u l g a d a n a s e a r a t r i b u t á r i a é m i t i g a d a p e la s m o d i f i c a ç õ e s d e f a t o e d e d i r e i t o
e x is t e n t e s n a r e la ç ã o j u r í d i c o - t r i b u t á r i a , d e f o r m a q u e se fa z n e c e s s á ria a i n t e r p r e t a ç ã o d o t í t u l o
ju d i c ia i p a ra lh e d e f in i r o s e n t id o e o a lc a n c e c o m p a tí v e l c o m a O r d e m C o n s titu c io n a l. " (AgRg no
REsp 8 4 1 8 1 8 /D F , M i n . E liana C a lm o n , DJe 1 0 / 3 2 /2 0 1 0 ).
203
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
204
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
205
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
206
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
207
D IRE IT O T R IB U T Á R IO ; QUESTÕES ATUAIS
208
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
209
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
A s e n te n ç a de m é r it o tr a n s it a d a e m ju lg a d o só p o d e ser
d e s c o n s titu í d a m e d i a n t e a j u i z a m e n t o de e sp e c ífica ação
a u tô n o m a de im p u g n a ç ã o (ação res cis ória) qu e haja sido
proposta na fluência do prazo decadência! previsto em lei, pois.
^ d e c is ã o p u b lic a d a n o DJE d e 1 1 ,6 .2 0 1 0 .
210
D IR E IT O T R IB U T Á R IO ; QUESTÕ ES AT U AIS
211
!
DIRE ITO T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T U A IS |
212
DIRE ITO T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES AT U AIS
Entende-se por juros o que o credor pode exigir pelo fato de ter
prestado^^® ou de não ter recebido o que se lhe devia prestar^^°.
(...)
- M e s tr e e D o u t o r e m D ir e ito T r i b u t á r i o p e la U F M G . A d v o g a d o
^ R e fe re -s e o A u t o r a o s j u r o s r e m u n e r a t ó r io s .
™ A r e m is s ã o a q u i é aos ju r o s d e m o ra .
213
D IR E IT O T R IB U T Á R IO ; Q U E S T Õ E S A T U A IS
( ...)
Se bem que os juros de mora constituam a indenização específica,
devida em conseqüência de retardamento culposo no
cumprimento da obrigação, não é necessário, para exigi-los,
que o credor alegue prejuízo. 0 devedor é obrigado a pagá-los
independentemente de qualquer postulação, porque a lei os
presume." (ORLANDO GOMES. Obrigações. Rio de Janeiro:
Forense, p. 199 e 200, grifo nosso)
Distinguem-se os juros em compensatórios e moratórios.
Quando compensatórios, os juros são os frutos do capital
empregado e nesse sentido é que melhor assenta o conceito
acima formulado. Quando moratórios, constituem indenização
pelo prejuízo resultante do retardamento culposo." (SÍLVIO
RODRIGUES. Direito Civil, vol. 2. São Paulo: Saraiva, p. 258, grifo
nosso)
Os juros remuneratórios são devidos desde o trespasse; os
moratórios - que correspondem à indenização pela
inadimplência nas obrigações de dar {ou pagar), por ato
imputável ao devedor - fluem a partir do momento em que se
caracteriza a mora. Importante, pois, definir em que momento
ela ocorre." (RUY ROSADO DE AGUIR JR. Os contratos bancários
e a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, In Revista
dos Tribunais, ano 92, v. 811, p. 99-14)
214
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
215
i
DIRE ITO T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES AT U AIS
216
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
217
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES ATUAIS
218
DIRE ITO T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
juris et de iure pelo Código Civil, que chega a adm itir que aqueles sejam
inferiores a estas (perm itindo ao Juiz fixar reparação suplementar), mas
nunca que as superem.
Nesse sentido, igualmente, o acórdão da 4^ Turma do STJ no REsp. n^
244.296/RJ, no qual ficou estabelecido que "os juros de mora se destinam a
reparar os danos emergentes, ou positivos, e a pena convencional é a prévia
estipulaçôo para reparar os lucros cessantes, que são os danos negativos,
vale dizer, o lucro que a inadimplência nõo deixou que se auferisse, resultando
na perda de um ganho esperável" (Rei. Min. CÉSAR ÁSFOR ROCHA, DJ
05.08.2002, p. 345).
O caso é, portanto, nitidamente de não-incidência natural, como aliás
reconhecido pela Presidência do STF na decisão abaixo:
3. Conclusão
219
í
DIRE ITO T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
Professor E m é rito das U niversid ades M a cken zie, UNIP, UNIFIED, U N IFM U , d o ClEE/O ESTADO DE SÃO
PAULO, das Escolas d e C o m a n d o e E s ta d o - M a io r d o Exé rcito - ECEME, S u p e r io r d e G u e rra - ESG e da
M a g is tra tu ra d o T rib u n a l R eg ional Federal - Região; P ro fe s s o r H o n o r á r io das U niv e rs id a d e s A u stral
( A r g e n t i n a ) , San M a r t i n d e P o r r e s ( P e r u ) e V a s ili G o l d i s ( R o m ê n ia ) ; D o u t o r H o n o r is C au s a das
U n i v e r s id a d e s d e C ra io v a ( R o m ê n ia ) e d a P U C -P a ra n á , e C a t e d r á t i c o d a U n i v e r s id a d e d o M i n h o
(P o rtu g a l); P re s id e n te d o C o n s e lh o S u p e r io r d e D ir e ito da FECOMERCIO - SP; F u n d a d o r e P r e s id e n te
H o n o rá r io d o C e n tro d e Exte n sã o U n iv e r s itá r ia - C E U / In s titu to In te r n a c io n a l d e Ciê ncia s Sociais - IICS
221
DIRE ITO T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES AT U AIS
222
I
DIRE IT O TR IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
§ 62 T r a n s c o r r i d o o p r a z o p a ra o M i n i s t é r i o P ú b lic o e r e m e t i d a c ó p i a d o r e l a t ó r i o a o s d e m a i s
M i n i s t r o s , o p ro c e s s o se rá i n c l u í d o e m p a u t a n a s e ç ã o o u n a C o r t e E sp ecia l, d e v e n d o s e r ju lg a d o
c o m p r e f e r ê n c i a s o b re o s d e m a is fe i t o s , re s s a lv a d o s o s q u e e n v o lv a m r é u p r e s o e o s p e d id o s d e
h abeas corpus. ( In c lu íd o p e la Lei n@ 1 1 .6 7 2 , d e 2 00 8 ).
§ 72 P u b lic a d o 0 a c ó r d ã o d o S u p e r i o r T r i b u n a l d e J u s tiç a , o s r e c u r s o s e s p e c ia is s o b r e s t a d o s na
o r ig e m : ( In c lu í d o p ela Lei n^ 1 1 .6 7 2 , d e 2 0 0 8 ).
I - t e r ã o s e g u i m e n t o d e n e g a d o na h ip ó te s e d e 0 a c ó r d ã o r e c o r r i d o c o in c i d i r c o m a o r ie n t a ç ã o d o
S u p e r io r T r ib u n a l d e Ju s tiç a ; o u ( In c lu í d o p e la Lei n^ 1 1 .6 7 2 , d e 2 0 0 8 ).
II - se rã o n o v a m e n te e x a m in a d o s p e lo t r ib u n a l d e o r ig e m na h ip ó te s e d e 0 a c ó rd ã o r e c o r r id o d iv e r g ir
da o r ie n t a ç ã o d o S u p e r io r T r ib u n a l d e J u s tiç a . ( In c lu í d o p e la Lei n ^ 1 1 .6 7 2 , d e 2 0 0 8 ).
§ 80 Na hip ó te se prevista n o inciso II d o § 7 o deste artigo, m a n tid a a decisão dive rg en te pelo trib u n a l de
o rig e m , far-se-á 0 e x a m e d e a d m is s ib ilid a d e d o re curso especial. (In c lu íd o pela Lei ns 11.672, de 2008).
§ 9o 0 S u p e rio r T rib u n a l d e Justiça e os tr i b u n a is d e s e g u n d a in s tâ n c ia r e g u la m e n ta r ã o , n o â m b ito
d e su as c o m p e t ê n c i a s , o s p r o c e d i m e n t o s r e l a t i v o s a o p r o c e s s a m e n t o e j u l g a m e n t o d o r e c u r s o
e s p e c ia l n o s casos p r e v i s t o s n e s te a r t i g o . ( I n c l u i d o p e la Lei n^ 1 1 .6 7 2 , d e 2 0 0 8 ) ” .
A le x a n d r e d e M o r a e s le m b r a q u e :
" T r a ta - s e d e i m p o r t a n t e a l t e r a ç ã o n o s r e q u i s i t o s d e a d m i s s i b i l i d a d e d o r e c u r s o e x t r a o r d i n á r i o ,
p o i s p o s s i b il i t a a o S u p r e m o T r i b u n a l F e d e r a l a a n á l is e d a r e le v â n c i a c o n s t i t u c i o n a l d a m a t é r ia ,
b e m c o m o d o i n t e r e s s e p ú b l ic o e m d is c u t i - l a , n a t e n t a t i v a d e a fa s tá - lo d o J u lg a m e n t o d e causas
r e le v a n t e s s o m e n t e a os in t e r e s s e s p a r t ic u l a r e s . A m e s m a i d e ia é d e f e n d i d a p o r O s c a r V i lh e n a
V ie ira , a o a fir m a r q ue "a idé ia d e d a r a o S u p re m a T rib u n a l F e deral 0 p o d e r d e e s c o lh e r — c o m c e r to
g ra u d e d is c r ic io n a r ie d a d e — as causas q u e ju lg a r á é da m a io r r e le v â n c ia . A fin a l, a im e n s a m a io r ia
d o s casos q u e chega à c o r te já passou p e lo d u p lo g ra u d e ju r is d iç ã o . A ssim , já se e n c o n tr a s a tis fe ito
o p r in c í p i o f u n d a m e n t a l d o d u p l o g ra u d e ju r i s d iç ã o . N esse s e n t id o , 0 a c es s o à j u r i s d iç ã o d o STF,
p o r m e io d e r e c u r s o e x t r a o r d i n á r i o , n ã o se ria u m d i r e i t o s u b j e t i v o a b s o l u t o , n o s e n t id o d e q u e ,
s a tis fe it a s a lg u m a s c o n d iç õ e s o b j e t i v a s , o b r i g a d o e s ta r ia 0 STF d e c o n h e c e r 0 r e c u r s o "
( C o n s titu iç ã o d o B ra sil i n t e r p r e t a d a e le g is la ç ã o c o n s t i t u c i o n a l , 8 ^. e d ., E d it o r a A tla s , São P aulo,
2 0 1 1 , p . 1 4 0 0 ).
223
D IRE IT O T R IB U T Á R IO ; QUESTÕES ATUAIS
224
f
D IR E IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
Jonathan Barros
1. Introdução
A d v o g a d o , C o n s u l t o r J u r í d ic o e C o n t a d o r . E s p e c i a li s t a e m D i r e i t o T r i b u t á r i o p e l o I n s t i t u t o
B ra s ile iro d e Estu d o s T r ib u t á r io s - IBET-SP, M e s tr e e D o u t o r e m D ir e ito d o T r i b u t á r i o p e la P o n tifíc ia
U n iv e rs id a d e C a tó lic a d e São P a ulo - PUC-SP e M e s t r e e m S e g u n d o N ív e l e m D ir e i t o T r i b u t á r i o da
E m p re s a p e la U n i v e r s id a d e C o m e r c ia l L u ig t B o c c o n i - M i l ã o - I t á lia . P r o fe s s o r d o M e s t r a d o e m
S e g u n d o n ív e l e m D i r e i t o T r i b u t á r i o d a E m p r e s a n a U n i v e r s i d a d e C o m e r c i a l L u ig i B o c c o n i, d o
M e s tr a d o e d a G ra d ua çã o d a U N IM A R e d a s espe cia liza çõe s e m D ir e ito T r ib u t á r io d a PUC-SP/COGEAE,
18ET, FAAP e EPD e e m D ir e ito In te r n a c io n a l da EPD. C o n s e lh e iro d o CARF - C o n s e lh o A d m in is tr a tiv o
de Recursos Fiscais e d o C o n s e lh o M u n ic ip a l d e T r ib u to s d e São Paulo. Juiz d o T rib u n a l d e Im p o s to s
e Taxas d o E sta d o d e São P a u lo . M e m b r o d a C o m is s ã o E s p e c ia l d e D ir e i t o T r i b u t á r i o d o C o n s e lh o
Federal da OAB e da C om issã o d e C o n te n c io s o A d m in is tr a tiv o d a OAB-SP. Sócio d o IBDT, d a ABDF, IFA,
lASP, CBAr e CONPEDI.
Para a visão m a is a tu a l d e s te s is te m a d e r e fe rê n c ia p r o p o s to : VITA, J o n a th a n B a rros. Teoria G eral
d o D ire ito : D ir e ito in te rn a c io n a l e D ir e ito T r ib u tá rio . São P a u lo ; Q u a r t i e r L a tin 2 0 1 1 .
225
DIRE ITO T R IB U T Á R IO ; QUESTÕES AT U AIS
•
Im p ossibilida d e de b itrib u ta ç ã o por p arte do ICMS com o
conseqüência da não-cumulatividade;
• Vedação à não discriminação entre origem e destino de mercadorias
(artigo 152 da Carta);
• Liberdade de tráfego de bens e pessoas (artigo 150, V da CF);
• Quebra do pacto federativo;
• Ferir a livre concorrência e livre iniciativa (art. 170, IV e parágrafo
único da CF);
• Inconstitucionalidade form al ta n to das leis estaduais como do
Protocolo 21/2011^^°; e
• Outros argumentos ligados a problemas em relação à fixação da
alíquota e ampliação do âmbito de incidência do ICMS.
Este trabalho não tentará estabelecer a validade destes argumentos,
mas, tão somente, estabelecer o fato que nem todas as questões teóricas
estão sendo levantadas no cam po da in te rp re ta ç ã o dos te x to s
c o n stitu c io n a is e legais e nvolvidos, e specialm ente para (re d is c u tlr/
(re)definir o conceito de estabelecimento para fins de ICMS com o advento
das novas tecnologias.
Aqui, tem -se que o núcleo de especulações é a necessidade de
interpretação dinâmica da legislação nacional, especialmente da combinação
entre o artigo 155, § 2°, VII, b da Carta e o artigo 11 da Lei Complementar 87/
1996.
Para tanto, inicialmente definir-se-á os limites jurídicos da definição
e tipificação do comércio eletrônico (e-commerce), espacialmente seus
desdobramentos no campo da noção de estabelecimento em vários tributos
e na experiência internacional, culminando com a delimitação dos limites
das competências tributárias dos Estados para os fins de ICMS incidentes
sobre o (erroneamente) chamado comércio eletrônico.
2. 0 e s ta b e le c im e n to c o m e rc ia l no d ir e ito c iv il b r a s il e ir o e su a
d escorpo rificação na in te r n e t
226
DIRE ITO T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES ATUAIS
mesmo, de sede, lembrando que o CC, em seu artigo 1.126, caput, somente
determina a nacionalidade das pessoas jurídicas, nunca seu domicílio específico.
Este domicílio possui várias subespécies, como tributário, societário,
entre outros, termos que se conectam (reciprocamente), em alguns casos,
para determinação desta localidade para a realidade jurídica ou para a
vinculação com um dado sistem a ju ríd ic o ou, mesmo, apenas para
comunicações, inclusive em meio eletrônico.
Neste contexto, a RFB criou, com a IN 664/2006, nos termos da nova
redação do parágrafo 4° do artigo 23 do Decreto 70.23^1972 dada pela Lei
1 1 .1 9 ^0 0 5 , o chamado domicílio tributário eletrônico, lembrando que esta
denominação é imprópria, pois este chamado domicílio seria, tão somente,
um endereço para correspondência.
Paralelamente, lembra-se que os artigos 3°, 1c/c 5° da Lei 8.934 e seus
espelhos nos artigos 3°, II e 5°, caput do Decreto 1.800/1996 são lacônicos
sobre a questão do dom icílio em presarial para os fins de registro de
empresas, lembrando que o registro e certificações virtuais são realizados
nos moldes da MP 2200-2/2001.
Sob outro ângulo, tem-se que, dentro dos componentes indiciários para
delimitação de uma conexão com a competência de uma dada parcela do
território, o local da formação dos contratos regulado pelos artigos 435 do CC
c/c 0 9°, §2° da LINDB estabelecem, respectivamente, como fundamentais: o
local da proposta e da residência do proponente^^\ sem olvidar as hipóteses
nas quais pode ocorrer a eleição de tal local pelos contratantes.
Concluindo p arcialm ente, de q u a lq ue r m aneira, a definição de
estabelecimento, de acordo com o artigo 1.142 do CC, seria um conjunto
ordenado de capitais como meio para exercício de uma atividade empresarial,
algo que, quando vendido, seria o fundam ento conceituai (e econômico)
para a expressão fundo de comércio quando vendido.
Não se olvida que o term o estabelecimento era utilizado no antigo
Código Civil e ainda o é no Código Comercial, entretanto, seus contornos
jurídicos não eram bem definidos, o que exige uma interpretação dinâmica,
da legislação, não olvidando que, também o texto citado do novo código
civil também exige tal adaptabilidade interpretativa.
Lembra-se que estabelecimento e pessoa jurídica são termos análogos,
mas não coincidentes, vez que uma pessoa jurídica deverá ter, de alguma forma.
227
DIRE ITO T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
228
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
TOSI, Emilio. La conclusion di c o n tra tti "onlin e". In: I problem giuridici dl In ternet. M ila n o : Giuffre, 1999.
E n tre o u t r o s ; LORENZETTI, R ic a rd o Luis. C o n tr a to s " e le tr ô n ic o s " . In : D ir e ito & In te r n e t: aspectos
ju ríd ic o s r e le v a n te s . V o l. II. São P aulo: Q u a r t i e r L a tin , 2 0 0 8 , p. 5 4 1 -5 9 4 .
229
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES AT UAIS
Mais ainda, não se pode olvidar que tem-se como fundam ental a
determinação de que o direito tributário não poderia, por força do artigo 110 do
CTN, criar artificialidades em relação aos chamados conceitos de direito privado.
Entretanto, tal assertiva deve ser temperada com o fato que o direito
tributário, em muitos casos, cria subclasses de conceitos do direito privado,
estabelecendo diferenças pontuais em relação aqueles institutos.
Neste sentido, tem-se como im portante o fa to que as marcas de
identificação de um dado estabelecimento tributário não podem ser distintas
daquelas dos estabelecimentos cíveis.
Entretanto, o direito tributário pode criar ficções jurídicas ou, mesmo,
critérios mais distintos para sua determinação, desde que o estabelecimento
tributário, no caso, permaneça como subclasse do estabelecimento como
desenhado no direito privado.
Para tanto, este item será decorrência lógica do anterior para utilizar
a definição do conceito de estabelecimento no campo cível, incluindo a
disciplina jurídica dos contratos celebrados na internet e o específico local
de sua constituição, como elementos que servem como indícios de uma
tendência de (re)iocalização das prestações e determinação do local da
constituição destas obrigações.
Tais indícios são mais fundam entais ainda quando se considera a
inexistência de uma base física de negócios, especialmente no caso das
compras completamente on-line, que possuem uma dificuldade imanente
na detecção da efetivação destas operações.
Obviamente, no caso das operações off-line, tais preocupações são
reduzidas pelo mero fato que a tangibilidade facilita o estabelecimento de
um elemento de conexão com um dado sistema jurídico (parcial, no caso) e
sua conseqüente tributação.
Tendo sido definidos os contornos jurídicos do direito empresarial
vinculados à definição (e localização) dos estabelecim entos virtu a is,
utilizando-se das teorias clássicas da definição deste conceito e os modernos
doutrinadores do chamado do direito virtual ou eletrônico, tem-se como
necessário estabelecer algumas notas sobre como certos tributos atuam na
delimitação do conceito de estabelecimento.
Mais especificamente, o direito tributário tem sido alvo de intensos
debates a respeito desta matéria, pelo simples fato que, para determinados
trib u to s, tal aferição do conceito de estabelecim ento (e os correlatos
conceitos de residência e domicílio) implica conseqüências efetivas, que
seja, a alocação de sujeições ativas e correspondentes receitas tributárias e
deveres de fiscalização.
Neste campo de multiplicidade de residências e estabelecimentos,
no direito brasileiro, basicamente o IPI, o ISS, o IR e o ICMS tem-se destacado,
sendo que estes dois últimos serão objetos de tópicos mais profundos e
específicos, infra.
230
I
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES ATUAIS
^ Para m a is s o b r e e s te h is t ó r i c o ; A N D R A D E , M a r ia Is a b e l d e T o le d o . R e f o r m a t r i b u t a r i a : c o m o
t r i b u t a r o c o m é r c io e le tr ô n ic o ? A p o u c a e x p e r iê n c ia i n t e r n a c io n a l. In: In fo rm e -s e - BNDES. Brasília:
S e c r e ta ria p a ra a s s u n to s fis c a is - SF, n® 14, m a io 2 00 0 .
E n tre o u t r o s q u e e n t e n d e m a p o s tu ra da OCDE d es ta fo r m a : FERREIRA, A n a A m e lia M e n n a B a rreto
d e C astro. T rib u ta ç ã o c o m é r c io e le tr ô n ic o . In: R evista d e D e re c h o In fo rm á tic o . Lim a: A lfa -R e d i, N2.
0 4 5 - A b r il 2 00 2 ; e KRAKOVIAK, Leo; e KRAKQVIAK, Ricardo. T rib u ta ç ã o a d u a n e ira e p ro b le m a s ju ríd ic o s
d e c o r r e n te s d a i n f o r m a t i z a ç ã o d o c o m é r c i o e x te r io r . In: D ir e ito e In te r n e t - Relações Jurídicas na
S ocie d a d e In fo rm a tiz a d a . São P a u lo : Ed. R evista d o s T r ib u n a is , 2 0 0 1 , p. 58.
M e n c io n a - s e , a q u i, q u e , m e s m o c o m o c a s o S a in t G o b a in d a CJE ( C o m p a g n ie d e S a in t- G o b a in ,
Z w e ig n ie d e rla s s u n g D e u ts c h la n d v F in a n z a m t A a c h e n - l n n e n s t a d t - Caso C-307/9 7 da CJE - C o rte de
Ju stiça E u ro p é ia , ju l g a d o e m 1 99 9 ), p e r m a n e c e a i n t e r p r e t a ç ã o clássica d e s te a r t i g o q u e c o n s id e ra
q u e o s EP n ã o são re s id e n t e s .
A p e s a r d e a lg u m a s p re m is s a s d is t in ta s p o d e m s e r d e s ta c a d a s , c o m m u it a s c ita ç õ e s d as clássicas
c o n c e p ç õ e s d e s te in s t it u t o : TAVOLARO, A g o s t in h o T o ffo li. 0 e s ta b e l e c im e n t o p e r m a n e n t e : i n s t it u t o
p r ó p r io d o d ir e i t o t r i b u t á r i o in t e r n a c io n a l. In: Trib utação, Justiça e Liberd ad e. C u r itib a : Juruá Editora,
Jan/2005, pg. 35; TÔRRES, H e le n o Taveira. P lu rítrib u ta ç ã o In tern a c io n a l sobre as rendas d e empresas.
2® e d . São P aulo: Revista d os T rib u n a is , 2 0 0 1 ; e XAVIER, A lb e r t o . D ire ito tr ib u tá r io in te rn a c io n a l do
B rasil. 6 * e d iç ã o . Rio d e J a n e ir o , Fo re n s e , 2 00 3 .
231
DIRE ITO T R IB U T Á R IO : QUESTÕES AT U AIS
232
I
DIRE ITO T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
233
DIRE IT O T R IB U T Á R IO ; QUESTÕES ATUAIS
com venda para consumidor localizado em Estado distinto (parágrafo 2°, VII,
b) e nas exceções do inciso III do parágrafo 4° do artigo 155 da CF.
De qualquer form a, para determ inar o que significam estados de
origem e destino de mercadorias, a legislação do ICMS utilizou-se do conceito
de operação de circulação de m ercadorias como o núcleo de suas
especulações, tendo o estabelecimentos como o local de saída para um
consumidor final como um de seus elementos principais na definição de
circulação.
in te re s sa n te m e n te , a h istó ria da d e fin iç ã o do co nce ito de
estabelecimento no direito brasileiro para os fins do ICMS surge com a
definição do direito comercial em seu código de 1850, seguindo-se o Código
Civil de 1916, passa-se pelo lacônico artigo 127 do CTN e segue-se com o
artigo 11 da LC 87/1996, que cumpre a determinação do artigo 155, § 2°, XII da
CF de 1988.
Este artigo 11 é o que preencheria semanticamente este conceito,
deixando claro que a forma legalmente escolhida foi de dar uma definição
genérica para este no seu parágrafo 3°, acompanhando-a de ficções (inciso
III e parágrafo 5°) e presunções jurídicas (inciso I) são utilizadas para
determinar situações limítrofes.
Mais ainda, este artigo também circunda este conceito com definições
d en o ta tiva s de situações em que a d e te rm in a ç ã o deste e le m e n to é
importante para atrair a competência tributária de um Estado, perfazendo a
função de dirim ir conflitos de competência do artigo 146, III da CF.
Não se olvide que este artigo pressupõe, também, uma autonomia
entre eles {§ 3°, II), o que implica que há uma tendência a que cada unidade
de negócios que atenda o requisito de ser um lugar (público ou privado,
e difica d o ou não) no qual sejam exercidas atividades com erciais
(permanentes ou não).
Obviamente, no campo deste trabalho, será importante verificar como
este conceito se relaciona aos casos de comercialização de mercadorias
mencionado no inciso I, como será visto, com a intermediação do mundo virtual.
234
I
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
235
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES ATUAIS
para os fins do ICMS, pois a venda intermediada pela internet é muito distinta
da venda por catálogo^^^ sendo mais próxima de uma venda porta a porta
(que pode ser sujeita à substituição tributária, como no Convênio 0 ^ 0 0 6 ).
Para tanto, deixa-se claro que o site pode ser considerado como
estabelecimento virtual e, portanto estabelecimento para fins do ICMS tal através
da porta aberta semântica que a possibilidade de interpretação dinâmica (e
compatível com o novo texto do CC) é o parágrafo 3° do artigo 11 da LC, não sendo
considerado como mera extensão física do estabelecimento "real"^^^®^^.
Para operacionalizar tal premissa, recorda-se que, além do já clássico
(e aqui condenado) critério de conexão do local dos servidores, existem
duas outras manifestações físicas do estabelecim ento, o local onde o
consumidor realize sua compra ou, mesmo, o local de entrega, como a agência
dos correios, a exemplo do ICMS importação.
Como exemplos pragmáticos de incorporação destes critérios de atração
de competência para o local do servidor onde se realiza o processamento
eletrônico de suas operações, o Estado de São Paulo determina que o local do
servidor seria suficiente para atrair a mesma, a teor do artigo 12, parágrafo 3^, da
Lei 6.374^989, lembrando que o parágrafo 49 autorizaria edição de regulamento
para determinar que um site da internet seria um estabelecimento autônomo
(registrado como filial/contribuinte para fins de ICMS).
Tal interpretação é possível pelo simples fato que o estabelecimento
pode, nos dizeres do multicitado parágrafo 3°, ser não edificado, de terceiros
e onde as pessoas jurídicas exerçam sua atividade em caráter temporário,
incluindo a possibilidade de que armazéns gerais sejam considerados
estabelecimentos, o que não é o caso.
Mais ainda, caso penda dúvida na identificação do estabelecimento,
no teor do inciso primeiro deste parágrafo, o local onde seja constatada a
operação pode também ser utilizado e, ainda assim, ter-se-ia a atração da
competência para o Estado de destino.
Isto ocorreria pelo simples fato que, nas vendas pela internet, existiria
a transferência entre mercadorias de dois estabelecimentos do mesmo
contribuinte (ainda que o virtual não possua específico CNPJ de filial) para
236
DIRE ITO T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
237
DIRE ITO T R IB U T Á R IO ; QUESTÕES ATUAIS
em algumas das legislações atacadas pelas citadas ADIs que tratam das leis
estaduais relativas ao comércio eletrônico” ®.
Prosseguindo, aparte os problemas já mencionados no caso do ICMS
in cid e n te sobre vendas de veículos na in te rn e t, com o crescim ento
exponencial do comércio eletrônico ta n to on como off-line, foi editado
durante a 141^ reunião ordinária do Conselho Nacional de Política Fazendária
(CONFAZ), no Rio de Janeiro, o (criticado por sua atecnia) Protocolo 21 de 12
de abril de 2011 (e publicado no dia 07 do mesmo mês).
Neste caso ocorreu a ratificação imediata pelos Estados do Acre,
Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso,
Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Roraima, Rondônia,
Sergipe e o Distrito Federal, sem olvidar que os Estados do Mato Grosso do
Sul e Tocantins aderiram ao mesmo, p o s te rio rm e n te , através,
respectivamente, dos Protocolos 31/^011 e 43/2011.
Este m ulticitado protocolo criou uma espécie de distribuição das
receitas do ICMS nas vendas realizadas através de internet, telemarketing
ou show/room, quando esta fo r realizada entre os estados signatários e, caso
tenha operação entre estados signatários e não signatários, obriga a cobrança
do diferencial de alíquota na fronteira.
Obviamente, este Protocolo possui uma série de problemas formais^” e
materiais, como bem apontado por Santos de Carvalho^^®, mas, interessantemente,
apesar da citada atecnia/invalidade, o Protocolo 21 fez, ainda que indiretamente,
uma forma de interpretação uniformizadora (quase no teor do artigo 3°, III do Rl-
CONFAZ), ainda que sem citar, do conceito de estabelecimento.
Finalmente, aparte tod o o dito, muitos autores” ^ criticam a atual
intributabilidade no destino no caso do ICMS em vendas eletrônicas dando como
solução apenas uma mudança constitucional, da LC 87 ou com um Convênio.
Neste sentido, já existe a PEC 3 ^ 0 0 6 (arquivada), mais geral, e as
mais específicas PEC 227/2008, que foi acoplada a PEC da reforma tributária,
a 37/2001, e a 5 ^ 0 1 1 '“ .
S i n t e t lc a m e n t e , as i n c o n s t i t u c i o n a li d a d e s a p o n ta d a s e m r e la ç ã o a o P r o t o c o lo s e r ia m q u e e s te :
se ria c o n t r á r i o a o a r tig o 38, p a rá g ra fo ú n ic o d o R e g im e n to In te r n o d o CONFAZ; t r a ta r ia d o c o n c e ito
d e e s t a b e le c im e n to , q u e se ria , d e a c o r d o c o m o in c is o I d o a r t . 22 d a CF, m a té r ia d e c o m p e tê n c ia
p r iv a tiv a d a U niã o ; t e n ta r ia m o d ific a r d iv e rs o s a sp e c to s a R M IT d o ICMS; e p o r t r a t a r d e s u b s titu iç ã o
t r i b u t á r i a p o r m e io d e p r o t o c o l o e m d e t r i m e n t o d e LC e s p e c ífic a o u C o n v ê n io .
25: CARVALHO, O sva ldo Santos de. G u e rra Fiscal.com In: V III Congresso nacional d e estudos tribu tário s:
d e riv a ç ã o e p o s itív aç ã o no d ire ito t r ib u tá r io . São P a u lo : N oeses, p. 9 0 9 -7 6 2 , 2 0 1 1 .
E n tr e o u t r o s : NICHOLAS, P a u lo . C o m é r c io e le t r ô n ic o e ICMS. In : w w iw .d ir e ito .c c m .b r/d o u trin a .
A r t i g o f o r n e c i d o p e la C O M U T /U N IS IN O S , e m d e z /2 0 0 0 . (a cesso 0 1 ^ ) 1 / 2 0 1 2 às 2 0 :0 0 )
Estas p r o p o s ta s le g is la tiv a s f o r a m b e m e s tu d a d a s e m : CARVALHO, O s v a ld o S a n to s d e . G u e r r a
F is c a l.c o m In: V III C ongresso n a c io n a l d e e stu d o s tr ib u tá r io s : d e riv a ç ã o e p o s itiv a ç ã o n o d ire ito
t r ib u t á r io . São P a u lo : N oe se s, p. 9 0 9 - 7 6 2 , 2 01 1 .
238
í
D I R t f T O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
6. Conclusões
239
DIRE ITO T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
240
DIR E IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
1. Introdução
241
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
242
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES A T UAIS
primeiro lugar vejamos o artigo 19, que nos mostra a natureza e o objetivo
da Zona Franca de Manaus, verbis:
243
D IRE IT O T R IB U T Á R IO ; QUESTÕES ATUAIS
244
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
245
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
de agosto de 2001, tam bém revogou expressam ente o a rt. 7" da Lei
C o m plem entar 70, que regulava as isenções da COFINS, tira n d o ,
automaticamente, o objeto e eficácia do Decreto n° 1.030 de 1993, que,
regulamentando o art. 7° da Lei Complementar n°70, tirava os Incentivos da
ZFM referente à COFINS, observados o que segue:
3. Considerações Finais
246
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
0 a u t o r é m e s tr e e m D ir e i t o T r i b u t á r i o e M e m b r o da C o m is s ã o d e D ir e i t o T r i b u t á r i o d a CFOAB
247
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
248
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : Q U E S T Õ E S ATUAIS
249
DIRE IT O T R IB U T Á R IO ; QUESTÕES ATUAIS
P r o fe s s o r a s s o c ia d o na F a c u ld a d e d e D ir e i t o d e C o im b r a , o n d e le c c io n a D ir e i t o A d m i n i s t r a t i v o
111 e D i r e i t o F is c a l n a l i c e n c i a t u r a , D i r e i t o d o P a t r i m ô n i o H i s t ó r i c o - C u l t u r a f n o C u r s o d e Pós-
g r a d u a ç ã o e m D i r e i t o d o O r d e n a m e n t o , U r b a n is m o e A m b i e n t e e D i r e i t o Fiscal d as E m p r e s a s n o
C u rso d e P ó s - G r a d u a ç ã o e m D ir e i t o d as E m p re s a s . L e c c io n a D ir e i t o Fiscal 11 n o C u rs o d e M e s tr a d o .
É D o u t o r na e s p e c i a li d a d e d e C iê n c ia s J u r í d ic o - P o lí t i c a s , g r a u q u e o b t e v e c o m a d is s e r t a ç ã o " 0
D e v e r F u n d a m e n t a l d e P a ga r I m p o s t o s " .
251
D IR E IT O r R í B U T Á R í O ; QUESTÕES A T U A IS
Para m a ) o r e s d e s e n v o lv i m e n t o s , v. o n o s s o t e x t o « A fa c e o c u l t a d o s d i r e i t o s f u n d a m e n t a i s : os
d e v e r e s e os c u s to s d o s d i r e i t o s » , e m P o r u m a L ib e r d a d e c o m R e s p o n s a b i li d a d e - E s tu d o s s o b r e
D ire ito s e D everes F u n d a m e n ta is , C o im b r a E d ito ra , C o im b r a , 2 0 0 7 , p. 1 63 e ss. .
252
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES ATUAIS
Q u e c o n t é m o q u a d r o da i n t e r v e n ç ã o e r e g u la ç ã o e c o n ô m ic a s d o e s ta d o . C o n s titu iç ã o e c o n ô m ic a
q u e , n o s e s ta d o s q u e i n t e g r a m a U n iã o E u r o p é ia , t r a n s i t o u n a q u a s e t o t a l i d a d e p a r a o d i r e i t o da
U n iã o . Foi, d e r e s to , p a r a a l u d i r a e s ta r e a l i d a d e q u e J. J. G o m e s C a n o t i l h o f a l o u e m « m o r t e da
c o n s titu iç ã o d ir ig e n te » p o rtu g u e s a , a q u a l passou de u m a c o n s titu iç ã o e c o n ô m ic a n a c io n a l de
p e n d o r s o c ia lis t a p a r a a c o n s t i t u i ç ã o e c o n ô m ic a e u r o p e i a d e n a t u r e z a m a r c a d a m e n t e l ib e r a l - v.
J. J. GOMES CANOTíHO, « Esta do a d je c tiv a d o e t e o r ia da c o n s t it u iç ã o » . Revista d a A c a d e m ia B rasileira
d e D ir e i to C o n s ti tu c i o n a l , ns 3, 2 0 0 3 , p . 4 5 3 e ss. (4 6 9 e %.).
253
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
254
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
255
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
256
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
257
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
258
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
259
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
260
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
261
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
262
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
263
DIRE IT O T R IB U T Á R IO ; QUESTÕES A T UAIS
264
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
265
D IRE IT O T R IB U T Á R IO ; QUESTÕES ATUAIS
266
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
267
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
268
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
Na sua Teoria Geral do D ireito T rib u tá rio (1^ ed., Saraiva, São
Pauto,1963), Becker se inclina enfaticamente pelo método da redução de
complexidades. É expressão dessa tomada de posição o seguinte trecho:
269
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
270
D IR E IT O T R IB U T Á R IO : Q U E S T Õ E S A TU AIS
1. Introdução
271
DIRE ITO T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
Capítulo IV
Da Ciência e Tecnologia
(...)
272
DIRE ITO T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
3. Direitos fundamentais
273
DIRE ITO T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES ATUAIS
274
D IR E IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
OU seja, segundo Burdeau, citado por Darcy Azambuja "o instituto social leva
ao Estado, que a razão e a vontade criam e organizam. Tendo em vista sobre
tudo os dois últimos fatores, é que Burdeau disse que o Estado é um 'artifício'
da inteligência humana".^®®
Quando organizada em Estado, a sociedade cria seu sistema de normas,
que autoriza um Poder Estatal, mas com a finalidade exclusiva de "servir aos
interesses públicos, que, também, se designa como Poder Público".^®®
Com a finalidade de propiciar o bem estar desta sociedade, foram
garantidos ao Estado poderes, direitos e limitações que estão bem
defin idos nas C o nstitu ições m odernas. A través de um a atuação
administrativa na vida econômica do Estado, a Administração Pública,
fundada na valorização do trabalho hum ano e na livre iniciativa,
assegurará a todos a existência digna, conforme os ditames da justiça
social, bem como a observância dos princípios de iniciativa privada,
função social de propriedade, livre concorrência, defesa do consumidor,
dentre outros listados no art. 170 da CF/88.
Deverá, a Administração Pública ainda, exercer as funções de fiscalização,
incentivo e planejamento, sendo este último instituto fator determinante para
o setor público e indicativo para o setor privado (art. 174 CF^8).
Assim, sendo o Estado uma criação do grupo social, cabe à
Administração Pública atuar para que o mesmo se desenvolva dentro de
uma economia de mercado.
5. Atuação do Estado
" Cf. BURDEAU a p u d AZAMBUJA, Darcy. Teoria G e ra l d o Estado. 36. ed. G lo b o . São Paulo: 1997, p. 03.
™ Cf. MOREIR A NETO, op. c it., p. 21.
S e g u n d o C A R V A L H O F ILH O : "A E m e n d a C o n s t i t u c i o n a l nS 1 9 / 9 8 , q u e g u i n d o u a o p la n o
c o n s t it u c io n a l as re g ra s r e la tiv a s a o p r o j e t o d e r e f o r m a d o E sta d o , a c r e s c e n to u , a o c a p u t d o a rt.
3 7 , o u t r o p r in c íp io : o da e fic iê n c ia ( d e n o m in a d o d e ' q u a l id a d e d o s e r v iç o p r e s t a d o ' n o p r o j e t o da
E m e n d a ). (...) Vale a p en a o b s e rv a r, e n t r e t a n t o , q u e o p r in c íp io d a e fic iê n c ia n ã o a lc a n ç a a p e n a s os
s e rv iç o s p ú b lic o s p r e s t a d o s d ir e t a m e n t e à c o le tiv id a d e . A o c o n t r á r i o , d e v e s e r o b s e r v a d o t a m b é m
e m r e la ç ã o a o s s e r v iç o s a d m i n i s t r a t i v o s i n t e r n o s d a s p e s s o a s f e d e r a t i v a s e d as p e s s o a s a ela s
v in c u la d a s . S ig n ific a q u e a A d m in i s t r a ç ã o d e v e r e c o r r e r à m o d e r n a te c n o lo g ia e aos m é t o d o s h o je
a d o t a d o s p a ra o b t e r a q u a l id a d e t o t a l da e x e c u ç ã o das a tiv id a d e s a seu c a rg o , c r i a n d o , in c lu s iv e ,
n o v o o r g a n o g r a m a e m q u e se d e s t a q u e m as f u n ç õ e s g e r e n c ia is e a c o m p e t ê n c i a d o s a g e n te s q u e
d e v e m e x e r c ê -la s " . C ARVALHO FILHO, José d o s S a n to s . M a n u a l d e D ir e i t o A d m i n i s t r a t i v o . 19. ed.
L u m e n J u ris. Rio d e J a n e ir o : 2 0 0 8 , p. 2 3 -2 4 .
275
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
6. 0 Direto da Sociedade
7. Conciusão
276
DIRE ITO T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES ATUAIS
277
DIRE ITO T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES AT U AIS
292 V e ja -se V i c t o r Uckmar, P rincípio s c o m u n s d e D ir e ito C o n s titu c io n a l T rib u tá rio , 2^ e dição, São Paulo:
M a lh e ir o s , 1 9 9 9 , t r a d , d e M a r c o A u r é l i o G r e c o , p á g . 13. L e m b r e - s e , t a m b é m , a i m p o r t â n c i a q u e
t e v e 0 S is te m a C o n s t i t u c i o n a l T r i b u t á r i o B r a s i l e i r o d e G e r a ld o A t a l i b a , São P a u lo , R e v is ta d o s
T r i b u n a is , 1 9 6 8 .
278
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES ATUAIS
279
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
280
DIRE IT O T R IB U T Á R IO ; QUESTÕES AT U AIS
281
D IREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
Esta visão encontrou seara fértil no período que vai de 1964 a 1988 em
que o contexto político praticamente impedia o debate substancial {sobre
isonomia, disparidades sociais etc.) e em que se desenvolveu uma teoria
jurídica positivo-normativista (talvez a única viável à época) que foi eficaz
como instrumento de proteção do contribuinte no bloqueio das investidas
do FISCO, mas que pouco acrescentou quanto às diretrizes positivas a serem
seguidas pela tributação.
Neste campo, a Constituição de 1988 não foi mero rearranjo de
dispositivos; ao revés, tro u x e alteração no p ró p rio fu n d a m e n to
constitucional da tributação.
De fato, na CF/^7 o fundam ento da tributação era o poder de que
investido o Estado. Poder juridicizado, mas sempre poder.
Na CF/88, 0 Estado surge como criatura da sociedade civil para que
atue na direção do atendimento às prioridades e objetivos por ela definidos
no próprio texto constitucional. Vale dizer, o Estado é criado pela sociedade
civil para servi-la.
Como tal, 0 Estado não está originariamente investido de poder; ao
revés, a ele é originariamente atribuída uma função que se qualifica como
atividade de busca de objetivos no Interesse de outrem {a sociedade civil).
Isto altera o fundamento último da tributação, que passa a ser a ideia
de solidariedade ou coesão social a partir da qual se identificam os objetivos
buscados e à luz dos quais encontrará espaço a cobrança de tributos. A razão
da criação de trib u to s não é mais o mero poder do Estado (por vezes,
disfarçado no debate sobre capacidade contributiva), mas como ensina com
precisão CLAUDIO SACCHETTO ao examinar o conceito de tributo: "The useful
and essential definition o f tax revealed by its groundings could be as a
fulfillment of a civic duty of cohesion expressed by the contribution to the
public expenses on the basis of a person's ability to pay".^®’
Note-se que o fundamento do trib u to é o dever social ou cívico de
solidariedade que se atende pelo ato de contribuir para as despesas públicas
de acordo com a capacidade contributiva manifestada. Fundamento não é o
poder do Estado, mas a situação de convívio em sociedade que faz nascer o
dever de solidariedade.
Isto, aliás, está em sintonia com a formulação do artigo 19 da CF/88
que consagra um Estado Democrático de Direito; vale dizer, não um Estado
de Direito (apenas protetivo dos valores individuais), mas também um Estado
282
DIRE ITO T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
283
DIRE ITO T R IB U T Á R IO : QUESTÕES AT U AIS
284
DIRE ITO T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
RESUMO
1. Introdução
285
DiR E IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES AT U AIS
™ - SCAFF, F e rn an d o Facury. Reserva d o Possível, M í n i m o Existe ncia l e D ire ito s l-iu m a no s in D ir e ito e
Justiça - Refle xões Ju ríd ica s. Tem as d e D ir e i t o E c o n ô m ic o e T r ib u t á r io . (O rg. A s tr id H e r in g e r e t ali).
Ed. U ri, A n o 5, nS 8, ju rílio /2 0 0 6 , p. 152.
- Id. Ib id e m .
286
DIRE ITO T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES ATUAIS
287
D IRE ITO T R IB U T Á R IO ; QUESTÕES AT U AIS
288
D IR E IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES ATUAIS
^ - LEAL, R ogério Gesta. 0 c o n tr o le ju r is d ic io n a l d e políticas púb lic a s n o Brasil: p os s ibilidades m ateria is.
In: SARLET, tngo Vlfol%ang (Org.). Jurisdição e dire ito s fu n d a m e n ta is . A n u á rio 2 0 0 4 2 0 0 5 da Escola Superior
da M a g is tra tu r a d o Rio G ra n de d o Sul - Ajuris. P o rto A legre: Livraria d o A d v o g a d o , 2006, p. 177.
- Cf. 0 In c XXIII d o a r t . 8 4 d a C o n s t i t u i ç ã o F e d e r a l: C o m p e te p r i v a t i v a m e n t e a o P r e s id e n te d a
R e p ú b lic a : e n v ia r a o C o n g re s s o N a c io n a l o p la n o p lu r ia n u a l, o p r o j e t o d e le i d e d ire tr iz e s
o r ç a m e n t á r ia s e a s p r o p o s ta s d e o r ç a m e n t o s p r e v is to s n e s t a C o n s titu iç ã o .
- PISCITELLI, R o b e r t o B o c a c c io e t a l. C o n t a b i li d a d e p ú b l ic a : u m a a b o r d a g e m d a a d m i n is t r a ç ã o
fi n a n c e i r a p ú b lic a . 8^ e d . São P a u lo ; A tla s , 2 .0 0 4 , p . 1 8/20.
289
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES AT U AIS
- Id . Ib id e m , p . 1 ^ 2 0 ,
A M A R A L , G u s ta v o ; M ELO, D a n ie lle . H á d ir e ito s a c im a d os o r ç a m e n to s ? In S a rle t, In g o W o lfg a n g .
T I M M , L u cia n o B e n e t ti (O rg .). D ir e ito s f u n d a m e n t a is , o r ç a m e n t o e re s e rv a d o p ossíve l. P o r to A leg re :
L iv ra r ia d o A d v o g a d o , 2 0 0 8 , p . 102.
A M A R A L, G u sta vo ; MELO, D an ie lle . H á d ir e ito s a c im a d o s o r ç a m e n to s ? O b ra c it. pág. 102. N ão se
q u e r d iz e r q u e a p a r t i r de u m p a t a m a r m o n e t á r io o d ir e i t o m u d e , m a s q u e n e c e s s id a d e s e
p o s s ib ilid a d e s d e v e m s e r p o n d e r a d a s e q u e essa p o n d e r a ç ã o d e v e o c o r r e r p r e f e r e n c i a l m e n t e no
c a m p o d o c o n t r o l e d as e s c o lh a s p ú b lic a s , na a t i v i d a d e o r ç a m e n t á r i a , s e g u n d o o s a u t o r e s .
290
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES ATUAIS
(...] essa lei, com base nas e stim a tiv a s e autorização para a
o b te n ç ã o de re c e ita s , fix a , a té o e n c e rra m e n to da sessão
le g is la tiv a , os g a stos p a ra o e x e rc íc io s e g u in te . Este é o
c a le n d á r io p r e v is to , t u d o d e n t r o de um a p e rs p e c tiv a de
plan e ja m e n to a m édio prazo, com planos plurianual nacionais,
regionais e setoriais. E que o planejam ento é uma fo rm a de a
sociedade, po r m eio de seus representantes e instituições, aferir
suas potencialidades e limitações, coordenando seus recursos
e esforços para realizar, por inte rm éd io das estruturas do Estado,
as açõ e s n e c e s s á ria s ao a t i n g im e n t o [s ic ] dos o b je t iv o s
n a cio n ais.
291
DIRE ITO T R IB U T Á R IO ; QUESTÕ ES AT U AtS
- Id. Ib id e m , p. 404.
• M Â N IC A , F e rn a n d o Borge s. T e o ria d a R eserva d o Possível: D ir e ito s F u n d a m e n ta is a P re sta çõ es
e a I n t e r v e n ç ã o d o P o d e r J u d i c i á r i o n a I m p l e m e n t a ç ã o d e P o lític a s P ú b lic a s . R e v is ta B r a s ile ir a d e
D i r e i t o P ú b lic o , B e lo H o r i z o n t e , a n o 5, n . 1 8 , j u l . / s e t . 2 0 0 7 , p á g . 1 8 . A c r e s c e n t a o a u t o r q u e a
v i n c u l a ç ã o d o s g a s t o s p ú b lic o s a o s o b j e t i v o s c o n s t i t u c i o n a i s é ló g ic a .
- De igu a l m o d o t a m b é m p r e v ê a Lei d e R e s p o n s a b ilid a d e Fiscal ( a r t. 4 8 ), e a Lei ns 1 0.257/2001
(E s ta tu to d a C idade: a rt. 22, II e 4^, III, alínea f, e a rts , 4 3 a 45.)
- M Â N IC A , F e rn a n d o Borges, Te o ria da re s e rv a d o p ossíve l: d ir e i t o s fu n d a m e n t a is a p r e s ta ç õ e s e
a i n t e r v e n ç ã o d o p o d e r j u d i c i á r i o na i m p l e m e n t a ç ã o d e p o lít ic a s p ú b lic a s . R e v is ta B r a s il e ir a de
D ir e i t o P ú b lico . B e lo H o r iz o n t e , a n o 5, n. 18, p. 1 6 9 -1 8 6 , J u l./s e t. 2 0 0 7 . p. 3.
292
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
293
DIRE ITO T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES ATUAIS
- Id. Ib id e m ., p. 02.
294
DIRE ITO T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES ATUAIS
295
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
- SCAFF, F e rn an d o Facury. Reserva d o possível, m ín im o existen cia l e d ire ito s hum a n o s. In: COUTINHO,
Jacinto Nelson d e M ira n d a ; LIM A, M a r to n io M o n t'A lv e r n e B a rreto (org.). Diálogos co ns titu c io n ais : dire ito ,
n e o lib e r a iis m o e d e s e n v o lv im e n t o e m países p e r ifé r ic o s . Rio d e J a n e iro : Renovar, 2 00 6 , p. 148.
- OLIVEIRA, Rafael S érgio U m a de; CALIL, M á r io Lúcio Garcez. Reserva d o Possível, N a tu re z a Juríd ica
e M í n i m o Essencial: P a ra d ig m a s p a r a u m a D c /fn /ç ô o .? T ra b alh o p u b lic a d o nos Anais d o XVIl Congresso
N acio na l d o CONPEDl, re a liz a d o e m Brasília - DF nos dias 20, 2 1 e 22 d e n o v e m b r o d e 2008, p. 3734.
- NOVAIS, Jorge Reis. A s re s triç õ e s a os d ir e ito s f u n d a m e n t a is n õ o e x p re s s a m e n te a u to riz a d a s p e la
C o n s t i t u i ç ã o . C o im b r a : C o im b r a , 2 0 0 3 , p . 135.
™ - OLIVEIRA, Rafael S érgio U m a de; CALIL, M á r io Lúcio Garcez. Reserva d o Possível, N a tu re z a Juríd ica
e M í n i m o Essencial: P a ra d ig m a s p a r a u m a D e fin iç ã o .? T ra b a lh o p u b lic a d o nos A nais d o XVII Congresso
N acio na l d o CONPEDI, re a liza d o e m Brasília - DF nos dias 20, 21 e 22 d e n o v e m b r o d e 2 00 8 , p. 3734.
- M Â N IC A , F e rn a n d o B orge s. T e o ria d a R eserva d o Possível: D ir e ito s F u n d a m e n ta is a P re s ta ç õ e s
e a I n t e r v e n ç ã o d o P o d e r J u d i c i á r i o n a I m p l e m e n t a ç ã o d e P o lític a s P ú b lic a s R e v is ta B r a s ile ir a d e
D ir e i t o P ú b lico , B e lo H o r iz o n t e , a n o 5, n. 18, j u l . / s e t . 2 0 0 7 , p . 12,
296
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
297
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES AT U AIS
tem po, 0 art. 6^ afirma que são direitos sociais a educação, a saúde, o
trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, à proteção à maternidade
e à infância e a assistência aos desamparados.
A Constituição Federal fez distinção entre as prestações de saúde que
constituem a proteção do mínimo existencial e das condições necessárias à
existência, que são gratuitas, e as que se classificam como direitos sociais e
que podem ser custeadas por contribuições. Com isso, inclui as atividades
preventivas em geral, o direito ao atendimento integral e gratuito, afirma
Ricardo Lobo Torres^^\ Por sua vez, a medicina curativa e o atendimento nos
hospitais públicos, são remunerados pelos pagamentos das contribuições,
ao sistema de seguridade público ou privado. No e nta nto , deve ser
considerada a exceção das situações de atendimento de pessoas que têm o
d ire ito ao mínimo de saúde, sem qualquer contraprestação financeira,
considerando tratar-se de direitos fundamentais.
Para tanto, política pública deve ser compreendida como um conjunto
de atuações do Poder Público e não como ato ou atos isolados. Como
esclarece Fábio Konder Comparato^^^ "é um programa governamental", não
se restringindo as normas ou atos singulares, mas antes consistindo “ numa
atividade, ou seja, uma série ordenada de normas e atos, do mais variado
tip o , conjugados para a realização de um o b je tiv o dete rm in a do ". Na
sequencia, acrescenta que toda política pública, como programa de agir,
envolve uma meta a ser alcançada e um conjunto ordenado de meios ou
in s tru m en to s (pessoais, in stitu cio n a is e fin an ce iro s), tais como leis,
regulamentos, contratos e atos administrativos.
Nessa mesma esteira Cristiane Derani^^^ afirma que política pública é
um conjunto de ações coordenadas pelos entes estatais, em grande parte,
por eles realizadas destinadas a alterar as relações sociais existentes.
Sob o p o n to de vista de C ano tilh o , o destaque da d o u trin a
constitucionalista demarca:
Ao legislador compete, dentro das reservas orçamentárias, dos planos
econômicos e financeiros, das condições sociais e econômicas do país,
garantir as prestações integradoras dos direitos sociais, econômicos e
culturais.
298
D IRE ITO T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES ATUAIS
- Id. Ib id e m , p. 269.
™ - OLIVEIRA, Régis F e rn a n d e s d e . Curso d e D ir e ito F in a n c e iro . São P a u lo : RT, 2 00 6 , p, 243.
- E nsin a P a u lo B e n a v id e s q u e : A t r i b u i n d o - s e e fic á c ia v i n c u l a n t e à n o r m a p r o g r a m á t ic a , p o u c o
i m p o r t a q u e a C o n s t i t u i ç ã o e s te ja o u n ã o r e p l e t a d e p r o p o s iç õ e s d e s s e te o r , o u s e ja , d e r e g ra s
r e la t i v a s a f u t u r o s c o m p o r t a m e n t o s e s t a t a i s . 0 c u m p r i m e n t o d o s c â n o n e s c o n s t i t u c i o n a i s p e la
o r d e m j u r i d i c a t e r á d a d a u m la r g o p as s o a f r e n t e . Já n ã o s e rá fá c il c o m r e s p e i t o à C o n s t i t u i ç ã o
te rg iv e rs a -lh e a a p lic a b ilid a d e e e fic á c ia das n o rm a s com o os j u r is t a s abra ça d os à te s e
a n t in o r m a t i v a , os q u a is , a le g a n d o p r o g r a m a t ic id a d e de c o n t e ú d o , c o s tu m a m e v a d ir - s e ao
c u m p r i m e n t o o u o b s e rv â n c ia d e re g ra s e p r in c íp io s c o n s t it u c io n a is . Curso d e D ir e i t o C o n s titu c io n a l,
5ã Ed., São P a u lo , M a lh e ir o s , 1 99 4 , p. 211.
™ - R AM A LH O , Paula A fo n c in a Barros. A R evisão Ju d ic ia l das Escolhas e d a Execução O r ç a m e n tá ria s
c o m o e s tr a té g ia d e e fe tiv a ç ã o d o s D ir e ito s F u n d a m e n ta is p r e s t a c io n a is in R e v is ta P a ra h y b a
J u d ic iá ria . Seção J u d ic iá ria d a Paraíba - a. 6, v. 7 (N o v e m b r o , 2 0 0 8 ). J o ão Pessoa; e d ., 2 00 8 , p. 171.
- BÜRKLE, Rudi Rigo. 0 c o n tr o le j u d i c ia l d a a d m in is t r a ç ã o p ú b lic a f a c e a n ã o o b s e rv â n c ia dos d ire ito s
fu n d a m e n t a is . D is p o n ív e l e m h t t p : / / w w w . m p . p r . g o v . b r / e v e n t o s / D 5 r u d i . d o c . A c e s s o e m 1 9 .1 2 .2 0 1 0 .
299
D IR E IT O T R IB U T Á R IO ; QUESTÕES AT U AIS
sociais a reserva do possível como limite, mas não se tem explorado tal
reserva como obrigação de gastar todos os recursos possíveis/disponíveis
para implementar os direitos fundamentais. Dá-se realce ao signo "reserva",
mas nõo ao qualificativo "possível". Afinal, o que é possível para o Estado
Brasileiro em matéria de alocação de recursos para a efetivação dos direitos
sociais a prestações materiais? Será que nõo há mesmo dinheiro suficiente
para investir em políticas públicas atinentes aos direitos sociais? Nõo, caso se
queira resolver tudo de uma hora para outra. Mas sim, quando se projeta
uma obrigação de progressiva satisfação desses direitos.^^^
0 M inistro Celso de Melo, no julgam ento da ADIn n.s 1458-7 DF,
manifestou: se o Estado deixar de adotar as medidas necessárias à realização
concreta dos preceitos da Constituição, em ordem a torná-los efetivos,
operantes e exeqüíveis, abstendo-se, em conseqüência, de cumprir o dever
de prestação que a Constituição lhe impôs, incidirá em violação negativa do
texto constitucional. E ainda adiantou: Não se pode tolerar que os órgãos do
Poder Público, descumprindo, por inércia e omissão, o dever de emanação
n orm ativa que lhes f o i imposto, in frin ja m , com esse co m p orta m e nto
negativo, a própria autoridade da Constituição e efetuem, em conseqüência,
0 conteúdo eficaciai dos preceitos que compõem a estrutura normativa da
Lei M a io r Explicitou tam bém , que a cláusula da 'reserva do possível' -
ressalvada a ocorrência de justo motivo objetivamente auferível - não pode
ser invocada, pelo Estado, com a finalidade de exonerar-se do cumprimento
de suas obrigações constitucionais, notadamente quando, dessa conduta
gove rn am en tal negativa, puder re s u lta r n ulificação ou, até mesmo,
aniquilação de direitos constitucionais impregnados de um sentido de
essencial fundamentalidade.
De Igual modo é a manifestação de Burkle^"'^; a omissÔo do Estado que
deixa de cumprir, em maior ou em menor extensão, a imposição ditada pelo
texto constitucional qualifica-se como comportamento revestido da maior
gravidade político-jurídica, eis que, mediante inércia, o Poder Público também
desrespeita a Constituição, também ofende direitos que nela se fundam e
tam bém impede, p o r ausência de medidas concretizadoras, a própria
aplicabilidade dos postulados e princípios da Lei Fundamental.
0 que se tem observado é que o Poder Judiciário tem verificado e
exigido, não a mera alegação de inexistência de recursos, mas a comprovação
' N ã o se m o s t r a r á l í c i t o , n o e n t a n t o , a o P o d e r P ú b lic o , e m t a l h ip ó t e s e - m e d i a n t e in d e v id a
m a n i p u l a ç ã o d e su a a t i v i d a d e f i n a n c e i r a e / o u p o l í t i c o - a d m i n i s t r a t i v a - c r i a r o b s t á c u l o a r t i f i c i a l
q u e re v e le o ile g í t i m o , a r b i t r á r i o e c e n s u r á v e l p r o p ó s it o d e fr a u d a r , d e f r u s t r a r e d e i n v ia b iliz a r o
e s t a b e l e c i m e n t o e a p r e s e r v a ç ã o , e m f a v o r d a p e s s o a e d o s c i d a d ã o s , d e c o n d i ç õ e s m a t e r ia i s
m ín im a s d e e x is tê n c ia . (STF, ADPF n. 4 5 , Rei. M i n . C elso d e M e ll o , ju lg . 2 9 .0 4 .0 4 )
- STF, ADPF n. 4 5 , M C /D F. Rei. M in . Celso d e M e llo , ju lg . 2 9.0 4 .0 4 , D iá rio da Justiça, Ed. 84, seção
I, p u b lic a d a e m 0 4 ^ V 2 0 0 4 . RTJ - 2 0 0 - 0 1 , p . 191.
300
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
- NOBRE J U N IO R , E d ils o n P e r e i r a . 0 C o n t r o l e d e P o lí t i c a s P ú b l i c a s : U m D e s a f i o à J u r is d i ç ã o
C o n s t i t u c i o n a l . R e v is ta P a r a h y b a J u d i c i á r i o d o P o d e r J u d i c i á r i o - J u s tiç a F e d e r a i d a P a ra íb a , João
Pessoa, A n o 6, n? 7, n o v e m b r o / 2 0 0 8 , p. 232.
- APPIO, E d u a rd o . C o n tro le j u d i c i a l d as p o lític a s p ú b lic a s n o Brasil. C u r itib a : Juruá, 2 00 9 , pág. 184.
Q u a lq u e r m e d id a ju d ic ia l q u e v e n h a a im p o r u m a o b r ig a ç ã o e s p e c ífic a , v in c u la d a a u m caso
c o n c r e t o - c o m o , p o r e x e m p lo , a a q u is iç ã o d e u m m e d i c a m e n t o d e a lt o c u s to p e lo sis te m a p ú b lic o
de sa ú d e - im p lic a rá a re d e s tin a ç ã o de ve rb a s a lo c a d a s de a c o rd o co m os c rité r io s do
a d m in is tr a d o r . A vid a d e u m p o d e r á r e p r e s e n ta r a s u pre ss ã o d a v id a d e m u it o s , p o r q u e o c u s to dos
d i r e i t o s socia is é s u p o r t a d o p e lo o r ç a m e n t o já a p r o v a d o p e lo C on g ress o . [...) 0 a r g u m e n t o d e q ue
os d ir e i t o s q u e n ã o e n c o n t r a m m e c a n i s m o s j u r í d i c o s d e p r o t e ç ã o j u d i c i a l s e r ia m o e q u i v a l e n t e a
n ã o d ir e i t o s , d e s c o n s i d e r a o e s p a ç o d e s t in a d o a o P o d e r E x e c u t iv o p e la C o n s t i t u i ç ã o d e 1 9 8 8 , na
m e d id a e m q u e o j u i z n ã o t e m c o n d iç õ e s d e e le g e r, d e f o r m a d is c r ic io n á r ia , o c o n t e ú d o e s p e c ífic o
d e s te s d ir e ito s . M u ito e m bo ra aos c id a d ã o s deva se r asseg u ra do o m ín im o e x is te n c ia l,
e s p e c ia lm e n te nas á rea s d e e d u c a ç ã o e sa úd e , a c a p a c id a d e d o s g o v e rn o s n ã o é ilim ita d a , e a
u n iv e r s a liz a ç ã o d e p e n d e d a e x e c u ç ã o d e u m p r o j e t o d e g o v e r n o . O b r a c it., p. 187.
- E x e m p lo disso sã o os p o d e r e s J u d ic iá r io e L eg is la tiv o q u e e x e r c e m , n o â m b i t o i n t e r n o , a fu n ç ã o
p r ó p r i a d o A d m in i s t r a t i v o , o u seja , ta is p o d e r e s p o s s u e m u m a e s t r u t u r a a d m i n is t r a t iv a , q u e im p lic a
na e m a n a ç ã o d e a to s a d m i n is t r a t iv o s , os q u a is sã o p o r e le s e m it id o s . SILVA, G u s ta v o A p a r e c i d o da.
D o C o n tr o le J u d ic ia l d a A d m in i s t r a ç ã o P ú blica. D is p o n ív e l e m h t t p : / / w w w . l f g . c o m . b r e m 1 2 .1 2 .2 0 1 0 .
301
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
- SCAFF, F e rn a n d o Facury. Se ntenças a ditiva s , d ir e ito s socia is e re s erv a d o possive l. In: SARLET, Ingo
W o l f g a n g ; T I M M , L u c ia n o B e n e t t i (O rg .). D ir e i to s f u n d a m e n t a i s : o r ç a m e n t o e r e s e r v a d o p ossível.
P o r to A le g r e : L iv ra ria d o A d v o g a d o , 2 0 0 8 , p. 157,
- !b. ib id e m , p. 157.
302
DIRE IT O T R IB U TÁ R IO : QUESTÕES A T UAIS
Este não cria din h e iro , ele re d is trib u i o d in h e iro que possuía
outras destinações estabelecidas pelo Legislativo e cumpridas
pelo Executivo - é o "L im ite do O rça m e n to " de que falam os
econom istas, ou a "Reserva do Possível" dos juristas. Ocorre
que os recursos são escassos e as necessidades infinitas. Como
0 sistema financeiro é um sistema de vasos comunicantes, para
se gastar de um lado precisa-se re tira r d in heiro do outro . E aí
será fe ito aquilo que no ditado popular se diz com o "descobrir
um santo para co b rir outro".
303
D IRE IT O T R IB U T Á R IO ; QUESTÕES ATUAIS
304
D IR E IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
305
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
6. Conclusão
306
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
7. Referências
307
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
OLIVEIRA, Rafael Sérgio Lima de; CALIL, Mário Lúcio Garcez. Reserva do
Possível, Natureza Jurídica e M ínim o Essencial: Paradigmas para uma
Definição.? Trabalho publicado nos Anais do XVII Congresso Nacional do
CONPEDI, realizado em Brasília - DF nos dias 20, 21 e 22 de novembro de
2008, p. 3722/5744.
OLIVEIRA, Régis Fernandes de. Curso de Direito Financeiro. São Paulo: RT,
2006.
308
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
SILVA, Ricardo Augusto Dias da. Direito fundamental à saúde: o dilema entre
0 mínimo existencial e a reserva do possível. Belo Horizonte: Fórum, 2010.
SILVA, Sandoval Alves da. D ireitos sociais: leis orçam entárias como
instrumento de implementação. Curitiba: Juruá, 2007.
309
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
310
D IR E IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES ATUAIS
1. Considerações gerais
311
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
312
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
2. 0 princípio da proporcionalidade
313
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
314
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
315
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
316
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
317
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
318
D IRE IT O T R IB U T Á R IO QUESTÕES ATUAIS
S o b re a a p lic a ç ã o da p r o p o r c io n a li d a d e n o p ro c e s so a d m i n is t r a t iv o t r i b u t á r i o ve r: NEDER, M a rc o s
V i n i c i u s e LÓPEZ, M a r ia Teresa M a r t i n e z . P ro c e s s o A d m i n i s t r a t i v o F is c a l F e d e r a l C o m e n ta d o . São
P a u lo : D ia lé t ic a . 2 0 0 4 , p p . 6 4 - 6 5 .
MEIRELLES, H ely L opes. D ir e i t o A d m i n i s t r a t i v o B r a s ile ir o . São P a u lo : M a lh e ir o s . 1 99 4 , p, 8 2-8 3 .
QUEIROZ. M a r y Elbe. Im p o s to s o b re a R enda e P ro v e n to s d e Q u a lq u e r N a tu re z a . São Paulo: M a n o le .
2 00 4 , p p. 1 2 -1 3 . QUEIROZ M A IA , M a r y Elbe. D o L a n ç a m e n t o T r i b u t á r i o - Exe cuçã o e C o n tr o le . São
P a u lo : D ia l é t ic a . 2 0 0 9 , p p . 1 0 4 - 1 0 7 .
319
DIREIT O TR IB U T Á R IO : QUESTÕ ES ATUAIS
320
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
321
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
E x e m plo nesse s e n tid o fo i o j u l g a m e n t o p e lo STF d o HC-7 7.0 03/PE. Rei. M i n . M a r c o A u r é lio .: "JUSTA
CAUSA - INSIGNIFICÂNCIA DO ATO APONTADO C O M O DELITUOSO. U m a vez v e rific a d a a insig nificâ n cia
ju r í d i c a d o a t o a p o n t a d o c o m o d e l i tu o s o , i m p õ e - s e o t r a n c a m e n t o d a a ç ão p e n a l p o r f a lta d e ju s t a
c a u s a . A i s t o d ir e c i o n a m o s p r i n c í p i o s d a r a z o a b i l i d a d e e d a p r o p o r c i o n a l i d a d e . C o n s u b s t a n c i a
a to in s ig n ific a n te a c o n t r a t a ç ã o is ola da d e m ã o - d e - o b r a , v is a n d o à a t iv id a d e d e g ari, p o r m u n ic íp io ,
c o n s i d e r a d o p e r í o d o d i m i n u t o , v i n d o o p e d i d o f o r m u l a d o e m r e c la m a ç ã o t r a b a l h is t a a s e r j u l g a d o
i m p r o c e d e n t e , a n t e a n u l i d a d e d a r e la ç ã o j u r í d i c a p o r a u s ê n c ia d o c o n c u r s o p ú b l ic o .
322
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
323
DIREIT O T R IB U T Á R IO ; QUESTÕES A T UAIS
4. Conclusão
324
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
“ Quando seu cõo não fa z algo que você quer, para corrigi-lo, você
espera a té ele fa z e r de novo e então b a te nele p o r isso. Esse é o
m odo de fa z e r o dire ito p a ra o seu côo: e isso é o m odo de os juizes
fazerem o direito para você e para mim. Eles nôo querem co ntar ao
hom em p o r antecipação o que ele não deveria fazer..eles m entem
até que ele fa ç a algum a coisa que eles dizem que não deveria te r
sido fe ito , e então eles o enforcam p o r isso." (Legality - Harvard
Un.Press, Cambridge, London, 2011).
3” - p r o f a . T i t u l a r d e D i r e i t o T r i b u t á r i o d a U F M G , P r o fa . T i t u l a r d a s F a c u ld a d e s M i l t o n C a m p o s,
P r e s id e n te d a ABRADT, f i l i a d a à FONDAFIP-Paris, C o n s u lto ra e A d v o g a d o
325
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
Ora, como somos um país "civil law" em que, portanto, leis prévias
fazem conhecer o Direito em comandos normativos genéricos, postos pelo
Poder Legislativo e nos quais deve se basear o juiz, a atualidade de BENTHAM
pode suscitar dúvidas nos espíritos mais incautos. Mesmo nos países do
"common law/", a força da legalidade em matéria penal e tributária - da qual
é símbolo universal a Carta de João Sem Terra, 1215, a "lei do cão" configuraria
uma advertência pertinente ou mera hipérbole de efeito?
De longa data, sabe-se que a lei, em seu enunciado lingüístico, tal
como adveio do Poder Legislativo, embora marco insuperável do Estado de
Direito, não é mais suficiente para garantir a segurança. Leis inconstitucionais,
ilegais - se hierarquicamente inferiores a outras leis - de conteúdo ambíguo,
polissêmico e inadequado socialm ente m ultiplicam -se nas sociedades
contemporâneas complexas. 0 encontro do Direito Tributário, portanto, não
é algo simples, mas requer a intervenção do Poder Judiciário que, por meio
do caso concreto, fixa, em jurisprudência consolidada, o sentido correto -
entre outros - aquele único, apto a criar a expectativa normativa legítima
para todos aqueles em situação similar. Aos contribuintes obedientes à lei,
segundo o sentido cristalizado pelas decisões judiciais, o Estado deve
proteção, razão pela qual o Poder Judiciário não pode inovar o seu entendimento
repentinamente e oferecer ao jurisdicionado, o "direito do cão".
De impressionante atualidade é o dito de BENTHAM. É inegável que o
princípio da irretroatividade não obriga apenas ao legislador, mas também
80 administrador e ao juiz. 0 que importa é a irretroatividade do Direito.
2. A Irretroatividade do direito
Dispõe o art. 52, XXXVI, da Constituição de 1988 que "a lei ndo
prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa Julgada". Por
sua vez, o caput e inciso I do art. 5® garantem:
326
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
327
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES AT UAIS
328
D IRE IT O T R IB U T Á R IO QUESTÕES ATUAIS
329
DIRE IT O TR IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
330
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
de acordo com a norma judicial posta nos julgados dos Tribunais Superiores.
É o que veremos a seguir.
Cf. A Nova T e oria d o s Sistem as. C o o rd . CLARISSA BAETA NEVES e o u tr a . E. UFRGS, G o e th e In s titu t,
1 9 7 7 , p, 93.
Cf. ps. 5 3 6 a 581.
331
DIRE ITO T R IB U T Á R IO : QUESTÕES AT U AIS
Cf. p. 577.
Cf. p. 580.
332
DIRE ITO T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
333
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES AT U AIS
Cf. Cf. « From th e A u to p o ie s is to th e A llo p oie s is o f L a w » in J o urnal o f Law a n d Society, v o l. 28, n2.2,
B la c k w e ll Pub., O x f o r d , j u n . 2 0 0 1 , p p . 2 4 2 - 6 4 . O c i t a d o a r t i g o r e fe r e o u t r a s o b r a s d o a u t o r s o b re o
te m a .
Cf. NEVES, o p . cit., p. 255.
Cf. NEVES, op. Clt. p. 258,
Cf. NEVES, o p . cit., p.263.
334
DIRE ITO T R IB U T Á R IO QUESTÕES ATUAIS
335
DIRE ITO T R IB U T Á R IO ; QUESTÕES AT U AIS
336
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
337
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES AT U AIS
338
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES ATUAIS
339
DIRE ITO T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
da sentença, o faz tanto para vincular o julgador aos precedentes como aos
casos futuros, sem o que não pode o sistema jurídico criar expectativas
legítimas de normatividade, essenciais à segurança, nem tampouco exigir a
observância dos critérios legais.
A Lei 986^01 não reduz, anula ou subtrai da decisão da Corte Suprema
0 que a ela é inerente. Se a Constituição Federal não estabelece claramente
os e fe ito s da decisão ju d ic ia l, nos casos da declaração de
inconstitucionalidade, em abstrato ou nos casos concretos, então, os efeitos
da decisão podem ser pesados e lim itados à vista de critérios de alta
relevância, em especial por razões de segurança jurídica, que imantam a
própria Constituição.
Cf. L U H M A N N . C o n fia n z a . B a rc e lo n a , A n t h r o p o s , 1 99 6 .
340
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
341
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES AT UAIS
342
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
(revela-se). A lei posta pelo Poder Legislativo pode comportar, assim, mais de
uma interpretação, mais de uma significação, de modo que a lei que vige, em
determinado momento, é a lei segundo uma de suas interpretações possíveis.
A certa altura, sem nenhuma mudança literal da fórm ula legislativa, que
conserva os mesmos enunciados lingüísticos, altera-se a interpretação que
da mesma lei faz a Administração ou fazem os Tribunais, que passam a decidir
conforme outra interpretação. Surge, então, sem lei nova como ato emanado
do Poder Legislativo, espécie de lei nova, proclamada pelos demais Poderes.
Por tais motivos, diz a Constituição, no art. 5^, XXXVI: "A lei não prejudicará
o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada."
Por isso mesmo, o princípio da irretroatividade estende-se a todos os
Poderes, sob pena de se frustrar a segurança jurídica.
Passa longe desse relato a ídeia de que devessem ser vedadas as
mudanças de interpretação ou a evolução da jurisprudência. A cristalização
da jurisprudência pode trazer prejuízos para a ordem jurídica e mesmo seu
insuportável desacoplamento em relação à ordem política ou econômica.
Mas o tem po e a impressionante celeridade com que se processam as
operações no campo político ou econômico não podem ser os mesmos no
sistema jurídico. É inconcebível que as mudanças jurisprudenciais sejam
danosas àquele contribuinte que pautou o seu comportamento na direção
indicada pelas decisões reiteradas dos tribunais, confiando legitimamente
no pensamento predominante da Corte Constitucional. Os efeitos de uma
decisão, que inova a ordem jurídica em relação ao posicionamento anterior
da própria Corte, somente podem se projetar para o futuro, em relação a
novos fatos geradores. Esse é um fenômeno decorrente do respeito às
fundamentações e aos precedentes e, em especial, ao papel da própria Corte.
Por isso mesmo, o princípio não deve ser lim ita d o às leis, mas
estendido às normas e atos administrativos ou judiciais. O que vale para o
legislador precisa valer para a Administração e os Tribunais. 0 que significa
que a Administração e o Poder Judiciário não podem tratar os casos que
estão no passado de modo que se desviem da prática até então utilizada, na
qual 0 contribuinte tinha confiado. Em síntese, é inexplicável o retrocesso
advindo das decisões jurisprudenciais mais recentes, não apenas em razão
de seu anacronismo em face dos princípios da proteção da confiança e da
boa fé, mas ainda em face da fragilização da segurança jurídica, que dissemina
a incerteza e a imprevisibilidade.
De imediato, sente-se aumentar a iitigiosidade em toda a parte. Se os
Tribunais superiores, após a consolidação em p le n á rio de certa
jurisprudência, alteram os seus julgados, atingindo os fatos que ocorreram à
luz da jurisprudência anterior, nem a Fazenda Pública, nem tampouco os
contribuintes desistem de suas demandas, em face de uma recente ou antiga
u nifo rm izaçã o do pensam ento daquelas Cortes. A esperança dos
343
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES AT U AIS
344
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES AT UAlS
345
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
346
D IR E IT O T R lB U T Â R iO . QUESTÕ ES AT U AIS
347
DIRE ITO T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES ATUAIS
Nuno Piçarra^”
1. Introdução
_ P r o fe s s o r a s s o c ia d o d a F a c u ld a d e d e D ir e i t o d a U n i v e r s id a d e N o v a d e Lisboa.
Era 0 q u e p re v ia m ta m b é m , p o r u m lad o , o o u t r o t r a t a d o a s s in a d o e m R om a e m 25 d e m a rç o de
1 95 7 , q u e c r io u a C o m u n id a d e E u ro p é ia d a E n erg ia A tô m ic a (TCEEA), e, p o r o u t r o la d o , o T ra ta d o
a s s in a d o e m Paris e m 1 8 d e a b r il d e 1 9 5 1 , q u e c r io u a C o m u n id a d e E u r o p é ia d o C arv ã o e d o A ç o
(TCECA), Em c o n v e n ç ã o ig u a lm e n te c e le b ra d a e m 2 5 d e m a r ç o d e 1 95 7 , re la tiv a a c e rta s in s titu iç õ e s
c o m u n s às C o m u n id a d e s E u ro p é ia s ( a r tig o s 3.s e 4.2), f ic o u e s ta b e le c id o q u e as c o m p e tê n c ia s q u e
o s d o is t r a t a d o s d a m e s m a d a ta a t r i b u í a m a o r e s p e t i v o t r i b u n a l s e r ia m e x e r c id a s p o r u m t r i b u n a l
ú n ic o , 0 q u a l, p o r sua vez, s u b s t it u ir i a o t r i b u n a l c r i a d o p e lo TCECA.
C o m o o bs e rv o u re c e n te m e n te Jean-Louis Q u e r m o n n e , "La « F é d é ra tio n d 'É ta ts N atio n s » : c o n c e p t ou
c o n t r a d ic tio n ? " , in Revue f r a n ç a / s e d e D r o i t c o n s t it u ti o n n e l , n.s 84, 2 0 1 0 , pp. 6 8 5 -6 8 5 , " o p r o j e t o d e
integ ra çã o e u ro p e ia fez e m e r g ir u m m o d o específico d e fe d e ra lis m o q u e c o n fe re aos g o v e rn o s nacionais
u m lu g a r p r e p o n d e r a n t e n u m n o v o e q u ilí b r io fu n d a d o n o e x e rc íc io e m c o m u m das s o be ra n ia s ".
R e p ro d u z id o nos a rtig o s 1 4 0 ,s -A d o TCEEA e 32.2-D d o TCECA.
349
DIRE IT O T R IB U T Á R IO ; QUESTÕES AT U AIS
350
DIRE IT O T R IB U T Á R IO - QUESTÕES ATUAIS
351
DIRE ITO T R IB U T Á R IO : QUESTÕES AT U AIS
352
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
Dos a rtig o s 19.2, n.s 3 , alínea b), d o TUE e 267.® d o TFUE, c o n ju g a d o s c o m o a r tig o 256.8, n.s 3 (v e r
s u p r a , n o t a 8 ), r e s u l t a q u e 0 TJ d e c i d e " a t í t u l o p r e j u d i c i a l , a p e d i d o d o s ó r g ã o s j u r i s d i c i o n a i s
n a c io n a is , s o b re a i n t e r p r e t a ç ã o d o d i r e i t o d a U n iã o o u s o b r e a v a lid a d e d o s a to s a d o t a d o s pelas
i n s t it u iç õ e s " . Para u m c o m e n t á r i o à q u e le s d o is a r tig o s , v e r p o r u l t i m o J. N. C u n h a R o d r ig u e s /A . J.
R o b a lo C o r d e i r o e M a r ia E u g ê n ia M a r t i n s R ib e ir o , in M a n u e l L o p e s P o r t o e G o n ç a lo A n a s t á c io
( c o o r d .), T r a ta d o d e L is b o a A n o t a d o e C o m e n ta d o , C o im b r a , 2 0 1 2 , p p . 9 7 - 1 0 0 e 9 6 2 -9 6 6 .
Para m a io r e s d e s e n v o lv i m e n t o s v e r p o r e x e m p l o A . C a s t a n h e ir a N e v e s , M e t o d o l o g i a J u r íd ic a .
P r o b le m a s f u n d a m e n t a is , C o im b r a , 1993, e s p e c ia lm e n te p p . 8 3 segs. A í se s a lie n ta q u e " 0 p r o b le m a
j u r i d i c o - n o r m a t i v o d a i n t e r p r e t a ç ã o n ã o é 0 d e d e t e r m i n a r a s ig n ific a ç ã o , a in d a q u e s i g n ific a ç ã o
ju r í d ic a , q u e e x p r im a m as leis o u q u a is q u e r n o r m a s ju ríd ic a s , m as o d e o b t e r dessas leis o u n o rm a s
u m c r i t é r io p r á t ic o n o r m a t i v o a d e q u a d o d e d e c is ã o d e casos c o n c r e t o s " (ê n fa s e n o o r ig in a l) e q u e
" a n o r m a só v e m a s e r i n t e r p r e t a t i v ã m e n t e d e t e r m i n a d a a t r a v é s d a c o n c r e t a r e s o l u ç ã o d o s
p r o b l e m a s ju r í d i c o s q u e n e la se f u n d a m e n t e o u q u e a i n v o q u e c o m o seu c r i t é r i o "
Daí re su lta , t a m b é m p a ra os tr ib u n a is d os E s ta d o s -M e m b ro s , 0 d e v e r d e t o m a r " to d a s as m e d id a s
g e ra is o u e s p e c ífic a s a d e q u a d a s p a ra g a r a n t i r a e x e c u ç ã o das o b r ig a ç õ e s d e c o r r e n t e s d o s T ra ta d o s
ou r e s u l t a n t e s d o s a to s d as i n s t it u i ç õ e s d a U n i ã o " e d e se a b s t e r " d e q u a l q u e r m e d id a s u s c e tív e l
d e p ô r e m p e r i g o a r e a liz a ç ã o d o s o b j e t i v o s d a U n iã o ” .
N e s te s e n t id o , v e r S a c ha P r e c h a l, " N a t i o n a l C o u r t s in EU J u d ic ia l S t r u c t u r e s " in Yearbool< o f
E u r o p e a n L a w , n.s 25, 2 0 0 6 , p. 4 3 3 , q u e se r e fe r e e x p r e s s a m e n t e a o m a n d a t o d o s ju iz e s n a c io n a is
c o m o "a m a t t e r o f c a se l a w " , e m c o e r ê n c ia , d e r e s to , c o m a c a r a c te r ís tic a f u n d a m e n t a l d o d ir e i t o
da U n iã o , " m u c h m o r e o r ie n t e d t o case l a w " .
353
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES AT U AIS
354
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
355
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
356
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES ATUAIS
357
D IRE ITO T R IB U T Á R IO ; QUESTÕES AT U AIS
0 a r tig o 41.8 d o TCECA era, aliás, expre sso a este re s p e ito :"S ó o T rib u n a l [d e Justiça] é c o m p e te n te
para decid ir, a t í t u lo p re ju d ic ia l, s o b re a v a lid a d e das d e lib e ra ç õ e s da A lta A u t o r id a d e e d o C onselh o,
se, e m l it íg io s u b m e t i d o a u m t r i b u n a l n a c io n a l, e s ta v a lid a d e f o r p o s ta e m c a us a ". N o â m b i t o d o
Tra ta d o d e Roma, o le a d in g case na m a té r ia é o a c ó r d ã o d e 2 2 d e o u t u b r o d e 1987, F o to -Fro st, 3 1 ^
8 5 , n.9s 15 a 18, q u e a u to re s c o m o J oseph W e ile r , " T h e T r a n s fo r m a t io n o f E u rop e ", in The Yale L aw
J o u r n a l, 1 99 1 , p p . 2 4 1 4 -2 4 1 5 , lê e m c o m o a r e iv in d ic a ç ã o p o r p a r t e d o TJ da K o m p e te n z - K o m p e te n z
p a ra a d e f in i ç ã o d o â m b i t o d e a p lic a ç ã o d o d i r e i t o d a UE. Para m a io r e s d e s e n v o lv i m e n t o s s o b r e
e s te c o n c e ito , v e r M ig u e l G a ivão Teles, "A c o m p e tê n c ia da c o m p e tê n c ia d o T rib u n a l C o n s titu c io n a l" ,
in A A VV, L e g i t i m id a d e e L e g i t i m a ç ã o d a J u s tiç a C o n s t i t u c i o n a l - C o l ó q u io n o JO.s A n iv e r s á r io d o
T rib u n a l C o n s titu c io n a l, C o im b ra , 1995, pp. 105 segs. S o b re os a s p e to s c o n tro v e rs o s da
c o m p e tê n c ia d o TJ na sua re la çã o c o m os tr ib u n a is n ac io n a is , v e r p o r ú lt im o na d o u t r in a p o rtu g u e s a
Patríc ia F ragoso M a r ti n s , “ V m n S u p r e m o T r ib u n a l» p ara a U n iã o ? Refle xões s o b r e o lu g a r d o TJCE na
a r q u i t e c t u r a j u d i c iá r i a e u r o p e ia " , in E s tu d o s d e d i c a d o s a o P r o fe s s o r D o u t o r Luís A l b e r t o C a r v a lh o
F e rn a n d e s , v o l. Ill, L isboa, 2 0 1 1 , p p . 9 9 segs.
358
DIRE ITO T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES ATUAIS
359
DIRE IT O T R IB U T Á R IO QUESTÕES AT U AIS
360
D IRE IT O TR IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
361
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES AT UAIS
362
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
suficiente. Com efeito, de acordo com a nova redação do artigo 263.2, quarto
parágrafo, do TFUE, "qualquer pessoa singular ou coletiva pode interpor
recurso (...) contra os atos regulamentares que lhe digam diretam ente
respeito e não necessitem de medidas de execução". Se se entender que o
termo "ato regulamentar" não coincide com "regulamento" - o típico ato de
alcance geral, que ta n to pode assum ir natureza legislativa como
in fra le g is la tiv a ou re g u la m e n ta r'’^*’ - e que, p or conseguinte, só os
regulamentos se lf executing adotados em procedim ento não legislativo
podem ser objeto de recurso de anulação interposto por particulares, ter-
se-á fe ito pouco para re so lver os a n te rio re s problem as re la tivo s a
legitimidade ativa destes recorrentes não privilegiados, desde logo porque
não são de todo em todo de excluir atos jurídicos self executing adotados
por processo legislativo, suscetíveis de afetar, de forma certa, substancial e
atual, a situação jurídica dos particulares, restringindo os seus direitos ou
impondo-lhe obrigações
0 facto de mais de dois anos e meio depois da entrada em vigor do
Tratado de Lisboa o TJ ainda não te r tido ocasião de esclarecer em última
instância esta questão crucial prova de algum modo que, afinal, não era tão
sério o risco de interposição maciça de recursos contenciosos contra atos de
caráter geral self executing da UE, eles próprios seguramente não majoritários
enquanto espécie do gênero mais vasto ato normativo. Seja como for, tendo
em conta os antecedentes, é legítima a interrogação sobre se o TJ manterá
neste contexto a sua tendência para interpretações estritas ou restritivas.
Se se recuar até à entrada em vigor do TUE, com a sua estruturação da
União em pilares, a conclusão só pode ser a de que ta l c o n trib u iu
significativamente para tornar ainda mais afastada da realidade a ideia de
que o sistema ju risdicional em análise é constituído por um "sistema
completo de vias de recurso e de meios processuais destinado a garantir a
fiscalização dos atos da União".
A este respeito, o artigo L da versão originária daquele tratado fala
por si, ao excluir do controlo dos tribunais da UE todos os atos adotados no
âmbito da Política Externa e de Segurança Comum (PESC) e no da Cooperação
nos domínios da Justiça e dos Assuntos internos (CJAI), respectivamente o
Segundo e o Terceiro Pilar da União, com a única exceção, no âmbito deste
ú ltim o , da co m p etê ncia do TJ para in te r p re ta r p re ju d ic ia lm e n te as
convenções que a previssem e para decidir sobre todos os diferendos
R eco rd e-se q u e d e a c o r d o c o m o a r tig o 2 89 .^, n.s 3, d o TFUE, a to s leg isla tivo s são os a to s ju ríd ic o s
a d o ta d o s p o r p r o c e s s o le g i s la t i v o , s e n d o p o r t a n t o m e r a m e n t e p r o c e d i m e n t a l o q u e os d is t in g u e
d o s a to s n ã o l e g i s la t i v o s ( d e l e g a d o s e r e g u l a m e n t a r e s ) .
N este s e n t id o , v e r Paul Craig, The Lis bon Treaty..., c it, p. 131, para q u e m s e ria la m e n tá v e l d a r ao
t e r m o " a t o r e g u l a m e n t a r " u m s e n t id o r e s t r i t i v o . V e r t a m b é m C a rlo s B o t e lh o Mon»z, e m c o m e n t á r i o
a o a r tig o 263.2, jn T r a ta d o d e L is b o a A n o t a d o e C o m e n ta d o , c it., p. 950.
363
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
364
DIRE IT O T R IB U T Á R IO QUESTÕES ATUAIS
P a ra u m a c r í t ic a f u n d a d a d e s t a s o lu ç ã o , v e r M a r i a Luísa D u a r t e , U n i ã o E u r o p é i a e D i r e i t o s
F u n d a m e n ta is . N o e s p a ç o d a i r ^ t e r n o r m a t i v i d a d e , L isboa, 2 0 0 6 , p. 2 0 0 .
Para u m c o m e n t á r i o a o a r t i g o 2 69.9, v e r J. L. C a r a m e lo G o m e s , in T r a ta d o d e L is b o a A n o t a d o e
C o m e n ta d o , c it., p p . 9 6 9 segs. 0 a u t o r v ê " c o m a lg u m a d if ic u l d a d e " a u tiliz a ç ã o d e s te a r t i g o " p a r a
a im p u g n a ç ã o d e u m a r e c o m e n d a ç ã o a d o ta d a nos te r m o s d o a tu a l a r t. 7.9, n.s 1, d o TUE, pela exclu são
e xp re s s a d as r e c o m e n d a ç õ e s e n q u a n t o o b j e t o d o r e c u r s o d e a n u la ç ã o n os t e r m o s d o a r t i g o 2 6 3 . s
d o TFUE" (ê n fa s e n o o r ig in a l) . M a s t a l o b s e r v a ç ã o im p lic a a n ã o c o n s id e ra ç ã o , p a ra a lé m d o c a r á te r
d e n o r m a e s p e c ia l d o a r t i g o 2 69 .9 r e la t i v a m e n t e a o a r t i g o 2 63 .2 , d e u m a ju r i s p r u d ê n c ia c o n s t a n t e
d o TJ, já e v o c a d a , q u e s u je i t a a f i s c a liz a ç ã o d a le g a li d a d e " t o d a s as d is p o s iç õ e s , q u a i s q u e r q u e
s e ja m a re s p e tiv a n a tu re z a o u f o r m a , q u e se d e s t in e m a p r o d u z ir e fe it o s ju r í d ic o s p e r a n te te rc e iro s ".
0 t e x t o r e le v a n t e d o a r t i g o 35.9, n.9 6, e ra o s e g u in te : " 0 T r ib u n a l d e J ustiça é c o m p e t e n t e para
fis c a liz a r a le g a lid a d e d a s d e c is õ e s - q u a d r o e d as d e c is õ e s n o â m b i t o d os r e c u r s o s (...) i n t e r p o s t o s
p o r u m E s t a d o - M e m b r o o u p ela C o m is s ã o " ( ê n f a s e a c r e s c e n ta d a ) .
365
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
ultrapasse o fixado pelo Tratado UE para esse tipo de ato", ou seja, "que se
destine a produzir efeitos jurídicos perante terceiros"**^.
Poder-se-ia pensar que a substituição e sucessão da UE à Comunidade
Européia, determinada pelo artigo l.s, terceiro parágrafo, in fine, do TUE na
sua "versão Lisboa", com a "despilarização" que isso implicou, determinasse
também a generalização do sistema jurisdicional - até então, como se viu,
exclusivo da Comunidade Européia - , a todo o âmbito de competências da
nova UE "despilarizada" e, consequentemente, a sujeição de todos os seus
atos ao proclamado "sistema com pleto de vias de recurso e de meios
processuais destinado a garantir a fiscalização da legalidade" desses atos.
Mas não: no que respeita à PESC, fica-se a saber pelo artigo 24.5, n.5 1,
in fine, do TUE que o TJUE não dispõe de competência nessa matéria, "com
exceção da competência para verificar a observância do artigo 40.s do
presente Tratado e fiscalizar a legalidade de determinadas decisões a que
se refere o segundo parágrafo do artigo 275.5" doTFUE. Em contrapartida, no
respeitante aos antigos domínios do Terceiro Pilar, a regra é, por força do
a rtig o 276.5 do TFUE, a sujeição global desses dom ínios ao sistema
jurisdicional da UE, e as exceções, apenas as previstas por este mesmo artigo.
Começando por indagar o significado do artigo 40.9 do TUE, sucessor
do artigo 47.s, para o sistema de fiscalização da legalidade dos atos da União,
pode dizer-se que, com o parágrafo que lhe foi acrescentado, ele atribui
uma dupla função ao TJUE: (i) defesa do núcleo de com petências
co rre spo n de n te ao "acervo c o m u n itá rio " das "investidas
intergovernamentais" agora só da PESC (única função do anterior artigo 47.2),
permitindo-lhe anular os atos da UE que extravasem este âmbito e (ii) defesa
do âmbito a que devem aplicar-se as regras e os procedimentos próprios da
PESC, perante as tentativas de o reduzir em benefício de atos adotados de
acordo com o "m étodo com unitário" que, com o Tratado de Lisboa, se
generalizou na UE''''^
Até à data o TJUE não teve oportunidade de interpretar e aplicar o
artigo 40.2, não parecendo assim confirmarem-se as previsões no sentido
de uma intensificação de conflitos desta natureza no período inicial de
aplicação do Tratado de Lisboa. E isto sem prejuízo de os regimes jurídicos
aplicáveis à PESC, baseada no Título V do TUE, e à ação externa da UE, baseada
na Parte V do TFUE, serem diferentes e de a linha de fronteira entre os dois
domínios nem sempre ser fácil de traçar.
V e r o a c ó r d ã o d o TJ d e 2 7 d e f e v e r e i r o d e 2 0 0 7 , C - 3 5 5 /0 4 P, c i t . , n .2 s 5 3 - 5 4 . Para m a io r e s
d e s e n v o lv i m e n t o s v e r N u n o P iç a r r a , " T e f r o r is m o e d i r e i t o ; f u n d a m e n t a i s ; as s m a r t s a n c t io n s na
j u r i s p r u d ê n c i a d o T r ib u n a l d e J u s tiç a d a U n iã o E u r o p é ia e n o T r a ta d o d e L is b o a ", in E s tu d o s e m
H o m e n a g e m a o P r o fe s s o r D o u t o r José J o a q u im G o m e s C an o tU h o , C o im b r a , 2 0 1 2 , p p . 7 3 1 segs.
Em s e n t id o s e m e lh a n t e , v e r M ig u e l d e Serpa Soares, op. c i t , p. 155.
366
D IRE IT O T R IB U T Á R IO ; QUESTÕES ATUAIS
367
DíRE IT O T R IB U T Á R IO ; QUESTÕES ATUAIS
368
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
5. Conclusão
369
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
V er, p o r e x e m p l o , H ja l t e R a s m u s s e n , On L a w a n d P o li c y in t h e E u r o p e a n C o u r t o f J u s tic e . A
C o m p a r a t iv e S tu d y in J u d i c i a l P o li c y m a k in g . D o r d r e c h t , 1 9 8 6 , e " L e p o u v o i r d e d e c is io n p o l i t i q u e
d u ju g e e u r o p é e n e t ses lim i t e s " , in R evue f r a n ç a i s e d ' a d m i n i s t r a t i o n p u b l i q u e , n .? 6 3 , 1 9 9 2 , p p .
4 1 3 - 4 2 3 ; Joseph H, H. W e ile r, " T h e C o u r t o f Ju s tic e o n T ria l", in Com n^on M a rl< e t L a w R ev/ew , 1987,
p p . 5S5-589, e " J o u rn e y t o an U n k n o w n D e s tin a tio n : A R e tro s p e c tiv e a n d P ro s p e c tiv e o f t h e E u rop e a n
C o u r t o f Justice in t h e A re n a o f P o litic a l In te g r a tio n " , in J o u r n a l o f C o m m o n M a r k e t S tudie s, v o l. 31,
1993, p p . 417 -4 4 6.
A s s im , Ju rge n H a b e rm a s , U m e n s a io s o b r e a C o n s titu iç ã o d a E u ro p a , tr a d u ç ã o p o r t u g u e s a , c o m
p r e f á c io d e José J o a q u im G o m e s C a n o tilh o , Lisboa, 2 0 1 2 , p, 10, t a m b é m c o r r o b o r a d o , n o p la n o da
p o lític a a tiva , p o r ú lt im o p e lo P r i m e i r o - M in i s t r o d e Itá lia , e m e n t r e v is ta à r e v is ta a le m ã D e r Spiegef,
d e 6 d e a g o s to d e 2012.
Cabe a q u i r e c o r d a r o d im i n u t o , p a ra n ã o d iz e r n u lo - m a s p r e m o n i t ó r i o - e f e it o q u e p r o d u z iu na
U n iã o E c o n ô m ic a e M o n e t á r i a o a c ó r d ã o d o TJ d e 13 d e j u l h o d e 2 0 0 4 , C o m is s ã o c o n t r a C on s e lh o ,
C-27A)4, q u e a n u lo u as decisõ e s d o C on s e lh o d e 25 d e n o v e m b r o d e 2 00 3 (i) d e s u s p e n d e r e m relação
à A le m a n h a e à França o s p r o c e d im e n to s p o r d é fic e e x c e s s iv o in s ta u r a d o s a o a b r ig o d o a tu a l a r tig o
1 26 .2 d o TFUE c o n t r a a q u e le s E s t a d o s - M e m b r o s e (ii) d e a l t e r a r as r e c o m e n d a ç õ e s d ir ig id a s aos
m e s m o s E s ta d o s - M e m b r o s , a o a b r ig o d o n.e 6 d a q u e le a r t i g o , n o s e n t id o d e p ô r t e r m o , n o p ra z o
f i x a d o , a os d é f ic e s e x c e s s iv o s n e le s e f e t i v a m e n t e c o n s t a t a d o s .
370
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES ATUAIS
ICMS E FEDERAÇÃO
371
DIREIT O T R IB U T Á R IO ; QUESTÕES AT UAIS
372
DIRE IT O TR IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
373
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES AT UAIS
374
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
375
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES A T UAIS
Nesse s e n tid o , c o n s u lta r MELO, José E d u a rd o Soares d e . ICMS Teoria e p r á t ic a . 7@ e d . São Paulo:
D ia l é t ic a , 2 0 0 4 , p. 274/5.
0 a r t . 1 5 5 , § 22, In c. X II, a lín e a g " , d a CF d e t e r m i n a q u e c a b e à LC r e g u l a r c o m o , m e d i a n t e
d e l i b e r a ç ã o d o s E sta d o s e d o DF, in c e n t i v o s e b e n e fí c io s fis c a is s e r ã o c o n c e d id o s e r e v o g a d o s .
P o r to d o s , a p o n ta -s e ju lg a d o d o P r e tó r io Excelso, na ADI 2157-S/BA , j . 2 0 0 6 /2 0 0 0 , da r e la to r ia d o
M in . M o r e ir a Alves, e m q u e , d ia n te d a d is p o s iç ã o d o a r t. 34, § 89, da C F ^ 8 , re c o n h e c e -s e a re cep çã o
da LC n2 24/75.
376
D IRE IT O T R IB U T Á R IO ' QUESTÕES AT UAIS
377
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
378
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
M a rc e lo Neves. En tre Temis e L ev ia tã : U m a re la ç ã o difíc il. Ed. M a r tin s Fontes, São Paulo, 2006, p.
81.
379
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
380
OIP.EiTO T R IB U T Á R IO QUESTÕES AT UAIS
381
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
382
D IRE IT O TR IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
383
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
384
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
385
D IRE IT O T R IB U T Á R IO ; QUESTÕES A T UAIS
5. Considerações finais
386
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
do Senador Francisco Dornelles, muito mais ambiciosa que esta PEC n. 233/
08, criando um Imposto de Valor Agregado (IVA) nacional, partilhável entre
União, Estados e Distrito Federal. A ideia inspiradora de referida proposta é
organizar um novo sistema tributário, em vez de apenas promover uma
reforma no atual. Com a implantação do denominado IVA nacional seria
eliminado um "erro de origem", assim entendido por muitos, que é o ICMS
de co m petência dos Estados e do D is trito Federal, im p la n ta n d o
originalmente no Brasil em 1967, na forma do ICM.
Com adoção do IVA nacional, apregoado pela Reforma proposta pelo
Senado, seria extinto o ICMS. 0 IVA nacional substituiria o ICMS e cinco
outros tributos federais, o IPI, a COFINS, o PIS, o PAES e a CIDE. 0 novo
imposto ficaria sujeito à competência da União, seria cobrado integralmente
na origem e sua arrecadação seria fiscalizada pelos Estados e pelo distrito
Federal. 0 novo regime eliminaria a "guerra fiscal" e permitiria a desoneração
imediata das exportações e dos investimentos produtivos, graves problemas
do sistema tributário em vigor.
Tal proposta enfrentaria, certam ente, m aior resistência do que o
projeto apresentado pelo Poder Executivo Federal, já que dim inuiria em
muito mais o poder dos Estados em matéria tributária e ofenderia o pacto
federativo.
A par das propostas de Reforma Tributária, de sua parte, o Estado de
São Paulo tem sua perspectiva, manifestando-se na assunção plena de seu
papel In s titu c io n a l ju ríd ic o no qua d ro atu a l do sistem a trib u tá rio
constitucional do ICMS, com a adoção das seguintes medidas, voltadas,
essencialmente, para a retomada da confiança e da cooperação entre os
entes federativos: (i.) combate às medidas ilegítimas de "guerra fiscal",
através do acompanhamento da legislação de outros Estados, promovendo,
quando necessário, não só a glosa dos créditos trib u tá rio s ju n to aos
c o n trib u in te s , com o ta m b é m com o ingresso de ações de c o n tro le
concentrado de constitucionalidade; (ii.) concessão de benefícios sem afetar
a receita de outros entes federativos, promovida através de benefícios
apenas para operações interestaduais, de medidas que afetem a base de
cálculo e, por fim , com a adequação das medidas de arrecadação às
necessidades específicas de setores produtivos d en tro do Estado; (lii.)
proposta de uma agenda positiva de debates e de cooperação com os demais
entes federativos; e (iv.) medidas de celeridade e agilização de dados, com
a adoção de sistemas de tecnologia de informação para reduzir custos de
guarda e transmissão de dados ao FISCO Estadual, bem como coma redução
dos custos com medidas acessórias.
Assim, o que se assume são passos necessários para a promoção de
uma Reforma Tributária racional - ponto de Inegável preocupação para ser
levado a debate -, Impondo, necessariamente, uma análise das distorções
387
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
6. Referências
388
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
_______ . Curso de d ireito constitucional trib u tá rio . 19^ ed. São Paulo:
Malheiros, 2004.
389
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
CATÃO, Marcos André Vinhas. Regime jurídico dos incentivos fiscais. Rio de
Janeiro: Renovar, 2004.
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de teoria geral do Estado. 19. ed. atual.
-S ã o Paulo: Saraiva, 1995.
390
DIR E IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
MELO, José Eduardo Soares de. ICMS teoria e prática. 7^ ed. São Paulo;
Dialética, 2004.
NEVES, Marcelo. Entre Temls e Leviatõ: Uma relação difícil. Ed. Martins Fontes,
São Paulo, 2006.
SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 20 ed. rev. e
atual. - São Paulo; Malheiros, 2002.
391
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
1. Introdução
393
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
2. Conhecimento e Linguagem
394
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
I n t r o d u c d ó n a l c o n o c i m ie n t o c i e n t i f i c o , B u e n o s A ir e s ; EUDEBA, 1 98 5 , p. 37.
395
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
396
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
direção aos valores que a sociedade quer ver implantados. Sua função é
em inentem ente prescritiva, incidindo como um conjunto de ordens, de
comandos, produzidos com o intuito de alterar comportamentos sociais,
motivando seus destinatários.
Em termos de ação direta, é a linguagem do direito posto que constitui
as realidades do mundo jurídico. Mesmo quando mal aplicadas, as regras do
direito operam em nome do ordenamento em vigor, recortando-se o mundo
social na estrita co nfo rm id a de das determ inações contidas nos seus
comandos. Eis o fato meramente social adquirindo a dimensão de fato
jurídico. Foi juridicizado, na expressão empregada por Pontes de Miranda,
e, nesse momento, constituiu-se uma situação nova, ampliando a realidade
do direito pela ação de sua linguagem própria.
397
D I R f I T O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
398
D I R t I T O TR IB U T Á R IO Q U E S T Õ E S A T U A IS
399
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
400
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
401
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
402
D IR E IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
4. Forma e Conteúdo
403
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
404
D IRE IT O T R IB U T Á R IO ; QUESTÕES ATUAIS
Insta perceber que, mesmo quando se diga estar diante de uma ideia
implícita no texto, não se está a contemplar algo amorfo, ou aformal, como
escrevera Pontes de Mlranda^®^:
Mesmo o conhecimento daquilo que está "im p líc ito " faz-se pelo
contato com formas que o “explicitam" ou intérprete que, em sua enunciação
daquilo que construiu, haverá de referir-se ao conjunto de formas das quais
se valeu para construir seu enunciado.
Insisto que ao definir um conceito qualquer, não se produz somente
conteúdo, estar-se-á diante de uma forma, porque sem elas não é possível
travar contato com o objeto. Assim a aporia forma e conteúdo, mostra-se,
em verdade, relação entre uma e outra forma. É forma o termo república
federativa, como também o é sua definição no art. 15 da Constituição da
República. E da mesma natureza é o cotejo da forma produzida em uma
alteração de contrato ou estatuto social de uma sociedade empresarial com
aquela outra que diz o FISCO ser a "substância econômica do negócio".
Se há situações em que as formas põem-se em acordo mútuo, como
no caso das definições (mesmo aquelas chamadas estlpuiativas), haverá
ocasiões em um domínio lingüístico nas quais se verifique o conflito. Nesses
casos, é necessário que existam regras do próprio sistema para orientar a
decisão do interprete sempre que da divergência resultar a dúvida sobre
qual deve prevalecer.
PONTES DE M IR A N D A , Francisco C ava lcan ti. Tra ta d o d e D ir e ito P riv a d o , v.3. Rio d e J a n e iro : Borsoi,
1 9 6 2 , p .3 4 9
405
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
406
D I R E I T O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
407
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
408
DIRE IT O T R IB U T Á R IO ' QUESTÕES ATUAIS
409
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
410
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
411
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
412
OIREirO T R I B U T Á R I O : QUESTÕES A T U A IS
413
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
exija do autor do ilícito o haver operado com dolo ou culpa, esta, em qualquer
de suas três modalidades. No que atina às objetivas, a singela ausência do
elemento volitivo na composição da hipótese normativa já denuncia sua
presença. Nestas últimas, não é preciso apurar o comportamento subjetivo
do agente ao realizar o ilícito: tenha ele pretendido o resultado ou assumido
o risco de p ro du zi-lo , tenha descurado dos e fe ito s de sua conduta,
procedendo com negligência, imperícia ou imprudência, ou, finalmente, se
nada aconteceu, mas o resultado se verificou concretamente, basta para se
definir o vulto jurídico da infração objetiva.
Ainda que o princípio geral, no campo das infrações tributárias, seja o
da responsabilidade objetiva, o legislador não está tolhido de criar figuras
típicas de ilícitos subjetivos. São elas a sonegação, a fraude e o conluio, além
daquelas em que se elege a culpa como ingrediente necessário do tipo legal,
aplicando-se penalidade mais severa, exatamente em virtude da presença
do elemento subjetivo. Para que se configure a fraude, o agente deve atuar
de maneira dolosa. Consequentemente, Identificado esse ilícito, a multa é
agravada, dado o repúdio com que são tratadas as figuras onde o infrator age
com intenção de se locupletar indevidamente, em prejuízo do Erário.
A distinção entre infrações objetivas e subjetivas abre espaço à larga
aplicação prática. Tratando-se das primeiras, o único recurso de que dispõe
o suposto autor do ilícito, para defender-se, é concentrar razões no sentido
de demonstrar a inexistência material do fato acoimado de antijurídico,
descaracterizando-o em qualquer de seus elementos constituintes. Agora,
no setor das infrações subjetivas, em que penetram o dolo ou a culpa na
compostura do enunciado descritivo do fato ilícito, a situação inverte-se,
competindo à autoridade administrativa, com toda a gama instrumental dos
seus expedientes, exibir os fundamentos concretos reveladores da presença
do dolo ou da culpa, como nexo entre a participação do agente e o resultado
material que dessa forma se produziu. Os embaraços dessa comprovação,
nem sempre fácil, incumbem ao acusador, a quem o sistema atribui a tarefa
intransferível de evidenciar não só a m aterialidade do evento, como,
também, a presença inafastável do elem ento volitivo que propiciou ao
infrator atingir seus fins contrários às disposições da ordem jurídica vigente.
É com base em tais argumentos que se predica a inadmissibilidade
das presunções no que tange às infrações subjetivas. No direito brasileiro,
dolo e a culpa não se presumem: provam-se.
414
D I R E I T O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
diz respeito às provas, isto é, à técnica que o direito elegeu para articular os
enunciados fáticos com os quais opera. De ver está que o discurso prescritivo
do direito posto indica, fato por fato, os instrumentos credenciados para
constituí-los, assim os acontecimentos do mundo social que não puderem
ser relatados com tais ferramentas de linguagem não ingressam nos domínios
do direito, por mais evidentes que sejam.
Com efeito, surge como o u tro requisito indispensável à perfeita
configuração das hipóteses de incidência trib u tá ria , assim como da
simulação, a existência de provas aptos a atestar a vontade do agente de
criar situação ludibrlante para evitar que se conheça a ocorrência do evento
capaz de ensejar efeitos trib u tá rio s. Somente com a demonstração da
evidente intenção de fraudar é que será possível desencadear as normas
previstas pela legislação para coibir as práticas de burla à legislação fiscal.
Vale, nesse caso, reiterar a afirmação: não se adm item presunções ou
suposições no tocante à configuração de fraude, dolo e simulação, pois são
atos que dependem da vontade do agente.
Convém anotar que durante muitos anos foi admitida a tese segundo
a qual o ônus da prova, em matéria fiscal, era incumbência do contribuinte.
Com a evolução da doutrina, nos dias de hoje, não se apregoa mais a inversão
da prova por força da presunção de legitimidade dos atos administrativos e
tampouco se pensa que esse atributo exonera a Administração de provar as
ocorrências cuja existência é afirmada. Na própria configuração oficial do
lançamento, a lei institui a necessidade de que o ato jurídico administrativo
seja devidamente fundamentado, é dizer que o FISCO tem de oferecer prova
concludente da ocorrência do evento em estrita conformidade da previsão
genérica da hipótese normativa. Seguindo adiante, vindo o sujeito passivo
contestar a fundamentação do ato aplicativo lavrado pelo FISCO, o ônus de
exibir a improcedência dessa iniciativa impugnatória volta a ser, novamente,
da Fazenda, a quem co m p etirá p ro var o desca b im e nto ju ríd ic o da
impugnação, fazendo remanescer a exigência. Vê-se, no fundo, que é função
precípua do Esta d o-A d m in istra çã o em p reg a r a linguagem ju ríd ica
competente na produção dos atos de gestão tributária. 0 pressuposto de
fato da Incidência há de ser relatado de maneira transparente e cristalina,
com suporte nas provas admissíveis nesse setor do direito, para que possa
prevalecer, surtindo os efeitos de estilo, quais sejam os de constituir o vínculo
da obrigação, atrelando o particular ao FISCO, em termos da satisfação do
objeto prestacional.
Supor que um fato tenha acontecido ou que sua materialidade tenha
sido efetivada, porém, não é o mesmo que exibir a concretude de sua
existência, mediante prova, conferindo-lhe segurança e certeza. Esse o
motivo por que, no Direito Tributário, os recursos à presunção devem ser
utilizados com muito e especial cuidado. Nesse subdomínio jurídico, não
415
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES AT UAIS
9. Considerações Finais
416
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
417
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
RESUMO
ABSTRACT
Key words: estimates, undue tax paym ent, com pensation, offse ttin g
1. Introdução
419
D IRE IT O T R IB U T Á R IO ; QUESTÕES ATUAIS
In Estruturas Lógicas e o Sistem a d o D ire ito Positivo. 4^ e d . Sâo P aulo; Noeses, 2010.
In H e rm e n ê u tic a e A plicação d o D ire ito , São P a ulo: L iv ra ria Fre ita s B astos, 3 * Ed. 1 9 4 7 , p. 161.
420
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
CARVALHO, P aulo d e 8 a rro s . D ire ito T rib u tá rio - F u n d a m en to s Jurídicos d a in cidência. 4. e d . São
P a u lo : S a raiva , 2 0 0 6 , p. 2 8/29.
421
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES AT UAIS
422
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES ATUAIS
MAR TIN EZ, A n t o n io Lopo, A Lingu ag em C o n tá b il n o D ire ito T rib u tá rio , D is s e rta ç ã o d e M e s tr a d o
e m D ir e ito , São P a u lo : PUC-SP, 2 0 0 2 , p. 18.
423
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
424
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
425
D IRE IT O T R IB U T Á R IO ; QUESTÕES A T UAIS
426
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES A T UAIS
A in d a s o b re o a s s u n to , p a ra as pessoas ju r íd ic a s o p ta n t e s p e lo lu c ro
re a l, a Lei nS 9 .4 3 0 , d e 27 d e d e z e m b ro d e 1 9 9 6, p o s s ib ilito u ao c o n tr ib u in te
e f e t u a r r e c o lh im e n t o s m e n s a is a t í t u l o d e e s tim a t iv a , p re v is ta nos a rtig o s
19, 29^ 3 9 e 2 8 d a r e f e r id a le g is la ç ã o , s e g u n d o a q u a l d e v e m s e r f e i t o s
r e c o l h i m e n t o s m e n s a is , a p u r a d o s m e d i a n t e a a p lic a ç ã o d e p e r c e n t u a l
e s ta b e le c id o e m lei s o b re a re c e ita b r u ta a u fe r id a , verbis:
427
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES AT UAIS
428
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
In Curso d e D ire ito T rib u tá rio . P. 4 9 6 e ss. - 19 e d . rev. São Paulo: Saraiva, 2007.
In C o m p e n s a ç ã o d e t r i b u t o s a d m i n i s t r a d o s p e ç a R e c e ita F e d e r a l d o B ra s il. R e g im e s j u r í d i c o s
d iv e r s o s , a d e p e n d e r d a d a t a d o p e d i d o o u d a PER/D COM P. P ra z o d e h o m o lo g a ç ã o . C o n fis s ã o d e
d ív id a . S e g u ra n ç a j u r í d i c a e i r r e t r o a t i v i d a d e d a s lei, p .8 1 e ss. C o m p e n s a ç ã o T r ib u tá ria - c o o r d .
K a re m J u r e id in i Dias e M a r c e l o M a g a lh ã e s P e ix o to . São P a u lo ; M P Ed., 2 00 7 .
429
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
De fato, dispõe o artigo do Código Tributário Nacional, que "A lei pode,
nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada
caso a trib u ir à autoridade adm inistrativa, autorizar a compensação de
créditos tributários líquidos e certos, vencidos e vincendos, do sujeito passivo
contra a Fazenda Pública."
Em dezembro de 1991, foi publicada a Lei n^ 8.383/1991, a qual, com a
redação dada pela Lei ns 9.069, de 29 de junho de 1995, ao disciplinar a
matéria no âm bito federal, dispôs que o co n trib u in te poderá efetuar,
espontaneamente, a compensação de valores pagos a maior com tributos
da mesma espécie, in verbis:
A r t. 156. E x tin g u e m o c r é d i t o t r i b u t á r i o :
(...)
II - a c o m p e n s a ç ã o ;! ... )
In C o m p e n s a ç ã o d e O f íc io .Id e m , p. 59.
430
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
431
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
" A r t. 7 4 . 0 s u je i t o p a s s iv o q u e a p u r a r c r é d i t o , in c lu s iv e o s j u d i c ia i s c o m t r â n s i t o e m j u l g a d o ,
r e l a t i v o a t r i b u t o o u c o n t r i b u i ç ã o a d m i n i s t r a d o p e la S e c r e t a r i a d a R e c e ita F e d e r a l, p a s s ív e l d e
r e s t i t u i ç ã o o u d e r e s s a r c i m e n t o , p o d e r á u t i li z á - lo na c o m p e n s a ç ã o d e d é b i t o s p r ó p r i o s r e la t i v o s
a q u a i s q u e r t r i b u t o s e c o n t r ib u iç õ e s a d m i n is t r a d o s p o r a q u e le Ó r g à o . ( R e d a ç ã o d a d a p e la Lei ns
1 0 . 6 3 7 , d e 2 0 0 2 )" .
432
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
433
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
434
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
435
DIRE IT O T R IB U T Á R IO ; QUESTÕES ATUAIS
436
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
437
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES AT UAIS
RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO-RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVA A
MAIOR QUE 0 DEVIDO - 0 v a lor do re co lh im e n to a títu lo de
e stim ativa m a io r que o devido segundo as regras a que está
s u b m e tid o o lu c ro real an u al, é passível de c o m p e n s a ç ã o /
restituição, a p a rtir do mês seguinte. 0 valor a que está vinculado
à apuração no final do ano é a estimativa recolhida de acordo
com a legislação de regência do referido sistema.
438
DIREIT O T R IB U T Á R IO ' QUESTÕES AT UAIS
P oderia se a rg u m e n ta r q u e o fa t o g e ra d o r do im p o s to ou
c o n trib u iç ã o só se a p e rfe iço a no fin a l do ano, q u ando há o
levantam ento do balanço e a apuração do lucro real anual. De
fa to isso é verdadeiro, porém não há nenhum a dúvida de que
re colhim entos fe ito s acima dos valores apurados seguindo as
re g ra s de e s tim a tiv a m e n s a l p re v is ta s na leg isla çã o , são
re colhim entos indevidos, indevidos porque se há uma dúvida
em relação ao devido no final do ano a fa vo r do sujeito passivo.
Indevidos porque ultrapassam o valor que a legislação obrigou
0 c o ntrib u in te a recolher.
(...)
439
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
440
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
CARRAZA, Roque A n tô n io , Curso d e D ireito C onstitucional Trib utário, 2 0 ed. rev., a m p . e a tu a l., São
P a u lo : M a lh e ir o s E d it o r e s , 2 0 0 4 , p. 232.
In O D ire ito à re s titu iç ã o d o In d é b ito T rib u tá rio . P. 1 9 8 e ss.. R epetição do in d é b ito e c o m p e n s a çlo
no d ire ito t r ib u t á r io - c o o r d . H u g o d e B r i t o M a c h a d o . São P a u lo ; D ia lé tic a , 1999.
441
D IR k íT O TR IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
5. Conclusões
6. Referências
AMARO, Luciano. Direito tributário brasileiro. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2001.
CARVALHO, Paulo de Barros, Curso de Direito Tributário, 19^ ed., São Paulo:
Saraiva, 2007.
442
D I R E I T O TRIBLSTAPIO QUESTÕES ATUAIS
443
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
O SU PR EM O TR IB U N A L FEDERAL E A FILOSOFIA DA
LINGUAGEM
anotações sobre o conceito de norma na jurisprudência do
Supremo Tribunal Federal
1. A escolha do tema
445
DIREITO TRIBUTÁRIO: QUESTÕES ATUAIS
Este trabalho tem por finalidade examinar o ser jurídico das decisões
judiciais, precisamente das decisões do STF, elegendo como cenário a função
da linguagem na constituição das normas jurídicas, introduzindo-as no
sistema jurídico, atualizando-o com os valores predominantes no sistema
social.
Entre as várias competências atribuídas ao STF pela Constituição da
República escolhemos aquela que prescreve o exercício da jurisdição
constitucional, competência que permite à Corte Maior realizar o exame de
constitucionalidade das normas jurídicas, fiscalizando e preservando a
higidez da Constituição, tem sido o cenário propício para o debate acerca de
temas relacionados à Teoria Geral do Direito.
A produção de atos de fala pelo Poder põe no ordenamento jurídico
diversas interpretações, vale dizer, diferentes normas jurídicas. Quando
essas interpretações regulam condutas de forma contrária ou contraditória,
aparece o STF, órgão que ocupa a cúspide da pirâmide normativa, para
prescrever, com assomos de maior segurança jurídica, a interpretação que
vale, isto é, a norma jurídica que vale.
Um desses conceitos é o de norma jurídica, foco tem ático desta
abordagem. Para ta n to , associamos alguns temas já enfrentados pela
Jurisprudência constitucional brasileira, tais quais, efeito vinculante, efeitos
erga omnes, e fe ito s tra nsce n de n te s, in c o n s titu c io n a l idade por
"a rrasta m e nto ", a causa de p e d ir nas ações de c o n tro le abstrato de
constitucionalidade, onde o STF expôs o conceito de norma jurídica como
sendo, essencialmente, uma construção de sentido levada a cabo pelo
intérprete dos textos jurídicos.
Elegemos alguns tem as que, m encionados e u tiliza do s pela
jurisprudência do STF, norteiam a concepção de norma jurídica dominante
naquela Corte Constitucional, aproximando-a do construtivism o lógico-
sem ântico, onde a postura a analítica, e s tru tu ra l, cede espaço ao
hermenêutico, trazendo o lado cultural do fato jurídico.
Essa aproxim ação ocorrerá com os conceitos de declaração de
inconstitucionalidade parcial sem pronúncia de nulidade, efeito vinculante,
in te rp re ta ç ã o co n fo rm e a C onstitu içã o, in c o n s titu c io n a lid a d e por
arrastamento, efeitos transcendentes e normas paralelas e a declaração de
inconstitucionalidade.
446
Ü IR E iT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES ATUAIS
447
DIREIT O T R IB U T Á R IO ; QUESTÕES A T UAIS
3. Norma jurídica strícto sensu e lato sensu, leí, texto de lei, enunciado
prescritivo e outros conceitos conexos
I n c lu í m o s o p e n s a m e n t o d e V i l é m F tusser e n t r e as lin h a s r e tó r ic a s .
OSWALDO LUÍS PALU. C o n tro le d e c o n s titu d o n o lid a d e , 2001, p. 1 88 e ss.; G ILM AR FERREIRA MENDES.
J u r is d iç ã o c o n s t it u d o r ) o l, 1 9 9 8 , p. 2 0 2 e ss,
448
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES AT UAIS
449
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
Após, surgiu uma nova co rre nte filosófica conhecida como giro
lingüístico, que rompeu a tradicional forma de conceber a realização entre
linguagem e conhecimento, compreendendo a linguagem como edificadora
do próprio mundo circundante. Neste momento a teoria de Kant apresentou
parcialmente prejudicada, pois, a linguagem deixou de ser um meio entre o
ser cognoscente e realidade, convertendo em léxico capaz de criar tanto um
como o outro.
0 conhecimento não aparece como relação entre sujeito e objeto,
mas como relação entre linguagens, entre significações. Aqui a linguagem
ganhou um novo sentido, não aparecendo mais como um meio, como algo
que estaria entre o eu e o objeto, capaz de criar tanto o eu como a realidade.
0 marco inicial desta teoria foi à obra de Wittgenstein - Tractatus Lógico -
Philosophicus, com o trecho muito conhecido, "os limites do meu mundo
significam os limites da minha linguagem"'®'. A partir daí a linguagem passou
a ser vista como algo independente do mundo da experiência, e foi mais
além, ao afirmar que não só o objeto do conhecimento será arquitetado
pelo intelecto humano através da linguagem, mas também o próprio sujeito
cognoscente, que só existirá nos quadrantes da linguagem. Se assim é,
podemos afirmar que o próprio processo de conhecimento é uma relação
entre linguagens.'^'Se tudo é linguagem, nada existindo fora destes limites,
não só 0 objeto, como o próprio ser cognoscente, bem como o próprio
processo de conhecimento e, finalm ente, a própria realidade, só seriam
apreendidas enquanto sentido, cultura, construídos peto homem.
Esta corrente destrói a verdade objetiva e a correspondente tomada
de consciência dos limites intrínsecos do ser humano, com a subsequente
ruína do m odelo c ie n tific o representado p or m étodos aplicáveis aos
m últiplos setores da experiência física e social. 0 giro lingüístico está
plantado no principio da atuo referencialidade da linguagem.
Assim, 0 giro lingüístico supera os métodos científicos tradicionais,
dando uma nova postura cognoscitiva perante o que se entende por sujeito,
450
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
451
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
GUSTAVO BERNARDO (A D ú v id a d e Fíusser, 2002, p. 149), bem resume o pensam ento de Flusser
sobre a função da língua; "Flusser, e s b o ç a n d o o n t o lo g ia b a s e a d a n a e s t r u t u r a d a lín g u a , a f i r m a q u e
u nive rs o, c o r ih e d m e n to , v e r d a d e e r e a lid a d e s ã o a s p e c to s lin g üístic o s . A q u i l o q u e n o s v e m p o r m e io
d os s e n tid o s e q u e c h a m a m o s d e 'r e a lid a d e 'é d a d o b r u t o , q u e se t o r n a r e a l n o c o n t e x t o d a lín gu a ,
ú nico c r ia d o r a d e re alida d e . N o e n t a n t o , c o m o as línguas, p lu ra is , d iv e r g e m n a su a e s tr u tu r a , d iv e r g e m
t a m b é m a s r e a lid a d e s c r ia d a s p o r e la s ."
D ir e i t o t r i b u t á r i o : F u n d a m e n to s j u r í d i c o s d a in c id ê n c ia , 2008, p. 109.
FABIANA DEL PADRE TOMÉ. A p r o v a n o d ir e ito t r i b u t á r i o , 2005, p. 5.
452
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
apresentam fisicamente, fora dos discursos que elas se referem. Nessa linha
esclarece Fabiana Del Padre Tomé'^^': "só há realidade onde atua a linguagem,
assim somente é possível conhecer o real mediante enunciados lingüísticos".
0 conhecimento se opera mediante construção lingüística, ou seja, a
linguagem não só fala do objeto (Ciência do Direito - metalinguagem), como
participa de sua constituição (direito positivo - linguagem-objeto). Assim,
não há manifestação do direito sem uma linguagem, idiomática ou não, que
lhe sirva de veículo de expressão, aqui tomado na sua acepção normativa,
como conjunto de normas jurídicas válidas vigentes num sistema, em um
determinado momento histórico.
A isto, acrescentam os as lições do pro fe sso r Paulo de Barros
Carvalho'^'", que
453
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES AT UAIS
454
DIREIT O T R IB U TÁ R IO : QUESTÕES A T UAIS
'^'1 D ir e i t o t r i b u t á r i o : f u n d a m e n t o s j u r í d i c o s d a in c id ê n c ia , 2 0 0 8 , p. 66/67.
1^" PAULO DE BARROS CARVALHO. D ir e ito t r i b u t á r i o , lin g u a g e m e m é to d o , 2 0 0 8 , p. 189.
455
D IRE IT O T R IB U T Á R IO ; QUESTÕES ATUAIS
D i r e i t o t r i b u t á r i o : f u n d a m e n t o s j u r í d i c o s d o in c i d ê n c i a , 2 0 0 8 , p.66.
D ire ito tr ib u tá r io : f u n d a n ^ e n t o s J u r íd ic o s d a in c id ê n c ia , 2008, p. 86.
T r a ta d o d e d ir e i t o b r a s ile ir o , 1981, p. 87.
456
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
457
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES ATUAIS
R e i t e r e m o s ; a f a l t a d e p r o n ú n c ia d e i n v a l id a d e é e m r e la ç ã o a o t e x t o { s u p o r t e fís ic o ) e n ã o à
n o rm a , e n te n d id a c o m o s ig n ific a ç ã o c o n s tru íd a a p a r t ir de e n u n c ia d o s p re s c ritiv o s .
GILM AR FERREIRA MENDES. In: Ju ris d iç ã o c o n s titu c io n a l, 1998, p. 228. A in d a s o b r e a in t e r p r e ta ç ã o
c o n f o rm e a C o n s titu iç ã o e a im p o s s ib ilid a d e de d e c la ra r a ín c o n s titu c io n a lid a d e de e v e n tu a is
s ig n ific a ç õ e s fu tu r a s , v e m b e m a le m b r a n ç a d o p r in c íp io g e ra l de H e r m e n ê u t ic a c h a m a d o de
i n e s g o t a b i l i d a d e d o s s e n t id o s . S i g n i fi c a , e m s ín te s e , q u e , d i a n t e d o s u p o r t e f í s ic o d e u m s i g n o
q u a l q u e r , os i n t é r p r e t e s p o d e m c o n s t r u i r s i g n i f i c a ç õ e s i n f i n i t a s .
458
D IRE IT O T R IB U T Á R IO . QUESTÕES ATUAIS
459
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES AT UAIS
460
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES ATUAIS
461
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES AT UAIS
462
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
463
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
7. Considerações finais
464
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
8. Referências
KANT, I. Crítica da razâo. coleção: Os pensadores, Vol. I e II. São Paulo: Nova
Cultural, 1987.
KELSEN, Hans. Teoria pura do direito. Trad. José Florentino Duarte. Porto
Alegre: Sérgio Antonio Fabris, 1986.
MARTINS, Ives Gandra da Silva & MENDES, Gilmar. 2 ed. Controle Concentrado
de Constitucionalidade. São Paulo: Saraiva, 2007.
TOMÉ. Fabiana Del Padre. A prova no direito tributário. São Paulo: Noeses,
2005.
465
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
1. Introdução
467
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES AT UAIS
468
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
469
DIRE IT O T R IB U T Á R IO ; QUESTÕES A T UAIS
470
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
471
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
Mais uma vez, o que deve ser posto em relevo é que o ICMS é,
sobretudo, imposto de competência dos Estados e do Distrito Federal, como
472
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
473
DIRE IT O TR IB U T Á R IO : QUESTÕ ES ATUAIS
474
D I R E I T O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
475
DIREIT O T R IB U T Á R IO ; QUESTÕES ATUAIS
- C o n fe r ê n c ia p r o f e r i d a n o XII C o n g re s s o I n t e r n a c io n a l d e D i r e i t o T r i b u t á r i o d e P e r n a m b u c o , no
Recife, p r o m o v i d a p e l o iPET ( I n s t i t u t o P e rn a m b u c a n o d e E s tu d o T r ib u t á r io s ) , e m 27 d e S e te m b r o de
2012.
- R o g é r io M . F e r n a n d e s F e r re ir a é lic e n c ia d o e m D ir e i t o , P ó s - G ra d u a d o e m E s tu d o s E u r o p e u s e
M e s t r e e m C iê n c ia s J u r í d i c o - E c o n ó m i c a s p e l a F a c u l d a d e d e D i r e i t o d a U n i v e r s i d a d e C a t ó l i c a
P o rtu g u e s a d e Lisboa. Foi m e m b r o d o G r u p o d e T r a b a lh o p ara a R e fo r m a da Lei d e E n q u a d r a m e n to
d o O r ç a m e n t o d o E s ta d o ( 1 9 9 7 1 9 9 8 ) e d a C o m i s s ã o d e E s tu d o d a T r i b u t a ç ã o d a s I n s t i t u i ç õ e s e
P r o d u to s F in a n c e iro s (1 9 9 8 - 1 9 9 9 ) , C o o r d e n a d o r d o G r u p o d e T r a b a lh o s o b r e o P ro c e d im e n to ,
P ro ces so e R ela çõe s e n t r e FISCO e C o n t r i b u i n t e s n a C o m is s ã o p a r a o E s tu d o d a C o m p e t i t i v i d a d e
Fisca l ( 2 0 0 8 - 2 0 0 9 ) e P r e s i d e n t e n a C o m i s s ã o d e R e f o r m a d o R e g i m e d o P a t r i m ô n i o I m o b i l i á r i o
P ú b l i c o ( 2 0 0 5 - 2 0 0 6 ) e o S e c r e t á ri o d e E s ta d o d o s A s s u n t o s Fiscais d o XIV G o v e r n o C o n s t i t u c i o n a l
d e P o r t u g a l ( 2 0 0 1 - 2 0 0 2 ) . É d o c e n t e u n i v e r s i t á r i o n a s á r e a s d o d i r e i t o fis c a l e f i n a n c e i r o e das
fin a n ç a s p úb lic a s. A d v o g a d o e e s p e c ia lis ta e m D ir e i to fiscal p ela o r d e m d os A d v o g a d o s Po rtu g ue se s,
a u t o r d e v á r i o s t r a b a l h o s p u b l i c a d o s n as á r e a s d o c o n t e n c i o s o t r i b u t á r i o e d o d i r e i t o f i s c a l ,
f i n a n c e i r o o r ç a m e n t a i e s e g u r a d o r , é o P r e s i d e n t e d a A s s o c i a ç ã o F is c a l P o r t u g u e s a , b r a n c h
p o r t u g u e s a d a I n t e r n a t i o n a l Fiscal A s s o c i a t i o n (IFA) e d o I n s t i t u t o L a t i n o a m e r i c a n o d e D e r e c h o
T r i b u t á r i o (ILADT) e s ó c io f u n d a d o r d a s o c ie d a d e d e a d v o g a d o s RFF & A s s o c ia d o s .
477
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
478
DIRE IT O TR IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
479
D IR E ITO T R IB U T Á R IO : Q U E S TÕ E S A TU AIS
480
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES ATUAIS
481
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
482
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
483
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES A T UAIS
484
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
485
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
1. Introdução
487
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
488
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
489
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
3.1. Generalidades
A só leitura deste dispositivo (que faz expressa alusão aos "arts. 146,
III, e 150, I e III" da Constituição Federal) revela que as contribuições devem
obedecer ao regime jurídico tributário.
Portanto, as contribuições são, sem sombra de dúvida, tributos, uma
vez que devem necessariamente obedecer, seja quanto à instituição, seja
quanto ao lançamento e ao modo de cobrança, aos princípios e regras que
informam a tributação.
Nunca é demais lembrar que o que define uma entidade do mundo
do Direito não é a denominação que recebe, mas o regime jurídico a que está
submetida. Ora, na medida em que as contribuições, por determinação
constitucional, devem obedecer ao regime jurídico tributário, segue-se que
são tributos. E trib u to s que - estamos convencidos - podem revestir a
natureza jurídica de imposto ou conforme as hipóteses de incidência
e bases de cálculo que tiverem.
490
D IRE IT O T R I8 Ü 1 A R IÜ : QUESTÕES ATUAIS
491
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
492
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
Os in c is o s l e II, d o a r t . 1 9 5 , d a C o n s t i t u i ç ã o F e d e r a l, t i v e r a m e s ta r e d a ç ã o d a d a p e la E m e n d a
C o n s t i t u c i o n a l n .^ 2 0 , d e 1 5 . 1 2 . 9 8 , q u e a m p lio u a r e g r a - m a t r i z d a s c o n t r i b u i ç õ e s s o c ia is p a ra a
s e g u r i d a d e s o c i a l , o q u e , v e n ia concessa, n o s p a r e c e i n c o n s t i t u c i o n a l , c o n f o r m e t i v e m o s a
o p o r t u n i d a d e d e escrever, e m o u t r o c o n te x to , q u e n ão v e m para a qu i [Curso de Direito Constitucional
Tributá rio. M a lh e ir o s E d it o r e s , São Paulo , 28# e d . , 2 0 1 2 , p p . 6 8 4 a 6 89 ).
T o m e m o s c o m o e x e m p lo , a contribuição social sobre o lucro (CSLL). E x a m in a n d o a m a te r ia l id a d e
de sua h ip ó te s e d e in c id ê n c ia co n c lu ím o s , se m m a io r e s fo rç o , q u e e s ta m o s d ia n t e d e m e r o a dicion a l
d o i m p o s t o s o b r e a re n d a , c o m a só d if e r e n ç a d e q u e o p r o d u t o d e sua a r r e c a d a ç ã o é v i n c u la d o ao
c u s te io da S e g u r id a d e Social. T a m b é m a c o n t r i b u i ç ã o p r e v i d e n c i á r ia p a r a o e m p r e g a d o r ( e n q u a n t o
r e p r e s e n t a n t e d a e m p r e s a ) é u m i m p o s t o , cu ja h i p ó t e s e d e in c i d ê n c i a a ss im p o d e s e r s i n t e t iz a d a ;
r e m u n e r a r p e ss o a lig a d a à P r e v id ê n c ia Social (na v e r d a d e , q u a l q u e r p e sso a , já q u e a p r o t e ç ã o da
s e g u r i d a d e s o c ia l, é, t o r n a m o s a dizer, u n iv e r s a l) . A a r g u m e n t a ç ã o v a le , m u ta tis m u tand is , p ara as
d e m a i s c o n t r i b u i ç õ e s p a t r o n a i s p a r a a s e g u r i d a d e s o c ia l.
N o m e s m o s e n t i d o é a l iç ã o d e G e r a l d o A t a l i b a ; verbis: " ( b a s e d e c á l c u l o é a) p e r s p e c t i v a
d im e n s í v e l d o a s p e c t o m a t e r i a l d a h ip ó t e s e d e in c i d ê n c i a q u e a le i q u a l if ic a , c o m a f i n a l i d a d e d e
f i x a r c r i t é r i o p ara a d e t e r m i n a ç ã o , e m ca d a o b r i g a ç ã o t r i b u t á r i a c o n c r e t a , d o q u a n tu m d e b e a tu r"
(Hipótese de Incidência T ributá ria, S. P a ulo , M a l h e i r o s E d ito r e s , 5^ e d., 3^ t i r a g e m , 1 9 9 2 , p. 9 7 -
e s c la re c e m o s n o p a rê n te s e ).
493
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES AT UAIS
D ire ito T rib u tá rio - Teoria G e ra l d o Tributo, tra d , d e R o b e rto Barbosa Alves, M a rc ia l Pons - M a n o le ,
B a r u e r i , 2 0 0 7 , p. 2 5 7
494
DIREIT O T R I B U T Á R I O Q U E S T Õ E S ATUAIS
495
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
496
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
Cf. M a tia s C ortés Oom ín gues, O r d e n a m ie n to T rib u tá rio Esponol, M a d r i d , Tecnos, 1968, pp. 4 4 4 e ss.
497
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
498
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES A T UAIS
A Lei n .2 9 . 7 1 8 , d e 2 7 d e n o v e m b r o d e 1 9 9 8 , e s t e n d e u o c o n t e ú d o s e m â n t i c o d a p a l a v r a
f a t u r a m e n t o , " e q u i p a r a n d o - a " à e x p r e s s ã o r e c e i t a b r u t a d a p e s so a j u r í d i c a . A i n d a q u e se a c e ite
a c o n s t i t u c i o n a l i d a d e d e ta l " e q u ip a r a ç ã o " , o c e r t o é q u e a COFINS, p ara s e r v a l i d a m e n t e lançada
e c o b r a d a , d e m a n d a a p re s e n ç a d e u m a a ti v id a d e n e g o c ia i, o u seja, d e s e n v o lv id a c o m f i t o d e lucro.
Na m e d id a e m q ue os c o n c e ito s d e d ir e i t o p r i v a d o / o t u r o m e n f o , ve nd a d e m e rc a d o ria s e p re s ta ç ã o
d e se rv iç o s f o r a m u ti li z a d o s na C o n s ti tu i ç ã o F e d era l, e m se us a r ts . 195, I, b, 155, II e 156, III, para
d e f i n i r e l i m i t a r a c o m p e t ê n c i a t r i b u t á r i a , r e s p e c t i v a m e n t e d a U n iã o , d o s Esta dos e d o s M u n ic íp io s ,
s e g u e - s e q u e , n ã o p o d e m t e r a l t e r a d o s , p e l o l e g i s l a d o r o r d i n á r i o d e s t a s p e s s o a s p o l í t i c a s , "a
d e fin iç ã o , o c o n t e ú d o e o a lc a n c e " (cf. a r t. 110, d o CTN).
499
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
Cf. Rodrigo Caramori Petry. C o n trib u iç õ e s PIS/PASEP e Cofins: lim ite s c o n s titu c io n a is d a tr ib u t a ç ã o
s o b re o 'fa tu r a m e n t o ', a ' r e c e i ta ' e a 'r e c e ita o p e r a c io n a l' d a s e m p re s a s e o u t r o s e n tid a d e s n o Bra sil.
São Paulo; Q u a r t i e r L a t in , 2009. 646p.
500
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
"D e sse c o n c e it o e x tr a ím o s as n o ta s d e t e r m in a n t e s q u e
qualificam o con te ú d o da realidade ali recortada, que no referido
estudo fo ra m assim sintetizadas:
a) C o n te ú d o m a te ria l: ingresso de recu rso s fin a n c e iro s no
p a trim ô n io da empresa;
b) Natureza do ingresso: vinculada ao exercício de ativid a d e
em p resarial;
c) Causa do ingresso: contraprestação em negócio jurídico que
envolva a venda de m ercadorias ou prestação de serviços, assim
com o pela cessão onerosa e te m p o rá ria de bens e dire ito s e
pela rem uneração de investimentos;
d) Disponibilidades: pela d e fin itivid a d e do ingresso; e
e) Mensuração instantânea: isolada em cada evento, abstraindo-
se dos custos e de periodicidade para a sua a p u ra ç ã o "” ^
Mc - Vai daí, que somente é possível considerar "receita" (i) aquilo que
for efetivam ente auferido pela pessoa jurídica, em operações negociais
(desenvolvidas com fito de lucro) por conta própria, ou (ii) o resultado {receita
menos respectiva despesa), nas operações negociais de conta alheia.
Assim agremiados, sentimo-nos confortáveis para ingressar em nosso
assunto central.
6. Reequacíonamento do problema
™ " O c o n c e ito d e re ceita , para e f e it o d a in c id ê n c ia d o PIS e d a COFINS" ( g rif o s nossos). In: COÊLHO,
Sacha C a l m o n N a v a r r o ( C o o r d ) . C o n t r i b u i ç õ e s p a r a s e g u r i d a d e s o c ia l. Sã o P a u lo : Q u a r t i e r L a tin ,
2 0 0 7 , p p . 5 3 6 /5 3 7 .
501
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
C o n f o r m e m a is a d i a n t e d e m o n s t r a r e m o s . Is to n ã o i m p e d e q u e , e m s u a a t u a ç ã o , o b t e n h a m
r e s u l t a d o s e c o n ô m ic o s p o s i ti v o s , i s t o é, in g re s s o s fi n a n c e i r o s s u p e r i o r e s às suas d e sp e s a s . É q u e ,
não p e rd e m a c o n d iç ã o de e n tid a d e s se m fin s lu c ra tiv o s a q u e la s q u e o b t ê m s u p e rá v its ,
r e I n v e s t i n d o - o s na c o n s e c u ç ã o d e s e us e l e v a d o s o b j e t i v o s .
V., su pra , ite m 2.
502
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
8.1. Generalidades
S upra, i t e m 3.
503
D IRE IT O T R IB U T Á R IO ; QUESTÕES A T UAIS
e assimila institutos que lhe são fornecidos pelo Direito Privado {v.g., pelo
Direito Comercial).
Esta colocação, diga-se de passagem, está em sintonia com os arts.
109 e 110, do Código Tributário Nacional:
504
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕ ES ATUAIS
505
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
506
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
Ma - Por todas estas razões, força é convir que, tam bém nestas
hipóteses, as associações, sem fins lucrativos, seja de funcionários públicos,
seja de funcionários de empresas privadas, por nortearem seu agir - em
estrita obediência a seus estatutos - pelo ideal da solidariedade {e, não,
pelo animus lucrandi), não desempenham atividades negociais. Vai daí
que, por ausência àe faturamento, não podem ser tributadas por meio de
COFINS.
507
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
10. Conclusões
508
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
509
DIREIT O T R IB U TÁ R IO : QUESTÕ ES ATUAIS
1 1 . R e fe rê n c ia s
510
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
CARVALHO, Paulo de B arro s. Curso de Direito Tributário. 19^ e d., São Paulo,
Saraiva, 2 0 0 7 .
LAPATZA, José Juan F e rre iro . Direito Tributário - Teoria Geral do Tributo. Trad,
de R o b e rto B arbosa A lves. B a ru e ri, M a rc ia l Pons - M a n o le , 2 0 0 7 .
511
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES AT UAIS
1. Introdução
513
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
514
ÜIREtT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
515
DIRE IT O TR IB U T Á R IO : QUESTÕ ES ATUAIS
516
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
serviço, obriga-se a rem unerar o particular pelos serviços que lhe são
prestados ou pelo fo rn e c im e n to dos bens contratados. Os contratos
administrativos são bilaterais, onerosos e comutativos, equivalendo-se entre
si as prestações das partes, mas apresentam características especiais, quais
sejam, a participação da Administração Pública em um dos polos da relação
jurídica e um procedimento legal próprio, com rígidos controles, pois o
administrador não tem liberdade para dispor da coisa pública. Geralmente,
os contratos administrativos são precedidos de licitação, em que se verificam
as condições pessoais do contratado, a fim de se constatar sua aptidão para
atender à finalidade pública a que se presta o contrato. As suas cláusulas são
definidas unilateralmente pela Administração, como um contrato de adesão,
0 que não afasta a consensualidade na sua celebração. Embora o contrato
administrativo seja uma espécie de contrato da Administração regido por
preceitos de Direito Público, a própria Lei 8.666/93 perm ite a aplicação
supletiva dos “ princípios da teoria geral dos contratos e as disposições de
direito privado" (art. 54, caput), quando as normas de Direito Público não
contemplem instrumentos para a regulação e solução do caso concreto.
Nessa toada, pertinentes as observações de EDIMUR FERREIRA DE
FARIA;^""
517
DIRE IT O T R IB U T Á R IO ; QUESTÕES A T UAIS
Embora somente com a nova redação trazida pela MP 575, a Lei 11.079
tenha passado a prever a contribuição por parte do parceiro público antes da
disponibilização do serviço, já era possível defender a antecipação dos
518
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
519
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
BALEEIRO, A lio m a r. Lim ita çõ es C o n stitu cio n a is a o P o d e r d e Trib utar. 78 Ed. N otas d e M ls a b e l Derzi.
R io d e J a n e ir o . Fo re n se . 2 0 1 1 . p. 1 2 1 -3 1 .
520
D IRE IT O T R IB U T Á R IO ' QUESTÕES ATUAIS
521
D I R E Í T O T R I B U T Á R I O : QUESTÕES A T UAIS
"A le g is la ç ã o t r ib u t á r ia d e n o m in a de subvenção as
transferências de renda e capital recebidas pela pessoa jurídica
porque (a) em regra elas tê m origem no setor público (e assim
são designadas na orçam entação e contabilidades públicas) e
(b) a expressão é usada, com o sentido de transferência de renda,
no dire ito privado (Cód. Civil, art. 1.172)."
PEDREIRA, Bulh ões. Im p o s to s o b re a Renda - Pessoas Jurídicas, v. II. Rio d e J a n e iro ; Justec-Editora,
1 9 7 9 , p. 6 85 .
522
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
523
DIREIT O T R IB U T Á R IO ; QUESTÕES ATUAIS
524
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
525
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES AT UAIS
6. Conclusão
526
D IR E IT O T R IB U T Á R IO : Q U E S T Õ E S A T U A IS
Resumo
D o u t o r e M e s t r e p e la PUC-SP, P r o fe s s o r d e D ir e i t o T r i b u t á r i o d a g r a d u a ç ã o e p ó s - g r a d u a ç ã o e m
d ir e i t o PUC-SP e d o IBET, A d v o g a d o .
527
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES A T UAIS
528
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
CARRAZZA, R o q u e A n t ô n io . C urso d e d i r e i t o c o n s t it u c io n a l t r i b u t á r i o , p. 4 5 4 .
CARRAZZA, R o q u e A n t ô n io . C urso d e d i r e i t o c o r is t it u c i o n a l t r i b u t á r i o , p. 453.
"T e nh o para m im q u e a p riv a tiv id a d e é insu s te n tá v e l, le v a n d o e m c o n ta d is p o s iç ã o expressa da Lei
das Leis q u e , b e m o u m a l, é o p a d r ã o e m p í r ic o p a ra a e m is s ã o d e p r o p o s iç õ e s d e s c r itiv a s s o b r e o
d ir e i t o p o s to . A U niã o está c re d e n c ia d a a leg isla r s o b re seus im p o s to s e, na im in ê n c ia o u n o caso de
g u e r r a e x te r n a , s o b re im p o s to s d it o s 'e x tr a o r d in á r io s ', c o m p r e e n d i d o s o u n ã o e m sua c o m p e tê n c ia
t r i b u t á r i a , c o n s o a n te o q u e p r e s c r e v e o a r t . 154, II. D ir-se -á q u e se t r a t a d e e xc e ç ã o , m a s é o q u e
basta p a ra d e r r u b a r p ro p o s iç ã o a fir m a t iv a c o lo c a d a e m t e r m o s u n iv e rs a is , d e ta l s o r te q u e im p o s to s
p r iv a tiv o s , n o Brasil, s o m e n te os o u t o r g a d o s à U niã o . A p r iv a tiv id a d e fic a re d u z id a , assim , à fa ix a de
c o m p e tê n c ia d o P o d e r P ú b lic o F e d era l". {C urso d e d ir e i t o t r i b u t á r i o , p 223).
Curso d e d ir e i t o c o n s t it u c io r ^ a l t r i b u t á r i o , p. 4 5 1 , n o t a n, 21.
Cf. Curso d e d ir e i t o t r i b u t á r i o , p 241.
529
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
562 "Por certo, se adm itirm o s a tese de que nossa Constituição é rígida e que o con stituinte repartiu.
In c is iv a m e n te , as p o s s ib ilid a d e s le g if e r a n t e s e n t r e as e n tid a d e s d o ta d a s de p e rs o n a lid a d e
política, cuida ndo para que não houvesse c o n flito s e n tre as sub-ordens jurídicas estabelecidas no
E stado F e d e ra l, a ila ç ã o i m e d ia ta é r e c o n h e c e r a v e d a ç ã o da d e le g a b ilid a d e , b e m c o m o a
im po ssibilid ade de re núncia. Que sen tido haveria num a discrim in a çã o rigorosa de com petências,
q u a n d o se p e rm itis s e q u e um a pessoa delegasse a o u tra as h a b ilita ç õ e s recebida s? Em po uco
te m p o , no m a nejo das utilizações concretas, q u a n d o se manifestasse o d ir e ito no d in a m is m o de
seu e s t i l o p e c u lia r, o d e s e n h o das a t r i b u i ç õ e s c o m p e te n c ia is p a ss aria p o r d i f e r e n t e s e
im p r e v is ív e is c o n fig u ra ç õ e s , d is s ip a n d o a rig id e z e a e s ta b ilid a d e p r e te n d id a s pe lo le g is la d o r
c o n s titu in te . A dvém daí o e n te n d im e n to p e ra n te o qual a inde legab ilid ade e a irre n u n cia b ilid a d e
seria m p re rro g a tiv a s inafastáve is d o exercício c o m p e tê n c ia , n o sistem a b r a s ile iro " (CARVALHO,
Paulo de Barros. Curso de d ire ito trib u tá rio , p. 222).
CARRAZZA, Roque A n tôn io. Curso de d ire ito c o n stituciona l trib u tá rio , p. 578.
530
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
razão de ser esta uma característica sobre a qual não persistem maiores
divergências.
A indelegabilidade da competência legislativa pode ser percebida em
duas dimensões: a primeira, de sentido mais amplo, é a que veda a delegação
de toda e qualquer faixa de competência de uma pessoa política para outra,
ainda que se faça isso p or m eio de lei. A segunda diz re sp eito à
impossibilidade de ato normativo delegar ao poder executivo, ou este ao
legislativo, a competência que deverá ser exercida pelo ente federativo.
No plano infralegislativo, como é de imaginar, a indelegabilidade não
configura atributo absoluto. A possibilidade de cessão de créditos tributários
é exemplo de delegação de capacidade para exigir o crédito. 0 próprio direito
positivo, orientado à realização de valores de interesse público, cuida de
atribuir ao titular da competência a faculdade de transferi-la a outrem em
certas e específicas situações.
Curso d e d ir e i t o t r i b u t á r i o , p. 243.
Curso d e d i r e i t o c o n s t i t u c i o n a l t r i b u t á r i o , p. 578.
"Diga-se o u tro ta n to sobre a incaducabilidade. A C onstituição existe para d u ra r no te m p o . Se o
n io - u s o da faixa de a trib u iç õ e s fosse perecível, o p r ó p rio Texto S uprem o fic a ria c o m p ro m e tid o ,
po s to na co n tin g ê n cia de ir p e rd e n d o parcelas de seu v u lto , à m e d id a que o te m p o fluísse e os
p o d e re s re c e b id o s pela s pessoas p o lític a s não v iessem a ser a c io n a d o s , p o r q u a l q u e r ra zão
histó rica que se q u e ira im aginar. Im p õe-se, p o rta n to , a p e re n id a d e das com p e tê n cia s, q u e não
p o d e r ia m f i c a r s u b m e tid a s ao jo g o in s tá v e l dos in te re s s e s e dos p r o b le m a s p o r q u e passa
d e te rm in a d a sociedade." CARVALHO, Paulo de Barros. C urs o d e d i r e i t o t r i b u t á r i o , p. 222.
531
DIRE IT O T R IB U T Á R IO ; QUESTÕ ES A T UAIS
532
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
533
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
C urso d e d ir e i t o t r i b u t á r i o , p. 224-227.
C urso d e d i r e i t o c o r is t it u c i o n a l t r i b u t á r i o , p. 593-603.
C urso d e d i r e i t o t r i b u t á r i o , p. 244 e Curso d e d i r e i t o c o n s t it u c io n a l t r i b u t á r i o , p. 98.
"M anifesta-se, de fato, a com petência trib u tá ria , ao desencadearem-se os mecanismos jurídicos
do processo legislativo, acionado, re spectivam ente , nos planos fe d e ra l, esta dual e m unicipal. Por
esse ite r , rig id a m e n te seg uido em ob ed iê n cia às proposições prescritivas existe ntes, a União, os
Estados, 0 Distrito Federal e os Municípios elaboram as leis (acepção larga), que são promulgadas e,
logo depois, expostas ao con hecim e nto geral pelo ato de publicação. Vencidas as dificuldades desse
curso formativo, ingressam os textos legislados no ordenam ento em vigor, surgindo a disciplina jurídica
de novas situações trib u tá ria s , no q u adro do re la c ionam ento da com unida de social. Foi exercida a
com petê ncia, enrique cendo -se o d ire ito p o sitivo com o acréscimo de ou tras unidades norm ativas
sobre trib u to s " (CARVALHO, Paulo de Barros. Curso d e d ir e ita t r i b u t á r i o , p. 244).
534
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
"E nquanto a com petê ncia trib u tá ria são as norm as de produção norm ativa ou m etanormas vistas
sob 0 prisma está tico do direito, o exercício da com petência são essas norm as vistas pela dinâmica
da po sitiv a ção d o d ire ito , i.e., a aplicação das norm as gerais e abstratas de produçã o através da
exp edição de no rm as gerais e concretas v eic ula dora s de no rm as m a te ria is de c o n d u ta , gerais e
abstrata s (leis, decreto s, regulam entos) ou individuais e concreta s (lançam ento, a u to-d e-infração )"
(CARVALHO, Cristiano. Teoria d o S is te m a J u ríd ic o - d ir e ito , e c o n õ m ia , t r i b u t a ç d o . São Paulo: Quartier
Latin, 2005. p. 322).
Delia Teresa Echave, M a ria Eugenia U rq u ijo e Ricardo A, G u ib o u rg d ife re n c ia m p e rm iss ã o e
fa c u ld a d e , na m e d id a em q u e a p r im e ir a em te r m o s ló g ic o s s ig n ific a ap enas a p e rm is s ã o ao
c u m p rim e n to da ação, e n q u a n to a permissão de c u m p rir ou o m it ir a ação é a fa culdade: "(...) Ias
a c c io n e s q u e e s tá n ‘ p e r m i t i d a s ’ en ese s e n t i d o b id ir e c c io n a l d e Ia p e r m is ió n se lla m a rá n
facultativas. Pero hay que aclarar que cuando décimos de una acción que está pe rm itid a (Pp), sólo
q u e re m o s a fir m a r que está p e r m itid o c u m p riria (...) Estas precisiones nos p e rm ite n in tr o d u c ir el
o p e ra d o r 'F' (...) Su d e fin ic ió n pude sim bo liza rse así: Fp a " (Pp . P-p)Es d e c ir que una acción es
fa c u lta tiv a si (y so lo si) está p e r m itid o c u m p riria y ta m b ié n está p e r m itid o o m it ir ia .” (ECHAVE,
Delia Teresa; URQUIJO, Maria Eugenia; GUIBOURG, Ricardo. A. Lógica, p ro p o s ic ió n y n o r m a . 6. reimp.
Buenos Aires, Depalm a, 2002. p. 134-135).
^'’ ^Curso d e d ir e i t o t r i b u t á r i o , p. 223,
™ BORGES, José Souto Maior. Teoria g e r a l d a is en çã o tr i b u t á r i a . 3^ ed., 2# t i r , São Paulo; Malheiros,
2007. p. 30.
Não é divergente a op in ião de H éctor B. Villegas, segundo q u em a com petência não exercida é
uma faculdade outorg ada pelo d ire ito aos seus titula res "(...) quando o Estado se converte no titula r
de um d ire ito subje tivo trib u tá rio , terá, dian te dele, obrigados a dar, a fazer ou a não fazer alguma
coisa. Enquanto isto não acontece e a com petê ncia tr ib u tá r ia se m a n té m no plano ab s trato como
mera faculdade, o Estado en co n tra rá d ia n te de si a c o m u n id a d e em seu co n ju n to , im p o rta dizer,
um c o n g lo m e r a d o de s u je ito s in d e te r m in a d o s , o b rig a d o s a s u p o r t a r o e x e rc ic io c o n c r e to da
com petê ncia t r ib u tá r ia " (VILLEGAS, H éctor B., C urso d e d i r e i t o t r i b u t á r i o , p. 82).
535
DIRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
Em re lação aos demais a trib u to s da c om petê ncia ad m in istra tiva , d ife rentes da m odalização do
exe rcício, a fir m a : b) irre n u n c iá v e is , s ig n ific a n d o is to q u e seu t i t u l a r não po de a b r ir m ã o delas
e n q u a n to as titu la riz a r;c ) intra n sfe ríve is, vale dizer, não p o d e m ser o b je to d e tra nsaçã o, de tal
s o r te que descaberia repassá-las a o u tr e m , cab e n d o , tã o -s o m e n te , nos casos p re v is to s em leí,
delegação de seu exercício, sem que o de le g a n te , p o r ta n to , perca, com isto , a po ss ib ilid ade de
reto m a r-lhe s o exercício, re tira n d o -o do dele gado;d) im odificáveis pela vo n ta d e do p ró p rio titula r,
0 qual, pois, não pode dilatá-las ou restringi-las, pois sua com postu ra é a que decorre de lei. (...);c)
im prescritíve is, is to é, in o c o rre n d o hipó teses de sua utilizaçã o, não im p o rta p o r q u a n to te m p o ,
nem p o r isto deixarão de persistir e xistind o" {BANDEIRA DE MELLO, Celso A n tôn io. Curso d e D ir e ito
A d m i n i s t r a t i v o . 17^ ed., São Paulo: M a lh eiros, 2004, p. 134).
Curso d e d i r e i t o a d m i n is t r a t iv o , p. 135.
5®° Curso d e d ir e i t o a d m i n is t r a t iv o , p. 137.
536
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
537
DIREIT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
2. Conclusões
538
D IRE IT O T R IB U T Á R IO : QUESTÕES ATUAIS
3. Referências
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 24® ed. São Paulo:
Saraiva, 2010
539
1