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Direito Do Trabalho - Aula 04


Rafael Tonassi

DAS ATIVIDADES INSALUBRES E PERIGOSAS sa, não podendo receber os dois cumulativamente
Das atividades insalubres (art. 193, § 2.o, da CLT).
Impende destacar que o direito do empregado ao
São consideradas atividades ou operações insalu- adicional de insa- lubridade ou de periculosidade
bres aquelas que, por sua natureza, condições ou cessará com a eliminação do risco à sua saúde ou
métodos de trabalho, exponham os empregados a integridade física (art. 194 da CLT), não havendo
agentes nocivos à saúde, acima dos limites de que se falar em direito adquirido, conforme enten-
tolerância fixados em razão da natureza e da inten- dimento materializado no TST, por meio da Súmu-
sidade do agente e do tempo de exposição aos la 248, in verbis:
seus efeitos (art. 189 da CLT). “S. 248/TST – Adicional de insalubridade – Direito
O quadro de atividades e operações insalubres será adquirido. A reclas- sificação ou a descaracteriza-
aprovado pelo Minis- tério do Trabalho, o qual ado- ção da insalubridade, por ato da autoridade compe-
tará normas sobre os critérios de caracterização da tente, repercute na satisfação do respectivo adicio-
insalubridade, os limites de tolerância aos agentes nal, sem ofensa a direito adquirido ou ao princípio
agressivos, meios de proteção e o tempo máximo da irredutibilidade salarial”.
de exposição do empregado a esses agentes (art.
190 da CLT). Caso o empregado seja removido do setor ou pas-
se a laborar em outro estabelecimento, perderá o
Portanto, para se configurar a existência do direito direito ao adicional de insalubridade.
ao adicional de insalubridade não basta a perícia A verificação por meio de perícia a respeito da
constatar que o ambiente de trabalho é agressi- prestação de serviços em condições nocivas à
vo à saúde do empregado, sendo indispensável o saúde do empregado, considerando agente insa-
enquadramento da atividade ou operação entre as lubre diverso do apontado na inicial, não prejudica
insalubres pelo Ministério do Trabalho, conforme o pedido de adicional de insalubridade (Súmula
menciona a Súmula 460 do STF. 293 do TST).
A eliminação ou a neutralização da insalubridade Os efeitos pecuniários decorrentes do trabalho em
ocorrerá com a adoção de medidas que conservem condições de insa- lubridade ou periculosidade
o ambiente de trabalho dentro dos limites de tole- serão devidos a contar da data da inclusão da res-
rância e com a utilização de equipamentos de pro- pectiva atividade nos quadros aprovados pelo Mi-
teção individual ao trabalhador, que diminuam a nistério do Trabalho, conforme preceitua o art. 196
intensidade do agente agressivo a limites de tole- consolidado.
rância (art. 191 da CLT). Frise-se que o art. 7.o, inciso XXXIII, da CF/1988
Não há direito adquirido ao recebimento do adicio- proíbe o trabalho noturno, perigoso ou insalubre ao
nal de insalubridade, sendo que a Súmula 80 do menor de 18 anos e de qualquer trabalho ao menor
TST menciona que a eliminação da insalubridade de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, a partir
pelo fornecimento de aparelhos protetores aprovados dos 14 anos.
pelo Órgão competente do Poder Executivo exclui a Sobre a insalubridade, cabe ainda destacar as
percepção do adicional respectivo. seguintes súmulas e orientações jurisprudenciais:
O simples fornecimento do aparelho de proteção “Súmula 139/TST – Adicional de insalubridade.
pelo empregador não o exime do pagamento do Enquanto percebido, o adicional de insalubrida-
adicional de insalubridade, devendo tomar as medi- de integra a remuneração para o cálculo de indeni-
das que conduzam à diminuição ou eliminação da zação.”
nocividade, dentre as quais as relativas ao uso
efetivo dos equipamentos de proteção individual Súmula 448
– EPIs, pelo empregado (Súmula 289 do TST). I – Não basta a constatação da insalubridade por
O adicional de insalubridade é devido ao emprega- meio de laudo pericial para que o empregado te-
do que presta serviços em atividades insalubres, e nha direito ao respectivo adicional, sendo necessá-
era calculado, em função do contido no art. 192 da ria a classificação da atividade insalubre na relação
CLT, à razão de 10%, 20% e 40% sobre o salário oficial elaborada pelo Ministério do Trabalho.
mínimo, respectivamente para os graus mínimo, II – A higienização de instalações sanitárias de
médio e máximo. uso público ou co- letivo de grande circulação, e a
O trabalho executado em caráter intermitente, em respectiva coleta de lixo, por não se equiparar à
condições insalubres ou perigosas, não afasta, por limpeza em residências e escritórios, enseja o pa-
essa circunstância, o pagamento do adicional de gamento de adicional de insalubridade em grau
insalubridade (Súmula 47 e 364 do TST). máximo, incidindo o disposto no Anexo 14 da NR-
O empregado que postular o pagamento de adicio- 15 da Portaria do MTE nº 3.214/78 quanto à coleta
nal de insalubridade na Justiça do Trabalho deve e industrialização de lixo urbano.
abrir mão do adicional de periculosidade e vice-ver-

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“OJ 103/SDI-I/TST – Adicional de insalubridade. O ou outras espécies de violência física nas ati- vida-
adicional de insa- lubridade já remunera os dias de des profissionais de segurança pessoal ou patri-
repouso semanal e feriados.” monial e os empregados em motocicleta.
“OJ 173/SDI-I/TST – Adicional de insalubridade. O adicional de periculosidade consistirá no percen-
Atividade a céu aberto. Exposição ao sol e ao ca- tual de 30% (trinta por cento), calculados sobre o
lor. (redação alterada na sessão do Tribunal Pleno salário-base, sem os acréscimos resultantes de
realizada em 14.09.2012) gratificações, prêmios etc. (art. 193, § 1.º, da CLT).
I – Ausente previsão legal, indevido o adicional de Serão descontados ou compensados do adicional
insalubridade ao trabalhador em atividade a céu outros da mesma natureza eventualmente já con-
aberto, por sujeição à radiação solar (art. 195 da cedidos ao vigilante por meio de acordo coletivo
CLT e Anexo 7 da NR 15 da Portaria n.º 3.214/78 (art. 193, § 3.º, da CLT).
do MTE).
II – Tem direito ao adicional de insalubridade o A periculosidade não importa em fator contínuo de
trabalhador que exerce atividade exposto ao calor exposição do tra- balhador, mas apenas um risco,
acima dos limites de tolerância, inclusive em ambi- que não age biologicamente contra seu organismo,
ente externo com carga solar, nas condições pre- mas que, na configuração do sinistro, pode ceifar a
vistas no Anexo 3 da NR 15 da Portaria n.º vida do trabalhador ou mutilá-lo.
3.214/78 do MTE”. Os empregados que operam bomba de gasolina
têm direito ao adicional de periculosidade (Súmula
A caracterização e a classificação da insalubridade 39 do TST).
e da periculosidade serão feitas por meio de perí- Não há direito adquirido ao recebimento do adicio-
cia, a cargo do médico do trabalho ou enge- nheiro nal de periculosidade. Portanto, eliminado o risco à
do trabalho, registrados no Ministério do Trabalho saúde ou integridade física do trabalhador, cessa o
(CLT, art. 195). pagamento do atinente adicional.
A Orientação Jurisprudencial 165 da SDI-I do TST O TST, em relação ao adicional de periculosidade,
dispõe que: por meio das Súmulas 132 e 364, esclarece que:
“OJ SDI-I/TST 165. O art. 195 da CLT não faz
qualquer distinção entre o médico e o engenheiro “S. 132/TST – Adicional de periculosidade. Inte-
para efeito de caracterização e classificação da gração.
insalubridade e periculosidade, bastando para a I – O adicional de periculosidade, pago em caráter
elaboração do laudo seja o profissional devidamen- permanente, integra o cálculo de indenização e de
te qualificado”. horas extras.
II – Durante as horas de sobreaviso, o emprega-
As empresas ou os sindicatos profissionais interes- do não se encontra em condições de risco, razão
sados podem requerer ao Ministério do Trabalho a pela qual é incabível a integração do adicional de
realização de perícia em estabelecimento ou setor periculosidade sobre as mencionadas horas.”
da empresa, com o objetivo de caracterizar e clas- “S. 364/TST – Adicional de periculosidade. Exposi-
sificar ou delimitar as atividades insalubres e peri- ção eventual, perma- nente e intermitente.
gosas (CLT, art. 195, § 1.º).
Não obstante, o sindicato profissional ou o próprio Tem direito ao adicional de periculosidade o empre-
trabalhador inte- ressado podem ajuizar ação dire- gado exposto perma- nentemente ou que, de forma
tamente, postulando a insalubridade ou periculosi- intermitente, sujeita-se a condições de risco. Inde-
dade devida (CLT, art. 195, § 2.º). Frise-se que vido, apenas, quando o contato dá-se de forma
mesmo que a empresa não compareça à audiência eventual, assim consi- derado o fortuito, ou que,
e ocorra a revelia, havendo na petição inicial pedido sendo habitual, dá-se por tempo extremamente
relacionado com o pagamento de adicional de insa- reduzido (Nova redação, Res. 174, de
lubridade ou periculosidade, o magistrado deverá 24.05.2011).
determinar, obrigatoriamente (por força do disposto
no art. 195, § 2.º, da CLT), a realização de prova Nessa esteira, se a exposição à atividade perigosa é
pericial. permanente ou inter- mitente (não diária, mas que
ocorra com certa regularidade), o trabalhador fará
Das atividades perigosas jus ao adicional de periculosidade. Todavia, se a
exposição for eventual ou ocasional (esporádica, em
O art. 193 da CLT considerou como atividades ou raras situações ou por tempo extremamente reduzi-
operações perigosas as que, por sua natureza ou do), o obreiro não fará jus ao respectivo adicional de
métodos de trabalho, impliquem risco acentuado periculosidade.
em virtude de exposição permanente do trabalhador Destaque-se que o TST permitia que o adicional de
a inflamáveis, explosivos ou energia elétrica; roubos periculosidade fosse fixado em percentual inferior

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ao legal (30%) e proporcional ao tempo de exposi-


ção ao risco, desde que pactuado em convenção
coletiva ou acordo coletivo de trabalho. Contudo, o
item II da Súmula 364, que tratava do tema, foi
cancelado em 24.05.2011, pelo Pleno do TST.
Vale mencionar que o TST, por meio da Orienta-
ção Jurisprudencial 345, da SDI-I, publicada no DJ
de 22.06.2005, considerou como devido o adi-
cional de periculosidade ao empregado exposto à
radiação ionizante ou à substância radioativa. Ve-
jamos:
“OJ/SDI-I/TST 345. Adicional de periculosidade.
Radiação ionizante ou substância radioativa devi-
da. DJ 22.06.2005. A exposição do empregado à
radiação ionizante ou à substância radioativa ense-
ja a percepção do adicional de periculosidade, pois
a regulamentação ministerial (Portarias do Ministé-
rio do Trabalho 3.393, de 17.12.1987, e 518, de
07.04.2003), ao reputar perigosa a atividade, re-
veste-se de plena eficácia, porquanto expedida por
força de delegação legislativa contida no art. 200,
caput, e inciso VI, da CLT. No período de
12.12.2002 a 06.04.2003, enquanto vigeu a Porta-
ria 496 do Ministério do Trabalho, o empregado faz
jus ao adicional de insalubridade”.
Por fim, vale salientar que a OJ 347 da SDI-I/TST
estabelece que é de- vido o adicional de periculosi-
dade aos empregados cabistas, instaladores e
reparadores de linhas e aparelhos de empresas de
telefonia, desde que, no exercício de suas funções,
fiquem expostos a condições de risco equivalente
ao do trabalho exercido em contato com sistema
elétrico de potência.

Destacamos ainda a seguinte Orientação Juris-


prudencial:

“OJ 406 – SDI-I/TST. Adicional de periculosidade.


Pagamento es- pontâneo. Caracterização de fato
incontroverso. Desnecessária a perícia de que
trata o art. 195 da CLT. (DEJT divulgado em 22, 25
e 26.10.2010). O pagamento de adicional de peri-
culosidade efetuado por mera liberalidade da em-
presa, ainda que de forma proporcional ao tempo
de exposição ao risco ou em percentual inferior ao
máximo legalmente previsto, dispensa a realização
da prova técnica exigida pelo art. 195 da CLT, pois
torna incontroversa a existência do trabalho em
condições perigosas.”

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