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Ariane Inácio Cordeiro – Tutoria 3º Período – Módulo 2 – Problema 4

Envelhecimento Pulmonar: qualidade de vida. É um fator de risco que predispõe a


infecções bacterianas e virais e é a causa mais
frequente de admissão de pacientes idosos em
unidades de cuidados intensivos.
Bronquite crônica é definida pela presença de tosse
produtiva na maioria dos dias, por no mínimo, 3
meses e 2 anos consecutivos, sendo afastadas outras
causas pulmonares ou cardíacas que possam produzir
esses mesmos sintomas.
Enfisema é um diagnóstico anatomopatológico e
caracterizado pela destruição das paredes dos
alvéolos, levando ao aumento anormal dos espaços
aéreos e à perda da elasticidade pulmonar, com
consequente obstrução das vias respiratórias
periféricas.
A Asma difere da DPOC, pois apresenta uma
reversibilidade maior tanto espontaneamente quanto
após o tratamento com broncodiladores ou
corticosteroides. Caracteristicamente, os pacientes
apresentam tosse crônica, chiado episódico e
hipersecreção brônquica. Alguns pacientes com asma
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica apresentam obstrução ao fluxo aéreo progressiva e
irreversível e têm, portanto, uma forma de DPOC.
A DPOC é definida fisiologicamente, como obstrução
Alguns pacientes podem apresentar coexistência de
crônica ao fluxo aéreo devido a associação de
asma e DPOC.
enfisema e obstrução das vias respiratórias periféricas
na bronquite crônica.
Mudanças na função pulmonar
Habitualmente, já existe uma lesão pulmonar extensa
quando o paciente começa a sentir dispneia ao relacionadas com a idade
esforço. Esse fato ocorre devido à progressão lenta da A maioria das pessoas atinge o pico de função
doença e à adaptação do paciente à sua capacidade pulmonar aproximadamente aos 20 anos de idade, daí
física diminuída. em diante em diante as limitações ao fluxo de ar
A DPOC é um espectro de doenças que inclui aumentam com a idade, principalmente devido a
bronquite crônica, enfisema e asma. mudanças fisiológicas na retração elástica pulmonar,
Existem danos nas vias respiratórias e nos alvéolos, endurecimento da parede torácica e na força da
principalmente em tabagistas, que resultam em musculatura respiratória.
processos inflamatórios no trato respiratório e são O colágeno e a elastina influenciam na retração
mediados por oxidantes, proteases e citoquinas elástica pulmonar.
inflamatórias. O conteúdo de colágeno no pulmão tende a não
Segundo GOLD, a DPOC é uma enfermidade previnível alterar com a idade, mas aumenta o número de
e tratável, com efeitos extrapulmonares significativos, ligações cruzadas, e a elastina tende a degenerar,
que podem contribuir para a gravidade individual de resultando em uma perda da retração elástica com a
cada paciente. idade.
O componente pulmonar é caracterizado pela O tamanho da passagem de ar no bronquíolo tende a
limitação ao fluxo de ar, que não é totalmente diminuir após os 40 anos, independente de existir
reversível. A limitação ao fluxo de ar é em geral enfermidade pulmonar.
progressiva e associada a uma resposta inflamatória Com o avançar da idade ocorre o aumento do
pulmonar anormal a partículas nocivas ou gases. diâmetro dos ductos alveolares, com diminuição
A DPOC é a quarta causa de morte entre pessoas na associada dos sacos alveolares e aumento da lamina
faixa etária de 70-90 anos e significa causa de basal do alvéolo, originando o que se chama
morbidade, com um decréscimo marcado na “enfisema senil” que pode surgir mesmo em não
fumantes.
Ariane Inácio Cordeiro – Tutoria 3º Período – Módulo 2 – Problema 4

Patogenia:
Epidemiologia A DPOC é o espectro clinico das doenças pulmonares
A DPOC é a 4ª causa de morte nos EUA e a única entre inflamatórias que incluem:
as 10 mais frequentes está aumentando. Bronquite crônica: Caracterizada por tosse crônica de
A DPOC é diagnosticada em aproximadamente 4% dos no mínimo 3 meses aos últimos 2 anos. Ocorrem
homens e 2% das mulheres com mais de 45 anos. hiperplasia das glândulas submucosas e crescimento
Cerca de 6% das mortes em homens e 4% nas do numeronúmero de células caliciformes no epitélio,
mulheres são devidas à DPOC. É uma importante associado ao estreitamento estrutural das pequenas
causa de absenteísmo ao trabalho, responsável por 9% vias respiratórias (bronquíolos) em decorrência de
das causas comprovadas de falta ao trabalho. alterações inflamatórias crônicas. Essas alterações
inflamatórias consistem em linfócitos T ativados. Nas
vias respiratórias de maior calibre, há evidência de
inflamação neutrofílica, a julgar pelo número
aumentado de neutrófilos no escarro.
Enfisema: Caracterizado por progressiva dispneia
causada por perda da retração elástica e destruição
enzimática das paredes alveolares. Podem-se observar
Causas diferentes padrões de enfisema: o enfisema
Cigarro: é a etiologia mais comum em todo mundo. O centroacinar ocorre predominantemente nos
tabagismo ativo causa tanto hipersecreção mucosa bronquíolos terminais, ao passo que o enfisema
quanto obstrução crônica ao fluxo aéreo. A cessação panacinar envolve uma destruição generalizada. A
do tabagismo reduz a hipersecreção mucosa e a taxa perda da retração elástica leva à obstrução das vias
de queda da função pulmonar. O tabagismo passivo respiratórias no enfisema, pois as vias respiratórias
está associado à DPOC, porém, de modo discreto, intrapulmonares fecham-se mais precocemente
basicamente por seu efeito sobre o crescimento durante a expiração.
pulmonar durante o desenvolvimento fetal. Bronquite asmática: Caracterizada por tosse crônica,
Poluição aérea: Poluição aérea, principalmente com episódios de chiado, dificuldade respiratória e
dióxido de enxofre e material particulado (fumaça hipersecreção de muco.
preta), está associada à bronquite simples crônica e Dados da história e exames que favorecem a asma, no
DPOC. diagnóstico diferencial com DPOC:
Exposição ocupacional: Exposição à fumaça e a pós • Início na infância ou adolescência
pode ser um importante fator, podendo interagir com • História familiar
a fumaça do cigarro. A exposição a cádmio está • Não tabagista
associada ao enfisema. • Variação acentuada do grau de sintomas e sinais
Infecção pulmonar: Infecção pulmonar durante o • Reversibilidade completa da limitação do fluxo aéreo
primeiro ano de vida está associada ao • Boa resposta ao corticosteroide inalado.
desenvolvimento de DPOC mais tardiamente. Há
poucas evidências de que infecções pulmonares Tipos especiais de DPOC:
subsequentes sejam importantes para a ocorrência da Em alguns pacientes a relação da DPOC com o cigarro
DPOC. é inexistente ou parcial, havendo uma variedade de
Nutrição precoce: Esse fator pode ser importante, causas:
uma vez que bebês prematuros aumentam o risco de 1. Deficiência de alfa-1-antitripsina: nesse caso, a
desenvolver DPOC mais tardiamente. Dieta com baixa DPOC é devida a uma redução intensa de antiprotease
quantidade de vitaminas antioxidantes (A, C e E) nos pulmões como consequência de um defeito
também pode estar associada a aumento de risco para genético. Isso torna o tecido pulmonar suscetível aos
desenvolvimento de DPOC. efeitos lesivos de várias proteínas endógenas,
Fatores genéticos: Podem ser importantes, pois há resultando em enfisema grave, especialmente em
várias formas de deficiência de antiprotease que fumantes. É uma condição rara, e só ocorre em
predispõem ao desenvolvimento de enfisema. portadores homozigotos do defeito genético. Os
heterozigotos geralmente são saudáveis.
Ariane Inácio Cordeiro – Tutoria 3º Período – Módulo 2 – Problema 4

Indicações para dosagem de alfa-1 antitripsina: A cifose resultante, devido à deformidade torácica,
• Enfisema pulmonar com início em adulto jovem < 45 causa distância dos batimentos cardíacos, perda da
anos movimentação normal das costelas, hiper-
• Enfisema pulmonar sem fator de risco conhecido ressonância e aumento do abaixamento traqueal
• Enfisema predominante em região basal durante a inspiração.
• Doença hepática inexplicada A ausculta pulmonar revela diminuição do murmúrio
• Vasculite com positividade para anticorpo vesicular e tempo expiratório mais prolongado
antineutrófilo citoplasma (C-ANCA) quando é feita uma manobra expiratória forçada.
• História familiar de enfisema, doença hepática, Os músculos respiratórios acessórios do pescoço
paniculite ou bronquiectasia. tornam-se proeminentes. Como está rebaixado, o
diafragma causa retração costal inferior na
2. Discinesia ciliar primária: essa alteração é devida a inspiração. O fígado é palpável, mas não está
um efeito na ultraestrutura dos cílios em todo o corpo, aumentado.
o que geralmente leva a sinusite crônica, otite crônica O estudo do escarro revela níveis altos de
e DPOC. Os homens são estéreis devido à imobilidade neutrófilos, citoquinas inflamatórias e a presença de
dos espermatozoides. Nas formas mais extremas da organismos potencialmente patogênicos, como:
doença, pode haver destrocardia e bronquiectasia (Haemophilus influenzae, Streptococcus
(síndrome de Kartagener), mas a maioria dos pneumoniae, Moraxella catarrhalis e Chlamydia
pacientes apresenta uma forma relativamente leve de pneumoniae, sozinhos ou em combinação.
DPOC.

Sinais e sintomas da DPOC:


A progressão da DPOC é de pelo menos 30 anos
desde o início até desenvolver manifestações clínicas
da doença. Índice de dispneia modificado do
Nos estágios iniciais da DPOC, os pacientes não MRC
apresentam sintomas, ou somente tosse pela manhã, (Medical Research Council- ERS-ATS COPD
atribuída frequentemente ao fato de fumarem Guidelines)
cigarros. Não é comum encontrarmos sinais físicos 0 – Tenho falta de ar ao realizar exercício intenso.
nos estágios leve a moderado da doença. 1 – Tenho falta de ar quando apresso o meu passo ou
Na doença avançada, existe evidência clínica de subo escadas ou ladeiras.
hiperinsuflação, com diafragmas rebaixados, 2 – Preciso parar algumas vezes quando ando no meu
observados por percussão. passo, ou ando mais devagar que outras pessoas de
A maioria dos pacientes com DPOC apresenta-se com minha idade.
dispneia progressiva, tosse com expectoração e, às 3 – Preciso parar muitas vezes devido à falta de ar
vezes, com episódios de sibilância respiratória. quando ando cerca de 100 metros ou poucos minutos
Infecções respiratórias são comuns nos estágios de caminhada
avançados da doença. no plano.
Sintomas como tosse e dificuldade respiratória têm 4 – Sinto tanta falta de ar que não saio de casa, ou
baixa especificidade para doenças pulmonares em preciso de ajuda para me vestir ou tomar banho
pacientes idosos com DPOC; eles apresentam mais sozinho.
mobilidade reduzida e fadiga do que a presença dos
sinais e sintomas clássicos da bronquite crônica que
Características típicas da DPOC:
vemos em fumantes jovens.
o História de intenso tabagismo por muitos
De especial interesse são novos estudos
anos, mais de 20 cigarros/dia durante 25 anos
demonstrando que DPOC, em si, não causa declínio
o Tosse e secreção por muitos anos
cognitivo, entretanto, depressão é comum nesses
o Geralmente, no início, a tosse ocorre só ao
pacientes.
despertar; mais tarde, ela está presente ao
No exame físico, hiperinsuflação é vista
longo do dia
frequentemente, além de mudanças na caixa
torácica, principalmente devido à osteoporose.
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o Secreção geralmente mucoide, não em • Pode ser impossível distinguir uma simples
quantidade excessiva, que se torna purulenta exacerbação infecciosa de DPOC da imagem de um
durante as exacerbações carcinoma nos raios X simples
o A tosse e a secreção geralmente são piores no • A extensão do enfisema é mais bem avaliada com TC
inverno, devido à infecção de alta resolução
o Início insidioso de dispneia ao esforço, com • Complicações pulmonares tais como
sibilo ou sensação de aperto no tórax tromboembolismo e trombose da artéria pulmonar
o Alguns desenvolvem exacerbações graves da podem ser detectadas pela TC com injeção de
doença, que culminam em insuficiência contraste, especialmente pela técnica helicoidal.
respiratória crônica e insuficiência cardíaca – o
tipo (blue bloater (cianótico congesto) da Avaliação da função pulmonar
DPOC A marca da DPOC é a obstrução crônica ao fluxo
o Outros não apresentam secreção, ou somente aéreo, a qual é praticamente irreversível. A obstrução
em pequena quantidade, nem hipoxia em é particularmente marcante nas pequenas vias
repouso, mas a dispneia e os sibilos são respiratórias devido às alterações patológicas da
intensos e o enfisema é pronunciado – o tipo bronquite crônica e à perda do suporte às paredes dos
(pink puffer (soprador róseo) da DPOC. Esses brônquios, resultante do enfisema. Essas pequenas
pacientes geralmente têm baixo peso vias respiratórias fecham-se durante a expiração,
corpóreo aprisionando gás e aumentando o volume pulmonar
o A maioria dos pacientes com DPOC apresenta de repouso (capacidade residual funcional, CRF) e o
um padrão misto, e não os padrões isolados volume residual (VR). O enfisema também pode levar
de (blue bloater ou pink puffer. ao aumento da capacidade pulmonar total (CPT) e à
perda da área de superfície alveolar disponível para
Exames Complementares: troca gasosa.
Raios X de tórax:
Na DPOC leve, as radiografias de tórax podem ser
normais, mas, com a progressão da doença, ocorrem
as seguintes
alterações:
• Grandes volumes pulmonares
• Diafragma rebaixado e achatado
• Área cardíaca pequena
• Aumento do espaço retroesternal
• Quando o enfisema é proeminente, há perda das
imagens dos pequenos vasos e pode haver o
aparecimento de bolhas, especialmente nos ápices
• Quando ocorre o (cor pulmonale, a vasculatura hilar
pode tornar-se proeminente e o coração pode Testes para avaliação da função
aumentar, especialmente na direção anteroposterior pulmonar na DPOC
• Quando ocorrem infecções, pode haver infiltrados Espirometria:
localizados nos pulmões, que devem desaparecer com A medida mais simples e mais útil da obstrução das
o tratamento. vias respiratórias é obtida solicitando-se ao paciente
que realize uma expiração forçada a partir da
Tomografia computadorizada dos pulmões capacidade pulmonar total (CPT) e registrando-se o
As razões para a solicitação de tomografia espirograma em uma curva fluxovolume ou volume-
computadorizada (TC) dos pulmões à medida que a tempo.
DPOC progride são as seguintes: As seguintes alterações são esperadas da DPOC:
• A maioria dos pacientes com DPOC é fumante de • Volume expiratório forçado no 1o segundo (VEF1):
grande número de cigarros, e um carcinoma pequeno sempre diminuído, com taxas de redução
pode ser difícil de diagnosticar em raios X simples do progressivamente maiores à medida que a doença
tórax
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avança. O VEF1 é o teste mais útil para se analisar a também certo grau de insuficiência respiratória, o que
gravidade e a progressão da DPOC leva ao aumento da PaCO2. Em pacientes com DPOC e
insuficiência respiratória crônica, há uma
• Capacidade vital forçada (CVF): a princípio está compensação metabólica, com aumento do excesso
normal, mas diminui à medida que a doença progride de base (ou bicarbonato), e o pH relativamente
• Relação VEF1/CVF: é classicamente utilizada pelos normal. A
especialistas em doenças respiratórias para avaliar a oximetria de pulso mede a saturação de oxigênio
DPOC. O seu valor é sempre menor que o valor (SaO2), mas não é um bom guia para fins diagnósticos,
normal para o adulto, que é de 80%, e torna-se pior à uma vez que ela só indica a oxigenação, mas não as
medida que a doença progride. Essa relação pode não alterações da PaCO2; ela pode ser útil para o
refletir com exatidão a DPOC muito grave, uma vez seguimento do desenvolvimento da hipóxia à medida
que, nesse caso, a CVF também está diminuída que a doença progride. Se a SaO2 for menor que 92%,
• Pico de fluxo expiratório (PFE) é uma estimativa os gases arteriais devem ser medidos.
grosseira da função pulmonar, refletindo a função das
vias respiratórias centrais e dependentes do esforço. A
diminuição guarda uma certa relação com a gravidade
da doença.
Não é tão útil na DPOC quanto na asma, já que pode
estar relativamente preservado no enfisema
• Fluxo expiratório forçado 25 a 75% (FEF25-75%)
reflete basicamente a função das pequenas vias *Estágio 1 – Doença leve – pacientes com VEF1 pós-
respiratórias e está intensamente diminuído em BD 80% do previsto com relação VEF1/CVF inferior a
pacientes com DPOC. 0,70 pós-BD. Compreende a grande maioria dos
Geralmente, o efeito da inalação de broncodilatador pacientes com DPOC. O clínico geral pode
sobre a espirometria é mínimo, com aumento menor acompanhar esse paciente, não havendo
de 20% no VEF1, mas alguns pacientes podem obrigatoriamente necessidade de encaminhamento ao
apresentar uma resposta melhor, apesar de nunca especialista.
alcançarem valores normais. *Estágio 2 - Doença moderada – Paciente com VEF1
pós-BD < 80% e > 50% do previsto, com relação
Exames específicos VEF1/CVF inferior a 0,70 pós-BD. A redução da
A espirometria isolada costuma ser adequada para capacidade física e a dispneia passam a ser percebidas
avaliar as alterações da mecânica pulmonar na DPOC. e são atribuidas ao envelhecimento ou hábito
Contudo, quando a doença é grave e há dúvida sobre sedentário.
a extensão do enfisema (p. ex., quando se considera a *Estágio 3 – Doença grave – VEF1/CVF < 0,70 pós-BD e
possibilidade da realização de cirurgia redutora de VEF1 < 50% e > 30% do previsto ou pacientes com
volume ou de transplante pulmonar), são necessárias hipoxemia intensa, mas não hipercapnia,
de investigações complementares, como: independentemente do valor de VEF1 ou pacientes
• Plesmografia de corpo inteiro em fase estável com dispneia grau 2 ou 3.
• Transferência de gás (capacidade de difusão) Compreende um grupo de pacientes com sintomas
• Teste de exercício: teste da caminhada de 6 minutos respiratórios frequentes e repercussões sistêmicas da
ou teste ergométrico progressivo DPOC.
• Gases sanguíneos arteriais. Estágio 4 – Doença muito grave – VEF1/CVF < 0,70
A DPOC é invariavelmente acompanhada por algum pós-BD e VEF1< 30% do previsto, ou pacientes com
grau de desequilíbrio da relação ventilação/perfusão hipercapnia ou sinais clínicos de insuficiência cardíaca
(V/Q), o qual resulta em hipoxia arterial durante a direita, ou pacientes com dispneia que os incapacite a
respiração em ar ambiente. Em alguns pacientes, há realizar as atividades diárias necessárias à sustentação
e à higiene pessoais, dispneia grau 4>.
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doença pulmonar grave, apresentando limitações


devido à dispneia, podem frequentemente ser
treinados a vencerem exercícios gradativos.
O treinamento respiratório é focado na expiração, com
o paciente enrugando os lábios e respirando lenta e
profundamente.

Parando de fumar: Parar de fumar é essencial para


reduzir a taxa de declínio da função pulmonar em
pacientes em todos os estágios da DPOC. Mesmo
pacientes que param de fumar após os 65 anos de
idade, experimentam um benefício de sobrevida. Os
estudos indicam que parar de fumar, em qualquer
época da vida, tem maior benefício em estágios
iniciais da doença pulmonar.

Reposição da nicotina: Reposição de nicotina


Deve ser iniciada no dia da interrupção do
tabagismo. A nicotina transdérmica é mais
conveniente do que a goma de mascar porque não
Manejo do paciente com DPOC requer reposição ativa por parte do paciente durante
O manejo dos cuidados primários da DPOC requer o dia, mantendo os níveis de nicotina. Nicotina em
uma ação de condutas integradas ao paciente. (spray e inalantes de nicotina são usados para
Cessação do tabagismo, uso de agentes abortar ataques de abstinência da nicotina.
broncodilatadores, reabilitação pulmonar (p. ex.,
treinamento respiratório, recondicionamento físico), Fármacos:
terapia com oxigênio em pacientes selecionados e Bupropiona + associação de reposição de nicotina.
grupos de suporte ao paciente são úteis no manejo Buspirona (ansiolítico não benzodiazepinico): reduz os
dos sintomas e auxiliam o paciente no impacto sintomas de abstinência do tabagismo.
psicossocial da DPOC. Orientações terapêuticas de acordo com os estágios
Material educativo deve ser oferecido ao paciente da DPOC
com diagnóstico recente de DPOC, devendo conter Estágios Fármacos
informações sobre função pulmonar, natureza da I Beta-2 agonista de curta duração e/ou ipratrópio,
DPOC, manejo medicamentoso, oxigenoterapia, quando necessário.
reabilitação pulmonar e transplante pulmonar. II Reabilitação pulmonar.
O entendimento da DPOC ajuda o paciente a *Sintomas eventuais: Beta-2 agonista de curta
trabalhar, a divertir-se, a viajar, a manter atividade duração e/ou ipratrópio, quando necessário.
sexual e a enfrentar as limitações físicas da doença. *Sintomas persistentes: Beta-2 agonista de longa
As funções do paciente com DPOC estão afetadas por duração e/ou tiotrópio.
limitações cardiocirculatórias, assim como pela III Reabilitação pulmonar.
dispneia de esforço. Mesmo em estágios iniciais da Beta-2 agonista de longa duração e tiotrópio
doença, os pacientes podem estar limitados por um Acrescentar xantina de longa duração se persistirem
estado de mau condicionamento físico. Caminhar 20 os sintomas.
min 2 a 3 vezes/dia ou 30 min ou mais 1 vez/dia Corticosteroide inalatório se exacerbações frequentes
aumenta a tolerância aos exercícios, reduz a dispneia, (> 2 exacerbações ao ano).
estimula o apetite e o sono e melhora a qualidade de IV Reabilitação pulmonar.
vida. Os pacientes devem ser encorajados a caminhar Beta-2 agonista de longa duração e tiotrópio.
em casa, na rua ou em shopping durante dias de mau Acrescentar xantina de longa duração, se persistirem
tempo. os sintomas.
A limitação ventilatória é mais comum em estágios Corticoide inalatório se exacerbações frequentes (> 2
avançados da doença. Mesmo os pacientes com exacerbações ao ano).
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Oxigenoterapia. • oxigênio portátil para hipoxia e dispneia


Estudar indicações cirúrgicas para o tratamento do relacionadas com o esforço, facilitando a locomoção
enfisema (cirurgia redutora de volume pulmonar, do paciente
bulectomia ou transplante pulmonar). • oxigênio por curtos períodos de tempo para alívio
temporário de sintomas.
Substâncias broncoativas:
A DPOC não é completamente reversível, mas muitos Quem deve receber oxigênio?
pacientes experimentam alguma melhora na dispneia O oxigênio é prescrito com base nas medidas
com a inalação de broncodiladores e fármacos anti- gasométricas do sangue e critérios auxiliares.
inflamatórios. A função da terapia com Critérios básicos são hipoxemia crônica estabelecida
broncodilatadores é melhorar a respiração e, assim, com Po2 de 55 mmHg ou saturação de oxigênio 88%.
aumentar as funções do paciente e a qualidade de Critérios auxiliares incluem evidências de hipertrofia
vida. Fármacos broncodilatadores podem ser usados do ventrículo direito por eletrocardiograma ou
com regularidade, mas eles também podem ser critério de (cor pulmonale por raios X de tórax e
usados durante ataques de dispneia e para melhorar a hematócrito 55%. Quando esses critérios auxiliares
respiração durante alguma atividade física. estão presentes, Po2 de 55 a 59 mmHg também
qualifica para suplementação com oxigênio.
Beta-agonistas – Inalantes seletivos beta 2-agonistas
são a primeira escolha de terapia para manejo da
DPOC.
Anticolinérgicos – Segunda escolha em terapia para o
paciente cujo o fluxo de ar melhora após a inalação
com broncodilatadores.

Corticosteroides
N-acetilcisteína
Antibióticos
Agentes reguladores do muco
Oxigenoterapia
Administração suplementar de oxigênio é a única
terapia comprovada que pode alterar o curso dos
estágios avançados da DPOC, como o uso de
ventilação mecânica para insuficiência respiratória
aguda. Oxigênio ambulatorial é preferido, em vez de Terapias combinadas:
oxigênio de fontes estacionárias, porque ele permite Xantinas: Aumentam a força da musculatura
ao paciente exercitar-se com consequente melhora respiratória e previnem a fadiga muscular respiratória.
do débito cardíaco, por meio do oxigênio N-Acetilcisteina
transportável. Antibioticos: Pacientes com exacerbação aguda de
Efeito do oxigênio suplementar: bronquite crônica, febre, leucocitose e catarro
• melhora a capacidade de exercício purulento têm mostrado melhora quando iniciam
• reduz a dispneia antibioticoterapia. Os organismos colonizadores mais
• reduz a hipertensão pulmonar, pela redução da comuns das vias respiratórias na DPOC –
vasoconstrição pulmonar hipóxica (Haemophilus influenzae, (Streptococcus
• reduz o hematócrito, pela redução dos níveis de pneumoniae, (Moraxella catarrhalis e (Chlamydia
eritropoese (pneumoniae – são geralmente sensíveis a
• melhora a qualidade de vida e a função cefalosporinas (cefuroxime, cefepime),
neuropsiquiátrica. fluoroquinolona (ciprofloxacino, levofloxacino),
Métodos de fornecer oxigenoterapia domiciliar: macrolídeos (eritromicina, azitromicina,
• oxigênio em baixas doses, contínuo, para pacientes claritromicina), penicilina (amoxacilina/clavulanato),
com insuficiência respiratória crônica tetraciclina (doxaciclina) e
trimetoprima/sulfametoxazol.
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Tratamento de 5 a 7 dias é indicado na ausência de função pulmonar. Sabendo-se dos problemas


cultura do escarro para pacientes ambulatoriais ou associados ao transplante pulmonar, esse
institucionalizados com DPOC. procedimento paliativo permite uma alternativa
realista para muitos pacientes. A seleção cuidadosa do
Exacerbação: paciente é crítica.
Objetivos no tratamento da exacerbação da DPOC: Comorbidades: DPOC está frequentemente associada
1. Tratar: infecção, TEP, pneumotórax, isquemia a várias manifestações sistêmicas, que podem
cardíaca, arritmia e ICC. influenciar significativamente na qualidade de vida
2. Melhorar a oxigenação do paciente: manter Spo2 do paciente e no cuidado. Exemplo disso são
entre 90 e 92%. osteoporose, enfermidades mentais, risco de doença
3. Diminuir a resistência das vias respiratórias: cardiovascular, disfunções musculoesqueléticas e
broncodilatadores corticosteroides e fisioterapia perda de peso. Existe relatado um importante
respiratória. mecanismo nestes achados, de um baixo grau de
4. Melhorar a função da musculatura respiratória: inflamação crônica sistêmica. Doença cardiovascular
suporte ventilatório não invasivo, nutrição adequada, é comum em pacientes com DPOC, com taxas de 2 a
ventilação mecânica. 3 vezes mais do que no não portador de DPOC. A
história frequente de tabagismo e fatores
Reabilitação Pulmonar: inflamatórios existentes contribuem para o risco
Diversas abordagens não farmacológicas também têm aumentado. O tratamento das doenças
sido usadas no tratamento da DPOC como parte de cardiovasculares em pacientes com DPOC pode ser
um programa integral de reabilitação: um desafio, pois o uso de betabloqueadores pode
• Treinamento físico com a finalidade de melhorar a induzir a broncoconstrição. Depressão é uma
função cardiorrespiratória pode ser útil; o tipo do comorbidade frequente em pacientes com DPOC.
exercício não parece ser tão importante, sendo Aproximadamente 42 a 46% de pacientes idosos com
igualmente eficazes os exercícios aeróbicos ou para os DPOC apresentam critérios para depressão, e a
membros superiores e a cintura escapular debilidade física é o maior preditor para depressão.
• Técnicas de controle da respiração, tais como O risco de osteoporose é maior em idosos com DPOC,
respiração diafragmática e com lábios semicerrados, de moderado a grave, chegando, em mulheres, a 76%
reduzem a dispneia, particularmente em pacientes de prevalência para osteopenia e 33% para
com hiperventilação osteporose.
• Treinamento dos músculos respiratórios, usando
equipamentos do tipo resistivo, tem mostrado poder
Cuidados no final da vida
diminuir a dispneia
Assim como em todos os pacientes que sofrem de
• Fisioterapia: tosse e manobras expiratórias forçadas
são úteis para facilitar a expectoração e diminuir a uma enfermidade crônico-degenerativa, é importante
possibilidade de retenção de secreção e de infecção deixarmos claro o direcionamente futuro da evolução
• A nutrição é importante na DPOC, já que muitos da enfermidade, principalmente envolvendo os
acidentes estão com baixo peso e desnutridos. cuidadores nessa discussão. Devido ao cuidado no
Pacientes obesos devem perder peso, principalmente final da vida desses pacientes envolver situações
se apresentarem distúrbios do sono. críticas, nas quais será necessário o uso de
ventiladores mecânicos, as preferências do paciente e
Nutrição: dos familiares com relação a esses recursos devem ser
Cirurgia: A cirurgia redutora de volume tem-se avaliadas. Em casos em que a opção é pelo não uso de
tornado popular nos últimos anos, notadamente na ventiladores, teremos algumas intervenções paliativas
América do Norte, como tratamento de enfisema que podemos lançar mão, para diminuir os sintomas
generalizado. Ela envolve a ressecção das porções e, assim, o sofrimento do paciente: opiáceos (morfina
periféricas de ambos os pulmões, usando as recentes 2,5 a 5 mg oral ou sublingual de 4/4 h, 1 mg IV/SC de
técnicas de grampeamento para prevenir vazamento 30/30 min) e benzodiazepínicos de curta ação (ex.
aéreo. O objetivo da cirurgia é permitir que o tecido lorazepan) podem ser utilizados em altas doses, para
pulmonar remanescente ventile mais eficazmente. Em proporcionar conforto até o momento da morte. Para
pacientes cuidadosamente selecionados, ocorre amenizar as secreções, que tanto incomodam o
aumento da retração elástica e substancial melhora da pacientes, poderemos nos últimos dias optar pelo uso
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de anticolinérgicos, como o glicopirrolato – 0,1 mg IV parece ser resistente ao corticosteroide. É


ou IM de 4/4 h, principalmente nas 24 h finais do possível que outros fármacos anti-inflamatórios,
paciente. como inibidores da fosfodiesterase do tipo 4,
possam ser eficazes, uma vez que, ao contrário
Novas terapêuticas: dos glicocorticoides, são capazes de inibir os
 Terapeutica de reposição de alfa 1 neutrófilos.
antitripsina Reposição com alfa-1-antitripsina
humana recombinante já pode ser utilizada,  Antioxidantes: Na DPOC existe um evidente
mas esse tratamento, que requer infusões desequilíbrio oxidante/antioxidante, que se
venosas repetidas ou o uso de aerossol, é acentua nos períodos de exacerbações. Os
extremamente caro e está indicado somente oxidantes lesam o tecido pulmonar e
para os pacientes com deficiência de alfa-1- interferem no equilíbrio
antitripsina homozigotos. No futuro, a protease/antiprotease. Compostos estáveis
terapêutica de gene com reposição do gene da glutationa, análogos do superóxido
alfa-1-antitripsina pode tornar-se possível. dismutase e fármacos baseados em selênio
estão em desenvolvimento para o uso clínico.
 Inibidores de enzimas/mediadores: Inibidores
específicos da elastase neutrofílica já foram
desenvolvidos e podem ser úteis na prevenção da
progressão do enfisema, uma vez que a elastase Pneumonias
neutrofílica parece ser bastante importante na sua Significa inflamação aguda, de natureza infecciosa ou
patogênese (embora não seja a única protease não, localizada no parênquima pulmonar. Quando há
envolvida). As citocinas interleucina-8 (IL-8) e o fator infecção, seja bacteriana, viral ou fúngica,
de necrose tumoral alfa podem ter um papel convencionou-se chamar o quadro de pneumonia. As
fundamental no recrutamento de neutrófilos para os bactérias são responsáveis pela maioria dos casos de
pulmões, e, no momento, tenta-se o pneumonia nos idosos.
desenvolvimento de antagonistas específicos para IL- Pneumonite: resposta inflamatória aguda, que
8 e fator de necrose tumoral alfa. A liberação de inicialmente não é infecciosa.
radicais livres derivados de oxigênio, como os ânions
superóxidos, pode também ter uma participação
Classificação: A classificação é conforme o
importante na fisiopatologia da DPOC, fazendo com
local de aquisição, a presença de comorbidade e a
que antioxidantes possam vir a ter uma participação
condição imunológica do hospedeiro.
importante no tratamento no futuro. Antioxidantes
novos e potentes estão no momento sendo
desenvolvidos.

 Antagonistas dos mediadores da inflamação


Antileucotrieno B4: dois subtipos de receptores para
LTB4 já foram descritos e alguns antagonistas desses
receptores estão em desenvolvimento
• Inibidores de citocinas: antagonistas dos Patogenia e fatores predisponentes:
receptores ou anticorpos bloqueadores da IL-8 estão A pneumonia é ocasionada por três mecanismos
em fase de pesquisa clínica patogênicos diferentes: colonização da orofaringe e
• Inibidores do fator de necrose tumoral alfa: subsequente aspiração de microrganismos, inalação
anticorpos TNF humanizados monoclonais e de aerossóis infectados e, mais raramente,
receptores TNF solúveis poderiam ter seu papel na disseminação hematogênica de outros locais de
DPOC. infecção. A ocorrência de pneumonia vai depender da
quantidade de microrganismos, da virulência dos
 Tratamento anti-inflamatorio
mesmos e das condições de defesa do hospedeiro.
O papel do uso a longo prazo de anti-inflamat
Existe um grande número de fatores que predispõem
anticorpos TNF humanizados monoclonais e
o idoso a ter pneumonia. O fator extrínseco mais
receptoneutrol do u que aracteriza a DPOC
Ariane Inácio Cordeiro – Tutoria 3º Período – Módulo 2 – Problema 4

importante que predispõe às pneumonias adquiridas Etiologia:


na comunidade e nos asilos é a infecção pelo vírus da
gripe (influenza). A incidência de pneumonia nos Nos idosos o diagnóstico etiológico são ainda mais
idosos está diretamente relacionada com as epidemias difíceis pois, com frequência, eles são incapazes de
de gripe. Entretanto, inúmeros estudos têm produzir muco suficiente para a realização do exame
demonstrado que fatores predisponentes mais bacteriológicos.
importantes são a desnutrição, a fragilidade e as O Streptococus pneumoniae (pneumococo) ainda é o
doenças pulmonares e cardiovasculares. Nos idosos principal agente etiológico, seguido pelo Haemophilus
com pneumonia, as comorbidades mais comuns são influenzae, Legionella pneumophila, Staphylococcus
doença cardíaca crônica, DPOC, diabetes melito, aureus, Chlamydia pneumoniae e gram negativos.
hipertensão arterial sistêmica, doenças neurológicas e DPOC, doença cardiovascular, demência e sequelas
câncer. neurológicas – Haemophilus influenza é mais comum.

Fatores predisponentes:
 Tabagismo
 Desnutrição, baixo peso e perda recente de
peso
 DPOC - reduz o reflexo da tosse e compromete
o funcionamento do sistema mucociliar. O
acúmulo de líquido nos alvéolos, que ocorre
na insuficiência cardíaca, altera a função dos
surfactantes.
 ICC
 Insuficiência renal Quadro Clínico:
 Diabetes – diminui a resposta imune dos
pacientes
 Câncer – diminui a resposta imune dos
pacientes
 Doenças neurológicas e psiquiátricas (AVE,
demência, Parkinson, depressão)
 Uso de medicamentos com efeitos sedativos
 Alcoolismo
Apesar da diminuição da capacidade vital, da atividade
mucociliar e da resposta imune, o envelhecimento não
é fator de risco isolado para pneumonia. O risco está
aumentado quando há exposição prolongada ao fumo
e/ou coexistência de outras doenças, agravando a
perda da reserva funcional pulmonar. Na velhice é difícil o reconhecimento, pois os idosos
podem apresentar poucos sintomas ou sintomas
inespecíficos. Em estudo, a tosse e a dispneia estava
presente na maioria dos casos de pneumonia, já a
tosse e a expectoração, a dor pleurítica, calafrios e a
febre estariam diminuídas.

Um dos achados mais importantes é a alta prevalência


de confusão mental (dellirium), como forma de
apresentação das pneumonias nas faixas etárias mais
elevadas. O dellirium é frequentemente o único
sintoma apresentado pelo paciente. O declínio
funcional, ou seja, a diminuição para executar as AVD,
pode estar presente em cerca de 70% dos casos de
Ariane Inácio Cordeiro – Tutoria 3º Período – Módulo 2 – Problema 4

pneumonias adquiridas em asilos, e pode ser o único Etiológico: exame bacteriológico da secreção
sintoma, também. pulmonar do paciente por meio da coloração GRAM.

O diagnóstico diferencial de pneumonia no idoso deve


incluir a insuficiência cardíaca, com ou sem IAM, o
tromboembolismo pulmonar, a tuberculose, as
micoses e as neoplasias. Convém ressaltar que pode
ocorrer a coexistência de uma ou mais doenças com a
pneumonia. A pneumonia pós-obstrutiva pode ser a
primeira manifestação do câncer de pulmão, e o Os fatores indicativos de mau prognóstico para
acompanhamento radiológico após a cura clínica da pneumonia, de acordo com esse escore de gravidade
infecção é essencial para o diagnóstico. proposto por Fine (et al. (1997) são: idade avançada, o
fato de residir em asilo, elevação das escórias, acidose,
hiponatremia, hiperglicemia, anemia, frequência
respiratória maior que 30 irpm, hiper ou hipotermia,
pressão diastólica menor que 60 mmHg, pressão
sistólica menor que 90 mmHg, PaO2 menor que 60
mmHg e presença de comorbidades.
A escala de Barthel e o escore de gravidade de Fine
devem ser utilizados para avaliação do risco de morte
e de declínio funcional e, se for o caso, para indicar
hospitalização e antibioticoterapia venosa. Cumpre
ressaltar que esses escores são apenas uma
orientação ao médico, pois algoritmos e escalas não
são infalíveis e existem outras variáveis que só o
médico que assiste o paciente pode aferir. Devem-se
considerar, principalmente no idoso, outros fatores,
como as condições sociais e de suporte familiar, as
condições financeiras, a presença de demência
avançada e de doença terminal. A decisão de
internação pode ser tomada diante de um paciente
alocado na classe II de Fine, mas sem suporte familiar
e com a cognição comprometida a ponto de impedir
adesão ao esquema posológico.

Vacinação Idoso:
Pneumocócicas  VPC13 é dose unica, na rede
privada. VPP23  rede publica, grupos de risco. Os
benefícios das vacinas para a saúde da população são
inquestionáveis. Entre a população idosa, apesar da
grande ênfase que vem sendo dada para os programas
de imunizações na prevenção e promoção da saúde,
ainda não alcançamos os índices dos programas
pediátricos. Para a população idosa, a Organização
Mundial de Saúde (OMS) preconiza a utilização de três
vacinas: contra (influenza, infecções pneumocócicas e
tétano-difteria. Abordaremos neste capítulo as
principais indicações de imunização em idosos, dando
particular atenção às três vacinas citadas e, também,
Avaliação Diagnóstica: às vacinas para hepatite B, herpes-zóster (HZ) e o vírus
Inicial: Radiografia de tórax + Hemograma H1N1. O monitoramento epidemiológico da gripe é
Ariane Inácio Cordeiro – Tutoria 3º Período – Módulo 2 – Problema 4

uma atividade mundial. No Brasil, três laboratórios


fazem o monitoramento dos vírus (influenza: Instituto
Adolfo Lutz, em São Paulo; Fundação Oswaldo Cruz
(Fiocruz), no Rio de Janeiro; e o Instituto Evandro
Chagas, em Belém do Pará. Apesar da excelência
desses laboratórios no isolamento e identificação dos
vírus (influenza, até 1995 não existia no país uma
rotina sistemática de vigilância e encaminhamento de
um maior número de amostras para esses
laboratórios. A partir de 1995, o Instituto Adolfo Lutz
passou a ser referência para encaminhamento de
amostras de (swabs nasais, coletados por diversos
centros colaboradores, inicialmente no Sul e Sudeste
do país, e, atualmente, também nas Regiões Centro-
Oeste e Nordeste. Vacinação antipneumocócica. Sua
eficácia varia de 60 a 70%, porém ela tem efeito
protetor contra doenças invasivas (Whitney (et al.,
2003). Está indicada para pacientes idosos residentes
em ILP, cardiopatas, pneumopatas, nefropatas,
hepatopatas, diabéticos insulinodependentes,
portadores de asplenia anatômica ou funcional,
hemoglobinopatias, fístula liquórica e
imunodeficiência congênita ou adquirida. Deve ser
administrada, segundo o Ministério da Saúde, em
dose única com revacinação após 5 anos.

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