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Sumário
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TC 010.494/2016-2
Tipo: Administrativo
1 Objeto a contratar
Serviço de desenvolvimento de software com práticas ágeis.
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4 Resultados pretendidos
4.1. Com a contratação em tela pretende-se ampliar a capacidade de provimento de
sistemas corporativos e, dessa forma, atender mais demandas do Tribunal por soluções
de TI tempestivamente, auxiliando assim na intensificação do uso de TI como instrumento
de inovação, de transformação dos processos produtivos e de incremento da
produtividade, colaborando ainda com a transparência governamental e a prestação de
serviços digitais.
4.2. Adicionalmente, em atenção ao disposto no Decreto-Lei 200/1067, pretende-se
executar de forma indireta o serviço ora contratado para que servidores da STI possam se
dedicar a atividades de planejamento, coordenação e controle.
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Alternativa Exemplos
Contratação de solução Contrato 72/2013: solução de gestão de pessoas (SGP);
pronta
Contrato 69/2013: solução de visualização de processos eletrônicos;
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5.3. Ademais, serviço similar ao que se deseja contratar é objeto de contrato vigente do
Tribunal (Contrato TCU nº 20/2013). Mais explicações sobre a relação entre o objeto da
contratação em tela e o do Contrato TCU nº 20/2013 encontram-se no item 14 deste
estudo.
5.4. Cabe destacar que contratação de serviço de desenvolvimento de software tem se
mostrado grande desafio para a Administração Pública. Comumente há dificuldade no
cumprimento dos prazos e requisitos de qualidade por parte do contratado, alto custo de
gestão contratual, prejuízo às ações dos órgãos dependentes dos sistemas a serem
desenvolvidos, entre outros.
5.5. Diante destes fatos, a STI iniciou avaliação de oportunidades de melhoria no
modelo de contratação ora adotado para serviço de desenvolvimento de software no
âmbito do Tribunal.
5.6. Umas das primeiras constatações foi a adoção exclusiva de metodologia tradicional
de desenvolvimento de software no modelo de execução contratual em detrimento de
metodologias ágeis que estão sendo gradativamente adotadas com sucesso na STI.
5.7. Partindo desta constatação, iniciou-se o estudo acerca da aplicabilidade de
métodos ágeis em contraste com metodologias tradicionais e sobre modelo de
remuneração de serviço de desenvolvimento de software com metodologia ágil (peça 3),
cujas conclusões foram:
a) Acredita-se que o modelo de remuneração de serviços de desenvolvimento
de software utilizando métrica vinculada ao produto (ex: ponto de função) é mais
apropriado para os domínios simples e complicado do framework Cynefin e
quando se utilizam metodologias tradicionais;
b) O desenvolvimento de sistemas corporativos no Tribunal enquadra-se, em
regra, no domínio complexo do framework Cynefin;
c) As metodologias ágeis são mais eficientes para se desenvolver software
neste contexto complexo;
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6.8. Importa ressaltar que o Tribunal entendeu, nesses dois Acórdãos mencionados,
que tal modelo híbrido não afronta a legislação vigente nem a jurisprudência do Tribunal
para contratação de serviços de tecnologia da informação pois atende à diretriz de
pagamento por resultado.
6.9. Prestação do serviço exclusivamente de forma presencial e acompanhamento
por equipe técnica do Tribunal
6.10. Um dos pilares das metodologias ágeis é a comunicação eficiente e constante da
equipe de desenvolvimento com os demais envolvidos no projeto, como o representante
da área de negócios (Product Owner – PO), o ScrumMaster, entre outros.
6.11. Tal fato é constatado na literatura especializada, como em Rubin (2012), e também
mereceu menção no Acórdão nº 2.314/2013-TCU–Plenário (peça 7), conforme trechos do
relatório reproduzidos a seguir:
57. Princípio 4: pessoas relacionadas a negócios e desenvolvedores devem
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(...)
122.1. Enquanto os clientes têm visão dos problemas que desejam solucionar,
os desenvolvedores dominam as técnicas que influenciam a forma de resolver o
problema apresentado pelo cliente. O resultado do software é tão bom quanto a
capacidade de ambos se comunicarem.
(...)
Comunicação direta
166. Essa abordagem não é dispensada pelas metodologias ágeis, mas há uma
valorização maior na interação direta entre as pessoas de uma equipe a fim de
melhorar a transmissão e disseminação de conhecimento entre os indivíduos.
6.14. Primeiro, porque será exigida a indicação de preposto pela contratada para
representa-la durante toda a vigência do contrato, em obediência ao art. 68 da Lei nº
8.666/93.
6.15. Além disto, será obrigação deste preposto alertar o fiscal do contrato qualquer
tentativa de ingerência do contratante sobre a gestão dos profissionais de sua empresa.
Neste sentido, de forma a possibilitar a identificação de interação estranha ao processo
de desenvolvimento ágil, exige-se que o preposto da contratada tenha conhecimentos de
processo de desenvolvimento de software baseado em Scrum.
6.16. Adicionalmente, entende-se que não há relação de subordinação hierárquica no
modelo ora proposto pelo fato de que na dinâmica de trabalho em metodologias ágeis a
comunicação que ocorre entre a equipe de desenvolvimento e os demais participantes do
projeto não é a transmissão de ordens de uma parte para outra, e sim o intercâmbio de
informações a que se refere o Acórdão nº 2.132/2010-TCU–Plenário no trecho do voto do
relator transcrito a seguir:
45. Por outro lado, não se pode negar que, sendo lícito o objeto para efeito de
terceirização, o sucesso da contratação, sob a ótica da eficiência das empresas
estatais, pode estar sujeito ao intercâmbio de informações entre profissionais do
quadro e da empresa terceirizada, mormente quando aqueles assumem o papel
de clientes destes, a exemplo dos contratos do BNDES acima examinados.
Naqueles casos, os objetos não se referiram a atividades-fim, tampouco ficou
demonstrado pela equipe relação de subordinação direta. Destarte, entendo que
a existência de habitualidade e pessoalidade, sem a comprovação cabal de
relação subordinativa, não implica ilegalidade do contrato de prestação de
serviço. (grifo nosso)
6.17. Ou seja, conforme consta nesta mesma transcrição, não havendo subordinação
hierárquica não há de se falar em ilegalidade no contrato de prestação de serviço.
6.18. Ademais, com o intuito de melhor esclarecer a matéria ora discutida, cabe
reproduzir trecho do voto condutor do Acórdão 1.258/2011-TCU-Plenário onde são
listadas práticas que caracterizam subordinação hierárquica, no entendimento deste
Tribunal:
Muito embora o objeto do Contrato n.º 74/2002 fosse a prestação de serviços de
apoio administrativo e atividades auxiliares nas dependências da Funasa,
verificou-se absoluto desvio de finalidade do contrato com a direta subordinação
dos empregados terceirizados à administração da Funasa, bem como uma
execução contratual marcada pelo desrespeito aos princípios da moralidade,
impessoalidade e isonomia.
Sobre a questão reproduzo trecho da instrução que foi destacado pelo Ministério
Público por bem demonstrar o contexto em que ocorria a contratação dos
profissionais terceirizados:
163. Destaca-se que, nos termos dos normativos aplicáveis, a indicação e
escolha de pessoas para a atuação no Contrato 74/2002 não poderia nem
sequer passar pela intervenção dos gestores da Funasa, entretanto o
conjunto de situações narradas demonstra que, de fato, a Fundação
encampou a gestão dos serviços que seriam prestados pelos terceirizados,
organizando e concedendo férias aos terceirizados, realizando a
substituição dos funcionários em afastamentos, organizando quadro de
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6.28. A qualificação que se entende necessária ao prestador de serviço pode ser dividida
em duas partes: conhecimentos técnicos e competências comportamentais do
profissional.
6.29. As exigências técnicas, incluindo formação acadêmica e certificações exigidas do
profissional, referem-se a tecnologias e metodologias de trabalho necessárias ao
desenvolvimento de sistemas corporativos no TCU, considerando a plataforma
tecnológica adotada no Tribunal, a arquitetura de software a ser seguida, níveis de
qualidade exigidos e práticas de desenvolvimento em uso nesta Secretaria de Soluções
de TI.
6.30. Entende-se que as competências comportamentais exigidas, como proatividade,
capacidade de trabalho em equipe, capacidade de auto gerenciamento e tomada de
decisão, capacidade de comunicação, entre outros, são essenciais para o
desenvolvimento de software quando adotadas metodologias ágeis.
6.31. Tal entendimento decorre da experiência prática na adoção de métodos ágeis
nesta Secretaria de Soluções de TI, além do conhecimento adquirido por meio da
literatura especializada (ex: Rubin, 2012) e da participação em eventos e congressos
sobre o tema (ex: Agile Brazil 2013 – TC 010.092/2013-7, Agile Brazil 2014 – TC
019.894/2014-7, etc).
6.32. Analisando o mercado privado de trabalho no ramo de tecnologia da informação,
conclui-se que a qualificação exigida (conhecimentos técnicos mais competências
comportamentais) é encontrada, em regra, em analistas-programadores de nível sênior,
não sendo comuns em profissionais de nível inferior.
6.33. Quanto a opção por equipe de desenvolvimento somente com membros de nível
sênior, as justificativas para esta proposta serão apresentadas a seguir.
6.34. Primeiro, conforme exposto logo acima, a complexidade da plataforma tecnológica
utilizada para o desenvolvimento de sistemas corporativos do Tribunal, em conjunto com
o alto nível de exigência em termos da qualidade do produto de software construído,
implica na exigência de profissional altamente qualificado.
6.35. Adicionalmente, mesmo que eventualmente apareçam tarefas de menor
complexidade que profissionais de menor nível pudessem atender, há de se considerar o
ônus que estes profissionais representariam aos de maior nível, em virtude da
necessidade de apoio e orientação, quando não houvesse tarefas de menor
complexidade a fazer e toda a equipe precisasse realizar atividades de maior
complexidade.
6.36. Cabe ainda destacar que, devido à adoção de práticas ágeis, todo membro da
equipe de desenvolvimento irá interagir diretamente com representantes das áreas de
negócio do Tribunal, sendo que estes últimos poderão pertencer a diferentes níveis
hierárquicos do TCU. Neste sentido, entende-se que a alta senioridade do profissional
contratado mitigará risco de comunicação ineficiente entre as partes, o que prejudicaria o
andamento do projeto e oneraria demasiadamente a equipe do Tribunal.
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6.37. Outrossim, a experiência ao longo dos anos nas unidades de TI do Tribunal tem
demonstrado que o custo-benefício de se ter profissionais de menor remuneração e,
consequentemente, de menor competência atendendo às necessidades do órgão tem se
mostrado desfavorável ao TCU.
6.38. Ou seja, acredita-se que a eventual economia na menor remuneração paga ao
contratado não compensa as desvantagens e riscos decorrentes, como atraso e baixa
qualidade dos produtos entregues, insatisfação das unidades de negócio que acabam mal
atendidas, o não alcance dos benefícios esperados com o projeto, necessidade de
retrabalho futuro, etc.
6.39. Diante das experiências anteriores, acredita-se o resultado obtido com a prestação
do serviço por profissionais de TI altamente qualificados torna vantajosa a análise custo-
benefício desta escolha, mesmo aumentando o valor a ser investido em virtude da
necessidade remuneração compatível.
6.40. E como benefício complementar ao Tribunal, há de se ressaltar que quanto maior o
nível do analista de TI e, consequentemente, da sua remuneração, menor o risco de
rotatividade deste profissional. Sabe-se que rotatividade de pessoal implica, em regra,
perda de produtividade. Tais fatos já foram constatados pelas unidades de tecnologia da
informação do Tribunal no âmbito de vários contratos.
6.41. Quantitativo mínimo de profissionais na equipe de desenvolvimento e
dedicação exclusiva
6.42. A literatura especializada em metodologias ágeis (ex: Rubin, 2012) defende que
uma equipe de desenvolvimento típica deve ter 7 membros dedicados ao projeto, com
variação 2 membros para mais ou para menos.
6.43. Com base na experiência prática obtida com a adoção de desenvolvimento ágil na
STI, concorda-se que este é realmente o tamanho de equipe aproximado para que haja
maior eficiência no trabalho conjunto.
6.44. Ademais, para possibilitar práticas como programação em pares previstas no
Extreme Programming (XP), entende-se ser mais apropriado que a equipe tenha,
preferencialmente, número par de membros.
6.45. Desta forma, definiu-se que uma equipe de desenvolvimento deve ter, em regra, 6
integrantes, podendo contudo o Tribunal, de acordo com o sistema a ser implementado,
optar por um quantitativo menor ou maior de profissionais na equipe, dentro de limites
preestabelecidos, sendo o valor da remuneração da contratada reduzido ou acrescido de
forma proporcional.
6.46. Além disso, procura-se evitar o compartilhamento de equipes em diferentes
projetos quando se adota metodologia ágil de desenvolvimento. Conforme consta na
literatura especializada (Rubin, 2012) e se vê na prática no Tribunal, o desenvolvimento
ágil é mais eficiente quando a equipe está dedicada a um único projeto por vez.
6.47. A seguir, reproduz-se trecho de Rubin (2012) no qual se discute a possibilidade do
mesmo time de desenvolvedores atuar em mais de um projeto.
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19. (...).
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6.58. Nesta linha, cabe ainda reproduzir outro trecho do voto revisor do citado Acórdão
nº 614/2008-TCU–Plenário, no qual o discorre-se sobre a vantajosidade da fixação destes
limites salariais mínimos para a Administração Pública:
31.A dinâmica da economia capitalista induz as empresas a objetivarem
constante aumento nos seus lucros. O que se verifica com as licitantes
prestadoras de serviços terceirizados, portanto, é que, tendenciosamente,
buscam majorar seus ganhos por meio da diminuição nos valores da
remuneração de seus empregados, que constituem o mais relevante custo
desse tipo de contrato.
6.61. Pelo exposto, entende-se que não só possível legalmente como também oportuno
e conveniente para o Tribunal a fixação de limites salariais mínimos na contratação em
tela, desde de que respeitados os valores efetivamente praticados no mercado.
6.62. Níveis mínimos de serviço.
6.63. Na definição dos níveis mínimos de serviço, procurou-se definir indicadores e
metas que favorecessem a adoção de práticas ágeis no serviço de desenvolvimento de
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7.3. Porém, deve-se destacar que cada novo projeto de desenvolvimento de software,
mesmo executado de forma indireta, requer acompanhamento e gestão da STI, além de
participação ativa da unidade de negócio demandante da solução.
7.4. Desta forma, considerando a capacidade disponível desta Secretaria de Soluções
de TI para gerenciar projetos de novos sistemas corporativos e para realizar a fiscalização
contratual, apesar de existir demanda reprimida em quantidade superior, entende-se que
4 (quatro) projetos (equipes) simultâneos é quantitativo razoável para o volume de
serviços ora contratado.
8.1.3 O tamanho de equipe previsto no edital poderá ser reduzido ou aumentado pelo
Tribunal, considerando as características do projeto a ser executado por essa equipe.
Caso esta alteração ocorra, a remuneração da empresa contratada será ajustada de
forma proporcional.
8.1.7 A equipe de servidores do TCU será responsável também por tratar eventuais
obstáculos à regular prestação do serviço cuja solução seja de responsabilidade do
Tribunal.
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8.1.10 Periodicamente, o Tribunal irá aferir o atendimento dos níveis de serviço previstos
no Termo de Referência e identificar eventuais descontos e sanções a serem aplicadas à
contratada.
8.1.13 Neste sentido, vale lembrar que o preposto da empresa deverá acompanhar o
andamento dos trabalhos e se manifestar no caso de eventual desvio de nesta relação
entre os servidores do Tribunal e os profissionais da contratada.
8.1.14 Além disso, as regras de controle da efetiva ocupação dos postos de trabalho
foram adaptadas para as particularidades do serviço de desenvolvimento de software.
8.1.16 Cabe lembrar que, neste tipo de contratação, as ausências de profissionais são
estimadas pelas licitantes e o custo da substituição é incluído em suas propostas. Ou
seja, o custo de manter o posto de trabalho ocupado é contabilizado nas planilhas de
preços apresentadas ao órgão público.
8.1.18 Pode-se afirmar ainda que a necessidade de substituir profissional com alta
qualificação em ausências pontuais torna-se risco significativo para a empresa contratada
e geralmente tal fato reflete-se em majoração no lucro ou nos custos indiretos previstos
pela licitante.
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8.1.20 Com regras mais flexíveis, reconhece-se que o licitante ainda precisa estimar
eventuais ausências de seus profissionais e, de alguma forma, incluir tal custo em sua
proposta de preços. Por exemplo, em caso de licença por motivo de saúde, a empresa
deverá continuar remunerando o profissional (até o limite a partir do qual o seu salário é
coberto pela seguridade social) sem receber contrapartida do órgão contratante.
8.1.21 Contudo, entende-se que esta sistemática tende a reduzir custos e riscos
adicionais derivados na necessidade de alocação de profissionais substitutos no contrato.
8.1.22 Por outro lado, é preciso também garantir certo patamar de ocupação destes
postos de trabalho para que a prestação do serviço ao Tribunal não seja prejudicada, no
caso, por exemplo, da empresa contratada considerar mais vantajoso para ela não alocar
a quantidade solicitada de profissionais, em determinados períodos ou situações (ex: no
caso de dificuldade para seleção e contratação de novos profissionais no mercado).
8.2.2 Ademais, será atribuição também da equipe do TCU designada para acompanhar a
prestação do serviço mitigar risco de uso indevido das informações não públicas pelos
profissionais da empresa contratada.
8.3.1 Como em toda contratação de bens e serviços de TI, é prudente que o Tribunal
adote as medidas possíveis para mitigar riscos de dependência excessiva do fornecedor.
8.3.2 No caso em tela, entende-se ser necessário evitar que a eventual descontinuidade
na prestação do serviço contratado comprometa demasiadamente a implantação e a
sustentação dos sistemas desenvolvidos.
8.3.3 Para mitigar tal risco, recorreremos novamente à equipe do TCU responsável pelo
acompanhamento da prestação dos serviços contratados. Esta equipe será responsável
por deter o conhecimento técnico e de negócio associados aos sistemas desenvolvidos
pela equipe terceirizada e posteriormente transmiti-lo aos próximos profissionais que
forem designados para prosseguir com a execução do serviço de desenvolvimento de
software.
8.3.4 Espera-se, ainda, que esta equipe do TCU seja capaz de atender demandas
emergenciais, como incidentes no funcionamento do sistema em produção, ou mesmo
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9.4.1 O prazo de garantia dos serviços entregues no âmbito deste contrato será de 120
(cento e vinte) dias, contados após o seu recebimento definitivo.
9.5 Repactuação
9.5.1 Sugere-se admitir repactuação dos valores do contrato visando a sua adequação
aos novos preços de mercado, nos termos da legislação vigente.
10 Orçamento estimado
10.1 Levantamento de cargos e salários no mercado
10.1.3 Ainda de acordo com a empresa Robert Half (peça 23, página 2), considera-se
grande empresa aquela que tem faturamento superior a R$ 500 milhões anuais.
10.1.4 Haja vista que o orçamento do TCU em 2014 foi de aproximadamente um bilhão e
seiscentos milhões de reais (peça 26), entende-se que o Tribunal pode ser equiparado à
empresa de grande porte para fins desta pesquisa de preços.
10.1.6 Segundo esta pesquisa, o salário deste cargo em empresa de grande porte varia
entre R$ 8.100,00 e R$ 12.000,00, o que dá a média de R$ 10.050,00.
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10.1.7 No site Curriculum.com.br, existem três cargos que se assemelham com o perfil
procurado (peça 24), cujos respectivos salários e valor médio encontram-se no quadro a
seguir:
10.1.8 O Instituto de Pesquisas Datafolha publicava médias salarias para perfil similar ao
desejado nesta contratação. Como a última publicação foi em abril de 2015 (peça 25),
aplicou-se a inflação do período para se obter valor atualizado.
10.1.9 No caso da pesquisa do Datafolha, importa ainda ressaltar que a média se refere
aos valores praticados na Grande São Paulo. Contudo, conforme pesquisa recente da
Revista Veja (peça 34), Brasília tem o 3º maior custo de vida do país, logo atrás de São
Paulo, além do que cada remuneração levantada nesta análise será analisada em
conjunto com valores obtidos de outras fontes. Desta forma, entende-se que a informação
deste Instituto de Pesquisa pode ser utilizada nesta pesquisa de preços.
Curriculum.com.br 7.918,50
Datafolha 12.446,67
Média 10.138,39
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10.2.3 A única resposta da TIControle com informações acerca de cargos e salários foi a
do CNJ, que indicou o seu Contrato CNJ nº 49/2011, atualmente em seu 6º Termo Aditivo
(peça 29). A qualificação exigida para cada cargo (perfil profissional) encontra-se no
Anexo A ao Contrato (peça 29, páginas 21 a 23), enquanto a remuneração vigente para o
período de 26/1/2015 a 25/1/2016 encontra-se no Anexo B-I ao 6º Termo Aditivo (peça
29, página 40).
10.2.5 Contudo, ao analisar a qualificação mínima exigida para esses perfis, percebeu-se
o seguinte:
10.2.7 Ademais, ao comparar a qualificação dos perfis do Contrato CNJ nº 49/2011 com o
exigido para o Analista Programador Sênior da contratação em tela (peça 5 – Item 5.4),
tem-se que a qualificação mínima a ser aceita pelo Tribunal é superior até ao perfil
“Arquiteto de Software” da contratação do Conselho Nacional de Justiça.
10.2.8 Por este motivo e pelo fato de não haver perfil profissional com qualificação
superior no mencionado Contrato CNJ, entende-se mais adequado utilizar a remuneração
do perfil “Arquiteto de Software” nesta pesquisa de preços do que a remuneração do perfil
“Analista de Sistemas Sênior”, apesar da denominação deste último perfil possuir maior
similaridade com a da contratação do TCU.
10.2.9 Além dessa contratação do CNJ, outro contrato público útil para balizar o
levantamento de preços na Administração Pública ora realizado é o Contrato nº 20/2013
do próprio TCU (peças 30 e 31).
10.2.12 Portanto, assim como foi feito com o referido Contrato CNJ, esta pesquisa
de preços considerará a remuneração do perfil “Arquiteto de Software” no lugar do perfil
“Analista de Sistemas Sênior” deste contrato do TCU.
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10.2.16 A resposta obtida do SISP (peça 33) fez referência a pregão recente da
Diretoria de Tecnologia da Informação do próprio MPOG (04/2015), no qual foi feita
diligência às licitantes questionando os perfis profissionais que prestariam o serviço de
desenvolvimento de software a ser contratado com a respectiva remuneração.
10.2.17 Nas respostas enviadas pelas empresas (peça 34), não há o perfil “Analista
de Sistemas” ou “Analista Programador” de nível Sênior, e também não há informações
acerca da qualificação de cada perfil profissional informado. Desta forma, visando obter
remuneração aproximada do perfil exigido na contratação em tela, optou-se por seguir a
regra adotada na análise dos contratos do CNJ e do próprio TCU e foram considerados os
valores apresentados para o cargo (competência) de “Arquiteto de Software”:
Média 6.600,00
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10.2.20 Para isso, será feita a média aritmética do salário praticado para o perfil
Arquiteto de Software nas duas espécies do serviço contratado:
Média 8.655,41
CNJ 7.694,58
TCU 6.677,67
MPOG 6.600,00
CNPq 8.655,41
Média 7.406,92
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10.3.3 Não havendo resposta dos sindicatos até o término do restante dos estudos
técnicos preliminares, optou-se por prosseguir com o processo licitatório com os valores
obtidos de outras fontes, aplicando também por analogia o disposto na Portaria-TCU
128/2014, art. 11, inc. II.
10.4.2 Dentre as propostas de fornecedores recebidas (peças 40 a 44), apesar de ter sido
solicitada proposta detalhada, somente uma (peça 42, página 11) detalhou sua planilha
de composição de custos e estimou o salário a ser pago para os seus profissionais.
10.5.1 Para o cálculo da remuneração mínima a ser aceita para o profissional terceirizado,
serão consideradas as médias das remunerações levantadas junto às empresas de
pesquisa de cargos e salários, dos valores praticados na Administração Pública e das
remunerações informadas nas propostas de fornecedores, conforme quadro a seguir:
Média 9.781,77
10.6.1 Considerando que somente uma empresa apresentou proposta com planilha
detalhada de composição de custos, a estimativa total do valor da contratação foi obtida
por média aritmética das propostas apresentadas, aplicando-se, por analogia, o disposto
no art. 9º da Portaria 128/2014.
10.6.2 Como justificativa, cabe ressaltar que o objeto da contratação não parece ser
propício ao chamado “jogo de planilhas”. Por exemplo, se um fornecedor reduzir seu
percentual de lucro mas majorar o valor atribuído a outros itens (ex: custos indiretos) de
sua composição de preços, não terá como posteriormente aumentar o volume de
execução somente destes outros itens para elevar sua remuneração total em detrimento
do interesse público.
10.6.3 Por este motivo, entende-se que a adoção da fórmula de cálculo do referido art. 9º
da Portaria 128/2014 para obtenção do valor total estimado da contratação não trará risco
significativo ao procedimento de seleção da proposta mais vantajosa para à
Administração.
10.6.4 Neste sentido, os preços ofertados nas propostas dos fornecedores foram
consolidados no quadro a seguir:
Média 213.331,17
10.6.5 Com este valor unitário mensal estimado, estimativa total de preço da contratação
é a seguinte:
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10.7.1 Adicionalmente ao disposto na Lei 8.666/93, art. 44, § 3º e art. 48, serão
desclassificadas propostas que:
11 Condições do edital
11.1 Modalidade e tipo de licitação
11.1.1 Entende-se que o serviço a ser contratado é considerado serviço comum nos
termos do § 2o do art. 3º do Decreto 3.555/2000 e, desta forma, a modalidade de licitação
deve ser o pregão, preferencialmente na forma eletrônica, com tipo “menor preço”.
11.2.1 Apesar da demanda potencial para o objeto a ser contratado (item 7 deste
documento), ainda não é possível determinar precisamente o volume de serviço que será
necessário. Prevê-se que o serviço será solicitado na medida que o Tribunal priorizar
novos projetos com base em seus critérios institucionais e se organizar para executar,
fiscalizar e gerenciar o contrato.
11.2.2 Desta forma, com fulcro no Decreto 7892/2013, art. 3º, inciso IV, solicita-se que o
presente processo licitatório resulte em ata de registro de preço.
11.2.3 Todavia, entende-se que as características do objeto são muito específicas para as
necessidades do Tribunal de tal forma que o serviço a ser contratado não poderia ser
transposto para outro ente público sem as devidas adaptações ou sem incorrer em riscos
advindos das realidades distintas existentes nos órgãos da Administração Pública
Federal.
11.2.5 Desta forma, sugere-se que não seja publicada Intenção de Registro de Preço para
este certame. No mesmo sentido, solicita-se que não seja previsto nenhum quantitativo
para adesão por outro órgão público após o registro de preços (adesão tardia).
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11.4.4 Nesta mesma esteira, entende-se que o objeto da contratação em tela não possui
complexidade que necessite de subcontratação ou permissão para participação de
consórcios para ampliar a disputa na licitação.
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11.4.5 Por este motivo, sugere-se ainda que não seja permitida a subcontratação neste
contrato nem a participação de consórcios neste certame.
Patrimônio Líquido igual ou superior a 1/12 (um doze avos) do valor total dos
contratos firmados com a Administração Pública e com a iniciativa privada cujo
objeto seja prestação de serviços mediante a disponibilização de empregado de
maneira exclusiva, na forma de posto de trabalho, vigentes na data da sessão
pública de abertura deste Pregão.
13 Análise de risco
Probabil. Ações de mitigação ou Responsáveis Período de
No. Descrição do Risco Impacto
Ocorrência contingência pelas ações Execução
1 Inadequação do Média Alto Limitação do volume de STI, AdgeTI Planejamento
modelo de contratação serviços contratados. da
contratação.
Discussão e construção
do modelo com apoio de
outras unidades do
Tribunal.
2 Prestador de serviço Média Alto Exigência no Termo de STI Planejamento
com qualificação Referência de da
insuficiente qualificação para todos contratação.
os prestadores de
serviço.
Fixação de limites
salariais mínimos para
os profissionais.
3 Falha na estratégia de Baixa Alto Discussão e construção STI, AdgeTI, Planejamento
execução do contrato da estratégia de Seginf, e execução
execução contratual Adgepres, da
com as unidades Seadmin contratação.
envolvidas.
4 Preço inexequível Baixa Alto Fixação de limites STI Planejamento
salariais mínimos para da
os profissionais. contratação.
5 Ausência de espaço Média Alto Solicitação dos recursos STI Planejamento
físico, mobiliário e necessários à Segedam da
equipamentos para os e à Setic com a devida contratação.
prestadores de serviço antecedência.
6 Ausência de equipe da Média Alto Discussão e construção STI, AdgeTI, Planejamento
STI necessária à da estratégia de Seginf, da
execução contratual execução contratual Adgepres, contratação.
com as unidades Seadmin
envolvidas.
7 Gestor da solução Baixa Alto Avaliar a disponibilidade STI, AdgeTI, Execução do
(Product Owner) de TI do gestor no momento Seginf, contrato.
a ser desenvolvida da seleção do projeto a Adgepres,
sem a disponibilidade ser desenvolvido com o Seadmin
necessária para serviço contratado.
acompanhar o projeto.
8 Baixa maturidade dos Baixa Alto Avaliar a maturidade STI, AdgeTI, Execução do
requisitos de negócio dos requisitos no Seginf, contrato.
da solução a ser momento da seleção do Adgepres,
desenvolvida com o projeto a ser Seadmin
serviço contratado. desenvolvido com o
serviço contratado.
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De acordo
Rodrigo César Santos Felisdório
Secretário da STI
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Anexo I – Bibliografia
Bibliografia
Rubin, Kenneth S. Essential Scrum: A Practical Guide to the Most Popular Agile Process. Addison-Wesley
Professional. 2012. (Disponível na biblioteca virtual Safari Books Online)
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