Sie sind auf Seite 1von 5

03/02/2017

Crime acarreta custos sociais,


públicos e privados na América
Latina e Caribe: estudo do BID
Custo do crime e violência no Brasil chega a 3,78% do PIB, US$
91 bilhões, em paridade de poder de compra equivalente a US$
124,3 bilhões
Custos anuais, tanto públicos como privados, representam US$
171 bilhões para a América Latina e Caribe, em paridade de poder
de compra equivalente a US$ 261 bilhões
Países que mais investem em prisões não necessariamente se
beneficiam de menos violência

Um estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) estima


que o custo anual direto do crime e da violência na América Latina e
Caribe chegue a US$ 171 bilhões correntes, ou 3,55% do PIB, o
equivalente ao dobro da média dos países desenvolvidos e ao total que a
região investe em infraestrutura.

"Se consideramos o custo em dólares, o Brasil é o país entre os 17


estudados com o maior custo do crime, representando 53% do custo total
da criminalidade na região", disse Dino Caprirolo, especialista em
segurança do BID. Estes índices são superiores à média dos países do
Cone Sul e menores apenas que Honduras, El Salvador, Bahamas e
Jamaica.

Os custos do crime e da Violência: novas


evidências e constatações na América
Latina e Caribe é pioneiro na quantificação
dos custos diretos do crime ao fornecer
uma análise sistemática e abrangente para
17 países da região comparados com outros
seis países desenvolvidos.

O crime e a violência alcançam níveis que


se comparam a uma epidemia. A região
abriga 9% da população mundial, porém registra um terço das vítimas de
homicídios em nível global. O Brasil é responsável por metade desses
homicídios. Seis em cada dez assaltos envolvem violência e 90% dos
assassinatos não são resolvidos. As prisões estão entre as mais abarrotadas
do mundo. “Ao fornecer estimativas dos custos da violência em nível
regional, sub-regional e nacional, o estudo facilitará uma melhor alocação
de recursos por parte dos governos e agências multilaterais de cooperação,
assim como o desenho de melhores políticas para controlar e prevenir o
crime”, disse Ana Maria Rodríguez, gerente do Departamento de
Instituições para o Desenvolvimento do BID.

Os custos
do crime e
da violência
na região
sobem, em
média, a
3,55% do
PIB na
América
Latina e do
Caribe,
comparado com 2,75% nos Estados Unidos, 2,55% no Reino Unido e
1,34% na Alemanha. Se a região conseguir trazer os custos do crime ao
nível dos países desenvolvidos, poderia aumentar seu investimento em
infraestrutura em 50%. A metodologia contábil utilizada para estimar os
custos diretos do crime inclui:

Custos sociais que incluem vitimização letal e não letal e a renda


não gerada pela população carcerária: 0,64% do PIB;
Os gastos do setor privado (residências e empresas) em segurança:
1,37% do PIB;
Despesas públicas, incluindo a polícia e penitenciárias: 1,51% do
PIB.

As estimativas são conservadoras uma vez que não incluem custos


indiretos como as mudanças de comportamento das pessoas devido ao
medo da criminalidade e os impactos da violência no bem-estar e
qualidade de vida.
O Brasil está entre as três áreas consideradas mais violentas da região,
junto com o Triângulo Norte da América Central (Guatemala, El Salvador
e Honduras) e o Caribe. O estudo traz um capítulo dedicado ao país, com
dados que mostram disparidades entre as cinco regiões e suas variações ao
longo dos anos. O Sudeste, a região mais violenta até a metade dos anos
2000, entrou em trajetória descendente e se tornou uma das regiões menos
violentas em termos de taxa de homicídios, juntamente com a região Sul.

Já as regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste vêm apresentando aumentos


consistentes em suas taxas de homicídio nos últimos anos. Ainda assim, o
Brasil concentra cerca de 10% dos homicídios no mundo e da metade da
América Latina e Caribe, sendo que 74,58% das vítimas são jovens entre
15 e 24 anos de idade, negros ou pardos, de baixa escolaridade. A exceção
fica por conta do Sul, onde a população branca predomina fortemente.

No Brasil os gastos privados compõem a maior parcela dos custos do


crime (47,9%), acima da média da ALC (42,7%) e dos países do Cone Sul
(43,4%). O gasto público em segurança é o segundo maior componente do
custo total do crime no Brasil, representando 36,1% dos custos, enquanto
representa 39,7% na ALC e 41,4%. Os custos sociais representam 16,0%
do custo total do crime no Brasil, comparado a 17,5% na LAC e 15,2% no
Cone Sul.

As regiões Norte e Nordeste apresentam os maiores custos quando


comparadas com as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, demonstrando
também disparidades na composição dos seus custos. Enquanto em alguns
estados os custos sociais vinculados a homicídios representam uma alta
porcentagem, em outros, os gastos com segurança privada superam os
demais.

“Essa variabilidade entre os estados brasileiros é comparável ao que se


observa entre os países da ALC, onde o México possui o menor custo
(1,65%) e Honduras, o maior (5,84%)”, disse Laura Jaitman, autora do
estudo. O relatório também demonstra como a distribuição do crime na
região é um fenômeno desigual. Por exemplo, estados brasileiros com altas
taxas de criminalidade como Alagoas e Ceará tem custos e taxas mais
alinhadas com os países do Triângulo Norte. Lugares mais seguros como
Belo Horizonte e São Paulo tem números mais próximos ao Chile e
Uruguai.

O estudo também destaca os elevados custos das altas taxas de


encarceramento na América Latina e Caribe. Para o período 2010-2014, a
região gastou US$6,5 bilhões por ano para construir e manter prisões. Os
indivíduos encarcerados somaram à renda não gerada US$7,3 bilhões por
ano. Ambas as cifras somam 0,39% do PIB, superando a soma que os
governos transferem às famílias de baixa renda por meio de programas
sociais. No Brasil, em todas as regiões houve um aumento da taxa de
encarceramento, com destaque para o Sudeste que apresentou um aumento
de 121%.

Os países que mais


investem em prisões não
necessariamente se
beneficiam de menos
violência. Bahamas e El
Salvador, por exemplo,
investem altas somas como
porcentagem do seu PIB em
seus sistemas
penitenciários, mas sofrem
de elevados índices de
criminalidade. Argentina e
Uruguai, por outro lado, tem menores níveis de encarceramento e níveis de
criminalidade mais baixos.

Os custos da violência contra a mulher na América Latina e Caribe são o


dobro da média mundial, e o estudo aponta a possíveis vias de
investigação no futuro sobre violência de gênero. O estudo indica a
necessidade de seguir estimando os custos do crime, e principalmente
estimar os custos e benefícios marginais das intervenções de prevenção e
controle do crime para que possam auxiliar no desenho de novas
intervenções e políticas públicas com foco nos territórios mais vulneráveis.
O livro também inclui capítulos sobre cibercrimes e crime organizado.

Sobre o BID
O Banco Interamericano de Desenvolvimento tem como missão melhorar
vidas. Criado em 1959, o BID é uma das principais fontes de
financiamento de longo prazo para o desenvolvimento econômico, social e
institucional da América Latina e o Caribe. O BID também realiza projetos
de pesquisas de vanguarda e oferece assessoria sobre políticas, assistência
técnica e capacitação a clientes públicos e privados em toda a região.

Das könnte Ihnen auch gefallen