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A CIDADE PERDIDA

Estávamos quase chegando, meu irmão e eu, para passarmos o carnaval na cidade que escolhemos. A
viagem fora tranqüila. O feriado naquela cidade prometia ser ao mesmo tempo calmo e divertido. Eu
sabia que estávamos chegando e estava muito ansioso para chegar ao nosso destino.

Durante a viagem, encontramos várias pessoas no nosso caminho e perguntavam para onde íamos e eu
sempre respondia com muito entusiasmo e excitação a essas questões e outras. Mas, por algum motivo
não me lembro o nome da cidade nem sei se saberia retornar a ela. Diante de minha resposta, os
moradores diziam palavras muito animadoras, diziam também que iríamos gostar muito, eque era uma
cidade muito bonita, situação que só fazia aumentar o meu desejo de chegar.

Sabia que estava perto, sabia que a qualquer momento chegaríamos ao nosso destino. Por alguma razão
era difícil dizer o quanto faltava para chegarmos. Não saberia dizer o porquê, mas não tínhamos noção
exata de onde ficava a cidade. Para chegar até a cidade, o trecho final deveria ser feito a pé e, já nos
encontrávamos nessa parte do percurso, o que fez meu coração disparar e andar mais rápido, estando
sempre à frente do meu irmão. Eu imaginava uma cidade cheia de cores vivas, pequenas casas e
moradores receptivos. Festas, danças, música, comemorações e diversos outros tipos de lazeres era o
que eu esperava encontrar naquela cidade. Para mim, aqueles dias seriam fantásticos, algo que sem
dúvidas ficaria marcado para sempre na minha vida e na do meu irmão. Já ao final da trilha,
encontramos moradores, daqueles do tipo camponeses que param para uma conversa arrastada e sem
propósito e no final ainda lhe convidam para passar em suas residências mais tarde para tomar um
cafezinho, nos deram as boas vindas e disseram que chegáramos à cidade. Desejaram-nos uma boa
estadia.

Chegamos.

Ou melhor, eu cheguei. Como vinha sempre a frente na trilha avistei a cidade primeiro. O que vi me
deixou completamente estarrecido. O final da trilha dava em um penhasco. A cidade era num nível bem
abaixo da trilha e para acessá-la era preciso descer uma escada que se encontrava no final da trilha,
onde eu estava. Lá de cima, olhando para baixo conseguia ver a cidade por completo. Não me lembro de
ter percebido a noite chegar, mas já estava quase que completamente escuro. Não havia cores na
cidade. Também não havia ninguém por lá. Era como se ela estivesse lá abandonada por anos. Sua
arquitetura era muito antiga e bonita, nunca tinha visto algo parecido. Era algo muito sinistro e sombrio.
Eu estava muito confuso e não sabia o que pensar nem o que fazer. Resolvi voltar na trilha e encontrar
meu irmão, que vinha logo atrás de mim, para dizer o que eu encontrara. Quando voltei na trilha, não
achei meu irmão, fato que me deixou perplexo e ao olhar em direção ao final da trilha, no penhasco, lá
estava meu irmão observando a cidade. Eu me perguntava: “mas como ele chegou ali? Deveria ter
passado por mim para ter chegado até ali! Um atalho, talvez!” Olhei melhor e vi que aquele (aquilo?)
não era meu irmão. Parecia ele, mas eu sabia que não era ele. Estava a uns 30 metros de mim. Resolvi
correr até ele e desvendar de uma vez quem era aquela pessoa. Quando bati nele, seu corpo se desfez
em fumaça e esvaiu. Comecei a cair em direção à cidade, mas, a cidade começou a se dissolver naquele
espaço e tudo começou a ficar cada vez mais escuro e vazio.
Eu estava caindo num abismo negro e sinistro.

Mas comigo não, já acontecera outras vezes e eu sabia como despertar de um estado de sono
consciente. Moleza acordar e acabar com aquilo. Voltei ao mundo dos sonhos e sabia que agora eu
estava seguro dentro da minha própria mente e que tudo aquilo era minha própria invenção. Foi nessa
hora que me enganei, pois o mundo dos sonhos se desfez de novo e comecei a cair novamente naquele
abismo escuro. Sabia que se não acordasse vagaria pra sempre naquele espaço do meu subconsciente!
Era o meu fim, eu pensei! Parece que essa era a fórmula para sair dali porque imediatamente percebi
que estava acordado. O cachorro do vizinho latia, minha respiração era ofegante e meu corpo doía
muito. Tive um pouco de dificuldade para consegui me mexer. Minha mente me fizera viajar, me
pregara uma peça, e das boas.

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