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Arq Bras Cardiol Atualização

Yazbek Jr. e col


volume 71, (nº 5), 1998 Ergoespirometria. Metodologia e interpretação

Ergoespirometria. Teste de Esforço Cardiopulmonar,


Metodologia e Interpretação
Paulo Yazbek Jr, Ricardo Tavares de Carvalho, Lívia Maria dos Santos Sabbag,
Linamara Rizzo Battistella
São Paulo, SP

O teste ergométrico (TE) convencional, com interpreta- Os registros eletrocardiográficos com as derivações
ção do eletrocardiograma, apresenta-se como um método selecionadas são feitas previamente e as manobras ventila-
valioso para detectar modificações entre a disponibilidade e tórias, salvo estudo específico, não deverão ser utilizadas.
a necessidade de oxigênio pelo miocárdio, avaliar arritmias e Pede-se ao paciente uma inspiração e expiração pro-
o comportamento da pressão arterial com ou sem o uso de funda com discretos movimentos de marcha estacionária
medicamentos. Porém, muitas questões da função cardio- por alguns segundos, observando o relaxamento muscular
vascular e respiratória ficam sem resposta diante de uma dos ombros e do tórax, evitando a respiração superficial. O
avaliação pelo TE 1-5. início do teste deverá ser realizado, em geral, de 3 a 5min
O diagnóstico e avaliação de insuficiência cardíaca em após a introdução do bucal e clip nasal. Aguarda-se, para
uma extremidade, e a real capacidade funcional de atletas isto, VE, QR e consumo de oxigênio (VO2) adequados. A VE
em outro, é de interesse do clínico e de profissionais espe- de repouso ideal para início do exercício situa-se entre 8 e
cializados na caracterização da etiopatogenia e do desempe- 15L/min, o QR entre 0,75 e 0,85 e o VO2 de repouso próximo a
nho nos casos em estudo. 3,5mL/kg/min, correspondente a 1 MET.
Pacientes com distúrbios ou lesões que acarretam so- As condições de temperatura ambiente (próximo a
brecarga de pressão ou de volume e mesmo aqueles que 22ºC±2), e umidade relativa do ar em torno de 60%, seriam
evoluem com disfunção diastólica, podem se beneficiar com ideais no momento da prova.
a obtenção de parâmetros obtidos pelo método de análise No local, equipamentos de emergência (desfibrilador e
cardiopulmonar, também denominado ergoespirometria medicamentos) necessários para uma eventual parada car-
(TE-CP). díaca ou arritmia grave.
A calibração do equipamento, prévia ao exame, é ne-
Metodologia e interpretação de dados obtidos cessária pois algumas variáveis são analisadas em presença
em avaliação cardiopulmonar ao esforço de vapor d’água em condições denominadas de BTPS
(body temperature pressure saturated), ex.: a VE que inclui
Indicaremos a seguir como interpretar os dados obti- a freqüência respiratória (FR) e o volume corrente (VC).
dos com a metodologia num verdadeiro check-list dos Outros parâmetros como o consumo de oxigênio (VO2)
parâmetros em estudo. e a produção de dióxido de carbono (VCO2) são analisados
Condições preliminares para uma boa avaliação - A em condições denominadas de STPD (standard temperatu-
ansiedade gerada na expectativa do exame, bem como a uti- re pressure and dry), que corresponde a situação de OºC de
lização de bucal próprio e o uso de clip nasal pelo indivíduo temperatura, pressão de 760mmHg ao nível do mar e em
antes do início do teste, poderá eventualmente alterar o condições de ausência de vapor de água, ou seja, seco.
comportamento das variáveis ventilatórias. Portanto, é ne- Nas relações que incluem a VE, o VO2 ou VCO2, como o
cessário um esclarecimento prévio da prova a ser feita e, em equivalente ventilatório de VO2 (VE/VO2), lê-se o numerador
alguns casos, um treino com o sistema sem preocupação em condições de BTPS e o denominador em STPD, sendo
com o registro. Em nossa experiência, uma quantidade míni- da mesma maneira avaliada a relação VE/VCO2.
ma de água deverá ser fornecida ao examinando antes do É polêmica a discussão dos protocolos a serem empre-
esforço a ser realizado, para ser evitado sensação desagra- gados. Não existindo uma concordância, devemos empregar
dável de ressecamento com o uso do bucal. aquele que se adapte melhor ao caso. O protocolo de rampa
tem sido muito utilizado, porém não podemos descartar o uso
de avaliações que forneçam o que chamamos de steady-state
Divisão de Medicina e Reabilitação - Instituto do Coração Hospital das Clínicas
ou equilíbrio de carga durante algum intervalo de tempo.
da Faculdade de Medicina da USP. Muito útil, quando queremos realmente saber se o paciente ou
Correspondência: Paulo Yazbek Jr - Rua Pedroso Alvarenga, 333/42 - 04531-010 atleta encontra-se em condições aeróbias. É estipulado o tem-
- São Paulo, SP
Recebido para publicação em 6/4/98
po em torno de 12min como necessário para uma boa eficácia
Aceito em 19/5/98 de prova, caso não haja limitações por cardiopatia grave 6.

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Quadro I – Escala de classificação de percepções subjetivas do nível a 20watt/min de rampa é empregado. Valores inferiores po-
do esforço realizado e duas variações de terminologias utilizadas derão significar uma baixa na função de reserva cardíaca.
para TE e programas de exercícios.
Índice de percepção de esforço de Borg
Em 1985, Szlachcic e col 6 verificaram que os pacientes
com VO2 max <10mL/kg-1min-1 tinham mortalidade de 77%
Variação (I) Variação (II) em um ano, e nos com VO2 max entre 10 e 18mL/kg-1min -1,
6.
esse índice diminuía para 14%.
7. Muito, muito leve Muito, muito leve Muito fácil Convém lembrar que indivíduos adultos que apresen-
8. tam valores >40mL/kg-1min-1 já apresentam algum tipo de
9. Muito leve Muito leve Fácil
10.
condicionamento físico e os situados entre 20 a 40mL/kg-
1
11. Leve Pouco leve Relativamente fácil min-1 são quase sempre sedentários não necessariamente
12. portadores de cardiopatia.
13. Um pouco difícil Um pouco forte Ligeiramente cansativo
14.
Ventilação pulmonar (VE) - Resultante do produto da
15. Difícil Forte Cansativo FR pelo VC. Fisiologicamente, durante o exercício, o incre-
16. mento da VE é proporcional à produção de dióxido de carbo-
17. Muito difícil Muito forte Muito cansativo
18.
no (VCO2).
19. Muito, muito difícil Muito, muito forte Exaustivo A VE, durante o TE-CP, aumenta progressivamente
20. atingindo um platô máximo, caracterizando uma maior pro-
dução de CO2.
Em esforço, a VE poderá atingir até 200L de ar ventila-
Tabela para quantificar o esforço, como a de Borg do por minuto (em atletas), sendo limitada em cardiopatas e
(quadro I), é de fundamental importância pois complementa pneumopatas. Como ela é resultante do produto FRxVC, a
com dados objetivos a subjetividade declarada do esforço, avaliação isolada destes dois parâmetros, muitas vezes, faz-
bem como para orientar o examinador na indicação de exercí- se necessária. A FR durante o teste, raramente, ultrapassa
cios adequados. 50 ciclos/min, e o VC representa, parcialmente, a capacida-
Obtenção de um teste verdadeiramente máximo de de expansibilidade pulmonar. O VC que, em repouso,
(VO2 max) - Pela ergometria convencional, a obtenção de pode variar de 300 a 600mL por movimento respiratório
freqüência cardíaca (FC) máxima, com a utilização de fór- pode aumentar até, aproximadamente, 70% da capacidade
mulas (220-idade) ou (210-idade x 0,65), é sujeita a um des- vital ao esforço.
vio padrão de até ±12bpm, comprometendo muitas vezes o Alguns equipamentos fornecem dados da relação exis-
treinamento em pacientes que necessitam controle mais tente entre o espaço morto (VD) e o VC (ou VT – tidal volu-
vigoroso pela presença de arritmia, hipertensão arterial, me). O comportamento normal do chamado VD/VT diminui
isquemia, etc. durante o esforço em indivíduos normais. O incremento
Pelo uso da ergoespirometria é possível determinar, poderá significar modificações significativas na relação VE/
com relativa precisão, o VO2 max com os seguintes dados: a) perfusão pulmonar.
presença de QR (VCO2/VO2) >1.1; b) existência de um limiar Equivalentes respiratórios de VO2 e VCO2 - As rela-
anaeróbio (limiar de lactato); c) VE >60% da máxima previs- ções VE/VO2 e VE/VCO2, mantendo-se a VE em condições
ta; e) eventual presença de um platô no VO2 diante de um de BTPS e VO2 e VCO2 em STPD, relacionam quantos litros
aumento na carga de esforço. de ar por minuto são necessários e devem ser ventilados
Estes dados, concomitantes à avaliação de FC atingida para consumir 100mL de O 2 (normal entre 2,3 e 2,8L/100mL)
e a sensação subjetiva de esforço podem assegurar um tes- ou produzir em CO2. Poderá esta relação ser expressa em 23
te máximo. Weber e col 3 sugeriram que a classificação fun- a 28 litros de ar ventilado para 1 litro de O2 consumido.
cional dos pacientes portadores de insuficiência cardíaca Durante o esforço crescente, as relações VE/VO2 e VE/
congestiva (ICC) teria sido baseada nas respostas de limiar VCO2 diminuem, progressivamente, para depois aumentar
aeróbio (LA) e VO2 max. Os indivíduos que apresentam va- até o final do esforço. A VE/VO2 atinge valores mínimos
lores de VO2 no LA entre 11 e 14mL/kg.-1 min-1 e VO2 max en- precedendo a relação VE/VCO2. As variáveis citadas são de
tre 16 e 20mL/kg-1 min-1 foram considerados com ICC leve a fundamental importância na detecção do limiar anaeróbio
moderada, enquanto os que tiveram valores de VO2 entre 5 e (LA) como veremos adiante. (fig. 2).
8mL/kg-1 min-1 no LA e VO2 max <10mL/kg-1 min-1 foram clas- Pressão expirada de O2 (PETO2) ou fração expirada de
sificados com ICC grave. Além disso, nesse estudo o VO2 O2 (FEO2) - A PETO2 em repouso é de ±90mmHg, diminui
max correlacionou-se estreitamente com o índice cardíaco transitoriamente logo após o início do exercício, desde que
(IC) durante o exercício. Pacientes com VO2 max >20mL/kg-1 o aumento na VE seja mais lento que o incremento no VO2.
min-1 mostraram um IC >8Lmin-1 m2, entretanto, aqueles com Ao ultrapassar o LA I, a PETO2 aumenta 10 a 30mmHg ao
VO2 max <10ml kg-1 mm-1 mostraram um IC <4Lmin-1m2. atingir o esforço máximo, devido a hiperventilação provoca-
A relação ▲VO2/▲WR é outra variável importante, da pela diminuição do PH. A FEO2 tem o mesmo comporta-
medida durante exercício de protocolo de rampa, cujo valor mento, diminuindo no início do esforço e atingindo um valor
incrementa-se progressivamente até o máximo; o valor nor- mínimo, incrementando-se a seguir. Este parâmetro facilita a
mal é de cerca de 10ml/min/W quando um incremento de 10 detecção do limiar anaeróbio I (LA I).

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Pressão expirada de dióxido de carbono (PETCO2) - O metria, pois demonstra a quantidade de O 2 que é transporta-
valor da PETCO2 ao nível do mar varia de 36 a 42mmHg. Ele- da a cada sistole cardíaca. Uma diminuição do desempenho
va-se 3 a 8mmHg durante exercício de intensidade leve a de VE pode ser detectada em uma prova de esforço crescen-
moderada, atinge um máximo, caracterizando o LAII, e pode te com observação do pulso de O 2.
em seguida diminuir. A FE CO2 tem o mesmo comportamento Medição não invasiva do limiar anaeróbio e sua rela-
durante exercícios de carga crescente. ção com a produção láctica. Importância na medição do de-
QR e/ou razão de troca respiratória (RER-R) – QR= sempenho - Desde que foi publicado o trabalho de Wasser-
VCO2/VO2 – Esta variável significa relação entre o CO2 pro- man e col 5 tem-se levantado muitas indagações sobre o
duzido e o O 2 consumido. Ao realizar exercício com R próximo conceito de LA entre os fisiologistas de exercício e bioquí-
de 0,70, estamos consumindo mais lipídeos. Com valores micos. Porém hoje é bem definido o que ocorre durante um
próximos de 1,00, consumimos mais carboidratos. Exemplos: teste de esforço com cargas crescentes.
O ácido láctico é o ácido fixo predominante produzido
C H O6 + 6O2 = 6CO2 + H2O + E - portanto QR = 6CO2/6O2= 1;
6 12
durante exercício. Possui um pH de, aproximadamente, 3,8 e,
(glicose) portanto, está totalmente dissociado do pH da célula (7,0).
C H O + nO2=6CO2 +H2O+E-portantoQR=6CO2/nO2 =<1,0 O sistema de tamponagem do HCO3 restringe a alteração do
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(ex. de lípides) pH, que ocorreria através da formação deste ácido relativa-
mente forte, porque a reação: H+ + HCO3 ↔ H2CO3 ↔ CO +
Durante a combustão de carboidratos, forma-se 830 cm3 de H2O ou LaH + NaHCO3 ↔ NaLa + CO2 + H2O se dirige à direi-
CO2 com 1g de lípides e 1430cm3 de CO2. O valor de nserá sempre ta para formar CO2. Em associação com a formação HCO3 du-
incrementado para a produção do CO2 e, portanto, com gasto rante a tamponagem, a concentração de HCO3 diminui em
energético maior, caracterizando um QR menor do que a unidade. proporção inversa com o aumento na concentração de
Pulso de oxigênio PO2 (VO2/FC) - Considerada uma lactato. Em razão de a tamponagem do H + associada à pro-
das mais importantes variáveis utilizadas pela ergoespiro- dução de lactato ocorrer no meio intracelular, a produção de

Fig. 1 - Comportamento metabólico durante esforço progressivo com incremento de cargas.

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CO2 pela célula deve aumentar. O aumento de lactato e a di- VCO2 e VE aumentam de forma linear. Acima do LA, a produ-
minuição do HCO3 na célula serão rapidamente equilibra- ção de ácido láctico acarreta um aumento de CO2 da célula e
dos, através de intercâmbio transmembrânico desses íons. da taxa de CO2 venosa, o que resulta em aceleração do incre-
Conseqüentemente, o fluxo do CO2 adicional, gerado na mento de VCO2, geralmente acompanhado de um aumento
célula através da tamponagem, deverá ser detectado rapida- paralelo em VE, mantendo, desta forma, o PaCO2 constante.
mente na troca de gases do pulmão. Como o nível de incremento de VO2 permanece linear, en-
Um teste de nível de esforço progressivo, em que são quanto o VE acelera, o PETO2 aumenta caracterizando o LA
medidas as trocas do gás, e o VO2 no LA, permite a medição I enquanto o PETCO2 não diminui de forma recíproca. Estes
dos fenômenos associados à acidose metabólica em desen- fenômenos determinam o limiar I. Como corolário, o equiva-
volvimento. À medida que aumenta o nível de esforço, VO2, lente ventilatório para O 2 (VE/VO2) aumenta sem que haja

Fig. 2 - Comportamento das principais variáveis durante prova ergoespirométrica.

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um aumento no equivalente ventilatório para CO 2 (VE/


VCO2). O estreito aumento paralelo em VE e VCO2, visto ini-
cialmente acima do LA, reflete um breve período de tampo-
nagem isocápnica, isto é, VE/VCO2 e PETCO2 não se alteram,
enquanto VE/VO 2 e PETO2 aumentam. De acordo com
Wasserman e col, esta é uma demonstração sensível de tro-
ca de gás para a medição não-invasiva do limiar anaeróbio.
À medida que o nível de esforço aumenta, o pH cai subse-
qüentemente, fazendo com que a VE aumente mais depressa
do que a produção de CO2. Isto faz com que o PaCO2 caia e o
pH aumente. Esta compensação respiratória para a acidose
láctica não-respiratória resulta em um aumento de VE/VCO2
bem como em um decréscimo adicional em VE/VO2 (fig. 2),
caracterizando o limiar II).
Quando é medido no LA, o consumo de O 2 (VO2) não é
afetado pelo tipo de protocolo de exercício usado para uma
determinada forma de esforço. Além do mais, o VO2 no LA
não será afetado pela duração de cada incremento de nível
de esforço. Fig. 3 - Determinação do limiar anaeróbio pelo método V-slope. O limiar anaeróbio é
O limiar ventilatório aeróbio (LV 1) foi considerado deteminado pela intersecção de 2 tangentes traçadas a partir da curva de ascenção do
VO2 relativamente ao VO2 (turning point).
como sendo o ponto em que houve quebra de linearidade do
VE/VO2, tendência de ascensão abrupta da razão de troca
respiratória (RER) e menor pressão expirada final de oxigênio
mecanismo de Frank/Starling exerce funções progressiva-
(PETO2) ou fração expirada de O2 (FEO2). O limiar ventilatório
mente diferente antes e após o LA. Os resultados sugerem
anaeróbio (LV2) foi considerado como o ponto em que houve
que antes do LA, o mecanismo de Frank/Starling é mais
quebra de linearidade do VE/VCO2 e maior pressão expirada
operante e a contatilidade miocárdica, ao contrário, é mais
final de CO2 (PETCO2) ou fração expirada de CO2 (FECO2), efetiva acima do LA 10,11.
precedendo sua queda abrupta. O LV 2 é também denomina- A importância na detecção do LA, para o clínico, inci-
do ponto de descompensação ácido-metabólico (fig. 2). de no fato de que exercícios realizados numa intensidade
O LA também pode ser determinado pelo método do V- acima do LA pode provocar um aumento abrupto nos ní-
slope detectado no chamado turning point da curva VCO2 x veis de catecolaminas, causando as conseqüências conhe-
VO2 (fig. 3). cidas de arritmia, hipertensão e isquemia do miocárdio.
Boucher e col 8, estudando indivíduos saudáveis, ve- Num estudo realizado no Instituto do Coração (InCor)
rificaram o comportamento da função ventricular, analisan- do Hospital das Clínicas da FMUSP 11, foram avaliados pa-
do o comportamento da FE do repouso até o LA e, deste, até cientes com ICC e os resultados apontaram comportamentos
a intensidade máxima de exercício. A FE aumentou do re- díspares nas variáveis ergoespirométricas, caracterizando
pouso para o LA, mas a mesma resposta não foi verificada capacidade funcional diminuída em pacientes que foram a
do LA para o exercício máximo. Eles concluíram que o maior óbito em tempo de esforço físico, em condições anaeróbias,
incremento da FE ocorre em estágios de esforço aquém do menor que outros que não mostraram melhor desempenho.
LA, sendo que, após, a resposta pode ser variável e um au- Em conclusão, o método de avaliação com gases expi-
mento uniforme não é necessariamente esperado em indiví- rados apresenta-se como mais uma arma na propedêutica
duos normais. Em relação ao comportamento do desempe- não invasiva de determinar a real capacidade funcional de
nho ventricular durante o esforço, em relação ao LA, merece atletas e pacientes com comprometimento cardiovascular e
destaque o estudo de Goodman e col 9 que concluiu que o ou pulmonar.

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