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Segurança por»Hélio Domingos R.

Carvalho*

ACIDENTES CONTINUAM A OCORRER

COM CESTAS AÉREAS


E CESTOS ACOPLADOS
Há vários registros de ocorrências no primeiro semestre, que poderiam
ser evitados com ensaios e inspeções previstos no Anexo XII da NR-12

xo XII, publicada em setembro de ENSAIOS E INSPEÇÕES


2016, ampliou a obrigação de se REGULARES EM CESTAS
realizar ensaios e inspeções de AÉREAS
mesma natureza em Guindastes Conforme definido no item 2.15 do
com Cestos Acoplados. Anexo XII da NR12 e na seção 10 da
O principal objetivo do MTE com a ABNT NBR 16.092, as cestas aéreas
publicação do Anexo XII foi reduzir devem ser submetidas a três tipos
o número de acidentes com equipa- e periodicidades de inspeções e en-
mentos de guindar para elevação saios conforme detalhado a seguir.
de pessoas e realização de traba-
lhos em altura, acidentes esses Inspeções e Ensaios
que podem ter, e geralmente têm, Frequentes
consequências gravíssimas. O item 10.2.3 da Norma NBR
Apesar de passados quase seis 16.092:2012 elenca uma série
anos desde a publicação do Anexo de inspeções que devem ser re-
XII da NR-12, os fatos fazem parecer alizadas pelos próprios usuários
Em dezembro de 2011, o Ministé- ACIDENTES que os objetivos do MTE ainda não das cestas aéreas em periodici-
rio do Trabalho e Emprego (MTE) OCORRIDOS EM foram alcançados. O número de dade que pode variar, a critério de
SÃO PAULO –
publicou, por meio da Portaria Nº 2017 acidentes graves gerados por fa- cada empresa, de 1 a 30 dias. O
293, o Anexo XII da Norma Regula- lhas estruturais em equipamentos propósito dessa inspeção é iden-
mentadora Nº 12 que trouxe uma não parece ter reduzido. Somente tificar quaisquer defeitos aparen-
série de exigências aplicáveis à neste primeiro semestre de 2017 tes como a falta de componentes,
construção e manutenção de Ces- já há diversas notícias sobre gra- falta de adesivos de instruções e
tas Aéreas e Guindastes com Cesto ves acidentes dessa natureza com advertências, a existência de da-
Acoplado. Além das exigências de cestas aéreas, acidentes esses que nos causados por algum tipo de
projeto e de fabricação, esse mes- poderiam ter sido evitados se boas acidente ou mesmo pelo uso, den-
mo corpo normativo tornou man- práticas de manutenção, aliadas à tre outros defeitos que possam
datória a realização de ensaios e realização de ensaios estruturais colocar em risco a integridade do
inspeções regulares em Cestas não destrutivos já fossem adota- equipamento e a integridade dos
Aéreas. Revisão posterior no Ane- das pelas empresas. usuários ou de terceiros. Esse tipo

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Segurança

válvulas, comandos e cilindros), vez não seja a mais correta. Na ver-


tensão aplicada (para cestas isola- dade trata-se de um ensaio periódi-
das) e, sempre que for identificado co para o qual a Norma em questão
algum item ou componente suspei- definiu um intervalo mais amplo
to, devem ser realizados ensaios para que o proprietário ou usuário
complementares, tais como ultras- da Cesta Aérea defina a periodici-
som, partículas magnéticas, líquido dade de realização do ensaio, qual
penetrante, dentre outros, de modo seja, de 1 a 48 meses, no máximo.
a confirmar a existência ou não de Trata-se de um ensaio extrema-
um defeito funcional ou estrutural mente importante, pois permite
que possa colocar em risco a segu- identificar a existência de des-
rança dos usuários, de terceiros ou continuidades ativas na estrutura
do próprio equipamento. de uma cesta aérea. Esse ensaio,
As Inspeções e Ensaios Periódicos aliado a ensaios complementares
devem ser realizados por pesso- (Ultrassom, Partícula Magnética ou
as qualificadas e certificadas e Líquido Penetrante) permite identi-
relatórios devem ser emitidos e ficar áreas frágeis ou em processo
assinados por esses profissionais, de degradação mecânica.
devendo ser mantidos em arquivos
físicos ou eletrônicos por um perío- ENSAIOS E INSPEÇÕES
de Inspeção não precisa, por Nor- ACIDENTE do não inferior a 5 anos. REGULARES EM
ma, de registros ou da emissão de OCORRIDO NO GUINDASTES COM
PIAUI – 2017
qualquer relatório. Inspeções e Ensaios CESTOS ACOPLADOS
Eventuais Tal como ocorre com as cestas aére-
Inspeções e Ensaios O item 10.2.5 da Norma NBR as, os guindastes que utilizam ces-
Periódicos 16092:2012 define como uma Ins- tos acoplados também devem ser
O item 10.2.4 da Norma NBR peção e Ensaio Eventual a realiza- submetidos a inspeções e ensaios
16092:2012 elenca um número ção do ensaio de Emissão Acústica periódicos. Essa exigência consta
considerável de itens que devem nas cestas aéreas. A classificação na revisão do Anexo XII da NR12,
ser inspecionados em intervalos desse ensaio como “eventual” tal- publicada pela PORTARIA N.º 1.110,
não superiores a 12 meses. A defi- DE 21 DE SETEMBRO DE 2016.
nição da periodicidade cabe ao pro- Conforme definido no item 3.16
prietário da Cesta Aérea e deve ser do Anexo XII da NR12, os equipa-
definida levando-se em conta as- mentos de guindar que receberem
pectos como a intensidade e a se- cestos acoplados para elevação de
veridade do uso, a “idade” da Cesta pessoas devem ser submetidos a
Aérea, a qualidade da manutenção ensaios e inspeções periódicas, de
e o próprio histórico de ocorrências forma a garantir seu bom funciona-
de incidentes com o equipamento. mento e sua integridade estrutural.
Em linhas gerais, as Inspeções e Devem ser realizados ensaios que
Ensaios Periódicos contemplam a ACIDENTE comprovem a integridade estru-
OCORRIDO EM
realização de inspeções visuais e tural, tais como ultrassom e/ou
SÃO PAULO –
funcionais, aplicação de carga (para 2014 emissão acústica, conforme norma
confirmar o bom funcionamento de ABNT NBR 14768.

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Segurança

Os danos e prejuízos que são ge-


rados quando ocorre um acidente
com uma cesta aérea ou guindaste,
especialmente quando há vítimas,
já seriam, por si só, suficientes para
justificar a inclusão da realização
dos Ensaios e Inspeções Regulares
no planejamento de manutenção
preventiva das empresas.
Não bastasse isso, o Anexo XII da
NR-12 foi categórico ao constar em
seus itens 2.15 e 3.16 que as ces-
Portanto devem ser realizadas e ou mesmo outros acidentes me- ACIDENTE tas aéreas e os guindastes com
comprovadas através de regis- nores, muitas vezes não relata- OCORRIDO EM cesto acoplado devem ser subme-
GOIÁS 2014
dos pelos usuários, que debilitam
tros, todas as inspeções e ensaios tidos a inspeções e ensaios previs-
relacionados na ABNT NBR 14768, a estrutura do equipamento. É tos nas normas ABNT NBR 16092 e
a qual possui uma estrutura de também certo que a identificação NBR 14768, respectivamente. Isso
periodicidade e de itens (check prévia da debilidade estrutural de torna obrigatória a realização peri-
list) semelhante à norma de ces- um equipamento irá minimizar ou ódica dos Ensaios e Inspeções pre-
tas aéreas na seção que trata daseliminar o risco da ocorrência de vistos nos itens das normas, dentre
responsabilidades dos proprietá- um acidente grave e, consequen- eles inspeções visuais, funcionais,
rios e usuários. temente, irá reduzir consideravel- aplicação de carga, tensão aplicada
mente a ocorrência de prejuízos e ensaios não destrutivos, entre
A IMPORTÂNCIA DA humanos e patrimoniais devido a eles e, em destaque, o ensaio de
REALIZAÇÃO DOS um acidente gerado pelo colapso emissão acústica.
ENSAIOS E INSPEÇÕES estrutural do equipamento e, em Especificamente sobre o Ensaio
REGULARES casos mais extremos, irá evitar a de Emissão Acústica vale ressaltar
É certo que um acidente estrutu- perda de vidas. que o Brasil já dispõe de normali-
ral de um equipamento sempre zação própria recentemente ela-
terá algumas causas possíveis, borada no âmbito da ABNT, sendo
dentre elas a falta de uma ma- ela: ABNT NBR 16601:2017 - Ensaio
nutenção adequada, a fadiga do não destrutivo - Emissão acústica
material, o mau uso da máquina - Procedimento para ensaios em
guindastes articulados hidráulicos
com ou sem cesto acoplado, que
estabelece um procedimento para
ensaio de emissão acústica (EA)
em guindastes articulados hidráuli-
cos instalados em veículos, incluin-
do aqueles com cesto acoplado;
- ABNT NBR 16593:2017 - Ensaio
não destrutivo - Emissão acústica
- Procedimento para ensaio em ces-
tas aéreas isoladas e não isoladas,
máximos definidos nas Normas,
quais sejam: 48 meses para o
ensaio de emissão acústica, 12
meses para os demais ensaios
(visual, funcional, aplicação de
carga e ensaios complementares,
na medida da necessidade, além
do ensaio elétrico) e 01 mês para
as vistorias dos usuários.
A visão simplista não parece ser
a mais correta, pois não se trata
somente de cumprir um requisito
normativo/legal e de estar quites
com tais exigências. A preocupa-
A questão se torna mais delicada ção deve ser com a conservação
ainda no caso da ocorrência de um e manutenção do patrimônio ma-
acidente com um equipamento terial e imaterial da empresa e,
que não tenha sido submetido aos principalmente, com a segurança
Ensaios e Inspeções Regulares. dos usuários dos equipamentos e
As consequências de um acidente de terceiros, vítimas potenciais di-
com vítimas em um equipamento retas ou indiretas de um acidente.
ACIDENTES
OCORRIDOS NO nessa situação serão certamente A definição da periodicidade deve
RIO DE JANEIRO terríveis, seja no campo humano ser essencialmente técnica e
– 2017 ou administrativo seja perante o os intervalos entre os ensaios
Ministério Público. devem ser inversamente propor-
cionais ao aumento do risco ge-
PERIODICIDADE DE rado pelo consumo da vida útil do
que descreve um procedimento REALIZAÇÃO DOS equipamento causado pelo pas-
para ensaio de emissão acústica ENSAIOS E INSPEÇÕES sar do tempo cronológico, como
(EA) em cestas aéreas. REGULARES também (e principalmente) pela
A não realização dos Ensaios e Ins- Um dos pontos que também gera intensidade e severidade do uso
peções Regulares e a falta do seu discussão, quando se trata da re- e, por que não, pela qualidade es-
devido registro em relatório elabo- alização dos Ensaios e Inspeções trutural original do equipamento.
rado e assinado por pessoa quali- Regulares, diz respeito à periodi- As normas definem o prazo má-
ficada e certificada poderá resultar cidade de realização desses en- ximo, porém as empresas podem
na autuação e, em casos mais ex- saios. Um pensamento simplista, e devem ter periodicidades mais
tremos, na interdição dos equipa- focado apenas em custos de curto curtas, afinal o custo com a segu-
mentos pelo Ministério do Trabalho prazo, levariam à definição de uma rança sempre é mais barato que o
e Emprego (MTE). periodicidade baseada nos prazos custo de um acidente.

(*) Hélio Domingos R. Carvalho – Engenheiro Mecânico com Pós-graduação em Gestão Estratégica, Coordenador da Área de Ferramentas
e Equipamentos de Trabalho da CEMIG; Coordenador da Comissão de Estudos de Cestas Aéreas da ABNT – CE 519.06; Coordenador do GT12
da FUNCOGE; Coordenador do GT de Emissão Acústica para Cestas Aéreas e Guindastes; Membro do Grupo Técnico do Anexo XII da NR-12
e Membro do GrupoTripartite da NR-35.

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