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MILITAR - PRECEDÊNCIA HIERARQUICA

- Em igualdade de pôsto, os militares da ativa têm pre-
cedência sôbre os da reserva ou reformados em serviço, salvlJ'
caso de preferência funcional estabelecida em lei.

PRESID:f'::NCIA DA REPÚBLICA

PROCESSO P. R. N.o 48.660-58

Presidência da República. Consulto- "Em igualdade de pôsto ou gradua-

ria-Geral da República. E. M. n. o 255,
de 20 de outubro de 1958. Encaminha
O' Parecer n. O 477-Z, sôbre precedência
hierárquica entre militares da ativa e
os da reserva convocados. "Aprovo". Em
27-11-58. Rest. proc. por intermédio do
Gab. Militar da P. R.).
* art. 15 transcrito.
PARECER
Determina o Exmo. Sr. Presidente da
República que se manifeste a Consulto-
ria-Geral da República sôbre a prece-
dência hierárquica entre militares da
ativa e da reserva remunerada.
Esta relevante questão foi exaustiva-
mente examinada, no processo, pelos
mais qualificados órgãos militares.
Ao parecer da Consultoria-Geral da
República, há expresso texto legal dan-
do precedência aos oficiais da ativa. É
o que dispõe o § 4.° do art. 18 do Esta-
tuto dos Militares, Decreto-lei n. o 9.698,
de 2 de setembro de 1946, tratando da
hierarquia militar.
:f'::sse diploma legislativo, no art. 15,
estabelece a regra geral sôbre a pre-
cedência hierárquica exclusivamente en-
tre os oficiais da ativa: "A precedên-
cia hierárquica, entre os militares, é
regulada pelo pôsto ou graduação e, em
caso de igualdade, pela antigüidade re-
lativa, salvo os casos de precedência
funcional estabelecida em lei".
E fixa o mesmo diploma essa prece-
dência, quando a ela concorrem O'S ofi-
ciais da ativa, e os da reserva ou re-
formadO's, em serviço, no citado § 4. 0
do art. 16:
ção, os militares da ativa têm precedên-
cia sôbre os da reserva ou reformados
em serviço".
Essa norma somente sofre exceçãO"
quando o oficial da inatividade é con-
vocado para O'cupar função militar e a-
lei estabelece, para essa função, pre-
cedência hierárquica, como o permite o-
Por outro lado, a Constituição federal,
ao assegurar as patentes com suas van-
tagens, regalias e prerrogativas (art.
82), não revogou o disposto no § 4.0'
do art. 16, pois não estabeleceu, o Es-
tatuto máximo, equiparação entre ofi-
ciais em serviço ativo e os em inativi-
dade.
Como recorda o douto Consultor Ju-
rídico do Ministério da Aeronáutica, o
Supremo Tribunal Federal conspira nes-
sas conclusões ao acompanhar o voto do
eminente Ministro Luís Gallotti, no jul-
gamento do recurso extraordinário cri- ~
minaI n. O 18.405:
.. . .. É óbvio que se garante, a cada
um, a situação jurídica que lhe corres-
ponde, conforme o estatuído na lei.
Tanto não existe a pretendida equi-
paração total que a Constituição, no art.
182, § 6. 0 , declara aplicável aos mili-
tares o disposto no art. 193. E êste
manda que os proventos da inatividade
sejam revistos sempre que, por motivo
de alteração do poder aquisitivo da moe-
da, se modificarem os vencimentos dos
funcionários em atividade.
Ora, se as vantagens asseguradas aOil
militares pela Lei Magna, art. 182, de-
vessem ser sempre absolutamente iguais,
sem distinção entre os oficiais da ativa
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e os inativos, nenhuma razão de ser te-
ria aquêle preceito que manda rever os
proventos da inatividade quando forem
modificados os vencimentos da ativida-
de. A forçosa equiparação, total ou per-
manente, como se pretende, tornaria inú-
til êsse dispositivo.
É de notar, ainda, que, em face do
§ 3.0 do art. 182, "o militar em ativida-
de, que aceitar cargo público permanen-
te, estranho à sua carreira, será trans-
ferido para a reserva".
Ora, se os direitos do oficial da re-
serva tivessem de ser sempre os mes-
mos do oficial da ativa, a Constituição
não precisaria acentuar que os direitos
correspondentes à situação oficial da re-
serva são os "definidos em lei".
Na verdade, diz a Constituição que,
nesse último caso, o militar "será trans-
ferido para a reserva com os direitos e
deveres definidos em lei" (art. 182,
§ 3.°).
É a lei ordinária, pois, como se vê,
que define os direitos e deveres do ofi-
cial da reserva, direitos e deveres que
podem não coincidir com os fixados para
os militares da ativa.
JUIZ - ACUMULAÇÃO REMUNERADA
- Não pode o juiz exercer, cumulativamente, o seu cargo
com outro fora do magistério.
- A opção de vencimentos não exclui a proibição de
acumular.
DEPARTAMENTO ADMINISTRATIVO
PROCESSO N.o
PARECER
O Diretor Executivo do Serviço de
Alimentação da Previdência Social
(SAPS), consulta a esta Comissão sô-
bre se existe acumulação defesa por lei
no exercício simultâneo das funções de
Ministro do Tribunal Superior do Tra-
balho e de Chefe do Setor de Fiscali-
De outra parte, o Superior Tribunal
Militar e o Conselho de Segurança Na-
cional, em 1947, como informa a Con-
sultoria Jurídica da Marinha, decidiram
que não está revogada pela Constitui-
ção a norma do § 4. 0 do art. 16 do Es-
tatuto dos Militares.
A Consultoria-Geral da República,
data venia das respeitáveis opiniões em
contrário, manifesta-se nesse mesmo sen-
tido.
Se esta foi a diretriz tomada pelo le-
gislador, por ocasião da promulgação do
Estatuto dos Militares, Decreto-lei n. o
9.698, de 1946, parece que ela se for-
taleceu depois que as leis de guerra,
a Lei de Inatividade e outros diplomas,
asseguraram promoções aos militares,
ao passarem para a inatividade.
Desta sorte, em igualdade de pôs to,
os militares da ativa têm p:recedência
sôbre os da reserva ou reformados em
serviço, salvo em caso de precedência
funcional estabelecida em lei.
Salvo melhor juízo.
Rio de Janeiro, 20 de outubro de 1958.
- A. Gonçalves de Oliveira, Consultor-
Geral da República.
DO SERVIÇO púBLICO
15.448-58
zação daquela autarquia, onde percebe
vencimentos e gratificações.
2. O Tribunal Superior do Trabalho,
como se sabe, é órgão integrativo da
justiça do trabalho (art. 122, item I
da Constituição federal), componente do
Poder Judiciário, nos têrmos do art. 94,
item V, da Carta Magna, sendo seus
ministros, conseqüentemente, magistra-