ECONOMIA I

ECONOMIA I

Graduação

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 ECONOMIA I

O FUNCIONAMENTO DA ECONOMIA:
UNIDADE 1

CONCEITOS BÁSICOS

Prezado aluno,

Iniciaremos nossos estudos da disciplina de Economia1 partindo das idéias

básicas que norteiam o entendimento das condições, motivações e razões
pelas quais as sociedades se organizam para resolver suas questões
econômicas.

OBJETIVO:

• entender e interpretar os mecanismos que caracterizam a lógica

de funcionamento de um sistema econômico e o dilema entre a
escassez e a escolha de soluções para o funcionamento de uma
economia.

PLANO DA UNIDADE:

• Definição de Economia

• Escassez e escolha.

• Os problemas econômicos fundamentais: o que, como e para

quem produzir.

• Curva de possibilidades de produção e custos de oportunidade.

• Fatores de produção.

• Sistemas econômicos: elementos básicos e sua classificação.

• Fluxos econômicos em uma economia de mercado.

Bem-vindo à primeira unidade de estudo!

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UNIDADE 1 - O FUNCIONAMENTO DA ECONOMIA: CONCEITOS BÁSICOS

DEFINIÇÃO DE ECONOMIA A palavra economia deri-

va do grego “oikosnomos” (de
Segundo o economista Paul Samuelson (1975), “a economia é a ciência oikos, casa e nomos, lei) que sig-
que se preocupa com o estudo das leis econômicas indicadoras do caminho nifica a administração de uma
casa ou do Estado.
que deve ser seguido para que seja mantida em nível elevado a produtividade,
melhorando o padrão de vida das populações e empregando corretamente
os recursos escassos”.

Com essa definição, Samuelson quer dizer que a economia tem como
objetivo estudar a forma como as sociedades escolhem o modo mais eficiente
de empregar seus recursos produtivos escassos, para produzir os bens e
serviços necessários à satisfação das necessidades de sua população da
melhor forma possível.

Por esta razão a economia é considerada a ciência que estuda a escassez,

ou seja, a ciência que estuda como usar recursos escassos para produzir um
conjunto de bens e serviços para uso dos indivíduos e da sociedade e atender
às necessidades que são ilimitadas.

ESCASSEZ E ESCOLHA
A partir da definição acima percebemos que a economia se ocupa das
questões relacionadas ao uso dos recursos e à satisfação das necessidades
humanas.

Em todas as sociedades os recursos são sempre limitados para atender

às crescentes necessidades de consumo e bem-estar.

Em contrapartida, enquanto a escassez de recursos limita a produção de

bens e serviços, parece não haver limites para as necessidades humanas.

Parece claro, portanto, que o problema econômico fundamental é fruto A escassez é um conceito
relativo: refere-se ao desejo
da seguinte dualidade: de um lado a economia dispõe de uma quantidade
de adquirir uma quantidade de
de recursos produtivos escassos e de outro as necessidades e desejos bens e serviços maior que a
humanos são ilimitados. disponível. (Mochón – 2006)

A escassez não é um problema tecnológico mas de disparidade entre IMPORTANTE

desejos materiais e não-materiais de uma sociedade e os meios disponíveis
para satisfazê-los.

OS PROBLEMAS ECONÔMICOS FUNDAMENTAIS

A exposição dessa realidade nos leva à seguinte reflexão: se os recursos
serão sempre escassos para produzir todos os bens e serviços que a
sociedade deseja, ela terá que fazer escolhas. E é dessa escolha que se
originam os problemas econômicos fundamentais que qualquer sociedade
terá que responder: o que produzir? Como produzir? Para quem produzir?

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· O que produzir?

Que bens devem ser produzidos e em que quantidade? A sociedade

escolherá produzir mais bens de consumo, como alimentos, roupas, utilidades
domésticas, ou privilegiará produzir mais bens de produção, como máquinas,
tornos e outros que permitirão aumentar a produção a longo prazo?
Produzirá mais alimentos ou dará prioridade à produção de automóveis?

· Como produzir?

Que recursos e técnicas serão utilizados na produção dos bens e serviços?

A produção será artesanal ou altamente mecanizada? O método de produção
será intensivo em capital ou em trabalho?

· Para quem produzir?

A quem se destinará a produção? Quais os membros da sociedade que

consumirão os bens e serviços produzidos? A distribuição da produção
nacional privilegiará os diferentes indivíduos segundo suas rendas, ou seja,
beneficiará a população de renda mais baixa ou de renda mais alta?

Como você pôde observar, em todas as decisões econômicas necessitam

que sejam feitas escolhas entre alternativas e isso implica em um custo, ou
seja, você terá “que abrir mão” de uma alternativa por outra. Então podemos
avançar para outro conceito muito importante que os economistas usam
para ilustrar o problema da escassez.

CURVA (OU FRONTEIRA) DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO

A Curva (ou fronteira) de Possibilidades de Produção (CPP) procura
mostrar como a questão da escassez impõe um limite na capacidade produtiva
de uma sociedade, obrigando-a a fazer escolhas entre alternativas de
produção.

Assim, a CPP representa as quantidades máximas de bens e serviços

que uma sociedade pode produzir, em um determinado período de tempo,
com o conhecimento tecnológico e recursos produtivos de que dispõe,
considerando as quantidades de outros produtos que também produz.

Em resumo, sua construção evidencia o seguinte mecanismo: em uma

economia na qual todos os recursos disponíveis estão sendo utilizados
(trabalhadores, máquinas, tecnologias e não há capacidade ociosa) a
produção de um bem adicional implica, necessariamente, em reduzir a
produção de um outro bem.

Agora, vejamos um exemplo prático:

Imagine uma economia que possua 100 máquinas e 5000 trabalhadores

especializados e que produza dois tipos de bens, Automóveis e Alimentos,
e que as alternativas de produção de ambos sejam as seguintes:

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UNIDADE 1 - O FUNCIONAMENTO DA ECONOMIA: CONCEITOS BÁSICOS

Observe que, na alternativa A, todos os recursos estariam alocados

para a produção de automóveis, enquanto que na alternativa E, todos
recursos estariam alocados para produzir alimentos.

Nas demais alternativas (B, C e D) os recursos estão distribuídos entre

os dois produtos.

A partir desses dados é possível construir uma CPP para essa economia.

O gráfico acima indica todas as possibilidades de produção dessa economia

e comprova que a elevação da produção de alimentos só poderá ocorrer
com a redução na produção de automóveis, tendo em vista que todos os
recursos disponíveis e o nível de desenvolvimento tecnológico estão sendo
utilizados, ou seja, a economia está operando em plena capacidade.

Assim sendo, a curva ABCDE indica todas as possibilidades de produção

de automóveis e alimentos. Todos os pontos ao longo da curva (pontos A, B,
C, D, E) indicam a máxima produção possível de ser obtida por essa economia
com uma determinada quantidade de fatores e tecnologia.

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Agora observe o gráfico a seguir.

São alguns pontos em que uma economia pode situar-se conhecida sua
curva de possibilidades de produção:

· O ponto O indica uma situação de pleno desemprego, ou seja, a

produção é nula, o que significa que os recursos disponíveis não estão sendo
utilizados;

· O ponto Q (ou qualquer ponto interno à curva) indica que a economia

está operando com capacidade ociosa ou com desemprego, subutilizando
os fatores de produção e a tecnologia;

· O ponto P, assim como todos os pontos que estejam assinalados ao

longo da CCP, indica a máxima produção que pode ser obtida para a economia
com os recursos de produção e as tecnologias disponíveis;

· O ponto R representa um ponto de produção impossível, tendo em

vista que os recursos de produção e as tecnologias disponíveis são
insuficientes, ou seja, esse ponto ultrapassa a capacidade de produção da
economia.

Então, vamos compreender como o custo pela escolha entre alternativas

pode acontecer numa decisão econômica.

CUSTO DE OPORTUNIDADE
Vimos que, uma economia, quando se encontra no limite máximo de
utilização de seus recursos e tecnologia, está diante de um dilema: ela só
poderá aumentar a produção de um bem se produzir menos de outro bem.

Na ciência econômica essa opção caracteriza o conceito de custo de

oportunidade.

Seria melhor dizer que o custo de oportunidade corresponde à quantidade

reduzida na produção de um bem qualquer que uma economia deve sacrificar
para aumentar a produção de outro bem.

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Custo de oportunidade: esse conceito procura demonstrar que, dada a

escassez de recursos, tudo tem um custo em economia. Isto quer dizer que
o custo de oportunidade de um bem ou serviço é a quantidade de outros
bens ou serviços que se deve sacrificar para obtê-lo.

Observe a tabela 2: a produção de 10 toneladas de alimentos (alternativa

B) implica uma redução de 4 mil automóveis (de 30 mil para 26 mil automóveis).
A produção de mais 15 toneladas de alimentos (de 10 para 25 toneladas de
alimentos) implica uma redução de 6 mil automóveis (de 26 mil para 20 mil
automóveis), e assim por diante.

Por outro lado, preste atenção ao seguinte fato: os custos de

oportunidade são crescentes porque ao deixar de produzir um bem ou serviço
para produzir outro se reduz a capacidade de produção da economia.

Por que isso acontece? A explicação é simples. Quando uma sociedade

ou mesmo uma empresa está envolvida em produzir apenas automóvel, ela
desenvolve o domínio das técnicas de produção desse bem. Ao iniciar a
produção de outro bem, alimentos, no caso, a economia passa a atuar em
um setor em que não conhece quais as melhores técnicas de produção, o
que torna cada vez mais difícil e onerosa a transferência de recursos de um
produto para outro.

Até o momento construímos nossos instrumentais de análise tendo como

premissas básicas a questão da limitação dos recursos produtivos e da
tecnologia.

Entretanto, caso se modificasse a dotação de fatores produtivos ou, se

alterasse o nível de desenvolvimento tecnológico, o que ocorreria com a
curva de possibilidades de produção?

Vejamos alguns exemplos:

Suponha que a mesma economia que utilizamos como exemplo, que

inicialmente dispunha de 100 máquinas e 5000 trabalhadores resolvesse
contratar mais 1000 empregados e adquirir mais 50 máquinas. Esse aumento
na quantidade física de recursos da economia irá ampliar suas possibilidades
de produção, o que graficamente é representado por um deslocamento
para a direita da curva de possibilidades de produção. (veja o gráfico seguinte)

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Agora suponha que a economia começou a incorporar técnicas de produção

mais desenvolvidas, como por exemplo, introdução de novos sistemas de
controle da qualidade e do uso de insumos estratégicos. Essa incorporação
ocorrida com o progresso tecnológico irá permitir um aumento na quantidade
produzida de bens com melhor aproveitamento dos recursos existentes, o
que, graficamente, também se refletirá no deslocamento para direita da curva
de possibilidades de produção. (veja o gráfico seguinte)

O deslocamento da CPP para a direita indica que o país está crescendo,

IMPORTANTE ou seja, a expansão dos recursos de produção e o desenvolvimento
tecnológico que caracterizam o processo de crescimento econômico deslocam
a curva de possibilidades de produção.

FATORES DE PRODUÇÃO
Os fatores ou recursos de produção são os recursos utilizados pelas
empresas ou unidade de produção para produzir bens e serviços necessários
à satisfação das necessidades humanas.

Modernamente, são considerados os seguintes fatores de produção:

Terra ou Recursos Naturais, Trabalho, Capital, Capacidade Tecnológica e
Capacidade Empresarial.

Passemos, então, a entender os conceitos e a caracterização de cada

um deles:

1. Terra ou Recursos Naturais: esses recursos constituem a base sobre

a qual se exercem as atividades dos demais recursos. São constituídos pelo
conjunto dos elementos da natureza utilizados no processo de produção.
Abrange a terra que é utilizada para cultivo, os elementos que estão no solo
e no subsolo, os recursos hídricos (oceanos, mares, lagos, rios), a vegetação
e os recursos da flora e da fauna, o clima, ou seja, todos os elementos da
natureza passíveis de utilização econômica;

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2. Trabalho (Mão-de-obra): é constituído por uma parcela da população

total: a população economicamente ativa (PEA) de uma sociedade.

3. Capital: compreende um conjunto de riquezas acumuladas pela

sociedade e inclui, além das máquinas, equipamentos e ferramentas, outros
grupos de bens de capital que resultam do processo de acumulação: as
construções e edificações, os equipamentos de transporte (rodovias,
ferrovias, aerovias e hidrovias), a infra-estrutura econômica (energia,
telecomunicações, transportes) e a infra-estrutura social (saúde e
saneamento, educação, segurança, etc.);

4. Capacidade Tecnológica (tecnologia): como fator de produção, diz

respeito à técnica ou conjunto de técnicas de um domínio de conhecimentos.
É, portanto, o conjunto de conhecimentos e habilidades que as sociedades
desenvolvem para sustentar o processo de produção;

5. Capacidade Empresarial: é todo o esforço de mobilização e de

coordenação dos recursos produtivos com o objetivo de gerar fluxos de
produção. Na realidade, a existência de recursos humanos, de capital, de
recursos naturais e de tecnologia, isoladamente, não são suficientes para
gerar produção, ou seja, há que se mobilizar e combinar os fatores de
produção para concretizar o processo de produção.

Até este momento desenvolvemos, passo a passo, os conceitos básicos

que caracterizam o objeto de estudo da economia, os problemas fundamentais
a serem respondidos, os limites impostos pelos recursos escassos, que
recursos são esses e como se caracterizam.

BENS E SERVIÇOS
Vimos que as necessidades humanas são ilimitadas. Essa questão é
fácil de compreender! As necessidades biológicas do ser humano renovam-
se dia a dia e, em paralelo à evolução tecnológica das modernas sociedades,
aumenta o desejo de melhorar algumas dessas necessidades.

Os bens podem ser classificados em dois tipos: bens livres e bens

econômicos.

Os bens livres são bens que satisfazem às necessidades, mas sua

utilização não implica em relações de ordem econômica, ou seja, são bens
que não possuem preço (ex.: o ar, o mar, a luz solar). Já os bens econômicos
são de certa forma escassos e implicam esforço humano para serem obtidos.
Portanto, têm como característica terem um preço.

Os bens econômicos podem ser materiais e imateriais ou serviços. Os

primeiros são ditos tangíveis, possuem peso, altura, densidade, podem ser
tocados e estocados. Os intangíveis, no caso os serviços, não podem ser
tocados e acabam no mesmo momento de sua produção. Por exemplo, os
serviços de um médico, os serviços de transporte, os serviços de um professor
acabam no mesmo momento de sua produção, ou seja, não podem ser
estocados.

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Tipos de bens:

• Bens de capital: são os bens utilizados para fabricar outros bens, por
exemplo, máquinas, computadores, equipamentos, instalações, edifí-
cios. São bens que não se desgastam totalmente no processo produ-
tivo e contribuem para a melhoria da produtividade da mão-de-obra;

• Bens de consumo: são os bens utilizados diretamente para a satisfa-

ção das necessidades humanas. São classificados, segundo sua dura-
bilidade, em duráveis (geladeiras, fogões, móveis, automóveis, etc.) e
não-duráveis (alimentos, gasolina, produtos de higiene pessoal e de
limpeza, etc.);

• Bens intermediários: são os bens que ainda precisam ser transforma-

dos ou agregados na produção de outros bens, ou seja, são consumi-
dos totalmente no processo produtivo, por exemplo, os insumos e
matérias-primas;

• Bens finais: tanto os bens de capital, quanto os bens de consumo são

classificados como bens finais, ou seja, são bens que já passaram por
todos os processos de transformação, já estão acabados.

Para finalizar, veremos como se constitui um sistema econômico, sua

classificação e como se dá o seu funcionamento.

SISTEMAS ECONÔMICOS
Para Vasconcellos & Garcia, “Um sistema econômico pode ser definido
como sendo a forma política, social e econômica pela qual está organizada
uma sociedade. É um particular sistema de organização da produção,
distribuição e consumo de todos os bens e serviços que as pessoas utilizam
buscando uma melhoria no padrão de vida e bem-estar.”

É o mesmo que dizer que é a maneira como a sociedade está organizada

para desenvolver as atividades econômicas: as atividades de produção,
circulação, distribuição e consumo de bens e serviços.

E como se organiza a sociedade? Os principais elementos que constituem

um sistema econômico são:

• um estoque de recursos ou fatores de produção (sem terra, trabalho,

capital, tecnologia e capacidade empresarial não se realiza a atividade
econômica fundamental: a produção);

• os agentes econômicos que interagem no sistema: as unidades

familiares, as empresas e o Governo;

• o conjunto de instituições políticas, jurídicas, econômicas e sociais:

nenhum sistema econômico é possível sem normas disciplinadoras de direitos
e deveres, sem definição das competências de cada agente e sem regras
de conduta e valores de referência.

Esses três conjuntos formam um todo e dão operacionalidade a um

sistema econômico.

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UNIDADE 1 - O FUNCIONAMENTO DA ECONOMIA: CONCEITOS BÁSICOS

Para aprofundar um pouco mais nossa análise, recordemos alguns

conceitos. Vimos que, dadas as limitações dos recursos produtivos e do nível
tecnológico, as nações devem responder os problemas do que, quanto, como
e para quem produzir de maneira eficiente.

Nesse sentido, as nações devem se organizar para dar conta dessas

questões. As sociedades se organizam de duas maneiras: a descentralizada,
também chamada de economia de mercado ou capitalista e a centralizada,
do tipo cubano.

Em síntese, podemos classificar os sistemas econômicos como:

• Economia de mercado ou sistema capitalista, que se caracteriza por

ser gerido pelas forças de mercado, ou seja, é a economia privada, na qual
predomina a livre iniciativa e a propriedade privada dos fatores de produção;

• Economia centralizada na qual predomina a propriedade pública dos

fatores e produção e as decisões sobre as questões econômicas são
determinada pelos órgãos planejadores centrais e não pelas forças de
mercado como em uma economia de mercado.

O FUNCIONAMENTO DE UMA ECONOMIA DE MERCADO

Pelo que se viu até aqui, o sistema econômico, dada a quantidade de
elementos que o compõem, é uma organização complexa. Para entender o
funcionamento de um sistema econômico vamos simplificar nosso raciocínio.

Vamos supor uma economia simples (fictícia), ou seja, uma economia

que possui apenas dois agentes econômicos, Famílias e Empresas, portanto
sem interferência do Governo, e que não tenha relações com o exterior.

Mas, antes de prosseguirmos, é importante esclarecer a definição destes

agentes para a economia:

• Famílias ou unidades familiares são os agentes consumidores e os

proprietários dos fatores de produção (Terra, recursos naturais, trabalho,
capital, capacidade empresarial e tecnologia);

• Empresas ou unidades produtivas são os agentes responsáveis pela

produção dos bens e serviços que serão consumidos pelas famílias.

Para que as empresas produzam os bens e serviços é necessário que

elas adquiram os fatores de produção que, por definição, são de propriedade
das famílias. Por outro lado, para que as famílias permitam o uso de seus
fatores de produção, as empresas necessitam pagar uma remuneração por
seu uso, o que é chamado de renda.

As famílias, com a remuneração recebida pelo uso de seus fatores de

produção, compram os bens e serviços que são produzidos pelas empresas.

Existem, portanto, dois tipos de fluxos: em fluxo de bens e serviços e um

fluxo de fatores de produção, os chamados fluxos reais, e dois outros fluxos
de pagamentos e remunerações, os chamados fluxos monetários, que
podem ser visualizados no diagrama abaixo:

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 ECONOMIA I

Fonte: VASCONCELLOS & GARCIA, 1999. p. 6.

Na parte superior do diagrama podemos perceber que as famílias e as

empresas exercem um duplo papel, dependendo do mercado em que atuam,
quais sejam:

• no mercado de bens e serviços as famílias demandam (procuram) bens

e serviços e as empresas ofertam os bens e serviços que produzem;

• no mercado de fatores de produção a famílias oferecem os fatores e

produção que são de sua propriedade e as empresas os demandam para
realizar sua produção.

Na parte inferior, representamos o fluxo monetário entre as famílias e as

empresas, ou seja, a contrapartida entre as remunerações pagas pelas
empresas pelo uso dos fatores de produção que são de propriedade das
famílias e os pagamentos (gastos) das famílias na compra de bens e serviços
que são produzidos pelas empresas.

As remunerações pagas pelas empresas pelo uso dos fatores de

produção são chamadas de RENDA.

Para finalizar, unindo os fluxos real e monetário, temos o chamado

fluxo circular da renda:

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Fonte: VASCONCELLOS & GARCIA, 1999. p.7.

Esse modelo ilustra como atuam, em cada um dos mercados, as forças

de oferta e demanda que determinam os preços.

Explicando melhor, temos:

- no mercado de bens e serviços, a oferta de bens e serviços pelas

empresas e a demanda de bens e serviços pelas famílias determinam os
preços dos bens e serviços;

- no mercado de fatores de produção, a oferta, pelo lado da família, e a

demanda, por parte das empresas, determinam os preços dos fatores de
produção.

O preço dos bens e serviços é o valor de mercado que as famílias pagam

no momento que os compram. E os preços dos fatores de produção? Cada
fator de produção tem uma remuneração específica conforme a tabela abaixo:

LEITURA COMPLEMENTAR

VASCONCELLOS, M.A. e GARCIA, M. Fundamentos de Economia. São Paulo:

Saraiva, 1999. Cap 1.

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“É HORA DE SE AVALIAR!”

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de

estudo, presentes no caderno de exercício! Elas irão ajudá-
lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no
processo de ensino-aprendizagem. Caso prefira, redija as
respostas no caderno e depois as envie através do nosso
ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Interaja conosco!

Nesta primeira unidade colocamos você em contato com os alguns

conceitos básicos da ciência econômica. Na próxima, iniciaremos os estudos
da Microeconomia, área da ciência econômica que estuda como se formam
os preços nos mercados por meio da ação conjunta da oferta e da demanda.

Conte conosco para auxiliá-lo em seus estudos!

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