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RELATÓRIO
Foi interposto recurso especial pelas autoras com fundamento na alínea "c"
do permissivo constitucional, por negativa de vigência ao art. 27 do Código de Defesa do
Consumidor, assim como ao art. 206, § 3º, V, do CC/2002.
Afirmam que, na linha do que decidiu o acórdão paradigma do Tribunal
Regional Federal da 1ª Região, devem ser aplicadas ao caso dos autos as disposições
do Código de Defesa do Consumidor.
Asseveram que, da mesma forma, o Superior Tribunal de Justiça entende
pela aplicação do CDC nas relações de penhor, em posição oposta à apresentada pelo
acórdão recorrido, devendo a responsabilidade do depositário pela guarda do bem ser
definida com base na relação consumerista.
Concluem que descabe entendimento diverso que imponha o afastamento
do CDC à relação pactuada pelas recorrentes com a recorrida, devendo-se optar pelo
prazo prescricional de 5 (cinco) anos estabelecido por aquele Diploma.
Aduzem, por fim, que a incidência do CDC é definida pela relação contratual
entre as partes envolvidas no negócio jurídico e não em virtude da qualidade da
demanda.
Contrarrazões apresentadas às fls. 284-287.
Juízo positivo de admissibilidade na origem, afirmando o preenchimento dos
requisitos de admissibilidade (fls. 291-292).
É o relatório.
VOTO
Anote-se, por fim, que, de acordo com a jurisprudência desta Corte, mesmo
nos casos em que o recurso especial é interposto apenas pela alínea "c" do artigo 105 da
Constituição Federal, imprescindível se mostra a indicação do artigo legal tido como
violado ou que tivera sua vigência negada, pois o dissídio jurisprudencial se baseia na
interpretação divergente da lei federal, providência regularmente atendida pela ora
recorrente.
Merece, pois, ser conhecido o recurso especial.
3. A controvérsia dos autos consiste na definição do prazo prescricional a
ser adotado para o ajuizamento de ação de indenização por furto de joias utilizadas como
garantia de mútuo em contrato de penhor subscrito com a Caixa Econômica Federal.
Assim, diante deste quadro, penso que o prazo de 5 (cinco) anos previsto
no CDC é o aplicável à hipótese em análise.