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Pense na seguinte situação:

Determinado indivíduo é diagnosticado com doença terminal gravíssima, não possui muitas chances
de vida, contudo, o único método de prolongar sua vida, o único meio viável para que possa seguir
se tratando é a utilização de certo medicamento de fabricação única e que possuí um custo muito
elevado, aliado a isto esta o fato deste indivíduo ser trabalhador humilde e que em nenhuma
hipótese conseguiria dinheiro para comprar o medicamento, outra agravante é o fato de tal
indivíduo residir em um municipio com pouco mais de 10 mil habitantes, ser um municipio de porte
pequeno e distante de qualquer capital ou centro urbano. A única chance de seguir seu tratamento a
base do medicamento é buscar assistência do sistema público de saúde de seu municipio, logo,
tentar adquirir mensalmente o medicamento via secretaria de saúde do municipio. Contudo, ao
realizar o pedido de tal medicamento, recebe a noticia de não haver hipótese de consegui -lo
gratuitamente, primeiro, pois tal medicamento não estaria acobertado na lista de medicamentos
fornecidos gratuitamente pelo sus, segundo, o valor deste medicamento é tão alto que se o
municipio o fornece -lo ficará em deficit da verba para a saúde, valor que em tese seria investido em
diversas áreas da saúde, e que, com certeza fará falta a todo atendimento de saúde do municipio
caso não seja aplicado nos conformes do plano anual.

Então nasce a dúvida: Fornecer o medicamento ao indivíduo e deixar de efetuar demais


investimentos na saúde prejudicando assim, mesmo que de forma indireta todos os outros usuários
da saúde publica do municipio ? Ou deixar de fornecer o medicamento ao paciente e investir
normalmente nos outros pontos, deixando o cidadão a merce da própria sorte a seu eminente fim?

→ Tal dilema nasceu há alguns anos no direito constitucional, quase como uma variante do antigo
dilema do trem sobre os trilhos. (deixar o trem seguir na rota eminente e matar várias pessoas, ou
mechar os trilhos para que faça outro caminho e mate único indivíduo).

Mesmo que sem uma correta resposta imediata, me parece evidente o que fazer. -Preservar o direito
individual e o direito eminente a vida.

Explico: Desde que o estado constitucional foi fundado, sob os preceitos das garantias individuais e
fundamentais, tomou para si o máximo dever de preservação, instaurou um sistema politico central
e criou uma espécie de obrigação de garantias. Portanto, quando o estado toma para si o onus de
garantir a saúde a todo e qualquer indivíduo, limitou -se como instrumento mais eficaz para tal
meio, prometeu a seu cidadão que em qualquer hipótese lhe daria o tratamento mais adequado e
eficiente possível para suas patologias, chegando ao ponto de criar um sistema único de saúde, que
integra a união, estados e municipios.

Para a mantença de todo o sistema, criou a obrigação do tributo, recolhendo a todo instante da vida
de seus cidadãos valores que de forma ou outra são, ou deveriam ser empregados nas diversas áreas
publicas, como a segurança, lazer e sem duvidas a saúde. Ou seja, o estado nunca deixa de recolher
as contribuições tributárias para que efetivamente possa investir na saúde, portanto, também não
pode deixar de garantir a saúde a aquele contribuinte que não tem escolhas.

Na maioria das vezes passamos dias, semanas, meses e até mesmo anos sem utilizar o sistema de
saúde publica, passamos muito tempo de nossas vidas sem sequer cogitar usar tais serviços, mas,
mesmo assim, mesmo sem nos utilizar -mos, somos forçados a contribuir, seja diretamente com
descontos expressos em folha de pagamento, seja no próprio consumo que já vem carregado de
carga tributária, pagamos enquanto outros usam, e isso não está errado, ao contrário, o sistema
sempre funcionou e sempre funcionará assim, contudo, não me parece correto ou mesmo plausível
que o estado não forneça saúde a quem precisa, e quem fez por merecer.
Desta forma, se o estado obriga a seus cidadão a contribuição para investimento na área da saúde,
de nenhuma forma poderá negar o direito a saúde do contribuinte, mesmo que tal direito venha
sobrecarregado e acumulado, com valores e encargos muito altos.

Inclusive, é inegável que esta filosofia já esta implantada no próprio sistema, ao passo que criou -se
centros de atendimento imediato, UTIs, unidades de pronto atendimento e até mesmo emergencias,
onde, o próprio estado em diversas vezes desloca médicos para o atendimento emergencial e que
poderiam estar atendendo o coletivo, desloca recursos com a compra de equipamentos e
medicamentos para os atendimento urgenciais, quando poderiam estar sendo aplicados com a
compra de estoque de medicamentos para o atendimento coletivo, contudo, o próprio estado ve a
necessidade de muitas vezes despender gastos mais acumulados para atendimentos prioritários, e
que possuam eminentes riscos, justamente para cumprir o seu dever de garantia de saúde a todos, e
acima de tudo, garantia a vida de todos.

De modo que me parece obvio qual atitude o estado deverá tomar neste dilema.

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