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\ 2 * be 014 enw doan Lima Sant tneet eee a bp ne pd pens que ag onto : Ree ee SUMARIO NO Necey Sygate Nein gs ay Roce time ran bd : 286» hema — SBN 7845 7041-9798 1 Cmca plies 2 Cammcas sce - Pleas 3 Repeotcanime | Rgson Stewsn Nl Sere APRESENTACAO Bb san91 aun Copitulo 1 A MATRIZ ROMANA Para o Prof, Gabne! Cohn, mesze de teora ¢ princa polices Post reges exactos: “depois da expulsio dos reis”. Comey, entio, para os romanos 0 regime a que chamavam libertas ¢ que 4 smiu como Republica, o periodo compreendido encre 9 de Tarquinio, o Soberbo, que se fem por ocorada 2m '509 a.C.,¢ a inauguracio do principado de Augusto, a parm de 30,ou mesmo 27 a.C.,momentoem que the sio reconhecidos, 1ob irulo de “primeira cidadio™ (princeps), poderes monarquicos (i ensaiados, como se sabe, no decorrer do sécuto I a.C., por poderes extraordinarios e ditaduras, como as de Syla ¢ César). Tal regime, os romanos o assumem, em primesro.lugas-como uma forma politica de resistéacia e prevengdo as tiramias, como recusa do regrumn, pois, como observa Cicero, foram romados de aversio até mesmo pela palavra “r expulso Tarquinio, ‘do podiam sequer ouvir © nome Fei’ Roma se pensa-como. “uma associagio de cives,cidaddos, um povo de seahores* de seus ‘negécios comuns, das rei publicae e, como tais, dotados de pees-— s poliicas e de personalidade juridica, protegidos concra ‘em altima instincia, pela provacatio ad populum, pelo poder maior do conjunto dos cidadios. £ certo que esse regime de liberdade do povo romano € suas diversas in as praticas do Direito Ci a cidadania drmornsecha ok leis € na eleicdo dos magistrados, 0 Senado, a defensoria da plebe ~ rornaram-se referéncias fundamenta que chamamos republicana. Porém, aio é di Praticas vis € politicas, ao exercicio mesmo da cidadania, que ‘805 voltaremos aqui. Nem centaremos decifrara trama completa dessa organizacéo politica, 0 funcionamento das inscituicses, a5 competéncias, 0 processos de decisio, as regras de conduta dos magistrados: Cabe 20s historiadores compreender o sistema Politico romano ¢ explicar suas ortentages ¢ principios. Aqui, deuxando a investigacio do efetivo, tentaremos balizar ~ aio mais Que isto ~ a reflexdo sobre essas instituicées, o pensamento e as epresentagdes produzidas a partir do século Il a.C. (o iltimo século de vida da Republica), posteriormente apcopriados por Rossa cultura politica. E nao s ‘obras em que podemos recolher esse ideario politic: civil ¢as instituigées, as fontes sdo abundantes. Além dos relatos das erdnicas e dos histonadores, as informa¢Ges, ainda que fragmentérias ou indire- tas, disseminam-se pela literatura’ e vém somar-se aos fastos dos magistrados, anais e pocmas religiosos, manuais técnicos e pecas da oratéria politica, judicidria, elogios finebres ¢ outros. Ja a reflexao politica se inscreve em um campo bem mais cestrito, Seus Pilares nos so-dados por dois autores apenas; Polibio-e Cicero, 405 quais, um tanto indiretamente, podem sec associados, jé pelo fim do século 1, 0s historiadores Dionisio de Halicarnasso ~com seus paralelos entre as insticuigdes romanas e as cidades gregas a época clissica ~ ¢ Tito Livio, sobrerudo com os momentos de reflexdo de sua hist6ria, traduzidos quase sempre nos discursos. das personagens. Cicero &, sem diivida,-o autor fundamental. Suas obras de alcance diretamente politico ~ ¢ incluimos aqui, além do De Republica e 0 De Legibus, 0 primeiro eo tiltimo de seus grandes textos, 0 De Oratore eo De Officiis ~ constituem o marco mais alto da reflexdo romana sobre as instituigées da Republica. E, assim, no momento de sua derrocada, sob os golpes desferidos or Césas que o empenho em sua defesa e salvacio produz os “ discursos mais contundentes/E devemos a0 acaso, como se sabe, a cecuperaqio dos principais textos politicos do grande orados, ‘como a0 acaso também a perda de outros textos importantes de que temos noticia\© certo, pore legou as obras maiores, a de Pol Repablica tomada em seu apice (em sua akmé, ceiebrada prio historiador), € a de Cicero, que reflete sobre ela no seu ocaso.* E verdade que essas obras a0 00s chegaram iategras. Da Histéria, de Polibio, conhecemos 05 cinco paumeiras livros quase ‘completos, enquanto os demais foram reconsiruidos a parr de documentos diversos ¢ apresentam lacunas importantes. Qu: as de Cicero, o De Republica $6 foi recuperado em 1820, cum manuscrito que nos da acesso a talvez menos de um cecgo do livro, € 0 De Legibus reduz-se, para nés, a wis livros (o a ou mesmo oito, segundo ‘que testemunha ¢ pensa a que originalmente 0 comporiam. : pois o que cestou nos permite aio s6 mapea: as questies, como também alcangar o essencial da represenragio que esses autores construiram de Roma, bem como as inflexées que iaceoduzicam na reflexio politica. Contudo, ater-nos-emos aqui 2 Boubigs pata ficarmos apenas no seu momeaco taver mais orginal, gare cobservarmos as matrizes desse republicanismo. Devemos observar, 0 entanto, que a consideragio de hs obra nio dispeasa algumas adverténcias, celanvas, de um tad = momento que ela focaliza e, de outro, a posicio muito parte que nesse contexto ocups o proprio historiadoc Devernos assim, comecar por recordar que a ascensio da Repubiica Bonne mesmo toda a sua vida, ocorteu num ambience ce a = monia da cultura grega. O mundo em que ela se inscreve € 24 aco comum do helenismo, o mundo que a i Sie dre deixou atras de si: aquele em que o Brel lexan , orem ‘uma lingua internacional (0 grego da koind), em 4 alts = (medicina, arquiterua, leis), oso e, sins wee seat vida grego” estendem-se por todo o Mediterrin as a IR OE CT dele, na diregdo da Mesopotamia, do Golfo Pérsico ¢ da Asia. JB importance lembrar que, mesmo pelo final da Repub lam grego, 0s jovens das boas famil -g08, formam-se na Grécia ¢ alinham-se as esco- gregos eo fechamé 10 do Senado, em 161 a.C. cultura e sua enorme infh independénciae mesmo de superieidade de seus pr6prios modos 0 mos maiorwm -, que resistem com dificuldade & hegemonia helénica. A fala de Cipido, como personagem do De Republi as nio estou satisfeto com aquilo que nos deixaram escrito sobce este assunto os maiores € mais sibios homens da Grécia, mas também ado ouso colocar 0 meu ponto de vista acima do deles. Assim, pego que me ougam ndo como alguém que é inteiramente ignorante das coisas gregas, nem como alguém que, partcularmente neste género de assunto, antepse as deles 4s nossas; mas, antes, como um dos {romanos] togadot, formado pelos cuidados de um pas nos estudos liberais e movido, desde a infancia, pelo desejo de aprender, € muito smais formado pela experiénciae preceitos domésticos [9 mas mavonur} do que pelos escritos.* Os escritos referidos séo evidentemente gregos, pois 0s romanos alegam constantemente sua experiencia € 2 tradigio de suas instinuigdes em oposigdo as especulages ¢ teorias gregas* Entretanto, 0 que importa aqui nic é tants lembrar ese como 0 idednio republ posigio do grego Polibin é bast cultura politica ya bem firmada a¢ por aquele povo € seu finstituigdes, mostrando-se capaz de apreender sua singularidade politica dos gregos associase, entao, a tradigan romana wroduzir uma compreencioe uma expericacia interamente s iucas. A obra de Polibio nos oferece, ass, 0 desses dois mundos; ¢, come 18 sugenmos aqui, a biograha nia € alheia ao trabalho do bistonador O HISTORIADOR POLIEIO Iealia em 167 a.C. entre 08 cerca de 1.009 aquens condenados a 17 anos de exiio de sez pais, por suspensdo de desiealdade a Roma (que vem da vitéria, em 168 2.C, sobre os macediaucs, em Pada aliada da Liga a Laga Acdia ~ que rion ¢ govesaa proximo do célebre genersi Phulopemen, presdira a Lega em Varios momentos, ¢ 0 Bho obavera 0 segundo pore do Esrado em cleigSes recenstes. Essa posssio destacada colocs-o ensre 08 obscaculos a secem alascados naquela regia para a coesoistasdo da pax romana. SUSAR nara nn EEE Ae * Porém, nas disputas int le na guerca advinda entee NOS, € OS parcein origin privilegada, Polibin presencia, po fembate entre as duas grandes pert do Mediterrineo e v2 também a de lesagregacio heal da cidade Beewa, Os eventos que poem os ramanios na diregia de s digso dominio do munda.\E + « da suprem: ia de Roma, posto 19 historiador © pensador ante de seus olhion, que taz de Petince. Ele progenies axmnaia, . asor de S40 do mundo a um x5 “Os romaags submeetam do apenas uma parte, mas quase todo 0 munde habweado, de se fortaleceu ¢ se expandiu para © fato espantoso da sub a se dissolver em 150 a.C., quando poden.Dis, ji no inicio do lives ‘tas veleidades de autonomia dor gregos, lades © proibem, dai em diante, q apassavel de seu unperio.”™ E scesscenta ji adiante: “O elemento singular de nossa abea eo expantosc de fa @ comissio romana de intervencio, nossa época € isto: como o acaso inclinow quase todos os Estados mediar ¢ abrandar as penas de Usintdiéd hauiceaaeaes unas oe certamente buscando 205 seus compat parnda faceual os azon- tecimentos que vio do desencadeamenta da Segunda Guerea Puna da maccha devastadora que leva Anibal da conquista de Sagunco até 0 desastre maior dos romanos em Canas, 00 cam.nso da constitu © mona como se Mo, uma amizade de vida." Estara ao Cartago em 146 aC. ¢, Te de Numdacia, em sabe, com o jovem C lado dete no vere de ragorosa batalha de Canas, que pdea propes Rows, laa sew alcance. Treatise, poss, dos anos 225-218, wgnados por Polibio pelo sistema de dazagdo que era acentésima quadragesima olimpiada sera 9 somaya cronoligica de nossa obra." Pow 0 fove da iavesagasio ~ ¢ culayo do leo ~ sera o lapso de sempy que vat a0 que pare romanos em 168 a axcensio de Roma a0 império mundial: no mesmo ano, em 146 do de Cartago, 4 vonguista da supremacia ao Me cujos escombros fon segunda, anAgL s€usintentok v neses € pulgado qi 8 parte maior € mais importante rumo a um pe to global, em seguida, pela primeira vez, resolveram fos € atra vessar com exércitos para a © autor procurars compreender 0 que tornou possivel ~ pois nao for “pelo acaso, conforme creem alguns gregos, nem espontaneamente™* ~ essa passagem espantosamente rapida ("53 anos incompletos”) do toral infortiinio e a ameaga da ruina de Roma para a seu triunfo sobre o mundo conhecido, a oikowmene, Enfim, trata-se de investigar 0 que permitiu aos romanos, tio severamente castigados pelos acontecimentos, vencer as provagées da Fortuna e realizar seus projetos, iniciados com a submissio de toda a Peninsula Itilica ¢ prolongados pela disputa com Cartago pela decisiva hegemonia no Mediterrineo. O historiador é direto a respeito de seus propésitos: O conjunto a respeico do qual empreendemos descrever consttui 0 de escudos, ou seja, como, quando, cado uma Gnica obra e um Gnico ot € devido a que, todas as partes conhecidas do mundo hal iram sob 0 império romano, tendo este [ato principio jada ¢ realizagio assentada (... a duragio E de $3 anos e compreende tais ¢ tamanhas abarcou em igual (orkoumene) conhecido, duragio di © principio eo fi quantas nenhuma das épocas prevés intervaio (de tempo). Ora, como grego que é,¢ formado pela cultura politica grega, Polibio pensa as cidades como um conjunto de elementos ~ ou partes ~ associados e ordenados por uma forma, um prin« de unificagao ~ sua constiruigio -, que responde por sua iden dade e duracdo, pelo que ela é. O que constitui e identifica uma ‘cidade € seu regime politico especifico, pois é ele que proporciona 205 homens aco coletiva e vida comum."” £ de sua “forma de governo” que advém as cidades suas qualidades préprias, seu 2 com esse olhae que ele se v sendo, poranto,.a sua Constituigio que vai se divigic para explicar seus feitos ¢ a inaudita superioridade de seu 1m © acontecimento grandioso de sua hegemonia sobre 0 lor se certifica pela resistencia 08 reveses da Fortuna” e pelas grandes facanhas empreendidas, de modo que conhecer sua “forma” & aprendizado e exercicio politico. Assim, pergunta o investigador leviano que no deseiaria J) quem dentee os homens se ‘conhever como ¢ devido a que ieuigdo, em cinquenta ¢ tds anos incompletos quase todo © mundo habutado caiu submecido | um Gnico poder, 9 romano, fato nunca antes ocorrido: € quem ainda 0 que os tomaria saado por algum outro espeticulo ou por mais itil que esta experiénc Do inicio da Segunda Guerra Pénica,em 220 4.C,,até a vitona sobre os maceddnios do rei Perseu, em 168 a.C., a Republica a provas do vigor e maturidade das que sustentaram seu movimento extraotdinario em dire grandeza. £ 0 que o historiador, dublado pelo pensador polineo, se propée, entio, a investigar e compreender. Esse “objeto de estudo" determina também o plano geral de exposigdo da obra. Os acontecimentos dos $3 anos decisivos serio inspecionados ~ e interrogados ~ com grande precisio € constituirio o fundamental das matérias relatadas desde o liveo II até quase 0 final do trabalho, quando, nos slumos livros, nos é dado, como que em apéndice a historia em causa, um apanhado dos eventos subsequentes ocorridos entre 168 4.C. ¢-as destruigdes de Cartago ¢ Corinto em 146 2.C., 08 eventos signos da akmé, do dpice, a partir do qual a grandeza da cidade imperceptivelmente comecari a decli palavras do pesprio aut “ tor, sio de toda a hist Panica e of prodromos 2.C. (periodo que a ago da expansio romana fora da latos (j4 anunciado no: livro VI, 0 do estudo sobre as ¢ sobre a natureza do regime acontecimentos investiga. grande adversidade dos ¢ compreender o triunfo romano, armado pelo conhecimento do que © sustenta ¢ alumenta: a’ originalidade e exceléncia de sua Constituisao. Examinemos, pois, tais consideragées. O ESTUDO DAS CONSTITUICOES Ocstudo das constituigées, no liveo VI, se inicia com uma critica. ‘A maioria dos autores que investigam 0 tema, observa Polibio, distingue, do género, trés espécies: governo régio (basileia),aristocra- _ ia e democracia. Estio errados, diz ele, quer as tomem como tinicas (visto que ignoram trés outras, “nascidas com elas”: a monarquia,” a oligarquia e a oclocracia), quer as tomem como as melhores, pois, esse caso, esquecem a espécie forjada pela combinagio das trés, ‘ada como a methor,ndo $6 pela teoria, mas também pela efetividade (ergu). Vemos, assim, a de inicio, que se introduz aqui uma nomen- larura nao usual, se considerada a tradigao clissica, Nesta, de um lado, 0 terauo “monarquico” (especialmente depois de Ariseoteles) passa a prevalecer 0 terme “régio” (basildews), que nomeia um npo de relagio especifica, entre a despética ¢ a propriamente polinca De outro lado, ai, a palavea “democracia” designa quase a lores. E mais ainda, aq : dente violenta da forma réga, ganha na clasuticagio urea inci precede ae nay a fora twa, en eget na descrigdo dindmica, remtrodus a espéce wadicional da “eranua” — ‘0 governo dos desejos desenfreados de um 36, gaverno do rasere, da invera € das conspiracies -, excluida na formulacdo wnical da grade heuristica. Polibio, logo apés estabelecer o quadro + descreves suraria~ mente 0 ciclo, alega que “as naturais transformacies ‘metaboiai: poucos doutrinas cultas, desobrigando-se, assim, tanto co cebare © da cas polémica com seus iustres precursores, quanto de expic inovagdes que introduz ~ sejam elas conclusSes especulanvas dele proprio, sejam provenientes de tradiySes larerais, ou ana de “outros filésofos” do periodo do beienusmo. Cade, assim, ‘0 leitor mais detido aprecias, por contrasse com os classicos do a novidade da construsio. igo rememorar toda a dousnna plardouca, expres samente ceferida, para constatar que aada aqui se assemeina 4 famosa descncio das transtormayses — por seerupric ~ dos a Republica. oem a perspecava da analise @ apresen- i iarengio de regimes n: ‘Tagio da sucessio dos regimes respoade a: ape produzir um quadro especulative paca 2a” das formas conbecidas, deduzulas por “transtommay ses” sucessivas B losotos”, € quase certo qu as, provavelmente estoicas, mas ¢ ocioso remeter, como ns comentadores,!” a Aristételes, Q livro V, dos seus Politicos, sobre “os modos de corrupgao ¢ preservagio das constitu busca, sobretudo, 0s principios ~ dos mais gerais aos mais especi ficos ~ que permitem compreender as revolugées dos regimes, a5 investidas em situagées contingentes, podem semp quai a diregies diversas. ‘Mas qual é originalidade dessa teoria da anacyclosis de Pol [e/ou dos pensadores em que se apoiaria)? Veremos que 0 enredo construido pelo historiador para explicar a origem do ciclo «7 também a natureza do regime pelo qual se inicia.abrem umn carn rnho anteiramente novo na trad Também aqui se comega pel que permite figurar 9 ini ‘assistir" a sua origem. O paralelo que se impée, seu precedente mais famoso é 0 de Plato, que, no inicio do liveo Hil das Leis,”* recorre a ficgao de um di dis leis ¢ das artes que permitiam aos homens viverem sob 0 governo dos darmones, no tempo de Cronos. \Segundo 0 fildsofo, os homens remanescentes, solitirios ¢ disperi3s no alto das montanhas (dispondo, porém, de abundancia de terras ¢ de conhecimentos suficientes para se alimentarem © se cobrirem sem pobreza, nem riqueza, nem muitos conflitos, unem-se natu- ralmente em familias e, logo, em clas (genos), sob um poder de Lupo pacriarcal, ou despético, a que Platao chama dinasteia. Tudo nese relato comeca no nivel da vida, das associagées produzidas pelas exigdncias da manutencdo e reprodugio da vida. As préprias leis surgirdo ~ pondo fim ao patriarcado primitivo - com a codi- diversos costumes, que apaziguam lines, ficagao acomodasio dos u 05 conflitos dos elas, quando espacial fungio do crescimento demogriticaOs ¢ comandar suas tribos obedncenda a esa das associagbes produzidas neave 96 sutgiri com o surgimento d: repotencia dos cheles e 9 ce que reriam levado, Ora, a génese const se confers, de imediato, a8 primeiras asvociagies um esto v0, sopralam da vida, porranto, um ceqistes que chamaz, se no polinco, pré-pal ainda 2 figuragdo de algy como umitiiian, uma sucessicde desaparecimencs de todas 35 « instrusbes: epitedeumatum) = its, Corn essa siasio a reica jador nos faz imed.stamer! moumento a a das figuras do ciclo dos regames, 2 2 {@ povo corrompido} guiado por demagagas, umpc & gentalha (xheirocracia, 0 gowerno dos prores), que “eraesacra, ewila ¢ saqueia, até regredir para a anmaiidade”,” 0 sino da violéncia, que derermina 9 panto 2220.3, pacat veassted a reemergéncia da socialidade. Segue-se, entio, a nacragio do advento da forma mais primitiva de associagio. Os sobreviventes dispersos, “quando seu nimero volta a crescer, a semelhanga dos outros antmais, aproximam-se daqueles da sua espéce, devido 4 sua traqueza natural”,” formam bandos de autoprotesia ¢ apoio, mediante as aw 2 comando daqueles individuos dotados de um: fsica, desproporcional a dos outcos, a qual o de que carecem para suprir sua Observamos e pudemos ver como a obra mais genuina da nacureza fesse fendmeno no caso de outros animais - que agem icracionalmente entre 0s quais, os mais fortes sio sempre os senhores incontestaves. Refito-me aos rouros, javalis, aos galos e semelhantes. £ provivel, Portanto, que no comeco os homens vivessem assim, ceunidos em bandos, como animais, seguindo os mais fortes ¢ bravos ~e sendo ai © governo da forga 0 tnico limite do poder (arxhes), 0 nome que se deve usar aqui é monarq\ movido unicamente pelos proprios desejos e interesses” e pela hostilidade aos demais. Elo entre a dispersio, a desordem,e uma vida propriamente politica - hibrido de mau e bom comando esse regime “mondrquico” soma, pois, dominio pela forca € temor com poténcia de aglutinacdo e apaziguamento, capacidade de condugio e protecdo do bando (que o chefe escuda com sua coragem), produzindo, assim, em meio A selva da brutalidade, a roximidade e 0 sentimento gregério que induzem as primeiras iio advém da convivéocia gregiti; ela a produz ~€ cua cond sao. £ 0 monarca autocritico que opera a reentrada dos homens embrutecidos na esfera da humanidade e da civlizago, reabrindo © ciclo das constituigées politicas | Eeesse regime que induz a0 nascimento dos sentimentos morais qué devolvem os homens decaidos 4 convivéncia propriamente politica)*Dotados de inteligéacia e razio, difecentemente dos 6 outros animais”,¢ aptos para as comparacSes ¢a previsio das situagées futuras, a primeira manifestagio da moralidade serd neles 0 sentimento, negativo, de aversia lindigracio) em relacdo 4 ingratidio para com atos de solidanedade gregicia. Quando aiguém que for axxitado ow czecidn em sineagin de sergo ado mostra| desagradados e ofendidos com cai conduta, partliaado 9 rewericcento de seu vizinho maltratado, imaginando-se na mexea sicsagio.* Seja produnido na relagdo de progeninara “os que os criaras de gratidio (proveniente, Fegiria, ocorréncia afetiva, mais imedi reciprocidade ~ da equivaléncia ¢ equidade yema 2 aogio de dever; do dever, a mal e bem (aisxhron kai halon da moralidade. “Surge, entéo, o principio, o fundamento, das instimigdes politicas. Armados de suas nogSes moras os homens dedica- defendem, que realizam castigos conforme © mececimer ) Pastam a 1¢ obediéncia no mais por remerem sua forga, mas porque mento 0 aprova. E se unem para manter seu governo, mesmo se enfraqoecido pela idade, defendendo-o com 0 con- senso de todos # opondo-se Aqueles que conspiram para derrubar seu poder. Asim, por graus imperceptiveis 0 monarca se torna rei, jd que a ferocidade ¢ a forga cederam lugar 3 hegemonia da razio.” E preciso enfatizar a importincia dessa andlise da passa- | gem da forma mondrquica para a régia porque nea se fixe 0 pio de legiumagao de todos os regimes retos: 2 confianga alcada aqui a condigdo mesma de “forma” da legi- polinca. Seri sempre a0 reconhecimento popular de go, a0 de suas familias ¢ antepassados) ~ sua capacidade de julgamento € raciocinio, postas a servigo da protegdo do povo, da cealizacao da justica © ao inveresse comum ~ que os governantes deverdo seu poder. Ey as, 0 povo Ihes paga, com sua de tal modo que os cermas =grando”, “reconbecmeato” (aprego, cespeito) & “confianga” que estabelece os vinculos miiruos da fides, o cumpriment? da palavea, promessas juramentos} promover a sintese do pasado esos recebidos, do presente do dever de reconhecimento sara impucado aa confianca adquirida, para produzir poder dos magisrados (“fer deles seus chefs ¢ Ines confiow wea destino”) €a obeditncia politica (“passam prestar-lhe obedszncia no mais por forga”).” © consentimento popular enraiza-se, poit, A pasado € emaze 20 furaro das expectativas da confiangs ¢ dos ens! aaevros da fides. Eleger seus governantes ~ 2 funca0 popular Constinaigdo Romana ~ sera sempre, para 0 fhancelar com sua confianga 3 lideranga imilias beneméritos da causa piblica, a que \ ies homens € ve obrigazao par seas TVIGOS. Neen raeem’y a demecracia ~ produzida, no ciclo das cone sieuigtes, em am momento de crise do principio da confianga nalmente politica.” Seria, enfim, esquecer que cle 3 apenas mediante 0 surgimento (ou a proiecd dispersos) de um principio externo de unificaga do “mass forte” ou de um rei protetor ¢ justo, Ou da virrade sos homens magnanimos),a qual os homens assentem, devxando-o aruar no sentido de sua unsficagao efzava- Polibio nao se esquece dessa exigincia. Para cle, a Gemacracia io pode ser, ercdo, 0 governo da “wontade da.paxa", dado ave 6 powo, sem 0 opersdor da sua unidade, nio sxe Ele atvere expressamente: “(..) io € democraca aquele {erga} =m TO b mulndio é senhora de si para fazer 0 que quer ou 0 Goe Dem entendec"” A democracia nda £0 governo deus Iressa sse- jante, que €9 regime que corresponds a sua forma corroenpeaa, 3 ehlocracia, na qual, Tigo 9 povo devia de exists, Goncivese “na brutalidade. Portanto, somos logo levad: amrender que la é

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