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Redes e Comunicações

AULA 7: Redes Ethernet

7.1 Ethernet no modelo OSI


O Institute of Electrical and Electronics Engineers (IEEE) tem produzido
diversas normas para redes locais, que são conhecidas por IEEE 802, ou
seja, adoptaram o nome da respectiva comissão responsável:

OSI IEEE 802


802.2
Logical Link Control
Camada de (LLC)
Ligação de Médium Access Control
Dados (MAC)
802.3 802.5 802.11
CSMA/CD Token Ring Wi-Fi

Verificamos que as normas IEEE 802 subdividem a camada de Ligação de


Dados do modelo OSI em duas sub-camadas: Logical Link Control (LLC)
e Médium Access Control (MAC). Constatamos também que as várias
normas diferem na sub-camada MAC (e também na camada Física) mas
são compatíveis ao nível da sub-camada LLC. Estas normas foram
adoptadas pela ISO como normas internacionais, conhecidas por ISO 8802.
A Ethernet implementa na quase totalidade a norma 802.3 do IEEE.

7.2 Operação Ethernet


Como sabemos, uma das características das redes locais consiste em
possuírem um meio de transmissão partilhado (canal de difusão). Torna-se
necessária, portanto, a existência de um mecanismo para controlo do acesso
ao meio de transmissão pelos diferentes DTEs. Este tipo de mecanismos de
controlo de acesso ao meio pertence à categoria ATDM.

Existem duas formas básicas de mecanismos de controlo: métodos em


contenção, também denominados de acesso aleatório, e métodos
determinísticos. Relativamente aos métodos em contenção será analisado

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o Carrier Sense Multiple Access/Collision Detection (CSMA/CD), que é


usado na implementação Ethernet. Os métodos determinísticos serão
estudados na aula 8, dedicada às redes em anel.

O método CSMA/CD só é usado em topologias do tipo bus linear. O meio


de transmissão diz-se operar em modo de acesso múltiplo (multiple
access). Para transmitir informação, o DTE emissor começa por encapsular
essa informação numa trama. Insere no cabeçalho tanto o seu próprio
endereço como o do DTE receptor.

Em seguida, efectua broadcast da trama no meio de transmissão. Como o


tempo de propagação no bus é muito pequeno em comparação com o
tempo de transmissão da trama, todos os restantes DTEs da rede detectam,
quase de imediato, a transmissão. Porém, só o DTE receptor é que continua
a ler a trama até ao fim. Como esta contém o endereço do DTE emissor,
poderá enviar-lhe, posteriormente, uma resposta.

No âmbito deste método de acesso ao meio é possível que dois DTEs


tentem transmitir no mesmo instante, provocando a corrupção das
respectivas tramas, fenómeno denominado colisão. Para reduzir a
probabilidade de ocorrência de colisões, o DTE emissor, antes de transmitir
a trama, escuta o canal: se uma onda portadora (carrier) é detectada
(sense), o DTE atrasa a sua transmissão até o meio se encontrar em
repouso.

Mesmo assim, dois DTEs podem considerar, simultaneamente, que não


existe actividade no canal e começarem a transmitir no mesmo instante,
provocando uma colisão. É por essa razão que qualquer DTE emissor
também monitoriza os sinais que transmite, isto é, usa tanto a interface
eléctrica de transmissão como a de recepção. Assim, se os sinais
transmitido e monitorizado forem diferentes, o DTE assume que ocorreu
uma colisão (collision detection).

Para assegurar que o outro ou outros DTEs envolvidos na colisão também a


detectam, o DTE emissor reforça a colisão enviando um padrão de bits
aleatório para o canal, durante um determinado intervalo de tempo. Este
padrão de bits aleatório denomina-se sinal de jamming. Os DTEs
envolvidos na colisão interrompem as respectivas transmissões e aguardam
um intervalo de tempo aleatório antes de tentarem novamente transmitir. O
algoritmo CSMA/CD pode ilustrar-se com o seguinte diagrama de fluxo:

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Inicio

Não

Trama pronta?

Sim

Estratégia de Envia sinal de


escuta jamming

Transmissão

Colisão Aborta
Sim
detectada? transmissão

Não

Fim

No âmbito do algoritmo, são permitidas quinze tentativas de retransmissão


antes de ser assinalado um erro à camada superior. As estratégias de
escuta podem ser de três tipos:

• Não-persistente
Se o meio de transmissão não se encontra ocupado, transmite.
Se o meio está ocupado, aguarda um intervalo de tempo
aleatório e volta a escutar o canal;

• 1-persistente
Se o meio de transmissão não se encontra ocupado, transmite.
Se o meio está ocupado, continua a escutar até o canal se
encontrar livre, transmitindo, então, de imediato;

• p-persistente
Se o meio de transmissão não se encontra ocupado, tem uma
probabilidade p de transmitir ou uma probabilidade 1-p de
atrasar a transmissão de um intervalo de tempo ∆T (time slot).
Se o meio está ocupado, continua a escutar até o canal se
encontrar livre. Então, tem uma probabilidade p de transmitir

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ou uma probabilidade 1-p de atrasar a transmissão para o


próximo time slot. Podem existir estratégias de escuta 0.5-
persistente, 0.75-persistente, etc.

A estratégia não-persistente apresenta a desvantagem de poder ocorrer a


seguinte situação: o canal já se encontra livre e o DTE que pretende
transmitir ainda se encontra a aguardar o fim do intervalo de tempo
aleatório. A estratégia 1-persistente apresenta a desvantagem de, quando
dois ou mais DTEs se encontram a aguardar oportunidade de transmitir,
ocorrer garantidamente uma colisão. A estratégia p-persistente tem como
objectivo melhorar o débito, minorando as colisões inevitáveis indicadas
anteriormente. Porém, o algoritmo é muito mais complexo e não apresenta
vantagens significativas relativamente aos restantes. Pelas razões
anteriores, as implementações comerciais favorecem o algoritmo 1-
persistente, nomeadamente a implementação Ethernet.

Como resultado de uma colisão, podem aparecer no meio de transmissão


tramas corrompidas ou parciais, isto é, com menos de 64 octectos e FCS
inválido. A estas tramas dá-se o nome de fragmentos de colisão (runts). As
colisões podem originar três cenários diferentes de transmissão mal
sucedida de tramas:

• Colisões isoladas
A colisão é detectada durante a tentativa de transmissão da trama;
• Colisões múltiplas
A mesma trama é sujeita a colisões repetidas, antes de ser transmitida
com sucesso;
• Transmissão adiada
A trama não sofre colisão, mas a sua transmissão é adiada devido ao
meio se encontrar ocupado.

As colisões podem ser de três tipos:

• Local
No cabo coaxial, os sinais em colisão sobrepõem-se e cancelam ou
reforçam o formato da onda, originando sobrevoltagem. No cabo
UTP, é detectado um sinal de recepção ao mesmo tempo que se está
a emitir outro sinal (válido apenas para modo bidireccional
alternante)1;

1
De notar que a interferência excessiva entre pares pode ser interpretada como uma colisão.

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• Remota
Quando uma trama em transmissão é corrompida por um fragmento
originado no extremo remoto do bus de comunicação;
• Atrasada
Ocorre após terem sido já transmitidos os primeiros 64 octetos da
trama. A principal causa consiste em o limite teórico do
comprimento do segmento de rede ter sido ultrapassado.

A cada segmento de rede em que só haja repetição de sinais e o acesso ao


meio de transmissão seja em contenção, chama-se um domínio de colisão.

7.3 Camada Física


Esta camada pode ser descrita através do seguinte modelo funcional:

MAC

Camada Física

Descodificação de
Codificação de dados
dados

Acesso de
Acesso de recepção
transmissão

Cabo Ethernet

No que respeita a acesso ao canal, possui as seguintes primitivas de


serviço: escutar o tráfego no meio de transmissão e indicar o resultado
através de um sinal carrier sense para a sub-camada MAC; comparar o
sinal no meio com o sinal gerado (monitorização), no caso de uma
transmissão e gerar um sinal collision detection quando ocorre
interferência no canal, para a sub-camada MAC; transmitir e receber bits
do meio de transmissão. No que respeita a codificação e descodificação de
bits usa o código Manchester.

7.4 Medium Access Control


Esta sub-camada pode ser descrita através do seguinte modelo funcional:

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LLC

MAC

Encapsulamento de Desencapsulamento
dados de de dados de
transmissão recepção

Gestão da ligação de Gestão da ligação de


transmissão recepção

Camada Física

O encapsulamento e desencapsulamento dos dados de LLC são efectuados


na trama MAC (genérica):

PA SFD DA SA LDF DATA PAD FCS

Em que:

• PA = Preamble, com o tamanho de 7 bytes, apresenta um


padrão apropriado para sincronização de relógios entre
receptor e emissor2;
• SFD = Start of Frame Delimiter, contém o byte 10101011 para
indicar o início da trama propriamente dita;
• DA = Destination Address, endereço destino, com 6 bytes;
• SA = Source Address, endereço origem, com 6 bytes;
• LDF = Length of Data Field, indica o comprimento do campo
Data, em bytes. Possui um comprimento de 2 bytes;
• DATA = Com o comprimento de 0 a 1500 bytes, contém a
trama LLC;
• PAD = Campo usado para distinguir tramas válidas das
inválidas, quando o campo Data das primeiras contiver menos

2
Implementa um relógio com a frequência de 5Mhz. Cada um dos 7 bytes contém o padrão 10101010,
que constitui uma onda quadrada perfeita, em código Manchester.

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de 46 bytes. De facto, a norma 802.3 estabelece que uma trama


válida tem de apresentar comprimento mínimo de 64 bytes;
• FCS = Frame Check Sequence, campo ocupado por um
número baseado na informação útil contida na trama, obtido
através da aplicação de uma função de dispersão (Hash) de 32
bits sobre os dados. O emissor cálcula o valor e coloca-o na
trama. O receptor cálcula o mesmo valor e compara-o com o
que vem no campo FCS. Podem ser detectados erros de um ou
vários bits.

Na recepção, os dados são retirados do campo Data e passados a LLC,


através da primitiva de serviço adequada. Quando são detectados erros, tal
facto é assinalado a LLC. Com efeito, as camadas acima de MAC é que
possuem os mecanismos para recuperação de erros. As possíveis fontes de
erro numa rede Ethernet são as seguintes:

• Transmissão simultânea que ocorre antes de terminar um time slot


(colisão);
• Transmissão simultânea que ocorre depois de terminar um time slot
(colisão atrasada);
• Transmissão de trama excessivamente longa (jabber);
• Transmissão de trama ilegalmente curta (fragmento ou runt);
• Transmissão corrompida (erros de FCS);
• Número insuficiente ou excessivo de bits transmitidos (erro de
alinhamento);
• O tamanho indicado para a trama não condiz com o tamanho efectivo
da trama recebida;
• Preambulo demasiado longo.

A gestão da ligação é efectuada de acordo com os sinais carrier sense e


collision detection que recebe da camada Física.

A Ethernet bidireccional alternante é definida na norma original IEEE


802.3, usa apenas um par de cobre para transmissão e recepção de sinais.
Também utiliza o protocolo CSMA/CD para ajudar a evitar colisões. Um
hub opera em modo bidireccional alternante, porque todas as estações têm
de poder detectar colisões. A Ethernet bidireccional simultânea usa dois
pares de cobre, numa configuração ponto a ponto entre emissor e receptor.
Não há lugar a colisões, sendo a tecnologia de rede supostamente 100%
eficiente em ambas as direcções3.

3
Assim e por exemplo, a Fast Ethernet apresenta uma frequência de sinal agregada de 200 Mbps.

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O processo de auto-negociação define a forma como dois parceiros numa


ligação podem estabelecer uma configuração que ofereça o melhor nível de
desempenho possível. Tem ainda como vantagem o facto de só envolver a
camada Física. De facto, existem apenas duas formas de conseguir uma
ligação bidireccional simultânea: ou através de um ciclo completo de auto-
negociação ou então da configuração forçada, pelo administrador de rede,
dos dois parceiros da ligação.

Um domínio de broadcast é constituído por todos as estações de rede a


que uma trama MAC de broadcast4 pode chegar.

7.5 Logical Link Control


As principais características desta sub-camada consistem em suportar
controlo de erros e fluxo, unicast, multicast e broadcast, fornecendo
serviços orientados e não orientados à conexão. Nestas condições, a sub-
camada LLC oferece à camada de Rede o seguinte conjunto de serviços:

• Não orientado à conexão sem confirmação (CL without ACK);


• Não orientado à conexão com confirmação (CL with ACK);
• Orientado à conexão com confirmação (CO with ACK).

7.5.1 CL without ACK


Requer uma complexidade mínima para o protocolo e é útil em dois
contextos: quando camadas mais elevadas providenciam o controlo de erros
e a ordenação dos dados ou em aplicações em que não é necessário garantir
a entrega de todas as unidades de dados. Encontram-se no último caso
aplicações de aquisição periódica de informação e algumas aplicações de
tempo real. As primitivas deste serviço são:

DTE
emissor

DTE
receptor

DL_UNITDATA.Req

DL_UNITDATA.Ind

7.5.2 CL with ACK


A entidade LLC impõe uma disciplina em que só uma unidade de dados, de
cada vez, pode encontrar-se pendente para transmissão. Deve receber uma
confirmação antes da transmissão da próxima unidade de dados. Suporta

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Endereço MAC de destino constituído apenas por bits a 1.

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controlo de fluxo e erros com a técnica Stop and Wait ARQ. As primitivas
deste serviço são:

• Transferência de dados com sucesso

DTE
emissor

DTE
receptor

DL_DATA_ACK.Req

DL_DATA_ACK.Ind

DL_DATA_ACK_STATUS.Ind

• Transferência de dados sem sucesso

DTE
emissor

DTE
receptor

DL_DATA_ACK.Req
X

DL_DATA_ACK_STATUS.Ind

7.5.3 CO with ACK


As primitivas deste serviço são:

• Fase de estabelecimento da ligação

DTE
emissor

DTE
receptor
DL_CONNECT.Ind
DL_CONNECT.Req

DL_CONNECT.Rsp
DL_CONNECT.Cnf

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No caso de estabelecimento bem sucedido da ligação.

DTE
emissor DTE
receptor
DL_CONNECT.Req
DL_CONNECT.Ind

DL_DISCONNECT.Req
DL_DISCONNECT.Ind

No caso de negação remota para o estabelecimento da ligação.

• Fase de transferência de informação

DTE
emissor

DTE
receptor

DL_DATA.Req
DL_DATA.Ind

Após o estabelecimento da ligação, a informação é transferida


usando primitivas DL_DATA.

• Fase de desconexão

DTE
emissor DTE
receptor
DL_DISCONNECT.Req
DL_DISCONNECT.Ind

Este serviço CO with ACK suporta controlo de fluxo com o método


Sliding Window e controlo de erros com o método Go Back N ARQ.

7.6 Tecnologias Ethernet


A 10 BASE 5 constitui a norma Ethernet original, também conhecida por
Thick Ethernet (Ethernet sobre cabo grosso). Utiliza cabo coaxial com 10
mm de diâmetro e topologia em bus linear. São permitidas até 100 estações

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por segmento, cujo comprimento máximo é de 500 m. As estações possuem


uma placa de rede ou network interface card (NIC), ligada ao cabo
attachment unit interface (AUI) por um conector do tipo DB15. O AUI
liga-se a um vampiro ou medium attachment unit (MAU), que abraça o
cabo coaxial de banda de base.

DB15 DB15
NIC NIC

AUI
AUI

Thick wire

MAU MAU
terminator terminator

O esquema de codificação de bits é o Manchester. Esta norma suporta um


máximo de quatro repetidores a unir cinco segmentos, permitindo um
comprimento total de 2500 m. O ritmo suportado é de 10 Mbps.

A norma 10 BASE 2 é também conhecida por Ethernet sobre cabo fino


(Thin Ethernet). Apenas permite 30 estações por segmento. Usa topologia
em bus linear, mas o comprimento máximo do segmento é reduzido para
185 m, com repetidores integrados na rede, ou 300 m5 no caso de um
segmento isolado, sem repetição do sinal. Nestas condições, a máxima
extensão permitida pela norma é de 925 m. O NIC integra as funções dos
AUI e MAU, sendo os conectores utilizados do tipo T (BNC).

NIC

Thin wire

NIC

BNC

NIC

terminator

5
O maior comprimento do segmento isolado deve-se ao ligeiro atraso introduzido na propagação dos
sinais pelos repetidores.

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Esta implementação apresenta custos de instalação muito inferiores aos da


norma 10 BASE 5. O ritmo suportado é de 10 Mbps.

A norma 10 BASE T usa dois pares UTP de categorias 3, 4 ou 5. Um dos


pares é usado para transmitir (Tx) e o outro para receber (Rx). Os
conectores são do tipo RJ45. Usa o esquema de codificação Manchester.
Nesta implementação os repetidores são multi-porta e denominam-se
concentradores (HUBs), enquanto que nas duas normas anteriores eram
repetidores com apenas duas portas. O tamanho máximo do segmento é de
100 m, tanto na ligação NIC – HUB como na HUB – HUB. Podem ser
construidas associações de até quatro HUBs e a topologia utilizada é em
bus linear, tal como acontecia nas normas anteriores. O ritmo é de 10
Mbps.
HUB
UTP

UTP
NIC
HUB

RJ45
UTP
HUB

UTP NIC
UTP
HUB

• Ligação NIC-HUB

1 1
2 2
3 3
4 4
5 5
6 6
7 7
8 8

No cabo direito, 1-2 é o par de Tx e 3-6 é o par de Rx.

• Ligação HUB-HUB ou NIC-NIC

1 1
2 2
3 3
4 4
5 5
6 6
7 7
8 8

No cabo cruzado (daisy chain), o par de Tx de um conector liga-


se ao par de Rx do outro e vice-cersa.

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Os fabricantes de cabos atribuem cores aos pares (exemplo: verde com


verde e branco, azul com azul e branco, laranja com laranja e branco,
castanho com castanho e branco) para facilitar a cravação de fichas RJ45,
de acordo com as pinagens anteriores. Por exemplo, a menemónica para a
cravação de fichas RJ11 (2 condutores) consiste em colocar a costura do
cabo e o pino da tomada para o mesmo lado. No caso da ficha RJ45, com o
pino na face superior da tomada, o contacto 8 encontra-se à esquerda e o
contacto 1 à direita.

Posteriormente apareceu a norma 100 BASE TX, que suporta ritmos até
100 Mbps. É conhecida como Ethernet rápida (Fast Ethernet). Usa dois
pares UTP de categoria 5 ou STP de categoria 1. A máxima distância entre
NIC e HUB continua a ser de 100 m. As normas 10 BASE T e 100 BASE
TX usam a mesma pinagem na interface RJ45. Assim, é possível construir
ambientes mistos, com alguns NICs ligados a 10 Mbps e os restantes a 100
Mbps. Em qualquer das normas são usados dois pares entrançados, o que
significa que a comunicação pode ser bidireccional simultânea.

A norma 10 BASE F também é conhecida por Ethernet sobre fibra óptica


(Fiber Ethernet). Usa duas fibras multimodo ou monomodo em vidro, uma
para Tx e outra para Rx. Os conversores electro-ópticos são constituídos
por LEDs de infravermelho. Posteriormente apareceu uma versão a 100
Mbps, denominada 100 BASE FX. A máxima distância entre NIC e HUB é
de 2000 m, tanto para 10 BASE F como 100 BASE FX. Como qualquer
das normas usa duas fibras, significa que a comunicação pode ser
bidireccional simultânea.

A Gigabit Ethernet constitui uma extensão às normas Ethernet (IEEE


802.3) e FastEthernet (IEEE 802.3u) respectivamente a 10 e 100 Mbps, tal
como se pode observar no quadro seguinte.

Família de normas Ethernet


Designação Frequência(Mbps) Distância(m) Meio de Tx
10 BASE T 10 100 Cobre
100 BASE TX 100 100 Cobre
100 BASE FX 100 2000 Fibra multi-modo
1000 BASE T 1000 100 Cobre (cat. 5)
1000 BASE LX 1000 5000 Fibra mono-modo
1000 550 Fibra multi-modo

Em 1998, o IEEE aprovou a norma Gigabit Ethernet (IEEE 802.3q) sobre


fibra óptica (1000 BASE LX), que foi concebida com o objectivo de

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Redes e Comunicações

promover a ligação de redes locais existentes em diferentes edifícios. Em


1999, o IEEE aprovou a norma Gigabit Ethernet (também IEEE 802.3q)
sobre cabo UTP Categoria 5 (1000 BASE T), que foi concebida com o
objectivo de aumentar o desempenho nos núcleos (backbone) das redes
locais, sem necessidade de substituir a cablagem já existente (usada para
instalar Fast Ethernet). A implementação Gigabit Ethernet é totalmente
compatível com as implementações Ethernet e Fast Ethernet, usando as
mesmas especificações: CSMA/CD, formato de trama, comunicação
bidireccional simultanea, controlo de fluxo, etc. As principais vantagens
desta nova tecnologia consistem na melhoria do desempenho, diminuição
dos estrangulamentos, facilidade de implementação e baixo custo (em
comparação com tecnologias que proporcionam desempenho semelhante).

A 10-Gigabit Ethernet sobre fibra óptica foi normalizada como IEEE


802.3ae em Junho de 2002, constituindo-se como uma tecnologia que
oferece ritmos de 10000 Mbps até distâncias de 40 km. Usa o conhecido
protocolo MAC, incluindo os respectivos formato e tamanhos máximo e
mínimo da trama, e apenas utiliza transmissão bidireccional simultânea.
Assim, é totalmente compatível com as normas Ethernet anteriores. Com
fibra multi-modo, cada segmento pode atingir distâncias de 300m,
enquanto que com fibra mono-modo pode atingir distâncias até 40 km6.

Nas normas anteriores, a entidade da sub-camada MAC funciona em modo


série, enquanto que na 10-Gigabit Ethernet o seu funcionamento é em
paralelo, bastante mais complexo: tanto na interface de recepção como na
de emissão de bytes são criadas quatro pistas separadas, numeradas de 0 a
3, e tratadas de acordo com um algoritmo do tipo round-robin. Por
exemplo, na interface de transmissão o primeiro byte do fluxo segue pela
pista 0, o segundo pela pista 1, o terceiro pela pista 2, o quarto pela pista 3,
o quinto de novo pela pista 0, etc.

A 10-Gigabit Ethernet pode ser usada tanto em LANs como WANs,


dispondo de interfaces físicos adequados a cada caso. As suas principais
funções consistem em: substituir as ligações ATM e SONET; tornar
possível a integração de redes de vóz e dados sobre Ethernet; oferecer as
condições necessárias à constituição de SANs, que passam a utilizar
tecnologias perfeitamente normalizadas.

A norma 10G Base T define a 10-Gigabit Ethernet sobre cabo UTP de


categoria 5 ou superior, em distâncias até 100m.

6
Em comparação com os 5 km da 1-Gigabit Ethernet.

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7.7 Bridges
Como sabemos, um repetidor é um equipamento de rede que regenera
todos os bits que recebe e volta a introduzir os sinais no meio de
transmissão. Os repetidores são considerados passivos porque não actuam
sobre as tramas que regeneram. O seu efeito consiste apenas em aumentar o
diâmetro da rede. São invisíveis aos possiveis eventos, como por exemplo,
colisões ou erros. As bridges servem para ligar redes Ethernet diferentes.
Efectuam funções básicas de filtragem de tramas antes de as retransmitir.
Enquanto que os repetidores encaminham todas as tramas, as bridges só
encaminham as tramas necessárias. As redes Ethernet que usam diferentes
níveis Físicos apenas podem ser ligadas por bridges. Por exemplo, uma
rede 10 BASE T apenas pode ser ligada a uma rede 10 BASE 2 através de
uma bridge. Além disso, também efectuam adaptação de ritmo: só através
de uma bridge é possível ligar uma rede 10 BASE T a outra 100 BASE TX.

Características Repetidores Bridges


Nível OSI Físico Ligação de Dados
Segmentos ligados 5 Ilimitado
Análise das tramas Não Sim
Invisíveis aos eventos Sim Não
do nível fisico
Latência entre portas <3 µs 5 a 1500 µs
Propagação de erros Sim Não
do nível fisico

As bridges analisam as tramas que recebem, nomeadamente o campo


Destination Address. Dispõem de tabelas onde armazenam o número das
portas a que se encontram ligados DTEs, referenciados pelos respectivos
endereços MAC. Assim, decidem se enviam a trama para uma determinada
porta ou a descartam. Desta forma, promovem o isolamento de tráfego
entre os segmentos de rede que unem.

7.8 Switches
Conceptualmente, tratam-se de bridges multi-porta. Tecnicamente,
funcionam também ao nível de Ligação de Dados do modelo OSI. As
actuais normas para redes locais, como Ethernet ou Token Ring, e ainda
FDDI, usam bridges e switches.

Em termos gerais, um switch define-se como um componente de rede que


recebe tramas numa porta, armazena-as temporariamente e retransmite-as
por outra porta. Transferem tramas entre portas diferentes baseando-se nos
endereços destino respectivos. Os switches usam um conceito denominado
conexão virtual para temporariamente conectarem a origem ao destino.

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Redes e Comunicações

Depois da trama ter sido enviada, a conexão virtual é terminada. Um switch


Ethernet mantem uma tabela de duas entradas que associa as suas portas
físicas aos endereços MAC dos DTEs a elas ligados:

Endereço Porta
DTE A Porta 1
DTE B Porta 2
DTE C Porta 3
DTE D Porta 4

DTE B

Port 2

DTE A Port 1 Port 3 DTE C

Port 4

DTE D

A transferência de tramas entre portas diferentes pode ocorrer em paralelo.


No exemplo anterior, o DTE A envia informação para o DTE D, ao mesmo
tempo que o DTE B envia informação para o DTE C. Embora os switches
Ethernet usem tramas MAC, a técnica de acesso ao meio CSMA/CD não se
aplica quando apenas um DTE se encontra conectado a cada porta. Neste
caso, não existe contenção para acesso ao meio de transmissão. De facto,
nem sequer é necessária a detecção de uma portadora. Os bits a 0 podem
ser representados por um valor nulo de tensão. Os bits a 1 podem ser
representados por uma tensão alternada do sinal algébrico, de modo á
componente DC ser nula na linha. Ainda mais importante, também não
existe qualquer fonte de colisões.

Os switches podem funcionar de acordo com três modos diferentes,


variando em termos da latência sofrida pelo encaminhamento das tramas:

• Store and forward


Toda a trama é lida para a memória tampão, o FCS é calculado e só
então é determinada a porta de destino;

• Cut-through
Só é lida a parte inicial da trama, até ao campo correspondente ao
endereço destino, para ser determinada a porta de destino;

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Redes e Comunicações

• Fragment free
Só são verificados os primeiros 64 bytes da trama quanto a
fragmentação7, antes de ser determinada a porta de destino.

O protocolo Spanning Tree, especificamente destinado a estes activos de


rede, foi criado pela Digital Equipment Corporation (DEC) e mais tarde
normalizado como IEEE 802.1d. A sua principal função consiste em
detectar ligações redundantes entre activos de nível 2 (bridges e switches),
com vista a eliminar circuitos fechados na rede (network loops). Assim,
evitam-se as tempestades de difusão (broadcast storms) e as inconsistências
nas tabelas de encaminhamento, cujos efeitos se traduzem no mau
desempenho da rede.

O STP funciona da seguinte forma: entre todas as bridges que se encontram


a correr o protocolo, uma é eleita como principal (root bridge) e todas as
outras como secundárias (nonroot bridges). A root bridge é que vai decidir
sobre a topologia da rede, cancelando todas as ligações redundantes. As
portas da root bridge recebem e enviam tramas (designated ports).

Nos restantes activos é determinado o custo de cada porta, directamente


relacionado com o valor do ritmo da ligação à bridge principal. Só as portas
de menor custo8 é que se vão encontrar no estado de encaminhamento de
tramas (forwarding state). Todas as outras portas, correspondentes a
ligações redundantes à root bridge, serão colocadas em estado de bloqueio
(blocking state), tal como se pode observar no seguinte exemplo:

100BaseTX
(custo = 19) Forwarding
Forwarding

Root Bridge Nonroot Bridge


10BaseT
Blocking
(custo = 100)
Forwarding

São, em resumo, três as funções desempenhadas pelos switches:


aprendizegem de endereços, evitar caminhos redundantes e tomar
decisões quanto a filtragem e encaminhamento.

7
Devida a eventuais colisões.
8
Isto é, com maior ritmo na ligação.

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Redes e Comunicações

7.9 Segmentação
Com a introdução de bridges e/ou switches, torna-se possível optimizar a
utilização das redes locais, em termos de compartimentação do tráfego.
De facto, se numa rede todos os grupos de trabalho se encontram ligados
através de hubs, o tráfego específico de cada grupo vai ser propagado a
toda a comunidade de utilizadores. Com a introdução de switches no
núcleo da rede, é possível separar o tráfego local aos grupos de trabalho do
tráfego entre grupos.

server
switch central
100 Mbps

100 Mbps 100 Mbps

switch das Vendas switch da Contabilidade

10 Mbps 10 Mbps 100 Mbps 10 Mbps 10 Mbps

switch da Direcção

10 Mbps 10 Mbps

Com este arranjo de componentes, só o tráfego exterior a cada grupo de


trabalho é que sofre encaminhamento, pelo switch central, para outras
portas. Por exemplo, o tráfego de acesso ao servidor corporativo9. Com a
instalação do switch central introduziu-se uma alteração na topologia da
rede: passou a existir uma estrela primária entre o switch central e os
switches departamentais, e estrelas secundárias entre os switches
departamentais e as estações de trabalho de cada grupo.

9
Partilhado entre todos os departamentos da organização.

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Redes e Comunicações

De forma a garantir um bom desempenho, na estrela primária deve usar-se


Fast Ethernet (100 Mbps) e só nas estrelas secundárias deve usar-se
Ethernet (10 Mbps). Por exemplo, se a rede anterior se encontrar instalada
num edificío com desenvolvimento vertical, a estrela primária ligará os
diferentes andares. As estrelas secundárias ligarão as estações de trabalho
localizadas no mesmo andar.

A utilização intensiva de aplicações distribuídas (por exemplo, do tipo


cliente – servidor), mais exigentes em termos de recursos de comunicação,
centralização da informação crítica da organização em grupos de
servidores (server farm), acesso generalizado a comunicação em rede
alargada e utilização de estações de trabalho potentes (power users), vão
impor uma sobrecarga de tráfego no núcleo da rede. De modo a continuar a
garantir um bom desempenho global, torna-se necessário evoluir o núcleo
da rede para Gigabit Ethernet.

server
switch central
1000 Mbps

1000 Mbps server Server Farm

1000 Mbps 1000 Mbps

switch das Vendas switch da Contabilidade

10 Mbps 10 Mbps 10 Mbps 100 Mbps

100 Mbps Power User

switch

10 Mbps 10 Mbps

19
Redes e Comunicações

De modo a melhorar o desempenho global da rede, torna-se necessário


segmentar os domínios de colisão (nível 1). Tal consegue-se através da
inclusão de switches como activos de rede. De facto, uma das tarefas destes
equipamentos consiste em analisar as tramas MAC, encontrando-se
habilitados a detectar colisões10.

Quanto à segmentação dos domínios de broadcast (nível 2), já os switches


vulgares nada podem fazer. De facto, quando recebem uma trama MAC de
broadcast numa das portas apenas podem repeti-la para todas as outras
portas. Dito por outras palavras, as tramas MAC de broadcast colocam os
switches a funcionar de modo idêntico ao dos hubs. A segmentação dos
domínios de broadcast apenas pode ser efectuada com a inclusão na rede de
routers ou switches com funcionalidades de nível 311. Desta forma, a
filtragem já não é efectuada com base nos endereços MAC de destino. Por
exemplo no caso dos routers, se a camada de Rede for ocupada pelo
protocolo IP, o encaminhamento é efectuado de acordo com os endereços
IP de destino.

10
Isto é, conseguem distinguir as tramas válidas das inválidas.
11
Como, por exemplo, switches com capacidade de construção de redes locais virtuais (VLANs).

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