Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
A vírgula é um dos elementos que causam mais confusão na língua portuguesa. Pouca gente sabe
ao certo onde deve e onde não deve usá-la. O motivo disso é bem simples: sempre nos ensinaram
do jeito errado!
Você deve lembrar da sua professora falando coisas como “a vírgula é usada para indicar pausa”,
“prestem atenção em como vocês falam, quando tiver pausa, usem vírgula”. Isso é besteira, pois
cada um de nós fala de um jeito diferente, usa pausas diferentes e, basicamente, decide como quer
falar.
Mas não podemos simplesmente decidir onde vai e onde não vai vírgula. Ela tem poder demais
para ser arbitrária. Quer ver o poder da vírgula? Assista esse vídeo:
a importância de uma virgula
Pois bem, existem algumas regras para o uso da vírgula, e elas são baseadas na gramática. Deu
medo, né? Calma, o meu objetivo aqui é mastigar a gramática pra que você não estrague seus
dentes ;-)
Note que os nomes das pessoas poderiam ser separados em uma lista:
Foram almoçar:
João
Maria
Ricardo
Pedro
Augusto
Isso signi ca que devem ser separados por vírgula na frase original:
Note que antes de “e Augusto” não vai vírgula. Como regra geral, não se usa vírgula antes de “e”.
Há um caso especí co que eu explico daqui a pouco. Um outro exemplo:
A sua fronte, a sua boca, o seu riso, as suas lágrimas, enchem-lhe a voz de formas e de cores…
(Teixeira de Pascoaes)
Dá-se uma explicação sobre quem é Mário. Se tivéssemos que classi car sintaticamente o trecho,
seria umaposto.
O trecho destacado explica algo sobre “Eu e você”, portanto deve vir entre vírgulas. A classi cação
do trecho seria oração adjetiva explicativa.
3. Use a vírgula para separar o lugar, o tempo ou o modo que vier no início da frase.
Quando um tipo especí co de expressão — aquela que indica tempo, lugar, modo e outros —
iniciar a frase, usa-se vírgula. Em outras palavras, separa-se o adjunto adverbial antecipado.
Exemplos:
“Lá fora” é uma expressão que indica “lugar”. Um adjunto adverbial de lugar.
“De um modo geral” é sinônimo de “geralmente”, adjunto adverbial de modo, por isso vai vírgula.
Acendeu um cigarro, cruzou as pernas, estalou as unhas, demorou o olhar em Mana Maria. (A.
de Alcântara Machado)
Nesse exemplo, cada vírgula separa uma oração independente. Elas são coordenadas
assindéticas.
Eu gosto muito de chocolate, mas não posso comer para não engordar.
Eu gosto muito de chocolate, porém não posso comer para não engordar.
Eu gosto muito de chocolate, contudo não posso comer para não engordar.
Eu gosto muito de chocolate, no entanto não posso comer para não engordar.
Eu gosto muito de chocolate, entretanto não posso comer para não engordar.
Eu gosto muito de chocolate, todavia não posso comer para não engordar.
Capiche? Antes de todas essas palavras aí, chamadas de conjunções adversativas, vai vírgula. Pra
quem gosta de saber os nomes (se é que tem alguém), elas se chamam orações coordenadas
sindéticas adversativas. (medo!)
Note que a primeira frase fala do sol, enquanto a segunda fala da tarde. Os sujeitos são diferentes.
Portanto, usamos vírgula. Outro exemplo:
A mulher morreu, e cada um dos lhos procurou o seu destino (F. Namora)
Mesmo caso, a primeira oração diz respeito à mulher, a segunda aos lhos.
Note que esse último é o mesmo exemplo do item 3. Vê como sem a vírgula a frase também ca
correta? Mesmo não sendo apenas uma palavra, di cilmente algum professor dará errado se você
omitir a vírgula.
Jeito errado:
Jeito certo:
Deixo minha fortuna a meu sobrinho não à minha irmã jamais pagarei a conta do alfaiate nada
aos pobres
Reescreva o testamento 4 vezes, de forma que em cada uma delas você deve dar a herança pra
alguém diferente. Você pode usar qualquer sinal de pontuação, mas não pode mudar as palavras.
É um exercício legal e tem várias formas de resolver. Escrevam suas tentativas aí nos comentários.
leia também:
Adicionar um comentário...
Juliana Rodrigues
Deixo minha fortuna a meu sobrinho, não à minha irmã, jamais pagarei a conta do alfaiate, nada aos pobres.
Deixo minha fortuna a meu sobrinho, não, à minha irmã, jamais pagarei a conta do alfaiate, nada aos pobres.
Deixo minha fortuna a meu sobrinho não, à minha irmã jamais, pagarei a conta do alfaiate, nada aos pobres.
Deixo minha fortuna a meu sobrinho não, à minha irmã jamais, pagarei a conta do alfaiate nada, aos pobres.
Curtir · Responder · 12 h
Jerusa Rocha
Bastante proveitoso.
Curtir · Responder · 4 d
Deixo minha fortuna a meu sobrinho não, à minha irmã, jamais pagarei a conta do alfaiate, nada aos pobres.
Deixo minha fortuna a meu sobrinho não, à minha irmã jamais, pagarei a conta do alfaiate, nada aos pobres
Deixo minha fortuna a meu sobrinho não, à minha irmã jamais, pagarei a conta do alfaiate nada, aos pobres.
Curtir · Responder · 1 sem