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PEDIDO DE REVISÃO DE LANÇAMENTO

AVISO DE COBRANÇA FAZENDÁRIA (ACF) / NOTIFICAÇÃO DE LANÇAMENTO (NL)

01. IDENTIFICAÇÃO DO CONTRIBUINTE


NOME / RAZÃO SOCIAL INSCRIÇÃO ESTADUAL

LOGRADOURO (rua, avenida, praça, etc.)

NÚMERO COMPLEMENTO (apto, sala, bloco etc.) DDD TELEFONE

BAIRRO OU DISTRITO CEP MUNICÍPIO: UF

02. Número do ACF / NL xxxxxxx Data de emissão xxxxxxx Valor do crédito tributário R$ xxxxxxx

Código Verificador xxxxxxx Unidade lançadora XXXXXX

Obs: o pedido de revisão do lançamento deverá ser de uma só vez, alegando toda matéria que entender necessária, e juntando, desde
logo, a prova pré-constituída. (art. 570-B do RICMS/MT).

03. DÉBITO IMPUGNADO:


PERÍODO DE VALOR DO CREDITO MOTIVO DA SOLICITAÇÃO:
NÚMERO DA
REFERÊNCIA IMPUGNAÇÃO:
NOTA FISCAL
OBS: Anexar documentação comprobatória

NULIDADE E INSUBSISTÊNCIA DA NL
XXXXXXXXXX

VALOR TOTAL IMPUGNADO R$ XXXXXX


O contribuinte acima identificado vem, respeitosamente, no prazo legal, com amparo no que dispõem os
arts. 570-B e 570-C do RICMS/MT , apresentar sua impugnação, pelos motivos de fato e de direito que se
seguem:
I - OS FATOS:
Descrição dos motivos de fato, de forma minuciosa e clara. Deverão ser descritos aqueles importantes
para a solução do conflito.

Na data de XXXXX , o Agente de Tributos Estaduais Autuante, Sr. XXXXXX ,


Matrícula XXXXXX, lavrou a Notificação de Lançamento 464071/693/11/2012 em desfavor da
impugnante, constituindo, por consequência, um crédito tributário no valor de RXXXXXX
Essa autuação fiscal, saliente-se, decorreu do seguinte fato:

“Após levantamento de informações constantes na Base de Dados do Sistema


de Notas Fiscais da SEFAZ-MT e análise dos documentos e informações prestados pelo
contribuinte, identificou-se a saída de mercadorias do Estado de Mato Grosso acompanhadas
de Nota Fiscal Eletrônica sem registro de passagem nos postos fiscais de saída do Estado e
com registro de passagem em postos fiscais de outros Estados, configurando, assim, o
descumprimento de obrigação acessória de efetuar parada em Posto de Fiscalização de Mato
Grosso para fins de registro de passagem.”

Segundo a notificação de lançamento em questão, não se procedeu ao registro


de passagem das XXXXX

Em razão desse contexto fático, a impugnante supostamente teria infringido o


art. 17, XIV, da Lei n. 7.098/98, sendo-lhe cominada, consequentemente, a penalidade
descrita no art. 45, IV, alínea “L”, deste mesmo diploma legal.

Contudo, ilustre Fiscal Julgador, como restará demonstrado adiante, outra sorte
não merece a autuação fiscal em questão senão ser decretada nula ou, não sendo este o
entendimento, ser julgada insubsistente, devendo o crédito tributário dela decorrente, via de
consequência, ser extinto, conforme enunciado prescritivo contido no art. 156, IX, do CTN.
II -
O
DIREITO
Descrição do direito em que se fundamenta, o enquadramento legal os pontos de discordância e as razões e
provas que possuir (anexá-las).

Inicialmente, requer-se que o crédito tributário instrumentalizado por meio da


Notificação de Lançamento 464071/693/11/2012 tenha a sua exigibilidade suspensa, nos
termos do disposto no art. 151, III, do CTN.

Muito bem, consoante já dito anteriormente, a notificação de lançamento em


debate deve ser decretada NULA ou, não sendo este o entendimento, ser julgada
INSUBSISTENTE, senão vejamos.

Primeiramente, à guisa de introdução, façamos, uma ligeira retrospectiva fática.

Pelo que emerge da autuação fiscal, a impugnante supostamente teria infringido


o art. 17, XIV, da Lei n. 7.098/98, sendo-lhe cominada, consequentemente, a penalidade
descrita no art. 45, IV, alínea “L”, deste mesmo diploma legal. Vejamos, por oportuno, o que
estabelece cada um desses dispositivos legais.

Em relação à infração, prescreve o art. 17, XIV, da Lei 7.098/98, ad verbum:

“Art. 17 São obrigações do contribuinte:


(...)
XIV - apresentar, em todas as Unidades Operativas de
Fiscalização/Postos Fiscais por onde transitar a mercadoria, a
documentação fiscal respectiva, para aposição do carimbo e visto
do servidor competente, ou, quando for o caso, para retenção de
uma de suas vias;”

Já no que tange à penalidade, o art. 45, IV, alínea “L” da Lei 7.098/98 estabelece
que:

“Art. 45 O descumprimento das obrigações principal e acessórias,


instituídas pela legislação do imposto, fica sujeito às seguintes
penalidades:
(...)
IV - infrações relativas a documentos fiscais e impressos fiscais,
quando apuradas através de levantamento ou ação fiscal:
(...)
L) falta de visto ou de aposição de carimbo, quando exigido, em
documento fiscal – multa equivalente a 5% (cinco por cento) do
valor da operação.”

Superada essa digressão, adentremos, então, nos assuntos que interessam ao


presente Pedido de Revisão de Lançamento.

I – PRELIMINARMENTE – DA NULIDADE DA NOTIFICAÇÃO DE


LANÇAMENTO XXXXXX

Conspícuo Fiscal Julgador, a NL 464071/693/11/2012, sem dúvida nenhuma,


padece de nulidade.

Primeiro, porque a infração descrita na autuação fiscal em debate (item 1 da


NL) não corresponde ao dispositivo legal indicado como violado (item 4 da NL) e à
penalidade infligida (item 5), o que é inadmissível.

Na descrição fática daquela NL foi noticiado o descumprimento da obrigação


acessória de “... efetuar parada em Posto de Fiscalização de Mato Grosso para fins de
registro de passagem.”

Já o dispositivo indicado como violado foi o art. 17, XIV, da Lei 7.098/98, que,
como visto precedentemente, cuida da obrigatoriedade de – verbis: “apresentar, em todas as
Unidades Operativas de Fiscalização/Postos Fiscais por onde transitar a mercadoria, a
documentação fiscal respectiva, para aposição do carimbo e visto do servidor competente, ou,
quando for o caso, para retenção de uma de suas vias;”

E a penalidade descrita no art. 45, IV, alínea “L”, da Lei 7.098/98, cuida da multa
por ausência de carimbo ou visto em documento fiscal.

Sem embargo da repetição, de um lado, tem-se a descrição da falta de parada


em Posto Fiscal de MT para fins de registro de passagem; e, de outro lado, a indicação de
dispositivos legais que cuidam da obrigação de apresentar documentação fiscal para fins de
aposição do carimbo e visto do servidor competente, ou, quando for o caso, para retenção de
umas suas vias, bem como da multa em caso da ausência de visto ou carimbo em documento
fiscal.

Não é preciso um ingente esforço para perceber que a infração descrita na NL


não corresponde ao dispositivo legal indicado como violado e à penalidade cominada.

Com efeito, afigura-se nula a NL com indicação de dispositivo legal inaplicável à


hipótese em discussão. A autuação, nessa circunstância, fere a segurança jurídica e a
verdade material, comprometendo, ainda, o pleno exercício da ampla defesa e do
contraditório.

Sobre o assunto, confira-se o seguinte precedente:

“ADMINISTRATIVO. AMBIENTAL. COMPRA DE PÁSSARO


SILVESTRE. AUTO DE INFRAÇÃO. FUNDAMENTO LEGAL
INAPLICÁVEL. RECONHECIMENTO PELA CORTE DE ORIGEM.
NULIDADE INSANÁVEL DO ATO ADMINISTRATIVO.
1. O auto de infração constitui ato administrativo punitivo
decorrente do exercício do poder de polícia da Administração
Pública.
2. A prática de tal ato administrativo, como decorrência lógica
das exigências do ordenamento jurídico, submete-se ao
império do postulado da legalidade.
3. Se o auto de infração é fundado em dispositivo legal
inaplicável ao caso concreto, como reconhecido pelo Tribunal
de origem, é vedado a esta Corte, ainda que inspirada no
aforismo de que o juiz conhece o direito, substituir o
fundamento legal aposto no auto de infração, fazendo as vezes
da autoridade administrativa.
4. Nulidade plena e insanável do ato administrativo.
Agravo regimental improvido”.
(STJ – 2ª Turma, AgRg no REsp 1048353/SP, Min. Humberto
Martins, J. 19/10/2010, DJe 27/10/2010) – negritei.

Segundo, porque o Fiscal autuante, inadvertidamente, criou uma infração não


prevista em lei, o que se afigura ilegal.

Ora, a infração pelo descumprimento da obrigação acessória de efetuar parada


em Posto de Fiscalização de Mato Grosso para fins de registro de passagem NÃO está
prevista na Lei 7.098/98, o que vai de encontro ao princípio da legalidade tributária.

Sobre esse princípio, assim leciona o Prof. Luciano Amaro:

“O conteúdo do princípio da legalidade tributária vai além da simples


autorização do Legislativo para que o Estado cobre tal ou qual
tributo. É mister que a lei defina in abstrato todos os aspectos
relevantes para que, in concreto, se possa determinar quem terá de
pagar, quanto, a quem, à vista de que fatos ou circunstâncias. A lei
deve esgotar, como preceito geral e abstrato, os dados necessários
à identificação do fato gerador da obrigação tributária e à
quantificação do tributo, sem que restem à autoridade poderes para,
discricionariamente, determinar se ‘A’ irá ou não pagar tributo, em
face de determinada situação. Os critérios que definirão se ‘A” deve
ou não contribuir, ou que montante estará obrigado a recolher,
devem figurar na lei e não no juízo de conveniência ou oportunidade
do administrador público.
Em suma, a legalidade tributária não se conforma com a mera
autorização de lei para cobrança de tributos; requer-se que a própria
lei defina todos os aspectos pertinentes ao fato gerador, necessários
à quantificação do tributo devido em cada situação concreta que
venha a espelhar a situação hipotética descrita na lei.
A legalidade tributária implica, por conseguinte, não a simples
preeminência da lei, mas a reserva absoluta de lei, vale dizer, ‘a
necessidade de que toda a conduta da Administração tenha o seu
fundamento positivo na lei, ou, por outras palavras, que a lei seja o
pressuposto necessário e indispensável de toda a atividade
administrativa’, como anota Alberto Xavier.” (AMARO, Luciano.
Direito tributário brasileiro. 10. ed. atual. São Paulo: Saraiva,
2004.)

A criação de infração não prevista na legislação tributária viola, ainda, o princípio


da tipicidade cerrada que, segundo o magistério do Prof. José Eduardo Soares de Melo, in
verbis:

“... tem como caracteres a observância de numerus clausus


(vedando a utilização de analogia e a criação de novas situações
tributáveis), taxatividade (enumeração exaustiva dos elementos
necessários à tributação), exclusivismo (elementos suficientes) e
determinação (conteúdo da decisão rigorosamente prevista em lei),
na temática de Alberto Xavier.
A tipicidade cerrada funda-se na premissa de que o legislador
contempla todos os elementos da hipótese de incidência tributária
relativos à obrigação principal (credor, devedor, materialidade, base
de cálculo, alíquota, momento e local da ocorrência do denominado
fato gerador), e aos deveres instrumentais (notas e livros fiscais,
informações). Significa a completude do sistema jurídico,
prestigiando-se os princípios da segurança e da certeza do direito.”
(MELO, José Eduardo Soares de. Curso de direito tributário. 9.
ed. São Paulo: Dialética, 2010, p. 19)

O princípio da tipicidade cerrada, vale a pena pontuar, veda que o aplicador da lei
se valha de interpretação extensiva ou de analogia, que são incompatíveis com a taxatividade
e determinação das hipóteses tributárias.

Isso significa dizer que não poderia o Fiscal Autuante ter estendido o alcance do
art. 17, XIV, da Lei 7.098/98, que, insista-se, cuida da obrigação de apresentar documentação
fiscal para fins de aposição do carimbo e visto do servidor competente, ou, quando for o caso,
para retenção de umas suas vias, para abranger, também, a hipótese de parada em Posto de
Fiscalização de Mato Grosso para fins de registro de passagem.
Como se sabe, a instrumentalização e formalização do crédito tributário constitui
atividade administrativa vinculada, nos termos do art. 142, parágrafo único, do CTN. Vale
dizer: enquanto ao particular é dado fazer tudo o que não está proibido, ao administrador
público somente é permitido fazer o que está previsto na lei.

Na espécie, a conduta do Fiscal Autuante, além de abusiva, transgride,


inquestionavelmente, os princípios da legalidade e da impessoalidade previstos no art. 37,
caput, da CF/88.

Não bastasse a CF/88, a autuação fiscal em discussão vilipendia o art. 97, V, do


Código Tributário Nacional, que estabelece:

“Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:


(...)
V – a cominação de penalidades para as ações ou omissões
contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela
definidas;”

Com efeito, é nula a autuação fiscal que contém infração não prevista na
legislação.

Nesse sentido, mutatis mutandis (mudando o que tem que ser mudado), confira-
se o seguinte julgado:

“TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. DESEMBARAÇO


ADUANEIRO. ATO DECLARATÓRIO. FIXAÇÃO DE PENA NÃO
PREVISTA EM LEI. NULIDADE.
1. Está assente na jurisprudência o entendimento de que
somente a lei, em sentido formal e material, pode descrever
infração e impor penalidades.
2. O Ato Declaratório n. 02/96 do Superintendente da Receita
Federal, que proibiu a impetrante de efetuar transporte de
mercadorias no território nacional por 30 dias, é nulo, por fixar
penalidade não prevista em lei.
3. Apelação da Fazenda e remessa oficial improvidas. Sentença
mantida.” (AMS 6783 PA 0006783-14.1998.4.01.0000, TRF 1ª
Região, 8ª Turma, Rel. Des. Federal Leomar Barros Amorim de
Sousa, 18/06/2010 e-DJF1 p. 464) – negritado.

Doutra quadra, saliente-se, uma vez contaminada a higidez da autuação, a


exigência do crédito tributário decorrente da NL em debate importará num odioso e
inadmissível confisco.

Deve, pois, ser decretada a nulidade a NL 464071/693/11/2012, devendo o crédito


tributário dela decorrente, via de consequência, ser extinto, conforme enunciado prescritivo
contido no art. 156, IX, do CTN.

II – NO MÉRITO

Ultrapassada a preliminar acima, adentremos, então, por amor ao debate, no


mérito deste Pedido de Revisão de Lançamento.

A NL 464071/693/11/2012 deve ser julgada INSUBSISTENTE.

E isso porque, no caso concreto, nenhum prejuízo foi ocasionado ao Fisco


Estadual. Explica-se.

Desde 01/04/2008 a impugnante está credenciada de ofício como emissor de


NF-e.

A Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) foi instituída por meio do Ajuste SINIEF n. 07/05
para ser utilizada em substituição à Nota Fiscal modelo 1 ou 1-A, pelos contribuintes do IPI ou
do ICMS. Aquele documento fiscal é emitido e armazenado eletronicamente e foi criado com o
objetivo de desburocratizar as relações de compra e venda, simplificar as obrigações
acessórias dos contribuintes e facilitar o controle do Fisco, eliminando o papel, sendo, pois,
representativa de verdadeira vanguarda fiscal.
A NF-e é, averbe-se, um verdadeiro instrumento de fiscalização, pois possibilita
que o Fisco verifique a regularidade das operações mercantis, tudo no interesse da
arrecadação ou da fiscalização dos tributos, conforme inteligência do art. 113, § 2º, CTN.

E nessa linha de intelecção, ressalte-se, as informações prestadas, por meio


eletrônico ou magnético, à SEFAZ/MT, pelo contribuinte ou, em seu nome, por terceiro por ele
credenciado junto à mesma, ou os dados e informações contidos nos bancos de dados da
SEFAZ/MT, bem como as informações constantes de documentos gerados por sistemas,
programas ou aplicativos, decorrentes de processamento eletrônico de dados, presumem-se
verdadeiros, conforme disposto nos arts. 17-B e 17-D da Lei 7.098/98.

Na espécie, os documentos fiscais emitidos pela impugnante e objetos da NL


debatida são todos eletrônicos, conforme se vê das cópias em anexo.

O Fisco mato-grossense teve acesso a essas operações, conforme evidencia o


próprio Anexo I da NL.

Então, indaga-se: qual foi o prejuízo?

Nenhum!

Se não houve prejuízo, a NL deve ser julgada insubsistente, pois não é razoável
e proporcional que a impugnante seja penalizada nessa situação.

Sobre a razoabilidade e proporcionalidade, Hely Lopes Meirelles pontua:

“2.3.4 Razoabilidade e proporcionalidade – Implícito na


Constituição Federal e explícito, por exemplo, na Carta Paulista,
art. 111, o princípio da razoabilidade ganha, dia a dia, força e
relevância no estudo do Direito Administrativo e no exame da
atividade administrativa.
Sem dúvida, pode ser chamado de princípio da proibição de
excesso, que, em última análise, objetiva aferir a compatibilidade
entre os meios e os fins, de modo a evitar restrições
desnecessárias ou abusivas por parte da Administração Pública,
com lesão aos direitos fundamentais. Como se percebe, parece-
nos que a razoabilidade envolve a proporcionalidade, e vice-versa.”
(MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 32.
Ed. São Paulo: Malheiros, 2006, p. 92/93)

Ainda sobre o assunto, destaque-se o seguinte julgado:

“EMENTA.TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA DE PESSOA


FÍSICA. PREENCHIMENTO INCORRETO DA DECLARAÇÃO.
MULTA POR DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO
ACESSÓRIA. INAPLICABILIDADE. PREJUÍZO DO FISCO.
INEXISTÊNCIA. PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE.
1. A sanção tributária, à semelhança das demais sanções impostas
pelo Estado, é informada pelos princípios congruentes da
legalidade e da razoabilidade.
2. A atuação da Administração Pública deve seguir os parâmetros
da razoabilidade e da proporcionalidade, que censuram o ato
administrativo que não guarde uma proporção adequada entre os
meios que emprega e o fim que a lei almeja alcançar.
3. A razoabilidade encontra ressonância na ajustabilidade da
providência administrativa consoante o consenso social acerca do
que é usual e sensato. Razoável é conceito que se infere a
contrario sensu; vale dizer, escapa à razoabilidade ‘aquilo que não
pode ser’.
A proporcionalidade, como uma das facetas da razoabilidade revela
que nem todos os meios justificam os fins. Os meios conducentes à
consecução das finalidades, quando exorbitantes, superam a
proporcionalidade, porquanto medidas imoderadas em confronto
com o resultado almejado.
4. À luz dessa premissa, é lícito afirmar-se que a declaração
efetuada de forma incorreta não equivale à ausência de
informação, restando incontroverso, na instância ordinária, que o
contribuinte olvidou-se em discriminar os pagamentos efetuados às
pessoas físicas e às pessoas jurídicas, sem, contudo, deixar de
declarar as despesas efetuadas com os aludidos pagamentos.
5. Deveras, não obstante a irritualidade, não sobejou qualquer
prejuízo para o Fisco, consoante reconhecido pelo mesmo,
porquanto implementada a exação devida no seu quantum
adequado.
6. In casu, ‘a conduta do autor que motivou a autuação do Fisco foi
o lançamento, em sua declaração do imposto de renda, dos valores
referentes aos honorários advocatícios pagos, no campo Livro-
Caixa, quando o correto seria especificá-los, um a um, no campo
Relação de Doações e Pagamentos Efetuados, de acordo com o
previsto no artigo 13 e parágrafos 1º, a e b, e 2º, do Decreto-Lei nº
2.396/87. Da análise dos autos, verifica-se que o autor realmente
lançou as despesas do ano-base de 1995, exercício 1996, no
campo Livro-Caixa de sua Declaração de Imposto de Renda
Pessoa Física. Porém, deixou de discriminar os pagamentos
efetuados a essas pessoas no campo próprio de sua Declaração
de Ajuste do IRPF (fl. 101)’ (fls. 122/123).
7. Desta sorte, assente na instância ordinária que o erro no
preenchimento da declaração não implicou na alteração da
base de cálculo do imposto de renda devido pelo contribuinte,
nem resultou em prejuízos aos cofres públicos, depreende-se
a ausência de razoabilidade na cobrança da multa de 20%,
prevista no § 2º, do Decreto-Lei 2.396/87.
8. Aplicação analógica do entendimento perfilhado no seguinte
precedente desta Corte: ‘TRIBUTÁRIO – IMPORTAÇÃO – GUIA
DE IMPORTAÇÃO – ERRO DE PREENCHIMENTO E
POSTERIOR CORREÇÃO – MULTA INDEVIDA.
1. A legislação tributária é rigorosa quanto à observância das
obrigações acessórias, impondo multa quando o importador
classifica erroneamente a mercadoria na guia própria.
2. A par da legislação sancionadora (art. 44, I, da Lei 9.430/96 e
art. 526, II, do Decreto 91.030/85), a própria receita preconiza a
dispensa da multa, quando não tenha havido intenção de lesar o
Fisco, estando a mercadoria corretamente descrita, com o só
equívoco de sua classificação (Atos Declaratórios Normativos Cosit
nºs 10 e 12 de 1997).
3. Recurso especial improvido.’ (REsp 660682/PE, Relatora
Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, DJ de 10.05.2006) 9.
Recurso especial provido, invertendo-se os ônus sucumbenciais.”
(REsp 728.999/PR, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA,
julgado em 12/09/2006, DJ 26/10/2006 p. 229) – grifado.

Ainda referente à matéria controvertida, leciona, com propriedade, José Eduardo


Soares de Melo, verbis:

“(...) A importância dessa mera acessoriedade é patente na


medida em que a infringência aos termos legais pode nem
mesmo tipificar crime contra a ordem tributária, e até mesmo
possibilitar relevação de penalidade pelo órgão julgador,
diante da inexistência de efetivo dano ao Erário.” (MELO, José
Eduardo Soares de. Curso de Direito Tributário. 9. ed. São Paulo:
Dialética, 2010, p. 248) – negritado.

Não bastasse isso, saliente-se, a impugnante não agiu com manifesta má-fé,
motivo pelo qual não que há se falar em aplicação de multa por descumprimento de obrigação
acessória no caso em julgamento. A propósito:

“EMENTA. TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA.


EQUÍVOCO NO PREENCHIMENTO DO FORMULÁRIO DE
AJUSTE SIMPLIFICADO. ART. 136 DO CTN. INFRAÇÃO
TRIBUTÁRIA. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO AGENTE.
BOA-FÉ DO CONTRIBUINTE E INEXISTÊNCIA DE DANO OU DE
INTENÇÃO DE O PROVOCAR RECONHECIDAS PELO
TRIBUNAL DE ORIGEM. JULGAMENTO BALIZADO PELA
EQÜIDADE E PELO PRINCÍPIO IN DUBIO PRO CONTRIBUINTE.
AFASTAMENTO DA MULTA.
I - Apesar da norma tributária expressamente revelar ser objetiva a
responsabilidade do contribuinte ao cometer um ilícito fiscal (art.
136 do CTN), sua hermenêutica admite temperamentos, tendo em
vista que os arts. 108, IV e 112 do CTN permitem a aplicação da
eqüidade e a interpretação da lei tributária segundo o princípio do
in dubio pro contribuinte. Precedente: REsp nº 494.080/RJ, Rel.
Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJ de 16/11/2004.
II - In casu, o Colegiado a quo, além de expressamente haver
reconhecido a boa-fé do contribuinte, sinalizou a inexistência
de qualquer dano ao Erário ou mesmo de intenção de o
provocar, perfazendo-se, assim, suporte fáctico-jurídico
suficiente a se fazerem aplicar os temperamentos de
interpretação da norma tributária antes referidos.
III - Ademais, apenas a título de registro, tal entendimento do
Sodalício de origem, como cediço, não comportaria revisão por
parte desta Corte Superior em face do óbice sumular nº 7 deste
STJ.
IV - Recurso especial desprovido.” (REsp 699700/RS, Rel. Ministro
FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRA TURMA, julgado em
21.06.2005, DJ 03.10.2005 p. 140) – destacado.

Se no caso não houve o comprometimento na arrecadação e na fiscalização do


ICMS, não há falar-se no descumprimento de obrigação acessória.

De tudo resulta que deve ser julgada INSUBSISTENTE a NL


464071/693/11/2012.

III - DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer-se, inicialmente, que o presente Pedido de Revisão de


Lançamento seja conhecido, suspendendo-se, por conseguinte, a exigibilidade do suposto
crédito tributário apurado, segundo inteligência do art. 151, III, do CTN, e, ainda, o seguinte:

(i) Preliminarmente, que seja DECRETADA a NULIDADE da NL XXXXX


(ii) Não sendo este o entendimento, o que se admite apenas por
argumentação, que, no mérito, então, seja JULGADA TOTALMENTE
INSUBSISTENTE a XXXXX.

À vista de todo exposto, espera e requer a impugnante seja acolhida a presente impugnação para o fim de
assim ser decidido, cancelando-se o débito fiscal reclamado.
Declara a requerente ser autêntica e verdadeira a documentação apresentada.

NESTES TERMOS,
PEDE DEFERIMENTO.

IMPORTANTE:
A) TODOS OS CAMPOS ACIMA DEVERÃO SER DEVIDAMENTE PREENCHIDOS, SOB PENA DE RECUSA
DO REQUERIMENTO;
B) O PEDIDO DEVERÁ SER ACOMPANHADO DA REPODUÇÃO DIGITAL DOS DOCUMENTOS DESTE
PEDIDO, SOB PENA DE INDEFERIMENTO;

RELAÇÃO DOS DOCUMENTOS QUE INSTRUEM ESTE PEDIDO DE REVISÃO DE


LANÇAMENTO:

1. Última alteração do contrato social;


2. CNPJ;
3. IE;
4. Procuração;
5. Notificação de Lançamento XXXXX;
6. Cópias das NF-es NF-es XXXX

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