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Manual Prático
Como Gerir um Museu:
Manual Prático
PUBLICAÇÃO :
ICOM – Co n selh o In t er n acio n al d e Mu seu s
Maiso n d e l'UNESCO
1, lam en t e Mio llis
75732 Par is Ced ex 15
Fr an ça
O ICO M agradece ao Fundo Fiduciário do Grupo para o Desenvolvimento das Nações Unidas (UNDGTF)
por tornar esta publicação possível.
ISBN 92-9012-157-2
Conteúdos
Prefácio ................................................................................................................................................................................................................................................ v
por A lissandra Cum m ins, Presidente do ICO M
Introdução.......................................................................................................................................................................................................................................... vii
por Patrick Boylan, Coordenador e Editor
OPapel dos Museus e o Código de Ética Profissional ................................................................................................................................................................... 1
por Geoffrey Lewis
Hist ó r ia d o co leccio n ism o ; Os p r im eir o s m useus p úb lico s; Pad r õ es m ín im o s e ét ica p r o f issio n al; Ger ir o m useu; Aq uisição e m an ut en ção d o acer vo ;
In t er p r et ar e ap r o f u n d ar o co n h ecim en t o - acesso ; Valo r ização e d ivulgação d o p at r im ó n io n at ur al e cult ur al; Ser viço p úb lico e b en ef ício p úb lico ;
Tr ab alh ar co m as co m u n id ad es; Leg islação ; Pr o f issio n alism o .
Gestão do Acervo............................................................................................................................................................................................................................... 17
por N icola Ladkin
Desen vo lver a p o lít ica d e gest ão d o acer vo ; Aq uisição e in co r p o r ação ; Ab at im en t o e ced ên cia; Num er ação e classif icação d o s o b ject o s d o acer vo ;
Em p r ést im o s, Relat ó r io so b r e o est ad o d e co n ser vação ; Acer vo d e r eser va; Man useam en t o e m o vim en t ação d o acer vo ; Fo t o gr af ia; Segur o ; Acesso
p ú b lico ao acer vo ; Galer ias e salas d e exp o sição e m o st r a; In vest igação d o acer vo .
Inventário e Documentação ............................................................................................................................................................................................................ 33
por A ndrew Roberts
Aq u isiçõ es, em p r ést im o s a lo n g o p r azo e in co r p o r ação ; Co n t r o lo d o in ven t ár io e cat alo gação ; Sin t axe e t er m in o lo gia; Num er ação , et iq uet ação e
id en t if icação d o o b ject o ; Co n t r o lo d a m o vim en t ação e lo calização ; In co r p o r ação , co n t r o lo d o in ven t ár io e cat alo gação d a r eser va; Cat alo gação e
r ecu p er ação m an u al e in f o r m át ica; Im agen s; Acesso à In t er n et p ar a in f o r m ação so b r e o acer vo ; Recur so s h um an o s e f in an ceir o s; Cam p o s d e cat alo gação
r eco m en d ad o s.
Conservação e Preservação do Acervo.......................................................................................................................................................................................... 55
por Stefan Michalski
Pr io r id ad es n a d ecisão e avaliação d o s r isco s; Red uzir a p er d a e o s d an o s f ut ur o s em 100 an o s o u m ais; Classif icação d o s r isco s p ar a o acer vo ; Os No ve
Ag en t es d e Det er io r ação ; O ciclo d e p r eser vação d o acer vo : Passo 1: Co n f ir a o s p r in cíp io s - Passo 2: In sp ecção d o s r isco s - Passo 3: Plan o d e m elh o r ias p ar a
a g est ão d e r isco d o acer vo ; Exem p lo s d e avaliaçõ es d e r isco esp ecíf icas e so luçõ es in d ivid uais; Gest ão d e r isco in t egr ad a d e p r agas (GIP); Gest ão d e r isco
in t eg r ad a su st en t ável p ar a a ilu m in ação , p o lu ição , t em p er at ur a e h um id ad e; Dir ect r izes d e ilum in ação p ar a o m useu; Dir ect r izes d e t em p er at ur a e d e
h u m id ad e p ar a o m u seu ; Dir ect r izes d e p o lu ição p ar a o m useu; In t egr ar e ger ir t o d o s o s q uat r o agen t es.
Exposição, Exibições e Mostras ...................................................................................................................................................................................................... 99
por Yani Herreman
Tip o s d e exp o siçõ es; O o b ject o : in t er p r et ação n o co n t ext o d a exp o sição ; Gest ão d a exp o sição em r elação a o ut r as act ivid ad es m useo ló gicas; Pr o ject o : o
p lan eam en t o b ásico e o p r o cesso ar t if icio so ; Elab o r ar o sum ár io d o p lan eam en t o ; Desen vo lver a exp o sição ; Pr o d ução e m at er iais; Co m p let ar a exp o sição ;
Avaliar a exp o sição ap ó s o seu t ér m in o .
Acolhimento do Visitante............................................................................................................................................................................................................... 113
por V icky Woollard
Qu ais são o s b en ef ício s p ar a o s m useus?; Quais são o s p r in cíp io s-b ase p ar a p r o p o r cio n ar ser viço s d e q ualid ad e ao visit an t e; Algu n s asp ect o s-ch ave a
co n sid er ar n o d esen vo lv im en t o d a d eclar ação d e p o lít ica d o ser viço ao visit an t e; Def in ir e co m p r een d er o visit an t e; Tip o s d e visit an t es e as suas
n ecessid ad es; Plan ear e g er ir o ser viço ao visit an t e; Ár eas esp ecíf icas a t er em at en ção ; Ch ecklist d o s p o n t o s d e vist a d o visit an t e.
Educação do Museu no Contexto das Funções Museológicas ................................................................................................................................................. 129
por Cornelia Brüninghaus-Knubel
Acer vo e ed u cação ; Desen vo lver e ger ir a ed ucação d o m useu; Ed ucação d o m useu e a co m un id ad e; Pr o ject ar p r o gr am as ed ucat ivo s: o s p r in cíp io s
b ásico s; Esco lh a d o s m ét o d o s d e en sin o e ap r en d izagem n a ed ucação d o m useu ; Pub licaçõ es d o m useu; Tip o s d e m at er ial d id áct ico co m um m en t e
u t ilizad o s em m u seu s; Act ivid ad es ext r a-m ur ais; Ed ucação in f o r m al.
Gestão do Museu ............................................................................................................................................................................................................................. 145
por Gary Edson
Est r u t u r a d e g est ão ; Tr ab alh o d e eq uip a; Est ilo s d e Lid er an ça d e d ir ect o r as e o ut r o p esso al d e t o p o ; Elab o r ar a d eclar ação d e m issão ; Gest ão f in an ceir a;
Seis r eg r as p ar a p lan ear o o r çam en t o ; Gest ão e ét ica d o m useu; O p r o cesso d e p lan eam en t o ; Assun t o s a co n sid er ar ; Avaliação ; An álise SWOT.
Gestão do Pessoal ........................................................................................................................................................................................................................... 160
por Patrick Boylan
Co m p r een d er a g est ão d e p esso al; Pr in cip ais cat ego r ias d o t r ab alh o e d o s f un cio n ár io s d o m useu; In f o r m ação , en vo lvim en t o e eq uid ad e d o p esso al;
Recr u t ar e m an t er p esso al d e elevad a q ualid ad e; Mét o d o s e t écn icas d e selecção d e p r o m o ção e r ecr ut am en t o ; Req uisit o s m ín im o s p ar a um a d eclar ação
o u co n t r at o d as co n d içõ es d o em p r ego ; Gest ão , f o r m ação e d esen vo lvim en t o p r o f issio n al d o p esso al; Pr o ced im en t o s d iscip lin ar es e d e q ueixa; Saúd e e
seg u r an ça n o t r ab alh o ; Co m o avaliar o s r isco s n o lo cal d e t r ab alh o : cin co p asso s p ar a a avaliação d e r isco .
Marketing ......................................................................................................................................................................................................................................... 175
por Paal Mork
In t r o d u ção ao m ar ket in g ; A o r ien t ação act ual d o s m useus r elat ivam en t e à t eo r ia e p r át ica d o m ar ket in g ; Pr o d ut o , p r eço , p r o m o ção , lo cal; Plan eam en t o
est r at ég ico d e m er cad o ; Missão e visão ; Fact o r es In t er n o s e ext er n o s; Gr up o s-alvo ; Pr o m o ção ; Pub licid ad e; Relaçõ es p úb licas; Cr iar a “m ar ca” d o m useu .
Segurança e Prevenção de Acidentes do Museu........................................................................................................................................................................ 193
por Pavel Jirásek
Qu em é o r esp o n sável p ela p o lít ica d e segur an ça e p ela sua ap licação ?; An álise d o r isco e p lan o d e segur an ça; Im p lem en t ação d o p lan o est r at égico p ar a a
p r o t ecção d o m u seu ; Med id as p ar a assegur ar a segur an ça d a exp o sição e d as salas d e exp o sição ; Sist em a d e Det ecção d e In t r uso (SDI); Sist em a d e Co n t r o lo
d e Acesso (SCA); Cir cu it o Fech ad o d e Televisão (CFTV); Sist em a d e Alar m e e Det ecção Aut o m át ica d e In cên d io (SAI); O Plan o d e Em er gên cia.
Tráfico Ilícito ................................................................................................................................................................................................................................... 214
por Lyndel Prott
Pr even ção ; In ven t ár io s; Ch ecklist d o Ob ject o ID; Legislação n acio n al; Tur ist as e visit an t es; Fo r m ação ; Det ecção ; Recup er ação ; Co o p er ação in t er n acio n al;
Co n ven çõ es in t er n acio n ais; Recu p er ação o n d e as co n ven çõ es n ão se ap licam ; Lit ígio .
Explicação Geral de Alguns Termos-Chave Utilizados neste Livro ......................................................................................................................................... 223
Referências e Informação Adicional ........................................................................................................................................................................................... 230
Breve Biografia dos Autores ......................................................................................................................................................................................................... 236
Código de Ética Profissional do ICOM.......................................................................................................................................................................................... 239
Prefácio
A elaboração deste livro, Com o Gerir um Museu: Manual Prático, surgiu a pedido do Comité Intergovernamental da UNESCO para
a Protecção do Património Cultural do Iraque. Houve a necessidade de desenvolver um manual elementar que pudesse ser utilizado
pelos formadores e formandos em cursos relacionados com o museu, como ferramenta para as pessoas que já trabalham em museus
no Iraque e como documento de referência que providencia orientação para um estudo mais detalhado em determinados aspectos.
Também será motivo de interesse para o leigo compreender os aspectos básicos de como gerir um museu.
No entanto, para a utilidade desta publicação ser reconhecida através da comunidade internacional dos museus, a UNESCO
decidiu alargar a sua extensão e disponibilizá-la a todos os museus do mundo de língua árabe, assim como uma edição em inglês,
para uma utilização mais vasta.
Esta publicação é outro exemplo da resposta directa do ICO M à necessidade de dar formação profissional e aconselhamento
prático sempre que necessário. Na verdade, nos seus quase sessenta anos de existência, a ICO M procurou promover padrões
profissionais de formação e prática profissional em conjunto com abordagens de colaboração no trabalho. Actualmente, um dos
objectivos estabelecidos pela organização permanece para aprofundar “a partilha do conhecimento e da prática profissional de
museu através de apoio mútuo internacional,” enquanto ao mesmo tempo incentiva activamente, novos modelos de colaboração. A
missão-chave do ICO M após estabelecer padrões profissionais e éticos para as actividades museológicas, é promover a formação e o
avanço do conhecimento. O s autores dos doze capítulos utilizaram a sua extensa experiência em museu e técnica profissional
enquanto ao mesmo tempo representaram habilmente a/ s várias sociedade/ s multi-culturais nas quais vivemos.
Gostaria de reconhecer, agradecidamente, o apoio financeiro do Fundo Fiduciário do Grupo para o Desenvolvimento das Nações
Unidas na produção deste livro. A inestimável contribuição de todos os escritores que trabalham sob a redacção inspirada de Patrick
J. Boylan, também deve ser reconhecida. Finalmente, o pessoal do sector de programas do ICO M teve um papel fundamental na
preparação e coordenação deste livro. Na minha opinião, juntos criaram uma ferramenta excelente tanto para o ensino académico
como para a auto-aprendizagem directa, que apoiará, a nível mundial e durante os próximos anos, o desenvolvimento da profissão
de museu.
v
Introdução
Patrick J. Boylan
Com o Gerir um Museu: Manual Prático pretende providenciar 3 . como um recurso valioso nas discussões internas, sempre
uma avaliação dos aspectos fundamentais das actividades do necessárias entre o pessoal e as autoridades administrativas
museu, ansioso para servir as necessidades e expectativas dos seus sobre o desempenho actual e a futura política e direcção da
visitantes e da comunidade em geral, no século XXI. sua própria instituição.
O s museus devem permanecer fiéis aos valores tradicionais do Q ueremos sublinhar que Com o Gerir um Museu não deve ser
museu e continuar a enfatizar a preservação e desenvolvimento do considerado nem como um tipo de livro de ensino teórico nem
acervo que providencia testemunhos físicos da cultura e do meio tão pouco como um manual de referência técnico, no entanto,
ambiente do território escolhido pelo museu, quer este seja um com as suas discussões sobre temas e princípios importantes e os
simples local histórico ou arqueológico, uma cidade, uma região muitos exemplos práticos de “ boa prática”, os autores esperam
ou um país inteiro. que seja uma mais-valia tanto na formação profissional em museus
De igual modo, porém, o museu contemporâneo tem de como no desenvolvimento da carreira e como uma importante
concentrar-se fortemente na procura da excelência dos seus fonte de informação e aconselhamento técnico. Por outro lado,
serviços para os seus mais variados públicos, quer sejam crianças esperamos que ajude o pessoal do museu num processo de
em idade escolar, estudantes do ensino superior, visitantes gerais reforma e modernização interna das suas próprias instituições,
da localidade, turistas nacionais ou internacionais ou tanto a nível de política como de prática.
investigadores especializados. Em muitos pontos, o leitor encontrará exercícios práticos e
Com o Gerir um Museu tem como objectivo servir vários temas importantes realçados. Embora alguns destes possam ser
propósitos. Espera-se que a informação e aconselhamento na levados a cabo como um exercício a solo pelo leitor, estas tarefas
actual “melhor prática” , tenham valor prático: são principalmente designadas para a discussão de grupo e
1 . para novos ou futuros profissionais de museu com experiência exercícios práticos envolvendo vários membros do pessoal do
mínima de como gerir um museu; museu. Idealmente, tal estudo ou grupos de trabalho devem ser
2 . para os profissionais experientes e técnicos nas diversas áreas escolhidos entre várias especializações diferentes, posições de
de trabalho especializadas do museu, explicando-lhes sobre as trabalho e níveis de responsabilidade da instituição de forma a
responsabilidades e trabalho dos seus colegas de outros trazer várias perspectivas diferentes relevantes para a questão a
departamentos e especialidades; estudar. Espera-se também que, estes exercícios sejam ainda mais
vii
Como Gerir um Museu: Manual Prático
Introdução
ix
O Papel dos Museus e o Código de Ética Profissional
Geoffrey Lewis
Presidente, Comité de Ética do ICO M
OPapel dos Museus que coleccionavam antiguidades naquele tempo, mas também,
O s museus preservam a propriedade cultural mundial e pela mesma altura, existia uma colecção de antiguidades numa
interpretam-na ao público. Esta não é propriedade comum. Tem sala próxima da escola do templo, com uma lápide que descrevia
um estatuto especial na legislação internacional e normalmente, inscrições mais antigas em tijolo, encontradas no local. Isto
existe legislação nacional para a proteger. Faz parte do património poderia ser considerado como uma “etiqueta de museu”.
natural e cultural mundial e pode ser de carácter tangível ou Apesar das origens clássicas da palavra “museu”, nem o
intangível. Muitas vezes, o bem cultural providencia também a império grego nem o impérios romano dão exemplos de um
referência primária em vários temas da área, tais como museu, tal como nós o conhecemos hoje. O s locais de sacrifícios
arqueologia e ciências naturais, e por isso representa uma votivos instalados nos templos, por vezes construídos em câmaras
contribuição importante para o conhecimento. É também, um especiais, estavam normalmente abertos ao público, muitas vezes
componente significativo na definição da identidade cultural, a mediante o pagamento de uma pequena taxa. Incluíam obras de
nível nacional e internacional. arte, curiosidades naturais assim como itens exóticos trazidos das
partes mais longínquas do império mas eram principalmente uma
História do Coleccionismo provisão religiosa. A veneração do passado e das suas
As colecções de objectos foram reunidas devido às suas personalidades nos países orientais também levaram à colecção de
associações pessoais ou colectivas ocorridas na antiguidade. O s objectos. As relíquias acumuladas nos túmulos dos primeiros
artefactos encontrados nas câmaras funerárias do Paleolítico mártires muçulmanos, de entre as quais, as dedicadas a Imam-
mostram indícios disto. No entanto, o desenvolvimento da ideia Reza em Meshed, no noroeste do Ira, estão actualmente instaladas
de museu ocorre no princípio do segundo milénio AC em Larsa, num museu perto do túmulo. A ideia de al-waqf, envolvendo a
na Mesopotâmia, onde cópias de antigas inscrições foram doação de propriedade para o bem público e com propósitos
reproduzidas para uso educativo nas escolas daquele tempo. O s religiosos, também resultou na formação de colecções.
níveis de evidência arqueológica do século sexto AC em Ur, Na Europa Medieval, as colecções eram a principal
sugerem que não eram só os reis Nebuchadrezzar e Nabonidus prerrogativa das casas nobres e da igreja. Tais colecções tiveram
1
Como Gerir um Museu: Manual Prático
OPapel dos Museus e o Código de Ética Profissional
Jam es Macie Sm it h so n q u er ia est ab elecer um a in st it u ição "p ar a o aum en t o Um d o s p r im eir o s m useus d a Am ér ica d o Sul f o i f un d ad o em Buen o s Air es
e d if u são d o co n h ecim en t o en t r e o s h o m en s". Est e f o i o in ício d a em 1812 e ab r iu ao p úb lico em 1823 co m o m useu n acio n al. Dur an t e m uit o s
in st alação d o r en o vad o m un d o cien t íf ico e ed ucat ivo co n h ecid o co m o a an o s est eva in st alad o n a un iver sid ad e. Act ualm en t e, o Museu d e Ciên cias
In st it u ição d e Sm it h so n ian em Wash in gt o n DC. A legislação q ue a Nat ur ais Ar gen t in o em Buen o s Air es, f o i t r an sf er id o p ar a o seu act ual
est ab elece p r o vid en cio u u m ed if ício p ar a alb er gar um a galer ia d e ar t e, ed if ício (acim a) em 1937. O acer vo ab r an ge t o d o s o s cam p o s d e h ist ó r ia
b ib lio t eca, lab o r at ó r io q u ím ico , salas d e co n f er ên cia, e galer ias d o m useu; n at ur al e h um an a m as é esp ecialm en t e esp ecializad o em p aleo n t o lo gia,
"t o d o s o s o b ject o s d e ar t e e in vest igação cur io sa... h ist ó r ia n at ur al, p lan t as, an t r o p o lo gia e en t o m o lo gia.
esp écim es g eo ló g ico s e m in er aló g ico s” p er t en cen t es ao s Est ad o s Un id o s,
ser iam aco m o d ad o s lá. O p r im eir o ed if ício Sm it h so n ian (im agem acim a) f o i
t er m in ad o em 1855 e o Mu seu Nacio n al d o s Est ad o s Un id o s ab r iu t r ês an o s
Museus Nacionais
d ep o is. As co lecçõ es r ap id am en t e am p liar am o ed if ício . O papel do museu contribuiu para a consciencialização e
Ho je, o Mall em Wash in g t o n DC in t er age co m o s m useus esp ecializad o s identidade nacional desenvolvida inicialmente na Europa e com
d a In st it u ição Sm it h so n ian .
isto reconhecer que os museus eram as instituições apropriadas
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Como Gerir um Museu: Manual Prático
OPapel dos Museus e o Código de Ética Profissional
equipamento utilizado para os alcançar e assegurar uma de desempenho que tanto o público como os colegas, esperam
continuidade das capacidades associada a eles. alcançar de modo razoável, de tudo o relacionado com a provisão
É neste nível que os aspectos intangíveis do património e a e execução dos serviços museológicos. Estes padrões podem ser
necessidade para os preservar são particularmente aparentes. O desenvolvidos para satisfazer as exigências locais particulares e as
conhecimento detalhado e as capacidades exigidas para fabricar exigências especializadas do pessoal do museu.
um objecto são melhor transmitidas por meios orais e visuais e
preservadas por técnicas multimédia. Tal abordagem pode ser Gerir o museu
aplicada de modo amplo em várias situações museológicas. Um serviço museológico eficaz requer a confiança do público a
Museus no Local quem presta serviço. Toda a responsabilidade relacionada com a
Sempre que a propriedade local esteja a ser preservada, tanto em preservação e interpretação de qualquer aspecto do património
locais arqueológicos como em áreas de habitat natural, aplicam-se cultural tangível e intangível mundial, quer a nível local ou
critérios diferentes. Haverá a preocupação particular para que o nacional, necessita de promover esta confiança. Para isso é
local possa ser mantido o máximo possível, em boas condições, necessário criar uma consciencialização pública sobre o papel e
levando em consideração os factores ambientais, inclusive a propósito do museu e o modo pelo qual este é gerido.
temperatura e o impacto que os visitantes possam ter no local. As Posição Institucional
instalações interpretativas também necessitam de tratamento A protecção e promoção do património público exigem que a
especial para que estas possam ser alcançadas da melhor forma e instituição seja constituída correctamente e que providencie uma
discretamente tanto para o local como para os achados. permanência apropriada para esta responsabilidade.
Museus Virtuais Deve existir uma constituição, estatuto ou outro documento
A disponibilidade de informações e tecnologias da comunicação público redigido, publicado e outorgado pela legislação nacional.
trazem novas oportunidades aos aspectos interpretativos dos Deve declarar, de modo claro, a posição da instituição, o seu
museus. Isto pode manifestar-se de vários modos. Com este estatuto legal, missão, permanência e de natureza sem fins
propósito, a oportunidade de reunir imagens digitais, lucrativos.
particularmente de fontes diversas de modo a apresentar e a A direcção e omissão estratégica do museu normalmente são
interpretar o património cultural e natural e comunicá-lo a um da responsabilidade do órgão administrativo. Devem preparar e
público mais vasto, deve ser considerado actualmente, como uma dar publicidade à definição da missão, objectivos e políticas do
responsabilidade importante dos museus. museu. Também devem estabelecer o papel e a composição do
órgão administrativo.
Padrões Mínimos e Ética Profissional Instalações
O trabalho do museu é um serviço para a sociedade. Exige O órgão administrativo deve assegurar instalações e meio
padrões de prática profissional mais elevados. O Conselho ambiente adequados para que o museu desempenhe as funções
Internacional de Museus (ICO M) estabelece padrões mínimos no básicas definidas na sua missão. O museu e o seu acervo devem
seu Código de Ética. Estes são utilizados aqui para indicar o nível estar disponíveis a todos, a horas razoáveis e em períodos
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Como Gerir um Museu: Manual Prático
OPapel dos Museus e o Código de Ética Profissional
regulares com as normas apropriadas para assegurar a saúde, pessoal sejam tomadas de acordo com as normas do museu e com
segurança e acessibilidade dos seus visitantes e pessoal. Deverá a legislação vigente.
existir considerações especiais na acessibilidade de pessoas com
necessidades específicas.
Segurança Ética - Estudo de Caso 1
O órgão administrativo deve garantir segurança apropriada para
proteger o acervo do museu contra furtos ou danos, em Du r an t e an o s, p lan eo u o r g an izar u m a exp o sição im p o r t an t e
r elacio n ad a co m a su a ár ea m as a f alt a d e f in an ciam en t o sem p r e
exposições, mostras, áreas de trabalho ou de armazenamento, ou
o im p ed iu d e o f azer . A im p r en sa e a t elevisão f izer am
quando em trânsito. Devem existir também políticas para proteger p u b licid ad e ao f act o d e n ecessit ar d e u m p at r o cin ad o r . Par a su a
o público, funcionários, acervo e outros equipamentos, contra su r p r esa, u m a g r an d e em p r esa escr eve a o f er ecer -se p ar a
acidentes causados pela natureza ou pelo homem. su p o r t ar o cu st o t o t al d a exp o sição , m ed ian t e a co n d ição d o seu
A abordagem para assegurar ou indemnizar os recursos do museu n o m e ser asso ciad o co m a m esm a, em q u alq u er p u b licid ad e.
pode variar. Porém, o órgão administrativo deve garantir que a Vo cê p ar t ilh a est as b o as n o t ícias co m u m co leg a q u e lh e d iz q u e
cobertura seja adequada e inclua objectos em trânsito, sob a co m u n id ad e lo cal est á a d ir ig ir u m a cam p an h a co n t r a est a
empréstimo e outros que possam estar sob a responsabilidade do em p r esa p o r q u e ela q uer d esen vo lver u m lo cal d e in t er esse
cien t íf ico q u e t am b ém é sag r ad o p ar a o s p r im eir o s h ab it an t es
museu.
d a ár ea. Co m o p r o ced e?
Financiamento
É da responsabilidade do órgão administrativo assegurar que
O director ou coordenador do museu é um posto chave e
existem recursos suficientes para manter e desenvolver as
deve ser directamente responsável pelos seus actos e ter acesso
actividades museológicas. Estes recursos podem advir do sector
directo ao órgão administrativo. O s órgãos administrativos devem
público, fontes privadas ou gerados pelas próprias actividades
levar em consideração o conhecimento e as competências
museológicas. Deve existir uma política definida de prática
específicas necessárias para exercer o cargo. Estas qualidades
aceitável para todas as fontes de rendimento. A contabilidade dos
devem incluir capacidade intelectual e experiência profissional
recursos deve ser feita de forma profissional.
específica, além de reconhecido comportamento ético.
Independentemente da origem do financiamento, o museu
É indispensável a admissão de profissionais qualificados, com as
deve manter o controlo sobre o conteúdo e integridade dos seus
competências necessárias para responder ao conjunto das
programas, exposições e actividades. As actividades desenvolvidas
responsabilidades a cargo dos museus. O s profissionais de museus
para gerar receitas, não devem comprometer as normas da
devem ter oportunidades de formação permanente e de
instituição ou prejudicar o seu público.
actualização profissional.
Pessoal
Alguns museus incentivam o trabalho voluntário. Nestes casos,
O pessoal do museu é um recurso importante. O órgão
o órgão administrativo deve ter normas estabelecidas sobre o
administrativo deve assegurar que todas as medidas relativas ao
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Como Gerir um Museu: Manual Prático
OPapel dos Museus e o Código de Ética Profissional
trabalho voluntário que promovam o bom relacionamento entre objectos, ou quando os objectos ou espécimes foram preparados
os voluntários e os funcionários do museu. O s voluntários devem para manuseamento com fins pedagógicos.
conhecer o Código de Ética do ICO M, assim como a legislação e A aquisição de objectos ou espécimes não mencionados na
os regulamentos vigentes. política estabelecida do museu só deve ser feita em circunstâncias
O órgão administrativo nunca deve exigir aos profissionais de excepcionais. Caso isto aconteça, o órgão administrativo deve
museus que ajam de maneira conflituante com as disposições da atender às recomendações profissionais disponíveis e à opinião de
legislação nacional ou com outro código de ética profissional. todas as partes interessadas. Estas recomendações deverão
abranger a importância dos objectos ou espécimes para o
Aquisição e Manutenção do Acervo património cultural ou natural, assim como o interesse de outros
Política de Aquisições museus em coleccionar tais materiais. Mesmo nestas
O s museus têm a responsabilidade de adquirir, preservar e circunstâncias, não devem ser adquiridos objectos sem título de
promover o seu acervo. Este acervo constitui um património propriedade válido.
público significativo que envolve o conceito de confiança pública. Propriedade
O órgão administrativo deve adoptar e divulgar uma declaração Nenhum objecto ou espécimen deve ser adquirido por compra,
escrita sobre a política aplicada à aquisição, preservação e doação, empréstimo, legado ou troca, sem que o museu
utilização do acervo. A política também deve esclarecer a situação comprove a validade do seu título de propriedade. Um atestado
de qualquer material que não está registado, conservado ou ou um título de propriedade legal reconhecido em determinado
exposto. Por exemplo, podem existir certos tipos de colecções de país não é necessariamente um título de propriedade válido para
trabalho, em que é dada ênfase à preservação de processos os museus. Sendo assim, deverão ser feitos todos os esforços,
culturais, científicos ou técnicos, ao invés dos próprios antes da aquisição, para garantir que qualquer objecto ou
espécimen não tenha sido obtido ou exportado ilegalmente do seu
país de origem ou de qualquer país intermediário, no qual possa
Ética - Estudo de Caso 2
ter sido adquirido legalmente (incluindo o próprio país do
Est á a t en t ar r eu n ir u m a co lecção r ep r esen t at iva d a su a ár ea. museu). A obrigação de diligência deverá restabelecer o historial
Exist em alg u m as lacu n as q u e n ecessit am d e ser p r een ch id as. completo do bem desde a sua descoberta ou produção.
Tam b ém t em vár io s esp écim es d o m esm o t ip o q u e f o r am Informação Relacionada
o f er ecid o s ao m u seu , em b o r a est ejam asso ciad o s d e o u t r a f o r m a O contexto e associações de um objecto ou espécimen também
co m p esso as, lo cais e o u t r o s m at er iais. Exist e u m co leccio n ad o r são muito importantes uma vez que providenciam informação que
lo cal q u e t em d o is it en s q u e aju d ar iam a co m p let ar a su a
aumenta em grande parte o conhecimento do item. Por esta
co lecção e ele o f er ece-se p ar a t r o car est es it en s p o r aq u eles q u e
vo cê t em , d o m esm o t ip o . O q u e f az?
razão, os museus não devem adquirir bens quando existam
indícios de que a sua obtenção envolveu destruição ou
deterioração não autorizada, não cientifica ou intencional de
monumentos antigos, locais arqueológicos, geológicos, espécimes
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ou habitats naturais. Da mesma forma, a aquisição não deve Q uando existirem poderes legais que permitam a cedência ou
ocorrer sem que as autoridades legais ou governamentais e o remoção de um objecto ou espécimen do acervo do museu, só
proprietário da terra, estejam cientes da descoberta. De igual deve ser feito com pleno conhecimento da importância do
modo, não devem ser adquiridos espécimes biológicos ou mesmo, do seu estado (recuperável ou não, situação legal) e da
geológicos recolhidos, vendidos ou transferidos em desacordo repercussão de perda de confiança pública que poderá resultar de
com a legislação ou tratados locais, nacionais, regionais ou tal acção. A decisão de cedência deve ser da responsabilidade do
internacionais relativos à protecção das espécies ou conservação órgão administrativo, em conjunto com o director do museu e o
da natureza. curador do acervo em questão.
Por vezes, o museu poderá ter que agir como depositário No caso de acervo sujeito a condições especiais de cedência,
autorizado de espécimes ou objectos sem proveniência certificada, devem ser integralmente cumpridos os requisitos e os
ilicitamente reunidos ou recuperados em território sob a sua procedimentos estabelecidos. Q uando a aquisição inicial foi
jurisdição. Só o deverá fazer com a aprovação total necessária da compulsória ou feita em condições especiais, estes requisitos
autoridade administrativa. devem ser observados excepto quando o seu atendimento seja
Material “Sensível” impossível ou prejudicial à instituição. Se for este o caso, a
É preciso cuidado ao adquirir certos objectos ou espécimes, nos autorização deve ser obtida de acordo com os procedimentos
quais possam existir sensibilidades particulares, cultural ou legais adequados.
biologicamente. O acervo de restos mortais e material de carácter A política do museu sobre cedência deve estabelecer os
sagrado só devem ser adquiridos caso possam ser preservados em métodos autorizados para o abatimento definitivo de um objecto
segurança e tratados com respeito. Deverá ser feito de acordo do acervo, quer seja por meio de doação, transferência, troca,
com os padrões profissionais, resguardando os interesses e venda, repatriação ou destruição, que permita a transferência de
convicções das comunidades, grupos religiosos e étnicos dos quais propriedade sem restrições para a entidade beneficiária. O acervo
os objectos, quando conhecido, originam. Devem ser tomados do museu é um bem público e não pode ser considerado como
cuidados especiais em relação ao ambiente natural e social dos um activo financeiro. O dinheiro ou compensação recebidos pela
quais originam espécimes botânicos e zoológicos vivos, assim cedência ou transferência de objectos e espécimes de um acervo
como em relação à legislação ou tratados locais, nacionais, do museu devem ser utilizados apenas, para benefício da colecção
regionais ou internacionais relativos à protecção das espécies ou e principalmente em aquisições para a mesma.
conservação da natureza. Devem ser mantidos registos completos de todo o processo de
Abatimento no Inventário de Objectos e Espécimes do Acervo do cedência, dos objectos envolvidos e do seu destino.
Museu Normalmente, todo o item cedido, deve ser preliminarmente
A natureza permanente do acervo do museu e a dependência do oferecido a outro museu.
benefício privado para formar colecções torna qualquer remoção Conflitos de Interesse
de um item, um assunto sério. Por isso, muitos museus não têm É necessário avaliar cuidadosamente qualquer oferta de bens,
poderes legais para dispor de espécimes. tanto para venda, doação ou outra forma de cessão que permita
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investigação possa gerar acervos importantes, mas onde para os As informações apresentadas nas mostras e exposições devem
quais não exista condições de segurança a longo prazo. estar bem fundamentadas, serem precisas e também levar em
O s profissionais de museu também têm a obrigação de consideração, com responsabilidade, os grupos ou convicções
partilhar os seus conhecimentos e experiências relevantes com representadas.
colegas, eruditos e estudantes. Devem respeitar e reconhecer O acervo de despojos humanos e material com significado
aqueles com os quais aprenderam e devem transmitir os avanços sagrado deve ser exposto em conformidade com os padrões
técnicos e experiências que possam ser úteis a outros. profissionais e levando em consideração, quando conhecidos, os
interesses e as convicções da comunidade, grupos étnicos ou
Valorização e Divulgação do Património Natural e Cultural religiosos, dos quais os objectos originam. Este material deve ser
O s museus têm o importante dever de promover o seu papel exposto com bastante cuidado e respeito, sem ferir a dignidade
educativo e atrair maiores audiências da comunidade, localidade humana de quaisquer povos. A solicitação para a retirada deste
ou grupo que representa. A interacção com a comunidade e a material da exposição pública, deve ser tratada com respeito e
promoção do seu património fazem parte do papel educativo dos sensibilidade. As solicitações de devolução deste material deverão
museus. ser tratadas da mesma forma. As políticas do museu devem
Mostras e Exposições definir claramente os procedimentos para atender a estas
As mostras e exposições temporárias, físicas ou por meio solicitações.
electrónico, devem estar em conformidade com a missão, política Exposição de Material sem Proveniência
e objectivos do museu. Não devem comprometer a qualidade, a O s museus devem evitar mostrar ou utilizar material de origem
preservação e ou a conservação do acervo. questionável ou sem proveniência definida. Devem estar cientes
que a exposição ou utilização deste material pode ser considerada
como uma forma de incitamento ao tráfico ilícito de bens
Ética - Estudo de Caso 4 culturais.
Publicação e Reproduções
Um co leccio n ad o r lo cal t em u m a d as m elh o r es co lecçõ es
p r ivad as d e m at er ial r elacio n ad o co m a su a ár ea, ap esar d e ele
A informação publicada pelos museus, seja qual for o meio, deve
t er p er sp ect ivas n ão o r t o d o xas so b r e o m esm o . Vo cê m an t eve ser bem fundamentada, precisa e deve levar em consideração os
b o as r elaçõ es co m ele n a exp ect at iva d e q u e o seu m u seu p o ssa assuntos académicos, sociedades ou convicções apresentadas. As
b en ef iciar co m isso . Cer t o d ia ele o f er ece-se p ar a em p r est ar a publicações do museu não devem comprometer os padrões
su a co lecção p ar a u m a exp o sição t em p o r ár ia, ao en car g o d o institucionais.
m u seu , m ed ian t e d u as co n d içõ es: Qu e a exp o sição só exp o n h a O s museus devem respeitar a integridade do original aquando
m at er ial d a sua co lecção e q u e ele ser á o r esp o n sável p o r t o d o o
de cópias, réplicas, ou reproduções de peças do acervo utilizadas
co n t eú d o d a et iq u et a e d a p u b licação . Vo cê aceit a a o f er t a?
na exposição. Todas as cópias devem ser devidamente
identificadas e permanentemente marcadas como fac-símiles.
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proprietário ou informante. O respeito pelo desejo da internacional, utilizada como referência na interpretação do
comunidade envolvida deve prevalecer. Código de Ética do ICO M:
A utilização do acervo de comunidades contemporâneas Convenção para a Protecção do Património Cultural em
requer respeito pela dignidade humana e pelas tradições e culturas caso de Conflito Armado (Convenção de Haia), 1 9 5 4 ,
que o utilizam. Este acervo deve ser utilizado para promover o Protocolo [actualmente Primeiro Protocolo], 1 9 5 4 e
bem-estar humano, desenvolvimento social, tolerância e respeito Segundo Protocolo, 1 9 9 9 ;
pela defesa da expressão multisocial, multicultural e multilingue. Convenção sobre os Meios para Proibir e Prevenir a
Financiamento dos Serviços Comunitários Importação, Exportação e Transferência Ilícita de Bens
A procura de recursos para o desenvolvimento de actividades que Culturais (1 9 7 0 ), UNESCO ;
envolvam as comunidades contemporâneas deve assegurar que os Convenção para o Comércio Internacional de Espécies em
seus interesses não são prejudicados pelas potenciais associações Extinção da Fauna e Flora Selvagem (1 9 7 3 );
de patrocinadores. Convenção para a Diversidade Biológica (1 9 9 2 ), O NU;
Apoio das Organizações da Comunidade Convenção para os Bens Culturais Roubados e Exportados
O s museus devem criar condições favoráveis para receber apoio Ilegalmente (1 9 9 5 ), UNIDRO IT;
comunitário (por exemplo, associações de Amigos do Museu e Convenção para a Protecção do Património Cultural
outras organizações de apoio). Devem reconhecer a importância Subaquático (2 0 0 1 ), UNESCO ;
desta contribuição e incentivar uma relação harmoniosa entre a Convenção para a Protecção do Património Cultural
comunidade e os profissionais de museus. Intangível (2 0 0 3 ), UNESCO .
Legislação Profissionalismo
O s museus devem funcionar de acordo com a legislação O s profissionais de museus devem cumprir as normas e a
internacional, regional, nacional ou local e obrigações de tratado legislação vigente, manter a dignidade e honrar a sua profissão.
do seu país. Para além disso, o órgão administrativo deve cumprir Devem salvaguardar o público contra comportamentos
com todas as responsabilidades legais ou quaisquer condições profissionais ilegais e condutas pouco éticas. Devem aproveitar
relativas aos vários aspectos, funcionamento e acervo do museu. todas as oportunidades para educar e informar o público sobre os
Legislação Local e Nacional objectivos, propósitos e aspirações da profissão, a fim de
O s museus devem atender à legislação nacional e local e respeitar desenvolver uma melhor compreensão pública sobre a
as normas de outros países, sempre que estas interfiram com o seu contribuição dos museus para a sociedade.
funcionamento. Familiaridade com a Legislação Vigente
Legislação Internacional Todos os profissionais de museu devem estar familiarizados com a
A ratificação da legislação internacional varia entre os países. No legislação internacional, nacional e local vigente e com as
entanto, a política do museu deve reconhecer a seguinte legislação condições de prestação de serviços. Devem evitar situações que
possam ser interpretadas como condutas impróprias.
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