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Coordenadas, eixos
e movimento
A maior parte de um programa é composta das coordenadas dos pontos que se referem às
distâncias para os eixos. Junto com as declarações que determinam como a máquina é usada,
essas coordenadas X, Y e Z são empregadas tanto para o movimento da ferramenta como
para o posicionamento da ferramenta em relação à peça, bem como para referência. Os eixos
se referem aos mesmos que já aprendemos em fresadoras e tornos (Capítulos 3 e 4 do livro
FITZPATRICK, M. Introdução aos processos de usinagem Porto Alegre: AMGH, 2013), mas aqui, no
Capítulo 1, vamos formalizá-los. Estas quatro unidades são os alicerces de conhecimento para
tudo em CNC e para o restante deste livro.
Plano
XY
Plano
YZ
Torno
X Z
Figura 1-2 Os três planos primários: XY, XZ e YZ. Figura 1-3 Os eixos principais se aplicam às três
máquinas habituais.
Ponto-chave:
Introdução à Usinagem com Comando Numérico Computadorizado
Chão
Figura 1-6 O eixo X de um torno com barramento inclinado é rotacionado em relação ao solo para melhorar a
refrigeração e a remoção de cavaco e para auxiliar o acesso do operador durante a preparação.
Rotação
do eixo B
A
eixo
ção do
Rota
Z Y
X
A
Eixo oX
Y Eix Regra do polegar – Valor de entrada no eixo de
rotação Para identificar se a direção do eixo de
rotação é positiva ou negativa (no sentido horário
ou anti-horário), use a regra do polegar (Fig. 1-12).
Em primeiro lugar, identifique o sentido positivo do
eixo central em torno do qual a rotação ocorre (X,
Y ou Z). Então, posicionando o polegar da sua
mão direita ao longo dessa direção positiva, os de-
dos se curvam no sentido positivo do eixo rotativo. O
5° Corte por baixo a 15°
movimento de rotação negativo seria contra os seus
Figura 1-11 Para realizar a fresagem concor- dedos.
dante, esta peça requer articulação nos eixos
A e B. Em que direção eles estão (positiva ou Rotação de peça e indexação
negativa)? Use a regra do polegar para resolver.
A segunda maneira pela qual um centro de usina-
gem ou uma fresadora CNC pode conseguir um eixo
rotativo ou de indexação é movendo a peça, e não o
cabeçote de corte. Isso pode ser feito com um aces-
sório programável do eixo A (método mais comum),
como se mostra na parte direita da Figura 1-13, ou
um eixo embutido no meio da mesa. Existem tam-
bém várias outras maneiras de indexar a peça de
maneira programável e versões de acessórios que
permitem a rotação da peça.
Indexação da peça Uma maneira muito eficien-
te para indexar peças é uma mesa de paletização Coordenadas, eixos e movimento
de quatro faces (Fig. 1-14). Aqui, as peças são co-
seria chamado de eixo W, uma vez que ele se move para um movimento de eixo B?
paralelamente ao eixo Z.
Z
Fresa
vertical Torno
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Sistemas de coordenadas e
pontos
O cartógrafo espanhol Cartes utilizou uma grade
de linhas que se cruzam em 90° para a identifica-
ção de qualquer ponto sobre os seus mapas geo-
gráficos. Quatro séculos depois, ainda estamos as
usando em mapas de rua. Muito além da sua inten-
oX
ção, matemáticos e mecânicos as adaptaram para
Eix a programação e as chamaram de coordenadas
cartesianas, o que nos ajuda a tornar a usinagem
CNC possível. Duas coordenadas cartesianas (X e
Y) identificam pontos bidimensionais no plano. Ao
Figura 1-19 Este é um movimento dos eixos A
adicionar uma terceira (X, Y e Z), é possível identi-
e B positivo ou negativo?
ficar qualquer ponto em três dimensões, chamado
de espaço tridimensional. Elas também são chama-
Nomeie estes eixos
dos de coordenadas retangulares.
O ponto identificado pode ser usado como refe-
rência, como, por exemplo, o centro de um círculo.
Também pode ser utilizado como um local no qual
um furo vai ser brocado ou para definir um deter-
minado ponto sobre uma superfície da peça. Ou
uma coordenada pode ser o alvo de uma instrução
de movimento, de tal modo que a ferramenta se
dirige a ele a um determinado avanço.
Coordenadas cartesianas não atendem a todas as
identificações de pontos necessárias. Às vezes, a in- Coordenadas, eixos e movimento
formação chega até nós em um desenho de enge-
nharia que não está em X, Y e Z. Como um foguete
deixando a Terra, às vezes, pensamos em pontos de
identificação em termos de quão longe ele já via-
jou desde a origem (raio R) e em qual ângulo (A).
Essas são conhecidas como coordenadas polares.
Por exemplo, um círculo de furos é muito mais fácil
de definir usando coordenadas polares do que X
por localizações Y.
capítulo 1
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PZP do eixo Z foi escolhido para o programa (uma os controladores permitirão essa ação. No entanto,
prática comum). isso é possível, uma vez que a máquina refere co-
ordenadas, mas não necessita mover o eixo-árvore
ou a ferramenta de corte até ele.
PZP coordenada
Por uma convenção em engenharia, o PZP é re-
Posição absoluta registrada presentado como um círculo de alvo, como na
como zero Figura 1-23.
X 00.000
Pos
Y 00.000
Abs
Z 00.000 1,54
B A
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Em alguns comandos e software CAM, é possível Um arco também deve ter um ponto de referên-
programar com valores de raio, mas apenas de- cia do centro. Onde duas entidades quaisquer se
pois de especificar o valor do raio na coordenada juntarem, tornarem-se tangentes, formarem in-
X; X diâmetro é uma condição padrão para a
maioria dos centros de torneamento. (Padrão, aqui,
significa valor ou condição predeterminado.) Pontos de
geometria Ponto de referência
para o raio
Dica da área
Seleção do PZP para valor do quadrante
Quando conveniente para o trabalho na fresa-
dora, tente girar a peça bruta, como na Figura
1-22, de tal forma que a localização selecionada PZP Geometria dos pontos
do PZP esteja no canto esquerdo mais baixo em a serem furados
relação à peça. Quando é colocado dessa manei- Figura 1-26 Pontos de geometria ocorrem em locais
ra, todos os valores das coordenadas absolutas importantes.
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Referencial
43,0 local (3)
10,4
26,7 4,75
A
B 0,25 broca
2,5 8
Detalhe 2 tamanho
Figura 1-28 A matemática necessária para escrever as coordenadas para as características deste painel de
instrumentos pode ser simplificada usando uma referência local temporária para cada padrão de corte.
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pode ser resumido para X1.400 sem entrada Y, já imperiais e que a entrada é de 2 polegadas.
que não há movimento do eixo Y do ponto 4 ao Comandos modernos permitem flexibilidade com-
ponto 5. Isso é chamado de entrada nula. Coorde- pleta de unidades e valores. A maioria pode aceitar
nadas nulas podem ser deixadas de fora ou não. valores absolutos ou incrementais e nos sistemas
métrico ou imperial com facilidade, desde que
acompanhados pelos códigos corretos. Mais uma
Dica da área vez, apesar de isso ser uma má ideia, as unidades
Uma boa maneira de visualizar coordenadas in- e os valores (G90 absoluto ou G91 incremen-
crementais é pensar na posição atual como um tal) podem ser alterados dentro do programa ou
mini-PZP, “só naquele momento”. Isso significa até mesmo dentro de um único comando, sem
que os valores das coordenadas (positivo ou ne- perda de precisão. Atrás da tela de vídeo, os con-
gativo) do próximo ponto seguirão o princípio troles modernos mantêm o controle da posição da
quadrante, mas usando a posição atual como ferramenta de forma absoluta, utilizando valores
referência, não a origem absoluta. métricos, desconsiderando os valores do programa
e o que você vê na tela. A mudança de unidades e
valores só muda a maneira de ver os dados.
Coordenadas métricas
Coordenadas no sistema métrico são tão simples Quais coordenadas estão corretas?
como as entradas em polegadas. Mas, também Esse não será um problema se você estiver progra-
aqui, o código correto deve ser fornecido para mando com o software CAM. O software irá conver-
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Ponto-chave:
Um dos três tipos de coordenadas é usado para Política de coordenadas
identificar a maioria dos pontos no desenho: Para fins de uniformidade, muitas oficinas têm uma
cartesiano incremental, cartesiano absoluto ou política específica sobre a seleção de coordenadas
polar. que restringe os valores a um único tipo.
Convenções em comandos de
programa
Dica da área
As coordenadas incrementais podem ser úteis Eliminação de nulos (coordenadas
quando várias peças de tamanho ou forma se- absolutas repetidas)
melhantes são programadas (Fig. 1-32). Usando
Embora seja correto representar cada ponto de
um programa principal, a alteração pode ser
inserida quando necessário. Por exemplo, os
geometria ou de referência em um programa com Coordenadas, eixos e movimento
coordenadas X e Z ou X, Y e Z completas, nem toda
três puxadores podem ser feitos a partir de um
único programa com dois movimentos X adicio-
coordenada precisa conter todos os dados de en-
nais acrescentados para ajustar o comprimento trada para ser completa.
da peça e usinar com as versões traço 1, 2 ou 3.
Isso não funcionaria usando coordenadas abso-
Regra do nulo absoluto
lutas, porque a sequência seguinte retornaria à Se um determinado valor de coordenada absoluta
forma original. Por exemplo, adicionando alguns foi inserido em uma instrução de comando ante-
movimentos incrementais de 0,400 polegadas, o rior, então, a entrada da ordenada do eixo pode
traço 1 é alterado para a peça traço 2. ser ignorada. Chamada de entradas nulas, a parte
duplicada pode ser deixada de lado por conveniên-
cia e para criar programas mais curtos.
capítulo 1
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0,64 1,00
dereços necessários para o salto e/ou retorno programando uma máquina CNC, os vários tipos
de volta para a sequência normal do programa de movimento que essas máquinas são capazes
seguindo a execução dos comandos ramificados. de realizar devem ser compreendidos. Observare-
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28
B
ido
t
ráp ar
aje
nam t
em seguida, deve passar por cima da superfície da o s icio iramen
P a d e
peça, como no exemplo de furação de uma série A verd
de furos. Em tornos, ela também pode ser chama- Movimentação coordenada dos
da de ponto de partida em certos comandos nos eixos X e Y em linha reta até atingir B
quais a ferramenta deve ser recuada para um local Figura 1-41 Comandos mais antigos não acom-
capítulo 1
seguro de partida antes de se dar outro passo. O panham um trajeto em linha reta de ponto a ponto
movimento de recuo, ou seja, de afastamento da em modo de movimentação rápida. É fundamental
peça, é normalmente feito com movimento rápido. conhecer o trajeto que seu comando irá tomar!
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Figura 1-43 Variando constantemente as velocida- para produzir os arcos. Movimentos da ferramenta
des de X e Y, pode-se produzir um círculo perfeito perfeitamente circulares envolvendo os eixos X, Y e
com a velocidade de avanço programada. Z com a velocidade de avanço programada são um
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Comando tridimensional
Interpolação circular
Eixo Z de três eixos
Eixo X
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Hipérbole
Revisão da Unidade 1-3
Parábola
Revise os termos-chave
Comando 2D Coordenadas, eixos e movimento
Comando capaz de usinar um círculo usando
dois eixos ao mesmo tempo.
Circunferência
Elipse Comando 2½D
Comando capaz de produzir interpolações circu-
Figura 1-48 Alguns comandos avançados são
lares em qualquer um dos dois eixos enquanto
capazes de executar interpolações cônicas.
realiza interpolação linear no terceiro eixo.
Comando 3D
Realiza interpolação circular em três eixos na
Formas geradas com CAM velocidade de avanço especificada. Não se limita
Devido ao fato de os comandos de máquinas se- a três planos por arcos.
rem limitados a movimentos lineares e ciculares, Distância de recuo (R)
capítulo 1
software CAM não podem, simplesmente, gerar Posição de segurança à qual a ferramenta é
uma superfície irregular. Em vez disso, o software posicionada com uma velocidade de posicio-
CAM desmembra a superfície em pequenos arcos
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Responda
Questões de pensamento crítico
1. Quando uma oficina necessitaria de um
comando de nível superior ao 2D para um
torno? Vista lateral
2. Durante a interpolação circular, a veloci-
dade de avanço é especificada pelo có-
digo G21 F600, ou seja, o programador Figura 1-49 Qual tipo de controle CNC pode
definiu o sistema métrico (G21) e a veloci- produzir uma espiral em rampa, 2D, 2½D ou 3D?
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polar (LRP) completa o par de coordenadas. Co- dem atuar com ela como uma referência ou geo-
ordenadas polares são expressas como R, A (raio, metria, tão facilmente como se fosse um valor
ângulo) (Fig. 1-51). cartesiano.
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R2.38 A-142.00
A LR
P
142,00° B
Identificação do
A
ponto B usando o
B ponto A como
7,16 mm referência incremental
R 2,38 mm
R2.38 A142.00
52,00° Polar absoluto
A
Linha de referência
LRP B
Identificação do
ponto A usando o
ponto B como referência
Ponto-chave: Negativo
Seguindo a regra do polegar
Se o deslocamento angular é no sentido horá-
rio em relação à LRP ou de uma referência local, Figura 1-53 A movimentação polar no sentido ho-
então, o ângulo será negativo. Caso ele esteja no rário é negativa, e, no sentido anti-horário, positiva.
sentido anti-horário, ele é um ângulo positivo.
Na identificação do ponto A utilizando o ponto
B como uma referência incremental, as coorde- Ângulos positivos e negativos Na Figura 1-52,
nadas seriam observe que o ângulo de 142° é expresso como um
número negativo. Isso é uma convenção de coor-
R2.38 A142.00
denadas polares.
Isso é verdadeiro para os ângulos absolutos e in-
crementais (Fig. 1-53). De forma semelhante às coordenadas cartesianas
incrementais, um ponto polar incremental é iden-
36
10 furos
igualmente espaçados Figura 1-55 A maioria das calculadoras
B
R 2,00 científicas possui um conversor de polar para
C 0,01
retangular.
C
3,25
Portanto, leia o manual da sua calculadora quan-
do for trabalhar com um comando que não pos-
sui coordenadas polares. Aqui vai uma segunda
2,75
A
dica para lhe ajudar a acelerar as conversões de
polar para retangular (P-R) (Fig. 1-55). Sua calcu-
capítulo 1
Figura 1-54 Este círculo de furos brocados são ladora científica padrão provavelmente possui
dimensionados utilizando coordenadas polares.
37
49,764°
Revisão da Unidade 1-4 32,5 mm
Revise os termos-chave
R 42,573
Coordenadas esféricas
Coordenadas no espaço 3D usando raio, ângulo
e ângulo. 27,5
Linha de referência polar (LRP) Figura 1-56 Defina o ponto 3 utilizando coor-
Uma linha que sobrepõe o PZP, indicando zero denadas polares absolutas.
grau.
Polares absolutas (coordenadas) 4. Liste os fatores para seleção de coordena-
Identificação de um ponto usando raio e ângulo das em uma programação por ordem de
como coordenadas baseando-se no PZP. importância para o programador.
Polares incrementais (coordenadas) 5. Defina coordenada polar com suas pró-
Identificação das coordenadas de um ponto prias palavras, usando dez palavras ou
baseando-se em outro ponto polar, e não no PZP. menos.
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