Sie sind auf Seite 1von 22

ÉTICA, CIDADANIA

E TRABALHO
SUMÁRIO DA DISCIPLINA

Plano da Disciplina ................................................................................................................................... 152

UNIDADE I

FUNDAMENTOS DA ÉTICA E DA MORAL

Texto 1: A historicidade da ética e da moral e suas expressões nas relações sociais


e profissionais contemporâneas ..................................................................................................... 154
Texto 2: O que são normas morais?........................................................................................................... 156
Texto 3: O que são juízos de valor?.............................................................................................................. 156
Texto 4: A ética nas relações profissionais: a ética profissional ................................................................157
Texto 5: Código de Ética Profissional ..................................................................................................... 158
Texto 6: Texto de apoio – A existência humana ....................................................................................... 159

UNIDADE II

QUESTÕES CONTEMPORÂNEAS: CIDADANIA – CONCEPÇÕES E CONTRADIÇÕES NA REALIDADE


SOCIAL BRASILEIRA

Texto 7: A construção do conceito de “Cidadania” .................................................................................. 161


Texto 8: Ética e Cidadania: dilemas e desafios ético-morais expressos no contexto da vida cotidiana
e no exercício da prática profissional ...................................................................................................... 163
Texto 9: Ética e Cidadania: a busca de novos valores humanos – a ação cidadã ..................................... 164
Texto 10: Texto de apoio – Diante da Lei ................................................................................................ 164

Glossário .................................................................................................................................................. 168

Referências bibliográficas ........................................................................................................................ 169


Plano da Disciplina
152
Carga Horária Total: 30h/atividades
Créditos: 02

Relevância da Disciplina
A disciplina se propõe a apresentar os fundamentos da Ética e da Cidadania, suas implicações no contexto das
relações sociais e profissionais, estabelecendo reflexões sobre sua influência e expressões na vida cotidiana e
no mundo do trabalho na contemporaneidade.

Objetivos da Disciplina
Oferecer ao aluno elementos básicos para que possa analisar, compreender e discutir os acontecimentos so-
ciais, culturais e políticos no contexto contemporâneo, de maneira ética, consciente e comprometida.

UNIDADE I: Fundamentos da Ética e da Moral


Tempo estimado de autoestudo nesta unidade: 8h/atividades

Objetivos: Discutir os fundamentos ontológico-sociais da dimensão ético-moral da vida no mundo contem-


porâneo; oportunizar a reflexão acerca dos pressupostos da Ética e da Moral como instâncias mediadoras das
relações e condutas humanas.

Quadro-resumo da unidade

Assuntos Onde encontrar Atividades Complementares


Filmes Indicados
 Homens de Honra, de George Tillman Jr,
Texto 1: A historicidade da ética e da mo-
2000, EUA.
ral e suas expressões nas relações sociais Página 154
 Dançando no Escuro, de Lars Von Trier,
e profissionais contemporâneas
2000, França.
 O vôo 93, de Paul Greengrass, 2006,
EUA.
 Mar adentro, de Alejandro Amenábar,
Texto 2: O que são normas morais? Página 156 2004, Espanha.

Sites Indicados
http://mecsrv04.mec.gov.br/seif/eticaeci-
dadania/index.html
Texto 3: O que são juízos de valor? Página 156
http://www.webartigos.com/articles
http://pt.wikipedia.org

Leituras Complementares
Texto 4: A ética nas relações profissionais: ARANHA, M. L. & MARTINS, H. Temas
Página 157
a ética profissional de Filosofía. São Paulo: Moderna, 1992.
 GOMES, A. M. de A. (et. al). Um olhar
sobre ética e cidadania. São Paulo: Macken-
zie, 2000.
VALLS, Álvaro. O que é ética?. São Paulo:
Texto 5: Código de Ética Profissional Página 158 Brasiliense, 1992.
 VAZQUEZ, A. S. Ética. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2004.

Músicas
Índios, da Legião Urbana (álbum “Dois”);
Texto 6: Texto de apoio – A existência hu- Somos quem podemos ser, do Engenhei-
Página 159 ros do Havaí (álbum “Faça o que eu digo,
mana
não ouça ninguém”).
UNIDADE II: Questões Contemporâneas: Cidadania – Concepções e Contradições na
Realidade Social Brasileira 153

Tempo estimado de autoestudo nesta unidade: 7h/atividades

Objetivos: Oportunizar o debate sobre as relações e contradições que se estabelecem na realidade brasileira
entre a ética e a cidadania; discutir com o aluno a necessidade da formação de profissionais compromissados
ética e politicamente com a construção de uma nova ordem societária, que permita o pleno exercício da cida-
dania a todos.

Quadro-resumo da unidade
Assuntos Onde encontrar Atividades Complementares
Filmes Indicados
 A cor púrpura, de Steven Spielberg, 1985,
Texto 7: A construção do conceito EUA.
de “Cidadania” O homem que virou suco, de João Batista de
Página 161 Andrade, 1981, Brasil.
O que é isso, companheiro?, de Bruno Barreto,
1997, Brasil.

Sites Indicados
 http://www.dhnet.org.br
 http://www.direitoshumanos.usp.br http://pagi-
Texto 8: Ética e Cidadania: dilemas nas.terra.com.br/educacao/clementino/deveresdo-
e desafios ético-morais expressos cidadao.htm
Página 163
no contexto da vida cotidiana e no  http://www.suapesquisa.com/temas/etica_cidada-
exercício da prática profissional nia.htm

Leituras Complementares
 CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São
Paulo: Ática, 1995.
 COVRE, M. L. M. O que é cidadania?. São
Paulo: Ed. Brasiliense, 1995.
Texto 9: Ética e Cidadania: a busca DIMENSTEIN, Gilberto. O cidadão de papel.
de novos valores humanos – a ação Página 164 A infância, a adolescência e os Direitos Humanos
cidadã no Brasil. São Paulo: Ática, 2003.
GOMES, A. M. de A. (et. Al). Um olhar sobre
ética e cidadania. São Paulo: Mackenzie, 2000.

Músicas
Capitão de indústrias, dos Paralamas do Suces-
so (álbum “Nove luas”);
Perfeição, da Legião Urbana (álbum “O desco-
brimento do Brasil”).
Texto 10: Texto de apoio – Diante
Página 164
da Lei
154 UNIDADE I

FUNDAMENTOS DA ÉTICA E DA MORAL

Palavras-chave: Ética; Moral; Ética Profissional.

Texto 1: A Historicidade da Ética e da Moral e Suas


Expressões nas Relações Sociais e Profissionais
Contemporâneas
Se alguém se aproxima à noite de maneira suspei- Do ponto de vista filosófico, a ética seria o ramo que lida
ta e receio que me possa agredir, devo atirar nele, com a compreensão das noções e dos princípios que sus-
me aproveitando do fato de ninguém estar vendo? tentam as bases da moralidade social e da vida individual.
Os crimes cometidos durante a Segunda Guerra Trata-se de uma reflexão sobre o valor das ações sociais
Mundial pelos soldados nazistas no cumprimento consideradas tanto no âmbito coletivo, como no âmbito in-
de suas obrigações militares podem ser moralmen- dividual. Pensando dessa maneira, não existiria de forma
te condenados? Devo dizer sempre a verdade ou há alguma apenas uma ética pela qual as pessoas devem nor-
situações em que a melhor opção é omiti-la? Um tear suas vidas, mas diversas éticas, elaboradas de acordo
homem que ajuda caridosamente a um mendigo com a maneira como concedemos os valores que atribuí-
que bate à sua porta pode ser considerado piedoso mos às coisas com as quais interagimos.
depois de explorar impiedosamente os funcioná-
À ética compete, por exemplo, o estudo da origem
rios de sua fábrica durante o dia? Será, realmente,
da moral, da distinção entre o comportamento moral
que todos os homens nascem livres e são iguais em
e outras formas de agir, da liberdade e da responsabi-
dignidade e direitos (VÁZQUEZ, 2007)? lidade e ainda de questões como a prática do aborto,
a eutanásia e a pena de morte. A ética não diz o que
Certamente, todos nós já nos deparamos com situa- deve e o que não deve ser feito em cada caso concre-
ções e questionamentos como esses. Situações que to. Isso é de competência da Moral. A partir dos fatos
ocorrem diariamente, em que os homens são levados morais, a ética tira conclusões, elaborando considera-
a refletir sobre seus próprios valores, sobre seus me- ções sobre o comportamento dos indivíduos.
dos, preconceitos e inseguranças. Obter as respostas
para esses questionamentos exige, na maioria das ve-
zes, uma reflexão ética e uma postura cidadã (Ibid.).

Em uma sociedade essencialmente capitalista e


altamente excludente, não podemos perder de vista
conceitos simples como a ética, a moral e a cidada-
nia. Precisamos ter consciência de quem somos e o
papel que devemos assumir, precisamos definir nosso
posicionamento e assumir uma postura comprometi-
da com a construção de uma nova ordem societária.
Pensando os desafios da vida pós-moderna, e as rela-
ções pessoais e profissionais quw se estabelecem nes-
se cenário, é fundamental assumirmos uma postura
crítica e ética. Mas você sabe o que é Ética?

Segundo o Dicionário Aurélio Buarque de Holan-


Todos os dias de nossas vidas, nossas relações pes-
da (2007), Ética é “o estudo dos juízos de aprecia- soais e profissionais, nosso comportamento e atitudes
ção que se referem à conduta humana suscetível de são moldados por ideias e conceitos que “moram”
qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja dentro de nós. Refletir sobre a ética é contribuir para
relativamente à determinada sociedade, seja de modo a compreensão da ação humana, isso nos deixa mais
absoluto”. Etimologicamente falando, a palavra éti- sensíveis e mais sensatos, porque ela nos aproxima da
ca vem do grego “ethos”, que significa “respeito ao realidade e nos torna mais conscientes das ações que
costume”. praticamos em qualquer espaço da nossa vida.
Assim, a ética nos permite compreender a constru-
ção de normas e costumes através dos tempos. Por 155
meio da ética, podemos ter uma compreensão histó-
rica dos costumes da sociedade. Os costumes variam
de acordo com a época e com a organização da so-
ciedade. Assim, um comportamento que hoje é so-
cialmente aceito daqui a algum tempo pode ser visto
como um comportamento antiético.

Segundo Valls (1994), a humanidade só se refere,


por escrito, a depoimentos sobre as normas de com-
portamentos (e teorias) dos últimos milênios, embora
os homens já existissem há muito tempo. Mas é im-
portante lembrar que as grandes teorias gregas sobre a
ética também traziam a marca do tipo de organização
social daquela sociedade – o que os gregos pensavam
da pederastia, os casos em que os romanos podiam
abandonar uma criança recém-nascida, as relações Apesar de uma razoável semelhança, ética e moral
entre o direito de propriedade e a cobiça pela mulher se situam em esferas relativamente diferentes na aná-
do alheio, o casamento com uma prima em quinto lise do valor da ação humana. A moral tem a ver com
grau constituía uma culpa mais grave do que o abuso os valores que regem a ação humana enquanto inse-
sexual de uma empregada do castelo etc. –, o que aju- rida na convivência social, tem assim um caráter
da a compreender a distância entre as doutrinas éticas normativo e prescritivo. A ética seria uma reflexão
escritas pelos filósofos. acerca da influência que o código moral estabele-
cido exerce sobre a nossa subjetividade e da forma
Não são apenas os costumes que variam, mas tam- como lidamos com essas prescrições de conduta.
bém os valores que os acompanham, as próprias nor-
mas concretas, os próprios ideais, a própria sabedoria Diariamente, as pessoas seguem regras básicas de
vão se sofisticando na passagem dos povos. moral, transmitidas pelos grupos sociais aos quais es-
tão vinculadas – família, escola ou grupo religioso,
Não existe povo, em qualquer tempo ou lugar, que por exemplo. A moralidade preconiza o controle das
não tenha sua compreensão de bem e mal, certo ou condutas individuais, tendo em vista a manutenção da
errado, justo ou injusto. Da Grécia Antiga aos dias ordem social e o respeito pelos costumes usuais e de
atuais, os homens são chamados a assumir diferentes um determinado grupo social. A valorização da con-
posturas diante das situações que se apresentam na duta moral visa o favorecimento do bem-estar para a
vida cotidiana. Esse posicionamento é direcionado totalidade dos indivíduos.
pela ética e pela moral.
A formação moral consiste em adquirir não só os
Chegamos a um entroncamento. Precisamos, aqui, conhecimentos necessários, mas também os costumes
estabelecer a distinção entre o conceito de ética e ou hábitos que permitem ao homem viver bem como
outro conceito fundamental para compreendermos homem e com outros homens.
as relações sociais e a ação prática do ser humano,
a moral. Assim como a ética, as regras morais variam de
acordo com o contexto histórico e a formação cultural
Se tivéssemos que dar uma definição simples para o de cada sociedade, porém, de forma geral, os diversos
que é a moral, poderíamos dizer que é a arte de viver. sistemas morais existentes, ainda que seus pormeno-
Entendendo arte como o conjunto de conhecimentos res sejam consideravelmente distintos entre si, trazem
teóricos e técnicos, experiências, habilidades, e todos no seu íntimo algumas semelhanças. A moral inde-
os elementos necessários para vivermos em conso- pende das fronteiras geográficas e garante uma iden-
nância com a ordem social. tidade entre pessoas que sequer se conhecem, mas
utilizam um mesmo referencial moral. Já a ética, por
O termo moral é derivado do latim mores, que sig- sua vez, pode se desenvolver no indivíduo, ou seja,
nifica relativo aos costumes. A moralidade pode ser de maneira particular, a partir do momento em que
definida como a aquisição do modo de ser conseguido ele compreende a importância de seguir as normas
pela apropriação ou por níveis de apropriação, onde sociais instituídas, em prol tanto de sua conservação
se encontram o caráter, os sentimentos e os costumes. pessoal como da ordem social em que ele vive.
É preciso ressaltar um aspecto muito importante so- ou então vislumbrar um novo modelo de conduta para
156 bre os valores morais socialmente estabelecidos. Os a sua sociedade e para si próprio. Tal circunstância,
indivíduos não estão obrigados a acatar esses valores, se efetivada sem o consentimento legal, colocará seu
a sua dimensão ética proporcionará condições para criador numa enrascada, pois sua insatisfação com as
que avaliem e concordem ou não com os mesmos. A regras predeterminadas o tornará, ao olhar da coleti-
partir das normas morais, a ética tirará suas conclu- vidade, uma pessoa imoral, que conhece as normas
sões, por exemplo: quando uma regra social se carac- estabelecidas, mas não se esforça por cumpri-las.
teriza por limitar de forma rigorosa os direitos pesso-
ais dos indivíduos, estes tendem a se insurgir contra Podemos então ser pessoas “imorais”, segundo o
a rigidez dessa regra, buscando um afrouxamento conceito normativo da vida em sociedade, porém si-
da disciplina social, para supostamente tornar o seu multaneamente “éticos”, se agimos de acordo com os
modo de vida mais agradável. Uma pessoa com plena critérios valorativos intrínsecos ao nosso modo de ser.
consciência de seu direito de liberdade pessoal não se Com base no que foi apresentado até aqui, podería-
sentirá confortável em viver numa sociedade em que mos dizer que a reflexão ética que estabelecemos pre-
a estrutura de poder castra as aspirações individuais. tende proporcionar meios do ser humano buscar um
Por conseguinte, essa pessoa poderá optar por conti- modo de vida no qual possa desenvolver a capacidade
nuar se submetendo aos valores normativos estabele- de se realizar efetivamente como pessoa, alcançando
cidos, conquistando assim o título de pessoa moral, o estado de realização almejado por si próprio.

Texto 2: O que são Normas Morais?


As normas morais são regras de convivência social As normas morais são regras de convivência social
que obedecem a três princípios básicos: ou guias para a ação humana porque nos dizem o que
devemos ou não fazer e como fazer.
 Auto-obrigação – As normas morais valem por
si mesmas independentemente do exterior, são essen- Mesmo que não sejam cumpridas, as normas morais
ciais do ponto de vista de cada um; sempre existirão, na medida em que o homem é um ser
 Universalidade – As normas morais são válidas naturalmente social, que se realiza plenamente na sua
para toda a humanidade, ninguém está fora delas e coexistência com outros homens. E por vezes, mesmo
todos são abrangidos por elas; que as desrespeite, o homem reconhece sempre a sua
 Incondicionalidade – As normais morais não es- importância e o poder que elas têm sobre ele.
tão sujeitas a prêmios ou penalizações, são praticadas
sem outra intenção ou finalidade. SILVA, Patrícia. O que são normas morais?. Disponível em:
http://www.notapositiva.com/resumos/filosofia/moraletica.htm.
Acesso em 31 de jan. de 2008.

Texto 3: O que são Juízos de Valor?

Um juízo de valor é um juízo sobre a correção ou Juízo de valor também pode referir-se a uma tenta-
incorreção de algo, ou da utilidade de algo, baseado tiva de julgamento baseada numa avaliação estudada
num ponto de vista pessoal. Como generalização, um das informações disponíveis, tomadas como sendo
juízo de valor pode referir-se a um julgamento basea- incompletas e em evolução; por exemplo, um juízo
do num conjunto particular de valores ou num sistema de valor sobre lançar ou não um ataque militar ou
de valores determinado. Um significado conexo de ju- como proceder numa emergência médica. Neste caso,
ízo de valor é o de um recurso de avaliação baseado a qualidade do julgamento sofre porque a informação
nas informações limitadas disponíveis, uma avaliação disponível é incompleta como resultado da urgência,
é efetuada porque uma decisão deve ser tomada. em vez de ser resultante de limitações culturais ou
pessoais.
A expressão juízo de valor pode ser usada num sen-
tido positivo, significando que um julgamento deve Mais comumente, a expressão juízo de valor refere-
ser feito levando em conta um sistema de valores, ou, se a uma opinião individual. De fato, a opinião de um
num sentido depreciativo, significando um julgamen- indivíduo é formada até certo ponto por seu sistema
to feito de um ponto de vista pessoal, em vez de um de crenças e a cultura à qual ele pertença. Assim, uma
pensamento racional, objetivo. extensão natural da expressão juízo de valor é incluir
declarações que parecem ser de mão única num deter- brotam do contexto cultural). No sentido pejorativo,
minado sistema de valores, mas que podem ser vistas um juízo de valor formado dentro de um sistema de 157
de forma diferente em outro. Conceitualmente, essa valores específico pode ser paroquial e estar sujeito a
extensão da definição relaciona-se tanto ao axioma questionamentos junto a audiências mais amplas.
antropológico de “relativismo cultural” (isto é, que o
sentido cultural deriva do contexto) quanto à expres- Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/
são “relativismo moral” (isto é, que as proposições Ju%C3%ADzo_de_valor#cite_note-Shrader-Fre-
de moral e ética não são verdades universais, mas chette-1#cite_note-Shrader-Frechette-1. Acesso em
31 de jan. de 2008.

Texto 4: A Ética nas Relações Profissionais: a Ética


Profissional
Podemos dizer que a ética profissional é um con- tes à prática específica de uma determinada área deve
junto de normas de conduta que deverão ser postas incluir essa reflexão, antes mesmo do início dos es-
em prática no exercício de uma profissão. No exercí- tágios práticos. Ao completar sua formação, o aluno
cio profissional, a ética pode ser vista como instância faz um juramento, que sela oficialmente sua adesão
“reguladora”, fazendo com que o profissional respei- e comprometimento com a categoria profissional em
te determinadas regras no exercício de sua atividade que, formalmente, acabara de ingressar. Isso caracte-
profissional, resguardando sua integridade, dos de- riza o aspecto moral da chamada ética profissional:
mais profissionais com quem trabalha e dos usuários a adesão voluntária a um conjunto de regras estabe-
de seus serviços. lecidas, como as mais adequadas para o exercício de
uma profissão.
Sendo a ética inerente à vida humana, sua impor-
tância é bastante evidenciada na vida profissional, A ética é ainda indispensável ao profissional, porque
porque cada profissional tem obrigações individu- na ação humana “o fazer” e “o agir” estão interliga-
ais e obrigações sociais que deverão ser cumpridas dos. O fazer diz respeito à competência, à eficiência
com responsabilidade e bom senso. Esse é o papel que todo profissional deve possuir para exercer bem
da ética. a sua profissão. O agir se refere à conduta do profis-
sional, ao conjunto de atitudes que deve assumir no
De modo geral, a ética profissional seria responsável
desempenho de sua profissão. A ética será o elo entre
por estudar e regulamentar as relações do profissional
o ato de imaginar e executar algo (MOTTA, 1984).
com sua clientela, com outros profissionais e com a
instituição empregadora, visando a preservação da
É fundamental ter sempre em mente que há uma sé-
dignidade humana e a construção do bem-estar no
rie de atitudes que não estão descritas nos códigos de
contexto sociocultural onde são exercidas as ativida-
todas as profissões, mas que são comuns a todas as
des profissionais de cada um. Ela deve alcançar todas
atividades que uma pessoa possa exercer.
as profissões, independente de formação ou coloca-
ção hierárquica, e, quando falamos de ética profissio-
nal, estamos nos referindo ao caráter normativo e até Deve-se ter atitudes de solidariedade e cooperação
mesmo ao jurídico, o qual regulamenta determinada no trabalho em equipe, mesmo quando a atividade é
profissão a partir dos pressupostos estabelecidos em exercida solitariamente em uma sala, pois faz parte
estatutos e códigos específicos. Assim, a ética profis- de um conjunto maior de atividades que dependem do
sional está relacionada à reflexão, uma reflexão sobre bom desempenho daquela. É uma postura pró-ativa,
a conduta das relações e atividades profissionais. ou seja, não ficar restrito apenas às tarefas que foram
dadas a você, mas contribuir para o engrandecimento
Ao escolhermos uma profissão, mesmo que isso do trabalho, mesmo que ele seja temporário.
ocorra ainda na adolescência, devemos conhecer os
direitos e, principalmente, os deveres que serão as- Para ter uma prática profissional correta, é im-
sumidos em função dessa escolha. Nesse momento, prescindível estar sempre bem informado, acompa-
estaremos assumindo um compromisso ético-moral nhando não apenas as mudanças nos conhecimentos
com essa profissão. Por isso, a escolha por uma pro- técnicos da sua área profissional, mas também nos
fissão deve ser optativa, livre e consciente. aspectos legais e normativos. Vá e busque o conheci-
mento. Muitos processos ético-disciplinares nos con-
Durante toda a fase de formação profissional, o selhos profissionais acontecem por desconhecimento
aprendizado das competências e habilidades referen- ou negligência.
Competência técnica, aprimoramento, respeito, pessoas, responsabilidade são qualidades que corres-
158 confidenciabilidade, privacidade, tolerância, flexibili- pondem à confiança que é depositada em você.
dade, fidelidade, envolvimento, afetividade, correção
Comprometimento ético e sucesso são predicados
de conduta, boas maneiras, relações genuínas com as
indissociáveis. Pense nisso.

Texto 5: Código de Ética Profissional

Sempre que falarmos sobre virtudes e relações pro- É da máxima importância que seu conteúdo seja re-
fissionais, é necessário ressaltarmos a existência e im- fletido nas atitudes dos profissionais, pois um Códi-
portância dos Códigos de Ética Profissional. go de Ética imprimi o compromisso ético-político de
uma categoria para com a sociedade. O interesse no
Um Código de Ética é um instrumento que busca cumprimento de um código passa, então, a ser de to-
organizar os princípios, visão e missão de uma deter- dos. O exercício de uma virtude obrigatória torna-se
minada categoria profissional, bem como determinar exigível de cada profissional, como se uma lei fosse.
que estes sejam respeitados e cumpridos pelo conjun-
to desses profissionais. Serve para orientar as ações e Cria-se a necessidade de uma mentalidade ética e de
explicitar a postura social esperada daquele profissio- uma educação pertinente que conduza à vontade de
nal em face às diferentes situações que enfrentará no agir, de acordo com o estabelecido. Essa disciplina da
exercício de sua profissão. atividade é antiga, já encontrada nas provas históricas
mais remotas, e é uma tendência natural na vida das
As relações de valor que existem entre o ideal moral comunidades.
traçado e os diversos campos da conduta humana po-
dem ser reunidas em um instrumento regulador. É uma O código de ética se materializa por meio de um
espécie de contrato de classe, uma vez que estabelece conjunto de atitudes, de deveres, de estados de cons-
os direitos e os deveres do profissional, resguardando ciência, estabelecendo a disciplina necessária para
a sua intervenção. Caberá aos órgãos de fiscalização que os diferentes sujeitos possam exercer, de modo
do exercício da profissão passar a controlar a execu- coerente, a profissão. Esse instrumento é a solução
ção de tal instrumento com usuários, outros profissio- mais indicada para normatizar a prática de uma cate-
nais, as instituições empregadoras e a sociedade. goria profissional.

Texto 6: Texto de Apoio

A Existência Humana A liberdade é fonte de que surgem todas as signifi-


cações e todos os valores; ela é a condição original de
(...) É a existência humana que faz surgir no mundo toda justificação da existência; o homem que busca
os valores de acordo com os quais ela poderá julgar justificar sua vida deve manter antes de tudo e absolu-
os empreendimentos em que se engajará; mas ela não tamente a própria liberdade: ao mesmo tempo em que
se situa primeiramente para além de todo o pessimis- ela exige a realização de fins concretos, de projetos
mo como de todo o otimismo, pois o fato de sua irrup- singulares, ela se exige universalmente (...).
ção original é pura contingência; não há nada antes
da existência da razão de existir como não há razão O enclausuramento perpétuo é a mais terrível das
de não existir. O fato da existência não pode ser es- penas, porque conserva a existência em sua pura fac-
timado, uma vez que é o fato a partir do qual todo ticidade, mas interdita-lhe qualquer legitimação. Uma
o princípio de estimação se define; ele não pode ser liberdade só pode se querer sem se querer como mo-
comparado a nada, pois não há nada fora dele para vimento indefinido; ela deve absolutamente recusar as
servir de termo de comparação (...). O homem existe. coerções que interrompem seu impulso para si mesma;
Não se trata para ele de se perguntar se sua presença essa recusa assume a face positiva quando a coerção é
no mundo é útil, se a vida vale a pena ser vivida: são natural: recusamos a doença curando-nos; mas ele re-
questões destituídas de sentido. Trata-se de saber se veste a face negativa da revolta quando o opressor é
ele quer viver e em que condições. uma liberdade humana. Não poderíamos negar o ser: o
ser-em-si, e sobre esse ser pleno, essa pura positividade,
Mas se o homem é livre para escolher ele próprio as a negação não tem poder; não se escapa a essa plenitu-
condições de uma vida válida aos seus olhos, ele pode de: uma casa destruída é uma ruí-na, uma corrente que-
escolher qualquer coisa e agir de qualquer modo? (...) brada é uma ferragem: atinge-se tão somente a signifi-
cação e através dela o para-si que nela se projetava; o liberdade quando retorna ao positivo, isto é, quando dá
para-si porta o nada em seu cerne e pode ser aniquilado a si um conteúdo através de uma ação: evasão, luta po- 159
tanto na própria irrupção de sua existência, quanto no lítica, revolução; então a transcendência humana visa
mundo no qual ele existe: a prisão é negada quando o com a destruição da situação dada a todo o futuro que
prisioneiro escapa. Mas a revolta como puro movimen- decorrer de sua vitória; ela reata sua relação indefinida
to negativo permanece abstrata; ela só se realiza como consigo própria (BEAUVOIR, 2005: passim 19-26).

Filmes Indicados
 Homens de Honra, de George Tillman Jr, 2000, EUA.
A história do primeiro negro a tornar-se mergulhador-chefe da marinha americana. A afirmação e a superação
de si mesmo, momento dos atos dos homens.

 Dançando no Escuro, de Lars Von Trier, 2000, França.


Uma mulher quase cega defende seus valores e busca criar sua filha em meio a todas as dificuldades.

 O vôo 93, de Paul Greengrass, 2006, EUA.


A história dos passageiros, da tripulação e dos controladores de vôo que observaram, num terror crescente, o
Vôo 93 da United Airlines se tornar o quarto avião sequestrado no dia do pior ataque terrorista em solo norte-
americano: 11 de setembro de 2001. Os eventos desse dia são explorados no episódio de um único vôo a partir
de depoimentos de profissionais, executivos, esposas, avós, alunos e várias outras pessoas ligadas àqueles que
estavam a bordo do Boeing 757.

 Mar adentro, de Alejandro Amenábar, 2004, Espanha.


Baseado na história real de Ramón Sam Pedro, o filme retrata a luta de um homem – nascido em uma pequena
vila de pescadores na Galícia – para dar um fim a sua própria vida. Na juventude, Ramón sofreu um acidente
que o deixou tetraplégico e preso a uma cama por 27 anos. Com uma lucidez e inteligência cativante, Ramón
lutou na justiça pelo direito de decidir sobre a sua vida, o que gerou vários conflitos com seus familiares, com
a igreja, com a sociedade.

Teste seu Conhecimento


1. Como podemos definir a ética?

a) Comportamento social;
b) Reflexão sobre as ações sociais;
c) A ética é igual à moral;
d) Ação reguladora da vida.

2. O que é a moral?

a) São os valores que regem a convivência humana;


b) Moral é sinônimo de ética;
c) A moral mantém um grupo social;
d) Moral é sinônimo de desordem social.

3. O que são as normas morais?

a) Normas morais são como normas éticas;


b) As normas morais dizem respeito ao conjunto de regras que regulam as relações no âmbito das empresas;
c) As normas morais são um conjunto de regras que regulam a convivência social, obedecendo a três princí-
pios básicos: a auto-obrigação, a universalidade e a incondicionalidade;
d) As normas morais dizem respeito à conduta pessoal dos indivíduos, sendo determinadas pela ética de cada um.
4. Você faz uma ligação por meio de um operador e pede para transferi-la para o seu número de telefone.
160 Terminada a ligação, você pede para o operador passar o tempo de conversa e o custo da chamada. Ele
indica que vai ser trabalhoso levantar os dados e, dessa maneira, o custo foi debitado na conta da empresa.
Você deveria:

a) Esquecer todo o fato – o que está feito, já está feito;


b) Pede para o operador gastar o tempo que for necessário para corrigir o erro;
c) Faz mais ligações pessoais antes de ir para casa, no final do expediente, para aliviar o impacto na sua conta
de telefone pessoal;
d) Liga para um amigo em Orlando (EUA), pois este pode estar querendo falar com você mesmo.

5. Enquanto trabalha para a sua empresa, você inventa um instrumento que tem potencial para torná-lo rico.
Você usou o laboratório da empresa e instalações de testes, e realizou o trabalho no seu próprio horário. O que
você faz com o invento?

a) Leva-o para o departamento responsável para determinar a obtenção e posse de direitos e disposições
apropriadas;
b) Vê com um procurador e apresenta por procuração uma patente no seu nome;
c) Submete a sua ideia à consideração do programa de prêmio de melhores ideias da empresa;
d) Entra em contato com companhias que possam ter interesse na sua invenção e vende por uma alta quantia.

6. Dois de seus subordinados rotineiramente abastecem suas crianças com material escolar do escritório.
Como você enfrentaria a situação?

a) Bloquearia o material, que somente seria liberado em caso de necessidade e com a assinatura do responsá-
vel pela solicitação;
b) Diria aos dois funcionários que o material é para uso restrito do escritório;
c) Notifica o desvio para o responsável pela segurança do escritório;
d) Envia um aviso a todos os empregados dizendo que o material do escritório é para uso restrito do escritório
e que o descumprimento da ordem vai resultar em ação disciplinar.

7. Sobre a ética profissional, podemos dizer que:

a) É algo que impede os profissionais de agirem da maneira que consideram mais conveniente;
b) A ética profissional é um conjunto de normas de conduta que deverão ser postas em prática no exercício
de uma profissão;
c) A ética profissional representa um conjunto de normas morais que deverão ser exercidas no dia-a-dia dos
indivíduos;
d) A ética profissional regula as relações pessoais.

Gabarito:
1- A; 2- A; 3- B; 4- B; 5- A; 6- D; 7- B.

Autoavaliação
1. Pesquise diferentes Códigos de Ética Profissional e, principalmente, o código de ética de seu ramo de ati-
vidade. Converse com os profissionais sobre a aplicabilidade e a importância das normas estabelecidas nesses
códigos. Reflita sobre os pressupostos e regras estabelecidas nesses documentos, discuta com seus colegas
sobre cada um deles e coloque no papel suas ideias a respeito do assunto.

a) Que tipos de valores você percebe no mundo que o cerca?


b) O que determina que um ato seja considerado moral ou imoral?

2. Assista ao filme Mar Adentro (Espanha, 2004). Com base na obra do cineasta Alejandro Amenábar, reflita
sobre a questão da eutanásia. Por que devemos, ou não, lutar pelo direito a vida? Reflita sobre a dimensão ética
envolvida nessa questão.
UNIDADE II 161

QUESTÕES CONTEMPORÂNEAS:
CIDADANIA – CONCEPÇÕES E CONTRADIÇÕES
NA REALIDADE SOCIAL BRASILEIRA

Palavras-Chave: Cidadania; Direitos e Deveres; Participação Social; Transformação.

Texto 7: A Construção do Conceito de “Cidadania”

Nunca, em nossa sociedade, se falou tanto sobre O que significa “ser pessoa”? Significa ter sua digni-
cidadania como nos últimos anos. Mas afinal, você dade humana respeitada.
sabe o que é cidadania?
A dimensão existencial da cidadania nos remete a
compreender que para “ser cidadão” é preciso ser
Segundo o Dicionário Aurélio da Língua Portugue- respeitado como “pessoa humana”. A cidadania é
sa (2007), “cidadania é a qualidade ou estado do ci- um acréscimo à dimensão do “ser pessoa”. Ninguém
dadão”, este mesmo dicionário define cidadão como pode ser cidadão se não é pessoa, se não lhe reconhe-
“o indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos de cem os atributos próprios da dignidade humana.
um estado, ou no desempenho de seus deveres para No sentido etimológico da palavra, cidadão deriva
com este”. da palavra civita, que em latim significa cidade, e que
tem seu correlato grego na palavra politikos – aquele
Mas a cidadania tem uma dimensão existencial. Isso que habita na cidade. A cidadania era para os gregos
quer dizer que a cidadania é condição para que al- um bem inestimável. Para eles, a plena realização do
homem se fazia na sua participação integral na vida
guém possa, realmente, “ser pessoa”. social e política da Cidade-Estado.
Segundo Dalmo Dallari: inclinação natural dos homens à vida comunitária e à
162 organização social.
A cidadania expressa um conjunto de direitos que
dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente Nesse sentido, cidadania é um processo. Processo
da vida e do governo de seu povo. Quem não tem que começou nos primórdios da humanidade e que
cidadania está marginalizado ou excluído da vida so- se efetiva por meio do desenvolvimento do próprio
cial e da tomada de decisões, ficando numa posição homem, do conhecimento e da conquista de direitos
de inferioridade dentro do grupo social (DALLARI, civis, políticos e sociais, pela conquista de dignidade,
1998: 21). pela conquista de espaços de participação e transfor-
mação. Cidadania não é algo pronto e acabado; mas é
aquilo que se constrói contínua e coletivamente.
A construção histórica do conceito de cidadania de-
nota um processo evolutivo. A cidadania, como era A cidadania esteve e está em permanente constru-
concebida na Antiguidade, não é a mesma para a so- ção; é um referencial de conquista da humanidade por
ciedade moderna, até porque as demandas sociais são meio das lutas pela ampliação e efetivação de direitos
outras. civis, políticos e sociais, por maior liberdade, por me-
lhores garantias individuais e coletivas. Ser cidadão é
A organização de nossa sociedade, cada vez mais ter consciência de que se é sujeito de direitos. Direito
científica, tecnológica e desigual, limita a cidadania à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade, enfim,
dos indivíduos. A contradição que se estabelece entre direitos que garantem a reprodução da existência hu-
os pressupostos legais, morais e sociais e a realida- mana com dignidade.
de é a expressão mais latente da sociedade capitalista
madura. Legalmente, todos nascem cidadãos, pois vi- Assim como a ética, a cidadania é hoje questão
vemos em um país democrático, no entanto essa não é fundamental, quer na educação, na família, quer nas
uma condição natural do homem. Tornamo-nos cida- instituições financeiras, ela está relacionada ao aper-
dãos pela educação, porque a educação potencializa a feiçoamento de um modo de vida.

Fonte: http://chargesdobenett.zip.net/
Texto 8: Ética e Cidadania: Dilemas e Desafios Ético-
163
morais Expressos no Contexto da Vida Cotidiana e
no Exercício da Prática Profissional

Segundo Covre (1995), a prática da cidadania pode tério Público, importante instrumento na defesa da
ser a estratégia, por excelência, para a construção de ordem jurídica, do regime democrático e dos inte-
uma sociedade melhor. Não basta o desenvolvimen- resses sociais e individuais.
to tecnológico e científico para que a sociedade fique
melhor, é preciso haver igualdade e justiça social, é Embora grandes avanços tenham sido registrados
preciso haver respeito à condição humana dos indi- da década de 1980 em diante, com a conquista e
víduos. efetivação de direitos políticos e sociais e da rede-
mocratização do país, nossa cidadania ainda precisa
Mas esse é apenas um dos lados da moeda. Cida- crescer muito. E esses avanços dependem de nós,
dania pressupõe também deveres. O cidadão tem de como membros de uma sociedade livre e democráti-
ser cônscio das suas responsabilidades como parte ca. Temos uma Constituição cidadã e uma legislação
integrante de um grande e complexo organismo que que privilegia a emancipação humana, garantindo os
é a coletividade, a nação, o Estado que, para bom direitos básicos para existência humana.
funcionamento, todos têm de dar sua parcela de con-
tribuição. Já está na hora de pensarmos a cidadania Para que tenhamos uma sociedade verdadeiramente
também como um dever. Dever para com o próximo, cidadã, precisamos deixar de lado preocupações in-
dever com a minha comunidade, dever com o meu dividuais e materiais e desenvolver uma consciência
país. Exercer a cidadania significa ser possuidor de crítica e um comportamento ético, que demonstrem
direitos, mas também assumir deveres, significa parti- um comprometimento com o desenvolvimento civil,
cipar da vida comunitária e política da sua cidade, do político, econômico e social da coletividade.
seu estado e do seu país.
O grande desafio que se estabelece é gerar uma sín-
A história da cidadania no Brasil é praticamente tese entre ética e cidadania, em que possa prevalecer
inseparável da história das lutas pelos direitos fun- muito mais uma ética de princípios, do que uma ética
damentais da pessoa: lutas marcadas por massacres, do dever, uma ética que prime pelo desenvolvimento
violência, exclusão e outras variáveis que caracteri- igualitário e universal. A responsabilidade individual
zam o Brasil desde os tempos da colonização. Muito deverá ser portadora de princípios que privilegiam o
já avançamos, mas ainda temos um longo caminho bem comum.
a percorrer: a questão indígena, a questão agrária, a
posse e uso da terra, concentração da renda nacional, Somente assim poderemos construir um novo modo
desigualdades e exclusão social, desemprego, misé- de viver e um novo sentido para a ética, levando a
ria, analfabetismo são questões que urgem pela inter- efetivação dos princípios estabelecidos na Carta
ferência do Estado e da sociedade civil. Constitucional.

E hoje, como anda a nossa cidadania? A partir da


Constituição de 1988, batizada como “Constituição Dimensões da Cidadania
Cidadã”, novos instrumentos foram colocados à dis-
posição dos indivíduos. Como consumidor, o brasi- A cidadania comporta, genericamente, três dimen-
leiro ganhou uma lei em sua defesa – o Código de sões: Civil, Política e Social.
Defesa do Consumidor –; temos um novo Código de
Trânsito; um novo Código Civil, uma nova Legisla-  Civil: direitos inerentes à liberdade individual,
ção Social, que prevê e regulamenta a proteção social, liberdade de expressão e de pensamento; direito de
de maneira universal. propriedade e de conclusão de contratos; direito à
justiça;
Podemos citar alguns exemplos que marcaram o
processo de redemocratização do país: a Ação Ci-  Política: direito de participação no exercício do
dadania Contra a Miséria e pela Vida, idealizada poder político, como eleito ou eleitor, no conjunto das
pelo sociólogo Herbert de Souza – o Betinho; a instituições de autoridade pública;
memorável ação dos “caras-pintadas”, movimen-
to espontâneo de jovens estudantes que contribuiu  Social: conjunto de direitos relativos ao bem-estar
para o impeachment do presidente Fernando Collor econômico e social, desde a segurança até o direito de
de Mello, em 1991; a Ação Popular; a Ação Civil partilhar do nível de vida segundo os padrões prevale-
Pública; entre outros; além da instituição do Minis- centes na sociedade.
Texto 9: Ética e Cidadania: a Busca de Novos Valores
164
Humanos – A Ação Cidadã

Quando os indivíduos se recusam a participar das uma ação que não se acaba. O cidadão é sobretudo
decisões sociais, estão se recusando a decidir sobre participante.
suas próprias vidas. Estão aceitando que os proble-
mas que dizem respeito a suas vidas sejam pensados Para ter participação política efetiva, os cidadãos
e resolvidos por outras pessoas. Estamos, então, cara devem se organizar para a defesa de interesses co-
a cara com uma sociedade servil. muns, adquirindo vez e voz. Estamos nos referindo à
passagem do servilismo para o exercício da autêntica
Atestado o problema, é imperativo que se encontre destinação da vida.
a solução. Essa solução é a participação dos cidadãos
nas questões públicas. Entenda-se aqui cidadão como Pela associação de todos os cidadãos, manter-se-á
uma categoria de mobilização e não de localização. viva a noção de que o ser humano convive e far-se-á a
defesa da democracia como a forma de governo per-
O cidadão não espera que outro lhe dê as condições mite essa efetiva participação. E, com ela, os mem-
necessárias para participar, pois essas condições bro- bros da sociedade não esperarão o chamamento, pois
tam de si mesmo. É a autodeterminação. O cidadão estarão participando por livre e espontânea vontade
sabe que é preciso buscar; é preciso conquistar. É (GALLO, 2003: 32).

Texto 10: Texto de Apoio

Diante da Lei deixá-lo entrar. O homem, que se abasteceu de muitas


coisas para a viagem, sacrifica tudo, por mais valioso
Diante da Lei há um guarda. Um camponês apre- que seja, para subornar ao guarda. Este aceita tudo,
senta-se diante deste guarda, e solicita que lhe per- com efeito, mas lhe diz:
mita entrar na Lei. Mas o guarda responde que por
enquanto não pode deixá-lo entrar. O homem reflete e – Aceito-o para que não julgues que tenhas omitido
pergunta se mais tarde o deixarão entrar. algum esforço.

– É possível – disse o porteiro – mas, não agora. Durante esses longos anos, o homem observa qua-
A porta que dá para a Lei está aberta, como de costu- se continuamente o guarda: esquece-se dos outros, e
me; quando o guarda se põe de lado, o homem se põe parece-lhe que este é o único obstáculo que o sepa-
a espiar. O guarda vê isso, ri-se e lhe diz: ra da Lei. Maldiz sua má sorte, durante os primeiros
anos temerariamente e em voz alta; mais tarde, à me-
– Se tão grande é o teu desejo, experimente entrar dida que envelhece, apenas murmura para si. Retorna
apesar de minha proibição. Mas lembra-te que sou à infância, e, como em sua longa contemplação do
poderoso. E sou somente o último dos guardas. En- guarda, chegou a conhecer até as pulgas de seu abrigo
tre salão e salão também existem guardas, cada qual de pele, também suplica a estas que o ajudem a con-
mais poderoso do que o outro. Já o terceiro guarda é vencer o guarda. Finalmente, sua vista enfraquece-se,
tão terrível que não posso suportar seu aspecto. e já não sabe se realmente há menos luz, ou se apenas
o enganam seus olhos. Mas em meio à obscuridade
O camponês não havia previsto essas dificuldades; distingue um resplendor, que surge inextinguível da
a Lei deveria ser sempre acessível para todos, pensa porta da Lei. Já lhe resta pouco tempo de vida. Antes
ele, mas ao observar o guarda, com seu abrigo de pe- de morrer, todas as experiências desses longos anos
les, seu nariz grande e como de águia, sua barba longa se confundem em sua mente em uma só pergunta,
de tártaro, rala e negra, resolve que mais lhe convém que até agora não formou. Faz sinais ao guarda para
esperar. O guarda dá-lhe um banquinho e permite- que se aproxime, já que o rigor da morte endurece
lhe sentar-se a um lado da porta. Ali espera dias e seu corpo. O guarda vê-se obrigado a baixar-se muito
anos. Tenta infinitas vezes entrar, e cansa o guarda para falar com ele, porque a disparidade de estruturas
com suas súplicas. Com frequência o guarda mantém entre ambos aumentou bastante com o tempo, para
com ele breves palestras, faz-lhes perguntas sobre o detrimento do camponês.
seu país, e sobre muitas outras coisas; mas são per-
guntas indiferentes, como as dos grandes senhores, e – Que queres saber agora? – pergunta o guarda. – És
para terminar, sempre lhe repete que ainda não pode insaciável.
– Todos se esforçam para chegar à Lei – diz o ho- bam suas palavras, diz-lhe junto ao ouvido com voz
mem – como é possível então que durante tantos anos atroadora: 165
ninguém mais do que eu pretendesse entrar?
– Ninguém podia pretender isso, porque esta entra-
O guarda compreende que o homem já está para da era somente para ti. Agora vou fechá-la (KAFKA,
morrer, e, para que seus desfalecentes sentidos perce- 1965: 65-66).

Filmes Indicados
 A cor púrpura, de Steven Spielberg, 1985, EUA.
Mostra a luta da mulher negra após o fim da escravidão no sul dos Estados Unidos.

O homem que virou suco, de João Batista de Andrade, 1981, Brasil.
A sociedade brasileira e o processo de exclusão são retratados nesse filme.

O que é isso, companheiro?, de Bruno Barreto, 1997, Brasil.


Uma visão sobre a militância política no Brasil durante os anos 60, em oposição à ditadura militar.

Teste seu Conhecimento


1. A cidadania tem uma dimensão existencial. O que isso quer dizer?

a) A cidadania só poderá ser exercida através da existência humana;


b) Existo, logo sou cidadão;
c) Quer dizer que a cidadania é condição para que alguém possa, realmente, “ser pessoa”;
d) A cidadania é algo inerente à natureza humana, logo, está associada à própria existência.

2. Por que dizemos que a cidadania é resultado de um processo evolutivo?

a)A cidadania se efetiva através do desenvolvimento do próprio homem, do conhecimento e da conquista de


direitos civis, políticos e sociais.
b) A cidadania não é resultado de um processo, pois é naturalmente constituída;
c) A cidadania evolui na medida em que o homem evolui;
d) Todas as alternativas estão corretas.

3. Quais as dimensões da vida humana estão envolvidas no conceito de cidadania?

a) Individual, histórica e democrática;


b) Política, econômica e cultural;
c) Política, social e histórica;
d) Civil, política e social.

4. O que quer dizer a afirmação: “O cidadão tem de ser cônscio das suas responsabilidades enquanto parte
integrante de um grande e complexo organismo que é a coletividade”.

a) O cidadão é detentor apenas de deveres;


b) O cidadão é detentor apenas de direitos;
c) O cidadão é detentor de direitos e deveres;
d) O cidadão não tem direitos, nem deveres.

5. O que significa “ser cidadão”?

a) Poder participar do processo eleitoral, como candidato e/ou eleitor;


b) Ter acesso ao mínimo necessário para viver com dignidade;
c) Exercer os direitos civis, políticos e sociais;
d) Todas as alternativas estão corretas.

Gabarito:
1- C; 2- A; 3- D; 4- C; 5- D.
Autoavaliação
166
Podemos dizer que atitudes simples, como não jogar papel nas ruas e/ou respeitar o sinal de trânsito e a faixa
de pedestres, são demonstrações de cidadania. Cite outros exemplos que, em sua opinião, devem fazer parte do
dia-a-dia de um cidadão consciente:

Justifique suas respostas.

Com base no conteúdo estudado, faça o seguinte exercício: Converse com pessoas que participam de movi-
mentos sociais, partidos políticos, sindicatos, associações, ou qualquer outra organização popular, e relacione
seus depoimentos com o conceito de cidadania estudado nesta unidade.

***

Leia a Constituição de 1988 e descubra por que foi batizada como a Constituição Cidadã. Pense no que está
estabelecido no papel e nas condições reais da vida cotidiana. Avalie se os direitos assegurados pela Carta
Magna estão sendo respeitados e se questione por quê.

O mundo fala sobre a eleição do primeiro presidente negro da maior potência político-econômica do planeta.
Esse fato histórico nos leva a refletir sobre os impactos que serão causados nos cenários econômico, social e
político mundiais e desperta um sentimento de esperança, de que estamos vivendo realmente um novo século.
Leia a seguir um trecho do discurso do então candidato Barack Obama, sobre a questão racial. Em seguida,
elabore um texto sobre os significados dessa vitória para a cidadania.

Fonte: http://chargesdobenett.zip.net/

“Nós, o povo, com o objetivo de formar uma união mais perfeita”.


(Barack Obama)

Há 221 anos, em uma edificação que continua a existir, do outro lado da rua, um grupo de homens se reuniu
e, com essas simples palavras, lançou a improvável experiência da democracia na América. Fazendeiros e
estudiosos, estadistas e patriotas que atravessaram um oceano para escapar à perseguição e à tirania por fim
concretizaram sua declaração de independência em uma convenção que durou toda a primavera de 1787.

O documento que produziram terminou por ser assinado, mas em última análise era uma obra inacabada,
porque continha a mácula da escravidão, o pecado original da nação e uma questão que dividiu as colônias e
causou impasse na convenção até que os fundadores optaram por permitir que o tráfico de escravos continuasse
por pelo menos mais 20 anos, deixando qualquer solução definitiva às futuras gerações.
É evidente que a resposta à questão da escravidão já estava contida em nossa constituição, uma constituição
que tinha por cerne a igualdade dos cidadãos perante a lei, uma constituição que prometia a seu povo liberdade 167
e justiça, e uma união que poderia e deveria ser ainda mais aperfeiçoada ao longo do tempo.

No entanto, palavras em um pergaminho não seriam suficientes para libertar os escravos de seus grilhões, ou
oferecer a homens e mulheres de todas as cores e credos seus plenos direitos e obrigações como cidadãos dos
Estados Unidos. Foram necessários norte-americanos de futuras gerações que se dispuseram a fazer sua parte
por meio de protestos e luta, nas ruas e nos tribunais, por meio de uma guerra civil e da desobediência civil, e
sempre sob grande risco – a fim de reduzir a distância entre aquilo que nossos ideais prometiam e a realidade
de nossa era.

Sou filho de um homem negro do Quênia e de uma mulher branca do Kansas. Fui criado com a ajuda de um
avô negro que sobreviveu à Depressão e combateu no exército de Patton durante a Segunda Guerra Mundial, e
de uma avó branca que trabalhou em uma linha de montagem de bombardeiros, em Fort Leavenworth, enquan-
to seu marido servia no exterior. Frequentei algumas das melhores escolas dos Estados Unidos e vivi em uma
das mais pobres nações do mundo. Sou casado com uma negra norte-americana que porta o sangue de escravos
e de proprietários de escravos, um legado que transmitimos a nossas duas amadas filhas. Tenho irmãos, irmãs,
sobrinhas, sobrinhos, primos e tios de todas as raças e matizes, espalhados por três continentes e, por mais que
eu viva, jamais me esquecerei de que em nenhum outro país do planeta minha história seria possível.

Trata-se de uma história que não fez de mim o mais convencional dos candidatos. Mas ela tornou parte de
minha composição genética a ideia de que este país é mais que a soma de suas partes – a ideia de que, múltiplos,
sejamos um só. (...)

Mas é assim que devemos começar. É assim que nossa união tornar-se-á mais forte. E como tantas gerações
vieram a perceber ao longo dos 221 anos desde que aquele grupo de patriotas assinou aquele documento em
Filadélfia, é assim que começa a perfeição.
(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u383130.shtml,
acesso em 31 de jan. de 2009.)
Glossário
168
Aludido: Referido;

Atroadora: Ruidosa; estrondosa;

Axioma: Verdade evinente por si mesma;

Centelha: Partícula ígnea ou luminosa, que sai de um corpo incandescente, fagulha. Inspiração;

Cônscio: Que sabe bem o que faz ou deve fazer; consciente;

Consonância: Conjunto agradável de sons, harmonia. Acordo, conformidade;

Etimológico (adj.): Estudo da origem das palavras; história da origem das palavras;

Eutanásia: Prática, sem amparo legal, pela qual se busca abreviar sem dor ou sofrimento a vida dum enfermo
incurável e terminal; morte serena, sem sofrimento.

Inclinação: Ato ou efeito de inclinar-se; tendência; simpatia afeição por algo ou alguém;

Inextinguível: Não extinguível;

Pederastia: Homossexualismo masculino;

Preconizar: Apregoar com louvor;

Subjetividade: Do, ou existente no sujeito; individual, pessoal;

Susceptível: Passível de receber impressões, modificações ou qualidades;

Supremo: Que está acima de tudo;

Temerariamente: Arrojado; arriscado;

Transcendência: Passar além de; exceder; elevar-se acima de;

Urgir: Que tem que deve ser feito com rapidez.


Referências Bibliográficas
169
BEAUVOIR, Simone de. Moral da ambiguidade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.
BERNARDES, W. L. M. Da nacionalidade: brasileiros natos e naturalizados. Belo Horizonte: Del Rey, 1995.
CAMARGO, M. Fundamentos de ética geral e profissional. Rio de Janeiro: Vozes, 1999.
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 1995.
CORTINA, A. (org.). Ética. São Paulo: Loyola, 2005.
COVRE, M. L. M. O que é cidadania?. São Paulo: Brasiliense, 1995.
_________. A cidadania que não temos. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1986.
DALLARI, Dalmo. Direitos Humanos e Cidadania. São Paulo: Moderna, 1998.
DIMENSTEIN, Gilberto. O cidadão de papel. A infância, a adolescência e os Direitos Humanos no Brasil. São
Paulo: Ática, 2003.
FERREIRA, A. B. de H. Dicionário da Língua Portuguesa. Curitiba: Positivo, 2007.
GALLO, S. (org.). Ética e cidadania: caminhos da filosofia. São Paulo: Papirus, 2003.
KAFKA, F. “Diante da lei”. In: A colônia penal. São Paulo: Exposição do livro, 1965.
LAMOUNIER, B.; WEFFORT, F. & BENEVIDES, M. V. A Cidadania dos trabalhadores. São Paulo: T. A.
Queiroz, 1981.
MARTINEZ, A. Ética. São Paulo: Loyola, 2005.
MATTA, R. Brasileiro, cidadão?. São Paulo: Cultura Editores, 1992.
MOTTA, N. de S. Ética e vida profissional. Rio de Janeiro: Âmbito Cultural Edições, 1984.
PINSKY, J; PINSKY, C. B. (org.). História da cidadania. São Paulo: Contexto, 2003.
_______. & ELUF, L. N. Brasileiro(a) é assim mesmo: cidadania e preconceito. São Paulo: Contexto, 1999.
RIBEIRO, R. J. A Sociedade contra o social. São Paulo: Cia das Letras, 2000.
SINGER, P. Ética prática: ética social. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
SILVA, Patrícia. O que são normas morais?. Disponível em: http://www.notapositiva.com/resumos/filosofia/
moraletica.htm. Acesso em 31 de jan. de 2008.
VALLS, Álvaro L. M. O. O que é ética?. Coleção primeiros passos. São Paulo: Brasilense, 1994.
VÁZQUEZ, A. S. Ética. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007.
VIEIRA, L. Cidadania e globalização. Rio de Janeiro: Record, 1997.

Referências Eletrônicas
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ju%C3%ADzo_de_valor#cite_note-Shrader-Frechette-1#cite_note-Shrader-Fre-
chette-1. Acesso em 31 de jan. de 2008.
hhttp://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u383130.shtml. Acesso em 31 de jan. de 2008.
ttp://www.notapositiva.com/resumos/filosofia/moraletica.htm. Acesso em 31 de jan. de 2008.

Imagens
http://chargedobenett.zip.net/
http://ivancabral.blogspot.com/2007/06/moral.html
http://ivancabral.blogspot.com/2007/06/tica.html

Das könnte Ihnen auch gefallen