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Patogenia:
Epidemiologia A DPOC é o espectro clinico das doenças pulmonares
A DPOC é a 4ª causa de morte nos EUA e a única entre inflamatórias que incluem:
as 10 mais frequentes está aumentando. Bronquite crônica: Caracterizada por tosse crônica de
A DPOC é diagnosticada em aproximadamente 4% dos no mínimo 3 meses aos últimos 2 anos. Ocorrem
homens e 2% das mulheres com mais de 45 anos. hiperplasia das glândulas submucosas e crescimento
Cerca de 6% das mortes em homens e 4% nas do numeronúmero de células caliciformes no epitélio,
mulheres são devidas à DPOC. É uma importante associado ao estreitamento estrutural das pequenas
causa de absenteísmo ao trabalho, responsável por 9% vias respiratórias (bronquíolos) em decorrência de
das causas comprovadas de falta ao trabalho. alterações inflamatórias crônicas. Essas alterações
inflamatórias consistem em linfócitos T ativados. Nas
vias respiratórias de maior calibre, há evidência de
inflamação neutrofílica, a julgar pelo número
aumentado de neutrófilos no escarro.
Enfisema: Caracterizado por progressiva dispneia
causada por perda da retração elástica e destruição
enzimática das paredes alveolares. Podem-se observar
Causas diferentes padrões de enfisema: o enfisema
Cigarro: é a etiologia mais comum em todo mundo. O centroacinar ocorre predominantemente nos
tabagismo ativo causa tanto hipersecreção mucosa bronquíolos terminais, ao passo que o enfisema
quanto obstrução crônica ao fluxo aéreo. A cessação panacinar envolve uma destruição generalizada. A
do tabagismo reduz a hipersecreção mucosa e a taxa perda da retração elástica leva à obstrução das vias
de queda da função pulmonar. O tabagismo passivo respiratórias no enfisema, pois as vias respiratórias
está associado à DPOC, porém, de modo discreto, intrapulmonares fecham-se mais precocemente
basicamente por seu efeito sobre o crescimento durante a expiração.
pulmonar durante o desenvolvimento fetal. Bronquite asmática: Caracterizada por tosse crônica,
Poluição aérea: Poluição aérea, principalmente com episódios de chiado, dificuldade respiratória e
dióxido de enxofre e material particulado (fumaça hipersecreção de muco.
preta), está associada à bronquite simples crônica e Dados da história e exames que favorecem a asma, no
DPOC. diagnóstico diferencial com DPOC:
Exposição ocupacional: Exposição à fumaça e a pós • Início na infância ou adolescência
pode ser um importante fator, podendo interagir com • História familiar
a fumaça do cigarro. A exposição a cádmio está • Não tabagista
associada ao enfisema. • Variação acentuada do grau de sintomas e sinais
Infecção pulmonar: Infecção pulmonar durante o • Reversibilidade completa da limitação do fluxo aéreo
primeiro ano de vida está associada ao • Boa resposta ao corticosteroide inalado.
desenvolvimento de DPOC mais tardiamente. Há
poucas evidências de que infecções pulmonares Tipos especiais de DPOC:
subsequentes sejam importantes para a ocorrência da Em alguns pacientes a relação da DPOC com o cigarro
DPOC. é inexistente ou parcial, havendo uma variedade de
Nutrição precoce: Esse fator pode ser importante, causas:
uma vez que bebês prematuros aumentam o risco de 1. Deficiência de alfa-1-antitripsina: nesse caso, a
desenvolver DPOC mais tardiamente. Dieta com baixa DPOC é devida a uma redução intensa de antiprotease
quantidade de vitaminas antioxidantes (A, C e E) nos pulmões como consequência de um defeito
também pode estar associada a aumento de risco para genético. Isso torna o tecido pulmonar suscetível aos
desenvolvimento de DPOC. efeitos lesivos de várias proteínas endógenas,
Fatores genéticos: Podem ser importantes, pois há resultando em enfisema grave, especialmente em
várias formas de deficiência de antiprotease que fumantes. É uma condição rara, e só ocorre em
predispõem ao desenvolvimento de enfisema. portadores homozigotos do defeito genético. Os
heterozigotos geralmente são saudáveis.
Ariane Inácio Cordeiro – Tutoria 3º Período – Módulo 2 – Problema 4
Indicações para dosagem de alfa-1 antitripsina: A cifose resultante, devido à deformidade torácica,
• Enfisema pulmonar com início em adulto jovem < 45 causa distância dos batimentos cardíacos, perda da
anos movimentação normal das costelas, hiper-
• Enfisema pulmonar sem fator de risco conhecido ressonância e aumento do abaixamento traqueal
• Enfisema predominante em região basal durante a inspiração.
• Doença hepática inexplicada A ausculta pulmonar revela diminuição do murmúrio
• Vasculite com positividade para anticorpo vesicular e tempo expiratório mais prolongado
antineutrófilo citoplasma (C-ANCA) quando é feita uma manobra expiratória forçada.
• História familiar de enfisema, doença hepática, Os músculos respiratórios acessórios do pescoço
paniculite ou bronquiectasia. tornam-se proeminentes. Como está rebaixado, o
diafragma causa retração costal inferior na
2. Discinesia ciliar primária: essa alteração é devida a inspiração. O fígado é palpável, mas não está
um efeito na ultraestrutura dos cílios em todo o corpo, aumentado.
o que geralmente leva a sinusite crônica, otite crônica O estudo do escarro revela níveis altos de
e DPOC. Os homens são estéreis devido à imobilidade neutrófilos, citoquinas inflamatórias e a presença de
dos espermatozoides. Nas formas mais extremas da organismos potencialmente patogênicos, como:
doença, pode haver destrocardia e bronquiectasia (Haemophilus influenzae, Streptococcus
(síndrome de Kartagener), mas a maioria dos pneumoniae, Moraxella catarrhalis e Chlamydia
pacientes apresenta uma forma relativamente leve de pneumoniae, sozinhos ou em combinação.
DPOC.
o Secreção geralmente mucoide, não em • Pode ser impossível distinguir uma simples
quantidade excessiva, que se torna purulenta exacerbação infecciosa de DPOC da imagem de um
durante as exacerbações carcinoma nos raios X simples
o A tosse e a secreção geralmente são piores no • A extensão do enfisema é mais bem avaliada com TC
inverno, devido à infecção de alta resolução
o Início insidioso de dispneia ao esforço, com • Complicações pulmonares tais como
sibilo ou sensação de aperto no tórax tromboembolismo e trombose da artéria pulmonar
o Alguns desenvolvem exacerbações graves da podem ser detectadas pela TC com injeção de
doença, que culminam em insuficiência contraste, especialmente pela técnica helicoidal.
respiratória crônica e insuficiência cardíaca – o
tipo (blue bloater (cianótico congesto) da Avaliação da função pulmonar
DPOC A marca da DPOC é a obstrução crônica ao fluxo
o Outros não apresentam secreção, ou somente aéreo, a qual é praticamente irreversível. A obstrução
em pequena quantidade, nem hipoxia em é particularmente marcante nas pequenas vias
repouso, mas a dispneia e os sibilos são respiratórias devido às alterações patológicas da
intensos e o enfisema é pronunciado – o tipo bronquite crônica e à perda do suporte às paredes dos
(pink puffer (soprador róseo) da DPOC. Esses brônquios, resultante do enfisema. Essas pequenas
pacientes geralmente têm baixo peso vias respiratórias fecham-se durante a expiração,
corpóreo aprisionando gás e aumentando o volume pulmonar
o A maioria dos pacientes com DPOC apresenta de repouso (capacidade residual funcional, CRF) e o
um padrão misto, e não os padrões isolados volume residual (VR). O enfisema também pode levar
de (blue bloater ou pink puffer. ao aumento da capacidade pulmonar total (CPT) e à
perda da área de superfície alveolar disponível para
Exames Complementares: troca gasosa.
Raios X de tórax:
Na DPOC leve, as radiografias de tórax podem ser
normais, mas, com a progressão da doença, ocorrem
as seguintes
alterações:
• Grandes volumes pulmonares
• Diafragma rebaixado e achatado
• Área cardíaca pequena
• Aumento do espaço retroesternal
• Quando o enfisema é proeminente, há perda das
imagens dos pequenos vasos e pode haver o
aparecimento de bolhas, especialmente nos ápices
• Quando ocorre o (cor pulmonale, a vasculatura hilar
pode tornar-se proeminente e o coração pode Testes para avaliação da função
aumentar, especialmente na direção anteroposterior pulmonar na DPOC
• Quando ocorrem infecções, pode haver infiltrados Espirometria:
localizados nos pulmões, que devem desaparecer com A medida mais simples e mais útil da obstrução das
o tratamento. vias respiratórias é obtida solicitando-se ao paciente
que realize uma expiração forçada a partir da
Tomografia computadorizada dos pulmões capacidade pulmonar total (CPT) e registrando-se o
As razões para a solicitação de tomografia espirograma em uma curva fluxovolume ou volume-
computadorizada (TC) dos pulmões à medida que a tempo.
DPOC progride são as seguintes: As seguintes alterações são esperadas da DPOC:
• A maioria dos pacientes com DPOC é fumante de • Volume expiratório forçado no 1o segundo (VEF1):
grande número de cigarros, e um carcinoma pequeno sempre diminuído, com taxas de redução
pode ser difícil de diagnosticar em raios X simples do progressivamente maiores à medida que a doença
tórax
Ariane Inácio Cordeiro – Tutoria 3º Período – Módulo 2 – Problema 4
avança. O VEF1 é o teste mais útil para se analisar a também certo grau de insuficiência respiratória, o que
gravidade e a progressão da DPOC leva ao aumento da PaCO2. Em pacientes com DPOC e
insuficiência respiratória crônica, há uma
• Capacidade vital forçada (CVF): a princípio está compensação metabólica, com aumento do excesso
normal, mas diminui à medida que a doença progride de base (ou bicarbonato), e o pH relativamente
• Relação VEF1/CVF: é classicamente utilizada pelos normal. A
especialistas em doenças respiratórias para avaliar a oximetria de pulso mede a saturação de oxigênio
DPOC. O seu valor é sempre menor que o valor (SaO2), mas não é um bom guia para fins diagnósticos,
normal para o adulto, que é de 80%, e torna-se pior à uma vez que ela só indica a oxigenação, mas não as
medida que a doença progride. Essa relação pode não alterações da PaCO2; ela pode ser útil para o
refletir com exatidão a DPOC muito grave, uma vez seguimento do desenvolvimento da hipóxia à medida
que, nesse caso, a CVF também está diminuída que a doença progride. Se a SaO2 for menor que 92%,
• Pico de fluxo expiratório (PFE) é uma estimativa os gases arteriais devem ser medidos.
grosseira da função pulmonar, refletindo a função das
vias respiratórias centrais e dependentes do esforço. A
diminuição guarda uma certa relação com a gravidade
da doença.
Não é tão útil na DPOC quanto na asma, já que pode
estar relativamente preservado no enfisema
• Fluxo expiratório forçado 25 a 75% (FEF25-75%)
reflete basicamente a função das pequenas vias *Estágio 1 – Doença leve – pacientes com VEF1 pós-
respiratórias e está intensamente diminuído em BD 80% do previsto com relação VEF1/CVF inferior a
pacientes com DPOC. 0,70 pós-BD. Compreende a grande maioria dos
Geralmente, o efeito da inalação de broncodilatador pacientes com DPOC. O clínico geral pode
sobre a espirometria é mínimo, com aumento menor acompanhar esse paciente, não havendo
de 20% no VEF1, mas alguns pacientes podem obrigatoriamente necessidade de encaminhamento ao
apresentar uma resposta melhor, apesar de nunca especialista.
alcançarem valores normais. *Estágio 2 - Doença moderada – Paciente com VEF1
pós-BD < 80% e > 50% do previsto, com relação
Exames específicos VEF1/CVF inferior a 0,70 pós-BD. A redução da
A espirometria isolada costuma ser adequada para capacidade física e a dispneia passam a ser percebidas
avaliar as alterações da mecânica pulmonar na DPOC. e são atribuidas ao envelhecimento ou hábito
Contudo, quando a doença é grave e há dúvida sobre sedentário.
a extensão do enfisema (p. ex., quando se considera a *Estágio 3 – Doença grave – VEF1/CVF < 0,70 pós-BD e
possibilidade da realização de cirurgia redutora de VEF1 < 50% e > 30% do previsto ou pacientes com
volume ou de transplante pulmonar), são necessárias hipoxemia intensa, mas não hipercapnia,
de investigações complementares, como: independentemente do valor de VEF1 ou pacientes
• Plesmografia de corpo inteiro em fase estável com dispneia grau 2 ou 3.
• Transferência de gás (capacidade de difusão) Compreende um grupo de pacientes com sintomas
• Teste de exercício: teste da caminhada de 6 minutos respiratórios frequentes e repercussões sistêmicas da
ou teste ergométrico progressivo DPOC.
• Gases sanguíneos arteriais. Estágio 4 – Doença muito grave – VEF1/CVF < 0,70
A DPOC é invariavelmente acompanhada por algum pós-BD e VEF1< 30% do previsto, ou pacientes com
grau de desequilíbrio da relação ventilação/perfusão hipercapnia ou sinais clínicos de insuficiência cardíaca
(V/Q), o qual resulta em hipoxia arterial durante a direita, ou pacientes com dispneia que os incapacite a
respiração em ar ambiente. Em alguns pacientes, há realizar as atividades diárias necessárias à sustentação
e à higiene pessoais, dispneia grau 4>.
Ariane Inácio Cordeiro – Tutoria 3º Período – Módulo 2 – Problema 4
Corticosteroides
N-acetilcisteína
Antibióticos
Agentes reguladores do muco
Oxigenoterapia
Administração suplementar de oxigênio é a única
terapia comprovada que pode alterar o curso dos
estágios avançados da DPOC, como o uso de
ventilação mecânica para insuficiência respiratória
aguda. Oxigênio ambulatorial é preferido, em vez de Terapias combinadas:
oxigênio de fontes estacionárias, porque ele permite Xantinas: Aumentam a força da musculatura
ao paciente exercitar-se com consequente melhora respiratória e previnem a fadiga muscular respiratória.
do débito cardíaco, por meio do oxigênio N-Acetilcisteina
transportável. Antibioticos: Pacientes com exacerbação aguda de
Efeito do oxigênio suplementar: bronquite crônica, febre, leucocitose e catarro
• melhora a capacidade de exercício purulento têm mostrado melhora quando iniciam
• reduz a dispneia antibioticoterapia. Os organismos colonizadores mais
• reduz a hipertensão pulmonar, pela redução da comuns das vias respiratórias na DPOC –
vasoconstrição pulmonar hipóxica (Haemophilus influenzae, (Streptococcus
• reduz o hematócrito, pela redução dos níveis de pneumoniae, (Moraxella catarrhalis e (Chlamydia
eritropoese (pneumoniae – são geralmente sensíveis a
• melhora a qualidade de vida e a função cefalosporinas (cefuroxime, cefepime),
neuropsiquiátrica. fluoroquinolona (ciprofloxacino, levofloxacino),
Métodos de fornecer oxigenoterapia domiciliar: macrolídeos (eritromicina, azitromicina,
• oxigênio em baixas doses, contínuo, para pacientes claritromicina), penicilina (amoxacilina/clavulanato),
com insuficiência respiratória crônica tetraciclina (doxaciclina) e
trimetoprima/sulfametoxazol.
Ariane Inácio Cordeiro – Tutoria 3º Período – Módulo 2 – Problema 4
Fatores predisponentes:
Tabagismo
Desnutrição, baixo peso e perda recente de
peso
DPOC - reduz o reflexo da tosse e compromete
o funcionamento do sistema mucociliar. O
acúmulo de líquido nos alvéolos, que ocorre
na insuficiência cardíaca, altera a função dos
surfactantes.
ICC
Insuficiência renal Quadro Clínico:
Diabetes – diminui a resposta imune dos
pacientes
Câncer – diminui a resposta imune dos
pacientes
Doenças neurológicas e psiquiátricas (AVE,
demência, Parkinson, depressão)
Uso de medicamentos com efeitos sedativos
Alcoolismo
Apesar da diminuição da capacidade vital, da atividade
mucociliar e da resposta imune, o envelhecimento não
é fator de risco isolado para pneumonia. O risco está
aumentado quando há exposição prolongada ao fumo
e/ou coexistência de outras doenças, agravando a
perda da reserva funcional pulmonar. Na velhice é difícil o reconhecimento, pois os idosos
podem apresentar poucos sintomas ou sintomas
inespecíficos. Em estudo, a tosse e a dispneia estava
presente na maioria dos casos de pneumonia, já a
tosse e a expectoração, a dor pleurítica, calafrios e a
febre estariam diminuídas.
pneumonias adquiridas em asilos, e pode ser o único Etiológico: exame bacteriológico da secreção
sintoma, também. pulmonar do paciente por meio da coloração GRAM.
Vacinação Idoso:
Pneumocócicas VPC13 é dose unica, na rede
privada. VPP23 rede publica, grupos de risco. Os
benefícios das vacinas para a saúde da população são
inquestionáveis. Entre a população idosa, apesar da
grande ênfase que vem sendo dada para os programas
de imunizações na prevenção e promoção da saúde,
ainda não alcançamos os índices dos programas
pediátricos. Para a população idosa, a Organização
Mundial de Saúde (OMS) preconiza a utilização de três
vacinas: contra (influenza, infecções pneumocócicas e
tétano-difteria. Abordaremos neste capítulo as
principais indicações de imunização em idosos, dando
particular atenção às três vacinas citadas e, também,
Avaliação Diagnóstica: às vacinas para hepatite B, herpes-zóster (HZ) e o vírus
Inicial: Radiografia de tórax + Hemograma H1N1. O monitoramento epidemiológico da gripe é
Ariane Inácio Cordeiro – Tutoria 3º Período – Módulo 2 – Problema 4