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Agravo de instrumento
Negado trânsito ao especial pelo Presidente do TRE, nasce para o recorrente o direito à
utilização do agravo de instrumento, o qual deverá ser interposto em três dias contados da
ciência da decisão denegatória. (79)
Vale observar que as razões do agravo de instrumento não devem se limitar a repisar os
argumentos expendidos no arrazoado do especial, certo que destinam-se esses recursos a
atacar decisões distintas: enquanto o especial busca a reforma do acórdão regional, o
agravo almeja elidir a decisão denegatória do Presidente do TRE.
Faculta o Código Eleitoral, no art. 279, § 4º, que o Presidente do Tribunal Regional
determine a juntada de peças não indicadas pelo agravante ou pelo agravado. Tal
providência, todavia, deve ser utilizada com boa dose de parcimônia, certo que não cabe
ao Presidente do TRE corrigir as omissões da parte agravante, sobre quem recai o ônus
de zelar pela regular formação do instrumento.
Cabe consignar, outrossim, que o agravo de instrumento não sofre juízo prévio de
admissibilidade na instância a quo; vale dizer, mesmo que ele seja manifestamente
improcedente, esteja irregularmente formado, ou mesmo ressinta-se do vício da
intempestividade, não pode o Presidente do Tribunal local obstar-lhe trânsito, sob pena de
usurpação da competência do TSE (Código Eleitoral, art. 279, § 5º).
Interposto o agravo de instrumento fora do tríduo legal, determina o art. 279, § 6º, do
Código Eleitoral que o TSE imponha ao recorrente multa no valor de um salário mínimo.
Na prática, todavia, essa sanção pecuniária foi aplicada em raras oportunidades pelo TSE.
(83)
Como já afirmado (84), prevê o art. 36, § 3º, do Regimento Interno do TSE a possibilidade de
o Presidente do TRE, à vista dos argumentos expendidos nas razões do agravo de
instrumento, retratar-se do juízo negativo de admissibilidade do especial.
Aportando o agravo de instrumento no TSE, valem as observações feitas para o
julgamento do recurso especial (85), ou seja, poderá o relator, em decisão singular, dar-lhe
ou negar-lhe provimento, com a particularidade de que, em caso positivo, passará ao
exame do próprio especial sem que se determine a subida dos autos que permaneceram
no TRE (Regimento Interno do TSE, art. 36, § 4º).
Por tais razões, pontifica o TSE que "a parte, ao contra-arrazoar o agravo de instrumento,
deve, desde logo, ter em mente a possibilidade de a Corte passar de imediato ao
julgamento do especial e enfrentar as alegações contidas no recurso especial." (ac. nº
2.213-MG, j. 27.3.2001, rel. Min. Fernando Neves, DJU 25.5.2001, p. 50).
Assunto
Cartas (2233)
Contratos (3190)
Diversos (466)
Petição (9091)
Administrativo (229)
Ambiental (209)
Civil e processo civil (3596)
Comercial (216)
Constitucional (73)
Consumidor (345)
Eleitoral (53)
Família (473)
Imobiliário (457)
Peça Criminal (69)
Penal (1565)
Previdenciário (218)
Requerimento (4)
Retificação (1)
Sucessões (132)
Trabalhista (1038)
Trânsito (95)
Tributário (318)
Procuração (216)
em face de
COLENDA CORTE
EMÉRITOS JULGADORES
DOS FATOS
Com efeito, a questão ora submetida à apreciação desse TSE, origina-se de fato
que infringiu concomitantemente duas normas legais, gerando duas ações
autônomas.
Como é sabido, nos termos do art. 47, caput, do CPC, "há litisconsórcio necessário,
quando, por disposição de lei ou pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de
decidir a lide de modo uniforme para todas as partes."
Aliás, como lembrado pelo Desembargador José Ivo Guimarães, no voto vencido, a
sentença veio unicamente atacar o pré-candidato, em decorrência, justamente, da
existência de duas leis a regular a matéria. A Lei dos Partidos Políticos - 6.096/95,
com previsão específica para os casos de desvio de inserções partidárias, a qual,
diga-se de passagem não prescreve punição para terceiros; e a Lei das Eleições -
9.504/97, que regula de forma geral a propaganda política - partidária e eleitoral -,
própria para aplicação de penalidades aos beneficiários pela propaganda eleitoral
irregular.
Desse modo, havendo duas normas legais a reger o mesmo fato, uma de natureza
geral outra especial, há de ser aplicada a norma especial (princípio da
especialidade). Assim, o desvio de inserções pelo Partido há de ser apurada,
realmente, pela Lei 9.096/96, porém, perante o Tribunal Regional Eleitoral;
enquanto a propaganda eleitoral irregular praticada por terceiro, há de ser apurada,
como em verdade o foi, pelo Juiz da propaganda Eleitoral, em 1ª Instância, por se
tratar de eleição municipal.
DO DIREITO
DOS PEDIDOS
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
[Assinatura]