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TCU 2013 – CURSO DE DISCURSIVAS – AULA 04

Olá concurseiro(a)!

Uma bela canção, mais bela ainda quando interpretada por Djavan,
traz o seguinte trecho:
“Só eu sei
Os desertos que atravessei
Só eu sei, só eu sei”
Com a aula de hoje, estamos concluindo nosso curso.
Cada um de nós sabe os desertos que atravessou, as esquinas por
que passou, as horas que estudou, os sacrifícios que enfrentou, os prazeres
que adiou, os sonhos que alimentou…
Assim, antes de tudo, parabéns!
Quando assistimos em nosso país tantos maus exemplos de altas
autoridades, ficamos comovidos com a luta dos alunos para conquistar com
dignidade, honestidade e esforço um cargo de elevada responsabilidade e
boa remuneração, que lhes permita obter realização profissional e oferecer
melhores condições para seus familiares.
Tenha certeza de que esses estudos e essa luta não serão em vão.
No mínimo, você proporciona aos seus amigos e conhecidos um ótimo
exemplo de dedicação e honradez, valores que um dia hão de prevalecer no
Brasil.
Nessas semanas de convivência, apesar de fisicamente distantes,
sentimo-nos muito próximos dos mais participativos, conhecendo seus
estilos e compartilhando suas expectativas e ansiedades. As formações e as
idades são as mais diversas, e, de uma maneira geral, bem preparados.
O trabalho foi cansativo, mas valeu a pena, cada minuto, cada
segundo ao seu lado. A experiência foi extraordinária, permitindo-nos
contato com alunos de todas as partes do país.
Se há um jogo e o nosso time está em campo, saiba que adquirimos
nosso ingresso para o calor da geral. O time não precisa ser o melhor do
Brasil, mas precisa atingir o objetivo!
Torcemos de coração pelo seu sucesso, e que seja breve!
Agora, vamos à aula!
Nessa aula final, iniciaremos apresentando algumas opiniões sobre
prováveis temas para questões da prova, ora recortados de exames
anteriores, ora fruto de nossa imaginação e experiência.

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Na sequência, responderemos a algumas dúvidas relevantes


colocadas no fórum dos alunos e retomaremos algumas recomendações
importantes, que devem ser observadas na elaboração das respostas nas
provas discursivas.
Também relembraremos alguns pontos prioritários para o
aprimoramento de seu texto e a importância da revisão.
Traremos também exemplos reais de respostas a questões discursivas
que obtiveram nota máxima.
Finalizaremos a análise de questões discursivas de concursos
passados realizados por diversas ilustres organizadoras.
Apresentaremos também os comentários ao exercício 3, com a já
conhecida seleção de trechos selecionados dos alunos.
E, ao final, deixaremos com você algumas dicas importantes para a
reta final de estudos, para a véspera e o dia da prova, e para depois da
prova também, inclusive quanto aos recursos, e a nossa mensagem final.
Muito bem, vamos começar!

I – QUESTÕES QUE VÃO CAIR NA PROVA DISCURSIVA (valendo uma


empadinha cada!)
Quais são as previsões da Mãe Dinah para esse concurso? Desvende
“Mister M” – mestre dos mestres – os segredos da prova do TCU!
Lembramos que não temos bola de cristal, tarô, nem ajuda
privilegiada dos universitários do Show do Milhão, mas cremos que vale a
pena arriscar alguns palpites acerca de temas cuja presença é bastante
provável. Vamos lá!
Certo dia, caminhando numa trilha, totalmente relaxado, o amigo
Luiz, na tentativa de se colocar no lugar dos examinadores que preparam a
prova, indagou-se: se eu fosse chamado a elaborar questões para a prova
do AUFC, quais os temas novos que eu incluiria?
E o amigo Luciano? Bem, apesar de não ser adepto a meditações
ecológicas, trará igualmente importantes contribuições.
Saibam todos que essa dupla é sempre muito dedicada no que faz,
preza pela perfeição e é sempre atenta aos alunos.
Pois bem, eis o resultado de nossas meditações, com base no último
edital:

1) Direito Administrativo
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Tivemos um sonho de um tema sobre AGÊNCIAS REGULADORAS


(definição, diretrizes, atribuições, princípios). Mas fique atento: a depender
do referencial (conforme preconizado por Newton), o sonho pode virar um
pesadelo!
Por que não um tema sobre PRINCÍPIOS. Questão fora do edital
fere a legalidade, pois o edital é a lei do concurso. Afinal, a lei, como fonte
do Direito Administrativo, não é só a lei em sentido estrito, mas também os
atos normativos. Esperamos que o examinador não saiba que a prova que
ele estiver corrigindo seja a sua, a do sobrinho dele ou a do amigo do
vizinho. Senão, a impessoalidade não estará sendo respeitada. E agir sem
honestidade fere a moralidade, todos nós sabemos. Pior ainda se você não
puder saber as razões do indeferimento de eventuais recursos que você
tenha interposto. Já pensou? Cadê a publicidade nisso? Tudo bem, o
Cespe não vai fazer nada disso, estamos em tempos de administração
gerencial. Viva o princípio da eficiência!
Ah! Mais uma: ATOS ADMINISTRATIVOS. A lei manda a
Administração conferir licença para dirigir a quem passar na prova. O
cidadão passou, quer a carteira. O administrador pode negar? Não. Ele está
vinculado à regra legal. Ele exerce uma competência vinculada. A lei diz
também que os donos de bar não podem colocar mesinhas na calçada,
salvo se a Administração autorizar. Lá vai o dono do boteco fazer o
requerimento. Só que a Prefeitura acha que isso vai atrapalhar o trânsito
dos pedestres e, por isso, nega. E agora? E agora nada. Ela autoriza se
quiser. A competência é discricionária.
Os CONVÊNIOS estão na moda. Diferença entre convênio e
contrato? Isso cai? Pode cair. Além disso, confira as normas que regem o
assunto: Decreto 6.170/2007 e Portaria Interministerial MP/MF/MCT
127/2008.
PROCESSO ADMINISTRATIVO: a Administração pode dar início
a processo com base em denúncia anônima? Quais são as regras de
decadência para anulação de ato administrativo ilegal que gere benefícios
ao destinatário? Coisa julgada administrativa? Preclusão administrativa?
Meu Deus! O que é tudo isso?

2) Controle Externo

Que tal uma questãozinha sobre CONTROLE EXTERNO DA


ADMINISTRAÇÃO. Tá tudo lá nos arts. 70 a 74 da Constituição.
Identifique as competências privativas do TCU (art. 71), que denotam que
esse órgão é independente em relação ao Congresso Nacional.

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EFICÁCIA DAS DECISÕES DOS TRIBUNAIS DE CONTAS. As


decisões do TCU fazem coisa julgada? Não? Então o Judiciário pode
modificar as decisões da Corte de Contas? Não? Então o que a Justiça pode
fazer? Anular? Revogar? Reformar? Adentrar questões de mérito? Ou só de
(i)legalidade? Tenha isso na ponta da língua.

II – DÚVIDAS DO FÓRUM DOS ALUNOS


1) Professores, eu estou ultrapassando o limite de tempo para fazer a
redação. Qual a melhor forma de sanar este problema?
Resposta: Seu questionamento é muito bom! Demonstra que você está
fazendo o exercício simulando as condições da prova conforme
combinamos.
Nem todas as pessoas conseguem escrever com velocidade. O
importante é que você está consciente dessa dificuldade. Isso te será muito
útil para fazer o adequado planejamento da gerência do tempo no dia da
prova.
Continue treinando e você verá que, aos poucos, sua velocidade será
incrementada. Veja se consegue escrever um pouco mais rápido,
sacrificando a beleza da grafia, mas sem torná-la ilegível, claro.

2) Devido ao limite de linhas, uma das minhas maiores preocupações tem


sido hierarquizar as informações, para não correr o risco de deixar algo que
o examinador ache relevante de fora. O Sr. poderia comentar a respeito e
dar algumas dicas? Obrigada!
Resposta: Você está no caminho certo ao procurar hierarquizar as
informações, dando mais destaque e espaço ao que é mais relevante e,
eventualmente, suprimindo o que é desnecessário e supérfluo.
A melhor forma de fazê-lo é dedicar algum tempo às duas fases
iniciais da elaboração do texto. Vale aqui o MANTRA:
PENSAR, PLANEJAR, REDIGIR, REVISAR.
Se você dedicar um tempinho para PENSAR, PLANEJAR fica mais fácil.
Planejando bem, REDIGIR fica mais simples. Com uma boa redação,
REVISAR não será o problema.

3) Poderiam dar um exemplo de como seriam as orações intercaladas que


devem ser evitadas no texto técnico? E um exemplo de proporcionalidade
(equilíbrio) e escalonamento (ordenamento lógico)?
Resposta: Intercalações de textos devem ser utilizadas com cautela, de
modo a não dificultar o entendimento pelo leitor.
Exemplo de uma redação confusa:
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Os atos administrativos discricionários são os atos administrativos que


a lei confere certas margens de liberdade de atuação da Administração,
podendo ela decidir da sua oportunidade e conveniência do próprio ato que
será produzido.
Arrumando:
Os atos administrativos discricionários são os atos administrativos
aqueles aos quais a lei confere certa margem de liberdade de atuação
da Administração, podendo ela decidir da sobre sua a oportunidade e a
conveniência do próprio ato que será produzido.
Limpando:
Os atos administrativos discricionários são aqueles aos quais a lei
confere certa margem de liberdade de atuação da Administração, podendo
ela decidir sobre a oportunidade e a conveniência do ato.
Explicação de proporcionalidade:
Parágrafos equilibrados, de extensão semelhante, conferem
proporcionalidade ao texto. Se vocês dispõem de 15 linhas para examinar
três aspectos, evitem dedicar 11 linhas a um deles e 2 linhas a cada um dos
demais, por exemplo.
Exemplos de escalonamento lógico:
Em primeiro lugar, cumpre destacar que...
Ademais, sublinhe-se que...
Por fim, não se pode esquecer que...
Tendo em vista tais elementos, conclui-se que...

4) Professores, nos materiais em que tenho estudado, encontro divergência


sobre a escrita de certas palavras. Por exemplo, há materiais em que as
palavras "estados", "municípios", "ministérios" são escritas com iniciais
maiúsculas, mesmo sem especificação; em outros, com iniciais minúsculas.
Qual é o certo?
Resposta: Segundo o Manual de Redação da Folha de São Paulo, você deve
utilizar Ministério com maiúscula quando designar um órgão específico
(“Ministério da Saúde”) e com minúsculas, em segunda menção ou para se
referir ao conjunto de ministros (“funcionários daquele ministério”;
“ministério do presidente Fulano”). Regra semelhante para estados e
municípios.
O Manual de Redação e Estilo do Estado de São Paulo prescreve que
serão usadas maiúsculas para designar leis ou normas econômicas e
políticas consagradas por sua importância (“Lei de Responsabilidade
Fiscal”). Orienta usar minúsculas na designação de profissões e ocupantes
de cargos (“governador Sicrano”, “rainha Beltrana”).
Observem alguns exemplos.

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"Vou estudar Economia na UnB."


"A economia mundial vive um momento instável."
Percebeu? Quando nos referimos a uma disciplina ou conceito
científico, utilizamos maiúsculas. No sentido corriqueiro da palavra,
minúsculas.
O mesmo vale para leis e ministros:
"O Ministro da Fazenda discorda da Lei do IR."
"Nunca tivemos um governo com tantos ministros e tanto desrespeito
às leis."

III – MAIS ALGUMAS RECOMENDAÇÕES PARA APRIMORAR A


ELABORAÇÃO DO TEXTO TÉCNICO
- Evitar o uso de orações intercaladas, de parênteses de e travessões, bem
como de períodos longos.
- Usar linguagem objetiva e, preferencialmente, a ordem direta (sujeito,
verbo, objeto e complementos).
- Não usar trechos longos descritivos que não acrescentem informação útil
à fundamentação dos argumentos.
- Não devem ser utilizados comentários entre aspas com sentido dúbio ou
irônico.
- Dar maior importância aos pontos centrais da argumentação.

Linguagem inadequada
- Não utilizar expressões corriqueiras, vulgares ou informais, como
“papeladas”, “maçaroca”, “na moral” ou semelhantes.

Termos impróprios
- Utilizar os termos dentro de seu contexto, evitando abusar de metáforas,
hipérboles e outros recursos adequados para textos literários e jornalísticos,
mas não para textos de concurso.

IV – A IMPORTÂNCIA DA REVISÃO
Dedique também pelo menos 10 ou 15 minutos do tempo da prova
para fazer a revisão dos seus textos antes de passá-los para as folhas da
redação definitiva.
Na realidade, são necessárias duas revisões, ou duas leituras com
focos diferentes: a revisão de conteúdo e a revisão de forma.
Na revisão de conteúdo verifica-se se:
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O texto possui início, meio e fim?


O primeiro parágrafo aborda o tema central?
O desenvolvimento tem encadeamento lógico?
A conclusão reflete a argumentação apresentada?
Foram atendidos todos os itens requeridos pelo enunciado?
O que pode ser excluído ou acrescentado?
Na revisão de forma, cuida-se de:
Ortografia
Concordância verbal
Concordância nominal
Atenção às vírgulas e às crases, nossos erros mais comuns!
Vamos a um exemplo prático. Vamos apresentar um texto para que
vocês encontrem os erros e façam a revisão.
Os Tribunais de Contas dos Estados – bem como o do Distrito Federal
– exercem na esfera estadual, e de vez em quando na municipal, as
competências que têm o TCU no âmbito federal.
Uma das principais é a realização de auditorias que verificam se os
jurisdicionados estão conforme a legalidade, legitimidade e economicidade
na aplicação de recursos públicos.
Outra também é o julgamento das contas que são irregulares,
exclusive podendo aplicar multas e outras penalidades, desde que tenha
respeito ao direito de defesa, segundo jurisprudência do Supremo.
No mais, as Cortes de Contas apuram, denúncias, fiscalizam licitações
e contratos superfaturados e fazem o registro de aposentadorias de
servidores públicos aposentados e inativos.
Através do acima esposto fica esclarecido a natureza de grande
importância destas Cortes para a democracia e o combate a corrupção.

Pense bem e corrija. Veja se encontrou os mesmos erros que nós:

Os Tribunais de Contas dos Estados – bem como o do Distrito Federal


– exercem, na esfera estadual, e de vez em quando e, em geral, na
municipal, as competências que têm tem o TCU Tribunal de Contas da
União no âmbito federal.
Uma das principais são é a realização de auditorias que verificam se
os jurisdicionados estão agindo conforme a legalidade, a legitimidade e a
economicidade na aplicação de recursos públicos.

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Outra também é o julgamento das contas dos administradores


públicos que são irregulares, exclusive inclusive aplicar com a
aplicação de multas e outras penalidades, se for o caso, desde que
tenha com respeito ao direito de defesa, segundo jurisprudência do
Supremo Tribunal Federal.
No mais Além disso, as Cortes de Contas apuram, denúncias,
fiscalizam licitações e contratos superfaturados e fazem o registro de
aposentadorias de servidores públicos aposentados e inativos.
Através Por meio do acima esposto exposto, fica esclarecido
esclarecida a natureza de grande importância destas dessas Cortes para
a democracia e o combate a à corrupção.

Temos que fazer da revisão um hábito. Tão importante e tão higiênico


quanto escovar os dentes é limparmos as impurezas de nossos textos. Às
vezes escapa alguma coisa, mesmo em nossas aulas, pois ninguém é
perfeito. Mas, devemos sempre procurar melhorar, não é mesmo? Fique à
vontade para encontrar novos pontos a corrigir ou simplesmente a melhorar
no texto acima, além dos que nós citamos.

V – EXEMPLOS DE RESPOSTAS COM NOTA MÁXIMA


Que tal aprendermos com os professores?
Vamos apresentar dois exemplos de respostas a questões discursivas
que obtiveram nota máxima.
A primeira é do Luciano Oliveira, feita no concurso do TCE-AL para
Auditor Substituto de Conselheiro, realizado em 2008, pela Fundação Carlos
Chagas. A segunda, do Luiz Henrique, elaborada no concurso do TCE-MT
para Auditor Substituto de Conselheiro, aplicado em 2008, pela FESMP-RS.

Questão 1
Considere hipótese em que entidade da administração indireta
estadual e pessoa jurídica de direito privado celebrem contrato cuja
execução acarrete danos ao meio ambiente e ao erário público. Existem
mecanismos para se pleitear perante o Tribunal de Contas do Estado ou em
juízo a anulação do contrato e a responsabilização dos envolvidos.
Justifique sua resposta. (valor: 25,0 pontos)

Critério de correção de prova (oficial da banca FCC)


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a) Nos termos da legislação pertinente, entidade da administração


indireta estadual submete-se à jurisdição do Tribunal de Contas do Estado
(TCE). Nesse contexto, são dois os principais mecanismos para se levantar
a questão da lesividade ao meio ambiente e ao erário público perante o
TCE: denúncia formulada por cidadão, partido político, associação ou
sindicato (Constituição da República, Constituição do Estado e Lei Orgânica
do TCE), a representação formulada pelos órgãos de controle interno da
Administração (Lei Orgânica do TCE, entre outros legitimados. Nessas
hipóteses, no entanto, não detém o TCE competência para proceder de
imediato à sustação ou anulação do contrato, devendo ser observado o
procedimento previsto no art. 97, §§ 1º e 2º, da Constituição do Estado,
bem como art. 40, §§ 2º e 3º da Lei Orgânica do TCE, por simetria ao
previsto na Constituição da República para as entidades federais perante o
TCU. Poderá o TCE, dentro dessas condições referidas, vir a impor
penalidade de multa aos responsáveis, no valor de até 100% do débito,
além de determinar o ressarcimento do prejuízo ao erário. Essas situações,
ademais, não excluem a possibilidade de a apuração da irregularidade
ocorrer sem sede de fiscalização exercida de ofício pelo TCE, caso em que
será instaurado procedimento de tomada de contas especial. (valor: 15,0
pontos)
b) Há dois mecanismos existentes para provocar a atuação judicial no
caso apresentado, considerando-se a existência de danos ao meio ambiente
e ao erário público: ação popular, para a qual está legitimado qualquer
cidadão, e ação civil pública, proposta pelo Ministério Público, conforme
expressa previsão constitucional, entre outros legitimados; ambas as ações
prestam-se à potencial anulação do contrato e responsabilização dos
envolvidos. (valor: 10,0 pontos)

Resposta do Luciano:
Caso uma entidade da administração indireta estadual e uma pessoa
jurídica de direito privado celebrem contrato cuja execução acarrete danos
ao meio ambiente e ao erário público, existem mecanismos para se pleitear,
tanto junto ao Tribunal de Contas do Estado como em juízo, a anulação do
contrato e a responsabilização dos envolvidos.
Todas as entidades da administração indireta estadual são
jurisdicionadas ao Tribunal de Contas do Estado – TCE, por expressa
previsão constitucional e legal, devendo prestar contas da gestão e da
correta aplicação dos recursos públicos estaduais que administram. O TCE
possui competência para apreciar a legalidade dos contratos que celebrem,
podendo tal verificação ocorrer em sede de: prestação de contas anuais;
auditorias realizadas por iniciativa do próprio Tribunal ou da Assembléia
Legislativa; ou, ainda, denúncias encaminhadas ao TCE por qualquer
cidadão, partido político, associação ou sindicato, tudo conforme previsão
constitucional e legal.

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As contas anuais da entidade podem ser julgadas irregulares pelo


TCE, em função do contrato ilegal e danoso ao erário e ao meio ambiente,
com determinação da Corte para anulação do ajuste. Caso a entidade não
cumpra a determinação, porém, o TCE não pode anular diretamente o
contrato, devendo comunicar o fato à Assembléia Legislativa, para que esta
o faça. Somente após transcorridos noventa dias sem que o Poder
Legislativo ou a entidade tenham tomado as medidas cabíveis o TCE pode
decidir a respeito.
O TCE pode, ao realizar fiscalização do contrato ou apurar denúncia
que lhe tenha sido encaminhada, aplicar multa ao gestor responsável pela
irregularidade do contrato, determinando, ainda, a anulação do ajuste, com
os desdobramentos fáticos e jurídicos citados no parágrafo anterior.
Comprovado o dano ao erário, deve haver a conversão do processo de
fiscalização em tomada de contas especial.
Ressalte-se que, em qualquer caso, a empresa contratada deve
exercer o contraditório e a ampla defesa, em relação à determinação de
anulação do contrato, sob pena de nulidade da decisão do TCE. É o que se
extrai do teor da Súmula Vinculante n.o 3 do Supremo Tribunal Federal.
A anulação do referido contrato também pode ser pleiteada junto ao
Poder Judiciário, tendo em vista o princípio da inafastabilidade de
jurisdição. Tanto o Ministério Público, de ofício ou mediante representação
feita por qualquer cidadão, pode provocar a justiça, como o pode fazer o
próprio cidadão, nos casos previstos na Constituição.
Diante de danos ao meio ambiente ou ao erário, o Ministério Público é
competente para iniciar ação civil pública, com vistas a obter a reparação
do dano e a responsabilização dos responsáveis. Além disso, o “Parquet”
pode promover a competente ação penal, nos casos em que as condutas
dos administradores configurem crime.
Pode, ainda, o cidadão provocar diretamente o Poder Judiciário, por
meio de ação popular, para obter a anulação do feito que cause dano ao
patrimônio público e ao meio ambiente, ficando isento de custas e do ônus
da sucumbência, salvo em caso de má-fé.
Esses são, em resumo, os principais meios que o Estado e a
sociedade têm à disposição para pleitear junto ao TCE ou ao Poder
Judiciário a anulação do contrato que cause danos ao meio ambiente e ao
erário público.

Questão 2
Estabeleça, fundamentadamente, a compatibilização entre os
princípios constitucionais da ordem econômica atinentes ao regime jurídico
das empresas públicas e sociedades de economia mista e a submissão
dessas entidades ao controle externo exercido pelos Tribunais de Contas.
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Resposta do Luiz Henrique:


Até a edição da Emenda Constitucional n.o 19/1998, era pacífica a
submissão das empresas públicas e sociedades de economia mista ao
controle externo exercido pelos Tribunais de Contas. Referida Emenda
estabeleceu uma distinção entre as prestadoras de serviços públicos e as
exploradoras de atividades econômicas. Essas últimas passaram a poder
dispor de regramento próprio de licitações e contratos e a sujeitar-se a
regime jurídico próprio de empresas privadas.
Não obstante, devem observar sua função social e serem fiscalizadas
pelo Estado e pela sociedade, bem como respeitar aos princípios
constitucionais da ordem econômica, tais como a defesa do consumidor e a
defesa do meio ambiente, entre outros.
Ao contrário do que foi inicialmente sustentado por alguns, essas
alterações não afetaram os fundamentos constitucionais de sua submissão
ao controle externo exercido pelas Cortes de Contas, a saber, o “caput” do
art. 70 e o inciso II do art. 71 da Carta Magna.
Assim, tais entidades são plenamente jurisdicionadas aos Tribunais de
Contas, estando seus responsáveis e gestores sujeitos ao julgamento de
contas, inclusive em tomadas de contas especiais, conforme decidido pelo
Supremo Tribunal Federal, e às demais atividades de controle, como as
relativas aos procedimentos de licitações e contratos. Sujeitam-se,
igualmente, à cominação de sanções em caso de irregularidades.

VI – TEMAS PARA TREINAR ANTES DA PROVA!


Em atendimento a pedidos, faremos a apresentação de temas gerais,
uma espécie de um resumo final. Lembre-se: só com muito treino
alcançaremos o ponto ótimo de nosso estudo!

Inicialmente, Controle Externo!

1) (CESPE/ANALISTA/TCU/2008) Leia o texto abaixo, que se


refere ao Tribunal de Contas de Portugal.

A Constituição da República Portuguesa de 1976 incluiu o Tribunal de


Contas no elenco dos Tribunais, qualificando-o como órgão de
soberania – a par do presidente da República, da Assembléia da
República e do governo.
Definido como verdadeiro tribunal, a ele se aplicam os princípios gerais
constitucionalmente estabelecidos para os tribunais, dos quais se
destacam:
O princípio da independência e da exclusiva sujeição à lei;
O direito à coadjuvação das outras entidades;
Os princípios da fundamentação, da obrigatoriedade e da prevalência
das decisões;
O princípio da publicidade.

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Garantia essencial da independência do Tribunal de Contas é a


independência do seu presidente e de seus juízes, que por isso está
necessariamente abrangida pela proteção constitucional daquela.
O princípio da independência dos juízes determina não apenas a sua
inamovibilidade e irresponsabilidade, mas, igualmente, a sua liberdade
perante quaisquer ordens e instruções das demais autoridades e, bem
assim, a definição de um regime adequado de designação, com
garantias de isenção e imparcialidade que evitem o preenchimento do
quadro da magistratura deste tribunal, tal como dos restantes, de
acordo com os interesses do governo ou da administração.
Definido como “o órgão supremo de fiscalização da legalidade das
despesas públicas e de julgamento das contas que a lei mandar
submeter-lhe”, o legislador constituinte elegeu o Tribunal de Contas à
categoria de tribunal especializado, de natureza financeira,
profundamente diferente das demais categorias de tribunais em
matéria de competências.
Na verdade, a Constituição realça que o Tribunal de Contas não tem
apenas funções jurisdicionais mas igualmente funções de outra
natureza, nomeadamente “dar parecer sobre a Conta Geral do Estado”.
Além do mais, a sua competência constitucionalmente fixada pode ser
ampliada por via de lei, dispondo expressamente a Constituição neste
sentido.
Em conclusão, o Tribunal de Contas é, estrutural e funcionalmente, um
tribunal, mais propriamente, um tribunal financeiro, um órgão de
soberania, um órgão constitucional do Estado, independente, não
inserido na administração pública, em particular, no
Estado/Administração.
O tribunal de contas na atualidade. Internet: <www.tcontas.pt> (com adaptações).

Considerando que o texto acima tem caráter unicamente


motivador, discorra, de forma fundamentada e de acordo com
a Constituição Federal brasileira, sobre os seguintes aspectos:

- natureza jurídica do TCU;


- relação entre o TCU e o Poder Legislativo;
- eventual vinculação hierárquica da Corte de Contas com o
Congresso Nacional.

Extensão máxima: 20 linhas

Eis uma questão típica do concurso do TCU: falar sobre a natureza


jurídica do Tribunal e sua relação com o Poder Legislativo. A questão em si
é muito simples. O problema era voltar à calma depois que o examinador o
fazia ler – inutilmente – o imenso texto “(des)motivador” sobre o Tribunal
de Contas de Portugal! ☺

Após elaborar seu texto, veja como fizemos para responder à questão
em apenas 20 linhas:
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O TCU é um tribunal de natureza político-administrativa, de previsão


constitucional, que auxilia o Congresso Nacional no controle externo contábil,
financeiro e orçamentário da Administração Pública. Embora se assemelhe aos
tribunais do Judiciário, não exerce função jurisdicional típica, podendo suas
decisões ser anuladas judicialmente, em caso de ilegalidade formal.
Apesar de estar previsto no capítulo da CF/88 que trata do Legislativo,
grande parte da doutrina entende que o TCU é órgão independente, não
pertencente a nenhum dos Poderes, com competências próprias e privativas,
extraídas diretamente da Carta Magna.
No exercício do controle externo, a Corte de Contas, em seu
relacionamento com o Congresso Nacional, possui as seguintes atribuições,
entre outras: realizar, por iniciativa própria ou do Legislativo, inspeções e
auditorias nas unidades administrativas dos três Poderes; prestar informações
solicitadas pelo Legislativo sobre fiscalizações, auditorias e inspeções
realizadas; encaminhar ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente,
relatório de suas atividades.
Embora auxilie o Congresso Nacional no exercício do controle externo, o
TCU não se subordina ao Parlamento, não havendo vínculo hierárquico entre os
dois órgãos. O regime é de colaboração, nos moldes previstos na Lei Maior.

Note que é importante, desde o início, destacar o tema principal de


nossa dissertação.
Lembram-se do ditado “a primeira impressão é a que fica” ou da
expressão “amor à primeira vista”? Pois bem, isso pode não funcionar
sempre, mas vale para a prova discursiva. Temos que buscar a “aprovação
à primeira vista”.
Vale aqui o postulado “Luiz Henriqueano” para a introdução:
A primeira frase do primeiro parágrafo da resposta,
obrigatoriamente, deverá conter a palavra-chave do enunciado
da questão.
Assim, se a palavra ou expressão-chave é “controle de legitimidade”
ou “terceirização”, tais expressões deverão obrigatoriamente constar de sua
introdução, na primeira frase do primeiro parágrafo.
Por quê?
Lembre-se de que a sua resposta tem um e apenas um objetivo:
obter a melhor nota possível. Para isso, é preciso corresponder à
expectativa do examinador.
Coloque-se no lugar do corretor de provas.
Ele tem muitas, mas muitas provas para corrigir e um prazo exíguo
para isso. Faz esse trabalho no final do expediente ou nos finais de semana,
quando está cansado ou querendo fazer outra coisa mais interessante (por
exemplo, assistir ao Programa do Jô! ☺). Aí vem o candidato e, em vez de
responder logo ao que se perguntou, fica enrolando, circundando o tema,
cheio de embromações.

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Isso deixa o examinador impaciente e com má vontade. Lembre-se da


história do garoto tímido que demorou tanto a convidar a menina para
dançar que, quando o fez, a música já tinha acabado... Não deixe isso
acontecer com suas respostas. Não deixe o tempo e o espaço acabarem
antes de tratar do tema principal.
Ao contrário, se já na primeira frase você informa ao examinador que
compreendeu a pergunta e que irá respondê-la, ele dará um suspiro de
alívio e irá encarar com mais disposição o restante do seu texto.

2) (CESPE/ANALISTA DO TCE-AC/2007) Determinado prefeito


de município do estado do Acre, em razão da necessidade
de informatizar e agilizar os serviços da prefeitura, recebeu
do governo do estado, sob forma de convênio, a quantia de
R$ 100.000,00 para compras de equipamentos de
informática. No processo de aquisição dos equipamentos, a
comissão licitatória utilizou a modalidade de licitação
denominada concorrência e o tipo de licitação foi o de
menor preço.

Considerando a Lei Federal n.º 8.666/1993 (Lei das licitações)


e a Lei Orgânica do Tribunal de Contas do Acre, elabore, na
condição de Analista de Controle Externo, um relatório sucinto
a respeito da situação descrita, o qual deverá conter:

- identificação do órgão ou entidade e de seu gestor;


- exposição dos fatos;
- análise técnica pertinente;
- conclusão.

Extensão máxima: 30 linhas

Embora a questão faça referência à legislação do TCE-AC, já que era


um concurso para aquele órgão, ela ilustra bem o tipo de enunciado que
pode ser pedido no concurso do TCU. A única diferença é que as eventuais
referências normativas deverão ser feitas à Lei Orgânica e ao Regimento
Interno do TCU, quando for o caso.

Veja abaixo nossa proposta de solução, mas tente resolvê-la você


mesmo(a) antes:

Trata-se de relatório referente à aquisição de equipamentos de


informática pelo Município X, do estado do Acre, cujo prefeito era o Sr. Fulano,
realizada com recursos estaduais.
O prefeito recebeu do governo do Estado, sob forma de convênio, a
quantia de R$ 100.000,00 (cem mil reais) para compra de equipamentos de
informática. No processo de aquisição, a comissão licitatória realizou o certame
na modalidade concorrência de tipo menor preço.
TCU 2013 – CURSO DE DISCURSIVAS – AULA 04

O valor de R$ 100.000,00 enquadra-se na faixa em que o artigo 23 da


Lei 8.666/1993 autoriza o uso da tomada de preços para a aquisição dos
equipamentos. Não há óbice, porém, à utilização da concorrência para a
contratação, já que o art. 23, § 4.º, da Lei 8.666/1993 dispõe que essa
modalidade sempre poderá ser usada nos casos de obras, serviços e compras.
Todavia, o emprego de espécie de licitação mais dispendiosa, quando a lei
autoriza procedimento mais simples, deve ser devidamente justificado, para
comprovar que não houve afronta à eficiência administrativa.
Por outro lado, o tipo de licitação escolhido foi, em princípio,
inadequado. O artigo 45, § 4.º, da Lei 8.666/1993 reza que, para a
contratação de bens e serviços de informática, a administração deverá adotar o
tipo de licitação técnica e preço, ressalvados os casos previstos em decreto.
Desse modo, na inexistência de decreto municipal a respeito, deveria ter sido
adotado esse critério de julgamento, exceto se se tratasse de bens de
informática considerados comuns, pois, nesse caso, a aquisição poderia ter
sido feita na modalidade pregão, cujo tipo é o de menor preço, conforme o
artigo 4.º, X, da Lei 10.520/2002.
Face ao exposto, propõe-se: determinar ao Município X a anulação da
aquisição dos equipamentos de informática e a realização de nova licitação,
utilizando-se o tipo técnica e preço, conforme o artigo 45, § 4.º, da Lei
8.666/1993, salvo se houver decreto municipal que autorize o uso de outro
tipo de licitação ou se os bens forem considerados comuns, quando, neste
caso, poderá ser utilizado a modalidade pregão, cujo critério de julgamento é o
menor preço; alertar o Sr. Fulano que o não-cumprimento da determinação
acima poderá ensejar a instauração de tomada de contas especial, com o
conseqüente julgamento pela irregularidade das contas; determinar ao
Município X que, nas suas licitações, adote os critérios de julgamento
determinados em lei; e determinar ao Município X que, ao adotar modalidade
de licitação mais dispendiosa que a autorizada em lei, apresente as devidas
justificativas que demonstrem não ter havido ofensa ao princípio da eficiência.

3) (QUESTÃO INÉDITA) Discorra sobre a competência do


Tribunal de Contas da União para fiscalizar as empresas
estatais federais e para responsabilizar os advogados
dessas entidades pelos pareceres emitidos na atividade de
consultoria jurídica, bem como sobre a natureza jurídica
desses pareceres.

Extensão máxima: 20 linhas

Primeiro, tente resolver a questão. Depois, veja nossa solução:

Segundo o Supremo Tribunal Federal – STF, todas as empresas estatais


federais, independentemente de serem prestadoras de serviços públicos ou
exploradoras de atividade econômica, submetem-se ao controle do Tribunal de
Contas da União, inclusive quanto a tomada de contas especial. Isso porque a
lesão ao patrimônio de uma estatal atinge o capital público e, portanto, o
Erário, mesmo que também haja lesão ao capital privado.

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TCU 2013 – CURSO DE DISCURSIVAS – AULA 04

Os artigos 70 e 71 da Constituição Federal alcançam toda a


Administração Pública, o que inclui as empresas estatais, que também gerem
recursos públicos. O controle externo visa a preservar o patrimônio do Estado,
de modo a alcançar a aplicação direta ou indireta de dinheiros, bens e valores
públicos. Não se pode dizer que não há possibilidade de haver prejuízo ao
Erário na atuação de uma empresa pública ou de uma sociedade de economia
mista, em caso de má gestão.
Quanto aos assessores jurídicos que emitem pareceres técnicos, em
auxílio à autoridade administrativa, o STF entende que eles, em geral, não
podem ser responsabilizados por suas opiniões, exceto se estiverem presentes
determinadas condições.
Segundo o Pretório Excelso, um parecer meramente opinativo não é
considerado ato administrativo, e sim o ato de aprovação da autoridade que o
homologa. Nesse caso, o parecerista não pode, em regra, ser responsabilizado
solidariamente com o agente público que decide, salvo em caso de erro
grosseiro ou dolo do especialista. Isso porque a autoridade que acata o parecer
incorpora as opiniões do feito como se fossem suas, tornando-se responsável
pelo seu conteúdo. A responsabilidade do parecerista fora desses casos só
ocorrerá quando o parecer não representar simples opinião do agente que o
elabora, mas ato que vincula a decisão do administrador.

4) (ESAF/ANALISTA/TCU/2000) Disserte sobre os atos


sujeitos a registro do Tribunal de Contas da União,
observando, em especial, os seguintes tópicos:
1) atos que estão sujeitos a registro do TCU;
2) aspecto desses atos sob o qual predomina a apreciação pelo
TCU;
3) a variedade diferenciada porventura existentes de atos,
para efeito de registro pelo TCU entre os de órgãos da
Administração Direta e os de entidades da Administração
indireta Federal;
4) as consequências advindas das decisões do TCU, que
resultem impugnações a esses atos sujeitos à sua jurisdição;
considerações gerais pertinentes.

Extensão máxima: 30 linhas

Tente fazer esta e, depois, veja nossa proposta de solução:


TCU 2013 – CURSO DE DISCURSIVAS – AULA 04

Segundo o art. 71, III, da Constituição Federal, compete ao Tribunal de


Contas da União (TCU) apreciar, para fins de registro, a legalidade: dos atos de
admissão de pessoal, a qualquer título, em toda a Administração direta e
indireta (incluindo as contratações temporárias e celetistas), excetuadas
apenas as nomeações para cargos em comissão; e das concessões de
aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que
não alterem seu fundamento legal. Excluem-se também, neste caso, os atos
cujos proventos são pagos pelo regime geral de previdência social. Por
exemplo, uma aposentadoria de um empregado de empresa pública, paga pelo
Instituto Nacional do Seguro Social, não é sujeita a registro pelo TCU, ao
contrário da aposentadoria de um servidor estatutário.
Ressalte-se que os atos que configuram exceções à apreciação para fins
de registro não são imunes à fiscalização geral do Tribunal, quanto à
observância das normas legais e constitucionais pertinentes.
O aspecto desses atos sob o qual predomina a apreciação do TCU é a
legalidade, de modo que o Tribunal deve efetuar o registro ou recusá-lo,
conforme os considere legais ou ilegais, respectivamente. Segundo o
Regimento Interno do TCU, a decisão que considera legal o ato e determina o
seu registro não faz coisa julgada administrativa e pode ser revista de ofício
pela Corte, com a oitiva do Ministério Público junto ao TCU, dentro do prazo de
cinco anos do julgamento, se verificado que o ato viola a ordem jurídica, ou a
qualquer tempo, no caso de comprovada má-fé.
Quando o Tribunal considera ilegal ato sujeito a registro, o órgão de
origem deve adotar as medidas cabíveis, fazendo cessar qualquer espécie de
pagamento decorrente do ato impugnado. Recusado o registro do ato, por ser
considerado ilegal, a autoridade administrativa responsável pode emitir novo
ato, se for o caso, escoimado das irregularidades verificadas.
Segundo a Súmula Vinculante n.º 3, nos processos de apreciação da
legalidade dos atos de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão,
perante o Tribunal de Contas da União, não há obrigatoriedade de serem
assegurados o contraditório e a ampla defesa. Não obstante, o Supremo
Tribunal Federal vem decidindo que, se entre a concessão do benefício e a
apreciação da Corte de Contas transcorrerem mais de cinco anos, deve ser
garantido ao interessado o exercício desses direitos, por razões de segurança
jurídica.

Agora, mais algumas para você treinar:

5) (CESPE/ANALISTA DO TCE-AC/2007) De acordo com o art.


24 da Lei Federal n.º 8.666/1993:

“É dispensável a licitação:
(...)
XXVII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou
prestados no país, que envolvam, cumulativamente, alta
complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer
de comissão especialmente designada pela autoridade máxima
do órgão.”

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TCU 2013 – CURSO DE DISCURSIVAS – AULA 04

Nesse sentido, suponha que a Secretaria de Justiça e


Segurança Pública do Estado do Acre tenha adquirido, sem
processo licitatório, um conjunto de equipamentos capaz de
rastrear o posicionamento dos presos por meio da implantação
de um chip sob a pele de cada um deles. Suponha, também,
que tais equipamentos tenham sido adquiridos por uma
empresa brasileira que os importou do Canadá.

Considerando a Lei n.º 8.666/1993 e a Lei Orgânica do


Tribunal de Contas do Estado do Acre, elabore, na condição de
Auxiliar Técnico de Controle Externo, relatório sucinto a
respeito dessa situação hipotética, com a seguinte estrutura:

- identificação do órgão ou entidade e de seu gestor;


- exposição dos fatos;
- análise técnica pertinente;
- conclusão.

Extensão máxima: 30 linhas

Seguem agora algumas questões de Direito Administrativo de


concursos anteriores para você treinar:

6) (Procurador do TCE-RJ 2001) Se determinado Tribunal


aprova ato regimental caracterizado como interna corporis, é
possível admitir a sindicabilidade dessas normas perante o
Poder Judiciário? Fundamente.

Extensão: 15 a 30 linhas

Lembrando: Os atos interna corporis dos Tribunais e dos Parlamentos


são, em regra, insindicáveis pelo Poder Judiciário, porque se limitam a
estabelecer normas sobre o funcionamento interno dos órgãos. Na verdade,
o que o Judiciário não pode fazer é substituir a decisão interna do Tribunal
por uma decisão judicial sobre assunto de exclusiva competência
discricionária do órgão. Não obstante, nada impede que seja feita a
verificação da compatibilidade do ato com as normas constitucionais e
legais sobre o assunto.
Portanto, o juiz tem poder para verificar eventuais
inconstitucionalidades ou ilegalidades ocorridas na prática dos atos interna
corporis, sem, contudo, pretender alterar o conteúdo de tais atos, de
competência privativa do Tribunal ou da Casa legislativa. Assim, por
exemplo, se esses atos ferirem direitos individuais e coletivos, poderão ser
apreciados pelo Poder Judiciário.

Agora é sua vez. Capriche na redação.


TCU 2013 – CURSO DE DISCURSIVAS – AULA 04

Outra:

7) (Procurador do TCE-RJ 2001) É constitucionalmente


possível a subsistência da percepção de proventos de
aposentadoria de dois cargos acumuláveis com remuneração
proveniente do exercício de outro cargo de provimento
efetivo? Fundamente

Extensão: 15 a 30 linhas

Dispositivos relacionados ao caso:

Art. 37, § 10, da CF/88: É vedada a percepção simultânea de proventos


de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a
remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos
acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em
comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração.

Art. 11 da EC 20/1998: A vedação prevista no art. 37, § 10, da


Constituição Federal, não se aplica aos membros de poder e aos inativos,
servidores e militares, que, até a publicação desta Emenda, tenham
ingressado novamente no serviço público por concurso público de provas ou
de provas e títulos, e pelas demais formas previstas na Constituição Federal,
sendo-lhes proibida a percepção de mais de uma aposentadoria pelo regime
de previdência a que se refere o art. 40 da Constituição Federal, aplicando-
se-lhes, em qualquer hipótese, o limite de que trata o § 11 deste mesmo
artigo.

Art. 40, § 6.º, da CF/88: Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos


cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção de
mais de uma aposentadoria à conta do regime de previdência previsto neste
artigo.

Veja agora os seguintes julgados:

STF: RE 489.776 AgR/MG e ADI 1.328/AL;


STJ: RMS 20.394/SC, RMS 20.033/RS, EDcl no RMS 5.722/DF, MS
7.166/DF.

Captou? Não é possível a acumulação de proventos de aposentadoria


de dois cargos públicos, salvo se acumuláveis na atividade. Veja o RE
489.776 AgR/MG (STF), principalmente a parte final da sua ementa.

Agora mais uma:

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8) (Procurador do TCE-RJ 2001) É legal disposição que impõe


pontuação negativa por quantidade de linhas intermunicipais
já exploradas pelas proponentes, em edital que tem por objeto
a concessão de serviço público de linha de transporte
intermunicipal com itinerário diverso, mas no mesmo Estado?

Extensão: 15 a 30 linhas

Dica: art. 15 da Lei 8.987/1995.

E mais uma. Nunca é demais!

9) (Procurador do TCE-RJ 2001) Um prisioneiro foge de uma


prisão estadual. Passados 6 (seis) meses, esse prisioneiro,
juntamente com 3 (três) outros comparsas, assalta uma
residência particular, causando danos às pessoas ocupantes
desse imóvel e seus bens. É cabível a obtenção de indenização
do Estado por parte das vítimas do assalto? Exponha os
argumentos a favor e contra o dever de indenizar.

Extensão: 15 a 30 linhas

Argumento a favor da responsabilidade do Estado: houve falha


no dever de vigilância do preso, que acabou fugindo e praticando o crime.
Assim, o Estado deve indenizar as vítimas.
Argumento contra: houve rompimento do nexo causal entre a falha
da vigilância e o crime cometido, em função do tempo decorrido (seis
meses) entre a fuga e a ocorrência do fato.
Obs.: dê uma olhadinha nos seguintes julgados do STF: RE
172.025/RJ e RE 130.764/PR. Veja também este do STJ: REsp
858.511/DF.

Agora é com você!

Veja agora uma sobre princípios administrativos:

10) (Procurador do TCE-RJ 2001) Em que consiste o princípio


da proporcionalidade?

Extensão: 15 a 30 linhas

Agora queremos ver. Você tem que escrever pelo menos 15 linhas
sobre o princípio da proporcionalidade. E não vale enrolar! ☺

Vejamos outras questões de Direito Administrativo. Quanto mais,


melhor:
TCU 2013 – CURSO DE DISCURSIVAS – AULA 04

11) (2005/Delegado do DF) São várias as áreas de atuação do


Estado, entre elas o exercício do poder de polícia. Nesse
sentido, aponte as diferenças entre a polícia administrativa e a
polícia judiciária.

Extensão máxima: 20 linhas.

Comentários:

Em caráter colaborativo, segue um quadro-resumo:

Poder de Polícia
Administrativa Judiciária
Natureza (+) Preventiva (+) Repressiva
Bens, direitos, e
Incidência atividades Pessoas
Toda APU (de Corporações
Competência Direito Público) Específicas
Sanções Administrativas Criminais

Agora é com você. Disserte!

PROPOSTA DE SOLUÇÃO

O poder de polícia é a atividade do Estado consistente em limitar o


exercício dos direitos individuais em prol da sociedade e da segurança do
próprio Estado. Essa prerrogativa que o Estado exerce pode incidir em duas
áreas de atuação estatal: na administrativa e na judiciária, inconfundíveis entre
si quanto à incidência, à competência, e à natureza.
Quanto à incidência, enquanto a polícia administrativa é regida pelo
Direito Administrativo, incidindo sobre bens, direitos ou atividades, atuante na
área dos ilícitos administrativos; a judiciária, comandada pelo Direito
Processual Penal, recai sobre as pessoas, atuando na área do ilícito penal.
Relativamente à competência, enquanto a administrativa é espalhada por
toda a Administração Pública de Direito Público, haja vista a indelegabilidade a
particulares; a judiciária é privativa de corporações especializadas (na União,
polícia federal; nos Estados, a polícia civil, por exemplo).
Por fim, no que concerne à natureza, enquanto a polícia administrativa é
eminentemente preventiva (atividade negativa), com aplicações de repressão
(interdição de estabelecimentos comerciais insalubres, por exemplo); a
judiciária é predominantemente repressiva, com sinais de prevenção ao inibir a
prática de novo ilícito penal pelo infrator.

12) (CESPE/TÉCNICO/TCU/2007) Em um texto dissertativo,


conceitue e diferencie a anulação e a revogação dos atos
administrativos.

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Extensão máxima: 10 linhas

Comentários:

Essa questão exige o casamento perfeito entre a concisão e a clareza,


afinal, o candidato tem apenas 10 linhas para conceituar e diferenciar os
institutos da revogação e da anulação.

Em termos de planejamento, vamos roteirizar em forma de


perguntas. Vejamos:

O que são atos administrativos?


Os atos administrativos podem ser extintos?
Quais as principais formas de desfazimento? Conceitos.
A anulação se confunde com a revogação?

Vamos à tempestade de ideias, a partir dos quesitos propostos:

Os atos administrativos são declarações unilaterais do Estado ou de


quem lhe faça as vezes, sob o regime de direito público, produzindo efeitos
jurídicos imediatos, sujeitando-se ao controle judicial;
Os atos administrativos podem ser retirados (desfeitos) de várias
formas, entre outras: caducidade, cassação, revogação e anulação;
As duas formas de desfazimento de maior incidência são: a
anulação e a revogação;
Enquanto a anulação é a retirada de atos ilegais, com efeitos
retroativos (ex tunc), a revogação é o desfazimento de atos legais e
eficazes, com efeitos ex nunc.

Bom, temos que falar tudo isso em apenas 10 linhas! Assim, vamos
citar apenas o que for essencial, OK?

PROPOSTA DE SOLUÇÃO

Os atos administrativos podem ser extintos, entre outras formas, pela


anulação e pela revogação.
A anulação ocorre por razões de ilegalidade na formação do ato, que
ingressa no mundo jurídico viciado e, portanto, deve ser retirado do ordenamento.
Ela ocorre, em regra, com efeitos “ex tunc”, pois o ato jamais deveria ter
produzido efeitos. Ressalvam-se, porém, os direitos de terceiros de boa-fé. A
anulação pode ser feita pela Administração ou pelo Poder Judiciário, se provocado.
A revogação ocorre por razões de conveniência e oportunidade, quando um
ato, até então válido e regular, passa a ser desnecessário ou inoportuno para a
Administração. Como o ato era válido até então, a revogação ocorre com efeitos
“ex nunc”. Por envolver questões de mérito administrativo, só pode ser feita pela
própria Administração.
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13) (Cespe – OAB/Unificado – 2009-1) Ana obteve aprovação


em concurso público para o provimento de determinado cargo
efetivo no âmbito da administração pública federal, porém não
foi classificada dentro do número de vagas previsto em edital,
o qual consignava expressamente que o concurso seria
realizado para o preenchimento de um número exato de vagas,
que foram devidamente preenchidas pelo poder público. No
entanto, ainda durante o prazo de validade do concurso, foi
editada lei federal de criação de novos cargos da mesma
natureza daquele para o qual Ana fora aprovada.
Considerando a situação hipotética acima apresentada,
responda, de forma fundamentada, se Ana tem o direito
líquido e certo à nomeação para o cargo que foi criado pela
referida lei federal. Em sua resposta, especifique os limites da
atuação da administração pública no caso em tela. Servidores

Extensão máxima: 30 linhas.

Comentários:

Na doutrina, boa parte dos autores tem entendido que a aprovação


gera ao candidato mera expectativa de direito à investidura no cargo ou
emprego público, ou seja, o aprovado em concurso público tem esperança
de um dia ser nomeado. Esse, inclusive, era o entendimento mantido de
forma majoritária pelo STF, em julgados como este:

A aprovação em concurso não gera direito à nomeação,


constituindo mera expectativa de direito. Esse direito somente
surgirá se for nomeado candidato não aprovado no concurso ou se
houver o preenchimento de vaga sem observância de classificação do
candidato aprovado. (MS/STF 21.870)

Portanto, para parte da doutrina, a aprovação e a classificação em


concurso público conferem ao candidato, em regra, apenas a expectativa de
direito à nomeação. Agora, se o candidato aprovado for nomeado, tem
direito subjetivo à posse e à complementação do processo de investidura.
Se a participação e aprovação do candidato em alguma etapa do concurso
público decorreram de concessão de medida liminar em ação judicial, não
há para o interessado direito subjetivo à nomeação.
No entanto, por uma questão de moralidade, de respeito aos
cidadãos, “ainda bem” que a jurisprudência mais moderna vem caminhando
em outro sentido.
No STJ, decisões como as seguintes passaram a surgir:

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Servidor público - Concurso - Aprovação de candidato


dentro do número de vagas previstas em edital - Direito
líquido e certo à nomeação e à posse no cargo. (Recurso
em Mandado de Segurança n° 19.922)

Ocorre que, no STF, em recente julgado (RE 227480), por meio de


sua Primeira Turma, entendeu-se que a aprovação gera direito à
nomeação, a não ser casos em que não haja condição de nomeação dos
aprovados, como na falta de condição orçamentária.
O nosso “ainda bem” da frase anterior é por conta da certa
tranquilidade que as decisões como as do STJ podem trazer para centenas,
milhares, de candidatos, os quais aprovados em concurso público, nas
vagas previstas no edital, simplesmente não são chamados pela
Administração. Com tais precedentes, muitos terão chance de não serem
“deixados de lado” pela Administração.
Agora, já notaram como passaram a proliferar concursos com
cadastros de reserva?
Pois é, se não há vagas previstas no edital, não tem como que se
falar de direito à nomeação. Essa a razão de concurso com cadastro
reserva. Guarde essa passagem, será essencial para o deslinde da situação
apresentada pela organizadora.
Vejamos ainda o que diz o inc. III do art. 37 da CF/1988:

o prazo de validade do concurso público será de até dois


anos, prorrogável uma vez, por igual período

Na realidade, os aprovados nas vagas têm direito de ser nomeados


durante todo o período de validade do certame, que é de dois anos,
mas prorrogável por igual período. Daí que, nesse prazo total, os
candidatos devem ser nomeados, mas não necessariamente nos dois
primeiros anos.
Ah! Uma última informação, a contagem de prazo de vigência ocorre
a partir da homologação do resultado mesmo, enfim, oportunidade em que
a Administração reconhece a legitimidade de todas as etapas do concurso.
Feito esse breve passeio teórico, retomemos nossa questão. Vamos
aos quesitos:

Ana tem direito à nomeação, apesar de não classificada dentro do


número de vagas?
Surgidas novas vagas durante a validade do concurso, poderiam
ser estendidas aos candidatos aprovados (classificados ou não)?
Quais os limites de atuação da administração pública?
No dia da prova, o mais difícil para os candidatos não é saber o
conteúdo (todos estão afiados!). O problema maior é a estruturação da
dissertação. Façamos, então, a divisão em parágrafos:
TCU 2013 – CURSO DE DISCURSIVAS – AULA 04

1º PARÁGRAFO – para esse modelo de questões (situacionais),


aconselho que, na introdução, o candidato abuse e use de informações
apresentadas pela organizadora, enfim, providencie resumo do caso
concreto.
2º e 3º PARÁGRAFOS – no primeiro item de desenvolvimento, o
candidato fará considerações gerais sobre o princípio do concurso público,
bem como sobre os atuais posicionamentos sobre o direito à nomeação dos
aprovados e o surgimento de novas vagas depois do edital.
4º PARÁGRAFO – nesse espaço, o candidato se posicionará sobre o
direito de Ana.
5º PARÁGRAFO – cabe-nos, agora, dissertar sobre os limites de
atuação da Administração.
6º PARÁGRAFO – podemos ou não escrever a conclusão, tudo
depende se há ou não espaço suficiente.

PROPOSTA DE SOLUÇÃO

No caso apresentado, Ana foi aprovada em concurso público para o


provimento em cargo efetivo no âmbito da administração pública federal, no
entanto, fora do número de vagas previsto em edital. Contudo, durante o prazo de
validade do concurso, foi editada lei federal criando novos cargos da mesma
natureza daquele para o qual Ana fora aprovada. À vista disso, questiona-se se
Ana tem o direito líquido e certo à nomeação para o cargo que foi criado pela
referida lei federal.
Preliminarmente ao enfrentamento do quesito, registre-se que, nos termos
da CF/1988, o concurso público, ressalvados o acesso aos cargos comissionados, é
princípio aplicável para o ingresso nos cargos efetivos e também para os empregos
públicos, de alcance para toda Administração Direta e Indireta. A nomeação – ato
que materializa o direito do candidato aprovado no concurso – era entendida como
mera expectativa de direito, porém, nos dias atuais, é firme a jurisprudência dos
Tribunais Superiores de que a aprovação de candidato dentro do número de vagas
previstas em edital gera direito líquido e certo à nomeação e à posse no cargo.
Tal mudança de orientação jurisprudencial é reforçada, ainda, por parte da
doutrina administrativista. Todavia, há o realce de que a Administração Pública só
estará obrigada a nomear o candidato aprovado dentro do número de vagas
previstos no edital, não tendo os demais direito subjetivo a vagas que futuramente
venham a surgir, afinal, o certame para o qual concorreram não previa tais vagas.
Portanto, Ana, apesar de aprovada, não terá direito líquido e certo, seja à
nomeação nas vagas previstas no edital, porque não classificada dentro do número
de cargos previsto, seja à nomeação para o cargo que foi criado pela lei federal,
afinal, foram vagas para as quais não disputou.
Em todo caso, há limites que devem ser observados pela Administração
Pública. É a Administração que vai decidir em que momento nomeará o candidato
até o último dia do prazo de validade do concurso. A não convocação dos
candidatos aprovados dentro do número de vagas previstas em edital deve ser
objeto de explicações pela Administração, exemplo das restrições de natureza
orçamentária. Outras limitações acham-se no art. 37, IV, da CF/1988, e na
Súmula 15 do STF, os quais impõem o dever de a ordem de classificação ser
respeitada, sob pena de a mera expectativa mudar para direito em direito
subjetivo à nomeação.

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14) (JUIZ DO TRABALHO/3.ª REGIÃO/2006) Conceitue e


estabeleça a diferença entre empresa pública e sociedade de
economia mista.

Comentários:

A questão é relativamente fácil. O uso do “relativamente” deve-se ao


fato de, no dia de prova, o Direito Administrativo ser apenas uma entre
várias disciplinas. No caso, a organizadora solicita-nos a conceituação e as
diferenças entre empresas públicas e sociedades de economia mista.
Que tal um quadro-resumo, para sintetizarmos as principais
diferenças, a seguir:

Entidades
SEM EP
Federais
Composição Maioria das ações com 100% capital público
do capital direito a voto do Estado (1)
Qualquer forma,
Formação Sempre S/A admitida em direito
societária (2)
Foro de Justiça Comum Estadual Justiça Comum
julgamento (3) Federal (4)

(1) O primeiro detalhe é que se exige 100% de capital público e não de


100% de patrimônio público. O segundo é um reforço ao nosso
aprendizado, é que as empresas públicas podem ser pluripessoais, ou seja,
pode ser constituída com vários sócios, por exemplo: uma autarquia, um
município, e, em tese, até mesmo uma sociedade de economia mista.
Sociedade de economia mista? Como isso é possível? Não precisa
pular da cadeira, basta a SEM integralizar a parte pública de seu capital.
Assim, continuaremos a ter 100% de capital público; afinal, se a SEM é
mista, é por que também tem capital público.
(2) A formação societária nem sempre será um traço distintivo, já que a EP
pode assumir qualquer configuração admitida em lei, como, por exemplo,
sociedade anônima, oportunidade que se igualará à SEM.
(3) As sociedades de economia mista federais, estaduais, e municipais, têm
o foro de julgamento na Justiça Comum Estadual. No entanto, temos uma
exceção, tratando-se de SEM federais – Súmula 517 do STF: as sociedades
de economia mista só têm foro na Justiça Federal, quando a União intervém
como assistente ou opoente.
(4) A Administração Direta, autárquica, e empresas públicas FEDERAIS
têm foro de julgamento na Justiça Comum Federal. No entanto, para as
empresas públicas municipais e estaduais, o foro de julgamento é a Justiça
Comum Estadual.
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A partir de agora nosso trabalho de paragrafação fica mais fácil.


Vejamos (sugestão de seis linhas por parágrafo):

1º PARÁGRAFO (introdução)
O que são empresas públicas e sociedades de economia? A quem
pertencem? Processo de criação (desconcentração ou descentralização)?
Alguns candidatos gostam deste tipo de técnica. Com perguntas objetivas,
o candidato constrói o tópico frasal.
Nessa questão, é recomendável mencionar que o Estado realiza suas
atividades de forma centralizada e descentralizada, destacando-se, nesse
último caso, a presença das autarquias, fundações, empresas públicas e
sociedades de economia mista.

2º PARÁGRAFO (desenvolvimento – conceito)


Propositadamente, as empresas públicas e sociedades de economia
mista devem ser deixadas no final do parágrafo de introdução, a fim de
criarmos um link para o primeiro item do desenvolvimento (conceito).
No Decreto-lei 200/1967, encontramos os seguintes conceitos para
empresa pública e sociedade de economia mista, respectivamente:

Entidade de personalidade jurídica de direito privado, com


patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criada por lei
para a exploração de atividade econômica que o Governo seja
levado a exercer por força de contingência ou de conveniência
administrativa, podendo revestir-se de qualquer das formas
admitidas em direito.

Entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado,


criada por lei para a exploração de atividade econômica, sob a
forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto
pertençam, em sua maioria, à União ou a entidade da
administração indireta.

Os grifos não constam do texto original, é para explicarmos que: 1) a


criação destas entidades é autorizada por lei específica (e não criadas por
lei); 2) as empresas públicas podem ser pluripessoais, ou seja, com a
integralização de capital por outras entidades políticas (a União participa do
capital da TERRACAP, apesar de pertencer à estrutura do DF); 3) as
empresas estatais tanto podem desenvolver atividade econômica como
serem prestadoras de serviços públicos.

3º PARÁGRAFO (desenvolvimento – distinções)


Pode colar! Isso mesmo. Pode colar do quadro-resumo, esse é o
momento da cola, no dia da prova, não recomendamos, por razões lógicas.

4º PARÁGRAFO (conclusão opcional)

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Na conclusão, não devemos criar novas ideias, no entanto, há a


necessidade de sermos criativos, afinal, as organizadoras são formadas por
seletos professores, os quais estão acostumados às leituras das mais
diversas, logo, para conquistá-los, retomem a ideia do texto, fechando com
frase do gostinho “quero mais”.

PROPOSTA DE SOLUÇÃO

A Administração Pública dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito


Federal, e dos Municípios desincumbe-se dos encargos públicos direta
(centralizada) ou indiretamente (descentralizada). Na centralização, o Estado
realiza as atribuições por meio de seus próprios órgãos, sem a entrega a outras
pessoas; já na descentralização, o Estado, por lei, transfere a titularidade e a
execução para pessoas jurídicas diversas, exemplo das sociedades de economia e
empresas públicas (as empresas estatais).
O conceito das entidades empresariais do Estado está previsto no Decreto
Lei 200/1967. As empresas públicas e as sociedades de economia mista são
pessoas jurídicas de direito privado do Estado, integrantes da administração
indireta, autorizadas por lei, para a exploração de atividade econômica, por razões
de monopólio, de segurança nacional ou de relevante interesse público, bem como,
mais recentemente, para a prestação de serviços públicos.
Apesar das semelhanças, há igualmente traços distintivos entre as
empresas públicas e as sociedades de economia mista. As empresas públicas têm
a integralização de 100% de capital público, com foro julgamento de suas ações na
Justiça Federal, tratando-se de empresas federais, ressalvadas as ações
especializadas, podendo assumir qualquer configuração societária, admitida em lei.
Já nas mistas o Estado conta com a maioria do capital votante, sendo a Justiça
Estadual o foro de julgamento de suas ações, assumindo, no entanto, sempre a
forma de sociedade anônima.

15) (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL/DPU/2010) Pedro,


menor impúbere, aluno de escola pública federal, acidentou-se
enquanto usava, de forma inadequada um brinquedo
localizado no pátio da escola onde estuda. Após o acidente, a
família de Pedro despendeu somas vultosas com sua
recuperação, tendo o menor adquirido uma cicatriz no rosto,
que, devido à vergonha, o constrangia perante os seus colegas
de turma. Diante do ocorrido, a família de Pedro procurou a
Defensoria Pública da União
Em face desta situação hipotética, considerando que não
houve negligência, imprudência ou imperícia por parte dos
funcionários da referida escola, discorra acerca da
responsabilidade civil do Estado e da possibilidade de
cumulação de danos material, moral e estético.

Extensão máxima: 20 linhas.

Comentários:
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O primeiro cuidado dos candidatos é com a apresentação e estrutura


textual, atentando para a legibilidade (letra sempre cursiva), para o
respeito às margens (escrever sempre até o final da linha), e
distribuição simétrica dos parágrafos, sempre que possível.
Relativamente ao desenvolvimento do tema, sugiro a seguinte
distribuição:

1º PARÁGRAFO (introdução)
Ao candidato compete breve exposição da situação hipotética, com o
detalhamento de que o acidente pelo menor impúbere, em brinquedo no
pátio da escola pública federal, não decorreu de ato ilícito (dolo ou culpa)
dos funcionários da referida escola.

2º PARÁGRAFO (desenvolvimento – responsabilidade por ato


omissivo)
Esclarecer que, tratando-se de ato omissivo do poder público, a
responsabilidade civil por tal ato é subjetiva, pelo que exige dolo ou culpa,
esta numa de suas três vertentes, a negligência, a imperícia ou a
imprudência, não sendo, entretanto, necessário individualizá-la, dado que
pode ser atribuída ao serviço público, de forma genérica, a falta do serviço.
A falta do serviço — faute du service dos franceses —, como vimos,
não dispensa o requisito da causalidade, vale dizer, do nexo de causalidade
entre a ação omissiva atribuída ao poder público e o dano causado a
terceiro.

3º PARÁGRAFO (desenvolvimento – atos omissivos na posição


de garante)
O caso, como se vê, trata da responsabilidade civil do Estado no que
se refere às pessoas sob sua custódia (presidiários, estudantes, internados
em hospitais públicos).
Conforme entendimentos jurisprudenciais, nestas situações haverá a
responsabilidade objetiva do Estado, mesmo que o prejuízo não decorra de
ação direta de um agente do Poder Público, este que, quando tiver o papel
de garantidor da integridade de pessoas, responderá com base no §6º art.
37 da CF/1988.

4º PARÁGRAFO (desenvolvimento – conclusão – cumulação de


danos)
A conclusão é de que, configurado o nexo de causalidade em função
do dever constitucional de guarda (garante), há o dever de indenização do
Estado ainda que demonstrada a ausência de culpa dos funcionários
públicos, pelos danos morais, materiais e estéticos, cumuláveis, conforme o
caso.

PROPOSTA DE SOLUÇÃO

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A responsabilidade civil do Estado por ações dos seus agentes é de natureza


objetiva (risco administrativo). Quanto aos atos omissivos, a responsabilidade é
subjetiva, não sendo necessária a individualização do agente, sendo atribuída ao
serviço público genericamente (culpa do serviço).
No presente caso, em que o menor impúbere acidentou-se em escola
pública federal ao usar de forma inadequada brinquedo do pátio, a provável
alegação de escusa de responsabilidade pelo Estado seja tratar o caso como ato
tipicamente omissivo, de sorte a aplicar a responsabilidade de natureza subjetiva,
pelo que se exige dolo ou culpa.
Distinta, no entanto, é a solução da situação apresentada. O Poder Público,
ao receber o menor impúbere na escola pública federal, assumiu o compromisso
de velar por sua integridade física, devendo empregar os meios necessários ao
desempenho desse encargo jurídico. Incumbe ao Estado dispensar proteção efetiva
aos estudantes sob sua guarda imediata nos estabelecimentos oficiais de ensino.
Assim, descumprida essa obrigação e vulnerada a integridade corporal do
menor, emerge a responsabilidade objetiva do Estado pelos danos materiais e
morais causados a quem, no momento do fato lesivo, achava-se sob a guarda,
vigilância e proteção das autoridades escolares.

16) (JUIZ FEDERAL/1.ª REGIÃO/9.º CONCURSO) Estabeleça as


distinções entre serviço público centralizado, serviço público
descentralizado, serviço desconcentrado, execução direta de
serviço e execução indireta de serviço.

Extensão máxima: 30 linhas.

Comentários:

A questão não nos oferece dificuldade de interpretação, sendo o


enunciado direto e objetivo. Como enfatizado, a dissertação deve ter
sempre sequência coerente, procedendo-se o adequado planejamento, com
a seleção de ideias precisas, para a completa argumentação, seguindo,
sempre que possível, os quesitos apresentados no comando da questão.

Vamos à estruturação:

1º PARÁGRAFO (introdução)
A introdução é o abre-alas. O candidato deve expor o tema serviço
público e os aspectos gerais, os quais serão objeto de aprofundamento ao
longo do desenvolvimento da dissertação. Nesse caso, cabem breves
esclarecimentos de o Estado é titular do serviço público, podendo prestá-lo
de forma direta e indireta.

2º PARÁGRAFO (desenvolvimento – serviço público


centralizado e descentralizado)
Em obediência ao enunciado, o candidato analisará as ideias, em
forma de contraste, e, se possível, com exemplificação do pensamento.
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3º PARÁGRAFO (desenvolvimento – serviço público


desconcentrado)
Cabe a exposição de que o serviço desconcentrado é todo aquele
prestado pelo Estado de forma centralizada, no entanto, distribuído por
vários órgãos da pessoa jurídica. Cabe acrescentar que o processo de
desconcentração é uma técnica administrativa, distintamente da
descentralização, regida pelo princípio da especialidade.

4º PARÁGRAFO (desenvolvimento-conclusão – execução direta


e indireta)
Esse é o ponto mais difícil da dissertação, isso porque muitos
candidatos confundem prestação direta e indireta com execução direta
e indireta. Na execução direta, a pessoa jurídica responsável pelos
serviços executa-os de forma direta, com uso dos próprios meios; enquanto
que, na execução indireta, a pessoa contrata com terceiros a execução de
tarefas complementares, auxiliares, ao serviço público.

Então, prontos? Vamos à dissertação.

PROPOSTA DE SOLUÇÃO

Nos termos do texto constitucional, os serviços públicos são de


titularidade do Poder Público, o qual, no entanto, pode prestá-los diretamente,
por intermédio da administração Direta ou da Indireta (autarquias, por
exemplo), bem como indiretamente, nesse caso, por meio de concessão e de
permissão, sempre precedidas de licitação.
Nesse contexto, o serviço centralizado se confunde com o conceito de
Administração Direta (Ministérios, por exemplo), enfim, os serviços são
prestados pelos próprios órgãos da estrutura da pessoa política (União,
Estados, Distrito Federal e Municípios). Já o serviço descentralizado é todo
aquele em que o Poder Público transfere a titularidade e execução por lei ou,
tão-somente, a execução por contrato ou ato administrativo a outras pessoas
jurídicas, traduzindo-se, respectivamente, em Administração Indireta
(descentralização por outorga) e em Administração por Colaboração
(descentralização por delegação). Cita-se, ainda, a descentralização territorial
ou geografia (hoje inexistente), em que se outorga a capacidade genérica
administrativa às autarquias territoriais.
O serviço descentralizado não se confunde, igualmente, com o serviço
desconcentrado. Na desconcentração, os serviços são prestados
centralizadamente, porém, distribuídos entre dois ou mais órgãos da pessoa
jurídica, verdadeira técnica administrativa, por simplificar a prestação dos
serviços, o que, inclusive, diferencia-a da descentralização, esta pautada no
princípio da especialização, em que os serviços são retirados do centro e
transferidos para outras pessoas, garantindo-se maior eficiência.

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Por fim, os serviços centralizados, descentralizados e desconcentrados


(formas de prestação) podem ser executados direta ou indiretamente (meios
de execução). Enquanto na execução direta, os serviços são prestados aos
usuários pela pessoa competente com os próprios instrumentos (equipamentos
e funcionários, por exemplo); na execução indireta, o responsável pela
prestação contrata com terceiros (terceiriza) a execução de serviços delegáveis
(obras contratadas por autarquias, sob a modalidade de empreitada global, por
exemplo).

Voilà! Vejamos alguns temas de Economia.


17) (Cesgranrio – BNDES/2007) O valor das exportações
brasileiras aumentou bastante nos últimos anos, embora o patamar
atingido, em termos de percentual do PIB, seja menor do que o
alcançado por alguns países asiáticos de alto crescimento. Discuta o
dilema (talvez falso) de oposição entre o mercado interno e o
mercado externo, para o direcionamento dos investimentos pela
política industrial, abordando os aspectos básicos de dinamismo
setorial, capacidade de inovação e modernização.
Vejamos, a seguir, a proposta de solução apresentada pela
organizadora.

PROPOSTA DE SOLUÇÃO

Uma pauta básica para a política industrial do país é no sentido de


orientar os investimentos para os setores de alto dinamismo da economia
mundial, cuja demanda global esteja se expandindo rapidamente e assim
deva continuar, tanto quanto se possa prever.

A demanda doméstica nesses setores também crescerá bastante e é


possível “reservar” o mercado interno para as empresas produtoras do
setor dentro do país, com políticas de proteção tarifária, de benefícios
fiscais, creditícios, de compras preferenciais, de fomento a inovação etc.

Essas políticas terão que ser tanto mais intensas (e socialmente mais
caras) quanto menores forem as vantagens comparativas estáticas do país
no setor produtivo em questão.

Para a colocação do produto no mercado externo, também podem ser


adotadas essencialmente as mesmas políticas de apoio fiscal, creditício,
etc., todas com seus custos, naturalmente. É possível que, no caso do
mercado externo, haja uma reação maior dos produtores concorrentes no
exterior, localizados seja no país de destino do produto, seja em outros
países.
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Não obstante, a competitividade interna e externa da produção do


setor no Brasil só pode ser mantida, simultaneamente a uma paulatina
redução dos custos de proteção e de incentivo, se condições suficientes de
escala de produção, de modernização e de contínua inovação puderem ser
alcançadas, esteja o setor vendendo para o mercado interno, para o
externo ou para ambos. Esse é o sentido importante em que o dilema em
questão é falso, não havendo oposição entre mercado interno e externo.

Na verdade, é mesmo possível que, para manter a competitividade, a


escala de produção tenha que ser muito grande, e seja preciso produzir
para os dois mercados, o interno e o externo. Haveria então
complementação e não oposição entre eles.

Enfim, o fundamental é alcançar as condições para que os custos de


proteção e incentivo governamental diminuam com o tempo, mantendo-se
o nível de competitividade nos mercados interno e/ou externo, não importa
qual.

18) (Cesgranrio – BNDES/2007) “A flutuação do Real em janeiro


de 1999 foi um teste importantíssimo para o país; não se sabia ao
certo como seriam as implicações inflacionárias de uma
megadesvalorização...”
Comente este trecho de um artigo de Gustavo Franco, à luz do
passado indexado da economia brasileira e da consequente memória
inflacionária, esclarecendo a que teste o autor está se referindo.

PROPOSTA DE SOLUÇÃO

Uma desvalorização cambial muito forte poderia reacender as


expectativas inflacionárias, diretamente, por ser a taxa de câmbio um
“preço” muito visível na economia, e usado como referência; e
indiretamente, pois os preços de bens importados e dos produtos cuja
formação de preços ocorre no exterior poderiam aumentar bastante.

Até 1994 (apenas cinco anos antes de 1999), no Brasil, a correção


monetária era habitual, parte do cotidiano do brasileiro, e de mecânica
muito bem conhecida.

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Uma subida da inflação, devido à desvalorização, poderia não ser


meramente temporária, se os mecanismos de correção monetária fossem
reaplicados, levando a uma dinâmica inflacionária própria.

O teste a que se refere Gustavo Franco era saber se a memória


inflacionária estava viva ou não, se esta dinâmica da indexação ocorreria ou
não, se a subida dos preços devido à desvalorização seria temporária ou
não.

Sem perder o ritmo, vamos pular para a disciplina Administração Pública.

19) (Cespe – IPEA/2008) O conceito de accountability tem sido


empregado por cientistas políticos para se reportarem à qualidade
dos novos regimes democráticos na América Latina. A teorização
acerca de diversas noções, como a de autoridade institucional,
participação, cidadãos, contestação política, assume relevância
central à medida que cientistas buscam ir além dos debates sobre
consolidação e procuram abordar processos por meio dos quais a
renovação política possa ocorrer.
Brian Wanpler. “Expandindo accountability através de instituições
participativas”. In: Cátia Lubambo et al. Desenho institucional e
participação política: experiências no Brasil contemporâneo. Ed. Vozes,
2005, p. 35-6 (com adaptações).
Considerando que o trecho acima tem caráter unicamente motivador,
redija um texto dissertativo acerca do problema da qualidade da
democracia, com base no conceito de accountability. Aborde, em seu texto,
as três formas de accountability — a vertical, a horizontal e a societária —,
estabelecendo, como elementos importantes no aperfeiçoamento da
democracia no Brasil, as relações entre essas três formas de controle e
participação.

Extensão máxima: 60 linhas


Tem gente por aí careca (por vezes, até literalmente!) em aplicar
nosso MANTRA: PENSAR, PLANEJAR, REDIGIR, REVISAR.
Vamos interpretar o enunciado. O que é solicitado? Dissertar sobre o
problema da qualidade da democracia.
Não há roteiro, mas isso já não é mais problema para nós. Em forma
de quesitos:
Quais os problemas da qualidade da democracia?
Qual o conceito de accountability?
O que quer significar accountability vertical, horizontal e societária?
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Sabendo que as formas vertical, horizontal, horizontal e societária


servem para o aperfeiçoamento da democracia, qual a relação existente
entre elas e a participação?
Agora, devemos passar à etapa REDIGIR. Antes disso, que tal a
tempestade de ideias?
Sabendo que as formas vertical, horizontal e societária servem
para o aperfeiçoamento da democracia, qual a relação existente entre elas
e a participação?
Agora, devemos passar à etapa REDIGIR. Antes disso, que tal a
tempestade de ideias?
O termo accountability é conceito equívoco. Ora, refere-se ao
dever de prestação de contas pelas autoridades publicas, ora, quer
significar as várias participações dos cidadãos.
A sociedade civil desempenha papel democrático mais eficaz do
que em períodos anteriores.
Os meios de comunicação e de transparência são instrumentos
hábeis para que atores sociais possam controlar o governo, forçando-o a
tornar visível a realização de suas ações.
A qualidade da democracia depende da construção de mecanismos
efetivos de accountability.
O regime democrático é a melhor forma de organização da
sociedade, no entanto, particularmente difícil de criar e de se sustentar,
pois está em constante processo de transformação.
Falta de fiscalização, desvio dos dinheiros públicos e impunidade
são características ainda existentes em muitas democracias. Tais mazelas
afetam a qualidade do regime democrático, daí a importância dos controles
rotineiros das agências de accountability e da sociedade politicamente
organizada.
Accountability vertical é o termo usado para referir-se à
vigilância e sanções que eleitores, imprensa, e organizações da sociedade
civil exercem sobre os servidores públicos. Uma forma é o eleitorado, típico
controle externo.
Accountability horizontal é definida como sendo a existência de
agências estatais com poderes de supervisão, punindo ações ou omissões
do Estado, consideradas ilegais.
Nem sempre as eleições, como tipo de accountability horizontal,
são eficientes (controle ex ante). Surge, assim, o conceito mais abrangente
de accountability societária, complemento da accountability vertical (não
eleitoral). Pressão exercida sobre as autoridades públicas ou sobre as
agências estatais de controle pelas associações civis, imprensa, entidades
não-governamentais, em geral, em que as irregularidades cometidas são
expostas (tornadas públicas) para a sociedade organizada.

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Então, prontos? Caneta na mão (azul ou preta), letra cursiva e


separa 100 minutos. Escreva a dissertação. Brincadeirinha! De mau
gosto...Não temos, para esse concurso (que será o último da carreira
concursística, torcemos), de escrever novas redações de 40 a 60 linhas,
portanto, concentrem-se, tão-somente, nas informações apresentadas.

Um mimo para vocês, uma possível introdução.

INTRODUÇÃO

A qualidade do regime democrático depende da interconexão entre a


accountability horizontal, accountability vertical e accountability societária.
Se, por um lado, a imprensa e as entidades civis tornam transparentes os
atos dos servidores públicos, para a ativação das agências de controle do
Estado e cidadãos, por outro, é inequívoco que as agências de
accountability horizontal, além das reprimendas internas, devem dar
transparência das informações do funcionalismo público, munindo o
accountability vertical, em um ciclo virtuoso.

20) Considere o seguinte trecho, extraído do sítio eletrônico


http://bvc.cgu.gov.br/bitstream/123456789/1949/1/jmp-
reforma.pdf e
http://www.enap.gov.br/downloads/ec43ea4fGestao_publica
_administracao_burocratica.pdf
A crise e o fim da era de prosperidade. A crise do petróleo,
ocorrida em 1973, foi a responsável por deflagrar os mecanismos que
provocaram o esgotamento do antigo modelo de intervenção estatal, nos
moldes burocráticos. A crise econômica mundial, que teve início naquela
década, pôs fim à era de prosperidade que havia sido iniciada no pós-
Segunda Guerra Mundial. Nesse período, tanto os países capitalistas
desenvolvidos como os subdesenvolvidos (inclusive o Brasil), bem como
países do bloco socialista, experimentaram elevadas taxas de crescimento
econômico.
Elabore um texto dissertativo abordando, necessariamente, os
respectivos itens:
a) Fatores socioeconômicos contribuíram decisivamente para agravar
a crise do Estado gerado no pós-guerra;
b) Novo paradigma implantado em meados da década de 1990 no
Estado Brasileiro, fazendo um paralelo com a administração burocrática;
c) Retorno ao Estado de intervenção mínima;
d) Texto Constitucional de 1988: itens de retrocesso à administração
gerencial;
e) Emendas Constitucionais: a caminho da nova forma de gestão
pública.
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PROPOSTA DE SOLUÇÃO

O pós-guerra foi marcado pelo descompasso entre a efetividade do


aparelho do Estado Brasileiro e a economia aquecida. O aparelho do Estado,
com forte característica patrimonialista, não mais conseguia suprir os
anseios da sociedade.
Dessa forma, fatores como a falta de dinamismo e de profissionalismo
do Estado acarretaram o gargalo no desenvolvimento e o início da inflação
com causas estruturais.
Para vencer a inércia do aparelho estatal, várias tentativas foram
empreendidas. No entanto, tão-somente em meados da década de 90,
consolidou-se o paradigma de Administração Pública – a administração
gerencial –, preconizadora da intervenção mínima do Estado na economia e
o enxugamento do Estado aos serviços essenciais.
Porém, com o advento da CF/1988, os teóricos da Administração
Pública defendem o retrocesso à burocracia. A sustentação dessa tese é
encontrada, exemplificativamente, nas seguintes passagens do texto
constitucional: previdência social não-alicerçada no fator contributivo e
redução da flexibilidade das empresas governamentais, atadas aos
regramentos da Administração Direta.
O ajustamento do retrocesso burocrático, caminho ao gerencialismo,
passou (e passa) por uma série de transformações estruturais, promovidas
por meio de Emendas à Constituição – EC. Entre as mais recentes
mudanças, podem ser destacadas a EC 19/1998 (Reforma Administrativa –
inserção do princípio da eficiência, bandeira da Reforma Gerencial), as EC
20/1998 e 41/2003 (Reforma Previdenciária – término da aposentadoria
integral e redução das aposentadorias precoces) e a EC 45/2004 (Reforma
do Poder Judiciário).

21) Considere o seguinte trecho, extraído do sítio eletrônico


http://www.fundaj.gov.br/docs/eg/semi4.rtf
Os formuladores da proposta que está sendo atualmente implementada têm
argumentado que a reforma administrativa é apenas uma das dimensões da
reforma do Estado. Do ponto de vista conceitual, entendem que a reforma
do Estado lato sensu abrange quatro áreas:
- delimitação da área de atuação do Estado;
- desregulamentação;
- governança: aumento da capacidade de governo;
- governabilidade: aumento da democracia e da accountability.

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Formule um texto dissertativo acerca das reformas Administrativas:


dimensões estruturais, principais características, com abordagem dos
seguintes quesitos:
a) Setores do Aparelho do Estado e suas funções;
b) Medidas adotadas para a redução do entulho burocrático
(desregulamentação);
c) Governança e princípios da Administração Gerencial (afastamento
do insulamento burocrático e entrada no conceito de administração
inserida);
d) Governabilidade: qualidade das instituições políticas quanto à
intermediação de interesses; a existência de mecanismo de
responsabilização perante a sociedade; transparência administrativa.
Sugestão: de 40 a 60 linhas.

Questão inédita!
Antes de passarmos aos quesitos, vejamos uma possível introdução.
A reforma da administração pública é um caminho sem volta na
agenda do Estado Brasileiro. A agenda do governo para a administração
pública dá relevo aos temas do fortalecimento da capacidade de governo,
da eficiência e da melhoria da qualidade dos serviços públicos prestados aos
cidadãos.
Para alcançar tais resultados, os idealizadores da reforma
propuseram uma mudança no quadro constitucional-legal; a criação de
novos formatos institucionais (agências executivas e organizações sociais);
a mudança da cultura burocrática para uma cultura gerencial, e novos
instrumentos de gestão pública.
Os formuladores da proposta da reestruturação do Estado
argumentaram à época que a reforma administrativa seria apenas uma das
dimensões da reforma do Estado. Do ponto de vista conceitual, entendem
que a reforma do Estado lato sensu abrange quatro áreas:
- delimitação da área de atuação do Estado;
- desregulamentação;
- governança: aumento da capacidade de governo; e
- governabilidade: aumento da democracia e da accountability.

Atenção! Apesar de não-recorrente, não há impedimento de a


introdução ser subdividida em dois ou mais parágrafos. Para tanto, vocês
devem levar em consideração a necessidade da manutenção da simetria
geral dos parágrafos, bem como a preparação do terreno para a resposta
dos quesitos propostas pela organizadora.
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Vamos responder os quesitos.

Setores do Aparelho do Estado e suas funções;


Quanto à delimitação da área de atuação do Estado, a reforma
administrativa propôs algumas distinções fundamentais, para a
transformação do que hoje constitui o aparato estatal. Primeiro, distinguiu
as atividades exclusivas do Estado (núcleo estratégico, compreendendo as
secretarias formuladoras de políticas, as agências executivas e as agências
reguladoras) daquelas em que não há exercício de poder de Estado, mas
que envolvem direitos humanos fundamentais ou geram externalidades que
não devem ser apropriadas privadamente (processo de publicização, por
meio do qual estes serviços passam a ser providos por organizações sociais
– Terceiro Setor).

Medidas adotadas para a redução do entulho burocrático


(desregulamentação);
Na área da desregulamentação, propôs-se a redução da
regulamentação aos aspectos absolutamente necessários. Enfim, uma série
de medidas foi adotada para a diminuição do “entulho burocrático”,
entendido como disposições normativas excessivamente detalhadas, que só
contribuem para o engessamento da máquina e muitas vezes para sua
pouca transparência.

Governança e princípios da Administração Gerencial


(afastamento do insulamento burocrático e entrada no conceito de
administração inserida);
Das contribuições, a maior talvez tenha sido a reforma administrativa
voltada à governança, entendida como o aumento da capacidade de
governo. Foram observados os seguintes princípios da administração
gerencial, entre outros:
- orientação da ação do Estado para o cidadão-usuário de seus
serviços;
- ênfase no controle de resultados através dos contratos de gestão;
- fortalecimento e autonomia da burocracia no core das atividades
típicas de Estado, em seu papel político e técnico de participar, junto com
os políticos e a sociedade, da formulação e gestão de políticas públicas;
- adoção cumulativa de três formas de controle sobre as unidades
executoras de políticas públicas: controle social direto (por meio da
transparência das informações e da participação em conselhos); controle
hierárquico-gerencial sobre resultados (por intermédio do contrato de

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gestão), e controle pela competição administrada, via formação dos quase-


mercados.
Assim concebida, a reforma administrativa distingue-se das propostas
de total ‘insulamento burocrático’, aproximando-se mais do conceito de
‘autonomia inserida’.
São grandes os impactos que se pretende alcançar, com a
administração gerencial, no grau de accountability das instituições públicas,
e aqui se abrem os nexos entre governança e governabilidade democrática.

Governabilidade: qualidade das instituições políticas quanto


à intermediação de interesses; a existência de mecanismo de
responsabilização perante a sociedade; transparência
administrativa.
Na concepção da reforma administrativa, a governabilidade depende
de várias dimensões políticas, dentre elas a qualidade das instituições
políticas quanto à intermediação de interesses, a existência de mecanismos
de responsabilização (accountability) dos políticos e burocratas perante a
sociedade, a qualidade do contrato social básico. Essas dimensões remetem
lato sensu à reforma política, essencial à reforma do Estado no Brasil.
A reforma gerencial da administração pública, ao modificar
substancialmente as formas de controle no interior do aparato estatal
(sobre a alta burocracia e sobre as instituições públicas), dando ao mesmo
tempo maior transparência às decisões administrativas (abrindo-as ao
controle da sociedade, e não apenas da própria burocracia), pode contribuir
para o aumento da responsabilização dos administradores públicos. Para
isso, a informação é insumo fundamental. E não há, aí, contraposição entre
aumento de eficiência e aumento de accountability.
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CONCLUSÃO
Em conclusão, não há dúvida de que, com esses novos formatos
institucionais, novos instrumentos de gestão, e novas formas de controle, a
reforma administrativa contribui para um processo de aprendizado político e
organizacional, tornando as instituições públicas mais transparentes. Com
sua integral implementação, não haverá apenas o aumento da eficiência
das instituições (obtenção de resultados), mas também maior transparência
(informação), talvez o mais forte pilar da accountability democrática.

Que tal uma sobre Agências Reguladoras?


22) Considere o seguinte trecho:
As agências reguladoras federais organizam-se sob o regime
autárquico especial, caracterizado pela autonomia administrativa e pelo
mandato fixo de seus dirigentes. Esses mecanismos são considerados
relevantes para proteger as agências de pressões políticas, dando-lhes,
assim, condições de tomar decisões que privilegiem o equilíbrio de
interesses de governo, empresários e usuários dos serviços públicos.
Agora redija um texto em forma de dissertação, com letra cursiva, a
respeito do tema ESTADO REGULADOR – As Agências Reguladoras no
contexto do Estado Democrático de Direito, abordando,
necessariamente, os seguintes quesitos:
a) Concepção de Estado e a mudança no paradigma administrativo
moderno (nova administração pública);
b) Inserção das Agências de acordo com o Plano Diretor da Reforma do
Estado;
c) Agências: características (poder normativo, independência
administrativa, poder de dirimir conflitos), com realce para a
nomeação dos dirigentes e seu mandato fixo; e
d) Legitimidade democrática.
Sugestão: de 40 a 60 linhas.

Esse tema é inédito!

Vamos aos quesitos.


Concepção de Estado e a mudança no paradigma
administrativo moderno (nova administração pública).
Uma das funções primordiais da burocracia era a promoção do bem
estar social, o denominado Estado de Providência (Welfare State, entre os
ingleses). Período marcado pela ação do Estado como principal ator no
atendimento às necessidades e aos anseios sociais.

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Com a crescente crise fiscal, aprendemos que o modelo


burocrático tornou-se insustentável. A máquina administrativa mostrou-se
ineficiente e lenta em face dos novos desafios da globalização, exigindo-se,
assim, a mudança de enfoque na atuação dos Governos.
Agora, não mais como Estado-empresário, mas sim utilizador de
mecanismos espelhados na iniciativa privada, garantidores de maior
eficiência e agilidade no atendimento dos anseios sociais.

Inserção das Agências de acordo com o Plano Diretor


da Reforma do Estado.
Pautado nos princípios da desestatização, da flexibilidade, da
eficiência, no foco no cliente, orientado para os resultados, o PDRAE teve
como objeto a divisão do Estado em quatro grandes setores ou núcleos com
funções específicas: núcleo estratégico, serviços exclusivos, serviços não-
exclusivos, e mercado.
A partir de então, houve maior necessidade das agências
reguladoras, entendidas como autarquias sob um regime especial,
localizadas precisamente no setor de serviços exclusivos, com papel
fundamental na transferência de serviços mediante concessões e
permissões à iniciativa privada.

Agências: características (poder normativo,


independência administrativa, poder de dirimir conflitos), com
realce para a nomeação dos dirigentes e seu mandato fixo.
Nesse novo contexto de Estado mínimo, de retirada do Estado da
posição de provedor, de interventor direto na economia, para Estado
Regulador, as principais funções assumidas pelas agências têm sido: a
regulatória, a sancionadora, a normativa, e a fiscalizatória.
Ao lado de tais funções, há doutrinadores que acrescentam a
capacidade para a arbitragem e mediações, em busca do equilíbrio entre os
diversos envolvidos, sejam eles usuários, prestadores de serviços públicos
ou mesmo o Estado.
A independência em relação ao centro é reforçada pela característica
do mandato fixo dos dirigentes, esse preferencialmente não-coincidente
com o mandato Presidencial.
Os conselheiros ou diretores das agências são escolhidos pelo
Presidente da República e arguidos pelo Senado Federal. Depois disso, são
nomeados pelo Presidente, sendo que contam com mandato fixo, ou seja,
só podem ser desligados com a devida motivação, com respeito aos
princípios da ampla defesa e do contraditório, diferentemente do que ocorre
com detentores de cargos comissionados em geral.
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Legitimidade democrática.
Apesar das inúmeras garantias, não pode (e sequer deve) isolar-se
totalmente dos atores envolvidos, deve se comunicar com os
prestadores, sem que sejam capturadas; com o Estado, sem admitir a
interferência de ingerências meramente clientelistas e corporativistas; e,
finalmente, com os usuários, garantindo-lhes maiores instrumentos de
participação. Com essa forma de atuação, transparente, permeável,
flexível, conquistará com os atores maior legitimidade democrática.

Não podemos nos esquecer dos temas de Auditoria!


23) (Cesgranrio – Petrobrás/2008) Em uma auditoria interna
realizada em 2008, pela primeira vez, no processo de compras da
XYZ S.A., empresa do ramo alimentício criada no ano 2000, na etapa
de entrevista e levantamento do fluxo das atividades, foi constatado
que o processo funciona da forma relatada a seguir.
O Sr. Rui, analista sênior de compras, recebe os pedidos de compras
dos setores requisitantes, realiza a cotação de preços entre os fornecedores
cadastrados no sistema por ele mesmo, e escolhe um fornecedor. Robson,
Analista Júnior de Compras, registra a compra no sistema e envia a fatura e
o pedido de compra já autorizado por ele, independente do valor, para o
setor financeiro realizar o pagamento.
O Sr. Rui comentou que há três anos, devido à demissão de três
funcionários, realizada pela Companhia para redução de gastos, o setor
conta apenas com dois funcionários.
Com base nas informações acima, redija um breve relatório de
auditoria apontando os três principais problemas existentes no processo de
compras, duas causas, dois riscos e respectivas consequências, e três
recomendações.

Vejamos, abaixo, o pensamento da organizadora.

Principais Problemas Constatados:


O(A) candidato(a) deverá citar os seguintes problemas no processo de
compras da Companhia:
• ausência de segregação de funções (principalmente entre
recebimento do pedido, cotação e escolha do fornecedor e entre o registro e
a autorização do pagamento);
• ausência de revisão no processo;
• ausência de alçadas para pagamento.
Causas:

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O(A) candidato(a) deverá citar duas entre as seguintes causas:


• número de funcionários insuficiente no setor de compras, devido à
demissão dos três funcionários;
• frequência inadequada dos procedimentos de auditoria no processo
de compras da Companhia, já que o processo nunca havia sido auditado;
• ausência de uma definição formal das funções e responsabilidades.
Riscos e Consequências:
O(A) candidato(a) deverá indicar os riscos e consequências a seguir.
• Risco de Fraude – probabilidade de ocorrência de manipulação dos
dados registrados no sistema em beneficio próprio por parte do funcionário,
favorecimento de fornecedores em troca de propina ou benefícios e
superfaturamento de preços, causando prejuízos à Companhia.
• Risco Operacional – probabilidade de ocorrência de erros ou falhas
nas atividades relacionadas ao processo, como erros na realização do
pedido e registro da compra no sistema. O fato de o mesmo funcionário
registrar a compra e autorizar o pagamento pode gerar erros nas
quantidades e valores envolvidos.
Recomendações:
O(A) candidato(a) deverá apresentar três entre as seguintes
recomendações:
• realizar a contratação ou alocação de mais funcionários para o setor
de compras;
• definir formalmente as funções e responsabilidades para os
funcionários do setor, evidenciando a segregação de funções;
• implementar controles de revisão no processo;
• aumentar a frequência dos procedimentos de auditoria no processo
de compras;
• elaborar uma política formal de alçadas.

24) (Cesgranrio – Petrobras/2008) No planejamento anual de


auditoria interna de uma determinada Companhia, constava que seria
realizada uma auditoria no processo de contas a receber da empresa, com o
escopo englobando desde o operacional até o contábil. De uma forma geral,
indique quais são os dois principais objetivos ligados a este tipo de auditoria
e quatro procedimentos que devem ser utilizados na auditoria de Contas a
Receber com este escopo.

PROPOSTA DE SOLUÇÃO
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O desempenho eficiente e eficaz de qualquer atividade é


acompanhado do uso de ferramentas apropriadas, na auditoria interna a
retórica não é diferente. Um conjunto de técnicas é atribuído aos auditores,
permitindo-lhes a obtenção de evidências e de provas suficientes e
adequadas para a formação de suas opiniões, são os procedimentos de
auditoria.
No presente caso, o planejamento anual de auditoria previu a
realização de procedimento de auditoria no processo de contas a receber da
empresa, envolvendo aspectos operacionais e contábeis. Entre os objetivos
ligados a este tipo de auditoria, podem ser listados:
• verificação da existência e a integridade das informações
financeiras e operacionais, e
• exame do processo e avaliar a efetividade dos controles internos
relacionados, ou seja, verificar se os controles estão mitigando de forma
eficaz os riscos envolvidos no processo.
Sem perder de vista o escopo dos trabalhos, sob os aspectos
operacionais e contábeis, os seguintes procedimentos específicos de
auditoria podem ser enumerados:
• levantamento do sistema de controle interno, por meio da leitura de
manuais e procedimentos, conversa com funcionários, questionários,
inspeção física desde o início da operação até o registro contábil;
• testes de observância do sistema de controle interno, ou seja,
certificar se o sistema de controles internos levantado está sendo utilizado
de forma efetiva e eficaz;
• inspeção de documentos, por meio de solicitação da composição
analítica das Contas a Receber, verificação da idade dos saldos, verificação
dos critérios e da composição da provisão para perdas, verificação da
documentação suporte ou o fato gerador para o registro contábil, como um
documento de venda ou um contrato de prestação de serviços; e
• confirmação com terceiros (Circularização), com a seleção de alguns
devedores para confirmação dos saldos, geralmente por meio de carta.

Mais uma de Administração Pública!


25) TRE/MA/2009 – Cespe
Disciplina: Administração Pública

ENUNCIADO

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Naturalmente, o fato de que não se pode governar como quem dirige


uma empresa não quer dizer que o governo não possa tornar-se mais
empreendedor. Qualquer instituição, pública ou privada, pode ser
empreendedora, assim como qualquer instituição, pública ou privada, pode
ser burocrática.
Osborne e Gaeble. Reinventando o governo. Brasília: ENAP, 1994, p.
23 (com adaptações).
Considerando que o texto acima tem caráter exclusivamente
motivador, redija um texto dissertativo que aborde o tema do desafio
contínuo da gestão pública e que enfoque, necessariamente, os seguintes
aspectos:
- evolução do paradigma burocrático para a gestão
empreendedora;
- participação do cidadão nas decisões do governo;
- desafio do setor público como gestor de resultados e agregador de
valor para os cidadãos.

Primeira tarefa: leitura e interpretação do enunciado

É um ótimo tema para nossa prova, não acham? Vivemos a


época das transformações, época das parcerias público-privadas, época do
Estado fomentador e não mais prestador direto dos serviços, época de
substituirmos a burocracia conservadora pelo gerencialismo, por maior
eficiência.

Segunda tarefa: elaboração do plano ou roteiro do texto

Felizmente, a banca fez nosso trabalho, traçando o roteiro,


coloquemo-no em forma de quesitos:

1) Em que termos houve a evolução do paradigma burocrático para a


gestão empreendedora?
2) Como se efetiva a participação do cidadão nas decisões do
governo?
3) O que vem a ser a gestão por resultados? Como o setor público
pode agregar valor para os cidadãos?

BRAINSTORM:
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Chegamos ao momento das frases soltas, desordenadas. Vocês


devem escrever tudo (exatamente tudo) o que vem à mente:
A nova postura governamental é transformadora, aberta a
inovações e próxima dos cidadãos;
A concepção burocrática de governo conservador deve ser alterada
para governo facilitador, mais dinâmico;
O gestor deve ser mais facilitar, fomentador, do que propriamente
prestador dos serviços;
A gestão empreendedora é baseada em resultados, em parcerias
entre o Estado e os particulares (delegação dos serviços públicos, por
exemplo). O governo navega ao invés de remar;
A governabilidade exige empreendedorismo, relativamente às
questões internas e externas ao Governo;
As políticas públicas são alcançadas de forma mais eficaz com a
participação dos cidadãos, seja direta ou indiretamente (associações,
conselhos);
A retroalimentação dos cidadãos é um excelente termômetro para
os governos, garantindo-se maior alcance social e econômico das medidas
públicas;
O governo deve orientar-se por resultados (missões), afastando-se
a ineficiência e os costumeiros desperdícios dos dinheiros públicos;
É a reforma das instituições e dos incentivos que tornará a
burocracia apta a responder novas demandas;
A reforma do sistema significa, ao mesmo tempo, a introdução de
métodos voltados para a produção qualitativa de serviços públicos com a
prioridade dada aos clientes e cidadãos como razões últimas do setor
público;
Além de bem-atendidos, os cidadãos devem ser chamados a
participar do governo, definindo os destinos de suas comunidades;
A comunidade deve participar da gestão pública, seja fiscalizando,
seja com trabalhos voluntários, aumentando-se a eficiência e a
transparência;
A modernização do setor público é acompanhada do incremento da
“accountability”;
Quando maior a competição, melhor o governo, uma vez que
garante o controle dos serviços pela população.

Terceira tarefa: redação do texto

Quem aí já montou quebra-cabeça?

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Introdução

A primeira peça é nossa! Vejamos.

O empreendedorismo é característica inerente às instituições


privadas, porém, não é exclusiva. De idêntica forma, a gestão
pública deve ser empreendedora, mais aberta a inovações
(transformações) e próxima dos cidadãos, para o enfrentamento
dos contínuos desafios.

- E agora, como encaixar a próxima peça (evolução do paradigma


burocrático para a gestão empreendedora)?

Nessa linha de transformações, (concepção burocrática de


governo conservador deve ser alterada para governo facilitador, mais
dinâmico), (o gestor deve ser mais um facilitador, fomentador, do que
propriamente um prestador dos serviços), (é a reforma das instituições e
dos incentivos que tornará a burocracia apta a responder novas demandas).

- Conseguiram o lugar correto para a peça? Passemos à próxima


(participação do cidadão nas decisões do governo).

A gestão pública empreendedora é baseada, ainda, em


parcerias entre o Estado e os cidadãos, (gestão empreendedora é
baseada em resultados, delegação dos serviços públicos, por exemplo), (o
governo navega ao invés de remar), (as políticas públicas são alcançadas
de forma mais eficaz com a participação dos cidadãos, seja direta ou
indiretamente – associações, conselhos), (a retroalimentação dos cidadãos
é um excelente termômetro para os governos, garantindo-se maior alcance
social e econômico das medidas públicas).

- Opa! Faltam duas peças (desafio do setor público como gestor de


resultados e agregador de valor para os cidadãos).
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Dessa forma, não há dúvida de que o Estado deva se orientar


por resultados (missões), (o governo deve orientar-se por resultados:
missões), afastando-se a ineficiência e os costumeiros desperdícios dos
dinheiros públicos), (a reforma das instituições e dos incentivos que tornará
a burocracia apta a responder novas demandas), (a reforma do sistema
significa, ao mesmo tempo, a introdução de métodos voltados para a
produção qualitativa de serviços públicos com a prioridade dada aos clientes
e cidadãos como razões últimas do setor público), (além de bem-atendidos,
os cidadãos devem ser chamados a participar do governo, definindo os
destinos de suas comunidades), (a comunidade deve participar da gestão
pública, seja fiscalizando, seja com trabalhos voluntários, aumentando-se a
eficiência e a transparência), (a modernização do setor público é
acompanhada do incremento da accountability).

Pronto! O quebra-cabeça foi montado. Deixem, para nós, a


última peça, vai!

Conclusão

O maior patrimônio da gestão pública empreendedora,


portanto, é a clareza dos propósitos e dos objetivos na fixação das
metas e valores práticos. É dever atentar para o processo
equilibrado, jamais esquecendo a construção e a renovação das
posturas administrativas, garantindo-se assim o sucesso de sua
jornada.

26) TCE/TO – 2008 (Cespe)


Disciplina: Auditoria

ENUNCIADO
Evidências constatadas durante auditorias anteriores sobre o desenho
ou a operação de controles podem ser consideradas pelo auditor ao avaliar
o risco de controle na auditoria corrente.
Desse modo, apresente e explique pelo menos três pontos a
considerar acerca da avaliação da utilidade de evidência obtida em
auditorias anteriores.
Extensão: 15 linhas.
Dicas:
O risco de controle é a possibilidade de opinião ou parecer
inadequado, sobre demonstrações com distorções representativas.

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As evidências coletadas em auditorias anteriores podem ser


utilizadas, com a cautela sobre a extensão e a natureza de eventuais
alterações substanciais.
As evidências são as informações e as provas que o auditor obtém
quanto ao funcionamento de um controle (teste de observância) ou quanto
à validade de uma informação (teste substantivo).
As evidências devem possuir alguns requisitos necessários
(suficientes, fidedignas, relevantes e úteis) para fornecer base sólida para
as indagações, opiniões e recomendações dos auditores, em tradução:
Suficiência: aspecto quantitativo da evidência. Qualquer pessoa
(prudente e razoável) chegaria ao mesmo resultado do auditor;
Adequação: uso de técnicas confiáveis e apropriadas de auditoria;
Relevância: aspecto qualitativo.
Utilidade: ter o propósito de auxiliar a entidade a alcançar seus
objetivos.
As evidências, coletadas durante a execução, objetivam, por
exemplo: a confirmação do conhecimento dos sistemas e os métodos de
controle e a execução dos testes.

27) DATAPREV – 2006 (Cespe)


Disciplina: Auditoria
Redija um texto dissertativo, abordando a questão da determinação
do tamanho da amostra para situações em que haja restrição de custo,
limitação de tempo para se efetuar o levantamento e unidades amostrais
que se recusam a participar da pesquisa. Apresente alguns exemplos como
ilustração.
Extensão: 15 linhas.

Dicas:
A técnica de amostragem é utilizada para obtenção de
informações, a partir de parte da população ou universo (amostra), haja
vista a natureza pouco econômica da verificação de toda a população.
A amostragem pode ser estatística (itens com características
homogêneas, baseada em critérios científicos) ou não-estatística
(fundamentada na experiência – por julgamento ou por quotas).
O resultado da amostragem probabilística (aleatória simples,
estratificadas e por conglomerados) pode ser generalizado para toda a
população.
A aleatória simples não é a mais eficiente e econômica.
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A aleatória estratificada ocorre quando a população pode ser


organizada em conjuntos homogêneos.
A aleatória por conglomerados tem aplicabilidade quando a
população pode ser agrupada em conjuntos semelhantes, mas
internamente heterogêneos.
Para o tamanho da amostra, são considerados o risco de
amostragem e os erros toleráveis e os esperados.
Tipos de risco: subavaliação de confiabilidade (amostra não-
satisfatória, restante população menor nível de erro); superavaliação da
confiabilidade (amostra satisfatória, restante população maior nível de
erro); risco de rejeição incorreta (é o risco “denorex”, parece que é, mas
não é) e de aceitação incorreta (situação inversa: aceita o acerto, mas é
desacerto).
Erro tolerável é o erro máximo aceito pelo auditor. A relação é
inversa: quanto menor o erro tolerável, maior a amostra.
Erro esperado tem relação direta com o tamanho da amostra. Se o
auditor espera poucos erros, as amostras são menores. Por isso, evidências
de auditorias anteriores são relevantes, para, por exemplo, determinar o
tamanho da amostra.

Finalmente, vejamos a parte de AFO.

28) ANTT/2008 – NCE/UFRJ

ENUNCIADO

O orçamento público é um instrumento de planejamento


governamental e divide-se em orçamento fiscal, da seguridade social e de
investimentos das estatais.
a) Analise as principais características do orçamento público.
b) Dê exemplos de receitas e despesas integrantes do orçamento
fiscal e da seguridade social.

Até 20 linhas

Devido à peculiaridade do assunto, reproduzimos, abaixo, proposta


de solução.

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O orçamento público constitui-se em uma única peça, contemplando


todos os Poderes e o Ministério Público dos entes federados, em
observância ao princípio da unidade, apesar de dividido funcionalmente em
orçamento: fiscal, da seguridade social e de investimento das estatais.
O orçamento, enquanto instrumento de planejamento, ganha a forma
de lei, de iniciativa do Chefe do Executivo, passando pela apreciação,
discussão e votação do Poder Legislativo, e, tão logo aprovado, é
encaminhado para a sanção e promulgação pelo Chefe do Executivo. Isso
ocorre em todos os Entes Federados (União, estados, Distrito Federal, e
municípios).
Com fundamento no princípio da universalidade, a lei orçamentária
contempla a totalidade das receitas e despesas de todos os órgãos e
entidades vinculados ao ente político, para execução a posteriori, leia-se,
para execução no exercício financeiro subsequente, como determina o
princípio da anualidade.
Acerca dos exemplos de receitas e de despesas integrantes da peça
orçamentária, podemos extrair do orçamento fiscal as receitas tributárias,
patrimoniais, industriais e outras; e as despesas de pessoal, obras,
instalações e materiais permanentes.
Já do orçamento da seguridade social, temos como exemplo de
receitas as oriundas de contribuições sociais de empregadores e
empregados, e como despesas, os pagamentos de benefícios
previdenciários e auxílios-doença.

29) ANTT/2008 – NCE/UFRJ

ENUNCIADO

A Lei de Responsabilidade Fiscal estabeleceu, sobre as despesas


públicas, novos procedimentos para a geração da despesa e expansão da
ação governamental, no sentido de impedir que o gestor promova o
desequilíbrio fiscal.
Apresente as principais diretrizes da Lei de Responsabilidade Fiscal,
destacando:
a) o que deve acompanhar a criação, expansão ou aperfeiçoamento
de ação governamental que acarrete aumento da despesa;
b) o que é adequado à lei orçamentária anual;
c) o que é compatível com o Plano Plurianual e com a Lei de Diretrizes
Orçamentárias.

Até 20 linhas.
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Esse modelo é bem próximo da questão a ser enfrentada de 15 a 30


linhas, logo, os atributos da eficácia e da eficiência devem estar juntos.

PROPOSTA DE SOLUÇÃO

Com a edição da Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF –, foram


estabelecidos critérios para a geração de despesas públicas. Um dos
principiais requisitos trazidos pela LRF consiste em demonstrar a efetiva
disponibilidade financeira, evitando-se a realização de gastos que, por falta
de recursos, fiquem sem pagamentos.
De acordo com a LRF, a criação, a expansão, ou aperfeiçoamento da
ação governamental que acarrete aumento de despesas deverão ser
acompanhados de estimativa de impacto orçamentário-financeiro no
exercício em que deva entrar em vigor, e nos dois subsequentes.
Além disso, deverá conter declaração do ordenador de despesas de
que o aumento tem adequação orçamentária e financeira com a lei
orçamentária anual e compatibilidade com o Plano Plurianual – PPA, e,
finalmente, com Lei de Diretrizes Orçamentária – LDO.
Por adequação com a Lei Orçamentária, entende-se aquela despesa
que tenha dotação específica e suficiente ou que esteja abrangida por
crédito genérico, de modo que somadas todas as despesas de mesma
espécie, não ultrapassem os limites fixados para o exercício.
Já a compatibilidade com o PPA e a LDO ocorre quando há
conformidade com os dispositivos definidos nestes instrumentos, ou seja,
no que tange a diretrizes, objetivos, prioridades, e metas.
A não-observância dos preceitos mencionados caracterizará a geração
de despesas como não-autorizadas, irregulares, e lesivas ao patrimônio
público.

VII – COMENTÁRIOS AO EXERCÍCIO 03


Vamos recordar o enunciado:
O enunciado foi:
Discorra sobre a competência do TCU na fiscalização das atividades
finalísticas das agências reguladoras, sua forma de atuar e os limites dessa
atuação. Exemplifique.
Faça-o em no máximo 20 linhas e no tempo de 60 minutos!
Boa sorte!

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O tema diz respeito ao item 15 da disciplina Direito Regulatório:


controle externo de desestatização e de regulação constante do último
edital para AUFC.
Alguns alunos consideraram a questão mais difícil que a das aulas
anteriores, argumentando que o tema é muito amplo para ser abordado em
apenas 20 linhas. De fato! Uma das habilidades exigidas de um AUFC é o
poder de síntese, a capacidade de distinguir o essencial do acessório.
Em nosso caso, temos que iniciar nossa resposta, pensando em
atender à grade de correção do examinador, de forma a atingirmos a
pontuação máxima. Como fazê-lo? Como adivinhar qual será a grade de
correção?
Lembre-se de nosso MANTRA: PENSAR, PLANEJAR, REDIGIR,
REVISAR!
Na etapa de PENSAR, lemos e relemos atentamente o enunciado.
O que o examinador está nos ordenando? Discorra!
Sobre o quê? Quatro itens!
São eles:
1) a competência do TCU na fiscalização das atividades finalísticas das
agências reguladoras;
2) sua forma de atuar;
3) os limites dessa atuação; e
4) exemplos.
Logo, é possível imaginar que a grade de correção conterá subnotas
para cada um desses itens. Isso significa que, em nossa resposta
deveremos abordar todos eles, sob pena de penalização.
Com efeito, segue abaixo a grade de correção que foi utilizada para a
correção dos exercícios, nos mesmos moldes das utilizadas pelo Cespe em
provas discursivas.

ESPELHO DA AVALIAÇÃO DO EXERCÍCIO PARA A PROVA DISCURSIVA


Nome: Inscrição:
Cargo: Auditor Federal de Controle Externo — área: Controle Externo —
especialidade: Controle Externo — orientação: Auditoria

Exercício para a Prova Discursiva – Auditor Federal de Controle Externo — área:


Controle Externo — especialidade: Controle Externo — orientação: Auditoria - Questão
ASPECTOS MACROESTRUTURAIS
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Quesito avaliado Faixa de valor Nota

1 Apresentação e estrutura textual (legibilidade, respeito


0,00 a 1,00 1,00
às margens, paragrafação)

2 Desenvolvimento do tema

2.1 Competências do TCU na fiscalização das agências


0,00 a 3,00
reguladoras

2.2 Formas de atuar 0,00 a 2,00

2.3 Limites de atuação 0,00 a 2,00

2.4 Exemplo
0,00 a 2,00

ASPECTOS MICROESTRUTURAIS
Tipo de 00000000011111111112222222222333333333344444444445
linha -->
erro 12345678901234567890123456789012345678901234567890

Grafia/Acentuação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Morfossintaxe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Propriedade
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
vocabular

RESULTADO
Nota no conteúdo (NC = soma das notas obtidas em cada item) x
Número total de linhas efetivamente escritas (TL) X
Número de erros (NE) X
Nota no exercício para a Prova Discursiva - Auditor Federal de Controle
Externo — área: Controle Externo — especialidade: Controle Externo — orientação: xx
Auditoria - Questão

Observem que nesta grade cada item representa uma subnota:


Competências do TCU na fiscalização das agências reguladoras:
Máximo – 3,0 pontos.
Formas de atuar: Máximo – 2,0 pontos.
Limites de atuação: Máximo – 2,0 pontos.
Exemplos: Máximo – 2,0 pontos.

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Sabendo o que o examinador quer, fazemos o nosso brainstorm sobre


o tema. Um exemplo poderia ser:
Agências Reguladoras: Autarquias especiais federais, pertencem à
administração indireta, jurisdicionadas ao TCU
TCU realiza auditorias e julga as contas das agências, examina
contratos de concessão, da licitação à execução, inclusive reajustes
tarifários. Competências derivam do art. 71 da CF.
TCU não pode entrar no mérito de atos discricionários (limite). O
TCU não pode substituir as agências no seu papel específico.
Em relação às concessionárias, o TCU exerce controle de segunda
ordem; o primeiro controle é feito pelas próprias agências
Exemplos de atuação do TCU: determinações à ANTT para corrigir
índices de reajustes de pedágios calculados em excesso;
determinações à ANEEL para rever programas de redução tarifária
com base no baixo consumo mensal
A partir de tais elementos, passamos à segunda etapa: PLANEJAR!
Nossa primeira frase deverá, necessariamente, mencionar a
competência do TCU na fiscalização das agências regulatórias. Expomos o
tema no parágrafo introdutório da resposta
A seguir, cuidamos das formas pelas quais o TCU exerce esse
controle.
No terceiro parágrafo, mencionamos os limites da atuação do TCU
Tendo delineado a estrutura de nossa resposta, é hora de REDIGIR!
Vejam a seguinte PROPOSTA DE SOLUÇÃO:

O Tribunal de Contas da União – TCU possui competência para fiscalizar as atividades


finalísticas das agências reguladoras. Tal competência deriva do art.71 da Constituição
Federal e da natureza pública das atividades de tais agências.
Referida fiscalização ocorre tanto no julgamento das contas das agências, como na
realização de auditorias operacionais ou na fiscalização de editais de concessão e na
execução contratual de serviços concedidos.
Todavia, não cabe ao TCU substituir o órgão regulador, sendo seu controle
caracterizado como de segunda ordem, tendo como objeto a atuação das agências
reguladoras como agentes estabilizadores e mediadores do jogo regulatório, e não o jogo
regulatório em si mesmo considerado. Assim, cabe ao TCU verificar a compatibilidade das
ações adotadas pelas agências com as políticas definidas para o setor regulado, pois um
controle externo eficaz é poderoso instrumento para evitar o fenômeno de captura dessas
entidades.
Com respeito aos atos vinculados praticados por agência reguladora, tem o TCU
competência para determinar a correção de irregularidades detectadas. No entanto, com
respeito a atos discricionários deve o TCU apenas recomendar a adoção de providências
que considere mais adequadas.
Desse controle, são exemplos determinações para corrigir índices de reajustes de
pedágios calculados em excesso (ANTT) ou recomendações para a realização de leilões de
óleo e gás por blocos de exploração (ANP).
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Êpa! Devo confessar que o texto acima não é totalmente original. Ao


contrário, ele é totalmente baseado em trechos do livro O Controle Externo
das Concessões de Serviços Públicos e das Parcerias Público-Privadas, de
autoria do Ministro Benjamin Zymler, ex-Presidente do TCU, em parceria
com o colega AUFC Guilherme Henrique de La Rocque Almeida (Editora
Forum, 2005).
Finalmente, uma etapa que é indispensável: REVISAR!
Vamos reler o texto acima.
Ele está totalmente correto, do ponto de vista do conteúdo e da forma?
Ele atende a todos os tópicos requeridos no enunciado e constantes de
nosso planejamento?
Há alguma oportunidade de melhoria, mediante alteração que dê ao
texto maior clareza, precisão, concisão etc.?
Sim, sim, sim.
Observe abaixo como os trechos alterados aprimoram a redação do
último parágrafo.
São exemplos desse controle, as determinações à ANTT para corrigir índices de
reajustes de pedágios calculados em excesso ou as recomendações à ANP no que concerne
à realização de leilões de blocos de exploração de óleo e gás.

Mais uma vez, relembro a vocês a importância capital de, antes de


entregar a folha de respostas ao examinador, fazer uma “última leitura” de
sua prova discursiva. Talvez, você, mesmo nos minutinhos finais antes de
tocar a sirene que assinala o término do horário da prova, encontre um
errinho de ortografia ou de pontuação, cujas correções são rápidas e fáceis
e que irão te salvar, preciosos décimos ou centésimos de pontos na
pontuação final.
É tempo de passar aos COMENTÁRIOS sobre as respostas enviadas
pelos alunos. Infelizmente, nessa turma, nem todos os alunos enviaram
seus exercícios. Como das outras vezes, foram selecionados alguns
exemplos positivos e negativos, que podem ser úteis a todos.
Um exemplo de Introdução bem feita:
O Tribunal de Contas da União (TCU), em sua competência de prestar auxílio ao
Congresso Nacional na atividade de controle externo financeiro da Administração Pública,
fiscaliza os atos das Agências Reguladoras – em regra, Autarquias Especiais-, tanto nos
aspectos de conformidade quanto nos operacionais.

Uma introdução equivocada, pois não aborda o tema central no início e


desperdiça linhas que faltaram depois para que todos os subitens fossem
abordados:
As agências reguladoras são entidades de direito público (geralmente autarquias em
regime especial) que possui a função de regular as atividades sujeitas à área de sua
atuação. Estas exercem função eminentemente estatal, destinando-se à regulação de
serviços públicos e atividades econômicas de interesse coletivo.

Uma introdução em que o texto está mal construído:

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A fiscalização das agências reguladoras, de fato, está entre o rol de competências do


Tribunal de Contas da União (TCU).

O “de fato” está mal colocado, pois sugere a continuidade de um


argumento, o que não é o caso, pois trata-se do primeiro período da
resposta. Vejam como uma revisão poderia ajudar:
A fiscalização das agências reguladoras insere-se dentre as competências do Tribunal
de Contas da União (TCU).

Bom exemplo de Desenvolvimento:


Nesse contexto, compete ao TCU fiscalizar se as ações das agências estão dentro dos
limites fixados pela lei para sua atuação, e se suas decisões estão condizentes com suas
finalidades. Imperioso ainda destacar que esse controle também visa a identificar falhas e
oportunidades de melhorias nos procedimentos.

No entanto, o texto ficaria mais correto ajustando as vírgulas assim:


Nesse contexto, compete ao TCU fiscalizar se as ações das agências estão dentro dos
limites fixados pela lei para a sua atuação e se suas decisões estão condizentes com suas
finalidades. Imperioso, ainda, destacar que esse controle também visa a identificar falhas e
oportunidades de melhorias nos procedimentos.

Um exemplo de análise correta:


A atuação do TCU é realizada no sentido de identificar falhas e oportunidades de
melhorias nos procedimentos dessas entidades. Esse controle exercido dá-se basicamente
em dois momentos: nos atos de delegação ao ente privado da prestação do serviço
público; e na execução dos contratos decorrentes dessas delegações.

Outra boa análise:


Conforme entendimento do TCU, o controle externo das agências é um controle de
segunda ordem. Isso significa que a competência do Tribunal restringe – se ao exame da
atuação dessas autarquias em face de suas respectivas atribuições.

Outra abordagem:
Nesse sentido, ratifica-se que a fiscalização da Corte de Contas é de segunda ordem.
O Tribunal fiscaliza a atuação das agências reguladoras de acordo com as leis e
regulamentos, ou seja, o TCU exerce o controle pleno sobre os atos vinculados, exarando
determinações. Já, sobre os atos discricionários, o TCU pode fazer recomendações.

Trecho adequado em relação aos limites:


A autonomia conferida por lei às Agências Reguladoras impõe limites à atuação do
TCU na fiscalização das atividades finalísticas dessas entidades. O TCU não deve substituir-
se às Agências Reguladoras, nem estabelecer os conteúdos do ato de competências dessas
entidades.

Trecho com erro de concordância e “gerundismo”:


Exemplos de atuação do TCU nas atividades finalísticas das agências seria na análise
de contratos destas com empresas privadas, onde se constatando irregularidades tomaria
as medidas cabíveis estabelecidas em lei.

Melhor:
Um exemplo de atuação do TCU no controle das atividades finalísticas é a análise de
seus contratos com empresas privadas. Caso constatadas irregularidades, cabe a adoção
das medidas legais.

Uma resposta que mencionou um exemplo:


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Como exemplo, tem-se o controle feito pelo Tribunal nas concessões rodoviárias.
Compete à Agência Nacional de Transportes Terrestres a realização dessas concessões,
sendo, portanto, ela a responsável por enviar ao TCU os documentos necessários à
aprovação de cada estágio.

Outra resposta nesse tópico:


Como exemplo, podemos citar a atuação do TCU nos processos de revisão tarifária
periódica dos contratos de concessões de energia elétrica e a fiscalização e avaliação dos
processos da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

E ainda uma:
Exemplificando, não cabe à Corte de Contas sugerir tarifa para um serviço, mas sim
analisar os fundamentos que motivaram a aplicação de determinado preço e, se for o caso,
recomendar modificações.

Esse trecho ficaria melhor assim:


Exemplificando: não cabe à Corte de Contas sugerir qual o valor da tarifa para um
certo serviço, mas sim analisar os fundamentos que motivaram a aplicação de determinado
preço e, se for o caso, recomendar correções.

Agora, um exemplo de conclusão:


Dessa forma, o TCU comprova se as agências reguladoras cumprem a missão
institucional que receberam por delegação do poder concedente.

Muito bem! Estamos chegando ao final do curso. Tivemos a


oportunidade de apresentar e analisar dezenas de questões discursivas dos
concursos para o TCU dos últimos quinze anos! Ademais, estudamos
também questões discursivas dos concursos para o TCE-AC, TCE-AL, TCE-
AM, TCE-RJ e TCE-MT; TCM-RJ; AFRFB; Gestor do MPOG; OAB; Técnico
Superior do MMA; Delegado-DF: Delegado-RJ; Procurador-PB; Procurador
Federal; Juiz Federal; Juiz do Trabalho; Defensor Público; BNDES;
Petrobras, entre outras.
É nossa expectativa que as informações de técnicas de
redação, os exemplos de soluções para temas de diversas
disciplinas e os exercícios simulados tenham sido úteis para a sua
preparação. Boa sorte e boa prova a todos!
A seguir, mais algumas dicas e nossa mensagem final.

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VIII – DICAS
1) DICAS PARA A RETA FINAL
Caminhem ao ar livre ao menos 30 minutos por dia respirando
profundamente!
Controlem a ansiedade: esse não é o último bom concurso da história!
Façam a leitura detida dos tópicos, prefiram a generalidade à
especificidade.

2) DICAS PARA O DIA DA PROVA


Descansar e relaxar na véspera (cinema, pipoca, guaraná e uma boa
comédia não fazem mal a ninguém).
Dormir bem, mas não perder a hora!
Alimentação leve antes da prova! Nada de acarajé e pato-no-tucupi!
Usar roupas confortáveis.
Levar água e biscoito.
Ler os enunciados com calma.
Planejar o uso do tempo.
Não assinar a prova!
Observar o limite de linhas na prova discursiva!

3) DICAS PARA DEPOIS DA PROVA


Procure aprender com os erros.
Se a sua prova discursiva for corrigida, RECORRA SEMPRE!

4) DICAS PARA O PROGRAMA DE FORMAÇÃO


No primeiro dia, terno e gravata para meninos e equivalente para
meninas!
Não é colônia de férias, é segunda etapa do concurso!
Aproveitem para conhecer bem a estrutura do TCU em Brasília.

5) ÚLTIMAS DICAS
Novamente, se as suas provas discursivas forem corrigidas,
RECORRAM!
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O pedido de vistas da correção da prova discursiva é fundamental


para identificarmos onde erramos e quais foram os critérios adotados pela
banca. Frequentemente, será possível conquistar mais alguns preciosos
pontos ou, pelo menos, décimos de pontos, que vão influenciar
decisivamente a nossa classificação final.

COMO ELABORAR UM RECURSO


O recurso deve ser objetivo, respeitoso e elaborado em linguagem
impecável, preferentemente citando a doutrina e a jurisprudência em apoio
a nossos argumentos. Objetivo significa apontar com precisão o trecho da
resposta merecedor de uma pontuação superior à atribuída pela banca. O
recurso pode versar tanto sobre o conteúdo da matéria como em relação a
questões gramaticais. Em ambos os casos, recomenda-se citar doutrina de
autores consagrados e jurisprudência, se houver. E mais:
Nunca diga no recurso que a banca errou.
Nunca implore a elevação de “um pontinho”.
Não apresente desculpas esfarrapadas.
Fundamente seus recursos nos livros dos autores acadêmicos
clássicos.
Solicite, respeitosamente, a elevação da pontuação atribuída ao quesito
tal, tendo em vista a argumentação apresentada.
Concentre seus recursos nas questões suscetíveis de serem acolhidas,
ou seja, não tente o impossível.
Não se identifique no recurso.
Admita seus erros. Seja humilde.

Segue agora um trecho de um artigo do Luciano Oliveira, publicado


no site do Ponto dos Concursos, com dicas para recursos de discursivas:

(...)
Bem, muitos me perguntam se é possível o recurso abaixar a nota. Bem,
em tese, sim, a Lei 9.784/1999 permite isso, mas desde que seja
oferecido o contraditório e a ampla defesa ao candidato (art. 64,
par. único). Ora, convenhamos, a Esaf não vai gastar tempo e
instalações para oferecer esse direito aos eventuais prejudicados. É
muito mais fácil ela simplesmente manter a nota da redação. Eu, pelo
menos, nunca vi nota de discursiva de candidato abaixar depois do
recurso. Quem conhecer algum exemplo, favor me avisar.

Por isso, eu aconselho: não deixe de recorrer. Sempre falo em minhas


aulas que, para o verdadeiro concurseiro, o recurso é parte inerente da
prova do concurso.

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Nesse sentido, o pedido de vista da correção da prova discursiva é


fundamental para identificar os erros de sua redação e os critérios
adotados pela Esaf. Tire cópia de sua prova e, se não puder ir
pessoalmente, constitua um procurador, que lhe enviará o texto por fax
o mais rápido possível, para que você possa elaborar o seu recurso.

Lembre-se: cada ponto (ou mesmo décimos de ponto) conta!

Para elaborar um bom recurso, alguns passos devem ser seguidos:

1) Entenda a cabeça do examinador.

Analise a prova com cuidado e entenda porque ele lhe tirou pontos. O
perfeito entendimento da forma de pensar do Cespe e o significado de
cada item da grade de correção (inclusive os itens ocultos, que não
estavam no edital, mas que você, agora, terá acesso, na vista de prova)
é fundamental para poder atacar a correção da prova. Quem fez o nosso
curso “on line” de discursivas aqui no Ponto viram quais são esses
critérios, bem como o porquê dos descontos efetuados.

2) Busque fundamentos para o recurso.

Cada erro atribuído deve ter uma contra-argumentação devidamente


fundamentada. Os fundamentos podem ser encontrados na doutrina, na
jurisprudência e na legislação. Cuidado: embora os livros de concurso
sejam os melhores para a preparação para a prova, você deve empregar
os autores acadêmicos clássicos para embasar seu recurso, pois muitos
examinadores ainda não consideram os livros de concursos uma
argumentação sólida.

3) Redija seu recurso adequadamente.

Utilize termos formais e respeitosos (sem bajulação!), com linguagem


objetiva e concisa (valem aqui todas as dicas de nossas aulas de
redação). Ataque pontualmente cada item que você deseja que o
examinador verifique. Não adianta ficar pedindo “revisão geral” da prova,
sem apontar os erros que você acha que merecem uma nova análise.
Imagine que você é o examinador e pense como você gostaria que o
aluno elaborasse sua argumentação. Facilite o trabalho de quem vai
responder ao seu pleito ou a pessoa simplesmente o indeferirá.

Lembre-se de que você pode recorrer quanto ao conteúdo e quanto ao


uso do idioma. Separe bem essas duas classes de pedido no seu recurso.
Ex.: a) quanto à capacidade de desenvolvimento (conteúdo); b) quanto
ao uso do idioma.
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Fique atento: nunca diga que a banca errou, que a correção foi absurda,
que o examinador se enganou etc. Isso só gera má vontade de quem
examina o pedido. Também não adianta implorar, dizer que você está a
um ponto da classificação, que tem família para sustentar etc. O recurso
deve ser técnico, com argumentos sólidos, pois o examinador é treinado
para não se emocionar com esse tipo de coisa, além de não ser
autorizado a conceder pontuação com base em critérios pessoais.

Ao final, não se esqueça de efetuar o pedido. Em Direito falamos que


“quem pede mal, recebe mal” (ou não recebe nada). Portanto, faça o
pedido de elevação da nota, em função de cada ponto apresentado em
sua argumentação (evite pedir uma quantidade específica de pontos,
pois o examinador pode achar que você quer corrigir a prova por ele).

Importante: concentre seus recursos nas questões suscetíveis de serem


acolhidas, ou seja, não tente o impossível. Senão o recurso fica prolixo e
o examinador perde a paciência, deixando de acolher pontos que, de
outro modo, seriam considerados. Ponha-se no lugar do examinador: um
ser humano que terá que analisar milhares de recursos de candidatos,
muitas vezes mal redigidos e com pedidos absurdos. Outra coisa: admita
seus erros. Seja humilde. Não adianta ficar chorando pelo leite
derramado. Se você realmente errou e não há como mudar isso, encare
a situação e aprenda com seus erros.

4) Comprove seus argumentos.

Em Direito também dizemos que “alegar sem provar é o mesmo que não
alegar”. Em outras palavras: não adianta dizer que a correção está
errada, se você não mostrar que o que escreveu está certo, nos termos
da lei, da jurisprudência ou da doutrina majoritária. A propósito, não
adianta usar doutrina isolada de fulano ou beltrano, que defende uma
tese totalmente contrária ao que entendem os autores consagrados. O
examinador simplesmente indeferirá seu recurso. O mesmo vale para a
jurisprudência: verifique se você está pegando os entendimentos
majoritários e – importante – mais recentes.
(...)

E, como começamos com uma música de Djavan, permita-nos


concluir com outra de um genial artista brasileiro: Raul Seixas!

Veja!
Não diga que a canção está perdida.
Tenha fé em Deus, tenha fé na vida!
Tente outra vez.

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Beba!
Pois a água viva ainda tá na fonte.
Você tem dois pés para cruzar a ponte.
Nada acabou...
Não, não, não!

Tente!
Levante sua mão sedenta e recomece a andar.
Não pense que a cabeça aguenta se você parar.
Não, não, não, não, não!
Há uma voz que canta,
Há uma voz que dança,
Há uma voz que gira,
Bailando no ar...

Queira!
Basta ser sincero e desejar profundo.
Você será capaz de sacudir o mundo!
Vai!
Tente outra vez!

Tente!
E não diga que a vitória está perdida,
Se é de batalhas que se vive a vida.
Tente outra vez!

IX – NOSSA MENSAGEM FINAL


Nas horas serenas, agradecer a Deus.
Nos momentos de crise, confiar em Deus.
Nos instantes de indecisão, esperar por Deus.
Nos problemas da vida, soluções em Deus.
Ante injúrias e golpes, silêncio e fé em Deus.
Nos erros e nas falhas, recomeçar com Deus.
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Texto extraído do livro “Deus Sempre”, do espírito Emmanuel, psicografado


por Francisco Cândido Xavier.

Um grande abraço a todos e muito sucesso no Tribunal de Contas


da União!

Luiz Henrique Lima


Luciano Oliveira

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