Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
Os Lusíadas, Luís de Camões
- Análise do episódio do Gigante Adamastor -
Estrutura externa - Canto V (estrofes 37 a 60)-
Estrutura interna - insere-se na Narração
Plano narrativo - plano da viagem
Classificação do episódio - episódio simbólico
Já no meio da viagem, os portugueses encontram-se face a face com o maior dos perigos e dos medos:
o gigante Adamastor.
Vasco da Gama narra também este episódio ao rei de Melinde, revelando toda a sua experiência e
sentimentos (narrativa principal).
Antes de mais, é importante considerar que se trata de um episódio simbólico.
O ADAMASTOR É O SÍMBOLO DOS PERIGOS E DAS DIFICULDADES QUE SE APRESENTAM AO HOMEM que sente o
impulso de conhecer, de descobrir. Só superando o medo, o Homem poderá vencer (vd. Humanismo).
O Adamastor é, portanto, uma figura mitológica criada por Camões para representar todos os perigos
e dificuldades que os portugueses iriam encontrar e superar.
Não é por acaso que o episódio do Adamastor ocupa o lugar
central no poema épico. O Canto V marca o meio da obra e é com
ele que termina o primeiro ciclo épico da narração. O Adamastor
marca também a passagem do mundo conhecido para o
desconhecido, a passagem o Ocidente para o Oriente.
A viagem decorria calmamente quando, de repente, surge a figura gigantesca e tremenda do
Adamastor. Há um grande contraste entre a atmosfera amena em que decorria a viagem inicialmente,
apresentada na estrofe 37, e o terror que logo de seguida é apresentado, levando o capitão a invocar a
proteção divina para os momentos que se iam seguir.
Nas estrofes 39 e 40, é feita a descrição do gigante, realçando-se sobretudo a adjetivação utilizada:
figura "robusta e válido,/De disforme e grandíssima estatura", "rosto carregado”, "barba esquálida",
"olhos encovados", "postura medonha e má”, a cor “terrena e pálida", "Cheios de terra e crespos os
Gigante:
1º - mostra-se rancoroso, vingativo, ameaçador;
2º - dor profunda, raiva, desespero; humaniza-se, reconhece a sua derrota;
3º - desaparecimento.
Vasco da Gama:
1º - amedrontado: “arrepiam-se as carnes e o cabelo”;
2º - sem medo, de cabeça erguida (alçado), num tom de igual para igual, quase de desafio;
3º - atitude de fé: no momento em que o Gigante, a chorar, desaparece, Gama pede a Deus que
“removesse os duros / casos, que Adamastor contou futuros”.