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Na cidade de Belém do século XIX as mulheres das classes abastadas tinham um zelo especial
pela indumentária, tanto que mandavam buscar seus vestidos em Londres ou Paris. A
formação dessa nova elite, além de contribuir para o aumento de profissionais liberais,
concorreu, posteriormente, também para a introdução de novos hábitos de vida. Os novos
ricos construíram suas residências inspiradas no art noveau, com azulejos portugueses,
colunas de mármore carrara e móveis de ebanistas franceses. Para seu entretenimento,
mandavam buscar companhias artísticas na França e em Portugal, para montar temporadas
de óperas, que vinham de Paris diretamente para Belém e Manaus.
Leandro Tocantins em seu livro Santa Maria de Belém do Grão Pará, informa que o
professor Mario Barata, professor da Escola de Belas Artes da Universidade do Brasil,em1941
apresentou relatório à Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional encarecendo
uma Lei de proteção às coisas da arte e da História do Pará3.
Fazendo um estudo crítico das circunstâncias que permitiram este momento e fazendo uma
análise focada na observação das obras remanescente deste período e que pretendo recolher
o material necessário para traçar um diagnóstico e acrescentar um pouco mais a história da
Cultura no Brasil revelando fatos e personagens que construíram esta história.
A MAO-DE-OBRA DA BORRACHA
Inicialmente era oferecida pelas populações caboclas. Facilitando o fluxo de embarcações ao
longo do rio Amazonas, o Governa Imperial deixava, portanto, o capitalismo se infiltrar na
região com tudo que tinha direito: exploração econômica desenfreada, trabalho mal pago,
juros altos e A dependência ao mercado externo. A mãode- obra empregada na exploração da
borracha, basicamente formada por cearenses, caboclos e Índios, submetida a um regime de
trabalho rigoroso e insalubre no meio da selva, mostrava, aos poucos, o lado miserável do
chamado ciclo da borracha. Entre 1877 e 1889 cerca de 20 mil nordestinas se deslocaram para
a Amazônia, fugindo da seca e da pobreza, barateando, assim, ainda mais a força de trabalho
disponível na região.