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DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL

Língua Portuguesa - Aula 02


Maria Augusta

COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE 10-Quando você estiver com muita dificuldade em


TEXTOS determinada questão , não se prenda muito tempo a
ela. Continue a responder as questões seguintes.
Não existe uma fórmula mágica para que consi- Muitas vezes , ao ler uma outra questão , você en-
gamos interpretar um texto de forma inequívoca. contra dados que ajudarão a responder aquela ante-
Há, porém ,alguns passos que devemos seguir e rior.
que muito nos ajudarão.Veja:
11-E ,não esqueça do que muitas vezes é motivo de
1-Faça uma primeira leitura ,já sublinhando palavras erro por parte do candidato : ao ler o enunciado ,
que considere importantes. atente para o que a banca pede – se o item COR-
2-Marque em cada parágrafo o que representa a RETO ou INCORRETO.
ideia central , a tese .
3-Quando encontrar algum trecho que suscite dúvi- 12-Se você percebeu , ao folhear sua prova, que as
das, marque-o , faça uma interrogação na margem questões mais fáceis são as de conteúdo gramati-
da folha para chamar sua atenção .Caso haja algu- cal, responda-as logo. Garanta seus pontos. Volte
ma questão acerca daquele momento do texto , depois às de interpretação já mais calmo por saber
você estará atento . que não perdeu muito tempo com questões que o
4-Muita atenção aos enunciados! Muitas vezes o induziram a dúvidas.
candidato perde uma questão por não entender
exatamente o que pede o enunciado. 13-Outro ponto que normalmente suscita dúvidas é
5-Muita atenção a palavras de conteúdo radical, quanto à classificação de textos. Narração , Descri-
como: SÓ , SOMENTE , APENAS , TAMBÉM , ção ou Dissertação ?
MESMO , UNICAMENTE etc. Por vezes , uma delas Veja!
basta para alterar o sentido de uma alternativa ,e ,
se você não está atento , perde a questão. Como o nome diz , NARRAÇÃO é aquele texto em
6-Lembre-se de que existem dois tipos de questão que há um fato sendo narrado. O centro desse texto
de interpretação :a de recorrência e a de inferência. é um acontecimento –seja ele fictício ou real. Há
personagens, há descrição do ambiente etc.
RECORRÊNCIA , como o nome diz, é aquela em Para classificarmos um texto como DESCRITIVO ,
que você recorre ao texto e encontra a resposta. é necessário que o centro do texto seja algo sendo
INFERÊNCIA é aquela em que você é levado a descrito: um lugar , uma pessoa , um objeto.
inferir , deduzir , concluir algo sobre o que leu. Na DISSERTAÇÃO , o centro do texto é uma
ideia , um tema , um assunto.
7-Muito cuidado com o erro de extrapolação! Esse Veja os exemplos abaixo:
erro é muito comum quando o texto tem como tema I-Era uma praia de areias muito brancas , águas
um assunto de que gostamos ou julgamos dominar. claras e frias ,com cardumes desfilando aos nossos
Ao respondermos as questões ,extrapolamos , va- olhos , conchinhas brilhantes repousavam sob nos-
mos além do que diz o autor e erramos! sos pés.
8-Muitas vezes , ao lermos as alternativas, elimina-
mos duas ou três e ficamos com dúvida entre duas , Temos aí um trecho descritivo em que o autor teve
as vezes três. Releia o enunciado atentamente e por objetivo somente apresentar a paisagem, des-
procure exatamente o que a banca pede! Pode ha- crevê-la.
ver duas que não sejam erradas ,mas uma é mais
correta ou mais completa que a outra. II-É de imensurável importância a conscientização
9-Não é raro o candidato perder a questão por não da população quanto à gravidade do problema da
dominar o vocabulário.Ex.: A questão questiona em epidemia de dengue. Só governo e povo juntos po-
qual alternativa observa-se INTERTEXTUALIDADE dem dar fim a esse mal que sazonalmente assola
POR ALUSÃO. O que é isso? Como responder se várias regiões do país.
eu não sei o que significa INTERTEXTUALIDADE ? (...)
Temos aí um trecho dissertativo, em que se explana
INTERTEXTUALIDADE significa ligação de textos , sobre um tema específico : epidemia de dengue.
textos interligados.Como assim? Ex.: “....e até na III-Já nascia o sol quando Alberto, cambaleante e
economia a esperança pode mover montanhas...”. falante , abriu o portão de casa e começou a cha-
Observe que ao escrever sobre a economia do país mar a esposa e os filhos para contar-lhes sobre a
, o autor se remeteu a um provérbio popular e mes- surpresa que o destino lhe reservara: o prêmio mili-
clou-o a seu texto. onário da loteria, que agora, se tivesse juízo, muda-
ria suas vidas. Meu Deus, parece que eu já comecei

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sem juízo! Chegar já bêbado com essa notícia... Walter Benjamim, filósofo alemão do século
eles nem vão acreditar em mim... XX, dizia que na modernidade o narrador da vida
O trecho acima é uma narração. desapareceu. Isso quer dizer que as pessoas encar-
regadas, antigamente, de narrar a vida e propor
Finalmente, saiba que o treino é o melhor cami- sentido para ela perderam esse lugar. Hoje os mais
nho. Treine muito, faça muitas provas. Você perce- velhos querem “aprender” com os mais jovens
berá que as questões se assemelham ; os enuncia- (aprender a amar, se relacionar, comprar, vestir,
dos se repetem. Você não se deixará levar por um viajar, estar nas redes sociais).
enunciado maldoso outra vez. Saberá reconhecer Esse fenômeno, além de cruel com o envelhecimen-
exatamente o que a questão quer. to, é também desorganizador da própria juventude.
Ouço cotidianamente, na sala de aula, os alunos
Lembre-se também de que a questão que você demonstrarem seu desprezo por pais e mães que
julgou difícil pode ser também motivo de dúvida querem aprender a viver com eles
dos demais.CONFIE EM VOCÊ! Alguns elementos do mundo moderno não
ajudam a combater essa desvalorização dos mais
Leia o texto para responder às questões de nú- velhos. As ferramentas de informação, normalmente
meros 01 a 07. mais acessíveis aos jovens, aumentam a percepção
negativa dos mais velhos diante do acúmulo de
A morte do narrador conhecimento posto a serviço dos consumidores,
que questionam as “verdades constituídas do pas-
Recentemente recebi um e-mail de uma sado”.
leitora perguntando a razão de eu ter, segundo ela, A própria estrutura sobre a qual se funda a experi-
uma visão tão dura para com os idosos. O motivo ência moderna – ciência, técnica, superação de
da sua pergunta era eu ter dito, em uma de minhas tradição – agrava a invisibilidade dos mais velhos.
colunas, que hoje em dia não existiam mais vovôs e Em termos humanos, o passado (que “nada” serve
vovós, porque estavam todos na academia queren- ao mundo do progresso) tem um nome: idoso. En-
do parecer com seus netos. fim, resta aos vovôs e vovós ir para a academia ou
Claro, minha leitora me entendeu mal. Mas para as redes sociais.
o fato de ela ter me entendido mal, o que acontece (Luiz Felipe Pondé, Somma, agosto 2014, p. 31.
com frequência quando se discute o tema da velhi- Adaptado)
ce, é comum, principalmente porque o próprio termo
“velhice” já pede sinônimos politicamente corretos, 01. Segundo o autor, sua leitora o interpretou
como “terceira idade”, “melhor idade”, “maturidade”, mal ao supor que as críticas feitas em uma de
entre outros. suas colunas estavam direcionadas aos idosos,
Uma característica do politicamente correto quando, na verdade, ele contestava
é que, quando ele se manifesta num uso linguístico
específico, é porque esse uso se refere a um con- A) a noção de que o idoso pode estar sujeito ao
ceito já considerado como algo ruim. surgimento de doenças.
A marca essencial do politicamente correto é a hi- B) o fato de a ciência moderna ainda se inspirar nos
pocrisia articulada como gesto falso, ideias bem valores do passado.
comportadas C) o uso do termo “negação” para designar um dos
Voltando à velhice. Minha leitora entendeu sintomas neuróticos.
que eu dizia que idosos devem se afundar na doen- D) a sociedade que supervaloriza a juventude e
ça, na solidão e no abandono, e não procurar ser nega o envelhecimento.
felizes. E) os valores do passado, os quais não se ajustam
Mas, quando eu dizia que eles estão fugindo da à ideia de progresso.
condição de avós, usava isso como metáfora da
mentira (politicamente correta) quanto ao medo que 02. Ao explicar por que os idosos “estão fugindo
temos de afundar na doença, antes de tudo psicoló- da condição de avós”, o autor defende a tese de
gica, devido ao abandono e à solidão, típicos do que o homem moderno tem
mundo contemporâneo. Minha crítica era à nossa
cultura, e não às vítimas dela. A) desejo de libertar-se por meio da morte.
Ela cultua a juventude como padrão de vida e está B) medo de ser abandonado e ficar só.
intimamente associada ao medo do envelhecimento, C) pretensão de elevar-se pelo sofrimento.
da dor e da morte. Sua opção é pela “negação”, D) nostalgia dos tempos da infância.
traço de um dos sintomas neuróticos descritos por E) receio de perder os bens materiais.
Freud.

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03. De acordo com o texto, o que contribui para B) mostra sua adesão a uma tese progressista, que
a desvalorização dos mais velhos na sociedade não acolhe o idoso.
atual são C) refuta a ideia de que o idoso ainda pode conviver
com o progresso.
A) o culto à beleza e a falta de tratamento para do- D) reafirma a opinião de que o idoso não traz novas
enças típicas da velhice. contribuições.
B) o desprestígio da ciência e a dificuldade dos E) põe em dúvida a ideia de que idosos possam se
jovens em aprender com os adultos. adaptar à modernidade.
C) a estagnação do progresso e a popularização de
termos politicamente corretos.
D) as ferramentas de informação e o questionamen-
to do saber tradicional.
E) o consumismo exagerado e o número reduzido
de idosos na sociedade.

04. A partir da leitura do quinto parágrafo, con-


clui-se corretamente que

A) o envelhecimento das gerações está cada vez


mais precoce, o que se percebe ao se observarem
os alunos em sala de aula.
B) a nova geração tem se vangloriado do fato de os
mais velhos demonstrarem interesse em aprender
com ela.
C) o fato de os mais velhos buscarem se parecer
com os mais jovens acarreta um maior afastamento
entre as gerações.
D) os jovens estão se transformando em indivíduos
fúteis e alienados em virtude da falta de diálogo com
os mais velhos.
E) a interação entre diferentes faixas etárias tem se
mostrado profícua para a valorização do saber dos
idosos.

05. Conforme o autor, hoje em dia “resta aos


vovôs e vovós ir para a academia ou para as
redes sociais”, porque

A) resolveram contribuir mais ativamente para a


sociedade.
B) tendem a ignorar as regras da sociedade de con-
sumo.
C) estão isentos dos sintomas neuróticos da socie-
dade atual.
D) optaram por negligenciar a convivência em famí-
lia.
E) perderam seu papel de narrar e de interpretar a
vida.

06. Considere o trecho do último parágrafo: Em


termos humanos, o passado (que “nada” serve
ao mundo do progresso) tem um nome: idoso.
Apresentando entre aspas a palavra “nada”, o
autor

A) destaca a opinião de que o idoso já não tem utili-


dade, para negá-la.

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