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Várias Guerras
II Guerra Mundial
Seguindo um plano de Jean Monet (funcionário francês) o ministro francês dos negócios
estrangeiros propõe colocar toda a produção do ferro e do carvão franco-alemã sob o controlo
de alta autoridade comum, numa organização supranacional aberta à participação de outros
países.
Em 18 de Abril de 1951 foi criada a CECA (Alemanha, Bélgica, Países-Baixos, França, Itália e
Luxemburgo). Prevista para durar 50 anos a CECA extinguiu-se em 23 de julho de 2002.
A CECA foi o embrião da CEE – repousava sobre uma estrutura institucional inovadora: uma Alta
Autoridade (equivalente à Comissão), composta de pessoas independentes indicadas pelos
Estados-membros, sob o controlo político de uma assembleia parlamentar e o controlo
jurisdicional de um Tribunal de Justiça. O órgão intergovernamental (o Conselho) tem um papel
de codecisão e de moderação.
A 25 de julho de 1950 inicia-se a guerra da Coreia e a tensão entre os dois blocos aumenta.
Os EUA propõem o rearmamento da Europa e, em especial, da Alemanha.
A França propõe a adoção do modelo da CECA à defesa: a criação de um exército europeu sob
um controlo comum e integrando unidades alemãs. Os estados da CECA criam então, em 27 de
maio de 1952, a CED.
O rearmamento alemão ocorreu, todavia, no âmbito da OTAN, da qual este país passou a fazer
parte e da União da Europa Ocidental (braço europeu da OTAN)
Não deve ser confundida com a União Europeia (UE), (em inglês: Western European
Union - WEU) foi uma organização de defesa europeia.
Foi estabelecida pelo Tratado de Bruxelas em 1954, que modificou o Tratado de Bruxelas
de 1948, que instituiu a União Ocidental, e formada pelos Estados membros da NATO e da
União Europeia (exceto a Dinamarca).
A União da Europa Ocidental (ou Western European Union) foi criada pelos Acordos de Paris de
23 de Outubro de 1954, celebrados pelos signatários do Tratado.
A peculiaridade que a distinguiu e conduziu a sua evolução foi o compromisso de defesa num
plano político-militar subjacente às conjunturas que o momento exigia.
Após a decisão do Reino Unido de abandonar esta Aliança ocidental, a maioria dos restantes
Estados membros acordaram na extinção da mesma.
A justificação por parte daqueles países que igualmente são parte integrante da União Europeia
é a de que, com a aplicação do Tratado de Lisboa o Parlamento Europeu adquire competências
mais alargadas em matérias de defesa e segurança.
Porém, com as necessidades atuais, a força de que carece a UEO e o Tratado de Lisboa,
acentuou-se a ideia de que a sua existência não tinha significado.
Em Março de 2010 anunciou a sua dissolução após a entrada em vigor do Tratado de Lisboa
em 2009. A sua dissolução aconteceu no dia 30 de Junho de 2011.
5. A CEE
Encarregam Paul-Henri Spaak de chefiar um comité para apresentar propostas: este propõe
a criação da Euratom e a CEE.
Houve várias tentativas de aprofundar os tratados CEE, no sentido de criar uma União… o
paralelo com os EUA foi sempre grande. Contudo, o passo seguinte apenas se deu com o
Ato Único Europeu, em 1986.
Desde então os Tratados têm sido continuamente revistos: há quem diga que estes últimos
20 anos formam um único processo de revisão dos Tratados de Roma, até chegarmos aos
Tratados de Lisboa.
7. A União Europeia
O relatório do grupo de trabalho presidido por Jacques Delors com os governadores dos
bancos centrais propôs 3 etapas para a instituição da União Económica e Monetária. Junho
de 1988.
Porém, vários acontecimentos políticos ocorreram desde essa data até ao início dos anos
90: queda do muro Berlim, fim dos regimes comunistas, unificação alemã.
Neste tratado a CEE passa a ser CE (cai o pendor económico, fruto do alargamento a outras
competências não económicas, cultura, saúde pública, educação).
São introduzidas disposições sobre a cidadania, com possibilidade de controlo pelo TJCE.
Na Dinamarca, só após um segundo referendo (1.º em 1992 e o 2.º em 1993, curta vitória
do Sim, por 51%) é que o Tratado de Maastricht foi ratificado. O RU colocou muitos entraves
mas acabou por ratificar em 1993, Na Alemanha o Tribunal Constitucional foi chamado a
apreciar o Tratado e colocou várias limitações à ratificação.
8. O Tratado de Amsterdão – 1997 –
Essencialmente visou uma adaptação institucional face ao alargamento, que incidiu sobre a
dimensão da Comissão, sobre um novo cálculo da maioria qualificada no Conselho e sobre
uma limitada ampliação das temáticas sujeitas ao voto por maioria qualificada no Conselho.
Logo na assinatura do Tratado de Nice fica prevista (na declaração n.º 23) a criação de uma
conferência intergovernamental para rever os Tratados em 4 áreas: simplificação dos
Tratados; delimitação precisa das competências entre os EM e a EU; o estatuto da carta dos
direitos fundamentais e o papel dos parlamentos nacionais.
Este novo Tratado que se previa pretendia chamar-se «Constituição». Ora, esta palavra tem
um significado político muito importante. Só os Estados têm soberania para instituir uma
Constituição.
De tal forma que alguns EM decidiram submeter a ratificação a um referendo: este foi
negativo nos Países-Baixos e em França. Assim, este projeto foi congelado.
1. De seis a nove
O Reino-Unido e os diferendos iniciais. Recusou-se a integrar a CECA e a CED. Procurou
uma alternativa à CEE lançando a AECL – EFTA (associação europeia de comércio livre).
2. De nove a doze.
Após a queda das ditaduras. A Grécia pediu a adesão em 1975 e aderiu em 1980. Portugal
e Grécia pediram a adesão em 1977 e aderiram em 1986 (as negociações atrasaram-se
porque o RU quis discutir a sua participação no orçamento comunitário).
3. De doze a quinze
No fim dos anos 80 nasce a ideia da criação de um espaço económico europeu (EEE) que
reúna os EM da CE com os da AECL/EFTA (Áustria, Finlândia, Islândia, Liechtenstein,
Noruega Suécia e Suíça). Em 1992 é assinado o acordo do Porto.
4. De 15 a 28
LER
LER
LER
O artigo 7.º, n.ºs 1 e 2 TUE – violação dos valores da União (ou risco de violação) acarreta
sanções.
LER
Os artigos 3.º, n.º 5, 21.º, n.º 2, al. a) e 32.º, par 1, TUE – os valores na ação da UE na
cena internacional.
LER
A força jurídica dos valores da UE – a ação da EU deve ser condicionada por esses valores
– mesmo os aspetos económicos devem submeter-se aos valores da União.
A força jurídica dos valores da EU impõe-se também às próprias ordens jurídicas internas
dos EM que ficam obrigados a, internamente, respeitarem esses valores.
A – princípio da integração
A União
É um desafio cultural mas também político, porque diferentes valor e culturas podem ter
implicações jurídicas (veja-se o islamismo, como religião e as suas implicações políticas e
equacione-se uma potencial adesão da Turquia e a existência de minorias étnicas
marcantes nos novos EM)
D – princípio da preservação do património cultural, religioso e humanista da Europa
LER
Direitos fundamentais
F – Princípio da solidariedade
Solidariedade entre EM
Etc.
G – Princípio da lealdade
Todo o domínio das exceções às quatro liberdades – artigo 36.º TFUE - é um domínio de
não cooperação dentro do Capítulo 2 do Título III – cooperação aduaneira.
H – Princípio do Gradualismo
Por exemplo, na área económica evoluiu-se de uma zona de comércio livre (Benelux) para
uma união aduaneira, para um mercado comum, um mercado interno e uma união
monetária.
Preâmbulo TUE, considerandos 1 e 3, 13.º e 14.º e artigo 1.º União «cada vez mais estreita».
Toda a evolução política e, especialmente, jurídica, passa a fazer parte da ordem jurídica
dos novos EM’s.
Este princípio significa que a evolução se vai cristalizando e é irreversível para os EM que
fazem parte ou venham a fazer parte da UE
J – Princípio da democracia
L- Princípio da subsidiariedade
M – Princípio da proporcionalidade
LER
P – princípio da transparência.
R – princípio da não-discriminação
Artigo 10.º
A CIDADANIA DA UNIÃO
Não há um povo europeu; não há um Estado europeu, nem há uma federação de estados
que pudesse implicar uma dualidade de cidadanias.
Assim, os nacionais dos EM têm uma cidadania comum com os portugueses: a cidadania
europeia; isso distingue-os dos estrangeiros, que não tê cidadania comum com os
portugueses.
Os direitos de cidadania:
22.º TFUE
Limitações aí previstas.
e) Direito de petição
Artigo 20.º, n.º 2, al. d) TFUE e artigo 24.º, par 4, TFUE.
Uma nota sobre o âmbito subjetivo dos direitos para dizer que alguns deles se estendem
aos familiares dos nacionais dos EM (reagrupamento familiar) – Leia-se o artigo 45.º, n.º 2
da Carta e também os artigos 43.º e 44.º (extensão subjetiva).
(os deveres que sejam contraponto dos direitos concedidos nos Tratados e na Carta).
OS DIREITOS FUNDAMENTAIS NA UE
1969: acórdão Stauer: «respeito pelos direitos fundamentais como princípio geral de
direito.
1970: acórdão Internationale Handelgesellschaft: «a salvaguarda dos direitos
fundamentais, inspirando-se nas tradições constitucionais comuns aos Estados-
Membros, deve ser assegurada no quadro da estrutura e dos direitos objetivos da
Comunidade».
Acórdão Waschau 1989: «os direitos fundamentais fazem parte dos princípios gerais
de Direito, cujo respeito cabe ao TJCE assegurar. O Tribunal está obrigado a
inspirar-se nas (a) tradições constitucionais comuns aos EM. (b) Os instrumentos
internacionais relativos à proteção dos Direitos do Homem aos quais os EM
aderiram… podem fornecer indicações que convém tomar em conta no quadro do
Direito da [União].»
(Hoje, sobre as tradições constitucionais dos EM veja-se artigo 6.º, n.º 3 EU)
1989: Acórdão Hoechst: a CEDH como fonte muito importante no âmbito do Direito
da União.
Porém, o mesmo Tratado não conferia ao TJUE competência para fiscalizar diretamente o
respeito por este preceito… o que significava que a remissão continuava a ser feita para os
princípios gerais, para as tradições dos EM e para a CEDH ... diretamente…
O novo artigo 6.º, n.º 1, do TUE «A União assenta nos princípios da liberdade, da
democracia, do respeito pelos direitos do Homem e pelas liberdades fundamentais, bem
como do estado de Direito, princípios que são comuns aos Estados-Membros»
O artigo 46.º TUE passou a admitir a fiscalização pelo TJUE do respeito pelo n.º2 do artigo
6.º TUE.
É claro que não foi – até hoje – criada qualquer via de ação que permita aos cidadãos
da UE recorrerem para o TJUE contra o que considerem serem violações de direitos
fundamentais.
O Tratado de Amsterdão veio prever, no artigo 49.º, n.º 1, do TUE, que o respeito pelos DF’s
é condição de adesão.
Por outro lado o T. de Amsterdão veio permitir que o Conselho aplicasse a pena de
suspensão a um EM que em caso de violação grave e persistente dos princípios enunciados
no artigo 6.º, n.º 1, TUE (ou seja, … do respeito pelos direitos fundamentais).
O Tratado de Nice veio alterar a redação do artigo 7.º TUE prevendo a suspensão em caso
de risco manifesto de violação grave.
Finalmente, a revisão dos tratados que culminou no Tratado de Amsterdão acolheu direitos
sociais: remissão para a Carta Social Europeia (1961) e «Carta comunitária dos direitos
sociais fundamentais dos trabalhadores» (1989).
Contudo, a não referência a esses atos internacionais no artigo 6.º, n.º 2, impedia a sua
utilização direta na fiscalização do TJUE.
O Tratado de Amsterdão veio reforçar o 3.º pilar da União: cooperação no domínio da justiça
e dos assuntos internos: criação de um espaço de liberdade, de segurança e de justiça:
artigo 29.º TUE.
1 - Artigo 2.º - o respeito pelos direito fundamentais é um valor da União (vide supra).
O respeito pelos direitos fundamentais como valor da União projeta-se na ação externa da
União, uma vez que comanda a ação da União. (E daí?, embargos, sanções económicas a
países violadores dos direitos humanos, prioridades e preferências na política externa)
O artigo 3.º, n.º 1 e 2, TUE e o artigo 67.º do TFUE e o equilíbrio entre a segurança e a
liberdade. O problema das limitações dos direitos: o artigo 61.º, n.ºs 2 a 4 (a proteção dos
nacionais de estados terceiros e os apátridas).
A Carta não está incluída formalmente nos Tratados, mas o artigo 6.º TUE diz que esta «tem
o mesmo valor jurídico que os Tratados».
O artigo 6.º, n.º 2, diz que a UE irá aderir à CEDH … o que não aconteceu… e se afigura
difícil (processo complicado de ratificações e acordo de todos os Estados partes da CEDH
e de todos os EM da UE).
A - O conteúdo da Carta
Ou seja, a Carta só é aplicável na medida em que seja ela que confere o mais alto nível de
proteção ao direito em causa.
b) Também se aplica aos EM, mas apenas quando estes apliquem o Direito da União
(não há interferência da Carta no direito nacional… contudo, o direito nacional é cada
vez mais direito da União).
d) Todas as pessoas que estiverem sob a jurisdição dos EM. Âmbito subjetivo: a carta
reconhece direitos a todas as pessoas sujeitas à sua jurisdição e não apenas a
cidadãos da União (salvo aqueles casos em que expressamente os direitos são
reservados a cidadãos da União: 39.º, 40.º e 46.º da Carta.
Importância das Anotações à Carta (v. moodle): N.º 5 do preâmbulo, artigo 52.º, n.º 7 da
Carta e artigo 6.º, nºs 1 e 3 TUE.
Também as Anotações à carta tem o valor jurídico equivalente aos Tratados, por força da
remissão entre estes artigos.
F – O princípio do nível mais lato de proteção: artigo 53.º da Carta e também o 52.º, n.º 3,
em relação à CEDH e o n.º 4, em relação às tradições constitucionais dos EM
Contra:
A aplicação, na União, do princípio da exaustão prévia dos meios internos (antes de recorrer
para o TEDH).
Teoria da absorção da CEDH pelo direito da União.
Assim, estes argumentos seriam contra a adesão por considerarem que não é necessária
a adesão.
A favor:
Permite maior aceso à justiça pelos cidadãos; de facto, os particulares, no quadro do direito
processual da União, apenas têm o recurso de anulação dos atos das instituições (263.º
TFUE) ao qual apenas muito restritamente podem aceder. A adesão à CEDH permitia
conferir aos cidadãos maior possibilidade de atacar os atos das Instituições da União.
(são legítimas dúvidas quanto a este argumento, pois a questão dos problemas da sujeição
da EU a uma dupla jurisdição, coma possibilidade de o próprio TEDH revogar acórdãos do
TJUE parece muito complicada…)
Princípio da especialidade das atribuições (ou princípio da atribuição): artigo 5.º, n.º 1, 1ª
parte.
Artigo 3.º
a) União aduaneira;
b) Regras de concorrência;
c) Política monetária: euro:
d) Conservação dos recursos biológicos;
e) Política comercial comum;
(a PAC há muito que é considerada uma atribuição exclusiva, apesar de hoje não
ter consagração expressa)
Art. 4.º TFUE: por exclusão: são concorrentes todas as atribuições que não sejam exclusivas
nem complementares
Ler, de novo, neste contexto, o artigo 5.º TUE – remissão para Protocolo sobre
Subsidiariedade e Proporcionalidade
Atribuições complementares
Também os n.ºs 3 e 4 do artigo 4.º, pela sua redação, parece instituírem verdadeiras
competências concorrentes.
Parlamento Europeu
BASE JURÍDICA
Âmbito de aplicação
Processo
O processo legislativo ordinário segue os mesmos passos que o antigo processo de codecisão.
No entanto, a redação do TFUE sofreu alterações consideráveis, nomeadamente para salientar o papel
igual do Conselho e do Parlamento nesse processo.
a. Proposta da Comissão
Nos domínios da segurança social e da cooperação policial e judiciária em matéria penal, a proposta pode
ser submetida à apreciação do Conselho Europeu a pedido de um Estado-Membro (artigo 48.º e 82.º do
TFUE), o que suspende o processo legislativo ordinário até que o Conselho Europeu remeta a proposta
novamente para o Conselho (o mais tardar, no prazo de quatro meses).
Se o Conselho aprovar a posição do Parlamento, o ato é adotado com a redação correspondente à posição
do Parlamento.
aprovar a proposta na versão alterada pelo Conselho ou não tomar qualquer decisão; em ambos os
casos, o ato é adotado em conformidade com a redação que lhe foi dada pelo Conselho;
rejeitar a posição do Conselho por maioria absoluta dos seus deputados; o ato não é adotado e o
processo termina de imediato;
aprovar, por maioria absoluta dos seus deputados, alterações à posição do Conselho, que serão
submetidas à Comissão e ao Conselho, para parecer.
O Conselho delibera por maioria qualificada sobre as alterações do Parlamento, ou por unanimidade no
caso de as alterações terem sido objeto de um parecer negativo por parte da Comissão, e o ato é adotado
se o Conselho aprovar todas as alterações do Parlamento, o mais tardar três meses após a sua receção.
f. Conciliação
O processo cessa e o ato não é aprovado se o Comité não chegar a acordo sobre um projeto comum
dentro deste prazo.
O Conselho e o Parlamento dispõem de um prazo de seis semanas para aprovar a proposta comum. O
Conselho delibera por maioria qualificada e o Parlamento por maioria dos votos expressos.
Se uma das duas instituições não aprovar o projeto comum até ao final do prazo estabelecido, o processo
conclui-se com a não adoção do ato.
Nos últimos anos, o número de acordos em primeira leitura com base em negociações informais entre o
Conselho e o Parlamento aumentou significativamente .
B. Processo de consulta
D. Direito de iniciativa
O Tratado confere igualmente ao Parlamento um direito de iniciativa legislativa, que se
limita, contudo, à faculdade de solicitar à Comissão a apresentação de uma proposta. (artigo
225.º do TFUE).
PODERES ORÇAMENTAIS
O Tratado de Lisboa colocou o Parlamento em pé de igualdade com o Conselho no que
respeita ao processo orçamental anual, que, após esta revisão, se assemelha ao processo
legislativo ordinário.
O Parlamento Europeu continua a ser um dos dois ramos da autoridade orçamental (artigo
314.ºdo TFUE).
Por fim, o Parlamento tem de aprovar o quadro financeiro plurianual (artigo 312.º do TFUE).
O primeiro quadro deste género nos termos do Tratado de Lisboa foi aprovado em
dezembro de 2013.
Contudo, foi apenas o Tratado de Maastricht, que entrou em vigor em 1992, que subordinou
à aprovação do Parlamento a nomeação pelos Estados-Membros do Presidente e demais
membros da Comissão, enquanto órgão colegial.
Nos termos do Tratado de Lisboa, o candidato a Presidente da Comissão deve ser escolhido
tendo em consideração os resultados das eleições europeias.
B. Moção de censura
Existem disposições para moções de censura sobre as atividades da Comissão (nos termos
do agora artigo 234.º do TFUE) já desde o Tratado de Roma.
Uma moção desse género requer uma maioria de dois terços dos votos expressos,
representando uma maioria dos deputados que compõem o Parlamento.
Apenas existiram oito moções de censura desde o início: nenhuma foi aprovada, mas o
número de votos a favor da moção de censura tem aumentado de forma consistente.
C. Perguntas parlamentares
Incluem as perguntas escritas e orais, com ou sem debate (artigo 230.º do TFUE), bem como
as perguntas destinadas ao Período de Perguntas das sessões plenárias. A Comissão e o
Conselho são obrigados a dar resposta.
D. Comissões de inquérito
O Parlamento tem o direito de intentar uma ação junto do Tribunal de Justiça em caso de violação do Tratado por outra
instituição.
O Parlamento tem o direito de intervenção, ou seja, de apoiar uma das partes de um processo do Tribunal.
Este direito foi exercido no conhecido processo Isoglucose (acórdão de 29 de outubro de 1980 nos processos 138 e 139/79). No
seu acórdão, o Tribunal de Justiça anulou um regulamento do Conselho por violação da obrigação de consulta ao Parlamento.
No âmbito do recurso por omissão (artigo 265.º do TFUE), o PE pode intentar uma ação contra uma instituição no Tribunal de Justiça
por violação do Tratado.
Quanto ao recurso de anulação de um ato de outra instituição o Parlamento já não precisa de ser especificamente afetado, podendo
agora interpor um recurso nas mesmas condições que o Conselho, a Comissão e os Estados-Membros.
O Parlamento pode constituir-se parte defensora num recurso contra um ato aprovado segundo o processo de codecisão ou quando
um dos seus atos se destine a produzir efeitos jurídicos em relação a terceiros. (artigo 263.º do TFUE)
O Parlamento pode pedir o parecer prévio do Tribunal de Justiça sobre a compatibilidade de um acordo internacional com as
disposições do Tratado (artigo 218.º do TFUE).
PETIÇÕES
O CONSELHO EUROPEU
BASE JURÍDICA
Artigos 15.º, 26.º, 27.º e 42.º, n.º 2, do TUE
ANTECEDENTES
O Conselho Europeu é o herdeiro das conferências cimeiras que reuniam os chefes de
Estado ou de Governo dos Estados-Membros da União Europeia.
A primeira destas «cimeiras europeias» teve lugar em Paris, em 1961, tendo as mesmas
começado a ser realizadas com maior frequência a partir de 1969.
Foi na Cimeira Europeia de Paris, realizada em fevereiro de 1974, que se decidiu que estas
reuniões de chefes de Estado ou de Governo passariam a realizar-se periodicamente e se
intitulariam «Conselho Europeu», a fim de permitir uma abordagem global dos problemas
inerentes à construção europeia e de garantir a coesão do conjunto das atividades
comunitárias.
O Ato Único Europeu (1986) inseriu, pela primeira vez, o Conselho Europeu no dispositivo
dos Tratados comunitários, ao fixar a sua composição e a periodicidade semestral das suas
reuniões.
O Tratado de Lisboa tornou o Conselho Europeu uma instituição de pleno direito da União
Europeia (artigo 13.º do TUE).
ORGANIZAÇÃO
As suas decisões são normalmente tomadas por unanimidade; porém, as decisões relativas
a várias nomeações são tomadas por maioria qualificada (nomeadamente as do seu
Presidente, do candidato às funções de Presidente da Comissão, do Alto Representante para
os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança e do Presidente do Banco Central
Europeu).
PAPEL
No entanto, o seu papel consiste mais em impulsionar a política geral do que propriamente
em agir enquanto instância de decisão, na aceção jurídica do termo: só a título excecional é
que toma decisões com consequências jurídicas para a União, mas adquiriu alguns poderes
de decisão de natureza institucional.
O Tratado da União Europeia (artigo 7.º, n.º 2) confere ao Conselho o poder de, após
aprovação do Parlamento Europeu, acionar o processo de suspensão dos direitos de um
Estado-Membro, ao verificar a existência de uma violação grave dos princípios da União.
O Conselho Europeu toma as suas decisões com total independência e as suas decisões não
requerem geralmente a iniciativa da Comissão nem a participação do Parlamento Europeu.
O Tratado de Lisboa prevê, todavia, um vínculo orgânico à Comissão, uma vez que o seu
Presidente é membro sem direito de voto do Conselho Europeu e que o Alto Representante
para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança participa nos debates.
O artigo 15.º, n.º 6, alínea d), do TUE determina que o Presidente do Conselho Europeu deve
apresentar um relatório ao Parlamento Europeu após cada uma das reuniões do Conselho
Europeu.
O Parlamento Europeu pode também exercer uma certa influência de caráter informal
através da presença do seu Presidente nas reuniões do Conselho Europeu, da realização de
reuniões dos líderes dos partidos nas suas respetivas famílias políticas europeias para
preparar o Conselho Europeu e da adoção de resoluções sobre os pontos da ordem do dia
das reuniões, os resultados dos trabalhos e os relatórios que lhe são formalmente
transmitidos pelo Conselho.
Com a adoção do Tratado de Lisboa, o novo Alto Representante da União para os Negócios
Estrangeiros e a Política de Segurança tornar-se-á um elemento adicional a propor e
executar política externa em nome do Conselho Europeu.
Todavia, o Presidente do Conselho Europeu assegura a representação externa da União nas
matérias do âmbito da política externa e de segurança comum ao seu nível, sem prejuízo
das atribuições do Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política
de Segurança
C. Poderes
Desde 2009, a crise da dívida soberana fez com que o Conselho Europeu e as cimeiras Euro
se tornassem os principais atores na luta contra os efeitos da crise bancária mundial.
No futuro, a ajuda financeira será fornecida através do Mecanismo Europeu de Estabilidade permanente. Os governos dos Estados-
Membros, com a participação ativa da Comissão, do Parlamento e do BCE, elaboraram um tratado internacional — Tratado sobre
Estabilidade, Coordenação e Governação (também chamado «Pacto Orçamental») — que permite um controlo mais rigoroso das
políticas orçamentais e socioeconómicas dos Estados-Membros.
Nas suas áreas de competência, toma decisões deliberando por maioria simples, maioria
qualificada ou unanimidade, de acordo com a base jurídica do ato que requer a sua aprovação.
BASE JURÍDICA
No quadro institucional único da União Europeia, o Conselho exerce as atribuições que lhe foram
cometidas pelo artigo 16.º do Tratado da União Europeia (TUE) e pelos artigos 237.º a 243.º do
Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia (TFUE).
A. Legislação
Com base em propostas apresentadas pela Comissão, o Conselho adota legislação da União soba
forma de regulamentos e diretivas, quer em conjunto com o Parlamento, em conformidade com
o artigo 294.º do TFUE (processo legislativo ordinário), quer por si só, após consulta do
Parlamento. (processo legislativo especial)
O Conselho também adota decisões próprias e recomendações não vinculativas (artigo 288.º do
TFUE) e emite resoluções.
B. Orçamento
O Conselho é um dos dois ramos (o outro é o Parlamento) da autoridade orçamental que aprova
o orçamento da União.
C. Outras atribuições
1. Acordos internacionais
O Conselho celebra os acordos internacionais da União, que são negociados pela Comissão
e que, na maioria dos casos, requerem o parecer favorável do Parlamento (artigo 218.º, n.º
6, do TFUE).
2. Política económica
São aplicáveis medidas específicas aos membros do Eurogrupo, que elegem um presidente
para um mandato de dois anos e meio (artigos 136.º e 137.º do TFUE).
Por norma, os ministros das finanças do Eurogrupo reúnem-se na véspera da reunião do
Conselho «Assuntos Económicos e Financeiros».
O artigo 136.º do TFUE foi alterado pela Decisão 2011/199/UE do Conselho Europeu e
entrou em vigor em 1 de maio de 2013, após a ratificação de todos os Estados-Membros.
Presentemente, constitui a base jurídica para mecanismos de estabilidade como o MEE
ORGANIZAÇÃO
A. Composição
1.Membros
A ordem das presidências nos próximos seis anos é a seguinte: a Itália a partir de julho de
2014,a Letónia e o Luxemburgo em 2015, os Países Baixos e a Eslováquia em 2016, Malta e
o Reino Unido em 2017, a Estónia e a Bulgária em 2018, a Áustria e a Roménia em 2019 e a
Finlândia no primeiro semestre de 2020.
O Conselho Europeu pode alterar a ordem das presidências (artigo 236.º, alínea b), do
TFUE).
B. Funcionamento
Consoante a matéria em causa, o Conselho delibera por maioria simples, por maioria
qualificada ou por unanimidade.
1.Maioria simples
Este tipo de maioria significa que, para que uma decisão seja tomada, basta que recolha
mais votos a favor do que contra. Cada membro do Conselho dispõe de um voto. A regra da
maioria simples aplica-se sempre que o Tratado não disponha em contrário (artigo 238.º,
n.º 1, do TFUE).
2.Maioria qualificada
a. Mecanismo
Em muitos casos, o Tratado exige que as decisões sejam tomadas por maioria qualificada, o
que requer mais votos do que uma maioria simples. Não existe, nestes casos, igualdade no
direito de voto. Cada país dispõe de um determinado número de votos atribuído de acordo
com a respetiva população (artigo 238.º do TFUE). Em 1 de janeiro de 2007 foi introduzida
uma nova ponderação de votos nos termos da qual a maioria qualificada só é atingida se a
decisão:
Se uma proposta não tiver sido apresentada pela Comissão ou pelo Alto Representante, a
maioria qualificada corresponde a, pelo menos, 72 % dos membros do Conselho,
representando Estados-Membros que reúnam, no mínimo, 65 % da população da União.
O Tratado de Lisboa abandona o sistema de ponderação dos votos e segue uma simples
regra de dupla maioria (55 % dos membros do Conselho, percentagem que deve incluir,
pelo menos, quinze desses membros, os quais devem representar, pelo menos, 65 % da
população da União).
Este novo sistema só entrará em vigor em 1 de novembro de 2014. No entanto, qualquer
membro do Conselho pode solicitar que o sistema em vigor seja prorrogado até 31 de março
de 2017. [VER PROTOCOLO DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS]
b. Âmbito de aplicação
O Tratado de Lisboa ampliou mais uma vez o âmbito de aplicação do processo de decisão
com base na votação por maioria qualificada (VMQ).
3.Unanimidade
O artigo 48.º, n.º 7, do TUE prevê uma cláusula «ponte» que permite ao Conselho substituir
a regra da unanimidade pela da maioria qualificada quando delibera sobre domínios
específicos.
Além disso, para certas políticas, o Conselho pode decidir (por unanimidade) alargar o
recurso à VMQ (por exemplo, artigo 81.º, n.º 3, do TFUE, sobre as medidas relativas ao
direito da família que tenham incidência transfronteiriça).
De um modo geral, o Conselho procura alcançar a unanimidade, mesmo quando ela não é
exigida.
COREPER
Cada EM tem uma representação permanente – em ligação direta com o Governo nacional.
Artigo 18.º - UE
O cargo de Alto Representante baseia-se nos artigos 18.o e 27.o do Tratado da União
Europeia. O Tratado de Amesterdão de 1999 criou o cargo, apesar de as
responsabilidades em questões de políticas externas serem partilhadas com o
comissário europeu para as relações externas.
Competência
O Alto Representante contribui para o desenvolvimento da PESC apresentando
propostas ao Conselho da União Europeia e ao Conselho Europeu.
O Alto Representante é apoiado na condução das suas funções pelo Serviço Europeu
para a Ação Externa (SEAE). O SEAE foi criado pelo Tratado de Lisboa e baseia-se no
artigo 27.o do Tratado da União Europeia. É composto por funcionários do Secretariado-
Geral do Conselho e da Comissão, assim como por pessoal destacado pelos serviços
diplomáticos dos países da UE.
Poderes implícitos: regra de que «quem pode o mais pode o menos» ou seja, numa
competência expressa estão incluídos implicitamente os poderes instrumentais para o
desenvolvimento dos poderes principais. São poderes necessários para o
desenvolvimento das competências atribuídas expressamente.
Poderes novos criados ao abrigo do artigo 352.º TFUE: não se trata de criar novas
atribuições (outras áreas de atuação) nem novos objetivos (de atuação) mas apenas
novos poderes.
a) fontes primárias,
b) fontes derivadas
o Tratado da UE e
(tal como os dois tratados principais, o Tratado que institui a Comunidade Europeia da
Energia Atómica (Euratom) continua em vigor enquanto tratado distinto).
a) os tratados modificativos da UE
As fontes derivadas são constituídas por elementos do direito baseado nos tratados.
Tanto o direito derivado unilateral como o direito convencional fazem parte do direito
derivado.
As fontes subsidiárias são formadas por elementos do direito que os tratados não
prevêem.
a) jurisprudência do Tribunal de Justiça
b) direito internacional e
Os princípios gerais de direito são fontes não escritas que permitiram que o Tribunal de
Justiça fixasse regras em diversos domínios relativamente aos quais os tratados nada
prevêem.
Os artigos 289.º, 290.º e 291.º do TFUE estabelecem uma hierarquia das normas de
direito derivado, entre atos legislativos, atos delegados e atos de execução.
São definidos como atos legislativos todos os atos jurídicos adotados através de um
processo legislativo, ordinário ou especial. (Ler artigo 289.º)
Em contrapartida, os atos delegados são atos não legislativos de âmbito geral que
completam ou alteram certos elementos não essenciais do ato legislativo.
(Ler artigo 290.º TFUE)
O ato legislativo define os objetivos, o conteúdo, o âmbito de aplicação e o período de
vigência da delegação de poderes e, se for caso disso, os processos de urgência.
Além disso, o legislador (PE e Conselho) estabelece as condições a que a delegação fica
sujeita, que podem consistir, por um lado, no direito de revogação da delegação e, por
outro, no direito de formular objeções.
Os atos de execução são geralmente adotados pela Comissão, a qual está habilitada
para o efeito nos casos em que os atos juridicamente vinculativos requeiram condições
uniformes de execução. (Ler artigo 291.º)
1 - Regulamento
2 - Diretiva
a) a transposição para o direito interno não tenha sido efetuada ou o tenha sido
incorretamente;
Mesmo que o disposto na diretiva em questão não confira direitos aos particulares e
que, em consequência, apenas estejam reunidas a primeira e segunda condições, as
autoridades dos Estados-Membros têm de ter em conta as disposições da diretiva não
transposta.
Em contrapartida, um particular não pode invocar contra outro particular (efeito dito
«horizontal») o efeito direto de uma diretiva não transposta (vide processo Faccini Dori,
C-91/92, Coletânea da Jurisprudência, p. I-3325 et seq., ponto 25).
A não transposição (ou transposição deficiente) das diretivas e a responsabilidade
extracontratual dos EM:
b) o conteúdo dos direitos possa ser identificado com base nas disposições da diretiva;
Não é, pois, necessário demonstrar que o Estado-Membro cometeu uma infração para
que exista responsabilidade.
Um particular só pode invocar direitos concedidos por uma decisão dirigida a um Estado-
Membro se este tiver adotado um ato de transposição.
As decisões podem ser diretamente aplicáveis nas mesmas condições que as diretivas.