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1. -Conceito:
Serviço público corresponde a toda atividade desempenhada direta ou indiretamente pelo Estado (por
meio de seus delegados), visando solver necessidades essenciais do cidadão, da coletividade e do próprio
Estado.
O serviço público é sempre incumbência do Estado (art. 175, CR). É o Estado, por meio da lei, que
escolhe quais as atividades que, em determinado momento, são considerados serviços públicos. No direito
brasileiro, a CR faz esta indicação nos arts. 21, X, XI, XII e XV e 25, § 2º. A criação dos serviços públicos
depende sempre de lei e corresponde a uma opção do Estado; esse assume a execução de determinada
atividade que, por sua importância para a coletividade, parece não ser conveniente ficar dependendo da
iniciativa privada. A sua gestão também incumbe ao Estado, que pode fazê-lo diretamente (por meio dos
próprios órgãos que compõem a AP Direta), ou indiretamente, por meio de concessão e permissão, ou de
pessoas jurídicas criadas pelo Estado com esse fim.
2. Classificação:
São serviços essenciais, imprescindíveis à sobrevivência da sociedade, o Estado atua no exercício de sua
soberania. São indelegáveis e remunerados por taxa (não admitem outorga nem delegação). Exemplo: polícia, saúde,
defesa nacional, forças armadas.
São úteis, mas não essenciais. Atendem ao interesse da coletividade, podendo ser prestados diretamente pelo
Estado ou por terceiros, mediante remuneração paga pelos seus usuários e sob constante fiscalização. São delegáveis e
remunerados por preço público. Exemplo: telefonia, transporte.
São prestados a toda coletividade, indistintamente, ou seja, os seus usuários são indeterminados e
indetermináveis. São indivisíveis, isto é, não é possível determinar-se quem os utiliza ou quanto é utilizado por cada
um. São remunerados pos imposto. Exemplo: iluminação pública, segurança pública, limpeza.
São prestados a um número determinado ou determinável de pessoas. A AP sabe a quem presta o serviço e é
capaz de mensurar a utilização separada por parte a cada um dos usuários. São serviços divisíveis, ou seja, são
passíveis de utilização separadamente, por cada um dos usuários e essa utilização é mensurável. Remunerado por taxa.
Exemplo: coleta de lixo, serviço postal, telefônico, água, gás, luz.
3) Princípios
1) -Serviço Centralizado:
Prestado diretamente pela AP Direta, através de seus órgãos e agentes públicos, em seu próprio nome e sob sua
exclusiva responsabilidade. Há coincidência entre o titular do serviço e o seu prestador. No serviço centralizado, há
desconcentração, ou seja, órgãos da mesma entidade, portanto unidades sem personalidade jurídica própria, possuam
atribuição para executar aquele serviço.
2) -Serviço Descentralizado:
Prestado por terceiros. Não é prestado pela AP Direta, mas sim pela AP Indireta e particulares. Quando o
serviço é prestado pela AP Indireta, há OUTORGA (transfere a titularidade e execução, por lei). Quando o serviço é
prestado por particulares, se faz por DELEGAÇÃO (por contrato administrativo ou ato administrativo – concessão,
permissão e autorização). Só transfere execução.
-OUTORGA ≠ DELEGAÇÃO !
O serviço é outorgado por lei e delegado por contrato. Invariavelmente, a lei outorga ao Poder Público
(entidade estatal) a titularidade do serviço público e somente por lei se admite a mutação da titularidade
(princípio do paralelismo das formas). Nos serviços delegados, há transferência da execução do serviço por
contrato administrativo (concessão e permissão de serviço) ou ato negocial (autorização). A outorga possui
contornos de definitividade, posto emergir de lei. A delegação sugere termo final prefixado, pois decorre de
contrato.
1ª corrente: Pode ser interrompido porque o art. 6º, Lei 8987/95 permite a interrupção.
1º argumento: Devido processo legal. Se o consumidor está devendo, ele tem que ser cobrado
judicialmente, via ação de cobrança, logo o corte no fornecimento do serviço não é o meio correto para efetivar
tal cobrança.
2º argumento: Vedação ao retrocesso. O art.22, Lei 8078/90, Código de Defesa do Consumidor, veda o
corte no fornecimento do serviço por falta de pagamento, logo assegura um direito ao consumidor. A lei
posterior, de 99, ao excluir esse direito, representa um retrocesso, que é vedado pela CRFB/88.