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CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ESTRUTURAL E CONSTRUÇÃO CIVIL
ENGENHARIA CIVIL
FORTALEZA
2011
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FORTALEZA
2011
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Universidade Federal do Ceará
Biblioteca de Ciências e Tecnologia
CDD 620
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BANCA EXAMINADORA
________________________________________________
Prof. D. Sc.: Antônio Eduardo Bezerra Cabral
Universidade Federal do Ceará - UFC (Orientador)
________________________________________________
Prof. D. Sc.: Alexandre Araújo Bertini
Universidade Federal do Ceará - UFC
________________________________________________
Neliza Maria e Silva Romcy
Universidade Federal do Ceará - UFC
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AGRADECIMENTOS
RESUMO
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE QUADROS
LISTA DE TABELAS
Tabela 3.1- Valores dos índices praticados nos bairros onde as tipologias poderão ser
adotadas. ................................................................................................................................... 21
Tabela 3.2 - Relação das áreas com a influência dos índices. .................................................. 22
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LISTA DE SIGLAS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
1.1 Justificativa
Figura 1.2 - Casas construídas em área de risco, ao lado de um esgoto a céu aberto.
Fonte: http://comitecentralpopular.blogspot.com
Figura 1.3 - Habitações executadas sem nenhum planejamento, gerando um aglomerado de casas, prejudicando o
controle de epidemias e a estética da cidade.
Fonte: http://comitecentralpopular.blogspot.com
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A HIS não deve ser vista apenas como uma construção para uma população que
possui baixa renda, mas como um projeto que deve utilizar a tecnologia para empregar
técnicas e processos, que diminuam o custo, sem a diminuição da qualidade da construção e
que possa suprir todas as funções como qualquer outra habitação.
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Os projetos para HIS visam não só a baixa capacidade de compra dessas pessoas,
mas também as limitações do espaço físico, sendo então necessário não só representar os
ambientes em plantas, cortes e perspectivas, mas também representar o trânsito do homem em
seu interior.
Sendo o projeto da moradia com divisão de ambientes inadequados para a
realização das funções básicas domésticas, somada ao mobiliário, que muitas vezes não está
em condições nem em dimensões adequadas para atividades simples do dia-a-dia, acaba
incentivando o futuro morador a alterar o projeto após a sua construção, através do sistema de
autoconstrução ou mutirão, pois assim, ele é responsável pela concepção e planejamento do
ambiente construído, expandindo-o ou gerando multifuncionalidades, o que dá origem aos tão
famosos “puxadinhos”.
Os mobiliários devem não atender somente as atividades a serem desenvolvidas
no interior de cada ambiente, mas também atender a diversos outros requisitos, como altura e
largura adequada, considerando as tendências e as características regionais, procurando
racionalizar o uso do produto. É interessante ainda a observação das características de
modulação, normalização, divisibilidade e o mais importante, que é a flexibilização dos
ambientes para que a família possa ampliar a construção, dentro de um projeto
preestabelecido, adequando a sua realidade futura. Já no caso da modulação, há a
oportunidade de reformar e/ou ampliar os ambientes seguindo um padrão já pré-fixado, dando
ideia de todos os insumos necessários para tais serviços, evitando-se desperdícios e baixa
produtividade, facilitando a execução da obra em etapas, e reduzindo a perda de materiais e
conseguinte geração de resíduos.
Grande parte da desproporcionalidade das dimensões usuais para a HIS está aliada
ao descaso ou desconhecimento que os responsáveis pelos projetos desta natureza têm com os
futuros moradores. Considerando que na grande maioria das vezes, o financiamento para a
construção dessas moradias é feita pelo governo, através da Caixa Econômica Federal (CEF),
na busca pela redução do déficit habitacional no país, então essas empresas estão em contato
direto com um órgão financiador e não geram nenhum vínculo com os compradores dos
imóveis. Logo, para as construtoras a redução dos custos está diretamente ligada à redução de
área, utilizando um parâmetro para estimar custo, o chamado Custo Unitário Básico (CUB),
que se baseia em critérios de tamanho, padrão de acabamento e tipo de empreendimento.
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arquiteto, junto com a equipe do ETecS, pois cada caso é específico, devendo ser avaliada a
condição do terreno, a posição em relação à rua, a orientação dos ventos, entre outros.
Quando o solicitante perceber que seu processo foi estudado e que em um breve
espaço de tempo, obteve resposta significativa, visualizando inclusive sua moradia, já que
além dos projetos e orçamentos, deverão ser gerados modelos, como maquetes, ainda que
simples, mas que possam passar a ideia de como a edificação ficará depois de executada,
acabará divulgando o Escritório para a sua comunidade, que buscará em maior número o
auxílio para a elaboração de projetos e/ou para receber orientações sobre as construções que
desejam realizar. Com a repetição dos projetos, estes poderão ser aperfeiçoados e corrigidos,
se necessário.
Haverá um estudo preliminar quanto à localização do terreno, adequando-o à
legislação vigente, levando-se em consideração os índices e taxas impostas, para que não haja
empecilhos quanto à aprovação do projeto por meio dos órgãos responsáveis.
Todo o projeto das tipologias será pensado de forma a criar a interação do homem
com a habitação, visando à privacidade e a possibilidade de utilização dos móveis necessários
à execução das atividades domésticas.
1.2 Objetivos
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Figura 2.1 - Conflito de projeto - largura do banheiro não proporciona a abertura completa da porta onde existe
um lavatório.
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2.1.1 O Projeto
Denomina-se por projeto, sob a ótica genérica, como: “... a ação de intervir
ordenadamente, mediante atos antecipatórios no meio ambiente. A ação pode manifestar-se
em produtos, edifícios, sinais, avisos publicitários, sistemas, organizações, tanto em estruturas
físicas, como em estruturas não físicas” (BONSIEPE, 1993 apud RAMOS, 2002, p.21).
O projeto deve ser visto como o meio de solucionar os problemas, gerando
intervenções práticas e que caracterizem os anseios dos usuários, buscando sempre investir
em técnicas que minimizem os prazos e os custos. É na fase de projeto que tudo é definido, a
localização, as aberturas para a circulação de ar, a busca pelo aproveitamento da iluminação
natural, entre outras. Nesta fase, também, é onde se deve ter maior atenção, já que um erro de
dimensionamento ou especificação pode onerar a obra, com possibilidade de inviabilizar a
construção, por erros, divergências, omissões, interferências.
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estar associadas ao planejamento dos recursos necessários para sua cobertura e tendo o ano de
2023 como horizonte final para a elaboração de estratégias e de propostas.
Com ele se pretende implementar um conjunto de ações capazes de construir um
caminho que permita avançar no sentido de atingir o principal objetivo da PNH: universalizar
o acesso à moradia digna para todo cidadão brasileiro (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2006).
pontos aguardados e alterados foi à revisão do preço máximo para HIS, porém o valor
definido ainda não é uma questão de discussão entre governo e empreiteiras.
A faixa de renda dos beneficiários do Programa foi alterada, podendo ser
visualizada no Quadro 2.1:
3 METODOLOGIA
ÁREA PROFUNDI-
CÍRCULO ILUM. VENT. PÉ DIREITO
MÍNIMA DADE
INSCRITO (m) MÍNIMA MÍNIMA MÍNIMO (m)
(m2) MÁXIMA
SALA DE 3 VEZES O PÉ
2,50 10,00 1/6 1/12 2,50
ESTAR DIREITO
SALA DE
1,80 5,00 1/6 1/12 2,50 -
JANTAR
COPA 1,80 4,00 1/6 1/12 2,50 -
COZINHA 1,80 4,00 1/6 1/12 2,50 -
1º E 2º
2,50 7,50 1/6 1/12 2,50 -
QUARTOS
DEMAIS
2,00 5,00 1/6 1/12 2,50 -
QUARTOS
BANHEIRO 1,00 1,50 1/8 1/15 2,20 -
CORREDOR 0,80 - - - 2,30 -
Fonte: Código de Obras e Posturas do Município de Fortaleza / 1981.
Tabela 3.1- Valores dos índices praticados nos bairros onde as tipologias poderão ser adotadas.
existentes no mercado, além de apresentar ao futuro proprietário quanto será necessário para
que a sua casa seja construída. A tabela base utilizada para o conhecimento dos custos, foi a
tabela SINAPI / CEF de Out/2011(representada apenas por números), SEINFRA Jul/2011
V17A (representada pela inicial com letra C) e Maracanaú Jul/2011 (representada pela inicial
com letra M). Todos os valores utilizados não tem incidência de BDI.
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4 RESULTADOS
superior de dormitórios, num total de 3, o que possibilita a morada de uma família em maior
número de componentes.
Como a legislação permitiu a união da edificação ao limite lateral do terreno
(Observação 17, do Anexo 8.1 da LUOS), não foi possível a abertura de janelas para as
laterais, adotando assim um fosso como solução para a ventilação dos banheiros e dos
dormitórios. O ar entra no fosso por cobogós na parte mais alta da edificação e chega aos
ambientes pelas janelas existentes.
No Anexo D, é apresentado um Memorial Descritivo da execução dos serviços,
retirado do guia do Sinduscon/Ce.
Uma lista com equipamentos previstos e especificações de revestimentos e pisos
para HIS é apresentada no Anexo D, retirado do Programa MCMV.
A coberta conta com uma inclinação de 25%, inclinação usual na nossa região.
A verificação da iluminação e da ventilação mínima para as tipologias, não foi
possível devido ao não conhecimento da localização exata da moradia, já que para esse estudo
é necessário além das dimensões das aberturas, estudo de fatores quanto a fontes naturais,
orientação da fachada, espaço físico e destinação do ambiente, além de decidir sobre a
iluminação/ventilação natural ou artificial, caso haja necessidade de melhorar as condições do
ambiente. Logo, essa verificação deverá ser feita para cada situação.
A partir do projeto arquitetônico foi gerado um desenho em três dimensões,
colaborando para a melhor visualização de leigos em leitura de projetos.
O orçamento obtido refere-se a uma tipologia a ser aplicada em terreno plano,
onde não há grande movimentação de terra, logo cada tipologia deverá ser adequada ao
terreno a ser implantada, bem como seu orçamento deverá ser atualizado levando em conta as
mudanças ocorridas.
Os orçamentos encontram-se no Anexo A, B e C, e é apresentado um resumo no
Quadro 4.1, dos custos das Tipologias:
Quadro 4.2 - Orientação de valores para HIS (1 a 3 salários mínimos) por estado.
Pode-se perceber que os custos das tipologias quando comparadas com o CUB,
mostra que apenas a Tipologia 04/02 está abaixo do valor adotado para este parâmetro.
Grande parte do orçamento, cerca de 20% do custo total, foi destinado aos serviços de
Fundações e Estruturas, pelo fato de se ter projeto uma estrutura em concreto armado para a
edificação. Podendo este item ser um dos serviços a serem analisados e adequados a real
solicitação de uma edificação de configuração térrea, colaborando com a diminuição dos
custos e a possibilitando o acesso de mais pessoas a uma moradia digna e que se adeque ao
orçamento familiar.
Com a elaboração destes kits, é previsível a diminuição do tempo gasto pelos
técnicos do ETecS na elaboração de projetos desta natureza, desde que o terreno apresentado
seja pertencente a um bairro que esteja sugerido neste trabalho, servindo inclusive de
divulgação entre a população de interesse do Escritório e fazendo com que a Lei 11.888 de
2008, possa ter um grande colaborador para diminuir a falta de moradia digna do país.
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5 CONCLUSÕES
Com a apresentação dos kits com as tipologias para HIS, em dimensões de testada
diferentes, a abrangência de famílias a serem beneficiadas poderá ocorrer em maior número,
já que o ETecS conseguirá atender a uma quantidade maior de solicitações em menor tempo,
e sem a necessidade de elaborar um novo projeto caso o morador deseje aumentar a habitação,
pois já é proposta uma ampliação para as tipologias 03/01 e 04/01. Essas tipologias mostram
um estudo de espaço que seja pensado para pessoas que não possuem um alto poder aquisitivo
sem abrir mão da privacidade e de uma divisão coerente, tentando aproveitar o máximo do
custo benefício.
É necessário que estes projetos sejam postos em prática para avaliar se há
aceitação por parte do público alvo do Escritório, ou seja, se os possíveis bairros candidatos a
receberam as tipologias possuem alguma demanda. É ainda interessante o acompanhamento
da construção dessas tipologias e ao final realizar a Avaliação Pós-Ocupação, obtenção
críticas e sugestões para a melhoria e correção de aspectos relacionados aos projetos.
Deverá ser feita uma avaliação contínua e atualização sempre que necessário, já
que as legislações utilizadas como base para este estudo são de 15, 30 anos atrás.
É de fundamental importância, este serviço prestado pelo Escritório, tanto pela
ajuda que a população recebe, o que colabora para a diminuição do déficit habitacional de
Fortaleza, como também pela vantajosa experiência dada aos alunos de Arquitetura e
Engenharias, que começa a trabalhar com um tema relevante a profissão, mas que é tão
esquecido por meio da sociedade, que é a HIS.
Para os futuros trabalhos, seguem algumas sugestões para complementação deste:
Comparação entre projetos e orçamentos do ETecS e os apresentados no mercado
de Fortaleza, bem como um estudo para melhorar técnicas, materiais e revestimentos
empregados;
Obtenção do histórico das construções de algumas tipologias, verificando as
mudanças feitas pelos moradores e se em alguma houve a ampliação sugerida, elaborando
estudo pós-ocupação, quando houver um número considerável de tipologias executadas;
Verificar a quantidade de projetos atendidos pelo ETecS, antes e depois da
elaboração das tipologias, já que um dos objetivos era reduzir o tempo gasto entre todo o
processo.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL: Cartilha do Programa do Governo Federal Minha Casa Minha Vida. 2009.
MOORE, C.; ALLEN, G.; LYNDON, D. A Casa: forma y diseño. Barcelona: Gustavo Gili,
1985.
GLOSSÁRIO
I – Acessibilidade significa não apenas permitir que pessoas com deficiências ou mobilidade
reduzida participem de atividades que incluem o uso de produtos, serviços e informação, mas
a inclusão e extensão do uso destes por todas as parcelas presentes em uma
determinada população;
III – Compatibilização é definida como atributo do projeto, cujos componentes dos sistemas,
ocupam espaços que não conflitam entre si;
onde se verifica a maior concentração da população e das atividades urbanas com as melhores
condições de infraestrutura;
XIII – Maquete é uma representação em escala de grandes estruturas, objetos, edifícios, entre
outros;
XIV – Modulação pode ser entendida como a relação de grandezas e de objetos distintos que
devem ser unidos, causando mínimos ajustes ou modificações;
XVI – Recuos é a área de terreno não edificável, compreendida entre as divisas do terreno e
os alinhamentos dos recuos.
XVII – Taxa de Permeabilidade é a relação entre a parte do lote ou gleba que permite a
infiltração de água, permanecendo totalmente livre de qualquer edificação e a área total dos
mesmos;
XXI – Via Arterial I e II são vias destinadas a absorver substancial volume de tráfego de
passagem de média e longa distância, a ligar polos de atividades, a alimentar vias expressas e
estações de transbordo e carga, conciliando estas funções com a de atender ao tráfego local,
com bom padrão de fluidez;
XXII – Via Coletora é a via destinada a coletar o tráfego das vias comerciais e locais e
distribuí-lo nas vias arteriais e expressas, a servir de rota de transporte coletivo e a atender na
mesma proporção o tráfego de passagem e local com razoável padrão de fluidez;
XXIII – Via Comercial é a via destinada a atender ao tráfego local nas Áreas de Urbanização
Prioritária com baixo padrão de fluidez;
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XXIV – Via Expressa é a via destinada a atender grandes volumes de tráfego de longa
distância e de passagem e a ligar os sistemas viários urbano, metropolitano e regional, com
elevado padrão de fluidez;
XXV – Via Local é a via destinada a atender ao tráfego local, de uso predominante nesta via,
com baixo padrão de fluidez;