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CADERNOS DE
ATENÇÃO BÁSICA
DIRETRIZES DO NASF:
Núcleo de Apoio a Saúde da Família
Brasília – DF
2010
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DIRETRIZES DO NASF:
Núcleo de Apoio a Saúde da Família
Brasília – DF
2010
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car as relações determinantes que os sujeitos estabelecem com as PCAF que já realizam
e que venham a realizar.
Nesse contexto, a assimetria entre o conhecimento sistematizado das PCAF e a
realidade local pode ser evidenciada, por exemplo, quando as atividades não obtêm a
aderência da comunidade; quando é escolhido um espaço que é identificado coletiva-
mente como de segregação social; quando é privilegiada determinada faixa etária em
detrimento das demais, que constituem maioria; quando se elege, unilateralmente, con-
teúdos e formatos veiculados pela grande mídia, esquecendo que pode haver na co-
munidade manifestações culturais que envolvem danças, artes cênicas, jogos esportivos
e populares e até brincadeiras que foram construídas ou adaptadas pela comunidade.
Dessa forma, pode-se dizer que o conhecimento sobre o território e a valoriza-
ção da construção local relativa às PCAF constituem princípios da atuação dos profissio-
nais do Nasf, conjuntamente com os demais profissionais da equipe de Saúde da Família
(equipe de SF).
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processo produtivo.
O SUS trouxe entre seus princípios a prática do controle social, aliás, um dos
seus componentes mais importantes e inovadores. Assim, a participação efetiva da po-
pulação nas decisões no campo da saúde pública, seja nos conselhos locais, distritais e
de unidades, seja nas conferências de saúde, possibilita a organização de vários grupos
comunitários interagindo com as temáticas relativas à sua realidade, como um grupo de
idosos discutindo as nuances da saúde das pessoas acima de 60 anos; grupos de pessoas
com deficiência discutindo o acesso às unidades de saúde; e mulheres debatendo sobre
sua saúde e a saúde da criança.
Esse formato de participação é relevante para atuação do profissional pelo aspec-
to do acúmulo da comunidade ou de grupos sobre o funcionamento dos serviços, suas
limitações e vantagens, bem como pela possibilidade de serem definidas e pactuadas ati-
vidades que expressem as necessidades e desejos da comunidade em relação às PCAF,
evitando assim a imposição de ações por parte do profissional e a falta de identificação
por parte dos sujeitos com as atividades propostas.
Portanto, o planejamento participativo, apesar de conter aspectos de difícil con-
trole em sua materialização, é uma estratégia agregadora e fortalecedora de laços entre
o profissional e a comunidade, fundamental para o sucesso de qualquer atividade.
A partir dessas reflexões, outro princípio desponta como orientador da prática
dos profissionais de que compõe o Nasf: o envolvimento dos sujeitos na indicação das
atividades e na construção de estratégias de desenvolvimento delas.
Recomenda-se a construção de atividades e possibilidades a partir das necessida-
des e contribuição coletivas referentes aos que serão beneficiados, em detrimento da
imposição de modelos.
Por fim, trabalhar as PCAF na Saúde da Família implicará, para o profissional, man-
ter diálogos intersetoriais permanentes para ampliar seu campo de atuação e reconhe-
cer o quão caleidoscópicas são as práticas de saúde e quais as dimensões que precisam
ser integradas e priorizadas em sua produção.
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