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Limeira - SP
2009
ii
Limeira - SP
2009
iii
FOLHA DE APROVAÇÃO
________________________________________________________
Prof. Adilson José Rossini
________________________________________________________
Profª Ângela Maria Aparecida Albino
________________________________________________________
Profª Drª Lubienska Cristina Lucas Jaquiê Ribeiro
iv
À Pati,
Pelo incentivo, apoio
e paciência.
v
AGRADECIMENTOS
Prefeitura Municipal de Mogi Mirim, bem como a todos os amigos destes órgãos;
SUMÁRIO
Resumo.................................................................................................... xv
1. Introdução................................................................................................ 01
2. Objetivo.................................................................................................... 02
3. Revisão bibliográfica.............................................................................. 03
4. Materiais e métodos................................................................................ 19
5. Resultados e discussão.......................................................................... 68
6. Medidas mitigadoras............................................................................... 96
7. Conclusão................................................................................................ 100
ÍNDICE
1. Introdução 01
2. Objetivo 02
3. Revisão bibliográfica 03
3.1. Qualidade das Águas 03
3.2. Poluição da águas por esgotos – Autodepuração 04
3.3. Efeitos da poluição das águas 05
3.4. Monitoramento Ambiental 05
3.5. Índices de Qualidade das Águas 06
3.6. Significado sanitário/ambiental dos parâmetros do IQA 10
3.6.1. Coliformes fecais 10
3.6.2. pH 10
3.6.3. Demanda Bioquímica de Oxigênio 11
3.6.4. Nitrogênio Total 12
3.6.5. Fósforo Total 14
3.6.6. Temperatura 15
3.6.7. Turbidez 15
3.6.8. Resíduo Total 16
3.6.9. Oxigênio Dissolvido 17
4. Materiais e métodos 19
4.1. Levantamento do caso específico 19
4.1.1. Breve histórico do município 19
4.1.2. Os usos do solo 20
4.1.3. A estrutura urbana e fragilidades ambientais 22
4.2. Divisão das sub-bacias hidrográficas 23
4.3. Caracterização das sub-bacias hidrográficas 25
4.3.1. Sub-bacia do Bela Vista 25
4.3.2. Sub-bacia do Lavapés 28
4.3.3. Sub-bacia do Toledo 31
4.3.4. Sub-bacia do Santo Antonio 34
4.3.5. Sub-bacia do Bairrinho 38
4.3.6. Bacia do rio Mogi Mirim 42
4.4. Definição da campanha de amostragem 46
ix
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 01: Curvas Médias de Variação de Qualidade das Águas. 9
FIGURA 02: Zoneamento da bacia do rio Mogi Mirim. 24
FIGURA 03: Córrego Bela Vista, após passagem pelo horto florestal, sem 25
respeito ou proteção à sua APP.
FIGURA 04: Galeria de águas pluviais que recebe carga de esgotos da rua 26
Caetano Schincariol e flui ao córrego Bela Vista.
FIGURA 05: Rua Caetano Schincariol, Distrito Industrial I 26
FIGURA 06 e 07: Solo nu às margens do córrego Bela Vista, podendo assim ser 26
carreado por chuvas ao corpo hídrico, aumentando sua turbidez e assoreando-o.
FIGURA 08: Sub-bacia do córrego Bela Vista. 27
FIGURA 09: Vista superior de parte do Complexo Lavapés 29
FIGURA 10: Lago eutrofisado devido ao crescimento algal 29
FIGURA 11: Junção dos córregos Parque Industrial e Maria Beatriz, sendo que 29
o segundo apresenta alta turbidez devido a episódio envolvendo vazamento de
esgotos doméstico para o córrego
FIGURA 12: Vertedouro do lago Lavapés apresentando formação de espumas, 29
podendo ser ocasionada devido à alta concentração de matéria orgânica
(Nitrogênio e Fósforo)
FIGURA 13: Sub-bacia do córrego Lavapés 30
FIGURA 14: Nascente do córrego, assim que ele deixa de ser canalizado, 31
perfazendo um canal livre.
FIGURA 15: Situação do canal, logo após a saída da galeria de águas pluviais. 31
FIGURA 16: Situação da degradação ambiental do corpo hídrico. 32
FIGURA 17: Sub-bacia do córrego Toledo 33
FIGURA 18: Travessia de esgotos e dispositivo tipo comporta utilizado para 35
descarregar esgotos no córrego Santo Antonio quando a rede encontra-se
sobrecarregada.
FIGURA 19 e 20: Vista da área da Voçoroca qual encontra-se instabilizada e 35
vista de área já estabilizada com vegetação definida
FIGURA 21 e 22: Localização de possíveis pontos de lançamento de esgotos no 36
córrego Santo Antonio através do despejo no sistema de drenagem.
FIGURA 23: Fundo do curso d´água com material de aspecto pegajoso, 36
característico de gorduras presentes nos esgotos.
FIGURA 24 e 25: Pontos lançamento de águas pluviais possivelmente 36
contaminados com esgotos devido a formação de espumas, coloração e odor
xii
córrego Lavapés
FIGURA 62: Ponto de Monitoramento Ambiental 06. 54
FIGURA 63: Detalhe do Ponto de Monitoramento Ambiental. 54
FIGURA 64: Localização do Ponto de Monitoramento Ambiental 07 – Jusante do 55
córrego do Toledo
FIGURA 65: Ponto de Monitoramento Ambiental 07. 55
FIGURA 66: Detalhe do Ponto de Monitoramento Ambiental 55
FIGURA 67: Localização do Ponto de Monitoramento Ambiental 08 – Trecho 57
final do córrego Santo Antonio.
FIGURA 68: Ponto de Monitoramento Ambiental 08. 57
FIGURA 69: Detalhe Ponto de monitoramento Ambiental. 57
FIGURA 70: Localização do Ponto de Monitoramento Ambiental 09 – Trecho 58
final do córrego Bairrinho
FIGURA 71: Ponto de Monitoramento Ambiental 09. 58
FIGURA 72: Detalhe do Ponto de Monitoramento Ambiental. 58
FIGURA 73: Localização do Ponto de Monitoramento Ambiental 03 – Montante 60
do rio Mogi Mirim em sua área urbana
FIGURA 74: Vista do Ponto de Monitoramento Ambiental 60
FIGURA 75: Detalhes do Ponto de Monitoramento Ambiental 60
FIGURA 76: Localização do Ponto de Monitoramento Ambiental 10 – Trecho 61
médio do rio Mogi Mirim
FIGURA 77: Ponto de Monitoramento Ambiental 10. 61
FIGURA 78: Detalhe do Ponto de Monitoramento Ambiental 10. 61
FIGURA 79: Localização do Ponto de Monitoramento Ambiental 11 – Trecho 62
final do rio Mogi Mirim em sua área urbana.
FIGURA 80: Ponto de Monitoramento Ambiental 11. 62
FIGURA 81: Detalhe Ponto de Monitoramento Ambiental 11. 62
FIGURA 82: Pontos de amostragem para os padrões Coli e E.Coli 64
FIGURAS 83 e 84: Identificação de esgotos domésticos sendo lançados no 67
sistema de águas pluviais e, conseqüentemente, nos corpos hídricos através do
teste com corantes nos esgotos.
FIGURA 85: Gráfico de evolução do IQA na sub-bacia do Bela Vista. 81
FIGURA 86: Gráfico de evolução do IQA para a sub-bacia em questão 82
FIGURA 87: Gráfico de evolução do IQA para a sub-bacia em questão. 84
FIGURA 88: Gráfico de evolução do IQA para a sub-bacia em questão. 86
FIGURA 89: Travessia de esgotos sobre o córrego Santo Antonio rompida 87
xiv
LISTA DE TABELAS
RESUMO
1. INTRODUÇÃO
2. OBJETIVO
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Nessa linha, a CETESB utiliza desde 1975, o Índice de Qualidade das Águas –
IQA, com vistas a servir de informação básica de qualidade de água para o público em
geral, bem como para o gerenciamento ambiental das 22 Unidades de Gerenciamento
dos Recursos Hídricos do Estado de São Paulo.
n
IQA = ∏ qiwi
i =1
onde: Equação 01: Fórmula para calculo do IQA. Fonte: CETESB, 2008
∑w i =1
i =1
Equação 02: Fórmula para calculo do IQA. Fonte: CETESB, 2008
em que:
Temperatura
Nitrogênio Total Fósforo Total (afastamento da temperatura de equilíbrio)
para i = 4 para i = 5 para i = 6
100 100 100
Nota: se N. T. > 100,0, q 4 = 1,0 Nota: se Po4 - T > 10,0, q5 = 1,0 Nota: se ∆t < -5,0 q6 é indefinido
se ∆t > 15,0 q6 = 9,0
80 80 80
70 70 70
60 60 60
q7 50 q8 50 q9 50
40 40 40
30 30 30
20 20 20
10 10 10
0 0 0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 100 0 100 200 300 400 500 0 40 80 120 160 200
Turbidez U. F. T. R. T. mg/t O.D. % de saturação
Nota: se turbidez > 100, q7 = 5,0 Nota: se R. T. > 500, q8 = 32,0 Nota: se OD. %sat. > 140, q9 = 47,0
Figura 01 - Curvas Médias de Variação de Qualidade das Águas. Fonte: CETESB, 2008.
No caso de não se dispor do valor de alguma das nove variáveis, o cálculo do
IQA é inviabilizado.
Além dos ábacos apresentados na Figura 01, o IQA também pode ser calculado
com base em um modelo matemático no formato de planilha eletrônica em Excel.
Categoria Ponderação
3.6.2. pH
Por influir em diversos equilíbrios químicos que ocorrem naturalmente ou em
processos unitários de tratamento de águas, o pH é um parâmetro importante em
muitos estudos no campo do saneamento ambiental.
A influência do pH sobre os ecossistemas aquáticos naturais dá-se diretamente
devido a seus efeitos sobre a fisiologia das diversas espécies. Também o efeito indireto
é muito importante podendo, em determinadas condições de pH, contribuírem para a
precipitação de elementos químicos tóxicos como metais pesados; outras condições
11
escoamento das águas pluviais pelos solos fertilizados também contribui para a
presença de diversas formas de nitrogênio.
Também nas áreas urbanas, a drenagem das águas pluviais, associadas às
deficiências do sistema de limpeza pública, constituem fonte difusa de difícil
caracterização.
Os compostos de nitrogênio são nutrientes para processos biológicos são
caracterizados como macronutrientes pois, depois do carbono, o nitrogênio é o
elemento exigido em maior quantidade pelas células vivas. Quando descarregados nas
águas naturais, conjuntamente com o fósforo e outros nutrientes presentes nos
despejos, provocam o enriquecimento do meio, tornando-o mais fértil e possibilitam o
crescimento em maior extensão dos seres vivos que os utilizam, especialmente as
algas, o que é chamado de eutrofização. Quando as descargas de nutrientes são muito
fortes, dá-se o florescimento muito intenso de gêneros que predominam em cada
situação em particular. Estas grandes concentrações de algas podem trazer prejuízos
aos múltiplos usos dessas águas, prejudicando seriamente o abastecimento público ou
causando poluição por morte e decomposição. O controle da eutrofização, através da
redução do aporte de nitrogênio é comprometida pela multiplicidade de fontes, algumas
muito difíceis de serem controladas como a fixação do nitrogênio atmosférico, por parte
de alguns gêneros de algas. Por isso, deve-se investir preferencialmente no controle
das fontes de fósforo.
Pela legislação federal em vigor, o nitrogênio amoniacal é padrão de
classificação das águas naturais e padrão de emissão de esgotos. A amônia é um
tóxico bastante restritivo à vida dos peixes, sendo que muitas espécies não suportam
concentrações acima de 5 mg/L. Além disso, como visto anteriormente, a amônia
provoca consumo de oxigênio dissolvido das águas naturais ao ser oxidada
biologicamente, a chamada DBO de segundo estágio. Por estes motivos, a
concentração de nitrogênio amoniacal é importante parâmetro de classificação das
águas naturais e normalmente utilizado na constituição de índices de qualidade das
águas. Os nitratos são tóxicos, causando uma doença chamada metahemoglobinemia
infantil, que é letal para crianças (o nitrato reduz-se a nitrito na corrente sangüínea,
competindo com o oxigênio livre, tornando o sangue azul). Por isso, o nitrato é padrão
de potabilidade, sendo 10 mg/L o valor máximo permitido pela Portaria 518 (CETESB,
2008).
14
3.6.6. Temperatura
Variações de temperatura são parte do regime climático normal e, corpos de
água naturais apresentam variações sazonais e diurnas, bem como estratificação
vertical. A temperatura superficial é influenciada por fatores tais como latitude, altitude,
estação do ano, período do dia, taxa de fluxo e profundidade. A elevação da
temperatura em um corpo d’água geralmente é provocada por despejos industriais
(indústrias canavieiras, por exemplo) e usinas termoelétricas.
A temperatura desempenha um papel principal de controle no meio aquático,
condicionando as influências de uma série de variáveis físico-químicas. Em geral, à
medida que a temperatura aumenta, de 0 a 30°C, a vi scosidade, tensão superficial,
compressibilidade, calor específico, constante de ionização e calor latente de
vaporização diminuem, enquanto a condutividade térmica e a pressão de vapor
aumentam. Organismos aquáticos possuem limites de tolerância térmica superior e
inferior, temperaturas ótimas para crescimento, temperatura preferida em gradientes
térmicos e limitações de temperatura para migração, desova e incubação do ovo
(CETESB, 2008).
3.6.7. Turbidez
A turbidez de uma amostra de água é o grau de atenuação de intensidade que
um feixe de luz sofre ao atravessá-la (esta redução dá-se por absorção e
espalhamento, uma vez que as partículas que provocam turbidez nas águas são
maiores que o comprimento de onda da luz branca), devido à presença de sólidos em
suspensão, tais como partículas inorgânicas (areia, silte, argila) e de detritos orgânicos,
algas e bactérias, plâncton em geral, etc. A erosão das margens dos rios em estações
chuvosas é um exemplo de fenômeno que resulta em aumento da turbidez das águas e
que exigem manobras operacionais, como alterações nas dosagens de coagulantes e
auxiliares, nas estações de tratamento de águas. A erosão pode decorrer do mau uso
do solo em que se impede a fixação da vegetação. Este exemplo mostra também o
caráter sistêmico da poluição, ocorrendo inter-relações ou transferência de problemas
de um ambiente (água, ar ou solo) para outro.
Os esgotos sanitários e diversos efluentes industriais também provocam
elevações na turbidez das águas. Um exemplo típico deste fato ocorre em
conseqüência das atividades de mineração, onde os aumentos excessivos de turbidez
16
decompositores da matéria orgânica. Isto por que as células vivas são, em última
análise, compostos orgânicos e estão presentes formando flocos em grandes
quantidades relativamente à matéria orgânica “morta” nos tanques de tratamento
biológico de esgotos. Embora não representem exatamente a fração ativa da biomassa
presente, os sólidos voláteis têm sido utilizados de forma a atender as necessidades
práticas do controle de rotina. Imagine-se as dificuldades que se teria se fosse
utilizada, por exemplo, a concentração de DNA para a identificação da biomassa ativa
nos reatores biológicos.
Para o recurso hídrico, os sólidos podem causar danos aos peixes e à vida
aquática. Eles podem se sedimentar no leito dos rios destruindo organismos que
fornecem alimentos, ou também danificar os leitos de desova de peixes. Os sólidos
podem reter bactérias e resíduos orgânicos no fundo dos rios, promovendo
decomposição anaeróbia. Altos teores de sais minerais, particularmente sulfato e
cloreto, estão associados à tendência de corrosão em sistemas de distribuição, além
de conferir sabor às águas (CETESB, 2008).
velocidade normal, que por sua vez apresenta taxa superior à de uma represa, coma
velocidade normalmente bastante baixa.
Outra fonte importante de oxigênio nas águas é a fotossíntese de algas. Este
fenômeno ocorre em maior proporção em águas eutrofizadas, ou seja, aquelas em que
a decomposição dos compostos orgânicos lançados levou à liberação de sais minerais
no meio, especialmente os de nitrogênio e fósforo, que são utilizados como nutrientes
pelas algas.
Esta fonte não é muito significativa nos trechos de rios à jusante de fortes
lançamentos de esgotos. A turbidez e a cor elevadas dificultam a penetração dos raios
solares e apenas poucas espécies resistentes às condições severas de poluição
conseguem sobreviver. A contribuição fotossintética de oxigênio só é expressiva após
grande parte da atividade bacteriana na decomposição de matéria orgânica ter
ocorrido, bem como após terem se desenvolvido também os protozoários que, além de
decompositores, consomem bactérias clarificando as águas e permitindo a penetração
de luz.
Este efeito pode “mascarar” a avaliação do grau de poluição de uma água,
quando se toma por base apenas a concentração de oxigênio dissolvido. Sob este
aspecto, águas poluídas são aquelas que apresentam baixa concentração de oxigênio
dissolvido (devido ao seu consumo na decomposição de compostos orgânicos),
enquanto que as águas limpas apresentam concentrações de oxigênio dissolvido
elevadas, chegando até a um pouco abaixo da concentração de saturação. No entanto,
uma água eutrofizada pode apresentar, durante o período diurno, concentrações de
oxigênio bem superiores a 10 mg/L, mesmo em temperaturas superiores a 20°C,
caracterizando uma situação de supersaturação. Isto ocorre principalmente em lagos
de baixa velocidade onde chegam a se formar crostas verdes de algas à superfície.
Uma adequada provisão de oxigênio dissolvido é essencial para a manutenção
de processos de autodepuração em sistemas aquáticos naturais e estações de
tratamento de esgotos. Através de medição do teor de oxigênio dissolvido, os efeitos
de resíduos oxidáveis sobre águas receptoras e a eficiência do tratamento dos esgotos,
durante a oxidação bioquímica, podem ser avaliados. Os níveis de oxigênio dissolvido
também indicam a capacidade de um corpo d’água natural manter a vida aquática
(CETESB, 2008).
19
4. MATERIAIS E MÉTODOS
Os bairros centrais são bem servidos de comércio e serviços. Santa Cruz, Nova
Mogi e o Centro destacam-se nesse sentido. Nos bairros mais afastados as atividades
comerciais restringem-se a algumas avenidas. Entre os bairros da Tucura e
Aguardente do Reino: Av. Da Saudade, Av. 22 de outubro, Av. Juscelino Kubitschek,
Rua da Tucura e Av. Pedro Botesi. No bairro Morro Vermelho: Av. Mogi Guaçu. No
Mirante: Av. Expedito Quartieri. Na saúde: Rua Padre Roque e Av. da Saúde. No bairro
Garcez: Rua Antonio Moreira Peres. A ocorrência de comércio e serviços somente nas
ruas e avenidas citadas pode ser insuficiente para atender bairros mais adensados,
como o Tucura, além de dificultar o acesso de uma parcela significativa de moradores
dessas regiões a essas atividades, devido à distância entre a habitação e o comércio.
Nas regiões periféricas prevalecem à homogeneidade de uso, em alguns casos
resultado da ocupação a partir de conjuntos habitacionais públicos (Linda Chaib). O
fato de praticamente não existir atividade comercial formal em bairros populosos e
densos como Parque das Laranjeiras, Linda Chaib, Jardim Planalto, Jardim Patrícia,
Parque da Imprensa, entre outros, é determinante para alavancar o processo de
expansão de uma rede informal de comércio e serviços.
A cidade possui dois distritos industriais: o Distrito Industrial José Marangoni e o
Distrito Industrial Luiz Torrani. O primeiro localiza-se às margens da Rodovia SP 147 –
Deputado Laerte Corte. O segundo, às margens da Rodovia SP 340 – Governador
Adhemar de Barros. As áreas destinadas ao Distrito José Marangoni apresentam
problemas de localização. A topografia e a proximidade em relação a algumas
nascentes aumenta o risco de impactos ambientais negativos dessa atividade sobre a
vida urbana.
O Distrito Industrial Luiz Torrani localiza-se de frente à Rodovia SP 340. A
rodovia facilita a chegada de insumos e o escoamento da produção. A distância das
áreas residenciais minimiza as possíveis agressões ambientais. Mas, pôr outro lado,
21
Figura 02 Zoneamento da bacia do rio Mogi mirim : mapa com todas as sub-bacias
25
Figura 03: Córrego Bela Vista, após passagem pelo horto florestal, sem respeito ou proteção à
sua APP.
26
Rua
Figura Caetano Schincariol,
05: Rua Caetano Schincariol,Distrito
Distrito
Figura 04: Galeria de águas pluviais
Industrial
Industrial
Rua CaetanoI I Schincariol, Distrito
que recebe carga de esgotos da rua Caetano
Figura 06 e 07: Solo nu às margens do córrego Bela Vista, podendo assim ser carreado por chuvas
ao corpo hídrico, aumentando sua turbidez e assoreando-o.
27
Figura 09: Vista superior de parte do Figura 10: Lago eutrofisado devido ao
Complexo Lavapés crescimento algal
Figura 11: Junção dos córregos Parque Figura 12: Vertedouro do lago Lavapés
Industrial e Maria Beatriz, sendo que o apresentando formação de espumas,
segundo apresenta alta turbidez devido a podendo ser ocasionada devido à alta
episódio envolvendo vazamento de esgotos concentração de matéria orgânica (Nitrogênio
doméstico para o córrego. e Fósforo).
30
Figura 14: Nascente do córrego, assim que Figura 15: Situação do canal, logo após a
ele deixa de ser canalizado, perfazendo um saída da galeria de águas pluviais.
canal livre.
32
Figura 18: Travessia de esgotos e dispositivo tipo comporta utilizado para descarregar esgotos
no córrego Santo Antonio quando a rede encontra-se sobrecarregada.
Figura 19 e 20: Vista da área da Voçoroca qual encontra-se instabilizada e vista de área já
estabilizada com vegetação definida.
36
Figura 21 e 22: Localização de possíveis pontos de lançamento de esgotos no córrego Santo Antonio
através do despejo no sistema de drenagem.
Figura 23: Fundo do curso d´água com material de aspecto pegajoso, característico de gorduras
presentes nos esgotos.
Figura 24 e 25: Pontos lançamento de águas pluviais possivelmente contaminados com esgotos devido
a formação de espumas, coloração e odor.
37
Figura 27: Vegetação definida entre as Figura 28: Vista superior da pedreira
avenidas Nadib Chaib. Degrava.
39
Figura 37: Canal que conduz águas Figura 38: Lago do córrego Bairrinho qual
residuárias do processo de tratamento d´água recebe águas residuárias da ETA I.
para o córrego Bairrinho.
41
Figura 40: Vista do rio Mogi Mirim, antes do Figura 41: Vista do Parque das Laranjeiras.
Ponto de Monitoramento Ambiental 03.
43
Figura 44: Área do rio Mogi Mirim inundada Figura 45: Criação de animais e estocagem
com ausência de vegetação ciliar. de recicláveis as margens do rio Mogi Mirim.
Figura 46 e 47: Esgotos sendo lançados a céu aberto, atingindo o rio Mogi Mirim.
44
TABELA 02. Descrição dos padrões utilizados para o cálculo do IQA. Fonte: CETESB, 2008.
TABELA 03. Resumo dos pontos de monitoramento ambiental. Fonte: BORIM, G. 2009.
Sub-bacia do Lavapés
Figura 55: Localização do Ponto de Monitoramento Ambiental 02 – Junção dos córregos Maria Beatriz e
Parque Industrial, formando o córrego Lavapés.
Sub-bacia do Lavapés
Sub-bacia do Lavapés
Figura 67: Localização do Ponto de Monitoramento Ambiental 08 – Trecho final do córrego Santo
Antonio.
Figura 70: Localização do Ponto de Monitoramento Ambiental 09 – Trecho final do córrego Bairrinho
Figura 73: Localização do Ponto de Monitoramento Ambiental 03 – Montante do rio Mogi Mirim em sua
área urbana
Figura 76: Localização do Ponto de Monitoramento Ambiental 10 – Trecho médio do rio Mogi Mirim
Figura 79: Localização do Ponto de Monitoramento Ambiental 11 – Trecho final do rio Mogi Mirim em
sua área urbana.
Figuras 83 e 84: Identificação de esgotos domésticos sendo lançados no sistema de águas pluviais e,
conseqüentemente, nos corpos hídricos através do teste com corantes nos esgotos.
68
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1. Resultados
5.1.1. IQA
5.1.1.1. Resumo:
TABELA 07. Resumo da classificação do IQA, desde o trecho inicial até o trecho final da
bacia hidrográfica do rio Mogi Mirim em sua área urbana. Fonte: SAAE Mogi Mirim, 2009.
Córrego classe 2.
Córrego classe 2.
Córrego classe 2.
Rio classe 2.
Rio classe 3.
Rio classe 3.
*VMP = Valor Máximo Permitido de acordo com a Resolução CONAMA Nº357/2005 para os organismos
E. Coli.
80
5.2.1. IQA
Evolução do IQA
90
84
80
70 72
60
54
50 50
40 PM05
30
20
10
0
Março/2009 Maio/2009 Julho/2009 Setembro/2009
Evolução do IQA
80
73
70
62
60 60 60
57
54
50 51
49
PM02
40
38 37 PM01
34
30 PM06
20
10
0
Março/2009 Maio/2009 Julho/2009 Setembro/2009
Evolução do IQA
70
60 61
50
48
44
40
37
30
20
10
0
Março/2009 Maio/2009 Julho/2009 Setembro/2009
PM07
Evolução do IQA
60
53
50
47
40
37
35
30
20
10
0
Março/2009 Maio/2009 Julho/2009 Setembro/2009
PM08
Figura 89: Travessia de esgotos sobre o córrego Santo Antonio rompida sofrendo conserto e a carga de
esgotos sendo lançada no córrego.
88
Evolução do IQA
60
55
50
44
40
38 38
30
20
10
0
Março/2009 Maio/2009 Julho/2009 Setembro/2009
PM09
Evolução do IQA
70
60 61 61
57 55
50 50
43
40 PM03
30 31
29 30
29 PM10
28
25
20 PM11
10
0
Março/2009 Maio/2009 Julho/2009 Setembro/2009
Figura 92: Gráfico de variação dos parâmetros quais compõem o IQA para a sub-bacia em
questão.
Tais picos podem ter sido ocasionados devido a episódios de
extravasamento de esgotos da estação elevatória de esgotos na zona leste do
município (Figuras 93 e 94). Tais extravasamentos atingem um afluente do rio Mogi
Mirim e, logo em seguida o rio Mogi Mirim, antes do ponto de monitoramento em
questão.
100
Temperatura
80 DBO
60 OD
Resíduo
40
Fósforo
20 Turbidez
Nitrogênio
0
pH
E.Coli x 10^3
Figura 95: Gráfico de variação dos parâmetros quais compõem o IQA para a sub-bacia em questão.
No ponto de monitoramento 11, trecho final da área urbana do rio Mogi Mirim
(Figura 96), nota-se já uma auto-depuração da carga orgânica e estabilização, no
entanto, com qualidade ruim devido, provavelmente, à poluição difusa e,
principalmente, lançamento de esgotos da rede coletora no rio Mogi Mirim, logo após o
PM10.
92
160
140
Temperatura
120 DBO
OD
100
Resíduo
80 Fósforo
Turbidez
60
Nitrogênio
40 pH
E.Coli x 10^3
20
0
Março/2009 Maio/2009 Julho/2009 Setembro/2009
Figura 96: Gráfico de variação dos parâmetros quais compõem o IQA para a sub-bacia em questão.
93
Quanto aos coliformes fecais (Figura 98), nota-se picos comuns das referidas
amostragens nos pontos PLavapés14 e PLavapés16.
Quanto à discrepância dos valores das amostragens, tal fato pode ter ocorrido
devido ao regime pluviométrico (Figura 99), pois nota-se que no mês de Outubro a
incidência de chuvas encontra-se maior que no mês de Agosto. Assim, um maior
volume de água no corpo hídrico favorece a diluição dos esgotos.
Figura 99: Índice pluviométrico de 2009. Fonte: Pluviômetro instalado na ETA I – SAAE Mogi
Mirim.
Figura 100: Galeria de águas pluviais extravasora de águas do Lago II do Complexo Lavapés onde foi
identificado pico de E.Coli e vazamento de esgotos do sistema de afastamento de esgotos do SAAE.
sanado.
96
6. MEDIDAS MITIGADORAS
7. CONCLUSÃO
Conclui-se que o monitoramento ambiental realizado mostra impactos negativos
na qualidade das águas do rio Mogi Mirim e seus principais afluentes, na área urbana
do município, pelo lançamento de esgotos sanitário sem tratamento.
No entanto, com a implantação e funcionamento do novo sistema de
afastamento e tratamento de esgotos do município, objeto de concessão pública,
espera-se eliminar a contribuição de esgotos nos corpos hídricos, recuperando assim a
qualidade deste recurso natural cada dia mais valioso e escasso.
Além do sistema de afastamento e tratamento de esgotos, outras medidas
mitigadoras contribuíram e estão contribuindo positivamente para a recuperação e
preservação dos afluentes do rio Mogi Mirim e do próprio rio em questão.
Também conclui-se que o IQA mostrou-se uma boa ferramenta de
monitoramento, demonstrando através de um índice (nota) a qualidade dos corpos
hídricos. Os valores do IQA, associados ao perfil de contaminação bacteriológica,
demonstram que a principal causa de deterioração da qualidade da água é o
lançamento de esgotos sanitário “in-natura” nos corpos hídricos em estudo.
101
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Ambiental para os municípios –Saneamento. Belo Horizonte: Escola de
Engenharia da UFMG, 1995.
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Águas Interiores no Estado de São Paulo, série Relatórios, 2008.
• CETESB. Relatório de qualidade das águas interiores do estado de São Paulo
2008 - São Paulo, 2009.
• CETESB - Significado Ambiental e Sanitário das variáveis da qualidade das
águas e dos sedimentos e metodologias analíticas e de amostragem –
Qualidade das águas interiores do estado de São Paulo, série relatórios,
apêndice A, 2008.
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Engenharia Civil. Universidade Federal do Rio de Janeiro. COPPE. 2005.
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• MOTA, Suetônico - Urbanização e Meio Ambiente. Rio de Janeiro: ABES, 1999.
• OMS. Organization Mundial de La Salud. Guias para La calidad del água
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Municipalização da Gestão Ambiental no Brasil. São Paulo: Associação Nacional
de Municípios e Meio Ambiente, 1999.
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• PORTO, M.F.A. Estabelecimento de parâmetros de controle da poluição. In:
PORTO, R.L.L.,org; BRANCO, S.M.; CLEARY, R.W.; COIMBRA, R.M.; EIGER,
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• REBOUÇAS, A. C. Águas Doces no Brasil – Capital Ecológico, Uso e
Conservação. 2ªEdição. Escrituras, São Paulo – 2002.
• Resolução CONAMA Nº 357/2005.
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