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EXCELENTÍSSIMO (a) SENHOR (a) DOUTOR (a) JUIZ (a) DA ___ VARA DO

TRABALHO DE CIDADE - UF

Processo nº XXXXX-
150 – Manifestação sobre contestação

XXXXXXXXXXX, já qualificado nos autos em epígrafe,


vem respeitosamente à Vossa Excelência, por sua procuradora signatária,
apresentar MANIFESTAÇÃO À CONTESTAÇÃO e documentos juntados pela
segunda Reclamada, nos termos que seguem.

Ab initio, importante informar que os autos só foram


disponibilizados à Procuradora no dia 06/05/2009, em face da quantidade
de documentos que foram apresentados pela segunda Reclamada em
audiência, cuja juntada aos autos só foi concluída pelo Cartório desta
Vara em 05/05/2009, consoante datado na certidão de fl. 200, 400 e 477,
bom como as notas de abertura e encerramento de volumes, fl. 201/202,
401/402.

Quanto à contestação, alega o Segundo Reclamado, por


meio da Procuradoria Seccional da União em ____________-UF, que não
manteve nenhuma relação jurídica direta com o Reclamante, mas apenas com
a Primeira Reclamada. Sustenta, em síntese, que a responsabilidade atribuída
à União se restringe àquelas obrigações fruto do contrato com a primeira
Reclamada, que teriam sido integralmente cumpridas.

Aduz ainda que a responsabilidade pelo rompimento do


liame contratual com o Reclamante é exclusiva da primeira reclamada, sendo

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tema dos autos o inadimplemento desta das obrigações contratuais e não
algum ato ou omissão oriundos do tomador dos serviços, motivo pelo qual o
benefício da mão-de-obra do Autor é insuficiente para a responsabilização da
União.

Diz, por fim, que o parágrafo 1º do artigo 71 da Lei


8.666/93 constitui excludente de sua responsabilização pelas verbas
trabalhistas não adimplidas pela Reclamada EEEEEE, uma vez que não se
pode concluir que os agentes administrativos agiram com culpa in iligendo ou
in vigilando, ao escolher em licitação perfeitamente regular, empresa que era
julgada idônea, ficando impedida a aplicação da Súmula nº 331, item IV, do
TST.

Contudo, não merecem acolhida seus argumentos, como


se passa a demonstrar.

De início, salienta-se que, na petição inicial, há pretensão


expressa de responsabilização subsidiária dirigida contra o Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais – INPE – órgão da União, uma vez que este, por meio
daquele órgão, se beneficiou diretamente dos serviços prestados do Autor.

Diante disso, clara a legitimidade passiva do INPE/União


para integrar a lide, no pólo passivo, e defender-se da pretensão que lhe é
dirigida, não havendo previsão legal para que outra pessoa, seja física ou
jurídica, o faça em seu lugar, motivo pelo qual deve ser afastada a preliminar
argüida e, se for o caso, apenas determinar a retificação do pólo passivo, para
que passe a constar a União, ao invés do INPE.

Clarividente dos autos que a Primeira Reclamada,


EEEEEE, e a Segunda Reclamada, União, por meio do INPE, mantiveram
contrato de prestação de serviços, conforme admitido na contestação e
comprovado pelos documentos das fls. 363/71 e seguintes, no qual é
estabelecido na cláusula primeira, como local da prestação de serviços, a

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unidade do Campus Brasil do Centro Regional de Educação em Ciência e
Tecnologia Espaciais para América Latina e Caribe – CRECTEALC, localizado
no Centro Regional Sul de Pesquisas Espaciais, do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais, em Santa Maria-RS.

As anotações constantes nas notas fiscais de serviços e


recibos salariais (fls. 203/45) não deixam dúvida de que o Reclamante prestou
serviços nas dependências do INPE, o qual se beneficiou diretamente de sua
força de trabalho.

Neste diapasão, ocorrendo o inadimplemento das verbas


trabalhistas por parte da Primeira Reclamada, em vista a responsabilidade in
vigilando e in iligendo decorrente do contrato praticado entre as Rés, incide, no
caso, a hipótese de que trata o item IV da Súmula nº 331 do TST. Neste
sentido, a jurisprudência do Egrégio TRT da 4ª Região:

Acórdão - Processo 00286-2007-811-04-00-5 (RO)


Redator: FLÁVIA LORENA PACHECO
Data: 14/01/2009 Origem: 1ª Vara do Trabalho de Bagé
EMENTA: RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DO
TOMADOR DE MÃO-DE-OBRA. A tomadora de serviços é
responsável subsidiária pelas obrigações trabalhistas não
adimplidas pela prestadora de serviços, na medida em que se
beneficiou diretamente dos serviços prestados pela reclamante.
Respeito aos princípios e normas de proteção ao trabalhador e
entendimento consubstanciado na Súmula nº 331, IV, do TST.
Recurso da União não provido. (...).

Acórdão - Processo 00035-2007-812-04-00-7 (RO)


Redator: MARIA DA GRAÇA RIBEIRO CENTENO
Data: 21/08/2008 Origem: 2ª Vara do Trabalho de Bagé
EMENTA: RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. Os órgãos da administração
pública direta, as autarquias, as fundações, as empresas
públicas e as sociedades de economia mista, na condição
de tomadores de serviços, são subsidiariamente
responsáveis pelos créditos trabalhistas não adimplidos
pela empresa prestadora de serviços, conforme Súmula 11
do TRT e Súmula 331, IV, do TST. Recurso da segunda
reclamada desprovido. (...).

A responsabilidade que se pretende o reconhecimento em

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relação ao Segundo Reclamado é de natureza objetiva, cuja incidência
independe de prova quanto à inidoneidade da devedora principal ou de
existência de fraude, ou mesmo de prova quanto ao atendimento integral das
cláusulas constantes do contrato firmado entre as Reclamadas, como alegado
pela defesa.

Aliás, impende ressaltar que a inidoneidade jurídica e


econômica da Requerida EEEEEE é evidente nos autos, pois sequer contestou
a ação ou compareceu à audiência realizada, lhe tendo sido aplicada a pena de
revelia e confissão, e há contra ela outras duas reclamatórias ajuizadas, pelos
mesmos fatos e fundamentos, nas quais também permaneceu inerte.

É fato consolidado que a jurisprudência trabalhista firmou


entendimento de que a obrigação do ente público em realizar licitações para
contratações não o exime da responsabilidade subsidiária aqui pretendida,
conforme Súmula nº 11 do TRT da 4ª Região, a qual estabelece que a norma
do art. 71, § 1º, da L. 8666/93 não afasta a responsabilidade subsidiária das
entidades da administração pública, direta e indireta, tomadoras dos serviços.

A despeito das aduções do Segundo Reclamado quanto à


competência e procedimento do Egrégio TST, tem-se clara e indubitavelmente
que a responsabilidade subsidiária do tomador de serviços, no caso de
inadimplemento das obrigações trabalhistas, aplica-se inclusive quanto aos
órgãos da administração direta, das autarquias, das fundações públicas, das
empresas públicas e das sociedades de economia mista, de modo que neste
sentido deve ser o julgamento da lide, declarando-se a responsabilidade da
contestante.

Melhor sorte não assiste à União ao requerer a aplicação


da Súmula 363 do TST ao caso sub judice.

É consabido que o entendimento sumulado se dirige à


contratação com o ente público que não é formalmente válida, mas ainda assim

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gera efeitos jurídicos como se o fosse, originado obrigação de pagamento de
todas as verbas decorrentes de vínculo laboral, inclusive rescisórias, como
FGTS e multa de 40%, o aviso prévio e a multa prevista no artigo 477 da CLT,
pela não satisfação de forma correta das parcelas, se for o caso.

Neste viés, quanto ao FGTS, consoante disposto na


inicial, não houve qualquer depósito nem mesmo aberta conta para tal fim em
nome do Autor. Isso, fato incontroverso, diante da revelia da Primeira
Reclamada, que deixou de fazer a prova que lhe incumbia.

Logo, se reconhecida a responsabilidade subsidiária do


segundo Reclamado, frente ao descumprimento por parte da Requerida
EEEEEE das obrigações trabalhistas, certo que a União deva sofrer
condenação quanto ao pedido de pagamento do valor integral, corrigido e
atualizado, dos depósitos que deveriam ter sido feitos mensalmente na conta
do FGTS do Autor, como também da multa de 40%.

Quanto aos vales-transportes perseguidos, defende-se o


Segundo Reclamado afirmando que não comprovou o Reclamante a
necessidade de concessão de tal benefício nem implementação dos requisitos
legais para tanto.

Diferente da interpretação tortuosa apresentada na


contestação, é consabido que a presunção de necessidade milita em favor do
Autor, sendo que, nos termos da Lei nº 7.418/85, conforme disposto no art. 1º,
inciso I, do Decreto 95.247, de 17.11.87, o empregador somente pode deixar
de fornecer o vale-transporte quando de posse da declaração expressa, por
escrito, do empregado, de que não necessitaria do benefício.

Afora isso, há prova suficiente nos autos de que precisava


o Reclamante do transporte público: residia em local distante na média de 10
km do local de serviço; declarou a necessidade de concessão, na fl. 30;
recebeu 84 vales no mês de abril, fl. 32 e há notificação enviada pelo próprio

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INPE à Primeira Reclamada, na fl. 362, de que não haviam sido entregues
os vales-transportes ao Autor.

Diante disso, renova-se o pedido de condenação ao


pagamento da verba pleiteada.

No tocante à aplicação das sanções do art. 467 e 477, §


8º, da CLT, também inacolhidas devem ser as alegações da contestação,
porque a tomadora de serviços deve responder de forma subsidiária pelas
verbas rescisórias não pagas, sendo que as multas perseguidas nada mais são
do que obrigações de pagar, oriundas do descumprimento do dever de adimplir
as parcelas rescisórias incontroversas na audiência inaugural e pagar as
rescisórias dentro do prazo legal.

A responsabilidade subsidiária decorrente do contrato


celebrado entre os Reclamados, abarca, indistintamente, todos os direitos e
verbas que vierem a ser reconhecidos ao Reclamante, com o fito de reparar os
prejuízos que lhe foram causados em razão de ilicitudes cometidas durante a
contratualidade, que só finda com o pagamento integral das parcelas devidas,
inclusive rescisórias.

A revelia e a confissão ficta da primeira reclamada importa


em ser incontroversa a dívida relativa às parcelas de rescisão, de forma que
cabíveis as multas previstas nos artigos supracitados.

Assim, a responsabilidade subsidiária que deve ser


reconhecida, sem dúvida, alcança as multas dos artigos 467 e 477 da CLT.

Como é curial, sobre o crédito trabalhista devem incidir


juros de mora e correção monetária, na forma do que dispõem os artigos 883
da CLT e 39 da Lei nº 8.177/91, além da Súmula nº 211 do Colendo Tribunal
Superior do Trabalho, apurando-se até o momento em que o crédito for,
efetivamente, disponibilizado ao Reclamante.

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Destarte, deve ser o índice normal aplicável aos débitos
trabalhistas o utilizado para atualização, juros e correção dos débitos, ainda
que a União esteja no Pólo passivo, pois há que se referir ser sua responsável
subsidiariamente pelas obrigações da Empregadora, Reclamada Principal,
contra quem não há previsão alguma de juros e correção monetária
diferenciados.

Relativamente às razões de defesa para indeferimento do


pedido de AJG e honorários advocatícios, não devem ser reconhecidas.

Ao Reclamante cabe a escolha de seu patrono, não


ficando a mercê de sindicato, muitas vezes monopolizado ou com apenas um
profissional à disposição, tendo tolhido por completo o seu direito de seleção,
que, se quiser, tem que buscar outros profissionais fora do seu órgão de
classe.

Além disso, não pode haver diferenciação entre o


advogado que atua pelo sindicato e aquele que atua sem vinculação sindical,
de maneira que a escolha do procurador não pode vir a causar prejuízo
justamente na esfera judicial criada para defesa dos direitos do trabalhador,
razão pela qual a verba honorária assistencial deve ser deferida. Em casos
análogos, o entendimento do Tribunal do Trabalho do Rio Grande do Sul:
Acórdão - Processo 01694-2007-201-04-00-8 (RO)
Redator: MARÇAL HENRI DOS SANTOS FIGUEIREDO
Data: 18/02/2009 Origem: 1ª Vara do Trabalho de Canoas
EMENTA: HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. A assistência judiciária
pode ser concedida com base na Lei 1.060/50 e art. 790, § 3º, da
CLT. Isto é suficiente para a garantia de acesso ao judiciário,
como prevê o inciso LXXIV do art. 5º da Constituição Federal.
Entende-se que não há monopólio dos sindicatos para a
prestação da assistência judiciária, não aplicando as Súmulas nº
219 e 329/TST, razão pela mantém-se a decisão. [grifou-se]

Acórdão do processo 00260-2007-021-04-00-9 (RO)


Redator: ANA ROSA PEREIRA ZAGO SAGRILO
Participam: CLEUSA REGINA HALFEN, MARIA DA GRAÇA
RIBEIRO CENTENO
Data: 04/12/2008 Origem: 21ª Vara do Trabalho de Porto Alegre

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Sustenta a embargante que, não obstante a ausência de pedido de
reforma da decisão quanto ao item assistência judiciária gratuita nas
razões de recurso adesivo da reclamante (fls. 239/245), restou o
aludido recurso provido parcialmente para deferir o benefício da
Assistência Judiciária. Busca seja aclarada a matéria, tendo em vista
que o recurso adesivo da reclamante apenas aborda os itens horas
extras e honorários advocatícios.
[...]
Entretanto, consoante constou no acórdão embargado, à fl. 268 e
verso, entende esta Turma Julgadora serem cabíveis os honorários
assistenciais, próprios à esfera trabalhista. Para tanto, entendem-se
aplicáveis tanto a Lei nº 5.584/70 quanto a Lei nº 1.060/50.
Considerando que a autora postulou a gratuidade judiciária e o
pagamento da verba honorária, bem como juntou aos autos
declaração de pobreza (fl. 15), concluiu-se fazer jus a reclamante
ao benefício da Assistência Judiciária, “bem como aos
honorários advocatícios daí decorrentes” (fl. 268v.). [grifou-se].

Acórdão - Processo 02105-2007-201-04-00-9 (RO)


Redator: LUIZ ALBERTO DE VARGAS
Data: 28/01/2009 Origem: 1ª Vara do Trabalho de Canoas
EMENTA: HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. Diante do
cancelamento da Súmula 20 deste Regional, e com base no
artigo 22 da Lei 8.906/94 (Estatuto da OAB), o qual estabelece
que a prestação de serviço profissional assegura aos inscritos
na OAB o direito aos honorários convencionados, aos fixados
por arbitramento judicial e aos de sucumbência, entende-se
devidos os honorários de Assistência Judiciária
independentemente da apresentação de credencial sindical, com
fundamento na Lei 1.060/50. Não se adota, destarte, os
entendimentos vertidos nas Súmulas 219 e 329 do TST. (...) [grifou-
se].

Ademais, demonstrou o Recorrente não possuir renda


suficiente para pagar os custos da ação sem que haja prejuízo, pois desde o
contrato irregular, passou a sobreviver de prestação de serviços esporádicos e
ajuda de familiares. Outrossim, a Reclamada tinha os meios legais cabíveis
para comprovar situação em contrário, fazer prova de que o Reclamante não
faria jus à AJG, mas deles não se utilizou, vindo tal fato a corroborar com o
pedido de condenação em honorários advocatícios.

Enfim, o direito a ser assistido por um profissional


habilitado, de seu livre desígnio, e não vir a sofrer ônus financeiros em razão
disto é um direito de cidadania, que envolve o livre acesso ao Judiciário e a
garantia de igualdade ao litigante economicamente hipossuficiente com a outra
parte, economicamente superior, consoante disposto no artigo 5º, inciso LXXIV,
da Constituição Federal de 1988.

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Diante do exposto, são reiterados todos os pedidos
iniciais, protestando desde já, pela procedência total destes, com a
conseqüente improcedência da contestação e impugnação dos documentos
juntados pelo Reclamado, no sentido de que não se prestam a comprovar a
tese de defesa, mas sim, corroboram com as afirmações da inicial.

Nestes termos,

pede deferimento.

CIDADE-UF, ___ de ________ de 20___.

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
OAB/XX XX.XXX

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