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Aula 1 – 25/10/2017

TEORIA GERAL DOS RECURSOS I – Professor Eduardo Scarparo (scarparo@ufrgs.br).

O que é o recurso? A etimologia da palavra diz que recurso é percorrer novamente aquele
percurso. A retomada desse caminho é um repensar, uma reavaliação nova do que já foi objeto de
decisão. Os recursos podem servir para fins de que se cassem a decisão, que se reconheça a decisão
como inválida, para modificação da decisão, quando ela tem vício, falta pressuposto. No segundo
caso a decisão deve ser reformada. Pode ter recursos para fins de que se esclareça, se complemente
decisão que está contraditória, que não tem clareza, ou com erro material. Os recursos servem para
cassar, reformar, ou buscar integração/complementação. Exemplo: 1ºrecurso de apelação, 3º
embargos de declaração. Essas 3 finalidades distintas sinalizarão o mérito recursal.
1ª teoria:
O recurso é autônoma, ação constitutiva. Anulatória. Se a sentença foi de procedência e tem
apelação, isso é uma ação anulatória, produzir nova decisão.
Exemplo: ação de cobrança, a sentença foi de procedência. O mérito era ação de cobrança.
Feito o recurso de que a sentença era nula por cerceamento de defesa. O mérito do recurso é saber
se a decisão recorrida será mantida ou não. O mérito recursal é diferente do mérito da causa.
O recurso é ação autônoma de impugnação. Isso é a primeira teoria.
Tem legitimidade ativa e passiva, tem interesse recursal, que são requisitos de admissibilidade
do recurso.
O decurso do prazo significaria sentença, após o prazo, teria decadência, não poderia mais
acionar contra a sentença, porque o prazo faria decair o direito. A preclusão seria o novo nome de
uma decadência para promover reforma da decisão.
Todavia, essa teoria pode ser contraposta.

2ª teoria: o recurso não significa nova ação. Estamos no âmbito de um processo a partir de
perspectiva processual. O recurso não é ação autônoma, segundo a primeira teoria. Segundo a
segunda teoria, o recurso é continuidade do exercício da ação naquele procedimento. Assumimos
vinculação com a teoria de ação processual com a teoria dos recursos.
O recurso é continuidade do procedimento a partir da perspectiva da ação processual. Essa
ação processual tem interesses distintos ao longo do caminho. A ação processual não é algo que se
faz uma vez e acabou. Ela é uma continuidade de atos e movimentos. Essa continuidade ao longo
do rito envolve uma pleiade de direitos e obrigações. Os poderes mudam ao longo do caminho,
quando ele requer produção de prova, recorre etc, mas a ação é a mesma, ela não é estática, ela é
dinâmica. A ação processual como direito tem conteúdo diferente, pragmático nos momentos
distintos do processo. A ação processual tem significados conformes ao momento do procedimento.
A ação é continuidade de movimentos que são dinâmicas, ao longo do procedimento elas vão
se ajustando. O recurso acaba sendo uma faculdade atribuída a alguns sujeitos do processo. A partir
do olhar da ação processual e não material.
O mérito do recurso é diferente da ação, porque o recurso também tem o mérito da causa. Não
tem distinção completa. Tornando inócua a primeira teoria.
O recurso é continuidade do procedimento, então o mérito daquela ação é continuado, que
leva ao reexame.

Diferenciação dos recursos em face de ações autônomas de impugnação:


Nem toda forma de impugnar, cassar ação, é recurso. Os recursos não servem apenas para
isso. Exemplo, ação rescisória. A incompetência absoluta possibilita outros recursos, além da ação
rescisória, também a apelação.
Elas podem ter o mesmo objeto, como na competência absoluta. Se já houve trânsito em
julgado é a ação rescisória (ação autônoma), ele é novo procedimento. Se não passou o prazo, usa a
apelação.
No recurso tem prosseguimento do procedimento. Continuidade do exercício da mesma ação.
E tem nova pretensão que dá ensejo a nova ação.
No direito brasileiro tem a possibilidade de recursos impugnem decisões transitadas em
julgado. Mas tem formar autônomas em processos ainda em curso como mandado de segurança, o
qual não cabe contra decisões transitadas em julgado. A lei diz que não cabe reclamação contra
decisão transitado em julgado. Eles não são recursos, são sucedâneos recursai, são ações
autônomas.
Então, nem toda ação autônoma pode ser usada após o trânsito em julgado.
A coisa julgada formal, o objeto não é diferenciador entre recurso e ação autônoma de
impugnação. O recurso é aquele que dá continuidade no procedimento. O recurso é o que o
legislador diz que é recurso. Isso é simplório, pois o recurso é continuidade do procedimento, de
modo que os poderes dados são regulados pelo legislador. Quem confere os poderes do exercício da
ação e defesa no processo é o legislador. Quando ele permite a continuidade, ele admite o recursos.
Pedidos de reconsideração, ação anulatória – isso não são recursos, porque o legislador não
atribuiu como recursos.

Esse conhecimento de recursos informa o seguinte: (princípios e direitos fundamentais dos


recursos)
O duplo grau de jurisdição seria uma possibilidade de levar as decisões judiciárias a novo
exame, as decisões não devem ser tomadas em única instância, reavaliação por nova instância.
Alguns consideram direitos fundamentais, outros princípios. Órgão de hierarquia superior revisando
decisões prolatadas. Defende-se isso, porque quer evitar decisão equivocada. Atribui-se maior grau
de confiabilidade a essas decisões, por ser colegiada e serem mais experientes.
O recurso é bom porque existe certo sentimento de injustiça ou necessidade de conformação
psíquica.
Outro fundamento contra segurança do juiz arbitrário. Ele precisa de alguém para revisar as
suas decisões. Se a decisão será revisada, o juiz já tem mais cuidado na fundamentação, preocupa-se
com como são decididas as decisões em instâncias superiores, porque ele tem vínculo com órgão
que revisa. O juiz sabe que suas decisões serão revisadas. Isso ajuda a reter as arbitrariedades do
magistrado, porque ele sabe que sua decisão não serão mantidas, ele sabe que sua decisão não será
perene.
Os recursos são princípios vinculados ao segundo grau para administração da justiça. Nas
instâncias superiores se estabelece uniformidade de teses para projetar efeitos para decisões
diversas. Não podem s juízes serem desvinculados dos outros, decidindo o mesmo caso, sem órgão
de cúpula para uniformizar, pois cada um diria algo diferente. Os recursos viabilizam isso, de
firmarem-se teses. O direito ao duplo grau de jurisdição é um direito fundamental, especialmente no
direito penal. Para matéria civil, não há na CF o direito fundamental ao grupo grau de jurisdição.
A CF de 88 tem no parágrafo 3º, do art. 5º, a questão dos direitos humanos. Tem o Pacto do
São José da Costa Rica que prevê duplo grau de jurisdição. Dois problemas: diz que é para alguém
acusado por delito, então é âmbito penal, não civil; quando foi internalizado essa pacto, não tinha
essa previsão constitucional, então não seja alçado ao grau constitucional. Não há duplo grau de
jurisdição por previsão constitucional. Apenas pode ver pela questão do direito ao devido processo
legal, ele remonta um direito ao duplo grau de jurisdição em certa medida, porque não pode servir
para todos os recursos. O duplo grau não pode alcançar a toda as decisões.
No âmbito civil, temos a seguinte pergunta: será que pode o legislador excluir a apelação?
Seria isso constitucional? É constitucional suprimir os recursos que não estão previstos na CF pelo
legislador ordinário. Todavia, o recurso especial não pode ser excluído pelo legislador ordinário,
porque este está previsto na CF, na parte da competência. Os recursos previstos na CF não podem
ser suprimidas pelo legislador ordinário.
Princípio da taxatividade recursal: não se inventa recursos, pois eles são previstos em lei.
Se recursos são continuidades de procedimento, os recursos são faculdades atribuídas. Os recursos
são os previstos em lei, não se usa por analogia. Pode estar em leis ordinárias ou no código. Tem na
LEF. Existe os recursos inominados, que não é previsto no CPC. Tem os previstos no CPC – Art.
994.
Os recursos adesivos – as duas partes apelam. Tem a apelação adesiva. Em alguns tipos de
recurso, possibilita a nova possibilidade de recorrer, quando uma das partes recorre. É forma de
interposição de recurso de apelação. Exemplo, alguém que perdeu recorre de valor de indenização
que tinha que pagar; o cara que ganhar pode apelar pedindo para aumentar. O recurso adesivo não é
novo tipo de recurso, porque ele reabre oportunidade que ainda não utilizou. Se já usou apelação,
não pode usar o adesivo.

O princípio da singularidade ou inerrecorribilidade – contra cada decisão cabe um


recurso. Mas tem exceção, pois pode ter recurso especial e extraordinário contra mesma decisão.
Algumas vezes há distorções ao cabimento típico de decisões. São nas decisões complexas,
que envolvem mais de uma manifestação de vontade. Exemplo, decisão que indefere a AJG é
previsto o Agravo. Não pode usar outro.
O fato de ter duas manifestações de vontade do juiz, não é razoável usar dois recursos, usa a
apelação que é mais abrangente. Quado as decisões são complexas, possibilita que tenham decisões
interlocutórias, que não é sentença.
Contra a interlocutória que indeferiu a AJG cabe o Agravo, é exceção, porque tinha a questão
da sentença também.

Princípio da fungibilidade – não tem previsão expressa no CPC de 2015, com exceção do
recurso extraordinário. A forma pelo qual utiliza para combater a decisão não deve ser tão
significativo para permitir o reexame. Se teve motivos, se não era erro grosseiro o recurso, tem
tolerância. Caso seja sustentável, que não seja bem definido, que não saiba qual o recurso cabível,
que a doutrina divirja. Se apresenta recurso que o Tribunal considera errado, mas se era justificável
o enfrentamento e se cumpriu requisitos do recurso interposto, aceita-se ele, torna-se fungível.
Exemplo, a lei não é clara quanto ao recurso cabível. A lei às vezes é ambígua.
Doutrina está discutindo se é rol taxativo ou exemplificativo quanto ao Agravo de
Instrumento.
Quando o juiz profere uma decisão no lugar da outra. Exemplo, uma execução ocorreu uma
objeção de executividade, o juiz quando decidiu disse que julgo os embargos de execução. Se julgar
a objeção é Agravo. O juiz julgou contra sentença de embargos. Pode fazer recurso para qualquer
um. A pessoa faz objeção, e o juiz julga de forma errada.

Princípio da dialeticidade: estabelece que não é suficiente para conceber recursos uma técnica
de copiar e cola. O recurso é oportunidade de revisitar argumentos à luz da decisão. O que se quer
com o recurso é que a decisão seja revista. Para recorrer precisa enfrentar a decisão. Precisa
mergulhar nos argumentos da decisão para recorrer. Tem que dizer o que a decisão está equivocado.
Os recursos para poderem ser recebidos, precisam fazer retorno dialógico com a decisão se a
decisão tem que ser fundamentada (art. 489, parágrafo1º). Usar linha de argumentação que enfrente
as razões, linha argumentativa, ir conectando as razões, enfrentar as razões da decisão recorrida.
O CPC previu esse princípio em quase todos os recursos. Art. 432, inciso III. Se não forem
impugnados...não serve.
Tem que entender os fundamentos que estão ali e responder em cima, tratar do mesmo
assunto.

Princípio da voluntariedade – só é recurso porque decorre de ato da vontade. Se recurso


significa projeção no procedimento da defesa…, não existem recursos de ofício, recurso precisa da
vontade. O reexame necessário não é recurso, porque não atrela isso ao procedimento.
Princípio da consumação – apresentado o recurso, não pode mudar de ideia, exercida essa
pretensão, tem pretensão consumativa. Exercido o poder, não tem como fazer de novo.

Princípio da proibição do reformatio in pejus – quem recorre não pode sair pior do que quem
já tinha. O recurso não pode tornar pior a situação de quem recorre.
Esse é princípio que decorre de outro, ele é correlato do princípio dispositivo. Exemplo:
Ariovaldo demandou Reivaldo, houve sentença de procedência. Ariovaldo recorre, porque ele acha
o valo pouco e pede mais. No julgamento da apelação de Ariovaldo, o tribunal õ pode piorar a
situação dizendo que ele não tinha direito a nada. Mesmo que o tribunal unânime ache que ele não
merecia nada, ele não pode dar improcedência nesse caso. Porque o princípio dispositivo (dos
poderes das partes no processo), quando trata de efeito do recurso. Quando tem apelação, Ariovaldo
também delimita o espaço de atuação do Tribunal. O tribunal pode decidi o que foi devolvido.
Trata-se dos efeitos devolutivos. O juiz não pode extrapolar seus poderes, porque há devolução
condicionada ao … das partes.
Algumas matérias são devolvidas ao tribunal mesmo sem a vontade das partes. Isso são o
efeito traslativo: questões de competência absoluta, são devolvidas ao tribunal independente da
parte. Pode o tribunal conhecer de ofício referente a ma´terias de ordem pública e ser desfavorável
ao recorrente. Tem os traslativos e devolutivo.

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