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CONTABILIDADE

GOVERNAMENTAL

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Sumário:
1.Introdução à contabilidade Governamental

1.1- Interpretação dos princípios fundamentais de contabilidade sob a


perspectiva do setor público

1.2 A estrutura administrativa do Estado

2. Aspectos gerais sobre o orçamento publico

2.1-Receitas

2.2 - Receitas Correntes

2 .3- Receitas de Capital

2.4- Classificação da Receita- Exemplo

2.5-As Despesas públicas

2.5.1- Classificações da despesa

2.6-O Planejamento Orçamentário

2.6.1-Os princípios orçamentários

2.6.2-Créditos Orçamentários

2.7-LRF- Lei de Responsabilidade Fiscal

3-Plano de Contas e sistema de Contabilidade Governamental

3.1-Subsistema Orçamentário

4. O sistema contábil

4.1 – Sistema orçamentário

4.2-Sistema financeiro

4.3-Sistema Patrimonial

4.4-Sistema de Compensação

4.5-Licitação e concorrência

4.5.1- Os princípios da administração pública

4.5.2- As modalidades de licitação

4.5.3- Os casos de dispensas e as inexigibilidades de licitação


4.5.4-Inexigibilidade de Licitação - Art. 25

5-Os Demonstrativos Contábeis Aplicados ao Setor Público

5.1-Conceitos e objetivos do DCASPs

5.2- O Balanço Orçamentário

5.3 Balanço financeiro

5.4- Balanço patrimonial

5.5- Demonstração das variações patrimoniais

5.6 Demonstração dos fluxos de caixa

5.7 Demonstração do resultado econômico


Contabilidade Governamental
1.Introdução à contabilidade Governamental

A Contabilidade Aplicada à Administração Pública, seja na área federal,


seja na Estadual, na Municipal ou no Distrito Federal, tem como carro-chefe a
Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, que estatui normas gerais de direito
financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União,
dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.

Segundo Mota (2009, p. 222):


“A Contabilidade Pública é o ramo da Ciência Contábil que aplica na
administração pública as técnicas de registro dos atos e fatos
administrativos, apurando resultados e elaborando relatórios
periódicos, levando em conta as normas de Direito Financeiro, os
princípios gerais de finanças públicas e os princípios de
contabilidade.”
A Lei nº 4.320/64 está disponível no site governamental
O ponto de partida para qualquer área do conhecimento humano devem
ser sempre os princípios que a sustentam. Esses princípios espelham a
ideologia de determinado sistema, de seus postulados básicos e seus fins. Vale
dizer, os princípios são eleitos como fundamentos e qualificações essenciais da
ordem que institui. Os princípios possuem o condão de declarar e consolidar os
altos valores da vida humana e, por isso, são considerados pedras angulares e
vigas-mestras do sistema.

Adicionalmente, as novas demandas sociais estão exigindo um novo


padrão de informações geradas pela Contabilidade Pública, e que seus
demonstrativos – item essencial das prestações de contas dos gestores
públicos – devem ser elaborados de modo a facilitar, por parte dos seus
usuários e de toda a sociedade, a adequada interpretação dos fenômenos
patrimoniais do setor público, o acompanhamento do processo orçamentário,
a análise dos resultados econômicos e o fluxo financeiro.

1.1- Interpretação dos princípios fundamentais de contabilidade sob a


perspectiva do setor público

1.1.1. O enunciado do Princípio da Entidade


Art. 4º O Princípio da Entidade reconhece o Patrimônio como objeto da
Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da
diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios
existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, a um conjunto de
pessoas, a uma sociedade ou a uma instituição de qualquer natureza ou
finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por consequência, nesta acepção, o
patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no
caso de sociedade ou instituição.
.
Parágrafo único. O patrimônio pertence à entidade, mas a recíproca não
é verdadeira. A soma ou a agregação contábil de patrimônios autônomos não
resulta em nova entidade, mas numa unidade de natureza econômico-contábil.

Perspectivas do Setor Público

O Princípio da Entidade se afirma, para o ente público, pela autonomia e


pela responsabilização do patrimônio a ele pertencente.
A autonomia patrimonial tem origem na destinação social do patrimônio
e a responsabilização pela obrigatoriedade da prestação de contas pelos
agentes públicos.

1.2. O princípio da continuidade

1.2.1. O enunciado do Princípio da Continuidade


Art. 5º A continuidade, ou não, da entidade, bem como a sua vida
definida ou provável, devem ser consideradas quando da classificação e da
avaliação das mutações patrimoniais, quantitativas e qualitativas.
§ 1º A continuidade influencia o valor econômico dos ativos e, em muitos
casos, o valor de vencimento dos passivos, especialmente quando a extinção
da entidade tem prazo determinado, previsto ou previsível.
§ 2º A observância do Princípio da continuidade é indispensável à
correta aplicação do Princípio da competência, por efeito de se
relacionar diretamente à quantificação dos componentes patrimoniais e à
formação do resultado, e de se constituir dado importante para aferir a
capacidade futura de geração de resultado.
Perspectivas do Setor Público No âmbito da entidade pública, a
continuidade está vinculada ao estrito cumprimento da destinação social do seu
patrimônio, ou seja, a continuidade da entidade se dá enquanto perdurar sua
finalidade.

1.3. O princípio da oportunidade


1.3.1. O enunciado do Princípio da Oportunidade
Art. 6º O Princípio da oportunidade refere-se, simultaneamente, à
tempestividade e à integridade do registro do patrimônio e das suas
mutações, determinando que este seja feito de imediato e com a
extensão correta, independentemente das causas que as originaram.

Parágrafo único. Como resultado da observância do Princípio da


oportunidade:
I. desde que tecnicamente estimável, o registro das variações
patrimoniais deve ser feito mesmo na hipótese de somente existir razoável
certeza de sua ocorrência;
II. o registro compreende os elementos quantitativos e qualitativos,
contemplando os aspectos físicos e monetários;
III. o registro deve ensejar o reconhecimento universal das variações
ocorridas no patrimônio da entidade, em um período de tempo determinado,
base necessária para gerar informações úteis ao processo decisório da gestão.

Perspectivas do Setor Público


O Princípio da Oportunidade é base indispensável à integridade e à
fidedignidade dos registros contábeis dos atos e dos fatos que afetam ou
possam afetar o patrimônio da entidade pública, observadas as Normas
Brasileiras de Contabilidade aplicadas ao Setor Público.
A integridade e a fidedignidade dizem respeito à necessidade de as
variações serem reconhecidas na sua totalidade, independentemente do
cumprimento das formalidades legais para sua ocorrência, visando ao completo
atendimento da essência sobre a forma.

1.4. O princípio do registro pelo valor original

1.4.1. O enunciado do Princípio do Registro pelo Valor Original


Art. 7º Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos
valores originais das transações com o mundo exterior, expressos a valor
presente na moeda do País, que serão mantidos na avaliação das variações
patrimoniais posteriores, inclusive quando configurarem agregações ou
decomposições no interior da Entidade.
Parágrafo único. Do Princípio do registro pelo valor original resulta:
I. a avaliação dos componentes patrimoniais deve ser feita com base
nos valores de entrada, considerando-se como tais os resultantes do consenso
com os agentes externos ou da imposição destes;
II. uma vez integrados no patrimônio, o bem, o direito ou a obrigação não
poderão ter alterado seus valores intrínsecos, admitindo-se, tão somente, sua
decomposição em elementos e/ou sua agregação,
parcial ou integral, a outros elementos patrimoniais;
III. o valor original será mantido enquanto o componente permanecer
como parte do patrimônio, inclusive quando da saída deste;
IV. os Princípios da atualização monetária e do registro pelo valor
original são compatíveis entre si e complementares, dado que o primeiro
apenas atualiza e mantém atualizado o valor de entrada;
IV. o uso da moeda do País na tradução do valor dos componentes
patrimoniais constitui imperativo de homogeneização quantitativa dos mesmos.

Perspectivas do Setor Público

Nos registros dos atos e dos fatos contábeis será considerado o valor
original dos componentes patrimoniais. Valor original, que ao longo do tempo
não se confunde com o custo histórico, corresponde ao valor resultante de
consensos de mensuração com agentes internos ou externos, com base em
valores de entrada – a exemplo de custo histórico, custo histórico corrigido e
custo corrente; ou valores de saída – a exemplo de valor de liquidação, valor
de realização, valor presente do fluxo de benefício do ativo e valor justo.

1.5. O princípio da atualização monetária

1.5.1. O enunciado do Princípio da Atualização Monetária


Art. 8º Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional
devem ser reconhecidos nos registros contábeis por meio
do ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes
patrimoniais.
Parágrafo único. São resultantes da adoção do Princípio da atualização
monetária:
I. a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não
representa unidade constante em termos do poder aquisitivo;
II. para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das
transações originais (art. 7º), é necessário atualizar sua expressão formal em
moeda nacional, a fim de que permaneçam substantivamente corretos os
valores dos componentes patrimoniais e, por consequência, o do patrimônio
líquido;
III. a atualização monetária não representa nova avaliação, mas, tão
somente, o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante
a aplicação de indexadores, ou outros elementos aptos a traduzir a variação do
poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período.

1.6. O princípio da competência

1.6.1. O enunciado do Princípio da Competência

Art. 9º As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do


resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se
correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento.
§ 1º O Princípio da competência determina quando as alterações no
ativo ou no passivo resultam em aumento ou diminuição patrimônio líquido,
estabelecendo diretrizes para classificação das mutações patrimoniais,
resultantes da observância do Princípio da Oportunidade.
§ 2º O reconhecimento simultâneo das receitas e das despesas, quando
correlatas, é consequência natural do respeito ao período em que ocorrer sua
geração.
§ 3º As receitas consideram-se realizadas:
I. nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento
ou assumirem compromisso firme de efetivá-lo, quer pela investidura na
propriedade de bens anteriormente pertencentes à entidade, quer pela fruição
de serviços por esta prestados;
II. quando da extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja
o motivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou
maior;
III. pela geração natural de novos ativos independentemente da
intervençãode terceiros;
IV. no recebimento efetivo de doações e subvenções.
§ 4º Consideram-se incorridas as despesas:
I. quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por
transferênciade sua propriedade para terceiro;
II. pela diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo;
III. pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo.

Perspectivas do Setor Público


O Princípio da Competência é aquele que reconhece as transações e os
eventos na ocorrência dos respectivos fatos geradores, independentemente do
seu pagamento ou recebimento, aplicando-se integralmente ao Setor Público.
Os atos e os fatos que afetam o patrimônio público devem ser
contabilizados por competência, e os seus efeitos devem ser evidenciados nas
Demonstrações Contábeis do exercício financeiro com o qual se relacionam,
complementarmente ao registro orçamentário das receitas e das despesas
públicas.

1.7. O princípio da prudência

1.7.1. O enunciado do Princípio da Prudência


Art. 10 O Princípio da Prudência determina a adoção do menor valor para os
componentes do ativo e do maior para os do passivo, sempre que se
apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações
patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.
§ 1º O Princípio da Prudência impõe a escolha da hipótese de que
resulte menor patrimônio líquido, quando se apresentarem opções
igualmente aceitáveis diante dos demais Princípios Fundamentais
de Contabilidade.
§ 2º Observado o disposto no art. 7º, o Princípio da Prudência somente se
aplica às mutações posteriores, constituindo-se ordenamento indispensável à
correta aplicação do Princípio da Competência.
§ 3º A aplicação do Princípio da Prudência ganha ênfase quando,
para definição dos valores relativos às variações patrimoniais, devem ser feitas
estimativas que envolvem incertezas de grau variável.

Perspectivas do Setor Público

As estimativas de valores que afetam o patrimônio devem refletir a


aplicação de procedimentos de mensuração que prefiram montantes, menores
para ativos, entre alternativas igualmente válidas, e valores maiores para
passivos.
A prudência deve ser observada quando, existindo um ativo ou um
passivo já escriturado por determinados valores, segundo os Princípios do
Valor Original e da Atualização Monetária, surgirem possibilidades de novas
mensurações.
A aplicação do Princípio da Prudência não deve levar a excessos ou a
situações classificáveis como manipulação do resultado, ocultação de
passivos, super ou subavaliação de ativos. Pelo contrário, em consonância
com os Princípios Constitucionais da Administração Pública, deve constituir
garantia de inexistência de valores fictícios, de interesses de grupos ou
pessoas, especialmente gestores, ordenadores e controladores.

Resoluções das NBCASP


––Resolução CFC nº 1.128/08 – aprova a NBC T 16.1 – Conceituação, Objeto
e Campo de Aplicação;
––Resolução CFC nº 1.129/08 – aprova a NBC T 16.2 – Patrimônio
e Sistemas Contábeis;
–– Resolução CFC nº 1.130/08 – aprova a NBC T 16.3 – Planejamento e seus
Instrumentos sob o Enfoque Contábil;
––Resolução CFC nº 1.131/08 – aprova a NBC T 16.4 – Transações no Setor
Público;.
––Resolução CFC nº 1.132/08 – aprova a NBC T 16.5 – Registro
Contábil;
––Resolução CFC nº 1.133/08 – aprova a NBC T 16.6 – Demonstrações
Contábeis;
––Resolução CFC nº 1.134/08 – aprova a NBC T 16.7 – Consolidação das
Demonstrações Contábeis;
––Resolução CFC nº 1.135/08 – aprova a NBC T 16.8 – Controle
Interno;
––Resolução CFC nº 1.136/08 – aprova a NBC T 16.9 – Depreciação,
Amortização e Exaustão;
––Resolução CFC nº 1.137/08 – aprova a NBC T 16.10 – Avaliação
e Mensuração de Ativos e Passivos em Entidades do
Setor Público.
––Resolução CFC nº 1.366/11
– aprova a NBC T 16.11
– Sistema de Informação de Custo no Setor Público.

As NBCASP – Normas Brasileiras Aplicadas ao Setor Público foram


analisadas por meio de um processo democrático, reunindo vários órgãos: CFC
(Conselho Federal de Contabilidade), STN –(Secretaria do Tesouro Nacional),
Tribunais de Contas, Instituições de Ensino Superior, representantes dos
governos (federais, estaduais e municipais) e partes interessadas. Após
análises, foram submetidas e aprovadas pela Câmara Técnica e Plenário do
CFC.
Atualmente, acontece o movimento de convergência das normas brasileiras
aos padrões internacionais, denominadas IPSAS – Normas Internacionais de
Contabilidade Aplicadas ao Setor Público, elaboradas pela IFAC – International
Federation of Accountants, que tomam como referência os padrões aplicados
ao setor empresarial.

1.2 A estrutura administrativa do Estado

Este é um assunto tratado especificamente em Direito Público e


Administrativo; porém, para que você reconheça melhor o campo de atuação
da Contabilidade Aplicada ao Setor Público, deve atentar-se à compreensão
dos conceitos a seguir.
Administração Indireta, segundo Carvalho Filho, é o conjunto de
pessoas administrativas que, vinculadas à Administração Direta, têm o objetivo
de desempenhar as atividades administrativas de forma descentralizada.
Seu objetivo é a execução de algumas tarefas de interesse do
Estado por outras pessoas jurídicas. Quando não pretende executar certa
atividade através de seus próprios órgãos, o Poder Público transfere a sua
titularidade ou execução a outras entidades. Quando esta delegação é feita é a
lei que cria as entidades responsáveis, surge a Administração Indireta.
No Brasil, a Administração Indireta compreende as seguintes categorias de
entidades, dotadas de personalidade jurídica própria:
a) Autarquias
b) Empresas públicas
c) Sociedades de economia mista
d) Fundações públicas

a) Autarquias

Na administração pública brasileira, uma autarquia é uma entidade auxiliar


da administração pública estatal autônoma e descentralizada. Seu patrimônio e
receita são próprios, porém tutelados pelo Estado. O Decreto-Lei nº 200 de
1967, no seu artigo 5º, inciso I, define autarquia como “Serviço autônomo
criado por lei, com personalidade jurídica de direito público, patrimônio e receita
próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que
requeiram para seu melhor funcionamento gestão administrativa e financeira
descentralizada”.
As autarquias são criadas por lei para executar, de forma descentralizada,
atividades típicas da administração pública. Têm patrimônio formado por
recursos próprios. Sua organização interna pode vir através de decretos
(emanam do poder executivo), de portarias (ministérios, secretarias), de
regimentos ou regulamentos internos. São autarquias, por exemplo, as
universidades federais.

b) Empresas públicas

Empresa pública é a pessoa jurídica de capital público, instituído


por um ente estatal, com a finalidade prevista em Lei. A finalidade é sempre de
natureza econômica. Em se tratando de ‘empresa’, ela deve visar ao lucro,
ainda que este seja utilizado em prol da comunidade.
No Brasil, as empresas públicas se subdividem em duas categorias:
empresa pública unipessoal, com patrimônio próprio e capital exclusivo da
União, e empresa pública de vários sócios governamentais minoritários, que
unem seus capitais à União, tendo, esta, a maioria do capital votante. A
empresa pública tanto pode ser criada, originariamente, pelo Estado como ser
objeto de transformação de autarquia ou de empresa privada.
Quanto ao capital, difere-se das sociedades de economia mista,
porquanto nestas, ainda que a titularidade também seja do Poder Público, o
capital social é dividido também entre particulares, que adquire suas quotas por
meio da compra de ações.
A administração das empresas públicas no Brasil é feita por dirigentes
nomeados pelo presidente da República, sendo, via de regra, pessoas do
próprio quadro funcional.
São exemplos de empresas públicas no Brasil a Caixa Econômica
Federal e a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.

c) Sociedades de economia mista

Sociedade de Economia Mista é a pessoa jurídica constituída por


algum ente estatal (União, Estados ou Municípios), sob o regime de Sociedade
Anônima, no qual o Governo é o principal acionista, e os particulares são
sempre minoritários.
Difere-se das empresas públicas, pelo fato de nestas o capital ser
100% público.
Difere-se também das sociedades anônimas em que o governo tem
posição acionária minoritária, pois nestas o controle da atividade é privado.
Exemplos de sociedades de economia mista no Brasil são a Petrobrás e o
Banco do Brasil.

d) Fundações públicas

As fundações públicas são organizações dotadas de personalidade jurídica


de direito público, sem fins lucrativos, criadas para um fim específico de
interesse público, como educação, cultura e pesquisa, sempre merecedoras de
um amparo legal. As fundações públicas possuem autonomia administrativa,
patrimônio próprio e funcionamento custeado, principalmente, por recursos do
poder público, ainda que sob a forma de prestação de serviços.
Elas são criadas por lei específica e regulamentadas por decreto,
independentemente de qualquer registro. Antes do Código Civil de 2002, as
fundações públicas eram criadas por Lei e suas competências definidas por Lei
Complementar. Após as alterações do Código Civil, as fundações passaram a
ser criadas por Decreto do Executivo, após passarem pelo crivo do Legislativo.
Vale lembrar, ainda, que, no Brasil, o governo é compartimentado em
três poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário:
• Legislativo – no nível federal, é exercido pelo Congresso Nacional, o
qual é constituído pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, dentro
de um modelo bicameral. Nos Estados, é unicameral, exercido pelas
Assembleias Legislativas. Nos
Municípios, é constituído pelas Câmaras de Vereadores.
• Judiciário – é exercido pelos seguintes órgãos no nível federal:
Supremo Tribunal Federal; Superior Tribunal de Justiça; Tribunais Regionais
Federais e Juízes Federais; Tribunais e Juízes
do Trabalho, Eleitorais e Militares; Tribunal e Juízes do DF e
Territórios. Nos Estados, existem os Tribunais de Justiça e os
Juízes estaduais. Não existe o Judiciário Municipal.
Executivo – exercido na União pelo Presidente da República, com auxílio
dos Ministros de Estado. Nos Estados e no Distrito Federal, o chefe do Poder
Executivo é o Governador, auxiliado por Secretários Estaduais.
Nos Municípios, é exercido pelo Prefeito Municipal, auxiliado por
Secretários Municipais. A estrutura administrativa do Poder Executivo divide-se
em administração direta e administração indireta (que, por sua vez,
subdividem-se em autarquias, fundações públicas, empresas públicas e
sociedades de economia mista), conforme visto anteriormente.

Leituras recomendadas
SLOMSKI, Valmor. Manual de contabilidade pública: um enfoque
na contabilidade municipal, de acordo com a Lei de Responsabilidade
Fiscal. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
CASTRO, Domingos Poubel. GARCIA, Leice Maria. Contabilidade
Pública no Governo Federal. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2004
Além disso, pode aprofundar-se acessando os links:
Lei nº 4.320/64, disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
LEIS/L4320.htm
Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público, disponível
em: http://www.cfc.org.br/uparq/livreto_NBCASP_site.pdf
Referências bibliográficas
MOTA, Francisco Glauber Lima. Contabilidade aplicada ao setor
público. 1. ed. Brasília, 2009.
ANDRADE, Nilton de Aquino. Contabilidade pública na gestão municipal:
3. ed. São Paulo, Atlas: 2008.
LIMA, Diana Vaz de; CASTRO, Róbson Gonçalves de. Contabilidade
pública: integrando União, Estados e Municípios (Siafi e Siafem).
2. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
CASTRO, Domingos Poubel de. Auditoria e controle interno na
administração pública: evolução do controle interno no Brasil: do
Código de Contabilidade de 1922 até a criação da CGU em 2003: guia
para atuação das auditorias e organização dos controles internos nos
Estados, municípios e ONGs. 1. ed. São Paulo: Atlas 2008.

2. Aspectos gerais sobre o orçamento publico.

2.1-Receitas

A receita assume, na administração pública, um papel de fundamental


importância por estar envolvida em diversas situações, como a sua distribuição
e a destinação entre as esferas governamentais e o seu relacionamento com
os limites legais impostos pela legislação.

Segundo Silva (2009, p. 222):


“Para fazer face a suas necessidades, o Estado dispõe de recursos ou
rendas que lhe são entregues através da contribuição da coletividade.
O conjunto desses recursos constitui a denominada receita pública e
com ela o Estado vai enfrentar todos os encargos com a manutenção
de sua organização, com o custeio de seus serviços, com a segurança
de sua soberania, com as iniciativas de fomento e desenvolvimento
econômico e social e com seu próprio patrimônio.”
De acordo com Lima e Castro (2003, p. 54):
“A receita pública seria, pois, o recebimento efetuado pela instituição
pertencente ao Estado, com a finalidade de ser aplicado em gastos
operativos e de administração.”

Perceba que, em todas as definições dos autores citados, a Receita


Pública é representada pelos ingressos de recursos financeiros que serão
aplicados na aquisição de bens e serviços, visando à prestação de serviços
públicos à comunidade.

2.1.1 Classificação

Primeiramente, você deve saber que as receitas estão divididas em:


a) Receitas extraorçamentárias
São os valores não previstos no orçamento. Correspondem a fatos de
natureza financeira decorrentes da própria gestão das entidades. O Estado,
neste caso, é simples depositário de valores que serão restituídos na época
oportuna aos interessados, por decisão administrativa ou sentença judicial.
O governo pode beneficiar-se com as prescrições, com medidas
administrativas e com sentenças favoráveis. Constituem estes tipos de rendas:
caução, descontos consignados em folha de pagamento dos servidores e
outros.
É muito comum, nas contratações de serviços pela administração
pública, exigir-se que a empresa contratada caucione determinado percentual
sobre o valor global do contrato, o que, ao final da vigência, deverá ser
devidamente devolvido à empresa. Sendo assim, este valor é um típico
exemplo de classificação de receita extraorçamentária no momento de seu
depósito.

b) Receitas orçamentárias
São as que foram previstas no orçamento e que efetivamente irão
financiar os gastos públicos. Destaca-se nesse contexto a Receita
Tributária,que se constitui de impostos, taxas e contribuições de
melhorias.Nesta unidade, destacaremos as receitas orçamentárias, pois estas
serão o foco de nosso estudo.O Art. 11 da Lei 4.320/64 classificou a receita
orçamentária em duas categorias econômicas:Receitas Correntes e Receitas
de Capital. A seguir, serão transcritas as classificações das receitas correntes,
de acordo com a STN – Secretaria do Tesouro Nacional. Receitas correntes –
Tributária.

Tributo é uma das origens da receita corrente na classificação


orçamentária por categoria econômica. Quanto à procedência, trata-se de
receita derivada, cuja finalidade é obter recursos financeiros para o Estado
custear as atividades que lhe são correlatas. Sujeitam-se aos princípios da
reserva legal e da anterioridade da Lei, salvo exceções.
O art. 3º do Código Tributário Nacional – CTN, define tributo da seguinte
forma: “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo
valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída
em lei e cobrada mediante atividade administrativa
plenamente vinculada”.

- Impostos
Os impostos, segundo o art. 16 do CTN, são espécies tributárias cuja
obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer
atividade estatal específica relativa ao contribuinte, o qual não recebe
contraprestação direta ou imediata pelo pagamento. São exemplos de impostos
de competência:
––da União: IR (imposto sobre a renda),IPI (imposto sobre o
produto industrializado);
––dos Estados: IPVA (imposto sobre veículos automotores),
ICMS (imposto sobre a circulação de mercadorias e serviços);
––dos Municípios: IPTU (imposto sobre a propriedade territorial
e urbana), ISSQN (imposto sobre serviço de qualquer
natureza).
O art. 5º do CTN e os incisos I, II e III do art. 145 da CF/88 tratam
de espécies tributárias, impostos, taxas e contribuições de melhoria.

- Taxas
As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e
pelos Municípios, no âmbito das respectivas atribuições são, também, espécie
de tributo na classificação orçamentária da receita, tendo como fato gerador, o
exercício regular do poder de polícia administrativa ou a utilização, efetiva ou
potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou
posto a sua disposição – art. 77 do CTN: Art. 77: As taxas cobradas pela
União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de
suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do
poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público
específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.
Nesse contexto, taxas são tributos vinculados, pois o aspecto material
do fato gerador é prestação estatal específica diretamente referida ao
contribuinte, em forma de contraprestação de serviços. Porém, podem ser
tributos de arrecadação não vinculada, pois as receitas auferidas por meio das
taxas não se encontram afetadas à determinada despesa, salvo se a lei que
instituiu o referido tributo assim determinou.
As taxas estão sujeitas ao princípio constitucional da reserva legal e, sob
a ótica orçamentária, classificam-se em: Taxas de Fiscalização e Taxas de
Serviço.

a) Taxas de fiscalização ou de poder de polícia


São definidas em lei e têm como fato gerador o exercício do poder de
polícia, poder disciplinador, por meio do qual o Estado intervém em
determinadas atividades, com a finalidade de garantir a ordem e a segurança.
A definição de poder de polícia está disciplinada pelo art. 78 do CTN:
Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que,
limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato
ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança,
à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao
exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização
do poder público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos
direitos individuais e coletivos.

b) Taxas de serviço público


São as que têm como fator gerador a utilização de determinados
serviços públicos, sob ponto de vista material e formal. Nesse contexto, o
serviço é público quando estabelecido em lei e prestado pela administração
pública, sob regime de direito público, de forma direta ou indireta.
A relação jurídica, nesse tipo de serviço, é de verticalidade, ou seja, o
Estado atua com supremacia sobre o particular. É receita derivada e os
serviços têm que ser específicos e divisíveis. Conforme o art. 77 do CTN: Os
serviços públicos têm que ser específicos e divisíveis, prestados ao
contribuinte, ou colocados à sua disposição.
Para que a taxa seja cobrada, não há necessidade de o particular fazer
uso do serviço, basta que o Poder Público coloque tal serviço à disposição do
contribuinte.

c) Contribuição de melhoria
É uma espécie de tributo na classificação da receita orçamentária e tem
como fato gerador valorização imobiliária que decorra de obras públicas,
contanto que haja nexo causal entre a melhoria havida e a realização da obra
pública. De acordo com o art. 81 do CTN:
A contribuição de melhoria cobrada pela União, Estados, pelo
Distrito Federal e pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas
atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas
de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a
despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que
da obra resultar para cada imóvel beneficiado.

-Etapas da receita orçamentária


1º – Previsão
• Estimativa de arrecadação da receita, constante da Lei Orçamentária Anual –
LOA resultante de metodologia de projeção de receitas orçamentárias.
2º – Lançamento
• Segundo o Código Tributário Nacional, art. 142, é o procedimento
administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da
obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante
do tributo devido, identificar o sujeito.

-Estágios das receitas


– Arrecadação/ recolhimento
• Arrecadação: é a entrega realizada pelos contribuintes ou devedores aos
agentes arrecadadores, ou bancos autorizados pelo ente, dos recursos devidos
ao Tesouro.
• Recolhimento: é a transferência dos valores arrecadados à conta específica
do Tesouro, responsável pela administração e controle da arrecadação e
programação financeira.

A classificação econômica da Receita Orçamentária

2.2 - Receitas Correntes


São os ingressos de recursos financeiros, oriundos das atividades do
Estado, para aplicação em despesas (correntes e de capital), visando a
consecução dos objetivos constantes dos programas e ações de governo.
Classificam-se em: tributárias, contribuições, patrimonial, agropecuária,
industrial, de serviços, transferências correntes e outras.
- Receitas tributárias
• São os ingressos provenientes da arrecadação de impostos, taxas e
contribuições de melhoria. Dessa forma, é uma receita privativa das entidades
investidas do poder de tributar: União, Estados, Distrito Federal e os
Municípios.
Exemplos de: impostos - IPTU, IR, IPI, ICMS...taxas - expedição de
alvará, recolhimento de lixo, pedágios recolhidos por órgão público...
contribuições de melhoria - é instituída para fazer face ao custo de obras
públicas que decorra valorização imobiliária.

- Receitas de contribuições
• É o ingresso proveniente de contribuições sociais, de intervenção no
domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas,
como instrumento de intervenção nas respectivas áreas. Apesar da
controvérsia doutrinária sobre o tema, suas espécies podem ser definidas da
seguinte forma:
• contribuições sociais – destinadas ao custeio da seguridade social,
que compreende a previdência social, a saúde e a assistência social.
Exemplos: PIS, PASEP, COFINS,
CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA.
• contribuições de intervenção no domínio econômico – derivam da
contraprestação à atuação estatal exercida em favor de determinado grupo ou
coletividade.
• contribuições de interesse das categorias profissionais ou
econômicas – destinadas ao fornecimento de recursos aos órgãos
representativos, de categorias profissionais, legalmente regulamentadas ou a
órgãos de defesa de interesse dos empregadores ou empregados.

- Receitas patrimoniais
• É o ingresso proveniente de rendimentos sobre investimentos do ativo
permanente, de aplicações de disponibilidades em operações de mercado e
outros rendimentos oriundos de renda de ativos permanentes.• Exemplos: juros
de aplicação financeira, aluguéis de imóveis.
- Receitas agropecuárias
• É o ingresso proveniente da atividade ou da exploração agropecuária
de origem vegetal ou animal.
• Exemplos: receitas advindas da exploração da agricultura (cultivo do
solo), da pecuária (criação de gado) e das atividades de beneficiamento ou
transformação de produtos agropecuários em instalações existentes nos
próprios estabelecimentos.

- Receitas industriais
• É o ingresso proveniente da atividade industrial de extração mineral, de
transformação, de construção e outras, provenientes das atividades industriais
definidas como tal pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
– IBGE.

- Receitas de serviços
É o ingresso proveniente da prestação de serviços de transporte, saúde,
comunicação, portuário, armazenagem, de inspeção e fiscalização, judiciário,
processamento de dados, vendas de mercadorias e produtos inerentes à
atividade da entidade e outros serviços.

- Transferências correntes
• É o ingresso proveniente de outros entes ou entidades, referente a
recursos pertencentes ao ente ou entidade recebedora ou ao ente ou entidade
transferidora, efetivado mediante condições preestabelecidas ou mesmo sem
qualquer exigência, desde que o objetivo seja a aplicação em despesas
correntes.• Exemplo: nos municípios – ICMS, IPVA, FPM.
-Transferências constitucionais
• A Constituição Federal define modalidades de repasses de recursos da
União para estados e municípios. O art. 159 trata das seguintes repartições
tributárias:
- Fundo de Participação dos Estados (FPE),
- Fundo de Participação dos Municípios (FPM),
- Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide combustíveis),
- Imposto sobre Produtos Industrializados proporcional ao valor das
exportações (IPI -exportação).
-Transferências voluntárias
• São os recursos financeiros repassados pela União aos estados e
municípios em decorrência da celebração de convênios, acordos, ajustes ou
outros instrumentos similares cuja finalidade é a realização de obras e/ou
serviços de interesse comum e coincidente às três esferas do governo.
• Exemplos: Convênio do Fundo da Criança e Adolescência,
• Convênio do Programa Casa Popular,
• Convênio de Atenção ao Idoso,
• Convênio para combate a enchentes etc.

- Outras receitas correntes


• São os ingressos correntes provenientes de outras origens não
classificáveis nas anteriores.Exemplos: multas, juros, dívida ativa e todas as
receitas que não se classificam nas anteriores definidas.

2.3 - Receitas de Capital

São os ingressos de recursos financeiros, oriundos de atividades


geralmente não operacionais, para aplicação em despesas operacionais
(correntes ou de capital), visando cumprir os objetivos traçados nos programas
e nas ações de governo.
São assim denominados porque são derivados da obtenção de recursos
mediante constituição de dívidas, amortização de empréstimos, financiamentos
ou alienação de bens.

- Operações de crédito
São os ingressos provenientes da colocação de títulos públicos ou da
contratação de empréstimos e financiamentos obtidos com entidades estatais
ou privadas. Exemplos: financiamentos/ empréstimos no BNDES

- Alienação de bens
É o ingresso proveniente da alienação de componentes do ativo
permanente. Exemplo: venda de bens inservíveis.

-Transferências de Capital
É o ingresso proveniente de outros entes ou entidades, referente a
recursos pertencentes ao ente ou entidade recebedora ou ao ente ou entidade
transferidora, efetivado mediante condições
preestabelecidas ou mesmo sem qualquer exigência, desde que o objetivo seja
a aplicação em despesas de capital. Exemplos: repasses ao estado/município
de verbas para despesas com capital;

- Outras Receitas de Capital


São os ingressos de capital provenientes e outras origens não
classificáveis nas anteriores.

2.4- Classificação da Receita- Exemplo

1.1.1.2.02.01
1 – Receita Corrente (Categoria)
1 – Receita Tributária (Origem)
1 – Impostos (Espécie)
2 – Imposto sobre o Patrimônio e a Renda (Rubrica)
02 – Imposto sem Propriedade Predial e Territorial (Alínea)
01 – Predial (Desmembramento)
1.1.1.2.02.01
1 – Receita Corrente (Categoria)
1 – Receita Tributária (Origem)
1 – Impostos (Espécie)
2 – Imposto sobre o Patrimônio e a Renda (Rubrica)
02 – Imposto sem Propriedade Predial e Territorial (Alínea)
01 – Predial (Desmembramento)

21,50% FPE

48% IR e IPI 23,50% FPM

3% Fundo de
Desenvolvimento

Distribuição aos municípios


Distribuição aos Municípios
50% arrecadação IPVA

25% arrecadação do ICMS

50% ou 100% do ITR

Contabilização das receitas no mundo orçamentário


• As receitas orçamentárias são contabilizadas nos seus
estágios de previsão e de arrecadação (regime de caixa).
• Diariamente, mensalmente ou anualmente, são emitidos os
Balancetes da Receita, nos quais o contador acompanha a sua
execução, obtendo informações:
a) se determinada receita prevista está se realizando
conforme a previsão inicial;
b) se determinado tributo está arrecadando acima do valor
estimado etc.

TABELA PARA AS OPERAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS


Atividade
Agora que você já conhece as etapas da receita orçamentária,
exercite o seu direito de cidadão: descubra em seu município, por
meio de acesso a links governamentais e/ou ao Diário Oficial,
quanto será o valor da receita prevista para o orçamento atual, ou
seja, quanto o gestor do seu município espera arrecadar durante
este exercício.

Leituras recomendadas
SLOMSKI, Valmor. Manual de contabilidade pública: um enfoque
na contabilidade municipal, de acordo com a Lei de
Responsabilidade
Fiscal. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
Manual da Receita Nacional, disponível em: www.tesouro.fazenda.
gov.br/legislacao/download/contabilidade/ManualReceitaNacional.p
df
Referências bibliográficas
SILVA, Lino Martins da. Contabilidade governamental: um
enfoque
administrativo. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2004.
ANDRADE, Nilton de Aquino. Contabilidade pública na gestão
municipal.
3. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
LIMA, Diana Vaz de; CASTRO, Róbson Gonçalves de.
Contabilidade
pública: integrando União, Estados e Municípios (Siafi e Siafem).
2. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
BRASIL. Secretaria do Tesouro Nacional. Manual de contabilidade
aplicada ao setor público: aplicado à União, aos Estados, ao
Distrito
Federal e aos municípios: procedimentos contábeis orçamentários /
Ministério da Fazenda, Secretaria do Tesouro Nacional, Ministério
do
Planejamento, Orçamento e Gestão, Secretaria de Orçamento
Federal.
– 2 ed., 1. Reimpr. – Brasília : Secretaria do Tesouro Nacional,
Coordenação-
Geral de Contabilidade, 2009.

2.5-As Despesas públicas


Define-se como despesa pública o conjunto de dispêndios do
Estado ou de outra pessoa de direito público, para o funcionamento
dos serviços públicos. Nesse sentido, a despesa é parte do
orçamento, ou seja, aquela parte em que se encontram
classificadas todas as autorizações para gastos com as várias
atribuições e funções governamentais. Em outras palavras,
as despesas públicas formam o complexo da distribuição e do
emprego das receitas para custeio de diferentes setores da
administração.
A despesa pública consiste na aplicação de recursos
financeiros de forma direta, na aquisição de meios que possibilitem
a manutenção, o funcionamento e a expansão dos serviços
públicos, ou de forma indireta, quando na realização de
transferências a terceiros, implicando na assunção de
compromissos.

Para Andrade (2008, p. 68):


“Despesa constitui-se de toda saída de recursos ou de todo o
pagamento
efetuado, a qualquer título, pelos agentes pagadores para
saldar gastos fixados na Lei do Orçamento ou em lei especial e
destinados à execução dos serviços públicos, entre eles custeios
e investimentos, além dos aumentos patrimoniais, pagamentos de
dívidas, devolução de importâncias recebidas a títulos de caução,
depósitos e consignações.”

- Classificações da despesa

As despesas públicas se dividem em:


- despesas orçamentárias, que são aquelas fixadas no
orçamento dos entes públicos (União, Estados e municípios);
- dispêndios extraorçamentários, que constituem uma saída
financeira decorrente da devolução dos recursos recebidos
anteriormente a título de engresso extraorçamentário e não
constam no orçamento (ex.: cauções de licitações, descontos em
folha de pagamento).

-Classificação institucional ou por órgãos


O objetivo desta classificação é demonstrar quanto cada
órgão ou unidade organizacional está autorizado a gastar num
determinado exercício.
A classificação institucional ou organizacional apresenta a
vantagem de permitir uma comparação imediata, em termos de
dotações recebidas, entre os diversos órgãos.
Entende-se por unidade orçamentária a repartição pública da
administração direta ou indireta a que o orçamento consigna,
especificamente, dotações para execução de seus programas de
trabalho e sobre os quais exerce o poder de disposição.Como
exemplo, para que você entenda melhor, podemos citar uma
Prefeitura Municipal, em cujo orçamento identificam-se ainda suas
unidades administrativas:

Códigos Tipo Nomenclatura


01.00.00 Órgão Câmara Municipal
01.01.00 Unidade Administrativa Gabinete
da Câmara
02.00.00 Órgão Prefeitura Municipal
02.01.00 Unidade Administrativa Gabinete
do Prefeito
02.02.00 Unidade Administrativa Secretaria
Administração
02.03.00 Unidade Administrativa Secretaria
de Finanças
02.04.00 Unidade Administrativa Secretaria
de Saúde
03.00.00 Órgão Autarquia Y
04.00.00 Órgão Fundação X

-Classificação funcional

Esta classificação define a despesa orçamentária de acordo


com as funções que serão realizadas. A classificação funcional,
composta de um rol de funções e subfunções prefixadas, servirá
como agregador dos gastos públicos por área de ação
governamental, nas três esferas. Trata-se de uma classificação
independente dos programas. Pode-se conceituar:
1. Função – consiste no agrupamento das grandes ações do
governo em funções, que representam o maior nível de agregação,
por meio das quais procura-se alcançar os objetivos
nacionais desdobrando-se em subfunção.
SAÚDE PREVIDÊNCIA EDUCAÇÃO

2 – Subfunção – representa uma partição da função, visando


agregar determinado subconjunto de despesas do setor público.
Nesta classificação, a subfunção identifica a natureza básica das
ações que se aglutinam em torno das funções.
As classificações por funções e subfunções advêm da Portaria SOF
nº 42 de 14 de abril de 1999.

- Estágios da despesa
Os estágios da despesa orçamentária compreendem uma
sequência de atividades desenvolvidas pelos órgãos públicos que
se inicia com a fixação da despesa, indo até o seu pagamento,
extinguindo, assim, a obrigação.
Se você consultar a Lei nº 4.320/64, perceberá que são
apontados apenas três estágios referentes às despesas
orçamentárias, que são: o empenho, a liquidação e o pagamento.

- Estágio do empenho
O empenho é o primeiro estágio da despesa e pode ser
conceituado conforme prescreve o Art. 58 da Lei nº 4.320/64: “o
empenho da despesa é o ato emanado de autoridade competente
que cria para o Estado a obrigação de pagamento pendente ou não
de implemento de condição”. Art. 60 da Lei 4.320/64 dispõe que: “É
vedada a realização de despesa sem prévio empenho
.Empenho de despesa é o ato emanado de autoridade
competente que vincula dotação de créditos orçamentários para
pagamento de obrigação decorrente de lei, contrato, acordo e/ou
ajuste, obedecidos às condições estabelecidas. É uma reserva que
se faz, ou garantia que se dá ao fornecedor ou prestador de
serviços, com base em autorização e dedução da dotação
respectiva, de que o fornecimento ou o serviço contratado será
pago,desde que observadas as cláusulas contratuais. O Art. 42 da
Lei de Responsabilidade Fiscal dispõe que: “É vedado
ao titular de Poder ou Órgão referido no Art. 20, nos últimos dois
quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de despesa que
não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha
parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja
suficiente disponibilidade de caixa para este feito”.
Parágrafo único. “Na determinação da disponibilidade de
caixa serão considerados os encargos e despesas compromissadas
a pagar até o final do exercício” .É bom que você saiba que, neste
momento, é obrigatória a emissão do documento denominado “
Nota de Empenho ”, que indicará o nome do credor, a
classificação da despesa, a especificação e sua importância.
Os empenhos ainda são classificados em:
• Estimativo, destinado a atender despesa de valor não
quantificável durante o exercício.
• Global, destinado a atender a despesa quantificada e de
base liquidável, geralmente em cada mês, durante a fluência do
exercício.
• Ordinário, destinado a atender a despesa quantificada e
liquidável de uma só vez

- Estágio da liquidação
Esse é o segundo estágio da despesa e consiste na
verificação do direito adquirido pelo credor, tendo por base os títulos
e os documentos comprobatórios do respectivo crédito (Art. 63 da
Lei n° 4.320/64). Vale dizer que é a comprovação de que o credor
cumpriu todas as obrigações constantes do contrato e/ou Nota de
Empenho.
A liquidação tem por finalidade reconhecer ou apurar:
a) a origem e o objeto do que se deve pagar;
b) a importância exata a pagar; e
c) a quem se deve pagar a importância, para extinguir a
obrigação.
O estágio da liquidação da despesa envolve, portanto, todos
os atos de verificação e conferência, desde a entrada do material ou
a prestação do serviço até o reconhecimento da despesa.
Ressalta-se que, na liquidação de despesa, por ocasião do
recebimento do material, da execução da obra ou da prestação do
serviço, certos cuidados especiais deverão ser observados, tais
como:e anual.
a) verificação do cumprimento das normas sobre licitação ou
documento formalizando a sua dispensa ou comprovando a sua
inexigibilidade;
b) verificação da conformidade com o contrato, convênio,
acordo
ou ajuste, se houver;
c) exame da nota de empenho; e
d) comprovantes da entrega do material ou da prestação
efetiva dos serviços, isto é, conferência da nota fiscal ou documento
equivalente.

- Estágio do pagamento
O Art. 62 da Lei 4.320/64 estabelece que: “o pagamento da
despesa só será efetuado quando ordenado após sua regular
liquidação e; o Art. 64 da citada lei define que: “a ordem de
pagamento é o despacho exarado por autoridade competente,
determinando que a despesa seja paga”.
O pagamento é a última fase da despesa. Este estágio
consiste na entrega de recursos equivalentes à dívida líquida, ao
credor, mediante emissão de ordem bancária assinada pelo
ordenador de despesas e pelo responsável pelo setor financeiro.

-Os restos a pagar


Os restos a pagar constituem compromissos financeiros
exigíveis que compõem a dívida flutuante e podem ser
caracterizados como as despesas empenhadas, mas não pagas até
o dia 31 de dezembro de cada exercício financeiro. Portanto, as
despesas empenhadas não pagas até o dia 31 de dezembro, não
canceladas pelo processo de análise e depuração e que atendam
os requisitos previstos em legislação específica devem ser inscritas
em Restos a Pagar, pois se referem a encargos incorridos no
próprio exercício.
De acordo com o art. 36 da Lei nº 4.320, de 17 de março de
1964, que estatui normas gerais de direito financeiro para
elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos
Estados, dos Municípios e do Distrito
Federal, consideram-se Restos a Pagar as despesas nos seguintes
termos: Art. 36. Consideram-se restos a pagar as despesas
empenhadas mas não pagas até o dia 31 de dezembro,
distinguindo-se as processadas das não processadas.
No final do exercício, as despesas orçamentárias
empenhadas e não pagas serão inscritas em restos a pagar e
constituirão a dívida flutuante.
Pode-se distinguir dois tipos de restos a pagar: os
processados e os não processados.
Os restos a pagar processados são aqueles em que a
despesa orçamentária percorre os estágios de empenho e
liquidação, restando pendente apenas o estágio do pagamento.
Os restos a pagar processados não podem ser cancelados,
tendo em vista que o fornecedor de bens/serviços cumpriu com a
obrigação de fazer e a administração não poderá deixar de cumprir
com a obrigação de pagar sob pena de estar descumprindo o
princípio da moralidade que rege a administração pública.

-Classificação – Categoria Econômica e Grupos


-Grupos da Despesa
- Pessoal e Encargos
Despesas orçamentárias de natureza remuneratória
decorrente do efetivo exercício de cargo, emprego ou função de
confiança no setor público, do pagamento dos proventos de
aposentadorias, reformas e pensões, das obrigações trabalhistas de
responsabilidade do empregador, incidentes sobre a folha de
salários, contribuição à entidades fechadas de previdência etc.
- Juros e Encargos da Dívida
Despesas orçamentárias com o pagamento de juros,
comissões e outros encargos de operações de crédito internas e
externas contratadas, bem como da dívida pública mobiliária.
- Outras Despesas Correntes
Despesas orçamentárias com aquisição de material de
consumo, pagamento de diárias, contribuições, subvenções, auxílio-
alimentação, auxílio-transporte, além de outras despesas da
categoria econômica "Despesas Correntes" não classificáveis nos
demais grupos de natureza de despesa.
– Investimentos
Despesas orçamentárias com o planejamento e a execução
de obras, inclusive com a aquisição de imóveis considerados
necessários à realização destas últimas, e com a aquisição de
instalações,equipamentos e material permanente.
- Inversões Financeiras
Despesas orçamentárias com a aquisição de imóveis ou bens
de capital já em utilização; aquisição de títulos representativos do
capital de empresas ou entidades de qualquer espécie, já
constituídas, quando a operação não importe aumento do capital; e
com a constituição ou aumento do capital de empresas.
- Despesas orçamentárias com o pagamento e/ou refinanciamento
do principal e da atualização monetária ou cambial da dívida pública
interna e externa, contratual ou mobiliária.

As Despesas Orçamentárias - classificação segundo a


categoria
econômica e grupos
3. Despesas Correntes
3.1 - Pessoal e encargos
3.2 - juros e encargos da dívida
3.3 - outras despesas correntes
4.Despesas de Capital
4.4 - Investimentos
4.5 - inversões financeiras
4.6 - amortização da dívida

DISTRIBUIÇÃO ORÇAMENTÁRIA
Exercício
Suponha que um órgão público, tenha apurado as seguintes
informações da
despesa em 31/12/XX:
• despesas empenhadas - R$ 180.000
• despesas liquidadas - R$ 170.000
• despesas pagas - R$ 150.000
Qual o valor de restos a pagar?

Atividades
Assim como foi proposto para você examinar a receita do município,
e agora você já conhece os estágios da despesa orçamentária,
exercite o seu direito de cidadão: descubra também em seu
município, por meio de acesso a links governamentais e/ou ao
Diário Oficial, se todo o valor da despesa orçamentária que foi
empenhado também foi pago. Qual o nome dado ao valor que não é
pago dentro do exercício financeiro?

Leituras recomendadas
SILVA, Lino Martins da. Contabilidade governamental: um
enfoque
administrativo. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2004.
SLOMSKI, Valmor. Manual de contabilidade pública: um enfoque
na contabilidade municipal, de acordo com a Lei de
Responsabilidade
Fiscal. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
Manual da Despesa Nacional, disponível em: http://www.tesouro.
fazenda.gov.br/contabilidade_governamental/download/Manual_De
spesa_
Nacional_30102008_MTCASP_.pdf
Lei nº 4.320 de 1964, disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/Leis/L4320.htm
Referências bibliográficas
ANDRADE, Nilton de Aquino. Contabilidade pública na gestão
municipal:
3. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
BRASIL. Secretaria do Tesouro Nacional. Manual de contabilidade
aplicada ao setor público: aplicado à União, aos Estados, ao
Distrito
Federal e aos municípios: procedimentos contábeis orçamentários /
Ministério da Fazenda, Secretaria do Tesouro Nacional, Ministério
do
Planejamento, Orçamento e Gestão, Secretaria de Orçamento
Federal.
– 2 ed., 1. Reimpr. – Brasília : Secretaria do Tesouro Nacional,
Coordenação-
Geral de Contabilidade, 2009.

2.6-O Planejamento Orçamentário

O processo orçamentário está definido na Constituição de


1988, que estabelece como instrumentos de planejamento
governamental e atribui ao Poder Executivo a iniciativa dos
seguintes projetos de lei:
• Plano Plurianual;
• Lei de Diretrizes Orçamentárias;
• Lei do Orçamento Anual.
Existem princípios básicos que devem ser seguidos para
elaboração e controle dos orçamentos públicos, aos quais você terá
acesso nos próximos subitens desta unidade, e que estão definidos
no caso brasileiro na Constituição, na Lei nº 4.320/64, no Plano
Plurianual, na Lei de Diretrizes Orçamentárias e na Lei de
Responsabilidade Fiscal.
O orçamento público, em sentido amplo, é um documento
legal (aprovado por lei) contendo a previsão de receitas e a
estimativa de despesas a serem realizadas por um Governo em um
determinado exercício (geralmente um ano).
O orçamento evoluiu ao longo da história para um conceito de
orçamento programa, segundo o qual o orçamento não é apenas
um mero documento de previsão da arrecadação e autorização do
gasto, mas um documento legal que contém programas e ações
vinculados a um processo de planejamento público, com objetivos e
metas a alcançar no exercício (a ênfase no orçamento programa é
nas realizações do Governo). Perceba que o orçamento público no
Brasil inicia-se com um texto elaborado pelo Poder Executivo e
entregue ao Poder Legislativo para discussão, aprovação e
conversão em lei. O documento contém a estimativa de
arrecadação das receitas para o ano seguinte e a autorização para
a realização de despesas do Governo, com quase todas aquelas
classificações que você estudou nas unidades 2 e 3 sobre receita e
despesa pública, respectivamente. Porém, o planejamento
orçamentário está atrelado a um forte sistema de planejamento
público das ações a realizar no exercício.
Se um simples orçamento doméstico torna difícil o
atendimento das demandas pessoais, imagine o desafio que é
atender todas as expectativas da sociedade, ou seja, agradar a
todos os cidadãos, a todas as categorias de classe, a todas as
associações de bairros, a todas as organizações do terceiro setor, a
todo o quadro de servidores e assim por diante.

Obras Escolas Previdência

-Instrumentos de planejamento orçamentário


O desenho em forma de pirâmide a seguir demonstra
claramente a hierarquia dos instrumentos de planejamento

PPA
LDO
LOA

-P.P.A. – Plano plurianual

O PPA é a lei que define as prioridades do Governo pelo


período de 4 (quatro) anos. O projeto de lei do PPA deve ser
enviado pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo,
geralmente, até o dia 31 de agosto do primeiro ano de seu mandato
(4 meses antes do encerramento da sessão legislativa).
De acordo com a Constituição Federal, o PPA deve conter “as
diretrizes, objetivos e metas da administração pública para as
despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas
aos programas de duração continuada”.
A vigência dos planos plurianuais correspondem ao mandato
do presidente, governador e ainda dos prefeitos, sendo assim, de
quatro anos.
Mas uma informação importante deve ser observada: a
discussão e a aprovação do PPA só acontecem depois da posse do
novo governo. Dessa forma, o governo que inicia seu mandato deve
obrigatoriamente trabalhar com base no programa de seu
antecessor. Para que você entenda melhor, analise o fluxo a seguir
de um município e lembre-se de que os últimos mandatos dos
prefeitos no Brasil começaram em 2009.

-L.D.O. – Lei de Diretrizes Orçamentárias

A LDO é a lei anterior à lei orçamentária, que define as metas


e as prioridades em termos de programas a executar pelo Governo.
O projeto de lei da LDO deve ser enviado pelo Poder Executivo ao
Legislativo,
geralmente, até o dia 15 de abril de cada ano (8 meses e meio
antes do encerramento da sessão legislativa).
De acordo com a Constituição Federal, a LDO estabelece as
metase as prioridades para o exercício financeiro subsequente,
orienta a elaboração do Orçamento (Lei Orçamentária Anual),
dispõe sobre alterações na legislação tributária e estabelece a
política de aplicação das agências financeiras de fomento.
Com base na LDO aprovada a cada ano pelo Poder
Legislativo, o órgão responsável do Poder Executivo consolida a
proposta orçamentária de todos os órgãos dos Poderes (Legislativo,
Executivo e Judiciário) para o ano seguinte no Projeto de Lei,
encaminhado para discussão e votação no Legislativo.
A Lei de Diretrizes Orçamentárias obedece à anualidade,
orientando a elaboração da lei orçamentária anual, e ainda deve ser
compatível com o plano plurianual.
Quanto a este instrumento, ainda, você deve saber que, com o
advento da Lei de Responsabilidade Fiscal, Lei Complementar nº
101 de 2000, houve alguns incrementos à metodologia de
elaboração. Nestes termos, junto ao projeto de lei de diretrizes
orçamentárias, passou-se a integrar o anexo de metas fiscais, em
que serão estabelecidas metas anuais, em valores correntes e
constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e
primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se
referirem e para os dois seguintes. Ainda de acordo com a LRF, a
LDO conterá também anexo de riscos fiscais, em que serão
avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de
afetar as contas públicas, informando as providências a serem
tomadas, caso se concretizem.

L.O.A. – Lei do Orçamento Anual

Por determinação constitucional, o Governo é obrigado a


encaminhar o Projeto de Lei Orçamentária Anual ao Legislativo até
o dia 31 de agosto de cada ano (4 meses antes do encerramento da
sessão legislativa). Acompanha o projeto uma Mensagem do Chefe
do Poder Executivo, na qual é feito um diagnóstico sobre a situação
econômica e suas perspectivas.
A Lei Orçamentária Anual disciplina todos os programas e
todas as ações do governo federal no exercício. Nenhuma despesa
pública pode ser executada sem estar consignada no Orçamento.
No Congresso, deputados e senadores discutem, na Comissão
Mista de Orçamentos e Planos, a proposta orçamentária (projeto de
lei) enviada pelo Poder Executivo, fazendo as modificações que
julgar necessárias, por meio de emendas, votando, ao final, o
projeto.
A Constituição determina que o orçamento deve ser votado e
aprovado até o final de cada Legislatura. Depois de aprovado, o
projeto é sancionado e publicado pelo Presidente da República,
pelo Governador e/ou pelo Prefeito transformando-se na Lei
Orçamentária Anual.
A Lei Orçamentária Anual (LOA) estima as receitas e autoriza
as despesas do Governo de acordo com a previsão de
arrecadação. Se, durante o exercício financeiro, houver
necessidade de realização de despesas acima do limite que está
previsto na Lei, o Poder Executivo submete ao Legislativo um novo
projeto de lei solicitando crédito adicional.
A Constituição de 1988, em seu art. 165, § 5º, determina que
a lei orçamentária anual compreenda os seguintes orçamentos:
a) fiscal, referente aos Poderes da União (Legislativo,
Executivo e Judiciário), seus fundos, órgãos e entidades da
administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público;
b) o de investimento das empresas em que a União, direta ou
indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a
voto (exceto os valores referente ao custeio);
c) o de seguridade social, abrangendo todas as entidades e
órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem
como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder
Público.

A seguir, veja resumidamente os prazos que o Chefe do Poder


Executivo deve enviar ao Poder Legislativo e este deve fazer a
devolução, tomando como base o exercício financeiro:
PPA – Plano Plurianual
O Poder Executivo envia até 4 meses antes do encerramento
do primeiro exercício financeiro do seu mandato, ou seja, até o dia
31 de agosto.
LDO – Lei das Diretrizes Orçamentárias
O Poder Executivo envia até 8 meses e ½ (meio) antes do
encerramento de cada exercício financeiro, ou seja, geralmente até
o dia 15 de abril.
LOA – Lei de Orçamento Anual
O Poder Executivo envia até 4 meses antes do encerramento
de cada exercício financeiro, ou seja, geralmente até o dia 31 de
agosto. Ainda, quando citamos o exercício financeiro, é bom
lembrá-lo que assim como na contabilidade empresarial, a Lei 4.320
de 1964, em seu Art. 34, diz que este coincidirá com o ano civil.

2.6.1-Os princípios orçamentários


Existem princípios básicos que devem ser seguidos na
elaboração e
na execução do orçamento, que estão definidos na Constituição
Federal, na Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, no Plano
Plurianual e na Lei de Diretrizes Orçamentárias. Esses princípios
são premissas, linhas norteadoras de ação a serem observadas na
concepção da proposta.
A Lei nº 4.320/64 estabelece os fundamentos da transparência
orçamentária (art. 2º):
“A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e
despesa, de forma a evidenciar a política econômico-financeira
e o programa de trabalho do governo, obedecidos aos
princípios da unidade, universalidade e anualidade”.
Identificamos, logo a seguir, os princípios orçamentários, que regem
os instrumentos de planejamento orçamentário:
a) Unidade – só existe um Orçamento para cada ente federativo
(no Brasil, existe um Orçamento para a União, um para cada
Estado e um para cada Município). Cada ente deve possuir o
seu Orçamento, fundamentado em uma política orçamentária
e estruturado uniformemente. Não há múltiplos orçamentos
em uma mesma esfera. O fato de o Orçamento Geral da União
possuir três peças, como o Orçamento Fiscal, o Orçamento da
Seguridade Social e o Orçamento de Investimento não representa
afronta ao Princípio da Unidade, pois o Orçamento é único,
válido para os três Poderes. O que há são apenas volumes
diferentes segundo áreas de atuação do Governo.
b) Universalidade – o Orçamento deve agregar todas as receitas e
despesas de toda a administração direta e indireta dos Poderes.
A Lei orçamentária deve incorporar todas as receitas e despesas,
ou seja, nenhuma instituição pública que receba recursos
orçamentários ou gerencie recursos federais pode ficar de fora
do Orçamento.
c) Anualidade / Periodicidade – o Orçamento cobre um período
limitado. No Brasil, este período corresponde ao ano ou
exercício financeiro, de 01/01 a 31/12. O período estabelece
um limite de tempo para as estimativas de receita e fixação da
despesa, ou seja, o orçamento deve se realizar no exercício que
corresponde ao próprio ano fiscal.
d) Legalidade – o Orçamento é objeto de uma lei específica (Lei
ordinária no Brasil), e como tal, deve cumprir o rito legislativo
próprio, com o cumprimento de todos os quesitos, inclusive
seu sancionamento e publicação pelo Presidente da República
ou Congresso Nacional.
e) Exclusividade – O Orçamento só versa sobre matéria
orçamentária, podendo conter autorização para abertura de créditos
suplementares e operações de crédito, ainda que por antecipação
da receita.
f) Especificação ou discriminação ou especialização – são vedadas
autorizações globais no orçamento. As despesas devem ser
especificadas no orçamento, no mínimo, por modalidade de
aplicação.
g) Publicidade – o orçamento de um país deve ser sempre
divulgado quando aprovado e transformado em lei. No Brasil, o
Orçamento Federal é publicado no Diário Oficial da União.
h) Equilíbrio – as despesas autorizadas no orçamento devem ser,
sempre que possível, iguais às receitas previstas. Não pode haver
um desequilíbrio acentuado nos gastos.
i) Orçamento-bruto – a receita e despesa constante no orçamento,
exceto os descontos constitucionais (ex.:transferências
constitucionais), devem aparecer no orçamento pelo valor total
ou valor bruto, sem deduções de nenhuma espécie.
j) Não-afetação ou não-vinculação – é vedada a vinculação dos
impostos a órgão, fundo ou despesa, exceto as próprias
transferências constitucionais para manutenção e desenvolvimento
do ensino (FPE, FPM, etc.) e as garantias às operações de crédito
por antecipação da receita.
k) Programação, tipicidade e atipicidade – durante a fase de
consolidação da proposta de orçamento, geralmente se seguem
determinadas classificações orçamentárias existentes.
Como você já estudou, há uma tabela de classificação funcional de
despesas, por exemplo, que classifica a despesa em funções,
subfunções, programas e ações. Há outra tabela de classificação da
despesa por fontes de recursos e outra por unidade orçamentária,
sobre as despesas públicas. No processo de programação da
despesa no orçamento, em primeiro lugar é preciso identificar a
função a que pertence a despesa (se é uma despesa classificável
na função Educação, Saúde, Ciência e Tecnologia, Transportes, ou
qualquer outra). A função é o nível mais elevado de agregação de
despesas, representando quase uma área de atuação do Governo.
As diferentes funções se dividem em subfunções, que, por sua vez,
comportam diferentes programas de Governo, compostos
ações (projetos, atividades ou operações especiais) a realizar no
exercício.
Programar uma despesa é classificar a despesa de maneira a ficar
evidenciado onde será utilizado o recurso (em qual função,
subfunção, programa ou ação do Governo). Porém, no processo de
programação, pode ocorrer de um programa não se vincular à sua
respectiva subfunção da tabela de classificação funcional ou uma
subfunção não se vincular à sua função típica, constante da tabela
de classificação funcional. Ou seja, em termos práticos, nem
sempre se programa a despesa respeitando-se a classificação
funcional existente nas tabelas orçamentárias. Quando um
programa é vinculado a uma subfunção que não aquela
correspondente à da tabela de classificação, dizemos que ocorreu
atipicidade na programação da despesa, ou seja, não há uma
classificação típica. O mesmo acontece quando uma despesa
classificada no orçamento em uma subfunção está vinculada a
outra função que não a função correspondente, segundo a tabela
de classificação orçamentária.
Em consequência, pode-se definir execução orçamentária como
sendo a utilização dos créditos consignados no Orçamento ou Lei
Orçamentária Anual – LOA.
A execução financeira, por sua vez, representa a utilização de
recursos financeiros, visando atender à realização dos projetos e/ou
atividades atribuídas às unidades orçamentárias pelo orçamento.
Na técnica orçamentária, inclusive, é habitual se fazer a distinção
entre as palavras
crédito e recursos. Reserva-se o termo crédito para designar o
lado orçamentário e recursos para o lado financeiro. Crédito e
recurso são duas faces de uma mesma moeda. O crédito é
orçamentário, dotação ou autorização de gasto ou sua
descentralização, e recursos é financeiro, portanto
dinheiro ou saldo de disponibilidade bancária.

2.6.2-Créditos Orçamentários
•São autorizações constantes na Lei Orçamentária (L.O.A.) para a
realização de despesas.
•Art. 40 da Lei nº 4.320/64: “ Serão créditos adicionais as
autorizações de despesas não computadas ou insuficientemente
dotadas na Lei do Orçamento.”
Tipos de crédito adicional
1.Suplementares – destinados a reforços de dotação.

2.Especiais – destinados a despesas para as quais não haja


dotação orçamentária específica.
3.Extraordinários – destinados a despesas urgentes e imprevisíveis.

Crédito adicional
•Os créditos suplementares e especiais dependem da existência de
recursos disponíveis para ocorrer a despesa.
•Será precedida de exposição justificativa.
•Serão autorizados por lei e abertos por decreto executivo.
•Os créditos extraordinários serão abertos por decreto do Poder
Executivo, que deles dará imediato conhecimento ao Poder
Legislativo.

Fontes dos créditos adicionais


1.Excesso de arrecadação;
2.Superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício
anterior;
3.Anulação parcial ou total de dotações orçamentárias;
4.Operações de crédito realizadas.

Leituras recomendadas
Para aprofundar-se mais sobre o assunto estudado nesta unidade,
recomendo as seguintes leituras:
KOHAMA, Heilio. Balanços Públicos: teoria e prática. 2. ed. – 6ª
reimpr. São Paulo: Atlas, 2009.
SLOMSKI, Valmor. Manual de contabilidade pública: um enfoque
na contabilidade municipal, de acordo com a Lei de
Responsabilidade
Fiscal. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
GIACOMONI, James. Orçamento público. São Paulo: Atlas, 2000
ARAUJO, Inaldo da Paixão Santos. Contabilidade pública: da
teoria
à prática. São Paulo: Saraiva, 2004.
Lei nº 4.320 de 1964, disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_
03/Leis/L4320.htm
Referências bibliográficas
SÁ, Carlos Alexandre; MORAES, José Rabello. O orçamento
estratégico:
uma visão empresarial. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2005.
SILVA, Lino Martins da. Contabilidade governamental: um
enfoque
administrativo. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2004.
PISCITELLI, Roberto Bocaccio; TIMBÓ Maria Zulene Farias.
Contabilidade
Pública – Uma Abordagem da Administração Financeira
Pública. 10. ed. Ver., ampliada e atualizada até outubro de 2008.
São
Paulo: Atlas, 2009.

2.7-LRF- Lei de Responsabilidade Fiscal


Durante anos, o Brasil demonstrou deficiências para questões
relacionadas a princípios fundamentais na administração pública.
Endividado, ele previa, desde a Constituição de 1988,
especificamente nos artigos de 163 a 169, normas de finanças
públicas que garantiriam o bom uso dos recursos públicos.
Países como os Estados Unidos, a Nova Zelândia e os da
Comunidade Europeia já vinham praticando normas para
sustentação financeira de seu governo. Assim, o Brasil não poderia
ficar atrás e, com a criação de um novo código de conduta,
permitiria o equilíbrio fiscal, bem como garantiria uma boa imagem
aos investidores estrangeiros.
Vigente desde 1º de janeiro de 2001, a Lei de
Responsabilidade Fiscal, também conhecida como LRF, veio
estabelecer limites e condições para os administradores públicos
gerir da melhor forma o dinheiro público, obedecendo ao
cumprimento de metas de resultado entre receita e despesa,
renúncia de receita, geração de despesa, operações de crédito,
gastos com pessoal e outros. Esta Lei estabelece, na gestão
pública, a obrigatoriedade de ação planejada e transparente, com o
objetivo de prevenir e corrigir desvios capazes de afetar o equilíbrio
das contas públicas.
A LRF foi aprovada através da Lei Complementar nº 101, de 4
de maio de 2000, e sua aplicação se estende aos três níveis de
governo: Federal, Estadual e Municipal em seus três poderes,
Executivo, Legislativo e Judiciário.Observam-se quatro pontos
fundamentais da LRF para o controle das finanças públicas, que
são: o planejamento orçamentário, o controle dos gastos públicos, a
transparência e a fiscalização ao cumprimento da Lei. A obediência
a esta nova estrutura possibilitou resultados positivos ao equilíbrio
fiscal. No Brasil, percebeu-se, por exemplo, uma diminuição na taxa
de endividamento da receita corrente líquida de 76%, segundo
dados da Secretaria do Tesouro Nacional.

•LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL Lei Complementar nº


101/00 74 artigos “ Estabelece normas de finanças públicas
voltadas para a responsabilidade na gestão e dá outras
providências.” Acrescentada pela Lei Complementar nº 131/09

Estão obrigados às disposições dessa Lei Complementar, ou


seja, são atingidas:
•União, Estados e os Municípios.
•Tanto a Administração Direta, quanto a Indireta.
•Administração Direta: ministérios, secretarias, gabinetes e demais
órgãos.
•Administração Indireta: fundações, autarquias, fundos e empresas
estatais dependentes.

•Empresa Estatal dependente: é a empresa controlada que recebe


do ente controlador, recursos financeiros para o pagamento de
despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital.
•Atinge:
•três esferas de governo: federal, estadual e municipal.
•três poderes: legislativo, executivo e judiciário.

Limites da Despesa com Pessoal- Art. 19


•Não poderá exceder os percentuais da receita corrente líquida,
abaixo.
•União: 50%, estados: 60%, municípios: 60%
•Repartição dos limites globais (Art. 20):
•I - na esfera federal (União):
•2,5% para o Legislativo;
•6% para o Judiciário;
•40,9% para o Executivo;
•0,6% para o Ministério Público da União.

Repartição dos limites globais (Art. 20)


II – na esfera estadual:
•3% para o Legislativo;
•6% para o Judiciário;
•49% para o Executivo;
•2% para os Ministérios Públicos Estaduais.

III – na esfera municipal:


•6% para o Legislativo;
•54% para o Executivo.

Estudo de Caso
•Após o encerramento do 2º quadrimestre de 2006, apurou-se na
Prefeitura Modelópolis uma Receita Corrente Líquida de R$
18.560.000,00, tendo em vista os limites da LRF.
1.Qual o limite de despesas com pessoal que esta Prefeitura( Poder
Executivo ) deve obedecer?
•Resposta: R$______________________ ___________%

2.e na Câmara Municipal?


•Resposta: R$______________________ ___________%

Excesso dos limites estabelecidos (verificação quadrimestral)-


Art. 22
•Se a despesa total com pessoal exceder a 95% do limite são
vedados ao Poder ou órgão:

I – concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de


remuneração a qualquer título, salvo os derivados de sentença
judicial, ressalvada a revisão prevista no inciso X do art. 37 da
Constituição;
II – criação de cargo, emprego ou função;
III – alteração de estrutura de carreira que implique aumento de
despesa;
IV – provimento de cargo público, admissão ou contratação de
pessoal a qualquer título, ressalvada a reposição decorrente de
aposentadoria ou falecimento de servidores das áreas de educação,
saúde e segurança;
V – contratação de hora extra, salvo em casos previstos em lei.

ALERTAS: 95% do limite –Estudo de caso


•A Prefeitura Modelópolis, no 1º quadrimeste, apurou uma receita
corrente líquida de R$ 25.200.000,00 e despesa com pessoal de R$
13.356.000,00.

-Apure o índice de pessoal.


Resposta:
- Estando acima dos 95% do limite,( 95% de 54% = 51,30 % ) o que
será vedado à Prefeitura?
Ultrapassagem dos limites
•Se a despesa total com pessoal, no 1º quadrimestre, dos limites
excederem os percentuais definidos, este excedente terá de ser
eliminado nos dois quadrimestres seguintes, adotando entre outras,
as providências previstas nos §§ 3º e 4º do artigo 169 da
Constituição Federal.

Artigo 169 da Constituição Federal


•§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste
artigo, durante o prazo fixado na lei complementar referida no caput,
a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as
seguintes providências:
•I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com
cargos em comissão e funções de confiança;
•II - exoneração dos servidores não estáveis

§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não


forem suficientes para assegurar o cumprimento da determinação
da lei complementar referida neste artigo, o servidor estável poderá
perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos
Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade
administrativa objeto da redução de pessoal.

ÓRGÃOS LIMITE DE ENDIVIDAMENTO


2 vezes o valor da receita corrente líquida.
Estados
Municípios 1 inteiro e dois décimos da receita corrente líquida

Vamos exercitar ?!

• •Um determinado Estado possui uma dívida, consolidada


(fundada) no 2º quadrimestre, de R$ 18.000.000,00 e uma
receita corrente líquida apurada, de R$ 22.900.000,00. Com
base nisso, calcule o índice, de acordo com os limites
estabelecidos pela LRF e avalie seu comportamento

• Uma Prefeitura possui uma dívida consolidada (fundada), de


R$ 800.000,00, e uma receita corrente líquida apurada, de R$
1.360.000,00. Com base nisso, calcule o índice, de acordo
com os limites estabelecidos pela LRF, e avalie seu
comportamento.

-A transparência da gestão fiscal


Neste item, verifique a existência de dois blocos normativos
distintos:
um de caráter geral, dedicado à explicitação dos instrumentos de
transparência na gestão fiscal; outro, específico, voltado às contas
apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo.
Para efeito da lei de responsabilidade fiscal, consideram-se
instrumentos de transparência:
• Os planos, os orçamentos e a lei de diretrizes orçamentárias;
• As prestações de contas e o respectivo parecer prévio;
• Relatório resumido da execução orçamentária e a sua versão
simplificada;
• Relatório de gestão fiscal e a sua versão simplificada.
A transparência da gestão pública depende também do incentivo à
participação popular e da realização de audiências públicas, tanto
durante a elaboração como no curso da discussão dos planos, da
lei de diretrizes orçamentárias e dos orçamentos. Por sua vez, as
contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo devem estar à
disposição do público, no âmbito tanto do respectivo Poder
Legislativo como do órgão técnico responsável por sua elaboração.
Tratando-se da União, as contas devem ser acompanhadas por
demonstrativos, confeccionados pelo Tesouro, especificando as
aplicações efetuadas com recursos oriundos dos orçamentos
fiscais. A Lei fixa limites para despesas com pessoal, para dívida
pública, e ainda determina que sejam criadas metas para controlar
receitas e despesas.Além disso, segundo a LRF, nenhum
governante pode criar uma nova despesa continuada (por mais de
dois anos) sem indicar sua fonte de receita ou sem reduzir outras
despesas já existentes. Isso faz com que o governante consiga
sempre pagar despesas, sem comprometer o orçamento ou os
orçamentos futuros.
É importante ressaltar também que, em 27 de maio de 2009, foi
sancionada a Lei Complementar nº 131, que veio acrescentar
dispositivos à Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, que
estabelece normas
de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão
fiscal e dá outras providências, a fim de determinar a
disponibilização, em tempo
real, de informações pormenorizadas sobre a execução
orçamentária e financeira da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios.
Seguiremos passo a passo nos próximos itens, apresentando a
você alguns conceitos consagrados pela Lei de Responsabilidade
Fiscal.

- Alguns conceitos trazidos pela LRF

- Receita corrente líquida


É o somatório das receitas tributárias, de contribuições, industriais,
agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras
receitas também correntes, que você já estudou na unidade 2,
deduzidos:
a) na União, os valores transferidos aos Estados e Municípios por
determinação constitucional ou legal, e as contribuições
mencionadas na alínea a do inciso I e no inciso II do art. 195, e no
art. 239 da Constituição;
b) nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por
determinação constitucional;
c) na União, nos Estados e Municípios, a contribuição dos
servidores para o custeio do seu sistema de previdência e
assistên163 cia social e as receitas provenientes da compensação
financeira citada no § 9º di artigo 201 da Constituição.

- Despesa total com pessoal e limites impostos


É o somatório dos gastos do ente da Federação com os ativos, os
inativos e os pensionistas, relativos a mandatos eletivos, cargos,
funções ou empregos, civis, militares e de membros de Poder, com
quaisquer espécies remuneratórias, tais como vencimentos e
vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria,
reforma e pensões, inclusive adicionais, gratificações, horas extras
e vantagens pessoais de qualquer natureza, bem como encargos
sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de
previdência.Lembre-se que, os valores dos contratos de
terceirização de mão de obra que se referem à substituição de
servidores e empregados públicos serão contabilizados como
“Outras Despesas de Pessoal ” e que a despesa total com pessoal
será apurada somando-se a realizada no mês em referência com as
dos onze imediatamente anteriores, adotando-se o regime de
competência.
Dos Restos a Pagar – artigo 42
•É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos
últimos dois quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de
despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou
que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que
haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito.

Da Preservação do Patrimônio Público- art. 44


•É vedada a aplicação da receita de capital derivada da alienação
de bens e direitos que integram o patrimônio público para o
financiamento de despesa corrente, salvo se destinada por lei aos
regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores
públicos.

Avaliação das metas fiscais: § 4º do Artigo 9º


•“ Até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, o Poder
Executivo demonstrará e avaliará o cumprimento das metas fiscais
de cada quadrimestre, em audiência pública nas Casas
Legislativas(...)”.

Bibliografia sugerida
•CRUZ, Flávio da; VICCARI JUNIOR, Adauto; GLOCK, José
Osvaldo; HERZMANN, Nélio; TREMEL, Rosângela. Lei de
Responsabilidade Fiscal Comentada: Lei Complementar nº 101, de
4 de maio de 2000. 5 ed. São Paulo:Atlas, 2006.

•Lei complementar nº 101/00, disponível em:


http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/Leis/LCP/Lcp101.htm

3-Plano de Contas e sistema de Contabilidade


Governamental
Segundo ANDRADE:
• o plano de contas é o objeto responsável
pela transparência dos lançamentos
contábeis, já que o mesmo demonstra as
contas contábeis de forma estruturada,
obedecendo a Princípios contábeis
Geralmente Aceitos, e consegue com
isso agrupar informações diversas, de
acordo com a forma em que cada conta
está sendo utilizada.

-Noções sobre contas

As contas contábeis constituem-se representações escrituradas


de bens, direitos, obrigações, capital, reservas, etc. de uma
entidade. A finalidade de tais contas é registrar as movimentações
transcritas do livro diário, expressando-se monetariamente. Cada
fato contábil é transportado para as respectivas contas, com sua
data, histórico e valor.

As contas poderão ser ativas, passivas, de resultado, ou de


compensação.

As contas ativas registram bens e direitos, como numerário


(caixa), valores bancários (contas de movimento), clientes
(duplicatas a receber), imóveis (terrenos e edificações), etc.

As contas passivas registram as obrigações e os recursos de


capital, como contas a pagar (fornecedores), empréstimos tomados
(instituições financeiras), capital social, reservas de lucros, etc.

As contas de resultado registram as contrapartidas das


mutações patrimoniais, e podem ser subdivididas em contas de
receita (como venda de mercadorias) e custos e despesas (como
despesas de vendas).

As contas de compensação servem exclusivamente para


controle, sem fazer parte do patrimônio. Como exemplos: Títulos
Endossados/Endossos Para Desconto, Títulos
Caucionados/Endossos para Caução, etc. São de utilização
facultativa.
Cada conta têm um título que represente, de forma adequada, o
conjunto de movimentações que aglutinará.

-Aspectos gerais do Plano de Contas.

O Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP)


estabelece conceitos básicos, regras para registro dos atos e fatos
e estrutura contábil
padronizada, de modo a atender a todos os Entes da Federação e
aos demais usuários da informação contábil, permitindo a geração
de base de dados consistentes para compilação de estatísticas e
finanças públicas.
O Grupo Técnico de Padronização de Procedimentos Contábeis
priorizou a elaboração de um Plano de Contas Aplicado ao Setor
Público em conformidade com a Lei nº 4.320/1964, que permite a
consolidação das contas públicas conforme o art. 50, § 2º, da Lei
Complementar n.º
101/2000 – Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
Assim, desde a criação do Grupo Técnico, têm sido realizados
estudos e discussões, com a participação de diversos órgãos e
entidades técnicas representativas da sociedade, que resultaram
nas seguintes diretrizes
para o PCASP:
I. adoção de estrutura de plano de contas padronizada nas três
esferas de governo, para fins de consolidação nacional e
compatibilização com a elaboração de relatórios e demonstrativos
previstos na legislação
vigente e nas normas de contabilidade, para, ainda, contemplar
peculiaridades inerentes às empresas estatais dependentes, sendo
facultativo para as empresas estatais independentes;
II. flexibilidade para que os entes detalhem, em níveis inferiores,
a partir do nível de detalhamento definido como mínimo a ser
observado, de modo adequado às suas peculiaridades;
III. divulgação da estrutura do Plano de Contas Aplicado ao
Setor
Público, com prazo para implantação facultativa a partir de 2010 e
obrigatória em 2012 para a União, Estados e DF e em 2013 para os
Municípios;
IV. elaboração de Manual do Plano de Contas Aplicado ao Setor
Público, descrevendo o elenco das contas e suas funções e
demais procedimentos a serem observados.
É fundamental que o PCASP possibilite a elaboração padronizada
de relatórios e demonstrativos previstos na LRF, além das demais
demonstrações contábeis. O objetivo é reduzir divergências
conceituais e procedimentais, em benefício da transparência da
gestão fiscal, da racionalização de custos nos entes da Federação e
do controle social.
Segundo andrade (2008, p. 195):
“o plano de contas é o objeto responsável pela transparência dos
lançamentos contábeis, já que o mesmo demonstra as contas
contábeis
de forma estruturada, obedecendo a princípios contábeis
geralmente
aceitos, e consegue com isso agrupar informações diversas, de
acordo com a forma em que cada conta esta sendo utilizada.

De acordo com SÁ (1998, p. 22), um plano de contas deve:


ser entendido como um conjunto de normas, como um sistema,
como
uma grande peça contábil, visando estabelecer, previamente, tudo o
que diz respeito às contas a serem adotas nos registros contábeis
de
uma empresa ou de uma entidade. É uma peça na técnica contábil
que
estabelece previamente a conduta a ser adotada na escrituração,
através da exposição das contas em seus títulos, funções,
funcionamento, grupamentos, análises, derivações, dilatações e
reduções.”

Motivada pela busca da convergência aos padrões


internacionais, a contabilidade do setor público encontra-se em um
momento de transformações. A conjuntura econômica, interna e
externa, tem demandado esforços das organizações contábeis
nacionais para adoção de conceitos e procedimentos reconhecidos
e utilizados internacionalmente.
A Lei nº 4.320/1964, que estatui normas gerais de direito financeiro
para elaboração e controle dos orçamentos e balanços, em seu
Título IX, “Da Contabilidade”, estabelece:
Art. 85. Os serviços de contabilidade serão organizados de forma a
permitirem o acompanhamento da execução orçamentária, o
conhecimento da composição patrimonial, a determinação dos
custos dos serviços industriais, o levantamento dos balanços gerais,
a análise e a interpretação dos resultados econômicos e
financeiros.
Art. 89. A contabilidade evidenciará os fatos ligados à administração
orçamentária, financeira patrimonial e industrial.
O PCASP atende às necessidades dos Entes da Federação e dos
demais usuários da informação contábil e está em conformidade
com os princípios da administração pública, com as leis de finanças
e orçamento público e com as normas e princípios contábeis.
Faz-se necessário um Plano de Contas padronizado para a
Federação com metodologia, estrutura, conceitos e funcionalidades
que o tornem versátil e abrangente, permitindo ao país obter
informações orçamentárias, financeiras e patrimoniais consolidadas
por esfera governamental.
O Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP) estabelece
conceitos básicos, regras para registro dos atos e fatos e estrutura
contábil padronizada, de modo a atender a todos os Entes da
Federação e aos demais usuários da informação contábil,
permitindo a geração de base de dados consistentes para
compilação de estatísticas e finanças públicas.
Assim, desde a criação do Grupo Técnico, têm sido realizados
estudos e discussões, com a participação de diversos órgãos e
entidades técnicas representativas da sociedade, que resultaram
nas seguintes diretrizes para o PCASP
As diretrizes do PCASP são:
a) Padronização dos registros contábeis das entidades do
setor público de todas as esferas de governo, envolvendo a
administração direta e indireta, inclusive fundos, autarquias,
agências reguladoras e empresas estatais dependentes - de todas
as esferas de governo;
b) Harmonização dos procedimentos contábeis com os
princípios e normas de contabilidade, sempre observando a
legislação vigente;
c) Adoção de estrutura codificada e hierarquizada em classes
de contas, contemplando as contas patrimoniais, de atos potenciais,
de resultado e de planejamento e execução orçamentária
além daquelas com funções precípuas de controle;
d) Flexibilidade para que os entes detalhem, conforme suas
necessidades, os níveis inferiores das contas a partir do nível
seguinte ao padronizado;
e) Controle do patrimônio e dos atos de gestão que possam
afetá-lo, assim como do orçamento público, demonstrando a
situação econômico-financeira da entidade;
f) Distinção de institutos com conceitos e regimes próprios em
classes ou grupos, como no caso de patrimônio e orçamento,
mantendo-se seus relacionamentos dentro de agrupamentos de
mesma natureza de informação;
g) Preservação dos aspectos orçamentários em seus
conceitos, regime de escrituração e demonstrativos, com
destaque em classes ou grupos de modo a possibilitar visões sob
os enfoques patrimonial, orçamentário ou fiscal;
h) Inexistência de necessária vinculação entre as
classificações orçamentária e patrimonial;
i) Possibilidade de extração de informações de modo a atender
seus usuários.
Os objetivos gerais do PCASP correspondem ao estabelecimento
de normas e procedimentos para o registro contábil das entidades
do setor público e a viabilizar a consolidação das contas públicas.
Seus objetivos específicos são: atender às necessidades de
informação das organizações do setor público; observar formato
compatível com as legislações vigentes, os Princípios de
Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas
ao Setor Público (NBCASP); adaptar-se, tanto quanto possível, às
exigências dos agentes externos, principalmente às Normas
Internacionais de Contabilidade do Setor Público (NICSP). A STN,
com o apoio do Grupo Técnico de Procedimentos Contábeis,é
responsável pela administração do Plano de Contas Aplicado ao
Setor Público até a implantação do Conselho de Gestão Fiscal,
instituído pela LRF, a quem compete: criar, extinguir, especificar,
desdobrar, detalhar e codificar contas; expedir instruções sobre a
utilização do Plano de Contas, compreendendo os procedimentos
contábeis pertinentes; e promover as alterações e os ajustes
necessários à atualização do Plano de Contas, observada sua
estrutura básica, incluindo os Lançamentos Típicos do Setor
Público.

Objetivo Geral
Estabelecer normas de procedimentos para o registro das
operações do setor público e permitir a consolidação das contas
públicas nacionais.
Objetivos Específicos
Observar formato compatível com as legislações vigentes (Lei nº
4.320/1964, Lei 6.404/76, Lei Complementar nº 101/2000, etc.), os
Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras
de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público - NBCASP;
Adaptar-se, tanto quanto possível, às exigências dos agentes
externos, principalmente às Normas Internacionais de Contabilidade
do Setor Público (NICSP).
Objetivo Geral e Objetivos Específicos do PCASP
Atender às necessidades de informação das organizações do
setor público; escalonada sendo obrigatório a partir de 2012 para
União, Estados e Distrito Federal e 2013 para Municípios;
Flexibilidade para que os entes detalhem em níveis inferiores;
Contemple os aspectos inerentes às empresas estatais
dependentes; Permitir a visão: patrimonial, orçamentária e de
controle; Adoção de estrutura padronizada nas três esferas de
governo (União, Estados e Municípios);
A estrutura de classificação da informação patrimonial não
necessariamente deve ser igual à classificação orçamentária;
Flexibilidade para que os entes detalhem em níveis inferiores;
Implantação escalonada sendo obrigatório a partir de 2012 para
União, Estados e Distrito Federal e 2013 para Municípios;
Geração de informações capazes de contemplar as
necessidades dos usuários da informação contábil.

RELAÇÃO DE CONTAS

1 – ATIVO
1.1 Ativo Circulante 2 – PASSIVO e PATRIMÔNIO LÍQUIDO
1.1.1 Caixa e Equivalente de Caixa 2.1 Passivo Circulante
1.1.2 Créditos de Curto Prazo
Decorrentes do 2.1.1 Obrigações Trabalhistas, Previdenciárias e
Objeto Principal Assistenciais a Pagar de CP
1.1.3 Créditos e Valores a Curto Prazo 2.1.2 Empréstimos e Financiamentos a Curto
não Prazo
2.1.3 Fornecedores e Contas a Pagar a Curto
Decorrentes do Objeto Principal Prazo
1.1.4 Investimentos Temporários 2.1.4 Obrigações Fiscais a Curto Prazo
1.1.5 Estoques 2.1.5 Demais Obrigações a Curto Prazo
1.1.9 Variações Patrimoniais Diminutivas 2.1.8 Provisões a Curto Prazo
Pagas Antecipadamente 2.2 Passivo Não-Circulante
1.2 – Ativo Não Circulante 2.2.1 Obrigações Trabalhistas, Previdenciárias e
1.2.1 Ativo Realizável a Longo Prazo Assistenciais a Pagar de LP
2.2.2 Empréstimos e Financiamentos a Longo
1.2.2 Investimentos Prazo
1.2.3 Imobilizado 2.2.3 Fornecedores a Longo Prazo
1.2.4 Intangível 2.2.4 Obrigações Fiscais a Longo Prazo
2.2.5 Demais Obrigações a Longo Prazo
2.2.8 Provisões a Longo Prazo
2.2.9 Resultado diferido
2.3 Patrimônio Líquido / Saldo Patrimonial
2.3.1 Patrimônio Social e Capital Social
2.3.2 Adiantamento para Futuro Aumento de
Capital
2.3.3 Reservas de Capital
2.3.4 Ajustes de Avaliação Patrimonial
2.3.5 Reservas de Lucros
2.3.6 Demais Reservas
2.3.7 Resultados Acumulados
2.3.9 Ações / Cotas em tesouraria

3 – VARIAÇÕES PATRIMONIAIS 4 – VARIAÇÕES PATRIMONIAIS


DIMINUTIVAS AUMENTATIVAS
3.1 Pessoal e Encargos 4.1 Impostos, Taxas e
3.2 Benefícios Previdenciários e Contribuições de Melhoria
Assistenciais 4.2 Contribuições
3.3 Uso de Bens, Serviços e 4.3 Exploração e venda de bens,
Consumo de Capital Fixo serviços e direitos
3.4 VPDs Financeiras 4.4 VPAs Financeiras
3.5 Transferências Concedidas 4.5 Transferências Recebidas
3.6 Desvalorização e Perda de 4.6 Valorização e ganhos com
Ativos ativos
3.7 Tributárias 4.9 Outras Variações Patrimoniais
3.9 Outras Variações Patrimoniais Aumentativas
6. CONTROLES DA EXECUÇÃO DO
5. CONTROLES DA APROVAÇÃO DO PLENEJAMENTO
PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO E ORÇAMENTO

6.1 Execução do
5.1 Planejamento Aprovado Planejamento
5.1.1 PPA Aprovado 6.1.1 Execução do PPA
5.1.2 Projeto da Lei 6.1.2 Execução do PLOA
Orçamentária Anual 6.2 Execução do Orçamento
5.2 Orçamento Aprovado 6.2.1 Execução da Receita
5.2.1 Previsão da Receita 6.2.2 Execução da Despesa
5.2.2 Fixação da Despesa 6.3 Execução de Restos a
5.3 Inscrição de Restos a Pagar
Pagar 6.3.1 Execução de RP não
5.3.1 Inscrição RP Não processados
Processados 6.3.2 Execução de RP
5.3.2 Inscrição de RP processados
Processados
3.1-Subsistema Orçamentário

• CONCEITO – evidencia o registro contábil da receita e da


despesa, de acordo com as especificações constantes da Lei do
orçamento e dos créditos adicionais, tanto em sua previsão como
em sua execução, para, no final do exercício, apresentar os
resultados comparativos entre a previsão e execução orçamentária.

Exercício
• Considerando que um ente público apontou os seguintes
valores orçamentários em 31/12/X1:
- Previsão das Receitas, de acordo com a LOA:
Receitas Correntes – R$ 1.400.000
Receitas de Capital – R$ 400.000
- Arrecadação:
Receitas Correntes – R$ 1.365.490
Receitas de Capital – R$ 396.412
- Fixação das Despesas, de acordo com a LOA:
Despesas Correntes – R$ 1.400.000
Despesas de Capital – R$ 400.000
- Empenho da Despesa:
Despesas Correntes – R$ 1.333.090
Despesas de Capital – R$ 382.122

Exercício
- Compare as receitas e as despesas previstas com a sua
execução, e
identifique se houve um(a):
a) déficit ou excesso de arrecadação, apontando o valor;
b) economia de dotação orçamentária ou se houve realização
de despesa ilegal, apontando o respectivo valor.

Referências Bibliográficas
• KOHAMA, Heilio. Balanços Públicos: teoria e prática. 2. ed. – 6
reimpr. São Paulo: Atlas, 2009.
• SLOMSKI, Valmor. Manual de contabilidade pública: um enfoque
na contabilidade municipal, de acordo com a Lei de
Responsabilidade Fiscal. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
• GIACOMONI, James. Orçamento público. São Paulo: Atlas, 2000.
• ARAUJO, Inaldo da Paixão Santos. Contabilidade Pública: da
teoria à prática. São Paulo: Saraiva, 2004.
4. O sistema contábil

O sistema contábil é a estrutura de informações para


identificação, mensuração, avaliação, registro, controle e
evidenciação dos atos e dos fatos da gestão do patrimônio público,
com o objetivo de orientar o processo de decisão, a prestação de
contas e a instrumentalização do controle social. Esse sistema é
organizado em subsistemas de informações, que oferecem
produtos diferentes em razão das especificidades demandadas
pelos usuários e facilitam a extração de informações.
Conforme as NBCASP, o sistema contábil público estrutura-se nos
seguintes subsistemas:
a) Subsistema de Informações Orçamentárias – registra, processa
e evidencia os atos e os fatos relacionados ao planejamento e à
execução orçamentária, tais como:
I) Orçamento;
II) Programação e execução orçamentária;
III) Alterações orçamentárias e
IV) Resultado orçamentário.
b) Subsistema de Informações Patrimoniais – registra, processa e
evidencia os fatos financeiros e não financeiros relacionados com
as variações
do patrimônio público, subsidiando a administração com
informações
tais como:
I) Alterações nos elementos patrimoniais;
II) Resultado econômico;
III) Resultado nominal.
c) Subsistema de Custos – registra, processa e evidencia os custos
da gestão dos recursos e do patrimônio público, subsidiando a
administração com informações tais como:
I) Custos dos programas, dos projetos e das atividades
desenvolvidas;
II) Bom uso dos recursos públicos e
III) Custos das unidades contábeis.
d) Subsistema de Compensação – registra, processa e evidencia os
atos de gestão cujos efeitos possam produzir modificações no
patrimônio
da entidade do setor público, bem como aqueles com funções
específicas
de controle, subsidiando a administração com informações tais
como:
I) Alterações potenciais nos elementos patrimoniais;
II) Acordos, garantias e responsabilidades.Os subsistemas
contábeis devem ser integrados entre si e a outros subsistemas
de informações de modo a subsidiar a administração pública sobre:
a) O desempenho da unidade contábil no cumprimento da sua
missão;
b) A avaliação dos resultados obtidos na execução dos programas
de
trabalho com relação à economicidade, à eficiência, à eficácia e à
efetividade;
c) A avaliação das metas estabelecidas pelo planejamento e
d) A avaliação dos riscos e das contingências.
O conhecimento do conceito do sistema contábil e de seus
subsistemas,
apesar de essencialmente teórico, facilita o pleno entendimento da
estrutura e funcionamento do PCASP.

4.1 - SISTEMA ORÇAMENTÁRIO


O Sistema Orçamentário é representado pelos atos de natureza
orçamentária, registrando a receita prevista e as autorizações legais
da despesa constantes da Lei Orçamentária Anual (LOA) e dos
créditos adicionais abertos.

São atos de natureza orçamentária que constam do Sistema


Orçamentário:

 Previsão de Receita;
 Fixação de despesa;
 Créditos adicionais abertos;
 Descentralização de créditos; e
 Empenho de despesa.

No Sistema Orçamentário é demonstrada a despesa fixada e a


executada e comparada com a receita prevista e arrecadada.

Evidenciando assim, o resultado orçamentário ocorrido no exercício


financeiro, podendo ser:

1. Receita Orçamentária = Despesa Orçamentária = Resultado


Nulo
2. Receita Orçamentária > Despesa Orçamentária = Superávit
Orçamentário
3. Receita Orçamentária < Despesa Orçamentária = Déficit
Orçamentário

Sem dúvida, o melhor resultado em um sistema orçamentário é o


resultado nulo, haja vista que tudo o que foi previsto foi
efetivamente arrecadado e tudo o que foi definido como projetos e
atividades, foi totalmente executado dentro do exercício financeiro.
O superávit orçamentário ou o déficit orçamentário podem estar
apontando ou para falhas no planejamento ou de execução de
projetos, ou ainda, no excesso de exigência contributiva da
sociedade local.

4.2-SISTEMA FINANCEIRO

No Sistema Financeiro são registrados todos os ingressos e


dispêndios, a arrecadação da receita e o pagamento da despesa
orçamentária e extra orçamentária.

Dentro do Sistema Financeiro as receitas orçamentárias são


classificadas por categorias funcionais. As principais contas do
sistema financeiro estão relacionadas com as contrapartidas do
grupo Disponível, uma vez que este grupo representa as entradas e
saídas de recursos. Daí, conclui-se que todas as contas deste
grupo Disponível pertencem ao Sistema Financeiro, quais sejam:
Caixa, Bancos Conta movimento, Aplicações Financeiras, e outras
relacionadas.

Pertencem ainda, ao Sistema Financeiro, as contas Receita,


Despesa, Fornecedores, Restos a Pagar, Pessoal a Pagar,
Encargos Sociais a Recolher, Consignações, Depósitos de
Terceiros, e outras.

Este sistema apresenta o fluxo de caixa da entidade, no qual os


recursos recebidos, pertencentes à entidade, são classificados
como receita orçamentária. Os recursos de terceiros que
transitarem pela entidade, são classificados como receitas extra-
orçamentárias. Para fins do balanço Financeiro, são considerados
conjuntamente como receitas do período a serem somadas com o
saldo existente nas contas de caixa e bancos, oriundo do exercício
anterior.

4.3-SISTEMA PATRIMONIAL

O Sistema Patrimonial é constituído das contas que registram as


movimentações que concorrem ativa e passivamente para a
formação do patrimônio da entidade, ou seja, são registrados os
bens patrimoniais (móveis, imóveis, estoques, créditos, obrigações,
valores, operações de crédito, dentre outras), originadas ou não da
execução orçamentária.

É registrado também no Sistema Patrimonial o resultado econômico


do exercício.

No Sistema Patrimonial os lançamentos que correspondem a


incorporação ou desincorporação de ativos e passivos são feitos
isoladamente dentro deste sistema, ainda que o fato venha a
motivar uma entrada ou saída de recurso do Sistema Financeiro.

Apesar de não ser objeto da lei nº 4.320/64, para as entidades


públicas de administração direta, no sistema patrimonial deve ser
procedido o registro da depreciação dos bens móveis e imóveis,
levando-a para a conta de resultados em contrapartida com a conta
de depreciação acumulada.
4.4-SISTEMA DE COMPENSAÇÃO

No sistema de Compensação são efetuados os registros dos atos


administrativos praticados pelo gestor da entidade, que, direta ou
indiretamente, possam a vir afetar o patrimônio da entidade, ainda
que de imediato, isto não ocorra, mas possa implicar em
modificação futura.

Ressalta-se que no Sistema de Compensação estão


compreendidas apenas as contas com função específica de
controle, não relacionadas a fatos que correspondam a patrimônio,
mas que possam vir à afetá-lo.

Os principais atos compreendidos neste contexto são os Avais,


Acordos, Cauções, Fianças, Ajustes, Convênios, Contratos,
Garantias, dentre outros.

Os lançamentos efetuados no Sistema de Compensação visam o


atendimento à determinação do Art. 105, §5º da Lei 4.320/64, que
obriga ao controle contábil os direitos e obrigações oriundos de
contratos ou outros ajustes que a administração pública for parte.

4.5-LICITAÇÃO E CONCORRÊNCIA

Alguns conceitos importantes da administração pública

Antes de adentrarmos ao estudo desta unidade, que é a


Licitação, solicito que você faça uma leitura sobre alguns conceitos
que deve conhecer.Pode-se dizer que o Direito Administrativo é a
ferramenta científica com a qual se contém o poder dos
governantes e pela qual se organiza a administração pública no
desempenho das atividades administrativas, sob a regência de um
regime jurídico. Assim, Direito Administrativo é o ramo do direito
que regulamenta a Administração pública.

Segundo Medauar,
“Administração Pública pelo critério funcional” é o conjunto de
atividades do Estado que auxiliam as instituições políticas de cúpula
do exercício de funções de governo, que organizam a realização
das finalidades públicas postas por tais instituições e que produzem
serviços, bens e utilidades para a população, como por exemplo:
ensino público, calçamento de ruas, coleta de lixo”.

Abrange os órgãos públicos, as entidades e os agentes


públicos que desempenham as funções administrativas, nestas
incluídas as funções políticas de decidir, comandar, planejar,
controlar, etc.
A atividade administrativa é a prática de atos administrativos,
interligados entre si, voltados à concretização de objetivos
determinados, na satisfação dos interesses coletivos, e que
consubstanciam por meio do processo e dos contratos
administrativos e dos regulamentos.
“O Direito Administrativo é filho da revolução liberal, mas precisa
ser adequadamente descrito não como um arranjo que garante a
liberdade do cidadão comum e dos pequenos, senão um arranjo
político pelo qual a grande política do Estado, as grandes finanças e
os grandes negócios repartem entre si suas esferas e competência
e liberdade.” (José Reinaldo de Lima Lopes, na apresentação do
livro “Direito Administrativo e Políticas Públicas”, de Maria Paula
Dallari Bucci.)Ainda, segundo Bucci (2002), é preciso clarificar a
missão do direito administrativo, no sentido de instrumentalizar a
administração pública para a realização dos princípios e dos valores
consagrados na constituição. Ainda que as abordagens do direito
administrativo e da ciência da administração estejam baseadas
cada uma em sua própria metodologia e que se respeitem os
princípios peculiares de cada qual, ambas as áreas devem tomar
consciência das percepções recíprocas
e alimentar-se uma à outra, contribuindo para a formação de uma
cultura nacional de administração pública juridicamente fortalecida.

4.5.1- Os princípios da administração pública


O princípio da legalidade
Segundo Mello (2006), a plena submissão à lei é um traço basilar
do Estado de Direito. O princípio da legalidade administrativa
significa que a administração não só está impedida de agir contra
legem, mas também pode agir secundum legem – conforme ensina
Stassinopoulos (1976). (...) a relação entre a atividade
administrativa e a lei é uma relação de subordinação, a qual se
manifesta quer em sentido negativo, quer em sentido positivo. É o
que esclarece Renato Alessi ao elucidar que a lei pode proibir
determinadas finalidades, seja no que concerne às finalidades,
meios ou formas (sentido negativo), ou pode impor a persecução de
determinadas finalidades, a adoção de determinados meios ou
formas, porém, mais que isto, a administração só pode fazer aquilo
que a lei consente. A legalidade traz embutida no seu bojo a ideia
de finalidade, ou seja, ao aplicar a lei, cabe ao administrador público
evidenciar qual é a finalidade que justifica a prática de determinado
ato, sob pena de torná-lo viciado.
O princípio da finalidade é a aplicação da lei, conforme sua razão
de ser o objetivo para o qual foi criada – “o fator que permite
compreendê-
la”. (...) Por isso pode-se dizer que tomar uma lei como suporte para
a prática de ato desconforme com sua finalidade não é aplicar a lei;
é desvirtuá-la ; é burlar a lei sob pretexto de cumpri-la. (...) Quem
desatende ao fim legal desatende à própria lei. ... impõe que o
administrador, ao manejar as competências postas ao seu encargo,
atue com rigorosa obediência à finalidade de cada qual. Isto cumpre
cingir-se não apenas à finalidade própria de todas as leis, que é o
interesse público, mas também à finalidade específica abrigada na
lei a que esteja dando execução .”
Em suma, o que impera no desempenho das competências
atribuídas à autoridade pública não é sua vontade pessoal, mas a
aplicação de lei (em sentido positivo ou negativo, no dizer de Alessi,
citado por Celso Antônio Bandeira de Mello) visando à obtenção de
uma finalidade pública, que deverá, sempre, resultar no
atendimento dos interesses públicos primários.
O princípio da legalidade, atualmente, encontra- se mitigado pelo
princípio da segurança jurídica, da boa-fé e da confiança diante dos
atos jurídicos.
Os atos administrativos possuem presunção de legalidade. Assim,
com a prática de um ato administrativo, de aparência perfeita, que
gere, ao longo do tempo, direitos a terceiros, há de se preservarem
os efeitos dele gerados, ainda que se afira algum vício de
legalidade ou seja considerado inválido.
É o que diz Bandeira de Mello:
“Uma vez expedido o ato administrativo, o particular tem o direito
de supor regulares os comportamentos que pratique na
conformidade dele. Em outras palavras: o administrador que atua
em consonância com um ato administrativo, pelo menos se este
tiver a aparência de regularidade – está respaldado pelo ato,
escorado nele. Pode-se, pois, dizer que, de par com o princípio da
presunção de legalidade, o princípio da boa-fé é, conjugadamente
com ele, outro cânone que concorre com a consagração da ideia
segundo a qual a mudança de entendimento administrativo só
produz efeitos para os casos futuros e depois de pública notícia
desta alteração de entendimento.”
- O princípio da impessoalidade
A atividade pública não pode ser exercida para prejudicar ou
beneficiar pessoas determinadas, na medida em que é o interesse
público que deve nortear a prática dos atos administrativos.
Não se pode utilizar das funções públicas para se promover nem
agir de acordo com a pessoa do requerente agir em seu proveito ou
em proveito de terceiros. Há de agir-se com neutralidade e buscar a
finalidade dos atos administrativos que é o interesse público. Nem
favoritismos, nem perseguições.
Bandeira de Mello: “Simpatias ou animosidades pessoais, políticas
ou ideológicas não podem interferir na atuação administrativa e
muito menos interesses sectários, de facções ou grupos de
qualquer espécie.”
Para complementar, veja o que traz o art.37, § 1º da Constituição
Federal: A publicidade dos atos, dos programas, das obras, dos
serviços e das campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter
educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo
constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção
pessoal de autoridades ou servidores públicos.
- O princípio da moralidade
Os atos praticados por agentes públicos devem pautar-se por
preceitos éticos.Nesse sentido, a administração deve pautar-se
pelos conceitos de boa-fé e lealdade, bem como fica impedida de
conduzir-se de forma maliciosa, astuciosa e capaz de provocar
confusão, dificuldade e capaz de “minimizar o exercício de direitos
por parte do cidadão”.
Di Pietro (2006)
“... o princípio deve ser observado não apenas pelo administrador,
mas também pelo particular que se relaciona com a Administração
Pública. São frequentes, em matéria de licitação, os conluios entre
licitantes, a caracterizar ofensa a referido princípio. Em resumo,
sempre que em matéria administrativa se verificar que o
comportamento da Administração ou do administrado que com ela
se relaciona juridicamente, embora em consonância com a lei,
ofende a moral, os bons costumes, as regras e boa administração,
os princípios de justiça e de equidade, a ideia comum de
honestidade, estará havendo ofensa ao princípio da moralidade
administrativa.”
Gordillo (1995) refere-se à“administração paralela”, que seria um
“parassistema jurídicoadministrativo, que revela existirem,
concomitantemente, procedimentos formais e informais,
competências e organizações formais e informais, a Constituição
real e o sistema paraconstitucional, o governo instituído e o governo
paralelo e, também, a existência de dupla moral ou de duplo
standard moral, que está presente em todos os setores da vida
pública ou privada.” (O comerciante que quer denunciar o
competidor desleal, mas não paga os impostos; a estudante
que “cola” nos exames; o professor que não ensina)
Por conta dessa moral paralela na administração pública é que
muitos atos, embora legais, mas que violam “o senso comum de
honestidade e de justiça”, não são punidos. (Di Pietro)
Di Pietro esclarece que, segundo Gordillo, “é só por meio da
participação popular no controle da Administração Pública que será
possível superar a existência dessa administração paralela e em
consequência da moral paralela”.
- O princípio da publicidade
Ao garantir publicidade aos atos administrativos, a administração
põe-se transparente aos seus administrados.
Tal princípio está permeado em alguns incisos do art. 5º, da CF:
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem
das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material
ou moral decorrente de sua violação;
XIV – é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o
sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;
XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos
informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou
geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do
pagamento de taxas:
a) O direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos
ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
b) A obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de
direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;
XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão
ou ameaça a direito;
LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais
quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
LXII – a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão
comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do
preso ou à pessoa por ele indicada.
Perceba que o sigilo das condutas administrativas somente se
permite quando “imprescindível” à segurança da Sociedade e do
Estado.
- O princípio da eficiência
O constituinte, ao atribuir como princípio norteador da administração
pública, faz com que se busque obter o mais com menos, ou seja,
que se obtenham resultados cada vez mais satisfatórios utilizando-
se cada vez menos recursos públicos (estes entendidos não apenas
como receitas públicas, mas todo o “instrumental” público.)
Marçal (2010) destaca que o princípio da eficiência não deve ser
atrelado apenas à racionalidade econômica, mas traduzir valores de
diversa ordem, dizendo que a “eficácia tem de ser avaliada como
ponderação de interesses e de valores de distinta natureza, se
eleger o lucro e a rentabilidade econômica com princípio único ou
fundamental”, visto que a atividade da Administração Pública é
norteada por uma pluralidade de princípios, todos os quais devem
ser realizados de modo conjunto e com a maior intensidade
possível. Veda-se o desperdício econômico precisamente porque a
otimização dos recursos propicia realização mais rápida e mais
ampla dos encargos estatais”.
Para Modesto (2000), pode-se definir o princípio da eficiência como
a “exigência jurídica, imposta à administração pública e àqueles que
lhe fazem as vezes ou simplesmente recebem recursos públicos
vinculados de subvenção ou fomento, de atuação idônea,
econômica e satisfatória na realização das finalidades públicas que
lhe forem confiadas por lei ou por ato ou contrato de direito público.”
Perceba que Modesto defende que não apenas os entes privados
devem manter padrões de eficência nos serviços que prestam.
Também a administração pública pode e deve atuar dentro dos
mesmos padrões:
“mudam a natureza dos resultados pretendidos e a forma de
realização da atividade, mas a necessidade de otimização ou
obtenção da excelência no desempenho da atividade continua a ser
um valor fundamental e um requisito da validade jurídica da atuação
administrativa.”.
Conclui o autor baiano que o papel do princípio da eficiência pode
ser justamente o de revigorar o movimento de atualização do direito
público, para mantê-lo dominante no Estado Democrático e Social,
exigindo que este último cumpra efetivamente a tarefa de oferecer
utilidades concretas ao cidadão, conjugando equidade e eficiência.
Ao ler as citações e opiniões do autores citados neste subitem
quanto ao princípio da eficiência, deve-se perceber a dificuldade de
atingi-lo. E também se deve lembrar e associar este princípio ao
novo demonstrativo contábil criado justamente para medir o
desempenho de sua aplicação. Alguns princípios ainda devem
nortear a administração pública, como o princípio da supremacia do
interesse público, princípio da razoabilidade, princípio da
proporcionalidade, princípio da ampla defesa, princípio da
autotutela, princípio da motivação, princípio da continuidade do
serviço público e princípio da hierarquia.

LICITAÇÕES - Conceito
É o conjunto de procedimentos administrativos,legalmente
estabelecidos, por meio do qual a Administração Pública cria meios
de verificar, entre interessados habilitados, quem oferece melhores
condições para aquisição e alienação de bens e serviços e
realização de obras.
As Modalidades de Licitação são:
- concorrência
- tomada de preços
- convite
- concurso
- leilão
- pregão

Tabela dos limites


Obras e Serviços de Engenharia
• Até R$ 15.000 – Dispensa.
• Acima de R$ 15.000 até R$ 150.000 – Convite.
• Acima de R$ 150.000 até R$ 1.500.000 -
Tomada de Preços.
• Acima de R$ 1.500.000 - Concorrência.
Compras e Outros Serviços
• Até R$ 8.000 – Dispensa.
• Acima de R$ 8.000 até R$ 80.000 – Convite.
• Acima de R$ 80.000 até R$ 650.000 - Tomada
de Preços.
• Acima de R$ 650.000 - Concorrência.

4.5.2- As modalidades de licitação

As modalidades de licitação são conceituadas no artigo 22 da Lei nº


8.666 de 1993 e seguem assim transcritas:
Art. 22. São modalidades de licitação:
I – concorrência;
II – tomada de preços;
III – convite;
IV – concurso;
V – leilão.
§ 1º Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer
interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar,
comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos
no edital para execução de seu objeto.
§ 2º Tomada de preços é a modalidade de licitação entre
interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas
as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior
à data do recebimento das propostas, observada a necessária
qualificação.
§ 3º Convite é a modalidade de licitação entre interessados do
ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e
convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade
administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do
instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na
correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com
antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das
propostas.
§ 4º Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer
interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico,
mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores,
conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial
com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.
§ 5º Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer
interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a
administração ou de produtos legalmente apreendidos ou
penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no art.
19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da
avaliação. Além disso, você não pode deixar de conhecer uma nova
modalidade criada pela Lei nº 10.520/02: e que ultimamente está
trazendo muita economia no setor público, é a modalidade
denominada “ Pregão”.
O pregão é a modalidade cuja característica é a seleção do
vencedor mediante propostas e lances em sessão pública. É uma
inovação com que se pretende alcançar o menor preço nas
aquisições (compras) a serem feita pela administração pública.
Em outras palavras, podemos dizer que o pregão é um leilão às
avessas, destinado não à venda, mas à aquisição de bens e
serviços comuns.
Exercício
1) Um ente da administração pública deverá contratar serviços de
engenharia para a construção de uma ponte no valor estimado
de R$ 2.987.000. Qual modalidade de licitação deverá utilizar?
2) Um ente da administração pública deverá adquirir 20
computadores para o setor de T.I. no valor estimado de R$ 80.500.
Qual modalidade de licitação deverá utilizar?

4.5.3- Os casos de dispensas e as inexigibilidades de licitação

O artigo 24 da Lei nº 8.666/93 traz um rol de hipótese em que a


Administração pode dispensar a realização da licitação. De
qualquer maneira, o órgão público estará obrigado a realizar um
procedimento administrativo assegurando a prevalência dos
princípios jurídicos.
Art. 24. É dispensável a licitação:
I – para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por
cento) do limite previsto na alínea “a”, do inciso I do artigo anterior,
desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou
serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no
mesmo local que possam ser realizadas conjunta e
concomitantemente; (Redação
dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
II – para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por
cento) do limite previsto na alínea “a”, do inciso II do artigo anterior
e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se
refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de
maior vulto que possa ser realizada de uma só vez; (Redação dada
pela Lei nº 9.648, de 1998)
III – nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;
IV – nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando
caracterizada urgência de atendimento de situação que possa
ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras,
serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e
somente para os bens necessários ao atendimento da situação
emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços
que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e
oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência
da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos
respectivos contratos;
V – quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta,
justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a
Administração, mantidas, neste caso, todas as condições
preestabelecidas;
VI – quando a União tiver que intervir no domínio econômico para
regular preços ou normalizar o abastecimento;
VII – quando as propostas apresentadas consignarem preços
manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional, ou
forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais
competentes, casos em que, observado o parágrafo único do art. 48
desta Lei e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação
direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao constante do
registro de preços, ou dos serviços; (Vide § 3º do art. 48)
VIII – para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público
interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou
entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido
criado para esse fim específico em data anterior à vigência desta
Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado
no mercado; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
IX – quando houver possibilidade de comprometimento da
segurança nacional, nos casos estabelecidos em decreto do
Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional;
(Regulamento)
X – para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento
das finalidades precípuas da administração, cujas necessidades de
instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o
preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação
prévia; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
XI – na contratação de remanescente de obra, serviço ou
fornecimento, em consequência de rescisão contratual, desde que
atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as
mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive
quanto ao preço, devidamente corrigido;
XII – nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros
perecíveis, no tempo necessário para a realização dos processos
licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no
preço do dia; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
XIII – na contratação de instituição brasileira incumbida regimental
ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento
institucional, ou de instituição dedicada à recuperação social do
preso, desde que a contratada detenha inquestionável reputação
ético-profissional e não tenha fins lucrativos;(Redação dada pela
Lei nº 8.883, de 1994)
XIV – para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo
internacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando
as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para o
Poder Público; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
XV – para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos
históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou
inerentes às finalidades do órgão ou entidade.
XVI – para a impressão dos diários oficiais, de formulários
padronizados de uso da administração, e de edições técnicas
oficiais, bem como para prestação de serviços de informática a
pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidades
que integrem a Administração Pública, criados para esse fim
específico;(Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
XVII – para a aquisição de componentes ou peças de origem
nacional ou estrangeira, necessários à manutenção de
equipamentos durante o período de garantia técnica, junto ao
fornecedor original desses equipamentos, quando tal condição de
exclusividade for indispensável para a vigência da garantia;
(Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
XVIII – nas compras ou contratações de serviços para o
abastecimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas
e seus meios de deslocamento quando em estada eventual de curta
duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas
sedes, por motivo de movimentação operacional ou de
adestramento, quando a exiguidade dos prazos legais puder
comprometer a normalidade e os propósitos das operações e desde
que seu valor não exceda ao limite previsto na alínea “a” do inciso II
do art. 23 desta Lei: (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
XIX – para as compras de material de uso pelas Forças Armadas,
com exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, quando
houver necessidade de manter a padronização requerida pela
estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres,
mediante parecer de comissão instituída por decreto; (Incluído pela
Lei nº 8.883, de 1994)
XX– na contratação de associação de portadores de deficiência
física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos
ou entidades da Administração Pública, para a prestação de
serviços ou fornecimento de mão de obra, desde que o preço
contratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído
pela Lei nº 8.883, de 1994)
XXI – para a aquisição de bens e insumos destinados
exclusivamente à pesquisa científica e tecnológica com recursos
concedidos pela Capes, pela Finep, pelo CNPq ou por outras
instituições de fomento a pesquisa credenciadas pelo CNPq para
esse fim específico; (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010)
XXII – na contratação de fornecimento ou suprimento de energia
elétrica e gás natural com concessionário, permissionário ou
autorizado, segundo as normas da legislação específica; (Incluído
pela Lei nº 9.648, de 1998)
XXIII – na contratação realizada por empresa pública ou sociedade
de economia mista com suas subsidiárias e controladas, para a
aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços,
desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no
mercado. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
XXIV – para a celebração de contratos de prestação de serviços
com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das
respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no
contrato de gestão. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
XXV – na contratação realizada por Instituição Científica e
Tecnológica
– ICT ou por agência de fomento para a transferência de tecnologia
e para o licenciamento de direito de uso ou de exploração
de criação protegida. (Incluído pela Lei nº 10.973, de 2004)
XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da
Federação ou com entidade de sua administração indireta, para a
prestação de serviços públicos de forma associada nos termos do
autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio de
cooperação. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
XXVII – na contratação da coleta, processamento e comercialização
de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em
áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por
associações ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas
físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder público como
catadores de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos
compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde
pública. (Redação dada pela Lei nº 11.445, de 2007).
XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou
prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta
complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de
comissão especialmente designada pela autoridade máxima do
órgão. (Incluído pela Lei nº 11.484, de 2007).
XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para
atender aos contingentes militares das Forças Singulares brasileiras
empregadas em operações de paz no exterior, necessariamente
justificadas quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou
executante e ratificadas pelo Comandante da Força. (Incluído pela
Lei nº 11.783, de 2008).
XXX – na contratação de instituição ou organização, pública ou
privada, com ou sem fins lucrativos, para a prestação de serviços
de assistência técnica e extensão rural no âmbito do Programa
Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura
Familiar e na Reforma Agrária, instituído por lei federal. (Incluído
pela Lei nº 12.188, de 2.010) Vigência XXXI – nas contratações
visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei
no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os princípios
gerais de contratação dela constantes. (Incluído pela Lei nº 12.349,
de 2010)
Parágrafo único. Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput
deste artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e
serviços contratados por consórcios públicos, sociedade de
economia mista, empresa pública e por autarquia ou fundação
qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas. (Redação
dada pela Lei nº 11.107, de 2005).
O artigo 25 da Lei nº 8666/93 estabelece que a licitação inexigível
sempre que houver impossibilidade de se estabelecer uma
competição e traz um rol de hipóteses, o que é considerado
exaustivo.
Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de
competição, em especial:
I – para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só
possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante
comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a
comprovação de exclusividade ser feita através de atestado
fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se
realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato,
Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades
equivalentes;
II – para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13
desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de
notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de
publicidade e divulgação;
III – para contratação de profissional de qualquer setor artístico,
diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que
consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.
§ 1º Considera-se de notória especialização o profissional ou
empresa cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente
de desempenho anterior, estudos, experiências, publicações,
organização, aparelhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos
relacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho
é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação
do objeto do contrato.
§ 2º Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos de dispensa,
se comprovado superfaturamento, respondem solidariamente pelo
dano causado à Fazenda Pública o fornecedor ou o prestador de
serviços e o agente público responsável, sem prejuízo de outras
sanções legais cabíveis.

4.5.4-Inexigibilidade de Licitação - Art. 25

•É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição,


em especial para contratação de:
-profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou mediante
empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica
especializada ou pela opinião pública;
-serviços técnicos enumerados no artigo 13 da Lei (*), com
profissionais ou empresas de notória especialização, vedada para
serviços de publicidade e divulgação.
Atividades
Resolva as questões abaixo.
a) Um município irá contratar serviços especializados para a
construção de uma ponte cujo valor estimado é de R$ 800.000,00.
Qual modalidade de licitação deverá ser utilizada?

4.3-Regime de Adiantamento
• Art. 68 da Lei 4.2320/64:
“ O regime de adiantamento é aplicável aos
casos de despesas expressamente definidos em
lei e consiste na entrega de numerário a servidor,
sempre precedida de empenho na dotação
própria para o fim de realizar despesas, que não
possam subordinar-se ao processo normal de
aplicação.”,

Exemplos de despesas que podem subordinar-se ao Regime de


Adiantamento
• viagens, • diárias,
• selos postais, • ülanches
• telegramas, • ücafé,
• emolumentos, • pequenos reparos,
• cópias, • aquisição de
• condução, • miudezas e outros.
• transportes,

5-Os Demonstrativos Contábeis Aplicados ao Setor


Público

Obrigação de acordo com a Lei nº 4.320/64


•Balanço Orçamentário – Artigo 102;
•Balanço Financeiro – Artigo 103;
•Balanço de Variações Patrimoniais – Artigo 104;
•Balanço Patrimonial – Artigo 105.

Visões das Demonstrações Contábeis – Fonte: STN


• Balanço Orçamentário ---Natureza Orçamentária
• Balanço Financeiro------Natureza Orçamentária e Patrimonial
• Balanço Patrimonial;___Natureza Patrimonial
• Demonstração das Variações Patrimoniais (Resultado
Patrimonial); ___Natureza Patrimonial
• Demonstrativo do Fluxo de Caixa; ;___Natureza Patrimonial
• Demonstração do Resultado Econômico; ;___Natureza Patrimonial
• Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido. ;___Natureza
Patrimonial

5.1-Conceitos e objetivos do DCASPs

A Lei nº 4.320/64, quanto aos tratamentos contábeis,


estabelece o seguinte:
Art. 85. Os serviços de contabilidade serão organizados de forma a
permitir o acompanhamento da execução orçamentária, o
conhecimento da composição patrimonial, a determinação dos
custos dos serviços industriais, o levantamento dos balanços gerais,
a análise e a interpretação dos resultados econômicos e
financeiros.
Art. 86. A escrituração sintética das operações financeiras e
patrimoniais efetuar-se-á pelo método das partidas dobradas.
Art. 87. Haverá controle contábil dos direitos e obrigações oriundos
de ajustes ou contratos em que a administração pública for parte.
Art. 88. Os débitos e créditos serão escriturados com individuação
do devedor ou do credor e especificação da natureza, importância e
data do vencimento, quando fixada.
Art. 89. A contabilidade evidenciará os fatos ligados à administração
orçamentária, financeira patrimonial e industrial.
Já quanto às demonstrações contábeis, a Lei nº 4320/64 trata-as
no artigo 101, o qual estabelece que os resultados gerais do
exercício financeiro serão demonstrados no Balanço Orçamentário,
no Balanço Financeiro, no Balanço Patrimonial e na Demonstração
das Variações Patrimoniais,e o Manual do STN e a NBCASP insere
a Demonstração dos Fluxos de caixa.

Lei 4320/64 e anexos Resolução


CFC Nº 1.133/08 (NBCT 16.6)

Balanço Orçamentário Balanço Orçamentário


Balanço Financeiro Balanço Financeiro
Balanço Patrimonial Balanço Patrimonial
Demonstração das variações Demonstração das variações
patrimoniais patrimoniais
Demonstração do fluxo de
caixa
Demonstração do resultado
econômico

5.2- O Balanço Orçamentário


O balanço orçamentário, definido pela Lei nº 4.320/1964, demonstra
as receitas e as despesas previstas em confronto com as
realizadas.
Em sua estrutura, deve evidenciar as receitas e as despesas
orçamentárias por categoria econômica, confrontar o orçamento
inicial e as suas alterações com a execução, demonstrar o resultado
orçamentário e discriminar:
a) as receitas por fonte (espécie);
b) as despesas por grupo de natureza.
O balanço orçamentário apresentará as receitas detalhadas por
categoria econômica, origem e espécie, especificando a previsão
inicial, a previsão atualizada para o exercício, a receita realizada e o
saldo a realizar.
Demonstrará também as despesas por categoria econômica e
grupo de natureza da despesa, discriminando a dotação inicial, a
dotação atualizada para o exercício, as despesas empenhadas, as
despesas liquidadas, as despesas pagas e o saldo da dotação.
A identificação das receitas e despesas intraorçamentárias, quando
necessária, deverá ser apresentada em notas explicativas.
Os valores referentes ao refinanciamento da dívida mobiliária e de
outras dívidas deverão constar, destacadamente, nas receitas de
operações de crédito internas e externas e, nesse mesmo nível de
agregação, nas despesas com amortização da dívida de
refinanciamento.
No nível de detalhamento em que são apresentadas no modelo (3º
nível – Espécie), as receitas deverão ser informadas pelos valores
líquidos das respectivas deduções, tais como restituições,
descontos, retificações, deduções para o Fundeb e repartições de
receita entre os Entes da Federação, quando registradas como
dedução,
,

Adicionalmente ao balanço orçamentário, devem ser incluídos dois


quadros demonstrativos de execução de restos a pagar, um relativo
aos restos a pagar não processados, outro relativo aos restos a
pagar processados,
com o mesmo detalhamento das despesas orçamentárias do
balanço,
de modo a propiciar uma análise da execução orçamentária do
exercício
em conjunto com a execução dos restos a pagar. Seguem os
modelos:

Para levantamento do balanço orçamentário, é necessário definir os


seguintes conceitos:
Previsão Inicial – Essa coluna identifica os valores da previsão
inicial das receitas, constantes na Lei Orçamentária Anual (LOA).
Os valores registrados nessa coluna permanecerão inalterados
durante todo o exercício, pois refletem a posição inicial do
orçamento constante da LOA.
As atualizações monetárias autorizadas por lei, efetuadas até a data
da publicação da LOA, deverão compor a coluna, sendo
mencionadas em notas explicativas.
Previsão atualizada (a) – essa coluna identifica os valores da
previsão atualizada das receitas para o exercício de referência, que
refletem a parcela da re-estimativa da receita utilizada para abertura
de créditos adicionais, seja mediante excesso de arrecadação, seja
mediante operações de crédito, as novas naturezas de receita não
previstas na LOA e o remanejamento entre naturezas de receita. Se
não ocorrer um dos eventos mencionados, a coluna previsão
atualizada deverá identificar os mesmos valores da coluna previsão
inicial. As atualizações monetárias autorizadas por lei, efetuadas
após a data da publicação da LOA, deverão compor a coluna,
sendo mencionadas em notas explicativas.
Receitas realizadas (b) – essa coluna identifica as receitas
realizadas no período. Consideram-se realizadas as receitas
arrecadadas diretamente pelo órgão, ou por meio de outras
instituições, como, por exemplo, a rede bancária.
Saldo (c)=(b – a): representa o montante de receita orçamentária
que superou o montante da previsão atualizada. É obtido pela
diferença entre as receitas realizadas e a previsão atualizada.
Subtotal das receitas (I): representa o total das receitas antes de
refinanciamento.
Refinanciamento (II): representa o valor da receita decorrente da
colocação de títulos públicos ou de empréstimos, obtidos junto a
entidades estatais ou particulares internas ou externas, destinadas
ao refinanciamento da dívida pública.
Subtotal com refinanciamento (III) = (I + II): representa a soma da
linha subtotal das receitas (I) com a linha refinanciamento (II). Isso
equivale ao somatório de todas as receitas orçamentárias, incluindo
as operações de créditos contratadas para refinanciar a dívida
pública.
Déficit (IV): representa a eventual diferença, a menor entre as
receitas realizadas e as despesas empenhadas. Isso equivale à
linha subtotal com refinanciamento (III) das receitas, menos a
linha subtotal com refinanciamento (VIII) das despesas.
Se as receitas realizadas forem superiores às despesas
empenhadas, essa diferença será lançada na linha superávit (IX).
Nesse caso, a linha déficit (IV) deverá ser preenchida com um
traço (-), indicando valor inexistente ou nulo.
TOTAL (V) = (III + IV)
Representa a soma da linha subtotal com refinanciamento (III)
com a linha déficit (IV).
Saldos de exercícios anteriores: representa o valor de recursos
provenientes de superávit financeiro de exercícios anteriores, que
está sendo utilizado como fonte de recursos para abertura de
créditos adicionais.
Deverá demonstrar, também, os valores referentes aos créditos
adicionais autorizados nos últimos quatro meses do exercício
anterior ao de referência, reabertos no exercício corrente.
Apresenta valores somente nas colunas que se referem à previsão
atualizada e à receita realizada e deverão corresponder ao valor da
execução dos referidos créditos adicionais.
Tais valores não poderão ser lançados novamente como receita
orçamentária, já que pertencem ao exercício financeiro no qual
foram arrecadados, bem como não poderão ser considerados no
cálculo de déficit ou superávit orçamentário, pois representam
recursos arrecadados em exercícios anteriores.
Dotação inicial (d): essa coluna identifica o valor dos créditos iniciais
constantes da Lei Orçamentária Anual.
Dotação atualizada (e): essa coluna identifica o valor da dotação
inicial mais os créditos adicionais abertos ou reabertos durante o
exercício, deduzidas as anulações/cancelamentos correspondentes.
DESPESAS EMPENHADAS (f): Essa coluna identifica os valores
das despesas empenhadas até o encerramento do exercício,
inclusive as despesas que já foram liquidadas e pagas2.
Considera-se despesa orçamentária executada a despesa que já
passou pelo estágio do empenho.
Despesas liquidadas (g): Essa coluna identifica os valores das
despesas liquidadas até o encerramento do exercício. Deverão ser
consideradas, inclusive, as despesas que já foram pagas3.
Despesas pagas (h): Essa coluna identifica os totais das despesas
pagas pertencentes ao orçamento do exercício financeiro. Assim,
não inclui os valores referentes ao pagamento de Restos a Pagar.
Saldo da dotação (i) = (e – f): corresponde à diferença entre a
dotação atualizada e as despesas empenhadas.

5.3 Balanço financeiro


Segundo a Lei nº 4.320/64, o balanço financeiro demonstrará a
receita e a despesa orçamentárias, bem como os recebimentos e os
pagamentos de natureza extraorçamentária, conjugados com os
saldos em espécies provenientes do exercício anterior, e os que se
transferem para o exercício seguinte.
Assim, o balanço financeiro é um quadro com duas seções:
ingressos (receitas orçamentárias e recebimentos
extraorçamentários) e dispêndios (despesa orçamentária e
pagamentos extraorçamentários), que se equilibram com a inclusão
do saldo em espécie do exercício anterior na coluna dos ingressos
e o saldo em espécie para o exercício seguinte na coluna dos
dispêndios.
O resultado financeiro do exercício corresponde à diferença entre o
somatório dos ingressos orçamentários com os extraorçamentários
e dos dispêndios orçamentários e extraorçamentários. Se os
ingressos forem maiores que os dispêndios, ocorrerá um superávit;
caso contrário, ocorrerá um déficit. Este resultado não deve ser
entendido como superávit ou déficit financeiro do exercício, cuja
apuração é obtida por meio do balanço patrimonial. O resultado
financeiro do exercício pode ser também apurado pela diferença
entre o saldo em espécie para o exercício seguinte e o saldo
em espécie do exercício anterior.
O balanço financeiro evidencia a movimentação financeira das
entidades do setor público no período a que se refere e discrimina:
(a) a receita orçamentária realizada por destinação de recurso
(destinação vinculada e/ou destinação ordinária);
(b) a despesa orçamentária executada por destinação de recurso
(destinação vinculada e/ou destinação ordinária);
(c) os recebimentos e os pagamentos
extraorçamentários;
(d) as transferências financeiras decorrentes, ou não, da execução
orçamentária e (e) o saldo inicial e o saldo final em espécie.
Deverão ser apresentadas as destinações ordinárias e as
destinações vinculadas. O detalhamento das vinculações deverá
ser feito de acordo com as características específicas de cada ente,
por exemplo, as vinculações para a previdência social,
transferências obrigatórias para outro ente e as outras vinculações
constitucionais e legais. Caso o ente resolva agrupar algumas
vinculações em um grupo chamado de “Outras Vinculações”,
esse não deverá ultrapassar 10% do total da receita orçamentária
ou da despesa orçamentária.

5.4- Balanço patrimonial

O balanço patrimonial é a demonstração contábil que


evidencia, qualitativa e quantitativamente, a situação patrimonial da
entidade pública, por meio de contas representativas do patrimônio
público, além das contas de compensação, conforme as seguintes
definições:
a) Ativo – são recursos controlados pela entidade como resultado
de eventos passados e dos quais se espera que resultem para a
entidade benefícios econômicos futuros ou potencial de serviços.
b) Passivo – são obrigações presentes da entidade, derivadas de
eventos passados, cujos pagamentos se espera que resultem
para a entidade saídas de recursos capazes de gerar benefícios
econômicos ou potencial de serviços.
c) Patrimônio líquido – é o valor residual dos ativos da entidade
depois de deduzidos todos os seus passivos.
d) Contas de compensação – compreende os atos que possam vir
ou não a afetar o patrimônio.
No patrimônio líquido, deve ser evidenciado o resultado do período
segregado dos resultados acumulados de períodos anteriores, além
de outros itens. A classificação dos elementos patrimoniais
considera a segregação em “circulante” e “não circulante”, com
base em seus atributos de conversibilidade e exigibilidade.
Os ativos devem ser classificados como circulantes quando
satisfizerem a um dos seguintes critérios:
a) estiverem disponíveis para realização imediata;
b) tiverem a expectativa de realização até o término do exercício
seguinte. Os demais ativos devem ser classificados como não
circulantes. Os passivos devem ser classificados como circulantes
quando satisfizerem um dos seguintes critérios:
c) corresponderem a valores exigíveis até o final do exercício
seguinte;
d) corresponderem a valores de terceiros ou retenções em nome
deles, quando a entidade do setor público for a fiel depositária,
independentemente do prazo de exigibilidade.
Os demais passivos devem ser classificados como não circulantes.
As contas do ativo devem ser dispostas em ordem decrescente de
grau de conversibilidade; as contas do passivo, em ordem
decrescente de grau de exigibilidade.para aquele momento.
A Lei nº 4.320/1.964, artigo 105, confere viés orçamentário ao
balanço patrimonial, já que separa o ativo e passivo em dois
grandes grupos, em função da dependência ou não de autorização
orçamentária para realização dos itens que o compõem:
O Balanço Patrimonial demonstrará:
I – O Ativo Financeiro;
II – O Ativo Permanente;
III – O Passivo Financeiro;
IV – O Passivo Permanente;
V – O Saldo Patrimonial;
VI – As Contas de Compensação.
§ 1º O Ativo Financeiro compreenderá os créditos e valores
realizáveis independentemente de autorização orçamentária e os
valores numerários.
§ 2º O Ativo Permanente compreenderá os bens, créditos e valores,
cuja mobilização ou alienação dependa de autorização legislativa.
§ 3º O Passivo Financeiro compreenderá as dívidas fundadas e
outros pagamento independa de autorização orçamentária.
§ 4º O Passivo Permanente compreenderá as dívidas fundadas e
outras que dependam de autorização legislativa para amortização
ou resgate.
§ 5º Nas contas de compensação serão registrados os bens,
valores, obrigações e situações não compreendidas nos parágrafos
anteriores e que, imediata ou indiretamente, possam vir a afetar o
patrimônio.
(Lei nº 4.320/1.964)link

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5.5- Demonstração das variações patrimoniais

Segundo o art. 104 da Lei nº 4.320/1964, “a Demonstração das


Variações Patrimoniais evidenciará as alterações verificadas no
patrimônio, resultantes ou independentes da execução
orçamentária, e indicará o resultado patrimonial do exercício.” As
alterações verificadas no patrimônio consistem nas variações
quantitativas e qualitativas.
As variações quantitativas são decorrentes de transações no setor
público que aumentam ou diminuem o patrimônio líquido. Já as
variações qualitativas são decorrentes de transações no setor
público que alteram a composição dos elementos patrimoniais sem
afetar o patrimônio líquido.
Para melhor entendimento da finalidade desse demonstrativo, pode
se dizer que ele tem função semelhante à Demonstração do
Resultado do Exercício da área empresarial, no que tange a apurar
as alterações verificadas no patrimônio. É importante ressaltar que
a Demonstração do Resultado do Exercício apura o resultado em
termos de lucro ou prejuízo líquido, como um dos principais
indicadores de desempenho da empresa. Já no setor público, o
resultado patrimonial não é um indicador de desempenho, mas um
medidor de quanto o serviço público ofertado promoveu alterações
quantitativas dos elementos patrimoniais.

5.6 Demonstração dos fluxos de caixa

A demonstração dos fluxos de caixa tem o objetivo de contribuir


para a transparência da gestão pública, pois permite melhor
gerenciamento e controle financeiro dos órgãos e entidades do
setor público.
As informações dos fluxos de caixa são úteis para proporcionar aos
usuários da informação contábil instrumento para avaliar a
capacidade de a entidade gerar caixa e equivalentes de caixa, bem
como suas necessidades de liquidez. Assim, a demonstração dos
fluxos de caixa permite aos usuários projetar cenários de fluxos
futuros de caixa e elaborar análise sobre eventuais mudanças em
torno da capacidade de manutenção do regular financiamento dos
serviços públicos.
A demonstração dos fluxos de caixa deve ser elaborada pelo
método direto ou indireto e evidenciar as movimentações havidas
no caixa e seus equivalentes, nos seguintes fluxos:
a) das operações;
b) dos investimentos;
c) dos financiamentos.
O fluxo de caixa das operações compreende os ingressos, inclusive
decorrentes de receitas originárias e derivadas, e os desembolsos
relacionados com a ação pública e os demais fluxos que não se
qualificam como de investimento ou financiamento.
O fluxo de caixa dos investimentos inclui os recursos relacionados
à aquisição e à alienação de ativo não circulante, bem como
recebimentos em dinheiro por liquidação de adiantamentos ou
amortização de empréstimos concedidos e outras operações da
mesma natureza.
O fluxo de caixa dos financiamentos inclui os recursos relacionados
à captação e à amortização de empréstimos e financiamentos.a
pesquisa para acompanhar
5.7 Demonstração do resultado econômico

A crescente exigência popular acerca da transparência na


gestão dos recursos públicos, objetivando a verificação da
otimização dos benefícios gerados à sociedade, revela a
necessidade de implantação de um sistema de informações que
permita a evidenciação de resultados alcançados sob a
égide da eficiência, eficácia e efetividade da gestão.
No Brasil, a maioria dos gestores não sabe dizer se ações
oferecidas à sociedade são bem-sucedidas ou não. Quando eles,
por exemplo, impõem cortes ao orçamento, não sabem se estão
cortando “supérfluos” ou “essenciais”, faltam-lhes, muitas vezes,
informações objetivas quanto aos resultados alcançados.
A busca de alternativas que reduzam os custos e otimizem a
efetividade e a eficiência (preceito instituído pela Carta
Constitucional de 1988, no art. 74, inciso II: comprovar a legalidade
e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão
orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da
administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos
por entidades de direito privado) dos serviços prestados à
sociedade, pelos órgãos públicos, tem sido o grande desafio dos
estudiosos e administradores da área pública no Brasil, pois,
em realidade, a preocupação até então se restringia,
fundamentalmente, a procedimentos mais voltados ao atendimento
das prerrogativas legais vigentes no país, não se analisando os
aspectos concernentes à gestão de custos e consequentes
resultados, que já são demasiadamente conhecidos
no setor privado. Para tanto, a NBCT 16.6 criou um novo
demonstrativo, a Demonstração do Resultado Econômico (DRE),
que evidencia eficiência na gestão dos recursos no serviço público.
Surge, pois, a necessidade de implementação de um sistema que
objetive resultados. Sugere-se que, no mínimo, as ações e/ou os
serviços públicos sejam monitoradas passo a passo por um sistema
de contabilidade e controladoria estritamente técnico e dotado de
instrumental normativo perfeitamente definido; caso contrário,
poderão ensejar evasão de recursos oriundos dos cidadãos, que os
entrega à instituição Estado para serem aplicados nas
necessidades essenciais de uma sociedade.
Neste contexto, o Conselho Federal de Contabilidade, por meio
da Resolução nº 1.129/08, que aprovou a NBCT 16. 2 – Patrimônio
e Sistemas Contábeis, estabeleceu o Subsistema de Custos que
tem como objetivo registrar, processar e evidenciar os custos dos
bens e serviços, produzidos e ofertados à sociedade pela entidade
pública. Segundo a norma, o subsistema de custos, integrado com
os demais – orçamentário, financeiro, patrimonial e compensação –,
deve subsidiar a Administração Pública sobre:
a) desempenho da unidade contábil no cumprimento da sua missão;
b) avaliação dos resultados obtidos na execução dos programas
de trabalho com relação à economicidade, eficiência, eficácia
e efetividade;
c) avaliação das metas estabelecidas pelo planejamento;
d) avaliação dos riscos e das contingências.
De igual modo, a Resolução CFC nº 1.133/08, que aprovou a NBC
T 16.6 – Demonstrações Contábeis, apresenta Demonstração do
Resultado Econômico (DRE), cujo objetivo é evidenciar o resultado
econômico das ações do setor público, considerando sua
interligação com o subsistema de custos.
A Demonstração do Resultado Econômico, cuja elaboração é
facultativa, tem como premissa os seguintes conceitos:
Custo de oportunidade (CO) – valor que seria desembolsado na
alternativa desprezada de menor valor entre aquelas consideradas
possíveis para a execução da ação pública.
Receita Econômica (RE) – valor apurado a partir de benefícios
gerados à sociedade pela ação pública, obtido por meio da
multiplicação da quantidade de Serviços Prestados (N), bens ou
produtos fornecidos pelo Custo de Oportunidade (CO), daí: RE = N
x CO.
Custo de Execução (CE) – valor econômico despendido pela
Entidade na ação objeto da apuração do Resultado Econômico
Apurado. É dividido em custos diretos e indiretos.
O Resultado Econômico Apurado (REA) é, pois, o incremento
líquido de benefícios gerados à sociedade a partir da ação eficiente
e eficaz do gestor público, calculado a partir da diferença entre a
Receita Econômica (RE) e o Custo de Execução (CE) da ação,
conforme fórmula a seguir:
REA = RE – CE, ou
REA = (N*CO) – CE

Leituras recomendadas
MOTA, Francisco Glauber Lima. Contabilidade Aplicada ao Setor
Público. 1ª ed. Brasília, 2009.
KOHAMA, Heilio. Balanços públicos: teoria e prática. 2ª ed. 6ª reimpr.
São Paulo: Atlas, 2009.
SLOMSKI, Valmor. Manual de contabilidade pública: um enfoque
na contabilidade municipal, de acordo com a Lei de Responsabilidade
Fiscal. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2008.
Lei nº 4.320 de 1964, disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/Leis/L4320.htm
Referências
Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público. Disponível
em: https://www.tesouro.fazenda.gov.br/pt/contabilidade-publica/
principais-publicacoes/mcasp. Acesso em 22 nov. 2012.
MOTA, Francisco

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