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Descritores e Indicadores de Sustentabilidade no Ato de Cobrança pelo Uso de

Recursos Hídricos

1 INTRODUÇÃO
O século XX vivenciou grandes transformações impulsionadas, sobretudo, pelo exponencial crescimento
tecnológico que incidiu em quase todas as atividades humanas. Essas transformações, junto com o aumento de
expectativa de vida humana e de outros benefícios sociais, ampliaram a capacidade de autodestruição da socie-
dade e do meio ambiente e demandaram mais recursos naturais e energia para atender às crescentes necessidades
por bens e serviços naturais, com pressões intensivas negativas sobre o meio ambiente, variáveis de local a local,
de país a país.
O crescente aumento de pressões por agentes - fatores da industrialização (p.ex. ), da urbanização (p.ex., ),
do agronegócio (p.ex., ...) na troposfera, provocadas ou favorecidas por:
a) mudanças - transformações e revoluções tecnológicas em expansões; revoluções como invenções, desco-
bertas ou criações realizadas pelo homem qua afetaram (afetam e continuarão afetando-o), de maneira pro-
funda, ampla e generalizada, conhecimentos, costumes, práticas e relações homem – natureza;
b) padrões de vida consumista e de crescimento economicista que impõem criar ou reforçar programas para o
controle da poluição, reciclagem de resíduos, reusos de recursos em atividades menos exigentes, proteção
de ambientes e recursos, gestão de recursos e utilização – manejo sustentével;
c) procedimentos inadequados e taxas intensivas de exploração sem “limites” de usos-consumos e de mane-
jos desarticulados de recursos e ambientes naturais e, portanto, insustentáveis - incompatíveis com carac-
terísticas e condições dos sistemas naturais, seus processos e ciclos (...)
Despertou para os problemas ambientais com dúvidas em relação ao futuro desse meio, do homem. Com o des-
pertar da sociedade, de setores e de nações perante graves problemas ambientais, ainda que desuniforme e, em
geral, tardio e com pouca ou deficiente efetividade de ações – estratégias em escala global e com escassa consci-
entização para empreender mudanças de atitude – comportamentos (...) em níveis individuais, empresariais, seto-
riais, coletivos locais (...), surgiram novos conceitos e explicações. Uma dessas explicações era de que a maioria
dos problemas do meio ambiente ocorria em escala global com aceleração exponencial, contrário à idéia, até
então predominante, de ausência de limites para a exploração de recursos e ambientes naturais.
Os recursos e ambientes naturais se encontram estruturados – integrados em sistemas, em geral comple-
xos, que comportam as diversas formas de vida da Terra e que, a partir do século XX, deram claros sinais de
descontinuidades (p.ex., de funções e interações de sistemas naturais); de alterações em seus estoques - reservas
e ciclos (p.ex., a partir da Revolução Industrial, emissões de gás carbônico com a queima de combustóveis fós-
seis: aquecimento); de reduções em “excedentes” econômicos ainda dos provenientes de fontes renováveis (...).
Foram sinais, alterações, reduções (...) como respostas as crescentes pressões destrutivas de antropias, compor-
tamentos (...) que superaram naturais limites como os de recomposições, autodepurações (...) de ambientes natu-
rais.
Concomitante com os problemas provocados por atividades humanas ao meio ambiente e com o início da
conscientização e reflexão sobre os impactos de transformações negativas sobre esse meio surgiu, na segunda
metade do século XX (1980) e como resultado de um longo processo de reavaliações críticas de relações homem
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– natureza críticas, o conceito de desenvolvimento sustentável (D ∩ S) Esse conceito foi consagrado, em 1987,
pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento – CMMAD da Organização das Nações
Unidas (Relatório Brundtland: Our Common Future ou Nosso futuro comum).
Conforme a International Union for the Conservation of Nature and Natural Resources (IUCN
1980), para que o desenvolvimento seja sustentável, devem ser considerados aspectos referentes à várias dimen-
sões como a social e ecológica, bem como fatores econômicos, recursos vivos e não-vivos e as vantagens de
curto e longo prazo de ações alternativas.
O Relatório Brundtland, ao enfatizar a integridade ambiental, definiu: (WORLD COMMISSION ON
ENVIRONMENT AND DEVELOPMENT, 1987):

Desenvolvimento sustentável é um processo de transformação no qual a exploração dos recursos, a direção dos in-
vestimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional se harmonizam e reforça o po-
tencial, a fim de atender às necessidades e aspirações (...); é aquele que atende às necessidades do presente sem com-
prometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem as suas próprias necessidades.

Trata-se de um conceito teórico e ainda não internalizado, o necessário, no planejamentos, na gestão am-
biental e na e tomada de decisões que compreenda esse meio, apesar de ter sido incorporado, como princípio, na
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Cúpula da Terra de
1992 Eco-92. Com esse conceito se buscava o equilíbrio entre proteção ambiental e o crescimento econômico,
servindo como base para a formulação da Agenda 21.
A Agenda 21 é um documento aprovado por mais de 170 países (com a contribuição de 102 cientistas
prêmio Nobel, de 70 países) durante a realização da Eco – 92, no Rio de Janeiro, com idéias (p.ex. :"Os seres
humanos e o mundo natural seguem uma trajetória de colisão. As atividades humanas desprezam violentamente
e, às vezes, de forma irreversível o meio ambiente e os recursos vitais. Urge mudanças fundamentais se quiser-
mos evitar a colisão que o atual rumo nos conduz"), presuntamente “assimiladas” pelas organizações do sistema
das Nações Unidas e diversas organizações internacionais, progressivamente incorporadas às agendas de nume-
rosos países, inclusivo do Brasil. Com uma nova visão e perspectiva em relação ao tradicional desafio de cres-
cimento, identifica-se, nessa Agenda, o crescimento econômico como atividade que extrapola seu próprio domí-
nio e precisa se integrar – harmonizar com dimensões como a social, ambiental e institucional, apoiando-se em
novos paradigmas.
Um dos desafios de planejadores, gestores e tomadores de decisões, em todos os níveis exigidos na cons-
trução do desenvolvimento sustentável, é o de criar instrumentos e adequar procedimentos como os de observa-
ção, mensuração, tratamento (...) de dados para gerar indicadores de como fazer essa construção. Tais indicado-
res são ferramentas constituídas por uma ou mais variáveis que, associadas em diversas formas, revelam signifi-
cados mais amplos do que expressos em dados, sobre fatos e fenômenos a que se referem.
Indicadores de desenvolvimento sustentável são instrumentos essenciais para orientar ações e estratégias e
para subsidiar o acompanhamento e a avaliação do progresso rumo ao D ∩ S. Neste documento, esses indicado-
res se referem apenas aos fatos e fenômenos de curto, médio e longo prazos de um dos instrumentos da política
de recursos hídricos: a cobrança pelo uso da água. Ainda nesse limitado contexto, os indicadores devem viabili-
zar o acesso à informação disponível; apontar a necessidade de novas informações; identificar variações, com-
portamentos, processos e tendências; permitir estabelecer comparações entre bacias, regiões hidrográficas e paí-
ses; indicar necessidades e prioridades para a formulação, monitoramento e avaliação de políticas estaduais co-
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mo desdobramentos da política nacional de recursos hídricos; e pela capacidade de síntese de dados e informa-
ções, facilitar o entendimento ao público desse instrumento econômico de gestão da água.
Os recursos hídricos, através de indicadores consistentes, permitirão aprender de erros, experiências e li-
ções do passado responsáveis por situações de crises no presente e, em especial, planejar, gerir e pautar ações -
estratégias no presente que permitam resgatar valores (p.ex., de riquezas naturais), pelo conhecimento dos mes-
mos, e fazer o futuro tendo como foco pontos cruciais, tais como:
a) Entender principios como os de interdependências entre os seres vivos e destes com as condições abióticas
que propiciam, quando presenrvados em seus estados de qualidade e quantidade, essa existência e interde-
pendência: descritoresr da importância e imprescindibilidade de proteger fontes e ciclos, conservar e ma-
nejar fluxos com base em princípios como os da consciliência, prevenção – precaução (...);
b) Entender, reconhecer e aplicar, com os necessários critérios que possam se sintetizar em descritores que
cada caso requeira, que ambientes e recursos, inclusive os renováveis quando não-bem utilizados, são
exauríveis e finitos, integrados em sistemas complexos e interdependentes: o entendimento sistêmico é fa-
cilitado quando expresso por indicadores.
c) Entender que a sustentabilidade global sé poderá ser “garantida” quando se tenha o necessário conheci-
mento consistente das bases dessa sustentabilidade e com um “melhor” entendimento sisntetizável por
descritores, pautar, com ampla exeqüuibilidade, ações – estratégias de respeito às fontes, reservas, ciclos
naturais (...); orientar os processos de produção e consumo com racionalidade ao internalizar capacidades
de oferecer excedentes, recompor estados, atender capacidade de autodepuração, captação, diluição (...).
d) Entender a utilidade, a imprescindibilidade (...) de ambientes e recursos naturais como condição necessária
para protegê-los, conservá-los (...); faz parte do entendimento conchecer o valor da biodiversidade, de um
sistema hidrográfico, de uma mata ciliar, de um aqüífero (...); conhecer o custo de deixar uma torneira go-
tejar, utilizar água potável para lavar uma rua (...).
e) “Exigir” que a pesquisa e a ciência, dos atores, o pesquisador e cientista, que suas atividades e resultados
estejam comprometidos com o bem-estar, submetidos a padrões éticos para que suas conquistas benefici-
em mais à vida, ao meio ambiente (...) do que ao mercado, aos interesses setoriais excludentes. Parte das
exigências se volta para o resgate e valorização de saberes e culturas originárias; para a socialização de fa-
tores do conhecimento (a informação) e da inovação (serviço e produto tecnológico).
Entendimento e exigências, sintetizáveis em descritores, devem fazer parte da construção do D ∩ S para
que questões básicas como as de “definição” adequada (vale dizer, adaptada às condições, possibilidade etc. de
cada local, região, país) às realidades – exigências em cada caso e operacionalizado para torná-lo valioso, útil e
aplicável. Essa construção deve permitir ajustar e direcionar programas como os de educação e disciplinamento
(...) de rumos da sociedade e de orientação de suas atividades com a conciliação, respeito e integração com o
meio ambiente, ao preservá-lo e de utilização criteriosa ao conservá-lo (...). Isto a fazer conforme sejam suas
características de potencialidades e oportunidades, de limitações e cuidados (...). Com esse conceito, com base
em critérios e indicadores adequados e necessários em cada caso, ter-se-ia a sustentabilidade.
No novo paradigma que o conceito de D ∩ S representa se reconhecem as complexidades e inter-
relacionamentos de fatores críticos como: pobreza (ao lado da riqueza) e desperdício de recursos – oportunidades
(ao lado de restrições - limitações); degradação e perdas ambientais, crescimento populacional e conflitos - vio-
lência (...) em um todo. Um todo alicerçado em três pilares interdependentes e mutuamente sustentadores. Tais
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pilares foram desdobramentos que surgiram na Declaração de Política de 2002, da Cúpula Mundial sobre
Desenvolvimento Sustentável, realizada em Joanesburgo: desenvolviemento econômico (sensibilidade aos
limites e ao potencial de crescimento e seu impacto na sociedade e no meio ambiente, com o compromisso de
reavaliar o consumo); desenvolvimento social (compreensão das instituições sociais e seu papel na transforma-
ção e no desenvvolvimento); e proteção ambiental (destaque para a educação para o desenvolvimento sustentá-
vel: a conscientização da fragilidade do ambiente físico e os efeitos de atividades humanas sobre esse ambiente e
a diversidade de valores e princípios, de culturas e conhecimentos, de formas de vida e ambientes).
O todo que o novo conceito de D ∩ S abrangente, complexo, singular (...) sintetiza (o destaque para des-
critores com robustos indicadores) e busca integrar (a partir do reconhecimento, destacar pontos comuns e forta-
lecer elos entre dimensões como a econômica, social, ambiental e institucional: indicadores consistentes) se teria
a sustentabilidade.
Se o conceito D ∩ S houvesse sido exeqüível e operacional com oportunidade de atendimento, poderiam-
se, provavelmente, evitado desastres ambientais induzidos por atividades antrópicas, muitas previssíveis, como
os registrados na Baía de Minamata, no Japão; de Bhopal, na Índia; de Chernobyl, na extinta União Soviética:
segundo o ex-dietor Viktor Bryukha: o mundo não aprendeu nada com a tragédia nuclear: ; de Exxon Valdez nos
EUA (...), entre muitos outros com causas e cenários mais recentes como o de “Karina”, inclusive no Brasil com
desmatamentos – queimadas, perdas de habitats e biodiversidade, simplificações de ecossistemas e desertifica-
ções de grandes áreas (...).
As grandes transformações compreenderam, com tendências de crescimentos, inúmeros setores e um
grande volume de dados em todos os níveis e com as mais diversas fontes de informações e conhecimentos. Nes-
sas transformações, as pessoas e suas atividades, entre outras, as sociais e econômicas, são usuários e provedores
de informações e experiências, traduzidas em dados, que, complementados com outros como os de observações
direcionadas e experimentações controladas, tornam-se indispensáveis para se definir uma base de dados neces-
sária na fundamentação à tomada de decisões comprometidas com o desenvolvimento sustentável. Dessa base
depende, em parte, a decisão para direcionar e disciplinar o crescimento tecnológico e os padrões de vida em um
contexto “racional” e sustentável de dimensões que se reconheçam e integrem.
A sociedade poderia ser considerada sustentável quando todas as suas necessidades, propósitos, expectati-
vas (...) pudessem ser atendidas indefinidamente. Contudo, se as fontes desse atendimento são finitas e exigentes
por cuidados especiais (p.ex., os de preservação e proteção, os de conservação e manejo integrado) definidos
com base em conhecimentos dessas fontes (...), então é preciso definir com critérios e aplicar com racionalidades
esses cuidados.
São cuidados necessários para educar e disciplinar expectativas (p.ex., sobre o futuro), propósitos (p.ex.,
de alianças) e necessidades (p.ex., as de produção e consumo) da sociedade, aplicando princípios, tais como:
a) os da prevenção – precaução (...), conforme sejam as limitações – restrições (...) em cada caso, sintetizados
em indicadores (IA);
b) os de conservação e manejo integrados de ambientes e recursos de acordo com possibilidades – potenciali-
dades definidas por indicadores (IB);
c) os de justiça (p.ex., as de distribuição de benefícios de um crescimento econômico inclusivo) e oportunida-
des (p.ex., de educação e saneamento básico) para todos traduzidos em indicadores (IC).
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O novo conceito de desenvolvimento sustentável, em sua parte operacional, precisa integrar as diversas
formas de representações por meio de indicadores de processos e produtos para auxiliar à gestão ambiental; sig-
nifica definir: IA  IB  IB  denominadores comuns em decisões para o desenvolvimento sustentável.
Para que um gestor possa tomar uma “boa” decisão, ainda que sem suficiência na garantia de sucesso de
efeitos dessa decisão tomada, é preciso que ele disponha e utilize, entre outros elementos ou condições, uma
“boa” base de dados: diferentes tipos (relacionados com o meio ambiente e com o desenvolvimento em suas
diversas dimensões) e níveis necessários de detalhamentos de dados com qualidade, integrabilidade, confiabili-
dade / credibilidade, segurança de manuseio, relevância, oportunidade / disponibilidade de uso (...). Uma base
que permita representar, estabelecer e quantificar estados e tendências; definir problemas (oportunidade) e suas
causas (potencialidades, limitações etc.), além de permitir fazer “previsões” de possíveis impactos de atividades
humanas e de mudanças no social, no econômico e no meio-ambiente. Dados que permitam treinar e educar para
a qualidade de processos e resultados.
Trata-se de uma base de dados que deve compreender muitos elementos, em diversos - complexos assun-
tos e com focos ou propósitos nem sempre confluentes, mas que pela característica desejável de integrabilidade,
possibilitem demonstrar, evidenciar, informar - comunicar (...), com aproximações, agregações, conexões ou
relações consistentes e relevantes entre o ambiental, social e econômico. Tais aproximações, agregações, cone-
xões - relações para informar – comunicar se expressam em indicadores que transcendem o conceito de dados,
porém são diretamente dependentes e determinantes dos indicadores.
O volume de dados e informações e suas complexidades e interações têm crescido em ritos acelerados,
muitas vezes desordenados. São dados e informações de processos e resultados como os de industrialização,
urbanização e avanços tecnológicos com acessos facilitados e cada vez mais intensivos – extrativos de bens e
serviços naturais.
Industrialização que por descuidos, omissões, irresponsabilidades (...) de seus gestores, atores e ambien-
tes gerou rejeitos, poluições, degradações, perdas (...) de recursos e ambientes naturais, por vezes em níveis aci-
ma de índices “toleráveis” pelos ambientes, com externalidades negativas de suas atividades, produções e con-
sumos, de concentração de benefícios e de socialização de custos excluídos da contabilidade industrial e, inclu-
sive, omitidos da contabilidade pública.
Urbanização que por descuidos, omissões, irresponsabilidades (...) de planejadores e tomadores de deci-
são, não considerou “alternativas sustentáveis”, apesar de notáveis e claros sinais como norteadores de políticas,
para essas alternativas, como as de abastecimento de água potável e saneamento básico e das relações dinâmicas
– sinérgicas de fatores em grandes adensamentos demográficos com as condições de suporte ambiental. Foram
interações de variáveis e efeitos que afetaram, de forma negativa, estoques, fontes, ciclos e usos - utilizações de
recursos como os hídricos, terra, ar, energia, entre outros.
Avanços tecnológicos que por descuidos, omissões, irresponsabilidades (...) de políticas, inclusive da co-
munidade científica, tangenciaram perdas de recursos não-renováveis e atingiram níveis de sobre - utilizações
maléficas de outros, os renováveis, com alterações de suas qualidades, processos - ciclos e capacidades de ofere-
cerem “excedentes” em bases sustentáveis.
Avanços, urbanização e industrialização que respondem, em grande parte, por exaustões de ambientes e
recursos naturais e por significativos e insustentáveis passivos ambientais.
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Após séculos de relações entre atividades humanas e a natureza, caracterizadas, até o final do século XX,
por crescentes processos:
a) De maximização de usufrutos e de minimização de cuidados de bens públicos como são os recursos hídri-
cos. Tais maxi-benefícios (concentrados) e mini-custos (socializados) decorrem de padrões econômicos da
industrialização (...) que planeja, gere a age, sem adequados procedimentos e dentre estreitos conceitos do
economicismo; são conceitos de perspectivas teóricas dominantes de sobrevalorização de aspectos econômi-
cos e de explicações de fenômenos e fatores, como os sociais e ambientais, em função de apenas interesses
ou necessidades econômicas que os determinam.
b) De perpetuidade de disparidades entre nações, em especial as que se encontra em processo de desenvolvi-
mento, pelos agravamentos da pobreza e fome, de doenças e analfabetismo, de exclusão social – econômica
que de alguma forma, direta ou não, definiram a urbanização em nações em desenvolvimento e, ainda, em
setores suburbanos de outras nações.
c) Cada vez mais freqüentes e intensivas as manifestações de graves, por vezes irreparáveis, perturbações -
danos do meio ambiente, como as de mudanças climáticas e seus nocivos efeitos sobre o homem, a biodiver-
sidade (...), decorrentes de avanços tecnológicos, da industrialização e da urbanização descuidas, omissas, ir-
responsáveis (...).
As nações perceberam ainda sem a devida internalização na transição para o novo milênio, a necessidade
de se associarem para “acordarem” 1 e colocarem em práticas ações e estratégias de limitações, correções, recu-
perações (...) de efeitos das relações atividades humanas – natureza; de adotarem políticas de crescimentos
econômicos mais justos, em níveis sociais e compatíveis com a proteção da base de seus recursos naturais. Um
exemplo de associação das nações para definir novos roteiros e práticas, de “aceitação” de compromissos, de
adequação – adaptação e implementação desses roteiros em abordagens equilibradas e integradas, é a Agenda 21
(Rio-92) com seus retoques de ajustes – atualizações, como no caso da Agenda de Jhanesburgo (Joanesburgo-
2002) na Declaração Plítica sobre Desenvolvimento Sustentável: reconhecimentos de desafios e compromissos.
Em acordos de ações e estratégias “orientadas” para a sustentabilidade, em todos os níveis e dimensões do
desenvolvimento, há um elemento essencial, não apenas para buscar esses acordos, definir as agendas, pactuar
estratégias (...), mas para tomar decisões em bases racionais e sólidas - criteriosas; esse elemento é o dado com
qualidade para se ter a informação valiosa e útil na tomada de decisão com efetividade.
A complexidade de processos como os exemplificados acima e suas relações com o meio ambiente, com-
preende muitos e diferentes dados em diversas dimensões e intrincadas interações, a superar, inclusive, a capaci-
dade de mentes privilegiadas. Portanto, é preciso sintetizá-los para que o gestor, nem sempre com visão e mente
privilegiada, possa melhor entender a realidade representada pelos dados e que é objeto de consideração na to-

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Se as “racionalidades” e conveniências de certas nações, em especial as desenvolvidas e mais comprometidas com as re-
cuperações de danos ambientais por elas provocados, não forem suficientes para a adesão – cumprimento de acordos de
interesses globais, sobre a necessidade de reformularem suas políticas para a proteção, conservação (...); adotarem compor-
tamentos – atitudes, individuais e coletivos, com base em princípios como os da precaução, poluidor-pagador, responsabili-
dades comuns; partilharem socialmente benefícios de avanços tecnológicos ambientalmente adequados; participarem da
cooperação em programas de desenvolvimento (...), os efeitos de “katrinas”, “deans” (...), com previsões de serem mais
freqüentes e mais devastadores, determinarão não apenas a busca de acordos, mas a submissão à medidas mais drásticas do
que as sugeridas - indicadas em Agendas e protocolos como os de Kioto.
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mada de decisões. Parte desse entendimento, em especial para auxiliar o gestor do meio ambiente, é considerada
neste documento.
Três termos aparecem no título que precisam de especificações conceituais, desde o início, portanto já na
introdução, para se definir uma base razoável de entendimento do planejador, gestor ao tomar decisões. Esses
termos são: descritor, indicador e sustentabilidade referida ao desenvolvimento como base para se acordar –
discutir, definir e implementar a gestão, conservação, manejo (...) dos recursos hídricos no contexto de uma ba-
cia hidrográfica. Essa apresentação conceitual que segue à introdução é feita com foco e propositada viés para o
instrumento de cobrança pelo uso dos recursos hídricos sem, contudo, omitir aspectos relacionados.
Em um sistema de gestão com qualidade é necessário ter clara, definida, objetiva (...) percepção daquilo
que se quer descrever, monitorar, documentar (...): é o descritor.
O conceito descritor compreende aspectos relevantes, de interesse (...) que podem ser medidos, avaliados
e descritos de uma situação particular como é uma bacia hidrográfica, dentro de escalas ou referências determi-
nadas adequadas - aplicáveis nesse território. Significa que não é suficiente (por vezes, inconveniente ou preju-
dicial ao induzir ao erro, com presumível base) “importar” e implantar descritores, ainda que de bacias parecidas
ou aparentemente iguais. É preciso considerar situações, condições, valores, missão, fatores críticos de sucesso
(...) da bacia objeto de descrição.
Os descritores podem ser classificados de diversas formas e para vários propósitos conforme sejam: o te-
ma e os critérios adotados na sua definição; a abrangência no nível de aplicação; a categoria a que se refere; e os
propósitos que se esperam alcançar em cada bacia com o instrumento de cobrança. São exemplos de descritores:
a) Descritores de atendimento ao cliente em termos de satisfação de suas necessidades e expectativas. Neste
caso o cliente é um comitê de bacia hidrográfica, a agência de água, o gerente de um plano diretor, um di-
agnóstico referencial (p.ex., marco zero) (...). Suas necessidades podem ser de soluções: corrigir abusos,
evitar desperdícios, disciplinar o uso – consumo da água, “eliminar” / reduzir em níveis toleráveis (?) con-
flitos entre usuários. Os problemas podem ser abusos, desperdícios, conflitos (...). As reclamações são as
observações, medições e registros desses abusos, desperdícios, conflitos e suas causas. São informações im-
portantes para considerar no instrumento da gestão dos recursos hídricos: a cobrança pelos sues usos. Um
instrumento que deve estar alinhado (para alguns, precedido, como pré-requisito) pela implementação dos
outros quatro instrumentos da política de recursos hídricos (ver Figura 6b).
Em grupos permanentes de trabalhos (p.ex., câmaras técnicas, agências de bacias incumbidas pela cobrança
por delegação da autoridade outorgante / órgão gestor, conselhos e comissões técnicas) que tenham como
competências, entre outras (relação preliminar para fins ilustrativos deste documento):
a.1) Propor critérios (gerais ou específicos conforme sejam os propósitos do grupo) para a cobrança da uti-
lização de recursos hídricos em determinadas atividades, setores, períodos de tempo de uma bacia hidro-
gráfica. Em alguns casos, a proposta pode sugerir a realização de estudos para estabelecer condições ou
bases técnico-operacionais na tomada de decisões sobre a implantação do instrumento da cobrança (p.ex.,
formas, amplitude, abrangência, valores a cobrar, impactos por setores como econômico e seus efeitos
em(...); ambiental e possíveis reconstituição, compensações em (...); mudanças – ajustes de comportamen-
to, compensações, integrações – complementações com os outros instrumentos, entre outros).
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a.2) Analisar e sugerir diretrizes complementares para a implementação e aplicação dos recursos da co-
brança em atividades, obras (...) avaliadas – justificadas como importantes – prioritárias em planos direto-
res de bacias.
a.3) Considerar, estudar e propor, conjuntamente com outros grupos interessados, normas de procedimen-
tos, de condutas, de ações - estratégias (...) para a integração e otimização de procedimentos entre as insti-
tuições responsáveis pela cobrança (...) e a potencialização desse instrumento com ou outros da PNRH.
a.4) Avaliar propostas de cobrança feitas por órgãos e por comissões permanentes como são os comitês de
bacias, com o propósitos de auxiliá-los em procedimentos de implantação, gestão e aplicação dos recursos
dessa cobrança (...).
a.5) Examinar, com detalhes e viés para o propósito da análise, experiências e lições de processos - proce-
dimentos e resultados bem sucedidos em outras bacias e com possibilidades de se constituírem referên-
cias;
a.6) Apreciar com sentido crítico, porém sempre aplicativo, novas idéias e alternativas que possam, em
princípio, melhor atender necessidades e satisfações dos clientes.
É fundamental para propor com consistência, analisar com pertinência, considerar com objetividade, ava-
liar com critérios, examinar com a necessária percepção do fato que é relevante e apreciar para ponderar e
julgar, utilizar descritores que possam auxiliar grupos permanentes nos desempenhos de suas competências
como as de melhor atender aos seus clientes.
Quais são os clientes de câmaras, conselhos, agências, comissões técnicas (...) para os quais se definem
descritores de atendimento às suas necessidades e expectativas? Compreendem todas as pessoas, grupos, se-
tores, instituições públicas e privadas (...), com relações e interesses no instrumento de cobrança pelo uso da
água que é objeto de outorga e de pagamento, conforme princípios e acordos ao caso aplicáveis, muitos de-
les sintetizados em indicadores de um descritor.
Os descritores agrupam indicadores para identificar, caracterizar, informar-comunicar (...) as formas apro-
priadas de participação de envolvidos -afetados pelo instrumento de cobrança: seus interesses e efeitos, en-
tres outros, os de viabilidade desse instrumento; impactos ou externalidades da cobrança; conflitos entre
partes interessadas – afetas; acompanhamento (monitoramento) da aplicação dos recursos provenientes des-
sa cobrança de conformidade com prioridades estabelecidas em planos diretores de bacias, entre outras refe-
rências (...).
Os descritores de atendimento ao cliente objeto de cobrança pelo uso da água podem contribuir para melho-
rar a imagem, perante a sociedade, setores específicos (...) do próprio instrumento e ajudar a avaliar a regu-
laridade, a efetividade e a economicidade da cobrança. Dessa forma é possível alcançar resultados favorá-
veis para o êxito da cobrança, um dos fatores críticos de sucesso da Política Nacional de Recursos Hídricos
(PNRH).
b) Descritores de desempenho de processos e resultados nos quais se tenham usos – consumos de recursos
hídricos objeto de outorga. Portanto, o instrumento de cobrança, precedido pela outorga, ao definir seus ob-
jetivos conforme prescrições da Lei no. 9.433, de 8 jan. 1997, em seu art. 19, Lei que institui a Política Na-
cional de Recursos Hídricos (PNRH), cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos
(SNGRH), deve fazê-lo conforme conjuntos de indicadores com, p.ex., para aferir economicidade e raciona-
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lidade. São objetivos da cobrança:


b.1) Reconhecer a água, por parte do usuário – consumidor com indicações de seu real valor, como um bem
econômico, um bem de domínio público dotado de valor econômico, em função de sua escassez relativa
(p.ex., no tempo, no local para determinadas bacias hidrográficas sob pressão antrópica de seus recursos),
as alternativas de alocação pautadas pelo custo de oportunidade (conceito econômico de um bem econô-
mico), análises de custo / benefícios em cada setor, finalidade, local, período (...).
Ha casos em que o reconhecimento da água para atendimento à população, industria, agricultura - irrigada
(...), precisam de conjuntos de indicadores para compreender sínteses de conteúdos de dados de custo de
administração, operação, manutenção; de “valor agregado” nos processos de mudanças de estado de qua-
lidade (tratamento da água), de local (distribuição) e de segurança de atendimento em épocas de escassez.
b.2) Incentivar a racionalização do uso – consumo, bem como a preservação – proteção de fontes e ciclos, a
conservação e manejo de ambientes e sistemas dos recursos hídricos, o que significa estimular, impulsio-
nar (...) sua utilização na atividade que possa garantir a eficiência produtiva (do usuário consumidor) e a
satisfação do cliente (anteriormente descrito), a sustentabilidade em um contexto de desenvolvimento inte-
grado de regiões, setores (...) da bacia hidrográfica objeto de cobrança.
É preciso estar atento e considerar, na fixação de valores a serem cobrados pelo uso – consumo dos recursos
hídricos em uma bacia hidrográfica, que aspectos, tais como: a captação, extração e derivação, conforme a
natureza do corpo da água, se superficial ou subterrâneo, e a classe em que esse corpo tiver enquadrado no
ponto de captação, extração e derivação; o grau de regularização “assegurado” por obras hidráulicas; as va-
zões (reservadas, captadas, extraídas, consumidas e devolvida ao corpo) e as finalidades a que se destinam;
as sazonalidades e características como as de vulnerabilidades de aqüíferos; os conflitos e “tendências” de
disputas em alternativas de usos – consumos; e as condições socioculturais e econômicas, entre outros as-
pectos, são definidos, em parte, com base em descritores.
Com os objetivos da PNRH de reconhecer e incentivar (...), entre outros, colocam-se em evidências as ne-
cessidades de medir (registrar, analisar-agir, informar – comunicar etc.) esse reconhecimento e o incentivo
à racionalização, de comparar o desempenho de processos e de resultados com a implantação da cobrança.
Nessas evidências se destacam os descritores de desempenho de processos como os de implantação e moni-
toramento da cobrança e de resultados como os de alcançar os objetivos e metas da PNRH na bacia hidro-
gráfica: disciplinar ou racionalizar o uso – consumo dos recursos hídricos.
Outros possíveis incentivos como os de contribuir, no âmbito da bacia hidrográfica objeto de outorga e, a
seguir, de cobrança, pelo uso – consumo de recursos hídricos, em atividades, tais como: gestão descentrali-
zada e participativa; “melhor” localização de usuários na bacia; “ótimas” alternativa de usos – consumos
desses recursos; investimento em despoluição e reuso com “possíveis” compensações – estímulos indutores
à proteção - preservação de fontes, de ciclos (...) de conservação (o uso criterioso dos recursos hídricos na
bacia implica menos consumo, menos lançamentos de efluentes e, portanto um benefício com a redução da
cobrança) e manejo integrado; estudos - pesquisas para gerar tecnologias “limpas” e poupadoras de água
conforme sejam os enquadramentos em classes de usos preponderantes, entre outras contribuições. São
contribuições que se definem, orientam, monitoram (...) com base em descritores.
A implantação de cobrança (...) em uma bacia hidrográfica onde e quando for necessário para assegurar à
atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade desse elemento, em padrões de qualidade adequa-
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dos aos respectivos usos, para incentivar a utilização racional e integrada (...) e condicionada ao quanto e
ao que seja outorgado captar e usar - consumir é um processo e um resultado. Um processo que precisa
ser monitorado e um resultado que precisa ser avaliado para agir no contínuo aperfeiçoamento do instru-
mento e, inclusive, até suspendê-lo: nada pagar quando se possa garantir água para todos, em qualquer
tempo e lugar, um ideal cada vez mais distante que, na mesma proporção, torna-se mais próximo e urgente
considerar na gestão e controle em atividades como as de preservação – proteção e de conservação e mane-
jo, inclusive rever indicativos de captação, extração, derivação (...) julgados, sob certas condições, como
não significativos, mas no agregado ou com mudanças de condições, tornam-se significativos.
O efeito da cobrança na bacia, a internalização do real valor da água em sua melhor opção de utilização e o
incentivo ao uso racional, como processos e resultado, precisam monitoramentos e avaliações - ajustes em
suas regularidades, ajustes e efetividades. Nesses casos, monitoramentos e avaliações – ajustes (se necessá-
rios) são requeridos descritores para atender, entre outros, os fatores críticos de sucesso na implantação
desse instrumento.
c) Descritores de desempenho operacional; de desempenho financeiro; de desempenho na responsabilidade
pública. Todos esses desempenhos se relacionam de alguma forma, com descritores especificados para cada
finalidade dos desempenhos.
d) Descritores de normalização – sistematização. A PNRH se caracteriza, entre outras novidades, pelo com-
partilhamento gerencial participativo e descentralizado tendo como unidade territorial a bacia hidrográfica
cuja gestão deve ser integrada com a gestão ambiental e a gestão de uso do solo. Integrar essas gestões pres-
supõe ter elementos com denominadores comuns, sendo a normalização e sistematização uma forma para
estabelecer pontos comuns e viabilizar essa integração.
e) Descritores de um estado climático, de condições que definem qualidade ou quantidade dos recursos hídri-
cos em determinado local e período de tempo em uma bacia hidrográfica.
f) Descritores para tratar fatores críticos de sucesso na implementação do instrumento de cobrança; um ins-
trumento que deve ser integrado com os outros da PNRH e todos harmonizados e complementados coloca-
dos em um plano diretor da bacia hidrográfica. A parte operacional dos aspectos de harmonização, comple-
mentação e disposição em um plano precisam bases perceptivas daquilo que se quer descrever, harmonizar,
complementar, documentar (...)
Os elementos necessários para delinear, medir, acompanhar, comparar, documentar, comunicar, avaliar-
agir (...), constituídos pelas sínteses e retenções de significados essenciais implícitos em dados “consistidos”
úteis e valiosos de um fato ou fenômeno particular, são representados por indicadores.
São representações que compreendem e sintetizam dados diferentes de várias fontes (p.ex., primárias e
secundárias); naturezas (p.ex., qualitativos e quantitativos); perspectivas (p.ex., dados para indicadores retros-
pectivos ou diagnósticos e evoluções passadas; prospectivos ou evoluções – trajetórias esperadas; e de monito-
ramento para acompanhar a implementação do instrumento de cobrança inserido em um plano diretor de bacia
hidrográfica); e categorias (p.ex. motriz, pressão, “estado”, impacto, resposta e efeito).
Os indicadores podem ser os resultados de dados agregados, de maneiras simples como médias ou ponde-
rada, para se definirem novos conceitos.
Indicador (do latim indicare, com o significado de descobrir, apontar, estimar...) para demonstrar, anunci-
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Descritores e Indicadores de Sustentabilidade no Ato de Cobrança pelo Uso de Recursos


Hídricos

ar, revelar, expor, informar (...) sobre o “estado”, condição ou progresso em direção a uma determinada meta,
como, p.ex., o desenvolvimento sustentável de uma região. Pode ser entendido como um recurso que deixa per-
ceptível uma tendência que não é imediatamente detectável ou de simples observação. Esse recurso que resume
informações primárias relevantes de um fato ou fenômeno particular, ao fazer o desdobramento de descritores do
meio ambiente ou do desenvolvimento sustentável, obedece a determinados critérios, tais como:
a) Pertinência política e utilidade – aplicação prática: operacionalização desde sua definição (definição opera-
cional do indicador) até a análise e aplicação.
b) Exatidão da representação e de análise com fundamentos teóricos corretos tanto em termos científicos
quanto técnicos e práticos.
c) Mensurabilidade (com escalas de medição apropriadas e com possibilidades comparativas com bases em
escalas como as nominais, ordinais, intervalares e de razão) e disponibilidade – acessibilidade em termos
econômicos como a razão custo / benefício.
d) Confiabilidade ou capacidade do indicador discriminar entre um valor, “estado”, condição, projeção (...) e
outro ou outros; e validade ou capacidade – consistência da escala para quantificar qualidades específicas pa-
ra as quais se define o indicador e não outra(s) qualidade(s) parecida(s). São exemplos de indicadores:
a) No descritor de atendimento ao cliente: as pessoas, setores, instituições (...) que se encontram em uma ba-
cia hidrográfica, os objetivos de satisfação de suas necessidades de abastecimento de água potável e sanea-
mento básico. Exemplos de indicadores podem ser:
a.1) consumo per capta de água urbana / rural (l/hab./dia) durante o período (...);
a.2) domicílios sem ligação a rede de esgoto ou fossa séptica, por classe de renda (%) ou outra referência
de classificação, de agrupamento;
a.3) retirada anual de água, segundo os diferentes usos (%), considerando-se diversos critérios de
classificação conforme as características e exigências particulares;
a.4) internações hospitalares provenientes de doenças que tem veiculação hídrica (%);
a.5) percentagem de esgoto tratado no total de esgoto produzido segundo os tipos de tratamento (%);
a.6) água tratada por domicílio com as devidas especificações de unidades de medidas, classificações etc;
a.7) conflitos gerados pela demanda de água X disponibilidade total desse recurso.
b) Descritores de “estado” / condições (...) do meio ambiente no que se refere ao uso de recursos naturais e à
degradação ambiental, relacionados aos objetivos de preservação (quando necessário) e de conservação –
manejo integrado (sempre). São exemplos de indicadores ambientais, dentro de descritores de “estado” /
condições (...), os seguintes:
b.1) extração de água subterrânea, em unidades de (...) por períodos do anos (...), na bacia (...);
b.2) nº de poços/ano perfurados na bacia (...), com especificações técnicas em termos de profundidade, tipo
de solo (...), uso da água etc.;
b.3) taxa de crescimento de áreas irrigadas na área da bacia, com especificações técnicas necessárias para
avaliar, monitorar (...);
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b.4) demanda para outorga de uso de água na bacia (...) em projetos de irrigação com relação ao total de
outorgas (%) concedidas no período (...);
b.5) diminuição da profundidade média, em (especificar as unidades de medidas, perfis ou trechos medidos
etc.) dos principais rios da bacia (...);
b.6) índice qualidade de água - DBO/OD, nas respectivas unidades e correspondentes procedimentos
técnicos (...) na bacia (...); despoluição da bacia (...) pautada com base de indicadores (...).
c) Descritores de desempenho econômico e financeiro de impactos do uso – consumo de água na bacia (...). É
preciso perceber e entender que a maioria dos impactos que ocorrem em uma bacia hidrográfica sob pressão
antrópica não ocorre isoladamente, mas são os resultados de integrações – interações seqüências e potencia-
lizadas de diferentes usos da cobertura vegetal, dos solos e das águas, variáveis de bacia a bacia. Esses des-
critores têm como objetivos buscar a eficiência de processos produtivos e resultados e a eficácia de altera-
ções em estruturas de consumo orientadas a uma reprodução econômica sustentável em longo prazo. São
exemplos de indicadores em descritores de desempenho:
c.1) eficiência dos prestadores de serviços de saneamento (público e privado) determinada por coeficientes.
c.2) tarifação da poluição devidamente expressa em valores econômicos de custos internalizados em suas
fontes conforme ocorrências e naturezas poluidoras;
c.3) investimento em: esgotamento sanitário, abastecimento de água, coleta de lixo: valores econômicos;
c.4) custo marginal de água tratada (custo marginal de esgoto tratado etc.) um conceito econômico
devidamente dimensionado;
c.5) preço público unitário (especificar as unidades e referências de medidas das variáveis que compõem o
indicador) x arrecadação por segmento de usuário.
A seleção de indicadores de sustentabilidade precisa atender determinados interesses, os que estão em fo-
co e perspectivas dos clientes, dos usuários – beneficiários em determinado local, região ou bacia hidrográfica.
No entanto, nem todos eles têm acesso, conhecimento ou interesse na ampla gama de dados, na síntese-
integração e análise e na utilidade – aplicação dos indicadores. Cada usuário irá demandar as informações de
acordo com seus interesses, conveniências, possibilidades (...), sendo desejável, na gestão ambiental, que tais
interesses individuais, setoriais (...) confluam para um interesse social que essa gestão busca; isto, porque a in-
formação ambiental deve servir a diversos usos e usuários. Pelo volume, cada vez maior, e pela complexidade –
interação de dados é preciso discutir, acordar e adotar critérios para o desenvolvimento de uma estrutura de indi-
cadores suficientes ao suporte de tomadas de decisões coletivas.
Outro conceito a ser tratado neste documento é o índice. Pode ser definido como um conjunto de estimati-
vas de parâmetros ou de indicadores agregados ou ponderados, descritores de uma situação, fato ou fenômeno
(sem pretender retratar a realidade, apenas representá-la em), para facilitar comparações.
Pelo fato de se agregarem dados ou pela introdução de ponderações em um número-índice, é possível ter
distorções em relação aos dados originais, mas, mesmo assim, são valiosos instrumentos de apoio à tomada de
decisões, à gestão ambiental.
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Descritores e Indicadores de Sustentabilidade no Ato de Cobrança pelo Uso de Recursos


Hídricos

O índice representa um padrão (generalização) ou um critério (especificação para determinada situação)


de medida de indicadores, possibilitando sistematizar p.ex., (uniformizar), estabelecer metas e acompanhar
(p.ex., monitorar) processos e resultados como no caso de indicadores de indicadores de:
a) Satisfação do cliente: valores (ou “proxies”) para aprender a conhecer o cliente: saber o que eles apreciam,
o que não gostam; o que gostariam de mudar; como desejam mudar, quais são as necessidades tradicionais
(estáveis), novas.,..; quais são as expectativas em relação a (...); como adiantar-se para satisfazê-las (...); o
índice: de No. de devolução / No. de clientes atendidos no período (...).
a) Produtividade; em geral são ligados à eficiência e se encontram em processos que utilizam recursos para
gerar bens e serviços; medir o que ocorre no interior de processos e atividades possibilita detectar proble-
mas, às vezes, preveni-los; o índice (produtividade): toneladas / ha.
Os conceitos dado, indicador e índice podem ser sintetizados em gráficos, uma deles é a pirâmide de in-
formações. Na base dessa pirâmide se têm os dados primários de diversas fontes; depois, os dados secundários
que poderão complementar ou ser complementado por dados primários; dessas duas fontes de dados, procura-se
a compatibilização, integração (...) para se definir uma base de dados, uma base que além de dados consistidos e
agrupados de acordo com critérios, possua um sistema gerenciador e programas para gerar, gerenciar e analisar –
sintetizar dados em indicadores, para definir índices.
Alguns aspectos como os de sistemas e simulação são apresentados em níveis introdutórios e como assun-
tos que possam despertar, no leitor, o interesse ou que incitem à reflexão e às pesquisas documentais e bibliográ-
ficas necessárias para se ter um melhor entendimento e, em função de conveniências, possibilidades e necessida-
des, procure-se sua aplicação. As fontes citadas no documento podem constituir um primeiro passo dessas pes-
quisas.
A parte que segue apresenta o desenvolvimento do tema com destaque para componentes básicos: a defi-
nições do problema, de hipóteses, de objetivos e de metodologia; e a apresentação de resultados.
O documento foi elaborado com base em orientações de normatização da Associação Brasileira de Nor-
mas Técnicas (ABNT), adiantando-se que, apesar do rigor técnico – científico e dos cuidados na apresentação
para oferecer um documento de referência na educação ambiental – hídrica: indicadores, o propósito é prático.
Oferecer um material útil - aplicável pelo seu valor prático, consistente pela fundamentação teórica aberta - inte-
grada à realidade, e valioso por compor aspectos teóricos e práticos. Com esse propósito são apresentadas ilus-
trações para facilitar o entendimento de conceitos e suas aplicações práticas.
O documento não deve ser visto como um manual de indicadores ou modelo, mas como orientações ge-
rais que poderão servir como referências, susceptíveis de ajustes - mudanças.
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Hídricos

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Problema: Importância e Justificativa

“Utilizaria 55 minutos para definir o problema e


5 minutos para resolvê-lo”.
Pensamento atribuído a Albert Einstein, ao responder
sobre o que faria se dispusesse de uma hora para sal-
var o mundo.

O sentido genérico de problema é o de preocupações com (...); anormalidades em (...); processo e resulta-
do indesejável de (...); diferenças constatáveis, registráveis (...) entre uma situação, condição, “estado” (...) dese-
jado e possível ou provável e uma situação, condição, “estado” (...) presente “certo” que é indesejável, prejudici-
al, gera custos evitáveis (se solucionado o problema quando tratadas as causas que o geram, atendidas as condi-
ções de adoção etc.). Esse sentido é ilustrado na Figura 1, com exemplo de um problema na bacia do Taquari
coexistindo com situações desejáveis a serem preservadas (interseção entre situações com problema e desejada:
parte superior). A solução, no futuro, deve ser integrada no sistema que contém o problema no presente, sendo o
resultado da implantação do projeto ou da realização do estudo, conforme decisões e recursos aplicados nessas
atividades. Ao final se têm indicadores para avaliações ex-antes e tomada de decisões.
As preocupações com externalidades negativas, tecnológicas e pecuniárias, derivadas de atitudes e com-
portamentos individuais e coletivos; de anormalidades multivariadas em processos e resultados que se traduzem
em custos / passivos ambientais; e de “descuidos” de instituições públicas e privadas (...) que geram perturba-
ções, degradações, perdas (...) dos recursos hídricos, representam, de maneira progressiva, grandes desafios para
planejadores e gestores atenderem – responderem às inquietações, preocupações, desafios (...). Desafios para
definirem delineamentos específicos de monitoramentos, de prevenções e controles, de avaliações e ações como
as de educação ambiental para prevenir (minimizar) externalidades ou, quando ocorrerem, internalizá-las em
suas fontes; e recuperar ou compensar efeitos negativos de anormalidades e “descuidos”.
São delineamentos, ações e estratégias que não podem ser compreendidas, analisadas, avaliadas sob ape-
nas uma perspectiva, um assunto, uma dimensão, um agente (...) como, p. ex., a de qualidade ou quantidade de
água, a de captação ou despejo de efluentes em um corpo hídrico por parte de um setor ou cliente em determina-
do ponto de uma bacia hidrográfica (...). É preciso que planejadores e gestores disponham de elementos que
compreendam o essencial, sintetizem - simplifiquem as informações necessárias e relevantes de fatos ou fenô-
menos da realidade objeto de preocupações e que esses elementos as evidenciem com clareza, objetividade, pre-
cisão, oportunidade, facilidade de entendimento (...).
São os indicadores, com capacidade para comunicar e informar, além de possibilitar monitorar, avaliar,
decidir – agir (...), acerca de fatos como são os fatores críticos de sucesso na implantação do instrumento de
cobrança pelo uso da água, com consistência na visão de longo prazo.
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SP problema ≠ SF desejada

SP problema SF desejada

SP desejada

Necessidades. Oportunidades Satisfação. Aproveitamento


Possibilidades do cliente (...) Atendimento ao cliente (...)

“Situação” no presente SP: “Situação” esperada no futuro SF:


Com um problema (oportunidade) Com uma solução (aproveitamento)
devidamente caracterizado, delimita- Solução. Aproveitamento /futuros
do (...): causas, efeitos.clientes afeta- Previsão racional: planos, ações, atividades,
dos, local (...): referência para buscar estratégias (...) inter-relacionadas, coorde-
a solução; oportunidade a desvendar nadas e gerenciadas. Recursos previstos
e/ou aproveitar. Integrável no siste-P r o j e t o necessários para atingir os objetivos propos-
ma. Estudo-pesquisatos com resultados exeqüíveis, desejáveis,
sustentáveis
implantação

Decisão para (...)


Recursos aplicados

Problema Solução

“Situação esperada” no futuro SF: solução com efetividade, desejável e


possível; oportunidade aproveitada com “sustentabilidade” em (...)

Avaliar-decidir

[indicadores: ISP e da ISF ]


Custo da SP em termos de (...).
“Benefícios” da SF  Estudo em (...)
C > B avaliação ex antes  Não fazer
C << B  realizar o estudo

Figura 1 O projeto como instrumento de planejamento e tomada de decisões que relaciona duas situa-
ções: presente: SP C (necessidades, oportunidades: Problema) e esperada / futura: SF B (solu-
ções, aproveitamento).
Fonte Garcia (2007c)
17

Descritores e Indicadores de Sustentabilidade no Ato de Cobrança pelo Uso de Recursos


Hídricos

Os indicadores são elementos que possibilitem agir já no curto prazo, porém sem o imediatismo de pre-
tendidas soluções pelas manifestações ou sintomas do problema, de conjeturas sobre fatores críticos, de presu-
midas potencialidades (...). São elementos que sustentam-orientem avaliações- ações conforme indicações de
prioridade que um indicador “consistente” venha a apontar e possa especificar em horizontes como os de curto,
médio e longo prazos seqüenciais e, por vezes, complementares - integráveis.
Ao considerar, como parte de preocupações; como fatores de delineamentos, ações e estratégias; e com o
que os comitês de bacias hidrográficas precisam compreender e internalizar na forma de diretrizes gerais relaci-
onadas com o instrumento de cobrança da política de recursos hídricos:
a) A implantação da cobrança pelo uso de recursos hídricos deve ser definida pelo comitê da bacia hidrográfi-
ca, ouvido o respectivo órgão gestor e de conformidade com o plano diretor dessa bacia; com as metas e ob-
jetivos e os meios e sinalizações de priorização – alocação propostas nesse plano; bem como de acordo com
orientações da política de recursos hídricos em várias instâncias que ao caso se apliquem.
b) O conjunto de parâmetros selecionados para indicar ações e estratégias como as de prevenção - proteção,
educação ambiental, recuperação, conservação, manejo (...) de condições e atributos de qualidade e quanti-
dade de água, para subsidiar a proposta de acompanhamento, implantação e avaliação da cobrança, devem
ser representativos da bacia hidrográfica objeto dessa aplicação. Tais representações não são apenas das
condições naturais (p.ex., físicas) da bacia, mas de impactos provenientes de intervenções ocorridas nesse
território incluindo possíveis impactos esperados de intervenções projetadas. São parâmetros que devem es-
tar em consonância com os objetivos e metas progressivas, intermediárias e finais, propostas em um plano
diretor da bacia e em orientações e diretrizes da política de recursos hídricos. 2
c) As ações e estratégias de planejamento, de critérios e princípios para definir intervenções e de gestão na ba-
cia hidrográfica referentes à cobrança, devem ser sustentadas em informações consistentes, operacionais, ob-
jetivas, úteis – valiosas (...) que possam se traduzir (sintetizar) em indicadores. Precisam ser informações
primárias que permitam agregações, sínteses e retenções de significados essenciais dos dados e que possibi-
litem monitoramentos periódicos e análises, entre outras, as de natureza estatísticas, para inferências e supor-
te às decisões em cursos de processos, em avaliação de resultados, em projeções de intervenções.
A “tradução” de dados valiosos e úteis em indicadores aplicáveis pressupõe a existência de condições e de
critérios de seleção dos indicadores.
O DGOTDU (2000; complementado e adequado ao texto) apresenta alguns desses critérios, tais como:
a) a existência de uma base de dados representativos da realidade e consistentes com o objeto representado;
uma base que represente fenômenos físicos (ambientais) como os hídricos, hidrológicos, meteorológicos
(...); econômicos como os relativos à alocação, uso e desempenho econômico (micro e macro) e financeiro
de impactos na utilização – consumo da água; sociais como os de saneamento básico; e institucionais, re-
lativos às orientações políticas, capacidade de esforços despendidos para provocar as mudanças;

2
Na fixação de valores a serem cobrados pelo uso dos recursos hídricos sujeitos à outorga em uma bacia hidrográfica de-
vem ser observados, dentre outros aspectos, as derivações, captações e extrações de água; o volume retirado e seu regime de
variação; os lançamentos de esgotos e demais resíduos líquidos ou gasosos, o volume lançado e seu regime de variação; as
características físico-químicas, biológicas e de toxicidade do efluente (Lei no. 9.433, de 8 de jan. de 1997; art. 21). Tais
observações devem ser representadas em termos de indicadores objetivos e verificáveis no espaço objeto de gestão.
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b) a exeqüibilidade de estabelecimento de metas e valores de referências necessárias para monitorar e avaliar


níveis de qualidade e desempenhos;
c) as possibilidades de manterem atualizados os dados e de disporem critérios e meios de comparação neces-
sários para aferir desempenhos;
d) a relevância do significado e objetividade do indicador;
e) a facilidade de interpretação do indicador;
f) um adequado número: apenas um número necessário de indicadores.
Tais considerações representam critérios compreendem diversos fatores críticos e problemas que devem ser
considerados em cada caso conforme necessidades, possibilidades e orientações específicas.
d) A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, através de seus respectivos órgãos competentes no
tratamento dos recursos hídricos, devem exercer suas atividades orientadoras (p.ex., de educação ambiental),
fiscalizadoras (p.ex., as de vigiar e monitorar) e punitivas (p.ex., as de pugnar contra o desperdício) de inter-
venções, nos limites de sua competência e de suas áreas de atuações. Neste caso, esse exercício se orienta
para a implementação do instrumento de cobrança pelo uso dos recursos hídricos em seus domínios.
Destacam-se, nas considerações acima exemplificadas, um elemento central que poderá “viabilizar” ou
auxiliar (ou não) o cumprimento do dever do comitê de bacia hidrográfica, da agência de água (...) para definir
valores a serem sugeridos na cobrança pelo uso de recursos hídrico (...). Isto a ser feito, conforme orientações
gerais do Conselho Nacional de Recursos Hídricos traduzidas, no nível de bacia, no dever de estudar, adequar,
sugerir (...) parâmetros de prevenção, recuperação, conservação, manejo (...) que estejam associados ao reconhe-
cimento da água como um bem econômico e ao incentivo a racionalização de seu uso. O “bom” cumprimento
dessa obrigação depende, em parte, da qualidade e da efetividade do suporte às decisões tomadas em cada caso,
em cada instância.
O suporte às decisões tem como elemento central os indicadores; sem esses indicadores ou com indicado-
res inconsistentes não se terá uma decisão sólida e útil.
No caso, p.ex., de impactos do desenvolvimento urbano em um sistema hidrológico, os indicadores poderão
compreender, entre outros fatores observáveis, medíveis, registráveis, condensáveis (...), os seguintes:
a) as variações de vazões em pontos críticos da bacia e seus efeitos em inundações, em prejuízos das inunda-
ções (...), traduzidas – sintetizadas em indicadores;
b) as variações nas quantidades de materiais sólidos e seus efeitos na contaminação do escoamento superfici-
al, na obstrução em sistemas de drenagens, na redução da capacidade de tolerar o aumento (freqüência e in-
tensidade) de inundações (...), traduzidas – simplificadas em indicadores;
c) as variações na qualidade da água mediante indicadores físicos, químicos e biológicos (...) que auxiliem o
monitoramento de impactos do desenvolvimento urbano desordenado e sem critérios de sustentabilidade.
São indicadores que poderão acenar para a formulação de programas e planos entre outros os de educação
ambiental da população que possam reduzir os impactos e “conviver” com as variações em suas condições nor-
mais.
19

Descritores e Indicadores de Sustentabilidade no Ato de Cobrança pelo Uso de Recursos


Hídricos

A cobrança pelo uso de recursos hídricos sujeitos a outorga em uma bacia deve estar inserida em um pla-
no diretor, compatibilizada – integrada com outros instrumentos da política de recursos hídricos que se aplicam
nessa bacia (ver Figuras 6 e 7) e ser consistente com planos maiores como os de desenvolvimento sustentável
definido para esse território ou para a região que o compreenda.
Nesse contexto, sustentabilidade significa acordar, definir e concluir diferentes objetivos de vários pro-
gramas (planos) simultaneamente. Tal acordo e implantação compreendem preocupações e ações-estratégias
sociais, ambientais, econômicas, institucionais (...) integradas e consideradas ao mesmo tempo, sem que os efei-
tos dessas ações presentes venham a comprometer o atendimento esperado de necessidades – possibilidades das
populações (gerações) futuras.
O sentido de sustentabilidade pressupõe considerar diversos fatores críticos de sucesso e os problemas
que devem ser tratados (ordenamento de problemas e de tratamentos definidos por indicadores) para eliminar ou
reduzir (solução), em níveis toleráveis (tolerância expressa por indicadores), as diferenças entre as situações
desejadas / desejáveis e possíveis e as situações presentes e indesejáveis (Figura 1) ambas as situações definida,
quanto possível, por indicadores.
É o sentido geral de problema para pesquisa, para estudo (o destaque da palavra para tem o propósito de
evidenciar um agente afetado pelo problema e interessado na sua solução: busca alguém para...) com seus prin-
cipais componentes de causas, à montante em lógicos e seqüências desdobramentos (Porquês?; Figura 2), e de
efeitos ou conseqüências, à jusante, também, com possíveis efeitos cascatas. São conseqüências indesejáveis
como, p.ex., simplificações de ecossistemas florestais que afetam habitats, que alteram populações, que reduzem
cadeias tróficas, que diminuem a biodiversidade, que comprometem fontes de crescimento (...). Em cada caso e
ao longo de cadeias ou de estruturas interdependentes se têm (é preciso ter) indicadores de monitoramento e de
avaliação – ação corretiva, de ações preventivas, corretivas e educativas para (...).
Nos fatores críticos de sucesso na implantação do instrumento de cobrança pelo uso da água em uma ba-
cia hidrográfica e nos indicadores que evidencias e auxiliam o estudo desses fatores há estreitas relações ilustra-
das, com uns poucos casos, a seguir:

Fatores Críticos de Sucesso Possíveis Indicadores


Mecanismos de acompanhamento, de análise Estudos específicos com recomendações técnicas para orientar a co-
da viabilidade financeira assegurada pela brança / Número total de estudos realizados por (...) no período (...)..
cobrança e de efetuar, por delegação do outor- Reuniões específicas para estabelecer mecanismos de cobrança, sugerir
gante, essa cobrança (Agência de Água) valores a serem cobrados / Total de reuniões do Comitê (...)
Comprometimento, conforme indicadores de priorização (...), dos
Desvios dos recursos gerados da cobrança recursos da cobrança em obras indicadas no plano diretor
pelo uso da água na bacia (...) Volume de recursos em áreas priorizadas no plano / Volume total de
recursos gerados pela cobrança
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IMPACTOS IMPACTOS
E F E I T O A G R E G A D O : Σ yi e/ou Π yi

Taxa: Σ yi / Π yi
A : E f e i t o s

Taxa x 1→y 1 Taxa x n →y n

Efeito y 2 Efeito yn-1 Efeito y n


Efeito y 1 ...

Problemas relacionados:
PROBLEM A CENTRAL - forte: indicadores (...)
- médio: indicadores (...)
- fraco: indicadores (...)
Taxa: Σ x i / Πxi

Taxa x 1 Taxa x n-1 Taxa x n


Taxa x 2

Por que?
C a u s a s

...
Causa x 1 Causa x 2 Causa x n - 1 Causa x n

Subcausa x 1.1 Subcausa x 2.1 ... Subcausa x n-1,1 Subcausa x n.1

Por que?
B :

Subcausa x 1.2 Subcausa x 2.2 . . . Subcausa x n-1,2 Subcausa x n. 2

... ... ... ... Por que?

Subcausa x 1.r Subcausa x 2.s ... Subcausa x n-1.p Subcausa x n.q

Causa = o que produz, acarreta, condiciona, o que permite explicar, definir (...); a razão da ocorrência ou do efeito em (...)
Indicador = elemento quantitativo - qualitativo / medir o atendimento de um objetivo / informar - comunicar / evidenciar.
Descritor = conjunto de indicadores agrupados conforme determinados critérios.

Figura 2 Esquema geral de representação de uma árvore de problemas ilustrado para apenas dois níveis
de desdobramento (Parte A: efeitos) e diagrama de representação do problema (Parte B: causas)
Fonte: Garcia (2007a; simplificado)
21

Descritores e Indicadores de Sustentabilidade no Ato de Cobrança pelo Uso de Recursos


Hídricos

Um problema para estudo – pesquisa, por seu interesse, oportunidade, conveniência (...), precisa ser:
a) Devidamente identificado e caracterizado, tais como: pelas causas que deram origem ao problema: indica-
dores da importância, pertinência (...); pelos entes afetados na bacia ou fora dela: indicadores que os carac-
terizem social, econômica, ambiental, institucional (...); pelas insatisfações ou perdas provocadas: indicado-
res de perdas; pelas expectativas e desejos - disposição de adoção da solução: indicadores.
b) Convenientemente delimitado como, p. ex., no tempo e no espaço, na oportunidade de consideração defi-
nida em referências como planos de desenvolvimento, programas estratégicos (...) em que o problema é in-
dicado em sua gravidade e necessidade de solução.
c) Satisfatoriamente caracterizado como, p.ex., em um contexto como o de um sistema ou ambiente que o
compreende, de teorias científicas que possibilitem o tratamento pelo método científico (o problema até
poderia ter outro tipo de tratamento como “mágico” e divino, não considerado neste documento) e de raci-
onalidades, entre outras, a econômica, cuja caracterização justifique esse tratamento.
d) Exeqüível tanto no enfoque técnico-científico como prático-operacional para que com os resultados de so-
lução do problema se possam manter (ou recuperar) e melhorar características, “estados”, condições, “ex-
cedentes econômicos” (...) em dimensões como as sociais, ambientais, econômicas, institucionais (...).
Uma síntese do conceito problema para estudo- pesquisa é apresentada nas Figuras 2 e 3 (o texto básico e
seus desdobramentos se encontram nas referências citadas nessas ilustrações e especificadas nas referências).
A própria percepção do que é relevante em uma situação problematizada; da (s) causa (s) importante (s)
responsável (eis) por essa situação; do que deve e pode ser medido; e de como representar a situação indesejável,
bem como de procedimentos para construir cenários desejáveis e possíveis, constitui-se um problema. Um pro-
blema não apenas em termos de dificuldades em perceber, medir, representar, diagnosticar, prospectar (...) a
situação a modificar, acompanhar, monitorar-avaliar (...) com as ações propostas (...), mas pela deficiente educa-
ção e a pouca conscientização para manter e melhorar características, pela cultura do imediatismo e de deixar
para “depois” a solução de problemas graves ou de problemas menores que acenam para se agravarem.
É preciso observar e atender, quanto possível, situações em que causas e sub-causas apresentam intera-
ções sinérgicas com transbordamentos de efeitos multiplicadores, como p.ex., o desmatamento e limpeza de uma
área ao gerar impactos negativos no meio físico: erosão, sedimentação, inundação, alterações ecossistêmicas
locais. Tais efeitos podem ser traduzidos em indicadores necessários para orientar planos como os de medidas
mitigadoras e educação ambiental. Nessas situações, os fatores causais não podem (não deveriam) ser considera-
do isoladamente de outros com as quais estão associados e agem simultaneamente. A solução de apenas uma
parte do problema, de algumas de suas causas, pode perde seu efeito na solução ou, por vezes, tal solução parcial
não seria significativa ou eficiente. Exemplos:
Impacto Ambiental Indicadores
Contaminação Superfície alterada / lixo orgânico e inorgânico
Alteração com a retirada da cobertura vegetal
Alterações: desmatamento, erosão,
Mudança de animais do deu habitat
assoreamento, inundação (...)
Perda do solo / Alteração da bacia no ponto (...)
Qualidade da água no ponto (...) Cor mais escura (turva) / lixo nas margens rios
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a) Pessoal (1) b) Métodos (1) c) Máquina (2)

E f e i t o s:
- Insatisfação com (...)
- Perdas em (...)
- Incertezas de (...)

d) Materiais (2) e) Gestão (1) f) Ambiente (3 e 4)

C a u s a s : indicadores Efeitos
Força-motriz (1); pressões (2); “estados” (3); impactos (4); indicadores

a) Pessoal. Fatores críticos, tais como: treinamento inadequado ou incompleto; sem objetividade nem relação
direta com a função ou com o fim proposto / esperado de melhoria, com o treinamento do pessoal (...): Indica-
dores para fazer a seleção, programar o treinamento, avaliar – re-alocar (...) inadequados;
b) Métodos. Técnicas e procedimentos críticos: complexos, teóricos (...) e sem possibilidades de serem aplicados
na realidade; no outro extremo, simplistas, rudimentares, sem base suficientes (...) sem utilidade: Indicadores
inconsistentes para selecionar avaliar – testar – ajustar / adequar à realidade os métodos necessários.
c) Máquinas. Dimensionamentos críticos: obsoletas, insuficientes, com exigências de freqüentes reparos (...); no
outro extremo: além da capacidade real de uso (...) gerando custos fixos pela ociosidade: Indicadores para di-
mensionar, projetar, selecionar, adquirir, manter / substituir (...) não adequados à realidades, objetivos (...).
d) Materiais. Aspectos críticos, tais como: sem a necessária qualidade para atender às exigências de (...), em
conseqüência de (...): O não-atendimento é determinado por indicadores inconsistentes (ausência deles).
e) Gestão. Fatores críticos, tais como; rigidez, ações –m estratégias centradas no habitual, no que é convencio-
nal; fechada, pré-concebida; sem habilidades e competências (...); Indicadores de gestão críticos.
f) Ambiente. Aspectos críticos, tais como: bloqueador de novas percepções de criatividade e originalidade;
fisicamente desconfortável (ruído, pouca luminosidade) que “limitam” o “bom” desempenho (...). São nume-
rosos os exemplos de possíveis indicadores para informar – comunicar, prever (...) estados ambientais.

Figura 3 Ilustração de relações causas-e-efeitos no Diagrama de Ishikawa para visualizar fatores


críticos responsáveis pela definição de um problema para pesquisa, destacando-se os indicadores.
Fonte: Garcia (2007a; simplificado e adaptado).
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Hídricos

O problema (ou a oportunidade) é (pode ser) o resultado de muitas causas (fatores) integradas e que, com
freqüência, complementam-se e se potencializam ou sinergizam para gerar um grande problema: o problema
central. Há circunstâncias em que esses fatores causais coexistem com fatores positivos a precisam de preserva-
ção. Os fatores responsáveis pelo problema modelizado (simplificado) requerem, portanto, soluções que inte-
grem o tratamento dessa causas estreitamente - intimemente relacionadas. Deve apontar o facilitar a obtenção de
soluções que se integrem no sistema, modificando-o, conforme indicado na Figura 1. Esse é, em parte, o concei-
to de sistema traduzido por indicadores entre seus componentes com variáveis níveis de efeitos e importância
relativa no problema central (Figura 2). Entretanto, a simplificação para um melhor entendimento recomenda,
pelo menos do ponto de vista didático, continuar com a análise desagregada da “arvore de problema”, com o
destaque de elos, mediante indicadores, que possam favorecer a análises do conjunto, seja no problema, seja na
solução.
Revisar o esquema completo da “árvore de problema” (Figura 2) ou do diagrama de Ishikawa (Figura 3)
verificando, em cada fase ou ramificação (espinha) dessa “arvore” (diagrama), a consistência, validade e integri-
dade de cada componente ou fator associado com outro(s), sua importância no contexto (...).
É necessário buscar certo consenso, entre os atores envolvidos no planejamento, gestão, financiamento e
clientes acerca do problema central, um problema que requer de identificação e avaliação mediante indicadores
dirigidos aos vários fatores determinantes; uma estatística, medição ou coeficiente que se relaciona com uma
condição, uma mudança de um atributo ou de um “estado” que se pretende avaliar para melhorar, solucionar,
aproveitar. Uma vez obtido esse consenso em termos de relevância, oportunidade, exeqüibilidade técnica e ope-
racional etc., dos problemas e suas correspondentes representações por indicadores, segue o reexame de causas
essenciais e subseqüentes desdobramentos ao responder os porquês em vários níveis. Tal re-exame pode ser ori-
entado pelas respostas, em cada nível, à pergunta por que ocorre tal fato, fenômeno, condição, “estado”?
O agrupamento de causas indicadas em um “problema” ou diagrama pode ser orientado por vários crité-
rios como os de afinidades (p. ex., complementaridades e “atrações” que fatores causais de um problema pode-
rão apresentar) e de seqüências lógicas de desdobramentos e evoluções desses componentes. Nesse contexto e de
acordo com os dados e informações levantadas para a pesquisa, pode haver necessidade de ajustes, reorientações,
redefinições dos problemas, das principais causas do problema selecionado.
Os aspectos básicos de identificar, delimitar, caracterizar (...) um problema ou uma oportunidade relevan-
te e estratégica a considerar em um plano de gestão da bacia hidrográfica são fundamentais para se definirem
roteiros, formularem estratégias, acordarem ações (...) orientadas para buscar a solução (do problema) ou o apro-
veitamento (da oportunidade). Esses aspectos compreendem informações relevantes que determinam que certos
fatos, fenômenos (...) ocorrem na realidade considerada e se tornem evidentes.
Tais informações ou imagens representativas da realidade se sintetizam em indicadores motrizes, de pres-
são, de “estados”, de impactos, de respostas, de efeitos, de associações (...) necessárias para descobrir, indicar,
comunicar-informar (...) algo de interesse como é a existência de um problema (de uma oportunidade) e que por
isso é particularmente importante na gestão do meio ambiente.
A identificação, delimitação, caracterização (...) de um problema (de uma oportunidade) baseado em indi-
cadores não é considerada neste documento, apenas indicando-se fontes para consulta. O foco é para assuntos
problematizados anteriores à definição do problema. Restringe-s, portanto, à problemas que se encontram no
meio para se definir outros problemas: os problemas dos indicadores.
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Uma das exigências para planejadores, tomadores de decisão, gestores (...) da bacia hidrográfica possam
disciplinar o fazer com “racionalidade” sustentável e medir o progresso é dispor de dados relevantes, úteis e
valiosos; dados que sejam sintetizados em parâmetros representativos, de fácil entendimento e aplicação para
medir diferenças como, p.ex., entre situações problematizadas e situações desejáveis; para alicerçar decisões e
escolhas; para orientar e avaliar critérios de desempenho na eficácia (...) de processos e resultados.
De forma simples o problema que dá origem ao estudo-pesquisa de indicadores, sob dois enfoques ou
perspectivas interdependentes, pode ser sintetizado na Figura 4. No cabeçalho e lado direito (I) sãoindicados
fatores críticos com os dados; tais fatores, como efeitos, manifestam-se em fatores críticos dos indicadores.
a) O primeiro enfoque (I: Figura 4) considera as deficiências, insuficiências, inconsistências, pouca – confia-
bilidade (...) que os dados e informações apresentam em níveis variáveis. Assim, problemas como a conta-
minação e degradação de águas devido à falta de tratamento de esgotos domésticos, industriais (...) e que se
manifestam por coliformes fecais, presença de metais tóxicos, sólidos dissolvidos (...), apenas será conheci-
do por manifestações ou sintomas. Mas, a intensidade, freqüência e importância relativa de causas e efeitos
para tomar medidas de efetiva solução ficarão prejudicadas. Sem uma sólida base de dados não é possível
definir elementos para comparar diferenças observáveis no tempo e no espaço; para avaliar políticas públi-
cas; para comunicar informações com decisores etc., funções dos indicadores. Na ausência de “bons” dados
não é possível, para os usuários, definir e selecionar indicadores para atender às suas necessidades, incluindo
as de planejamento e gestão de recursos hídricos: monitorar a qualidade e os efeitos decorrentes de imple-
mentação de obras; avaliar – corrigir cursos de ações; medir e comparar a efetividade, entre muitas outras.
b) O segundo enfoque considerado na definição de indicadores (II: Figura 4), admitindo-se a existência de
uma base de dados, compreende problemas (relação apenas ilustrativa), tais como:
b.1) os de naturezas conceituais e técnico-científicas: os indicadores devem ser “corretos”, consistentes com
a teoria, fáceis (...), tanto do ponto de vista técnico e científico como operacional;
b.2) os de representatividade – confiabilidades: os indicadores devem ser relevantes com relação ao objeto
em que se aplicam e confiáveis nos propósitos dessa aplicação;
b.3) os de compreensão, mensuração e sensibilização: os indicadores devem ser de fácil compreensão pelos
usuários, mostrar a evolução verificada ao longo de um período, serem sensíveis às mudanças, mensuráveis
e atualizáveis periodicamente;
b.4) os análise e síntese – dos dados atualizados e de valor – utilidades: os indicadores devem ser compará-
veis e permitirem o emprego de bases de referências adequadas à realidade.
Em termos gerais (I: Figura 4), os dados e informações, quanto aos seus conteúdos, níveis de detalha-
mentos, unidades de medidas, procedimentos – técnicas de observação e registro, ambiente de armazenamento
(...), disponíveis e utilizadas por gestores, tomadores de decisões para orientar (reorientar, avaliar, corrigir) a
coleta de dados (com objetividade), avaliá-los (com consistência), armazená-los (com segurança), mantê-los
(com integridade de conteúdos), analisá-los (com eficiência), integrá-los e utilizá-los (com eficácia) são deficien-
tes quanto às representações, descrições (...) de obras, de intervenções (...) e seus impactos na bacia; parciais,
incompletos e sem as necessárias consistências; obsoletos ou desatualizadas; incompletos ou de apenas alguns
setores e/ou períodos; dados com diferentes níveis de detalhamento, de procedimentos – técnicas de coleta e
tratamento; de períodos compreendidos (...) que não apenas omitem detalhes, mas não permitem definir inter-
relações, integrações, sínteses (...).
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Hídricos

Indicadores Deficientes (...)

I: D A D O S: II: I N D I C A D O R ES:
Representação parcial e com viés / (...) Incapazes de expressar fatos da realidade:
Desatualização e com vazios em (...) condições, pressões, respostas, previsões
Limitações quanto à abrangência (...)  Focalizam aspectos de menor importância e
Desequilíbrios: não integração com (...) não são referências às comparações
Objetivos, técnicas (...) não-integráveis  Inconsistentes com situações – condições
Críticos aspectos de veracidade, confia-  Teóricos e de difícil entendimento–aplicação
bilidade, representatividade de..., inte- Pouca precisão e crítica mensurabilidade
grabilidade (...)  Sem documentação adequada à (...)
↓↓↓↓↓↓↓ Muitos indicadores para um mesmo fato
Escasso Valor – utilidade aplicabilidade ↓↓↓↓↓↓↓
Decisões críticas excesso de incertezas

Dados e informações: Bancos e Sistemas de dados

Função, destaque dos indicadores: Figuras 4 e 5


Postos (...) de observações (...). Ciclo hidrológico.
Sistema Hídrico-hidrológico. Águas subterrâneas (...)

Gestão Integrada de recursos hídricos


Dados e informações: GIS. Banco e Sistemas
Topográficas, solos, geológicas. Divisores de bacias –
sub-bacias. Redes fluviais. Usos do solo (...)
Economia. Agricultura. Industria

Planos. Projetos: Indicadores de (...)

Capacitação. Educação ambiental: Indicadores (...)

Eng Recursos Hídricos: técnicas de regionalização,


caracterização e associação/relação (...): Indicadores

Informações: publicações(...), mapas (...) Indicadores

Extensão/ divulgação; Indicadores

Figura 4 Problemas nos dados e nos indicadores que compõem um plano de avaliação básica (míni-
ma) de recursos hídricos e a relação com a gestão integrada desses recursos.
Fonte: Garcia (2007b; simplificado).
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Pela diversidade de objetivos, de metodologias, de períodos de coleta (...), os dados disponíveis não apre-
sentam características desejáveis como as de integração (possibilidade de se integrarem) de questões sociais,
econômicas, ecológicas (...): carecem de denominadores comuns. Não representam fatos, fenômenos (...) da rea-
lidade com a fidelidade (veracidade, confiabilidade) desejável. Portanto são dados críticos – deficientes quando
se pretende avaliar a eficiência de desempenho, a eficácia da oportunidade de atendimento (...) e a racionalidade
– objetividade que os dados deveriam traduzir, em várias dimensões, na definição de indicadores.
São agregados de dados e informações que, entre outras características indesejáveis, não permitem incor-
porar ou destacar essências (às vezes nem as representam) em uma síntese, nem tratamentos conjuntos em um
contexto sistêmico.
São dados que sem condições para conciliarem atributos com certo equilíbrio e suficiente representativi-
dade da realidade, não permitem acompanhar (monitorar) processos, avaliar situações e resultados (...) porque as
análises, interpretações e inferências são inconsistentes e de escasso valor – utilidade e aplicabilidade. Situações
como as de implantação de instrumentos de cobrança, processos de monitoramento, avaliação de sustentabilida-
de, orientações para definir planos diretores (...), precisam de dados consistidos e com características desejáveis.
As deficiências, obsolescências, incompletezas, poucas - escassas consistências (...) de dados e informa-
ções disponíveis para atenderem às necessidades de clientes podem ser variáveis não apenas em termos de valo-
res – utilidades / aplicabilidades de conteúdos, mas em termos de procedimentos e técnicas de levantamento e de
objetivos diferentes propostos para cada tipo de dado. Dessa, impedem - dificultam os processos de integração e
de análises conjuntas, conforme objetivos da política de recursos hídricos. Essa política busca definir e implantar
sistemas de suporte à decisão, com dados consistidos, para auxiliar à tomada de decisão. São sistemas formados
por:
a) um banco de dados com a função de armazenar dados consistidos de recursos hídricos como medições hi-
droclimatológicas e seus usos como demandas por setores, por períodos, por tipificações etc.;
b)os modelos que utilizam os dados armazenados no banco e realizam processamentos, projeções, simulações
(...) para orientar ou para dar fundamentação ao uso – consumo racional e sustentável dos recursos hídricos
em aspectos como os de qualidade, quantidade e outros considerados em planos diretores;
c) as interfaces de acesso que possibilitam realizar projeções, simulações, criar cenários de usos – consumos,
cadastrar usuários como os que se encontram em processos de outorga de uso da água, armazenar novos
dados com os dos sistemas geográficos de informações, acessar dados com acréscimos de valor e estabele-
cer interfases com outros programas.
A partir de uma base de dados deficientes, não-consistentes, incompletos, desatualizados, não-integráveis
(...) os modelos (...) e as interfases (...) de um sistema de suporte às decisões perdem sua importância e utilidade.
Dessa base é impossível definir um conjunto de indicadores e índices eficientes para a gestão ambiental ou para
implementar um instrumento dessa gestão, para monitorar e avalia processos e resultados, para entender e gerir
inúmeros problemas e solucioná-los conforme indicadores de prioridade (Figura 5: escalas 1 a 9 / nos setores).
Em alguns casos (II: Figura 4), com um nível maior de desenvolvimento de bacia hidrográfica, têm-se
indicadores, porém com alguns problemas, em níveis variáveis, tais como (relação preliminar e com fins ilustra-
tivos, suficientes para incitar à reflexão do futuro que se deseja, condicionador de posturas e atitudes no presente,
sintetizadas, entre outros meios, por “bons” indicadores):
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Hídricos

Problemas dos recursos


Problemas hídricos:Ii
dos recursos
Problemas
Na bacia dos
hidrográfica
Problemas recursos
(...), no período (...)
hídricos na baciados
Macro-indicadores
recursos
hidrográfica (...)
hídricos
hídricos na bacia por setor para (...)
hidrográfica
na bacia hidrográfica (...)
Macroindicadores / setor para (...)
Macroindicadores / setor para
Macroindicadores / setor para (...)
(...)

r1 r2
r23
r8 II (?): Médio ambiente. Ecologia
I: Abastecimento humano r34 Vida selvagem / hidrobiota (...)
Saneamento básico: Prioritário: 1
Dadosindicadores
Dados indicadores
Indicadores Deficientes r9
D A D O S: I N D I C A D O R ES:
Representação parcial e com viés Incapazes expressas fatos da realidade: condições,
II: Irrigação agrícola
Desatualização e com vazios (...) pressões, respostas
 Lazer – Turismo: 9
Consumo animal:Limitações
2 →3 quanto a abrangência 
VIII:
Focalizam aspectos de menor importância e não
Desequilíbrios: não integração são referências às comparações
D a d o s  i n d i cObjetivos,
a d o r técnicas
e s não-integráveis  Da d o s  ind ic a d o r e s
Inconsistentes com situações – condições
Críticas: veracidade, confiabilidade Teóricos e de difícil entendimento–aplicação
Escasso Valor - utilidade Pouca precisão e crítica mensurabilidade
Sem documentação adequada
Muitos indicadores / um mesmo fato
III: Geração energia
Hidrelétrica: 34 VI: Aqüicultura. Peixe (...): 8 ?
Dadosindicadores r45 Dadosindicadores

r56
IV: Industria : 4  5
Dadosindicadores V: Eventos críticos em (...): 5 6
r7 Dadosindicadores

VII: Navegação: 7 ?
Dados indicadores

Figura 5 Problemas nos principais setores usuários de águas, importância relativa ri (1 >>>2 >>3 etc.;
considerá-la ilustrativa) e inter-relacionamentos –integrações por indicadores adequados à gestão da água (...)
Fonte: Garcia (2007b; simplificado).
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Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo – Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento

a) Limitação ou incapacidade do indicador para expressar fatos e fenômenos relativamente amplos, comple-
xos, inter-relacionados (...) que ocorrem em níveis de causas e de efeitos e impactos (Figura 2).
A seleção, definição e implantação de indicadores, para casos complexos, podem levar algum tempo até que
a base de dados e os procedimentos metodológicos estejam “satisfatoriamente” definidos e calibrados – con-
sistidos. Mais importante do que possíveis definições de prazos é o reconhecimento, por parte dos usuários,
do valor e importância dos indicadores; da necessidade de seu uso no planejamento e gestão.
b) Os indicadores disponíveis não são compatíveis, adequados, eficientes (...) com o fato, fenômeno ou objeto
em foco como um processo, um resultado, uma comparação (...); portanto são indicadores incapazes de co-
municar - informar sobre o objeto ou vice-versa.
Destacam-se invariâncias presentes em quase todos os cenários prospectivos de uma bacia e que represen-
tam repercussões sobre os recursos hídricos, tais como: o crescimento de problemas de saneamento ambien-
tal; a expansão de atividades como as industriais e agrícolas – irrigadas; a expansão de hidroelétricas; a ne-
cessidade de proteção (quando ameaçados) e sempre de conservação – manejo de aqüíferos estratégicos; a
necessidade de novas informações, serviços e tecnologias para novos conhecimentos e inovações sustentá-
veis (...), entre outras invariâncias a considerar na construção do futuro, exigem indicadores compatíveis
com a realidade, adequados técnica e operacionalmente às condições e perspectivas da bacia e eficientes na
detecção de incertezas, ameaças (...) críticas, bem como de oportunidades no atendimento.
c) Os indicadores focalizam aspectos de menor importância ou de menor interesse para a bacia hidrográfica,
porque foram implantados sem os necessários cuidados e sem testes- ajustes à realidade, sem considerar e
caracterizar aspectos em convenientes escalas de ordenamento que possibilitassem as agregações e operaci-
onalizações. Em outros casos, focalizam aspectos muitos agregados e complexos porque, também, não foram
dimensionados e ajustados à realidade, com o necessário desdobramento e operacionalização. Em ambos os
casos, são indicadores de escassa– limitada ou sem utilidade e pouca relevância, quanto ao que se pretende
informar, comunicar, acompanhar – monitorar, melhorar (...).
d) Os indicadores não são consistentes com os problemas, objetivos e metas em foco de planos diretores, na
política de recursos hídricos. São indicadores com metas não-quantificadas, sem controles nem verificações
ou quantificadas em termos vagos, com expressões como “melhor”, “mais”, “às vezes” (...).
e) Os indicadores são expressões teóricas, sem os necessários testes – validações - ajustes às condições e pos-
sibilidades da realidade; portanto, indicadores com desencontros entre as partes teórica e prática. Pouco re-
presentativos da realidade objeto de gestão. Indicadores de difícil entendimento e aplicação – utilidade
f) Os procedimentos, técnicas e métodos utilizados para construir e para usar - aplicar os indicadores na bacia
hidrográfica não permitem, com facilidade e de maneira objetiva - direta, operações funcionais porque não
representam as principais atividades problematizadas da bacia. Tampouco permitem realizar operações in-
terfuncionais, porque são indicadores não ligados às principais áreas funcionais de um plano diretor, de um
comitê de bacia hidrográfica, da política de recursos hídricos e de políticas ambientais que incidem ou afe-
tam de alguma forma, a gestão e as atividades – desempenhos em bacias hidrográficas.
29

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Hídricos

As explicitações de fundamentos, diretrizes, objetivos e instrumentos da PNRH e do SIGRH sintetizadas


nas Figuras 6 a 8 podem ser encontradas nas fontes citadas, com disponibilidade no meio digital, caso o leitor
ou interessado desse material precisar. Nessas ilustrações são destacados os indicadores.

Deve compreender a PNRH e o SIGRH


Parte I

Fundamentos. Natureza, condição (...) da água em indicadores para viabilizar:


 um bem de domínio público [indicadores de “publicização”]
 limitado [indicador de escassez] e com valor econômico [indicador econômico
como custo de oportunidade; necessidade de cobrança para disciplinar o seu uso]
 com prioridade de uso: humano / animal [indicador de prioridade / escassez]
 com usos múltiplos [indicador de usos alternativo conforme critérios /ordenar]
 unidade territorial / implantação da PNRH e o SINGRH: bacia hidrográfica
 a gestão: descentralizada e participativa [indicadores /princípio participativo]

Diretrizes:
Traduzidas em indicadores que viabilizem o cumprimento de diretrizes na bacia para:
 a gestão sistêmica: qualidade e quantidade [indicadores desses atributos / bacia]
 adequação da gestão à diversidade abiótica, biótica, sociocultural, econômica [indi-
cadores dessa diversidade e de consistência com os usos a que se destinam]
 as gestões integradas: hídricos e ambiente [indicadores de integração]
 articulação do planejamento hídrico com os planejamentos regionais, estaduais,
nacionais feito com base em indicadores que possam orientar esses planejamentos
 a articulação gestão dos recursos hídricos e uso do solo [indicadores]
 a integração gestão bacia e sistemas estuarinos e costeiros [indicadores].

O b j e t i v o s : Traduzidos em indicadores de meios e fins para alcançar metas


 assegurar à atual e às futuras gerações a disponibilidade de água em padrões de
qualidade conforme enquadramentos [indicadores de sustentabilidade social]
 utilização racional e integrada [racionalidade e integração em indicadores]
 prevenção e defesa de eventos hidrológicos críticos decorrentes do uso inade-
quado da vegetação e do solo [indicadores de recorrência, escoamento...]

Fig ur a 6 a : → Ins t r um e nt os
30

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Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo – Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento

Ins t r um e nt os ( v e r Fig ur a 5 a )

 Planos de recursos hídricos [metas em Indicadores]

 Enquadramentos de corpos da água [com base em Indicadores]

 Outorga de direitos de uso [sustenta em Indicadores]

 Cobrança pelo uso [pautada, monitorada... em Indicadores]

 Sistema de informações recursos hídricos [Dados: consistência, segurança etc.Indicador]

Educação ambiental [Indicadores para (...)]


[Gestão ambiental Indicadores: metas etc.]
SOCIEDADE (...) [Indicadores]

Indicadores para articu- Bacia hidrográfica


lar os três níveis de pla-
nejamento, gestão a Aspectos no âmbito Estadual
considera em (...) Aspectos no âmbito Federal

F i g ura 6 b → d e s do b ra me nt o s
31

Descritores e Indicadores de Sustentabilidade no Ato de Cobrança pelo Uso de Recursos


Hídricos

 Plano de Recursos Hídricos


Documento programático diretor de longo prazo que fundamente e orienta a imple-
mentação da PNRH e o SINGRH, a ser realizado / bacia, / Estado e / País.
O Plano deverá compreende, no mínimo:
 Diagnósticos (...) da situação atual [indicadores de “estados” e evoluções passadas]
 Análise de alternativas de crescimento demográfico, de evolução produtiva e de mu-
danças na ocupação do solo [indicadores de prognósticos, simulações etc.]
 Balanço disponibilidades – necessidades em quantidade e qualidade: potenciais confli-
tos [índices: Q7,10 / Qm; Q7,10/Q95, Q95 / Qm etc; ] 
 Metas de racionalização de uso, aumento da quantidade e melhoria da qualidade de
água [indicadores de priorização em função de escalas como ....]
 Medidas a tomar, programas a desenvolver e projetos a implantar para atingir as metas
(...). [indicadores que apontam as melhores medidas, projetos .../ dadas as condições]
 Prioridades para outorga de direitos de uso [indicadores de cadastros: quem, como,
onde e para que usa a águas superficiais e subterrâneas]
 Diretrizes e critérios para a cobrança pelo uso [indicadores de seu real valor, visão de 
eficiência econômica com possível adoção do custo marginal como referência].
 Propostas de áreas / restrição de uso: proteção de recursos hídricos.

 Cobrança do uso da água


Instrumento para criar condições de equilíbrio entre oferta - disponibilidade e demanda
necessidades ao dar ao usuário indicação do valor real; promover a harmonia entre usuários
competidores ao incentivar o uso racional; e redistribuição de custos.
A cobrança tem como objetivos:
 reconhecer a água como um bem econômico. [indicadores como os da contribuição mar-
ginal para indicar o melhor e mais eficiente uso alternativo da água] 
 incentivar o uso racional [indicadores como os de poluidor (e usuário) – pagador]
 obter recursos para financiar programas.
As aplicações da receita da cobrança serão:
 financiar estudos, projetos obras do Plano [indicador de priorização – ordenamento].
 despesas e custeio administrativo [indicadores contáveis e econômico-financeiros].
Na fixação de valores a cobrar, observar:
 captação: volume retirado e regime variação [indicadores para pautar / conservar].
 lançamento de esgoto: volume e características sintetizadas por indicadores.

   = I1
integração
Síntese e

    = I2 Gestão
   = I3
6c Continuação
32

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 Enquadramento em classes segundo usos:


Atividade para estabelecer sistemas de vigilância de “estados” de qualidade de mananciais e
relacionar a gestão da quantidade com a gestão da qualidade para definir metas, tais como:
 Assegurar às águas qualidade compatível com os usos mais exigentes a que forem destinadas
[indicadores em mais de 30 parâmetros físicos, químicos e microbiológicos de qualidade da água]
 Diminuir custos de controle: da poluição com ações preventivas permanentes [indicadores da
racionalidade econômica da prevenção]

 Outorga de direitos de uso


Instrumento pelo qual o usuário recebe uma autorização ou concessão para utilizar água por
prazo não maior de 35 anos, renovável, condicionada às prioridades de uso estabelecidas no
Plano, preservando os usos múltiplos da água.
 Estão sujeitas as outorgas: derivações / captações; extração de aqüíferos subterrâneos; lança-
mentos de esgotos; aproveitamentos hidrelétricos e outros usos que alterem o regime, a quantida-
de ou a qualidade disponível em um corpo de água. [indicadores de disponibilidade hídrica, dis-
ponibilidade real de poço, de reserva explotável, de reserva renovável ....]
 Independem de outorga: uso para satisfação de pequenos(?) núcleos população, derivações (?),
captações (?) e lançamentos insignificantes (?). Acumulações de volumes tidos como insignifi-
cantes (?). [indicadores na determinação – aplicação ? de casos que independem de outorga]
 A outorga pode ser suspensa por não-cumprimento; não uso / 3 anos seguidos; interesse social;
prevenir / reverter degradação, calamidades (...). [indicadores para especificar aspectos como os
de interesse social, prevenção...].

 Sistema de Informações: SNIRH (Fig. 7; Quadro 1)


Sistema para coleta, tratamento, armazenamento e recuperação de informações incorporadas.
Os princípios básicos são:
 descentralização: obter e gerar dados e informações [indicadores para pautar a obtenção, crítica,
armazenamento, disponibilidade de dados com segurança, com integridade...].
 coordenação unificada e integrada, orientada por adequados indicadores de gestão.
 acesso garantido ao sistema e à sociedade baseado em adequados indicadores da TI
O SNIRH tem como objetivos, entre outros:
 coletar, “consistir”, armazenar, tratar e divulgar dados: de usos,de balanços hídricos, de qualida-
de e quantidade etc., conforme orientações de adequados vetores de indicadores
 permanente atualização e divulgação [indicadores / freqüência e comunicação conforme....].
 subsidiar elaboração de planos e outros instrumentos [indicadores de normalização ....]

Fi g u r a 6 Fundamentos, diretrizes, objetivos e instrumentos da política de recursos hídricos.


Fonte: Garcia (2007b; simplificado).
33

Descritores e Indicadores de Sustentabilidade no Ato de Cobrança pelo Uso de Recursos


Hídricos

SINGRH
Parte II


SINGRH
Órgãos e entidades integradas para auxiliar a implementação da PNRH no Brasil
Objetivos:
 coordenar a gestão integrada [indicadores da gestão participativa e educação ambiental]
 administrar conflitos [indicadores de tolerância, de trabalho em equipe, de motivação]
 implementar a PNRH
 planejar, regular, preservar e recuperar.
 promover a cobrança.
Composição:
 CNRH: bloco 6
 CERH. (Competência do Estado)
 órgãos do poder público federal estadual e municipal.
 comitês de bacias (competência local).
 Agências de Águas: bloco 8.


 Comitês de bacias
Organização que atua na totalidade de uma bacia ou em sub-bacias de um curso de rio principal ou
sub-bacias contíguas ou, ainda, grupos de bacias.
Composição: Representantes da:
 União, Estados (DF), municípios, usuários e entidades civis com atuação comprovada na bacia.
Objetivos (competências):
 promover o debate e articular atuações. [indicadores para buscar e manter o debate produtivo]
 arbitrar, primeira instância, conflitos.
 aprovar o Plano e sugerir providências/ cumprir metas
 propor aos CERS acumulações, derivações, captações e lançamentos inexpressivos, para isen-
ção de outorga.
 estabelecer mecanismos de cobrança e sugerir valores
 estabelecer critérios e promover rateios de custos de obras uso múltiplo e interesse coletivo

Continuação da Fig. 7
34

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 Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH)


Órgão mais elevado na hierarquia do SNRH; compete decidir grandes questões.
Composição: Representantes de:
 Ministérios e secretarias da Presidência
 CERH.
 usuários.
 organizações civis.
Competências:
 promover a articulação do planejamento dos. RH com os planejamentos nacionais, regio-
nais, estaduais e dos setores usuários.
 arbitrar, última instância, conflitos entre CERH
 tratar projetos aproveitamento RH extrapolem Estados
 analisar alterações legislação e PNRH.
 estabelecer diretrizes e implementar políticas
 aprovar propostas de instituição de comitês, estabelecer critérios gerais para elaboração de
seus regimentos.
 definir gerais para a outorga de direitos de uso e para a cobrança pelo uso;
 acompanhar execução e aprovar Plano.
 outras competências

 Agências de Água
Exercem funções de secretaria executiva do comitê, atuando na mesma bacia, criadas pelo
CNRH ou CERH prévio o atendimento da existência do comitê e de viabilidade financeira
assegurada pela cobrança.
Objetivos:
 manter balanços atualizados de disponibilidade dos recursos, de cadastros
 efetuar, delegação do outorgante, a cobrança.
 analisar e emitir pareceres de projetos e obras.
 acompanhar a administração financeira arrecadação.
 geris o SIRH em sua área de atuação.
 celebrar convênios e contratar financiamentos e serviços.
 promover estudos para gestão e elaborar planos
 propor ao respectivo comitê: enquadramentos dos corpos de água; valores a serem cobrados;
plano de aplicação dos recursos arrecadados; rateio de custo de obras de interesse coletivo.

Figura 7 Elementos do sistema de gerenciamento da política de recursos hídricos


Fonte: Garcia (2007b; simplificado e adequado ao texto).
35

Descritores e Indicadores de Sustentabilidade no Ato de Cobrança pelo Uso de Recursos


Hídricos

Sistema de Informações (dados) de RH


Disponibilidade: superficial e subterrânea [indicadores?]
Recargas de fontes: superficial e subterrânea; chuva [indicadores?]
Síntese: quantidade e qualidade / local / período (...)
Cadastro de usuários: características (t-i; t0 e t+i ) [indicadores?]
Cadastros de derivações, de poços (...) [indicadores?]

Plano diretor: critérios para: Outorga: critérios (...):


-conservação-manejo: indicadores - termos de referência: indicadores
- treinamento, mobilização (...) - monitoramento - avaliação (...)
- intervenções: obras (...) ...
SISTEMA INFORMAÇÕES SISTEMA INFORMAÇÕES

Enquadramentos: critérios Cobrança: critérios


- critérios técnicos (...) indicadores - critérios: indicadores
- monitoramento, avaliar-agir - monitoramento: indicadores
... ...
SISTEMAS INFORMAÇÕES
SISTEMA INFORMAÇÕES

P r i o r i d a d e s : indicadores / ordenar (...)


D i r e t r i z e s : indicadores / orientar (...)
N í v e i s d e q u a l i d a d e : indicadores
R e c u r s o : indicadores / alocar com eficiência

Setores específicos:
- Saneamento básico
- Irrigação agrícola
Base de outros atendimentos: - Industria
dados - Pesca / aqüicultura
- Navegação
- MEIO AMBIENTEE
Programas, planos, projetos, cobrança (...)
(indicadores de ordenação, integração, avaliação ...)
INVESTIMENTOS NA BACIA

Figura 8 Sistema de informações e interdependências – complementaridades dos


instrumentos da política de recursos hídricos. Destaque para os indicadores.
Fonte: Garcia (2007b; modificado).
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Quadro 1 Tópicos do Sistema Nacional de Informações sobre os recursos hídricos, com destaque para indicadores a.
TÓPICO CARACTERÍSTICA
É um sistema de coleta, tratamento, armazenamento e recuperação de informações sobre a água e os
fatores intervenientes em sua gestão, incluindo os dados e informações geradas pelos órgãos integran-
tes do SINGRH. A operacionalização dessa definição ocorre, entre outros fatores, mediante indicado-
res: que coletar? Como ratar a consistência? Como armazenar com segurança e integridade?
O Sistema foi concebido como uma rede de diversos bancos de dados e sistemas de informações, para
acesso seguro e confiável aos usuários, ao público (...), cuja alimentação - atualização está a cargo de
Definição entidades públicas, federais, estaduais e municipais (...), relacionadas com a gestão dos recursos hídri-
cos; são entidades incorporadas ao Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos SNIRH
que é coordenado de forma unificada.
Para se integrar os diversos bancos de dados em um sistema descentralizado de informações da bacia
(...) e, para se integrar os diversos sistemas de bacias (...) em redes é preciso de normalizações, padro-
nizações de bases, gerenciadores etc., que possam confluir, interagir (inter-operativos) o que ocorre
mediante indicadores adequados.
São princípios do SNIRH: a descentralização da obtenção e produção de dados e informações; a coor-
denação unificada do sistema; o acesso aos dados e informações garantido à toda a sociedade.
Princípio A aplicação, cumprimento ou execução, na prática, do princípio da finalidade do SNIRH que compre-
ende o que é pelo que está por vir, relaciona-se com indicadores como a periodicidade de publicações,
de atualização de bases de dados, de unificação na coordenação, de garantia ao acesso
Visa dar suporte ao funcionamento do SINGRH e aos SIEGRH, bem como auxiliar a aplicação dos
demais instrumentos da PNRH e de outros processos da gestão integrada. O suporte em indicadores
São objetivos do SNIRH:
Reunir (como? Por que?.. indicadores) dar consistência (referências, por que?  indicadores) e
divulgar (garantias de integridade, oportunidade de atendimento, segurança...  indicadores) os dados
Objetivos e informações sobre a situação qualitativa e quantitativa dos recursos hídricos no Brasil. Atualizar de
forma permanente e consistente as informações sobre disponibilidade e demanda de recursos hídricos
em todo o território nacional: indicadores
Fornecer subsídios (quais, como, a quem...) para a elaboração dos Planos de Recursos Hídricos
Esse Sistema tem como objetivo dar suporte ao funcionamento do SINGRH, à aplicação dos demais
instrumentos da PNRH e à outros mecanismos de gestão (Resolução no. 13 /00 do SNIRH).
A ANA, mediante acordos e convênios, promoverá a gestão integrada, em especial a produção, conso-
lidação, organização e disponibilização à sociedade de informações e ações referentes:
à rede hidrométrica e às atividades de hidrologia relacionadas com o aproveitamento de água; aos
sistemas de avaliação e outorga de águas superficiais e subterrâneos; aos sistemas de avaliação e
concessão das águas minerais; aos sistemas de coleta de dados da Rede Nacional de Meteorologia;
aos sistemas de informações dos setores usuários; ao sistema nacional de informações sobre meio
Coordenação
ambiente; ao sistema de informações sobre gerenciamento costeiro; aos sistemas de informações
sobre saúde; a projetos e pesquisas relacionados com recursos hídricos; e a outros sistemas de infor-
mações relacionados à gestão de recursos hídricos.
A ANA se articulará com órgãos e entidades estaduais (DF) e municipais, públicas e privadas, inclu-
sive as agências de água ou de bacias, cujas atribuições ou competências estejam relacionadas com a
gestão da água, visando à implantação e funcionamento do SNIRH.
a.
Fonte: Garcia (2007b).
37

Descritores e Indicadores de Sustentabilidade no Ato de Cobrança pelo Uso de Recursos


Hídricos

Parte dessa conciliação depende da superação de conflitos em diversos contextos, tais como:
a) Os conceituais; p.ex., os aplicados no crescimento econômico com indicadores econômicos; na equidade
de distribuição de benefícios com indicadores sociais; e na sustentabilidade ambiental com indicadores
em termos físicos e biológicos. Em geral, são indicadores não integráveis para pautar a racionalidade de
decisões e o atendimento de satisfações de necessidades no presente sem comprometer estoques, ciclos,
fluxos naturais e possibilidades das futuras gerações satisfazerem as suas necessidades.
b) Os teóricos; neste campo se têm deficiências e carências de indicadores adequados e integráveis para
medir o desenvolvimento sustentável.
c) Os práticos, depois de terem sido resolvidos conflitos conceituais e teóricos se tem dificuldades no cam-
po operacional como as de buscar e manter negociações, acordos, pactos – comprometimentos (...) como
os exemplificados na nota de rodapé 1.
Todas as citações anteriormente apresentadas se relacionam têm elementos comuns, os indicadores, com-
patíveis e com as características desejáveis consideradas neste documento para um nível básico, o da bacia hi-
drográfica e, dentre desse nível, para um instrumento da política de recursos hídricos, a cobrança pelo uso desses
recursos.
É posíveil, ainda, destacar mais um fator crítico em relação aos indicadores: o escasso conhecimento de
sua importância e necessidade de revelar numa síntese, expor de forma simples, informar – comunicar o que é
essencial (...) “estados”, condições ou progressos em direção a determinados objetivos e metas. Desinformações
quanto à capacidade do indicador resumir informações primárias para deixar perceptível um fator crítico de su-
cesso na implantação do instrumento de cobrança.
Em conseqüência dessa escassez ou insuficiência de dados não-confiáveis e em bases críticas; de limita-
ções ou incompletezas de conteúdos; de incoerências com a realidade; de desinformações quanto à importância
dos indicadores (...) e como corolário desses aspectos negativos, não se investe e aplica com objetividade em:
a) processos de observação e medição de fenômenos determinantes de disponibilidades, necessidades (...) pa-
ra monitorar, gerir, avaliar - agir em casos críticos como os de estresse hídricos (...);
b) registros e avaliação de consistência (...) de dados que sejam valiosos, sintetizáveis e com capacidade para
evidenciar a água como um bem econômico, insumo de produção e fator insustituível de consumo;
c) em estudos – pesquisas para demonstrar, informar, comunicar (...) as vantagens do uso racional e criterio-
so, em casos em que esses recursos sejas objetos de outorgas e seus usos significativos cobrados;
d) programas, planos (...) como os treinamento, organização, gestão e educação ambiental que, se realizados,
não poderão ter efetividade de resultados quando seus suportes informacionais e orientações por indicado-
res sejam deficientes; assim, objetivos e metas como os de conscientizações urgentes, mudanças de hábitos
e comportamentos indispensáveis via cognição, racionalidade (...) para mudar – ajustar, serão frustrados.
A inconsistência de indicadores, a falta de dados e infotmações dificultam ou inviabilizam a observância
de instrumentos como o sisntetizado na Figura 9, uma Resolução, em que o Conselho Nacional de Recursos
Hídricos estabelece critérios gerais para a cobrança pelo uso desses recursos, observados pela União, pelos Esta-
dos, pelo Distrito Federal e pelos competentes comitês de bacias hidrográficas. A transformação desses critérios
em critérios específicos para cada bacia e sua viabilização está condicionada a existência de indicadores.
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Resolução n o . 48, 21/03/2005 . CNRH

F i n a l i d a d e Estabelecer critérios gerais para a cobrança, a serem obser-


vados pela / União, Estados, DF e competentes comitês na elaboração de a-
tos normativos para disciplinar a cobrança.

O b j e t i v o s Reconhecer a água: bem público limitado, dotado valor econômico e


dar ao usuário indicativo de seu real valor; incentivar a racionalização, conservação,
recuperação e manejo; obter recursos / financiar estudos, obras, intervenções; esti-
mular investimento: despoluição, reuso, proteção, conservação, tecnologias limpas e
poupadoras; induzir – estimular conservação, manejo, recuperação: áreas inundáveis,
recarga de aqüíferos, matas ciliares, mediante compensação - incentivo.

C o n d i ç õ e s . Compatibilizar – integrar com os demais instrumentos da PNRH e


programas. Manter sistema de informação atualizado. Cobrança de usos sujeitos a ou-
torga feita pelo órgão gestor ou delegatária. Acumulações, derivações, captações e lan-
çamentos insignificante. Regularização de usos. Programas de investimentos. Apro-
vação pelo Conselho (...) e o comitê. Implantação da agência de água. Elaborar estudos.

Mecanismos para a definição dos valores de cobrança


Derivações, captações e extrações: Natureza do corpo: superficial ou subterrâneo. Classe em que
estiver enquadrado. Disponibilidade hídrica. Graus de regularização / obras hidráulicas. Vazão
consumida, captada, extraída ou derivada e seu regime de variação. Finalidade a que se destina /
Práticas de reuso. Sazonalidade. Características e vulnerabilidades dos aqüíferos. Características
físicas, químicas e biológicas. Localização usuário. Práticas racionalização: conservação,
recuperação, manejo solo-água. Condições técnicas, econômicas, sociais e ambientais /
Sustentabilidade econômica da cobrança. Práticas de reuso.
Lançamento / diluição, assimilação, transporte ou disposição de efluentes. Natureza do corpo de
água. Classe em que estiver enquadrado.Disponibilidade hídrica. Grau de regularização. Carga de
lançamento e regime de variação ponderado. Natureza da atividade. Sazonalidade. Características
de vulnerabilidades e físicas, químicas e biológicas do receptor. Localização do usuário. Práticas de
racionalização, conservação, recuperação e manejo. Grau de comprometimento pelas característi-
cas químicas e biológicas dos efluentes. Vazões indisponíveis / diluição. Redução de emissões de
efluentes. Atendimento metas de despoluição
Outros tipos de usos ou interferências que alteram regime, qualidade, quantidade. Natureza do
corpo: superficial ou subterrâneo. Enquadramento. Disponibilidade hídrica. Vazão (...). Possíveis
alterações em sinergia com a sazonalidade. Características (...). Localização do usuário /
Características e vulnerabilidades do aqüífero. Grau de regularização assegurado por obras.

Figura 9 Síntese de um instrumento normativo de gestão dos recursos hídricos: o instrumento de cobrança
39

Descritores e Indicadores de Sustentabilidade no Ato de Cobrança pelo Uso de Recursos


Hídricos

2.2 Hipóteses

A ciência somente pode estudar temas em que o


conhecimento adquirido possa ser negado de al-
guma forma (...), testada sua validade (...); só são
científicas hipóteses que podem ser testadas.
Karl Popper, filósofo da ciência

Depois da definição de um problema (oportunidade) para o estudo - pesquisa segue uma fase caracterizada
por uma explicação (pode ser uma possível solução, relações generalizadas de variáveis, comportamentos acei-
tos em outros casos etc.) plausível, provisória (razoável e admissível pela teoria, pela ciência, baseada em carac-
terísticas de um fato ou fenômeno conhecido) que poderia ser adotada (parte teórica: pt) para o fato ou fenômeno
definido por observações testáveis: parte prática (pp) (se os dados não forem testáveis se têm, apenas, conjetu-
ras). Essa parte prática objeto de explicação, de solução (...) é “comparada” (p.ex., pt = pp |c; pt > pp |c; pt <
pp |c; pt  pp|c) com um resultado teórico (que explicou, solucionou, definiu relações, comportamentos etc.) em
casos “semelhantes” ou parecidos ao estudado - pesquisado, mediante um teste. O teste permite, sob certas con-
dições (c), aceitar ou rejeitar tal explicação, solução (...), nas condições e para as finalidades do estudo. Esse pro-
cesso de “comparação” é definido em uma proposição testável, com as pt e pp, como uma hipótese científica.
Em essência, a hipótese é a evolução da razão intuitiva (intuição na compreensão de um fato, de relações
que constituem a realidade) para a teoria (conhecimento sistemático, fundamentado em observações empíricas,
postulados racionais e leis gerais para definir ordenação, classificação, relações) desenvolvida no raciocínio de-
dutivo e da teoria para a prática que se dá pelo raciocínio indutivo. É, portanto, um processo lógico, com suporte
na realidade, que permite organizar o pensamento para a descoberta, para a invenção, para a adaptação (...) cons-
tituindo-se em um princípio básico de estudos – pesquisas que tem como alicerces o método científico.
Em seu sentido aplicativo como é o que se busca na pesquisa para o desenvolvimento (P&D), a hipótese é
uma proposição (hipóteses; hipo = debaixo; thesis = colocação, proposição; do gr. hypothesis, suposição) ou
afirmação categórica que, quando bem formulada com base em dados “consistidos” e uma teoria consistente, é
suscetível de ser declarada “verdadeira” ou aceitável para a realidade observada, admitindo-se verdadeiro (verda-
de científica) o resultado de teste, ou falsa ou “rejeitada” sob certas condições e para determinado nível de “con-
fiança” na decisão a tomar. Essa proposição provisória, verossímil e sempre testável, formada com os dados é o
ponto de partida do raciocínio experimental que se aplica em determinada representação da realidade e pode ser.
a) Hipóteses que “afirmam”, sob determinadas condições da realidade, a presença (ou a ausência) de certos
atributos contidos nessa proposição.
A realidade configura problemas em indicadores da gestão dos recursos hídricos, na implantação do instru-
mento de cobrança. São fatores críticos de sucesso no reconhecimento da água como um bem econômico,
na indicação ao usuário de seu real valor e na racionalização de seu uso, entre outros que surgem com a im-
plantação do instrumento de cobrança pelo uso da água em bacias hidrográficas em que esse recurso seja
objeto de outorga.
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Os exemplos que seguem ilustram dois casos de hipóteses em relação a possíveis soluções de um problema,
para duas situações de orientação: uma geral de escassa utilidade quando não são claras as funções das va-
riáveis utilizadas na formulação da hipótese e a outra, com detalhes ou definições para fornecer uma “expli-
cação” ou solução provisória e testável:

O PROBLEMA: “Escassos” (pode ser definido como: deficiente no conteúdo, incompleto ou parcial,
inverídico, com viés para favorecer..., etc.) conhecimentos / informações da importância e da necessi-
dade de “bem” revelar, expor, informar - comunicar “estados”, condições ou progressos em direção a
determinadas metas que o instrumento de cobrança destaca no plano diretor (...) ao interpretar – im-
plantar a PNRH nesse território naturalmente delimitado por divisores de águas.
HIPOTÉSE DE ESCASA UTILIDADE. A completeza de dados e informações para se definirem indi-
cadores de monitoramento e de avaliação – ação corretiva, se for o caso, pode ter várias fontes de dados
e informações, sendo necessário apenas consultá-las.
HIPOTÉSE “MELHORADA” A completeza de dados e informações, com atributos de qualidade e efe-
tividade, para se definirem indicadores de monitoramento e de avaliação – ação corretiva, se for o caso,
na implantação do instrumento de cobrança na bacia (...) provêm de várias fontes integráveis ou com
possibilidades de integração em um banco de dados, em um sistema de informações. São fontes de cré-
dito e consulta “necessária”, entre outras: a ANA (http://www.ana.gov.br/), com dados consistidos e
disponibilizados pela Internet e com dados brutos originais de consulta interna atualizados periodica-
mente (...); a ANEL (http://www.aneel.gov.br/), com informações hidrológicas, dados das bacias hidro-
gráficas e uma base de dados do Centro de Documentação de recursos hídricos, com atualizações pe-
riódicas sendo necessário consultá-las, prévios entendimentos e acordos; de Associações (p.ex.,
http://www.abas.org/ e http://www.abrh.org.br/) e Conselhos Federal e Estaduais (p.ex.,
http://www.cnrh-srh.gov.br/); de Institutos (p.ex. http://www.ibama.gov.br/); de Ministérios (p.ex.,
http://www.mma.gov.br/ e http://www.mara.gov.br/); de Secretarias de Recursos Hídricos (p.ex.
http://www.mma.gov.br/port/ srh/capa/index.html); e de órgãos públicos e privados (p.ex.
http://www.saneamentobasico.com.br/), prévios acordos administrativos e técnicos que cada caso venha
a requerer.

A variável dependente é o indicador; as causas da ineficiência em revelar, expor, informar, comunicar


(...) é a base crítica de dados; não se aprimora essa base pelos “escassos” conhecimentos que planeja-
dores, gestores, clientes (...) têm sobre a importância e a necessidade do indicador definido com base
em dados representativos e confiáveis, atualizados e manejáveis (...).
b) Hipóteses que caracterizam a natureza de indicadores ao estabelecerem relações como as de causalidade ou
comparações entre “estados”, condições, possibilidades (...). Exemplos:

O PROBLEMA. “Dificuldades” para sintetizar (captar o essencial, ser de fácil uso e entendimento não
apenas para o técnico, mas para o público em geral etc.) informações primárias necessárias para deixar
(expor, evidenciar etc.) perceptíveis fatores críticos de sucesso na implantação do instrumento de co-
brança pelo uso da água na bacia (...).
HIPÓTESE (de relação). O entendimento (p.ex., da necessidade de medir o que se deve gerenciar, de
gerenciar o que deve ser conhecido, de conhecer o que é valioso, estratégico (...), de expressar o valor
(...) com indicadores) é condição necessária para buscar a matéria-prima na elaboração e implantação
41

Descritores e Indicadores de Sustentabilidade no Ato de Cobrança pelo Uso de Recursos


Hídricos

de indicadores capazes de evidenciar os fatores críticos de sucesso (...) e agir para atingir os objetivos
da cobrança (...). Essa condição aponta para programas de educação ambiental, para a conscientização,
para ajustes / mudanças de hábitos – comportamentos (...).
HIPÓTESE (de comparação). A tendência de continuidade de situações indesejáveis (p.ex., deficientes
mecanismos de acompanhamento da cobrança pelo uso dos recursos hídricos e da aplicação dos recur-
sos provenientes dessa cobrança; a assistematização de instrumentos, de mecanismos... que deveriam se
integrar em um plano diretor; a pouca racionalização de procedimentos etc.; especificar apenas um ca-
so) favorecida pela impossibilidade ou dificuldade para sintetizar (...) é irracional (conceito econômico)
e insustentável (conceito ecológico) se comparada com uma situação, exeqüível, operacional e deseja-
da, permitida com vetores de indicadores (...); esse alvo referencial (pt) que se compara com a situação
objeto de melhoria (pp) pode ser uma situação de sucesso alcançado em outra bacia hidrográfica com o
instrumento de cobrança, com a racionalização do uso da água (...). Deve-se observar que o sucesso em
outras condições, ainda que muito parecidas as da situação objeto de estudo, não garante a aceitação;
apenas é uma possível explicação, solução (...) que se coloca na hipótese para ser testada.
HIPÓTESE. O entendimento da importância dos indicadores na gestão ambiental é fundamental para
avaliar, ordenar, estabelecer escalas de prioridade (...) de estados como as diferenças entre situações de-
sejadas / desejáveis e possíveis e as situações presentes e indesejáveis; para orientar ações – estratégias
que visem reduzir, em níveis toleráveis, ou eliminar essas diferenças.

A variável dependente é o indicador; as causas que geram as “dificuldades” para sintetizar dados re-
presentativos de fatores críticos de sucesso é o reconhecimento da importância desses fatores, da ne-
cessidade de suas percepções, avaliações, orientações (...).
c) Hipóteses que apontam a existência de determinadas relações no contexto de uma teoria como por dedu-
ções lógicas. Exemplo:

PROBLEMA. “Deficiências” em planos de educação, treinamento, motivação, conscientização (...) pa-


ra perceber o que é relevante, medir o que é valioso, registrar o que é útil e aplicável no monitoramento
de (...) e avaliar – agir para evidenciar ou demonstrar que a água é um bem econômico (contexto teórica
da economia) e que o uso racional (contexto da moderna gestão) e criterioso (adequação à realidade)
desses recursos traz vantagens - benefício sociais e para o meio ambiente.
HIPÓTESE. Planos de educação ambiental para evidenciar o valor dos recursos hídricos, protegê-los
em suas fontes e conservá-los em seus melhores usos–consumo; para medi-los e registrá-los a fim de
controlar e disciplinar outorgas e cobranças; para internalizá-los em sistemas contábeis (...) que possibi-
litem – sustentem critérios como os de poluidor (usuário) - pagador; de treinamento e motivação com
objetividade, de conscientização pública (...) trazem o reconhecimento da água como um bem econômi-
co, dão ao usuário uma indicação de seu real valor e incentivam a racionalização de seu uso na “me-
lhor” opção.

A variável dependente é o indicador; as causas das deficiências em planos (...) se acusam na ineficiên-
cia de um elemento capaz de para revelar, expor, informar, comunicar (...).
42

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Uma das características, a mais importante, do método científico é dada pela hipótese, uma proposição tes-
tável que pode ser validada por observadores independentes, com determinadas características propositadamente
omitidas (ver detalhes em GARCIA, 2007; material em meio digital disponível para o leitor interessado).
A Figura 9 é uma forma simples e didática para apresentar o conceito de hipótese integrando elementos da
realidade, devidamente representada, observada e registrada no dado, com a teoria para testar certa proposição,
mediante operações mentais como são a dedução, análise, indução e síntese. Do dado, mediante a dedução, pas-
sa-se à hipótese que, após análise (teste e experiência) e pelo raciocínio indutivo, é possível se ter a inferência. È
uma dedução obtida por meio de raciocínio e de acordo com o resultado do teste: aceitação (ou rejeição da pro-
posição), sem garantir que o mesmo seja definitivo. São verdades científicas, apenas prováveis de ocorrerem,
conforme certas condições (...), sem aceitação definitiva. Sem a orientação básica da hipótese - teste, ainda que
de natureza e conteúdo preliminares, não seria possível saber, por exemplo:

Análise Experiência
Hipótese

Indução
Dedução Realidade (t0)
Fato, fenômeno...
PROBLEMA
Observação Leis, teorias...
Dado “intuição”

Aplicação S o l u ç ã o
Generalização, conforme a teoria: aceitar
Nova solução: rejeição da hipótese

Figura 9 Práxis científica: relação realidade - teoria pela hipótese científica


Fonte: Garcia (2007a).

a) o que procurar e o que observar em um estudo - pesquisa desenvolvida com base no método científico e feita
de maneira objetiva, clara e direcionada para se atingir determinadas finalidades;
b) o que testar e explicar de forma consistente com as finalidades do estudo-pesquisa;
c) que experiências e testes realizar e que dados e informações, após tratamento, generalizar com base em re-
sultados dos testes de hipóteses; estas, como proposições, combinam teorias ou evidencias amplamente acei-
tas e dados da realidade de um ambiente específico, para explicá-lo, solucioná-lo (...) com base em resultado
do teste.
43

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Hídricos

É mediante a formulação de hipóteses, seus testes e inferências que a ciência busca a sistematização, a ge-
neralização e a interpretação de novos dados e informações à luz do avanço do conhecimento, da ciência.
A organização lógica e a disposição de elementos e passos na formulação de hipóteses são sintetizadas na
Figura 10. No início do processo, tem-se a obtenção, pré-tratamento e avaliação de consistência de dados, ape-
nas os dados necessários (uma questão de seleção criteriosa: indicadores) para os propósitos do estudo - pesqui-
sa. Conforme seja o tipo de investigação e, em conseqüência, a natureza (atributos, especificações como as de
detalhes, períodos etc.) dos dado e informações e as finalidades, orientar-se-ão as pesquisas bibliográficas, do-
cumentais e de experimentação, entre outras, para se obter as informações necessárias na construção das hipóte-
ses. A pesquisa documental, em particular no campo teórico, orienta-se para conhecer os pressupostos e funda-
mentos de técnicas e métodos de testes que se aplicam em teorias da inferência e da decisão utilizadas nos testes
de hipótese adequados à realidade.
A formulação de hipóteses é seguida pela seleção do teste com duas probabilidades: não aceitar esse teste
o que pressupõe retornar à pesquisa documental até encontrar um teste adequado à situação, às condições do
estudo (...) ou aceitá-lo, passando a seguinte fase: a análise da distribuição estatística dos dados a serem testados.
Essa análise é, também, referência para se avaliar a adequação ou consistência do teste à realidade. O último
passo é o relativo à decisão (baseada na teoria de decisão que fundamenta o teste; essa teoria é propositadamente
omitida neste documento), com duas possibilidades de escolha e cada uma delas com riscos definidos em termos
de probabilidades de ocorrências: aceitar o que é certo; aceitar o que é falso; rejeitar o que é falso; ou aceitar o
que é falso. Compreende aspectos relevantes na teoria de decisão e na análise de risco. As possibilidades são: a
primeira é não rejeitar (aceitá-la) a hipótese nula (H0); a segunda é rejeitá-la, aceitando-se a hipótese alternativa
como sendo “verdadeira” (HA). Os riscos, em termos agregados ou de qualificação (decisão correta e erros tipo I
ou II), são sintetizados no Quadro 2.

Quadro 2 Possíveis decisões de um teste de hipótese a


A hipótese nula (H0) é verdadeira A hipótese nula (H0) é falsa
Erro do tipo I (  )
Decisão correta (1 -  )
 =Prob.(cometer erro do tipo I), quando:
Rejeitar H0 = Prob.(Aceitar H0 | H0 é verdadeira)
DECISÃO

=Pro.(Rejeitar H0, sendo verdadeira)


= Prob. (H0 | H0)
=Nível de significância do teste = P(H1 | H0)
Erro do tipo II (  )
Decisão correta ( 1 - )
 = Prob.(Cometer erro do tipo II)
Aceitar H0 = Prob.(Rejeitar H0 | H0 é falsa)
= Prob.(Aceitar H0 quando for falsa)
= Prob.(H1 | H1) = Poder do teste
= Prob.(Aceitar H0 se H1 é verdadeira) = P(H0|H1)
a
Fonte: Garcia (2007a).

Que orientam (devem orientar) atividades, estratégias, alocação de recursos (...) de planos como os de
treinar, educar, conscientizar (...) na bacia hidrográfica? Em parte, a visão – missão da organização sintetizável
em indicadores; os objetivos e metas sempre em termos de indicadores; os princípios, diretrizes e recursos dis-
poníveis dimensionados e monitorados em suas aplicações por indicadores integrados na gestão, em planos (...).
44

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Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo – Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento

Obtenção, pré-tratamento, avaliação


avaliaçãodede“consistên-
Obtenção,
Obtenção, pré-tratamento,
pré-tratamento, avaliação de“consistên-
“consistên-
cia” (...)
cia” de dados necessários no estudo para (...)
cia” (...) dos dados necessários noestudo
(...) dos dados necessários no estudo

Pesquisa documental: fundamentos e pressupostos (implicações de

Hipótese com referência em juízo de valor


suas violações) de técnicas e métodos para testar hipóteses (...).

Termos claros, concretos, verificáveis

Coerência com os recursos e técnicas


Formulação de hipóteses: referências teóricas e empíricas
(conceitos) (dados)

Avaliação,

Objetividade
seleção do teste

Análise da distribuição estatística (...):


base de análise, escolha (...) do teste (...)

- Tipo: problemas, objetivo


- Coeficiente de risco (...)
Pré-definir critérios:

- Erros toleráveis (...)


* Calcular a “estatística”, comparar (...)

Decisão
(Quadro 2)

Não rejeitar H0 / condições (...) Rejeitar H0 / condições (...)


Concluir que H0 pode ser verdadeira Concluir que HA pode verdadeira com
com base no resultado do teste (...)* base no resultado do teste (...)*

Figura 10 Passos para orientar a formulação de hipóteses em estudo - pesquisa que se desen-
volve com base no método científico
Fonte: Garcia (2007a; adaptado).
45

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Hídricos

Na fase de formulação do problema (oportunidade) para estudo – pesquisa aparecem indicações de condi-
ções sob as quais se aceitam vias de ações (p.ex., para explicar, de relacionamento entre variáveis, de soluções
provisórias): são as hipóteses como asserções acerca da eficácia dessas ações alternativas. Em modelos idealiza-
dos, formulam-se, em seqüência, as condições sobre as quais cada hipótese seria idealmente aceita. Isto requer
que sejam formuladas de maneira a se tornarem susceptíveis de avaliações estatísticas (ACKOFF, 1975; p. 241),
com bases em dados consistidos da realidade e fundamentos teóricos aplicáveis nessa realidade, os meios e obje-
tivos.
Na Figura 10, na primeira indicação de um processo, parte superior, destaca-se a obtenção de dados ne-
cessários para desenvolver o estudo – pesquisa; o termo necessário indica, de forma implícita, que não é o vo-
lume de dados e informações o que interessa, mas, a qualidade, a objetividade ao atender às finalidades – meios
do estudo. O segundo processo, refere-se à pesquisa documental sobre testes, suas características, exigências de
aplicação – validade; considerações importantes acerca dessas exigências teóricas e condições práticas de aplica-
ção de um teste como “t”, 2, “F” (...) e de conceitos importantes como “graus de liberdade”, riscos (Quadro 2)..
Ao especificar as hipóteses de orientação sobre alternativas de ações e as condições em que se possam
aceitar tais alternativas, são pré-assumidas determinadas condições como, p.ex., a decisão, em planejamento,
gestão e aplicação de recursos no estudo, para: conhecer o problema, buscar uma solução consistente orientada
por hipóteses. Uma solução para melhor estados a partir de proposições não-rejeitadas, tais como as de explicar
novas observações, valorizar dados, novos ou convencionais, carregados de valor, de significado; estabelecer
relações entre eventos; fazer previsões de eventos (...) como aproximações sucessivas (um dos princípios da
pesquisa científica) traduzidas, em parte, na sensibilização de, p.ex., perceber o que é relevante, medir e registrar
o necessário, buscar as fontes de informações indispensáveis. Isto, porque a condição necessária para proteger e
gerir um ativo como é a informação, é conhecê-lo (valor intrínseco do dado consistido) e conhecer – aplicar os
meios (p.ex. a tecnologia da informação e os princípios de política, segurança aplicáveis nesse ativo) para prote-
gê-lo e conservá-lo, enquanto ativo valioso e útil, conforme sinalizações de indicadores.
No caso de recursos e fontes de dados e informações para treinar e educar, como base para formular hipó-
teses, tem-se, entre outras, as políticas de recursos hídricos em níveis federal e estadual, os comitês e agências de
bacias, o plano diretor da bacia e o instrumento de cobrança com os respectivos estudos para sua implantação,
monitoramento e avaliação – correções, se for o caso. Educar com base nessas referências para garantir que os
objetivos e metas, do instrumento de cobrança na bacia (...), sejam atingidas.
Para o caso específico deste documento, as hipóteses são sintetizadas na Figura 11. A semelhança da ori-
entação para se definir o problema, a especificação de hipótese pode ser orientada por perguntas, tais como: Pro-
priedades ou atributos desejáveis da população. A capacidade dos indicadores para expressar a realidade em
termos de condições (tais como:...; valores da realidade), pressões (tais como ...: valores), respostas (em:...: valo-
res), previsões (de...: valores) é maior do que a capacidade “registrada” pelos indicadores da bacia (especificar
qual é o território de referência e as condições, respostas, previsões em termos de valores)?. As respostas defi-
nem hipóteses testáveis: fazer o exercício. Dispersão de uma propriedade. O coeficiente de variação intertempo-
ral de um indicador tido como preciso é menor do que 10%/ (o valor de referência é um padrão estabelecido e
aceito ...). Respostas como hipóteses. Proporção da população que apresenta / adota ou está disposta a pagar.
Mais de 80% de derivações tidas como não-significativas incidem sobre o regime de vazão?
Um exemplo da importância de hipóteses é Libânio, Chernichard e Nascimento (2004), na dimensão da
qualidade, com foco em relações entre indicadores sociais, disponibilidade hídrica, saneamento e saúde pública.
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PNRH: Fig. 6 a 8
Comitê, Agência (...)
Plano Diretor
Inst. Cobrança

Vontade e

educar
decisão(...)

Perceber...
Medir...
Registrar...
Armazenar
Sintetizar

II: I N D I C A D O R ES (Ind):
Ter Ind capaz /expressar fatos da realidade:
I: D A D O S: condições, pressões, respostas etc.
Representação completa e fiel da (...) Ind /Focalizar aspectos de importância e de
Atualização e pertinência conforme (...) referências às comparações entre (...)
Necessária abrangência de acordo (....)  Ind consistentes com situações – condições
Equilíbrios: integrabilidade para (...)
Objetivos, técnicas (...) integráveis  Ind com Suporte teórico necessários e fácil
entendimento–aplicação nas condições (...)
Veracidade, confiabilidade de acordo  Ind suficiente precisão e adequada mensu-
(...) rabilidade para os fins de (...)
↓↓↓↓↓↓↓ Ind. com documentação adequada em (...)
Valor Agregado Apenas o no. de Ind necessários por (...)
Utilidade, aplicabilidade (...) ↓↓↓↓↓↓↓
Ind /decisões com riscos aceitáveis

Indicador
Novos dados
Vetor de Ind Eficientes, Simples
Para os fins de gestão em (...)

Internalização no cliente:
- Água é um bem econômico...
- Uso criterioso reflete seu valor
-A alocação racional melhor uso

Figura 11 Hipóteses consideradas em dados e indicadores que compõem um plano diretor, com foco
no instrumento de cobrança pelo uso dos recursos hídricos.
Fonte: Garcia (2007b; simplificado).
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Hídricos

2.3 Objetivos

Parte-se de premissas como: não há gestão de um objeto (situação ou ambiente, processo ou resultado
etc.) que não se conheça em seu valor, importância, significado, potencialidade, limitação (...) para a sociedade,
para o governo, para a empresa (...); não se conhece o que não se percebe com objetividade, mede com consis-
tência, registra com segurança e avalia com eficácia (...) para informar - comunicar à gestão como decidir; e não
há sucesso na proteção – preservação e na conservação e manejo integrado, segundo seja o caso e conforme
limitações, ameaças e potencialidade, supostas ou implícitas, no objeto que não se observa, mede, registra; que
não se conhece; que não pode ser gerenciado. Dessa forma, a água, como um bem de domínio público, quando
submetido a pressão (?) e disputas (?) e se objetiva proporcionar usos múltiplos de acordo com certas escala, sem
dissociações entre qualidade e quantidade, entre fontes superficiais e subterrâneas (...), constitui-se um objetivo
difícil ou impossível de se atingir.
A primeira premissa destaca a importância do problema: não se conhece (...) com os detalhes necessários
e apenas os necessários, as causas principais de um problema, conhecido apenas por sintomas, e que deve ser
delimitado e caracterizado com precisão. Os indicadores para representar aquilo que deveria ser conhecido, são:
a) Incapazes de expressar fatosrelevantes, estratégicos (...) da realidade, tais como: condições, pressões,
respostas, previsões etc., em função de (quais são as causas principais dessa incapacidade?)
b) Focalizam aspectos de menor importância, tais como (quais são esses aspectos irrelevantes?) e não
são referências às comparações (quais são as comparações que interessam?), porque (as causas para
não expressar aspectos de maior interesse e se constituir referêncis?).
c) Inconsistentes com situações – condições observadas, constatadas na bacia (...), tais como (quais são
essas condições: origens, evoluções e tendência, quais são as conseqüências das inconsistências?).
d) Teóricos e de difícil entendimento–aplicação porque as técnicas, métodos, procedimentos científicos
não foram testados – adequados à realidade em função de (que razões se omitiram nos testes, nas
adequações- validações de aspectos teóricos que se traduzem em difícil entendimento?).
e) Pouca precisão e crítica mensurabilidade quando se definem em termos e sentidos vagos, tais como
(quantificar a imperfeição, a ambigüidade, a pouca precisão e os aspectos críticos de procedimentos
e de medições utilizads).
f) Sem documentação adequada que possa alicerçar (quais seriam os documentos, a importância dessa
documentação, as possíveis fontes dessa documentação e de adequação à realidade?).
g) Muitos indicadores “fracos” (devido à:...; qual é o aspecto ou em que sentido é fraco?) para se defi-
nir, monitorar, avaliar, evidenciar (...) um mesmo fato (que implicações práticas, econômicas, fun-
cionais se derivam do excesso de indicadores?).
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A segunda premissa destaca a necessidade de percebre com objetividade, medir com consistência, regis-
trar com segurança e avalia com eficácia (...) em dados com valor e utilidade, com pertinência e completeza (...).
Dados que possam ser sintetizados e integrados em indicadores para auxiliar à gestão. Esta premissa estabelece
uma ponte entre problemas e objetivos: a necessidade de perceber, medir, registrar (...) indica que os procedi-
mentos existentes para realizar essas operações não são eficientes: o problema. Por outro lado, indica ou acena
para a necessidade de melhorar esses procedimentos para informar - comunicar à gestão o como avaliar-agir: um
objetivo da gestão ambiental.
A terceira premissa evidencia um objetivo, o sucesso na proteção – preservação e na conservação e ma-
nejo integrado de ambientes e recursos hídricos. O instrumento de cobrança, quando devidamente auxiliado em
sua implantação, monitoramento (...), deverá contribuir para se atingir esses objetivos consistentes com outros
como os do plano diretor, do comitê / agência de água, da política de recursos hídricos.
Conforme a lógica didática que se deriva das premissas anteriores (desconsiderar suas validades em gene-
ralizações e sua originalidade 3), estabelecem-se relações diretas e seqüências entre o problema central e o obje-
tivo central e entre as causas principais desse problema e os objetivos específicos do estudo-pesquisa. São rela-
ções diretas que permitem utilizar, para apresentar e facilitar o entendimento, procedimentos como os de “árvo-
re” e técnica de Ishikawa, tanto para os problemas como para os objetivos, passando por orientações teórico-
práticas das hipóteses.
Os objetivos acenam para frente ao relacionar e compreender elementos, conceitos e princípios, entre ou-
tros os de metas, missão, visão e filosofia da organização, do comitê da bacia, da agência de água, do plano dire-
tor (...), para as seguintes fases do estudo – pesquisa, tais como referencial teórico, metodologia, cronogramas e
resultados para alcançar os objetivos.
Pelos objetivos do documento, servir como referência didática para a educação ambiental, ainda que mui-
to limitado ao se referir apenas a um instrumento de uma política em um contexto abrangente como é o da gestão
ambiental e a semelhança das definições de problema e hipótese, a parte que segue apresenta fundamentos dos
objetivos (GARCIA, 2007 a).

_________________o_____________________

O estudo – investigação precisa ter um propósito, um fim determinado e exeqüível em dimensões como a
técnico-científica e operacional, que se quer atingir, expresso de forma clara e realista (possível de ser atingido)
como uma resposta ou solução ao problema diagnosticado e orientado pelas hipóteses. Essa resposta pode ser em
termos amplos quando se define um objetivo geral. Pode compreender desdobramentos em função do tempo
(p.ex., objetivos de curto, médio e longo prazos), de aspectos como os funcionais e estratégicos da organização
(p.ex., objetivos estratégicos e objetivos estruturais) e de causas principais do problema. São os objetivos especí-
ficos que precisam se integrar no objetivo geral.

3
Teve como inspiração a frase de um dos precursores da gestão da qualidade William Edwards Deming: “Não se gerencia o
que não se mede, não se mede o que não se define, não se define o que não se entende, não há sucesso no que não se geren-
cia”
49

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Hídricos

Tanto o problema para estudo – pesquisa (a resposta: o que se deve fazer/) como os objetivos propostos (a
resposta: para quem fazer/) são baseados em orientações que devem ser explicitadas com precisão, foco, consis-
tência e pertinência.
No caso dos objetivos, essas orientações devem compreender os correspondentes meios (recursos, proce-
dimentos etc.) para se alcançarem as finalidades e os interessados. Nessa explicitação é necessário observar
“plena” consistência – correspondência entre o problema com o que se pretende alcançar: os objetivos, dentro de
certo espaço ou local e período de tempo, condições e possibilidade: são osfenômenos a observar; as circunstân-
cias a observar como condições ambientais diante das quais os objetos são observados. Os interessados implíci-
tos nos objetivos são, por um lado, os que se dispõem a fazer – financiar (...) o estudo; pelo outro, os interessa-
dos na solução, o cliente do estudo.
Explicitar as finalidades de um estudo - pesquisa é responder às pergunta para que se faz? (objetivo geral)
e para quem se faz? (objetivos específicos). É indicar os efeitos - impactos que se pretendem provocar, o que se
propõe fazer para atingir um propósito e que aspectos são analisados, com esse fim, ao fazer o estudo.
Os objetivos são declarações-guia, formuladas com a terminologia precisa e, repetindo, com plena coerência
com a definição do problema, para responder determinadas questões: as respostas são as definições dos objeti-
vos. A base dessas declarações são indicadores e as questões a serem respondidas poderão ser:
a) Quais são os dados e informações necessárias para (...)? De certa forma as respostas compreendem ou re-
presentam uma síntese do problema que acena na especificação de meios e recursos, apenas os necessá-
rios, para se atingir as finalidades; compreende, também, as circunstâncias a observar.
b) Que técnicas e métodos serão aplicados na solução para se alcançar as finalidades do estudo - pesquisa?
Corresponde a uma síntese de procedimentos (p.ex., as estratégicas de parcerias, de cooperação), de técni-
cas (p.ex., as coleta e tratamento de consistência dos dados, as de armazenamento e distribuição da infor-
mação com segurança) ao definir os meios - recursos necessários para se atingir as finalidades.
c) Qual é o período de tempo requerido para, com o resultado do estudo, alcançar as finalidades? Esses pro-
pósitos podem ser satisfazer o cliente em suas necessidades e expectativas.
Para o caso considerado: reconhecer a água como bem econômico, portanto, dentre de critérios econômi-
cos e dar ao usuário uma indicação precisa, quanto possível, e exeqüível, sempre, técnico-operacional de
seu real valor; incentivar a racionalização de uso – consumo da água nasua “melhor” e sustentável opção;
e obter recursos para o financiamento de programas e intervenções que se façam necessário e estejam de-
vidamente contempladas – definidas/ justificadas em instrumentos como os planos diretores de recursos
hídricos.
As referências, para se definirem objetivos, podem ser planos diretores de longo prazo e com horizontes
de planejamento compatíveis com o período de implantação de programas e projetos que visam a funda-
mentar e orientar a implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e o gerenciamento desses
recursos na bacia (...) conforme prescrições da PNRH (Lei no. 9.433, de 8 de jan. de 1977) .
Para definir um objetivo de um estudo - pesquisa com clareza, pertinência – consistência com o problema,
com a realidade (...), é preciso conhecer quais são necessidades e expectativas que o cliente tem em relação aos
resultados do estudo. Essas expectativas se definem em relação à efetividade da resposta com a adoção da solu-
ção que ele espera; uma solução que deve ser proposta e desenvolvida dentro das possibilidades, condições (...)
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de uns (p.ex., viabilidade técnico-científica, econômica, ambiental) e outros (p.ex., viabilidade de aceitação e
adoção da solução por parte do cliente).
Em um estudo – pesquisa com qualidade, com efetividade de seus processos e resultados não basta “satis-
fazer” o cliente conforme o que ele manifesta em rápidas impressões ou de qualquer forma: é pouco. É funda-
mental que esse alvo seja bem sucedido e satisfaça suas necessidades (p.ex., com a solução) e expectativas (em
relação ao que espera) com os resultados do estudo-pesquisa. É preciso que esses resultados aplicados lhe permi-
tam, com relativa facilidade e oportunidade, alcançar um novo estado ou situação por ele preferida. Por isso,
quanto mais clara e específica seja a definição do problema, melhor definida será a finalidade do estudo e melhor
direcionada a solução no contexto em que o cliente se projeta e desenvolve com esses resultados, sem externali-
dades negativas ou, caso ocorram, com excedentes de benefícios suficientes para compensá-las.
A “real”, possível, desejada (...) satisfação do cliente é um dos fatores mais importantes para avaliar a res-
posta de um resultado pela sua efetividade, pela sustentabilidade (...). Para garantir essa satisfação, o objetivo
deve ser específico (uma finalidade) e definido em função de necessidades (ordenadas, priorizadas..., com indi-
cadores) determinadas por suas causas, pela importância real e pertinência dessas causas. Isto pressupõe ter um
conhecimento acerca da identificação, delimitação, caracterização das necessidades, cenários, condições socio-
culturais e econômicas, evolução e tendências, limitações e potencialidades (...), internalizando-o no estudo -
pesquisa.
A finalidade d e um estudo - pesquisa aparece com o esclarecimento ou entendimento de necessidades a
serem atendidas porque são exeqüíveis, porque são relevantes em um plano diretor (...): no cliente. Essa relevân-
cia e exeqüibilidade da finalidade do estudo – pesquisa está relacionada com a relevância e exeqüibilidade do
problema a ser tratado com o auxílio do método científico. Por isso, tal finalidade surge quase que naturalmente
da definição do problema, sendo que objetivos específicos, claros e precisos só podem ser definidos com foco
específico, claro e preciso a partir de um problema com essas características.
Se o estudo – pesquisa faz parte de um programa do comitê da bacia (...), da agência de água, do plano di-
retor (...), em geral, do cliente desse estudo, então os objetivos desse cliente constituem-se a finalidade do estudo
- pesquisa. Dessa forma, a finalidade deve estar plenamente alinhada com os objetivos do cliente e contribuir
para atingi-los no programa, na agência, no plano (...) em que o estudo se insere e para o qual deve contribuir.
Objetivo e finalidade são dois conceitos diferentes (com freqüência são conceitos utilizados indistintamen-
te: o objetivo da pesquisa, alinhado ao objetivo do cliente como a fase que segue à definição do problema), po-
rém estreitamente relacionados, que precisam de esclarecimentos. O exemplo que segue facilita o entendimento
desses conceitos:

“Reduzir o número de indicadores (ineficientes, difíceis de aplicar etc.) a utilizar no monitoramento de proce-
dimentos da cobrança pelo uso da água e na aplicação dos recursos provenientes dessa cobrança na bacia (...),
mediante a (1) análise de fatores críticos de sucesso na implantação desse instrumento, (2) as correções suge-
ridas por essas análises (...) para (1’) agilizar o acompanhamento, (2’) simplificar os procedimentos, (3’) re-
duzir custos (os complementos que seguem à palavra mediante.definem os meios; os complementos que se-
guem à palavra para.definem as finalidades, o que se pretende alcançar; essas definições, no método e lingua-
gem científica são “bem” caracterizadas), conforme as indicações do problema”. Trata-se do impacto que se
espera seja provocado pelo resultado quando aplicado, adotado pelo cliente do estudo. É em atenção desse
impacto que se planeja, gerencia e realiza o estudo – pesquisa.
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Hídricos

É possível observar ou verificar que a redução de indicadores (...) poderá não estar determinada apenas ou ex-
clusivamente pela análise de fatores críticos de sucesso (...), pelas correções (...), mas sim por elas e por “ou-
tras ações – efeitos” não compreendidos no estudo - pesquisa, como poderiam ser: treinamento de pessoal,
educação ambiental, conscientização pública (...), podendo-se até alcançar, com essas “outras ações – efeitos”
a própria dispensa desses indicadores quando não seja necessária a cobrança.
Por isso é importante distinguir o que são (serão) os “efeitos” esperados do estudo - pesquisa (o que pretende
alcançar) e o que são (serão) o(s) impacto(s) da mesma ou para que fins ou propósitos específicos o estudo-
pesquisa efetivamente contribui; essa contribuição é medida pelo resultado ou impacto, na parte que couber,
provocado no cliente.

Na definição de objetivos é freqüente o uso de expressões, tais como: ”‘avaliar”, “coordenar”, “quantifi-
car”, “apoiar”, “melhorar”, “fortalecer”, “promover”, “modernizar” (...). São expressões que representam descri-
ções de um processo, de uma técnica ou método, de produto e, portanto, especificam meios e não finalidades.
Tais meios devem ser os necessários (justificados, indispensáveis etc.) para se atingir um propósito, mas, tem
fraco ou limitado conteúdo na definição clara e concisa do objetivo, de um novo “estado” que se espera com os
resultados do estudo - pesquisa.
Os resultados e suas finalidades tratam da descrição de uma situação desejada e possível de se alcançar. O
que efetivamente se atinge em relação ao proposto é definido por um indicador de qualidade.
A orientação para definir a finalidade de um estudo - pesquisa pode ser feita mediante perguntas a serem
devidamente respondidas, tais como:
a) Que (objetivo geral) e quem (objetivos específico) é o beneficiário, o cliente alvo da pesquisa? Quando se
justifica a importância, relevância, oportunidade, exeqüibilidade (...) do problema para o estudo, acena-se
para a definição de objetivos, gerais e específicos, com determinadas orientações, as hipóteses.
Daí porque entre o problema e a finalidades deve existir uma lógica e forte inter-relação de coexistências:
sem problema: uma dificuldade (...) e suas causas (...), um agente com essa dificuldade e suas possibilida-
des (...), um local, um período etc.; não se tem um objetivo: que fazer, por que fazer, para quem fazer, que
alcançar, com determinados atributos, em termos de efetividade.
b) Quando se espera atingir esse objetivo, bem como quais são (serão) as condições, possibilidades (...) em
que se alcançará a finalidade com o resultado do estudo?
c) Qual é a mudança (p. ex., o impacto positivo no alvo; há, também, impactos negativos a serem considera-
dos) que se espera com os resultados (que medidas precisam ser consideradas, quando necessário, para mi-
tigar os impactos negativos).
d) Quais são (devem ser) as condições de adoção desses resultados para se atingir a finalidade do estudo -
pesquisa.
A semelhança da definição do problema anteriormente apresentada e ilustrada, a definição de objetivos
pode ser orientada por perguntas, observando-se que entre as perguntas de orientação para definir o problema
objeto de estudo - pesquisa e as perguntas de orientação para definir os objetivos pretendidos, há uma direta e
estreita relação - complementação, conforme se ilustra, com exemplos pertinentes, no Quadro 2.
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Quadro 2 Perguntas de orientação para definir o problema e os objetivos do estudo (...), evidenciando relações a

HIPÓTESE
PROBLEMA    OBJETIVO  
(perguntas de orientação, sem a (perguntas de orientação, sem
definição do problema) a definição do objetivo)

Para que? Buscar o aprimoramento de indicadores que possam


Por que os indicadores utilizados na expressar condições, respostas, previsões (...) de interesse na
bacia (...) são incapazes (não- gestão? As respostas colocam em evidências os objetivos gerais.
T  P Obj

apropriados...) de expressar condições,


pressões, respostas, previsões (...) de Para quem devem se melhoram os indicadores? As respostas
interesse na gestão? A resposta coloca destacam os usuários desses instrumentos. São os objetivos es-
em evidência as causas do problema, pecíficos que possibilitam a definição do objetivo geral e abran-
bem como sua importância e pertinên- gente. São respostas que compreendem o se relacionam com
cia (justificativa). conteúdos (desvios) intrínsecos, quer de fatos, quer de idéias e
conceitos.

Para que? Identificar, caracterizar (...) fatores críticos de suces-


Por que os indicadores têm como foco so em (...) e por que ter referências “sólidas” para fazer compa-
aspectos de menor importância e não rações de “estados” de interesse na gestão? As respostas defi-
T  P Obj

podem ser referências para fazer “bo- nem os objetivos gerais.


as” comparações (...)? As respostas Para quem se definem as áreas de atividades para o alcance de
definem fatores críticos de sucesso (...) resultados favoráveis na implantação da cobrança pelo uso da
na implantação do instrumento de co- água? As respostas destacam os beneficiários (planejadores, gesto-
brança pelo uso da água. res, clientes) dessa forma de sinalização fundamental para o cum-
primento de objetivos, metas, missão (...) da organização.

Para que? Melhorar a precisão dos indicadores (...)? As respos-


Por que os indicadores são de pouca tas definem os objetivos gerais ao relacionar o atendimento de
precisão e suas medidas são críticas? A
T  P Obj

necessidades como as fundamentar a análise crítica de processos


resposta define os fatores que levam a e resultados na tomada de decisões; contribuir à melhoria contí-
sub-considerarem ou a omitirem (cau- nua com base sólidas e precisas (...)
sas) atributos de qualidade na definição
de indicadores, como os de precisão e Para quem se definem os indicadores precisos e com medidas
medidas consistentes confiáveis? As respostas os clientes de indicadores com esses
atributos de qualidade e efetividade.
(. . . )

(. . . ) (. . . )

a
Fonte: Garcia (2007b; simplificado). T = Aspectos teóricos ou referências de crédito que se utilizam para testar a proposição in-
dicada na hipótese. P = aspectos práticos definidos por dados e que pretendem explicar, solucionar, comparar (...) mediante o teste
da hipótese. Obj = objetivos a serem alcançados.  = integrado.  = aponta para (...)
53

Descritores e Indicadores de Sustentabilidade no Ato de Cobrança pelo Uso de Recursos


Hídricos

As respostas às perguntas de orientação que definem os objetivos do estudo – pesquisa devem destacar a
cobrança como um instrumento de gestão, essencial para a criação de condições de equilíbrio entre disponibili-
dades hídricas, definida por indicadores físicos, e necessidades de água, definidas também por indicadores, pro-
movendo, como efeito, a “harmonia” (ou “estados” de conflitos “toleráveis” pelas partes afetadas por essa co-
brança) entre usuários e beneficiários competidores, simultaneamente com a promoção de redistribuição de cus-
tos sociais, melhoria da qualidade de efluentes lançados, em níveis “toleráveis” (pelo meio ambiente, pelo corpo
de água receptor: indicadores), além de ensejar a formação de um fundo financeiro para obras, programas e in-
tervenções contempladas em planos diretores da bacia (...).
Nesses objetivos do cliente e para os qual a finalidade do estudo contribui, tem-se um espaço seguro, in-
substituível, para os indicadores auxiliarem à criação de condições (...), à redistribuição de custos sociais, à me-
lhoria da qualidade, à manutenção de “estados” de resiliência” porque, através de “bons” indicadores se conhece
e respeita (na intervenção, na captação, no lançamento etc.) a capacidade do sistema (...) suportar perturbações e
manter sua estrutura, padrão de comportamento (...) quando modificada por intervenções humanas sua condição
de equilíbrio.
Para que os indicadores possam sintetizar informações técnico–científicas e operacionais (p.ex., de princí-
pios e diretrizes) de forma eficiente, preservando o essencial de dados originais com qualidade e utilizando so-
mente as variáveis que melhor atendem às finalidades do estudo, aos objetivos do cliente, é preciso que tanto os
dados como os indicadores sejam eficientes. A condição necessária para se atingir a eficiência dos indicadores se
encontra, em parte, em dados com qualidade, valor e utilidade.
São de ativos intangíveis objetos de permanentes monitoramentos e “controles” (p.ex., de qualidade em
sua integridade - completeza, consistência, atualidade, atendimento ao cliente, segurança) a serem implementa-
dos mediante: política de segurança da informação, definição de responsabilidade, planos de capacitação de pes-
soas, gestão de atividades do ambiente. São dados que devem apresentar determinadas características, entre ou-
tras, as seguintes:
a) Valiosos, úteis – aplicáveis e suficientemente representativos da realidade objeto de estudo. Essa represen-
tação é exemplificada na Figura 12 com a indicação de uma fonte: postos de observações de dados hidro-
lógicos, climatológicos (...); com a exemplificação de um fenômeno como é o ciclo hidrológico; e de um fa-
to como é o sistema de águas subterrâneas.
b) Com a necessária - pertinente atualização temporal e espacial e sem desvios do foco, do atributo que re-
presenta e que é objeto de estudo – pesquisa.
c) Um dado com a necessária abrangência, apenas a necessária, e suficiente completude do atributo por ele
representado.
d) Dados com equivalentes níveis de detalhamentos de tal forma que viabilizem a integração com outros da-
dos e com outras fontes de informações (p.ex., GIS).
e) Cm propósitos, procedimentos de levantamento e de avaliação (técnicas) de consistência que facilitem a
síntese de conteúdos relevantes em um indicador.
Parte dessa facilitação está na normatização – sistematização ao utilizar unidades de medidas conversíveis e
critérios de orientação de segurança da informação por todos reconhecidos.
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Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária


Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo – Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento

f) “Seguros”, quanto possível, em aspectos importantes como os de veracidade, confiabilidade, comunicabi-


lidade (...) dentro de critérios de tratamento e segurança da informação aceitos por todos.
Tanto os propósitos da informação – comunicação quanto à proteção de conteúdos dos dados e segurança
de um ambiente, estão sujeitos a normas através de controles e diretrizes como as indicadas pela ABNT,
ISO e orientações pertinentes do SNGRH, entre outros.
No caso da norma ABNT, p.ex., (NBR ISO/IEC 17799, de 2005), a segurança de um ambiente é caracteri-
zada pela manutenção de três fatores: a confiabilidade ou a garantia de que a informação só pode ser aces-
sada e manipulada por entidades autorizada, pessoas sistema eletrônico; pessoa autorizada; a integridade
que implica que toda vez que uma informação é manipulada ela está consistente, seu conteúdo não foi alte-
rado ou adulterado por um acesso legal ou ilegal; e a disponibilidade ou a garantia de que sempre a infor-
mação poderá ser acessada pela entidade autorizada. Nessa norma se reconhece que o dado é “um ativo
que, como qualquer outro ativo importante para o negócio, tem valor para a organização e conseqüentemen-
te necessita ser adequadamente protegido”. O estudo – pesquisa deve interpretar em suas finalidades e no
que a ela couber, esses fatores e critérios para auxiliar a aderência do ambiente e sistema de informação do
cliente às normas para garantir a disponibilidade, confidencialidade e integridade.
Com essas características, entre outras, tem-se dados com valor e aplicabilidade, objetos de gestão de
acordo com critérios, diretrizes e princípios (p.ex., da política de segurança, da segurança organizacional, da
classificação e controle desses ativos, da segurança de pessoas e física de ambientes, de gestão e controle, de
conformidade etc.) para assegurar os atributos desses ativos intangíveis. Tais ativos constituem a matéria-prima
para definir indicadores eficientes. Os próprios indicadores fazem parte desses ativos com maior valor agregado.
A Figura 11 ilustra aspectos da integração e inter-relação de dados que se pretende alcançar, como um
objetivo geral da política de recursos hídricos, com desdobramentos e considerações que são propositadamente
omitidas neste documento. O leitor interessado poderá consultar, entre outras referências, a Garcia (2007a).
Outras fontes de informações diretas e seguras são a Secretaria de Recursos Hídricos do Ministério do
Meio Ambiente e a Agência Nacional de Água, em nível federal; em níveis estaduais, as secretarias, coordena-
dorias (...) de recursos hídricos, do meio ambiente, de saneamento básico (...). Em termos gerais, a definição de
indicadores, por parte dos usuários, e sua utilização criteriosa visa sintetizar dados e informações técnico-
científica, para transmiti-las, de forma resumida e com facilidade, a diferentes grupos de usuários, transforman-
do-os em ação. Os Indicadores preservam o essencial dos dados originais com qualidade (...) e utilizam apenas
as variáveis que melhor servem aos objetivos. Dessa forma, a essência dos dados é efetivamente utilizada por
planejadores, gestores, grupo de interesses e público em geral, com significativos ganhos, em especial quando se
trata de decisões, de informação-comunicação (...) de fenômenos complexos.
À facilidade de utilização de um indicador se adicionam clareza, objetividade e operacionalidade porque
somente se considera o que é essencial dos dados. São propósitos alcançáveis quando o indicador, ao cumprir as
funções de vigiar, informar-comunicar e tornar acessíveis informações técnico-científicas, cumprem as funções
de simplificação, quantificação e análise-síntese dos dados.
Um objetivo também geral é estabelecer e quantificar “estados”, tendências (...) do meio ambiente, definir
problemas e suas causas, ordená-los conforme determinados critérios e prever possíveis impactos, mudanças,
perdas (...) de atividades humanas.
55

Descritores e Indicadores de Sustentabilidade no Ato de Cobrança pelo Uso de Recursos


Hídricos

Indicadores Eficientes (...)

II: I N D I C A D O R ES (Ind):
I: D A D O S:
Ter Ind capaz /expressar fatos da realidade:
Representação necessária e imparcial de (...)
condições, pressões, respostas etc.

Atualização suficiente e sem desvios em (...)
Ind /Focalizar aspectos de importância e de
Necessária abrangência - completeza (...)
referências às comparações entre (...)
Necessários equilíbrios: integração com (...)  Ind consistentes com situações – condições
Objetivos, técnicas (...) integráveis para (...)
“Seguros” aspectos de veracidade, confiabi-  Ind com Suporte teórico necessários e fácil
entendimento–aplicação nas condições (...)
lidade, integrabilidade, comunicabilidade
(...) Ind suficiente precisão e adequada mensura-
↓↓↓↓↓↓↓ bilidade para os fins de (...)
Alto Valor – utilidade aplicabilidade Ind. com documentação adequada em (...)
Apenas o no. de Ind necessários por (...)
II: I N D I C A D O R: ↓↓↓↓↓↓↓
Capazes de expressar a realidade em termos Ind /decisões com riscos aceitáveis
de: condições,
Dados pressões,
e informações: respostas,
Bancos previsões
e Sistemas de dados
(...) (...) de observações (...). Ciclo hidrológico.
Postos

Função, destaque dos indicadores: Figuras 4 e 5


Focalizar aspectos de maior importância
Sistema Hídrico-hidrológico. e
Águas subterrâneas (...)
com referências às comparações em casos
como (...)
Consistente com situações – condições da (...)
Gestão Integrada de recursos hídricos

TeóricoDados e informações:
o necessário, porémGIS.
comBanco e Sistemas
adequação
(...)Topográficas, solos, geológicas.
e fácil entendimento, na reali- de bacias –
aplicaçãoDivisores
dade sub-bacias. Redes fluviais. Usos do solo (...)
Economia.
Necessária Agricultura.
precisão Industria
e “segurança” na medida
Com documentação adequada à (...)
Especificidade, objetividade, clareza (...)
Planos. Projetos: dados  Indicadores de (...)
↓↓↓↓↓↓↓
Decisões “seguras” e incertezas tolerá-
veis
Capacitação-Educação: dados  Indicadores (...)

Eng Recursos Hídricos: técnicas de regionalização,


caracterização e associação /relação (...):dados 

Informações: publicações(...), mapas (...)dados 

Extensão/ divulgação dados 

Figura 11 Finalidades do estudo de bases de dados e indicadores eficientes que compõem um plano de
avaliação de recursos hídricos e a relação com a gestão integrada desses recursos.
Fonte: Garcia (2007b; simplificado).
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Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo – Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento

Quais são as finalidades destacadas neste documento?. A Figura 11: II: Indicadores, sintetiza algumas
delas, sendo necessário especificar os meios para que esses propósitos possam ser alcançadas, independe dos
objetivos de determinados grupos de interesses. Neste sentido se admite um objetivo na perspectiva de um bem
coletivo: um indicador que deve servir a diversos usos e usuários e que precisa seguir determinados critérios.
São finalidades e meios ilustrativos que, a semelhança das definições do problema e hipóteses anterior-
mente apresentadas, devem ser considerado como exemplos ou exercícios didáticos para, em cada caso, orientar
as definições e especificações pertinentes. Nesse contexto, tem-se:
a) Definir e implantar indicadores, com a utilização de dados com qualidade, procedimentos e informações
técnico-científicas adequadas ao caso, capazes de expressar, de maneira quantitativa e precisa, com simpli-
cidade e facilidade de uso, com atualidade e pertinência, com clareza e concisão - objetividade (...) a reali-
dade da bacia (...) em termos de condições, pressões, respostas e previsões relacionadas com o instrumento
de cobrança pelo uso da água. Para fazer essa definição, com as finalidades pretendidas, é preciso fazer des-
dobramentos do sentido “adequado” e da condição “capacidade”. Nesses desdobramentos são considerados
critérios explícitos no objetivo, tais como (a relação de critérios de seleção de indicadores é apenas ilustrati-
va):
a.1) Identificar e caracterizar a imagem a ser representada pelos indicadores das condições do meio ambi-
ente hídrico da bacia (...), das pressões exercidas por forças motrizes sobre esse meio, das respostas que a
sociedade esperada (...).
a.2) A imagem representativa que o indicador traduz da realidade deve ser, quanto possível, simples, fácil
de interpretar e permitir o desempenho de evoluções e tendências sob diversas perspectivas ou cenários
para os recursos hídricos na bacia (...); deve ser sensível e reportar valores críticos ou limites, valores de
referências (...), de forma que o usuário possa avaliar seu significado, fazer comparações, julgar e decidir
da “melhor” forma.
a.3) Os indicadores devem refletir as modificações do meio ambiente hídrico com certa sensibilidade (des-
tacada anteriormente) que se relacione com a cobrança pelo uso da água e das atividades humanas como
as de usos abusivos, captações e despejos nocivos (...) mediante quantificações objetivas e precisas.
a.4) Indicadores que pela consistência teórica, pela imagem que caracteriza com fidelidade, pela simplici-
dade e facilidade de uso (...) sirvam com referências às comparações em vários níveis: entre bacias de
uma região; entre regiões hidrográficas do País e entre países.
b) Definir um vetor de indicadores que evidenciem apenas os aspectos críticos e de maior importância na co-
brança e aplicação dos recursos da cobrança com suficientes e consistentes referências (...) para que as com-
parações entre situações, condições, processos e resultados sejam valiosos e úteis no monitorar e no avaliar
– agir com oportunidade e intensidade necessárias.
c) Definir e utilizar uma base de indicadores, os mínimos possíveis para cada atividade, com suficiente e
“correta” fundamentação teórica técnico-científica, quando testada e adequada, se necessário, às condições
da realidade, objetivos do estudo-pesquisa e com documentação. Uma fundamentação teórica necessária,
sistematizada, tanto em nível nacional como internacionalmente e com racionalidade econômica (p.ex., a ra-
zão custo / benefício). Indicadores que, além da fundamentação teórica consistente com a realidade, sejam
de fácil entendimento para, pelo rigor dessa fundamentação e representatividade, sustentar os resultados.
57

Descritores e Indicadores de Sustentabilidade no Ato de Cobrança pelo Uso de Recursos


Hídricos

d) Em diversas partes do documento se apresenta, como problema geral, deficiências de informações e de co-
nhecimentos, de educação ambiental, de pouca conscientização da necessidade de disciplinar o uso e mane-
jo de recursos naturais (...).
Este documento tem um objetivo nesse sentido. Apresentar referenciais teórico, conceitual e de princípios,
diretrizes (...) na elaboração de indicadores de sustentabilidade para monitorar e avaliar – agir na efetivida-
de do instrumento de cobrança pelo uso da água em uma bacia hidrográfica, tendo como base o instrumento
da cobrança da PNRH integrado com outros instrumentos e, conjuntamente dispostos em um plano diretor.
Com esse objetivo, o documento serve como material didático e referência para orientação de tomadores de
decisão.

2.3.1 Metas
Com freqüência, em estudos – pesquisa são requeridas especificações de metas ou objetivos quantifica-
dos, baseadas em diretrizes estratégicas da organização e concebidas de tal forma que possam compreender prin-
cípios conceituais, como os de ter um objetivo gerencial (p.ex., aumentar a produtividade, reduzir o desperdício),
ter um valor (p.ex., em 10%, 20%) e ter um prazo para atingi-la (p.ex., em um ano, em dois anos). São referên-
cias de estimativas quantitativas e prazos para aferição de uma atividade, processo ou resultado que, ao posicio-
nar a organização no futuro desejável e com as condições e esforços para atingi-las, permitem comparar o antes
(com o problema) e o depois (com a solução) e definir, por indicadores, a melhoria.
Alguns autores da qualidade consideram que gerenciar é estabelecer e alcançar metas; não existe gestão
sem metas. No estabelecimento de metas são considerados diversos fatores tanto de ordem institucional como
condicionadores, orientadores e essência do estudo – pesquisa.
Dentre os fatores essenciais, destaca-se a definição do problema, suas causas (...), acenando para as finali-
dades e não sobre os meios ou recursos para atingi-las. De mesma semelhante, as metas são definidas para alcan-
çar determinados propósitos quantificados e com especificação de tempo, de prazo, de período, de recursos (...) e
não sobre os meios.
As metas, junto com:
a) os valores, fonte de orientação e inspiração; exemplos de valores são: o trabalho em equipe; a transparência
em processos e resultados; a criatividade e inovação; a ética e comprometimento com (...);
b) a visão, pela percepção e capacidade de aprender do passado, aplicar com consistência no presente e direci-
onar ações para construir o futuro: a perspectiva de longo prazo;
c) a missão, a razão de ser da organização e o que ela pratica para melhorar; e
d) os fatores críticos de sucessos com os que agem na implantação do instrumento de cobrança pelo uso da
água com seus objetivos de educação, conscientização (...); sua integração com outros instrumentos da polí-
tica de recursos hídricos no plano diretor.
Fazem parte da visão estratégica da organização ao definir e utilizar os meios para se alcançar fins como,
p.ex.,os de reduzir a inadimplência de (...) em 30% no prazo de 18 messes; diminuir em 50% os lançamentos
de esgotos urbanos não-tratados, a partir do nível registrado em (...) de 11,43 milhões de litros, no prazo de
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Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo – Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento

dois anos; aumentar o fornecimento de água potável em 15% em três anos para reduzir em 40% os índices crí-
ticos de (...).
As metas podem ser estabelecidas para produtos ao observar, mediar (...) atributos relativos à qualidade
intrínseca (p.ex. da água no enquadramento em classes, segundo os usos preponderantes, para assegurar a quali-
dade compatível no uso mais exigente), à segurança (p.ex., estados de qualidade e quantidade para o uso prioritá-
rio da água), ao atendimento ao cliente (...). Metas para processos ao especificar índices de eficiência e eficácia
(...) no monitoramento e avaliação de desempenho na implantação e aplicação dos recursos da cobrança. Metas
para pessoas, ao estabelecer escalar, referências (...) de rendimento, de treinamento, de motivação e desenvolvi-
mento de habilidades, de segurança física.
Podem ser metas para manter níveis, estados, condições (...) padrões satisfatórios, em que os procedimen-
tos não se alteram, e metas para melhorar processos, resultados (...) como os de aumentar (....), reduzir (...), com
ajustes, mudanças (...) de procedimentos.
No sistema de qualidade que a organização adota, as metas se relacionam com itens de controle, quando
vinculadas ou definidas para resultados e itens de verificação, quando estão relacionadas ou vinculadas aos pro-
cessos. Em ambos os casos, os fatores comuns são os indicadores para informar – comunicar seja à gerência de
resultados, seja à gerência de processos. Os aspectos conceituais, teóricos e operacionais de metas, indicadores e
procedimentos, no contexto da qualidade, são intencionalmente omitidos neste documento.
Entre objetivos, ações e metas há estreitos e diretos vínculos – relacionamentos; o objetivo (vale dizer, a
finalidade do estudo-pesquisa) é o propósito gerencial alinhado com os objetivos do cliente; a especificação cri-
teriosa (exeqüível técnico e operacional) de um valor estabelece um alvo almejado e orienta a aplicação de mei-
os para ser atingido, constituindo-se, também, o referencial de avaliação de desempenho; ao especificar um pra-
zo, um período de tempo, uma data de início ou término (...), constitui um referencial de avaliação de desempe-
nho. O Quadro 3 sintetiza a aplicação de conceitos e apresenta relações entre objetivos, ações e metas.
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Descritores e Indicadores de Sustentabilidade no Ato de Cobrança pelo Uso de Recursos


Hídricos

Quadro 3 Exemplo de especificação de objetivos, ações e metas em um aspecto da cobrança pelo uso da água.

OBJETIVO OBJETIVOS AÇÕES METAS


CENTRAL ESPECÍFICOS
1.1) Preparação e teste de quatro “modelos” de
1) Fazer um diagnóstico para questionários em três meses: jan a mar. de (...).
de um preço público, acordado entre usuários – consumidores de uma bacia, para gerar recursos financei-
Estimular (induzir, incentivar, conscientizar “pressionar” etc.) o uso racional da água mediante a cobrança

definir a base de critérios de 1.2) Dimensionar a amostra com base nos recur-
Definir estratos (agrupa- agrupamento. sos (...) e aplicar os questionários nos elementos
mentos) de usuários – con- de amostras (...) em dois meses maio – jun. de
sumidores, com seus res- (...).
pectivos perfis técnico,
econômicos, de usos da 2) Definir diretrizes com base 1.3) Elaborar um relatório técnico de síntese do
ros aplicáveis na recuperação, preservação e conservação de mananciais (...)

água, do tipo de atividades em critérios técnico- questionário: um mês: jul de (...).


(...) para estabelecer planos científicos, operacionais e 1.4) Avaliação crítica do relatórios para definir
de cobranças diferenciadas consistentes. vazios, brechas (...): 0,4 mês: jul de (...)
consistentes com esses 3) Definir grupos caracte- 1.5) Complementação das informações primárias
perfis e que possam contri- rizados: técnica, econômica com pesquisas documental, bibliográfica, entre-
buir para viabilizar o objeti- (...); testá-los, ajustá-los às vistas (...) em dois meses: ago. – set, de (...)
vo de estimular a racionali- condições e às finalidades. 1.6) Avaliação de consistência, armazenamento
dade de uso e com ela gerar 4) Colocar os critérios e (...) e um banco de dados: set – out de (...).
recursos para investir em diretrizes em planos para 1.7) Síntese, análise, interpretação – inferência e
obras (...). atender aos grupos (...) de elaboração do diagnóstico: out – dec. de (...).
forma a viabilizar a cobran-
ça por estrato, grupo (...). 2.1) (...)
3.1) (...)
1.1) Identificar, caracterizar e cadastrar fontes de
poluição, pontos e períodos de lançamentos,
natureza e volumes (...) no prazo de seis meses,
a partir de jan. até jun. de (...); um relatório e
1) Prepara informes técnico - três boletins
Agrupar emissões (emisso-
res) de lançamentos con- ilustrativos, por grupo, para 1.2) Arquivo / banco de dados de cadastrados em
forme critérios técnicos; planos (cursos, treinamen- 20% , em três meses, de jun. até set. de (...): um
ponto ou locais na bacia; tos, programas de radio,TV, arquivo com instruções, dados, interfases (...)
natureza, volumes e perío- estudos pilotos) de instru- para dar continuidade ao processo
dos; impactos e capacidade ção, educação e conscienti- 1.3) Formação, capacitação (...) de pessoal para
de autodepu-ração (...), zação empresarial. treinamento (...) de cinco técnicos em um mês:
para fundamen-tar a defini- 2) Formação e capacitação mar. de (...).
ção de preços públicos na pessoal para desempenhar 1.4) Manuais e outros materiais de treinamento e
cobrança pelo uso de fun- (...). educação (...); dois meses: maio e jun. de (...):
ções (...) em base a concei- 3) Fortalecimento institucio- quatro manuais, quatro roteiros (...)
tos como custo de oportuni- nal necessário para avaliar, 2.1) Formação de equipes, infra-estruturas (...)
dades (...) monitorar os grupos (...).. por grupos, natureza e volume de lançamentos
para a educação ambiental: um mês: jul. (...):
três equipes.
3.1) As ações de fortalecimento institucional são
permanentes, pela dinâmica dos processos (...)
60

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2.4 Referenciais Conceitual e Teórico


Os indicadores são medidas simplificadas, consistentes (...) que melhor podem representar os elementos
chaves de um sistema complexo, traduzido em dados e informações, em dimensões como a econômica, social,
institucional, ambiental (...) para subsidiar análises, juízos e tomadas de decisões. Com essa representação se
pode descobrir, apontar, anunciar ou indicar um “estado” no presente que resultou de ações, estratégias e evolu-
ções passadas, de circunstâncias e dinâmicas, de acertos e erros (...). Pode-se construir o futuro, em função de
experiências e lições do passado, de ações e estratégias do presente; de “leituras” de tendências, projeções e fato-
res que evoluem; e de estudos e construção de cenários prospectivos. Pode-se monitorar, avaliar – agir e infor-
mar – comunicar para explorar futuros alternativos.
Em um contexto abrangente, os indicadores são elementos fundamentais para subsidiar discussões (para se
ter consensos), planejamentos (participativos), gestões (estratégicas) e elaborações de planos integráveis intra e
intergerações, interdependentes, com múltiplos interesses e efeitos, com diversas capacidades de adaptações, de
aprendizagens (...) que concorrem em propostas, como processos adaptáveis e consensuais - interativos, de de-
senvolvimento sustentável em várias dimensões. Uma forma ilustrativa simples de apresentar o conceito de de-
senvolvimento sustentável, com destaque, para os indicadores, é mostrada na Figura 12.
61

Descritores e Indicadores de Sustentabilidade no Ato de Cobrança pelo Uso de Recursos


Hídricos

A apresentação dos indicadores segue o marco ordenador proposto pela Comissão de Desenvolvimento Susten-
tável - CDS, das Nações Unidas, que os organiza em quatro dimensões: Ambiental, Social, Econômica e Institu-
cional.
A dimensão ambiental dos indicadores de desenvolvimento sustentável diz respeito ao uso dos recursos natu-
rais e à degradação ambiental, e está relacionada aos objetivos de preservação e conservação do meio ambiente,
considerados fundamentais ao benefício das gerações futuras. Estas questões aparecem organizadas nos temas:
atmosfera; terra; água doce; oceanos, mares e áreas costeiras; biodiversidade; e saneamento.
O tema saneamento foi adicionado à lista original da CDS e reúne os indicadores relacionados a abastecimento
de água, esgotamento sanitário, coleta e destino de lixo, os quais igualmente expressam pressões sobre os recur-
sos naturais e envolvem questões pertinentes à política ambiental.
Os temas ambientais são mais recentes e não contam com uma larga tradição de produção de estatísticas. Isto
resulta em menor disponibilidade de informações para a construção dos indicadores requeridos para uma abor-
dagem mais completa dessa temática. Nesta edição, além da atualização dos indicadores publicados em 2002,
foram incorporados seis outros indicadores, totalizando 23 indicadores ambientais. Os novos indicadores abor-
dam as questões da desertificação e arenização, qualidade de águas interiores, balneabilidade, tráfico, criação e
comércio de animais silvestres e espécies invasoras. Permanecem, entretanto, algumas lacunas importantes, entre
as quais destacam-se uso da água, erosão e perda de solo e sobre a emissão de gases do efeito estufa, sendo que
este último depende da divulgação completa do Inventário Brasileiro das Emissões Antrópicas por Fontes e Re-
moções, por Sumidouros de Gases Efeito Estufa não Controlados pelo Protocolo de Montreal, pelo governo bra-
sileiro.
A dimensão social dos indicadores de desenvolvimento sustentável corresponde, especialmente, aos objetivos
ligados à satisfação das necessidades humanas, melhoria da qualidade de vida e justiça social. Os indicadores
incluídos nesta dimensão abrangem os temas: população; trabalho e rendimento; saúde; educação; habitação; e
segurança, e procuram retratar a situação social, a distribuição da renda e as condições de vida da população,
apontando o sentido de sua evolução recente.
A questão da eqüidade, mais comumente referida no Brasil como desigualdade social, foi tratada na edição ante-
rior como um tema separado, formado basicamente por um conjunto de indicadores de emprego e rendimento, o
que limitava uma visão mais ampla sobre este fenômeno multifacetado, que perpassa vários aspectos da forma-
ção social brasileira. Na atual edição, a eqüidade é contemplada através de indicadores de vários temas, trata-
mento que representa uma adequação à lista de indicadores da CDS com a finalidade de explicitar as desigualda-
des de gênero e cor ou raça, operacionalizada na desagregação de alguns indicadores. As desigualdades regio-
nais, outra importante componente na busca de um desenvolvimento mais equânime, são retratadas na série de
cartogramas apresentados.
A dimensão econômica dos indicadores de desenvolvimento sustentável trata do desempenho macroeconômico
e financeiro e dos impactos no consumo de recursos materiais e uso de energia primária. É uma dimensão que
ocupa-se com os objetivos de efi ciência dos processos produtivos e com as alterações nas estruturas de consumo
orientadas a uma reprodução econômica sustentável a longo prazo.
Os diferentes aspectos da dimensão econômica do desenvolvimento sustentável são organizados nos temas qua-
dro econômico e padrões de produção e consumo. Dentro deste último tema foram introduzidos dois novos indi-
62

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Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo – Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento

cadores, ambos relativos ao uso de recursos não renováveis: consumo mineral per capita e vida útil das reservas
minerais.
A dimensão institucional dos indicadores de desenvolvimento sustentável diz respeito à orientação política,
capacidade e esforço despendido para as mudanças requeridas para uma efetiva implementação do desenvolvi-
mento sustentável. Deve-se mencionar que esta dimensão aborda temas de difícil medição e que carece de mais
estudos para o seu aprimoramento.
A dimensão é desdobrada nos temas quadro institucional e capacidade institucional e apresenta cinco indicado-
res. Ressalte-se que é neste último tema que fi gura o indicador que sintetiza o investimento em ciência e novas
tecnologias de processos e produtos e o indicador que expressa especificamente a atuação do Poder Público na
proteção do ambiente, importantes chaves para busca das alternativas para o desenvolvimento sustentável.
No tema quadro institucional foi incluído um indicador adicional que busca revelar o esforço local com vistas ao
desenvolvimento sustentável, mensurado através da atividade de Conselhos Municipais específicos.
Esta publicação não apresenta qualquer tentativa de alinhamento dos indicadores segundo o conhecido marco
teórico pressão/estado/resposta, que figurava nas primeiras recomendações da CDS. Esta abordagem é bastante
funcional quando aplicada a questões ambientais, mas se mostrou de difícil aplicação quando transportada a
outros temas.
Muito embora o trabalho realizado seja devedor das várias contribuições teórico-metodológicas associadas aos
temas de sustentabilidade, o conjunto de indicadores apresentado, que segue o marco ordenador da CDS, não
atende a uma abordagem específica em termos de marco conceitual ou marco sistêmico, como têm sido denomi-
nados. No entanto, cabe proporcionar uma breve referência dos mesmos, inclusive como forma de disseminar a
literatura associada à elaboração de indicadores de desenvolvimento sustentável e facilitar iniciativas de análise e
formulação de política integradas.
Os marcos sistêmicos citados no último informe da CEPAL6 sobre o tema foram:
aton” (Donella Meadows e outros), baseado no “Triangulo de Daly”, propondo
indicadores que mostrem: a) a capacidade com que as metas finais atingem a todos; b) a eficiência em que os
meios decisivos se traduzem nas metas finais; e c) a sustentabilidade do uso dos meios decisivos.
• O esquema Bossel, que distingue seis subsistemas (de desenvolvimento individual, de infra-estrutura, de go-
verno, econômico, social e ambiental) e utiliza a teoria de “orientadores” (necessidades fundamentais do siste-
ma), no qual os indicadores devem informar a viabilidade do sistema ou subsistema e como cada subsistema
contribui para viabilidade dos outros subsistemas.
• O modelo Monet da Suíça, que é um modelo de estoques e fluxos.
As principais categorias são: a) grau de satisfação das necessidades; b) estado e variação dos recursos (capital);
c) uso e modificação do capital (entradas/saídas); d) critérios de eficiência e desigualdade; e e) respostas sociais
e políticas.
• O Sistema Sócio Ecológico Total, da CEPAL, que distingue em quatro subsistemas fundamentais as dimensões
econômica, social, ambiental e institucional, compostos por indicadores de desempenho e sustentabilidade, e
também propõe indicadores para fluxos entre subsistemas.
63

Descritores e Indicadores de Sustentabilidade no Ato de Cobrança pelo Uso de Recursos


Hídricos

Coletivamente, os indicadores provêm informações sobre evolução do desempenho, da eficiência, da sustentabi-


lidade e dos fluxos físicos e de informação entre subsistemas.
A presente publicação limita-se a incluir uma matriz de relacionamento que ilustra as ligações existentes entre
os diferentes indicadores e pode ser utilizada como um guia de leitura. Não há dúvida que é possível encontrar
nexos de inter-relacionamento associando a maioria das questões contempladas pelos indicadores. Os relaciona-
mentos apontados, entretanto, estão restritos às relações mais diretas. Muitas já são bastante estabelecidas e têm
referência em estudos específicos, outras são indicações de caráter teórico e derivadas apenas de uma apreciação
qualitativa. Espera-se com essa informação favorecer uma leitura e reflexão mais sistêmica, assim como sugerir
estudos, análise ou elaboração política que integrem os diferentes aspectos e dimensões do desenvolvimento
sustentado.
O resumo gráfico, ao final da publicação, constitui outro recurso que objetiva facilitar uma visão de conjunto
dos indicadores. Reúne os gráficos que melhor sintetizam cada indicador e os justapõe na mesma seqüência de
sua apresentação.
Ainda com a finalidade de ampliar a perspectiva em que podem ser considerados os indicadores aqui apresenta-
dos, incluiu-se uma relação dos indicadores segundo diretrizes para transição ao desenvolvimento sustentável,
que constitui um reordenamento dos indicadores baseado na interessante estrutura adotada pelo Instituto de Esta-
tísticas da Suécia (Statistics Sweden).
Sua abordagem dá ênfase aos aspectos de transição para a sustentabilidade e pretende ir além de uma perspectiva
de mera avaliação da atual situação de sustentabilidade. Nesta estrutura, os indicadores de desenvolvimento sus-
tentável são referenciados a quatro diretrizes que, de certa forma, emanam do conceito de desenvolvimento sus-
tentável e da Agenda 21: eqüidade, efi ciência, adaptabilidade, e atenção a gerações futuras.
A diretriz de Eqüidade evoca aspectos distributivos do desenvolvimento em termos de partição do ônus e dos
benefícios. Engloba indicadores atinentes a questões de bem-estar econômico e social, no caso brasileiro, centra-
dos em medidas da universalização do atendimento ou satisfação de necessidades básicas e aquelas relativas à
desigualdade social.
Eficiência reúne os indicadores sobre o uso dos recursos e põe em relevo a premissa de que a produtividade dos
recursos e seu uso racional são elementos-chave para transição a uma sociedade sustentável. Claramente, abran-
ge objetivos econômicos e ambientais - produzir mais com menos recursos e com menor agressão ao meio ambi-
ente, mas também contempla questões sociais, tais como assegurar melhores condições de existência, reprodução
e desenvolvimento das potencialidades humanas.
São reunidos como indicadores de Adaptabilidade aqueles que ilustram ações de hoje que irão influenciar a
situação nos próximos anos. Representam diferentes aspectos da composição do investimento corrente no senti-
do de alcançar maior efi ciência e flexibilidade no futuro. Contemplam tanto evidências sobre esforços dirigidos
à diversificação e mudanças nos processos de produção como indicadores que refletem a capacidade de constru-
ção de alternativas e aprimoramento desses mesmos processos.
O último conjunto de indicadores está diretamente associado ao pacto intergeracional, central ao conceito de
desenvolvimento sustentável, e sintetiza a atual Atenção a gerações futuras. Reúne os indicadores que enfocam
os recursos e os bens econômicos, ecológicos e humanos que serão legados às futuras gerações, relacionados ao
não comprometimento (ou exaustão) de recursos que poderiam ser melhor utilizados no futuro ou às possibilida-
des de manobra deixadas como herança.
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Finalmente, registra-se que para a produção dos Indicadores de Desenvolvimento Sustentável foi fundamental a
colaboração direta, com o

QUALIDADE DE ÁGUAS INTERIORES


Apresenta a qualidade da água em alguns corpos d’água interiores (trechos de rios e represas), expressa pela
Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) e pelo Índice de Qualidade da Água (IQA).
Descrição
As variáveis utilizadas neste indicador são a demanda bioquímica de oxigênio (mg/l), a temperatura (oC), o pH,
o oxigênio dissolvido (%), a quantidade de coliformes fecais (NMP/100 ml), o nitrogênio/nitrato total (mg/l), o
fósforo/fosfato total (mg/l), o resíduo total (mg/l) e a turbidez. Todos estes parâmetros são medidos na água dos
rios e represas.
A partir destas variáveis são obtidos dois indicadores de qualidade de águas interiores: a Demanda Bioquímica
de Oxigênio (DBO) e o Índice de Qualidade da Água (IQA).
A DBO mede a quantidade de oxigênio necessária para degradar bioquimicamente a matéria orgânica presente
na água. Quanto maior a DBO, pior é a qualidade da água.
O IQA é um indicador de qualidade da água obtido a partir de uma fórmula matemática que usa como variáveis
(parâmetros) a temperatura, o pH, o oxigênio dissolvido, a demanda bioquímica de oxigênio, a quantidade de
coliformes fecais, o nitrogênio, fósforo e resíduo totais dissolvidos, e a turbidez, todos medidos na água. Quanto
maior o valor do IQA, melhor a qualidade da água.
Nem todos os órgãos ambientais fazem uso do IQA.
A escolha dos rios apresentados neste indicador seguiu os seguintes critérios: rios de expressão nacional, como o
São Francisco; rios que atravessam grandes áreas urbanas, como o alto curso do Tietê; rios largamente usados no
abastecimento de água, como o médio Paraíba do Sul; e rios que banham cidades industriais, como o Ipojuca. A
seleção dos rios procurou abranger o maior número possível de estados e regiões do País. De forma geral, os rios
e trechos escolhidos para apresentação neste indicador são aqueles em situação mais crítica em termos de polui-
ção hídrica. Portanto, os resultados aqui apresentados não representam a situação mais comum dos rios do País,
mas sim uma amostra daqueles em situação de maior degradação ambiental.
As fontes são os Órgãos Estaduais e Municipais de Meio Ambiente, assim discriminados: Bahia: Centro de Re-
cursos Ambientais - CRA; Minas Gerais: Instituto Mineiro de Gestão das Águas - IGAM; Pernambuco: Compa-
nhia Pernambucana de Meio Ambiente - CPRH; Porto Alegre: Departamento Municipal de Água e Esgotos -
DMAE; Rio de Janeiro: Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente - FEEMA; São Paulo: Companhia
de Tecnologia de Saneamento Ambiental - CETESB. As informações são obtidas na Internet e em relatórios
anuais de qualidade das águas.
Justificativa
O Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA estabelece cinco classes de água doce, cada uma com
valores de qualidade de água apropriados ao uso predominante recomendado para a mesma (abastecimento hu-
65

Descritores e Indicadores de Sustentabilidade no Ato de Cobrança pelo Uso de Recursos


Hídricos

mano, recreação, irrigação, navegação, etc.). Mensurações periódicas na água dos rios permitem aferir se a qua-
lidade das mesmas é apropriada aos usos que lhes são dados.
A DBO e o IQA são instrumentos fundamentais para o diagnóstico da qualidade ambiental de águas interiores,
sendo importantes também no controle e gerenciamento dos recursos hídricos. Estão entre os indicadores mais
usados mundialmente na aferição da poluição hídrica. O CONAMA estabelece o valor de 5 mg/l como limite
máximo para a DBO de águas de classe 2, que podem ser usadas no abastecimento público, após tratamento
convencional.
Enquanto a DBO evidencia o lançamento de esgotos domésticos na água, o IQA é um indicador mais genérico,
revelador do processo de eutrofi zação das águas. Associados a outras informações ambientais e socioeconômi-
cas são bons indicadores de desenvolvimento sustentável.
Comentários
As comparações entre os resultados de DBO e IQA em diferentes rios devem ser feitas levando em conta que
tanto a intensidade temporal e espacial das amostragens quanto os métodos de análise dos parâmetros mensura-
dos variam entre os órgãos ambientais.
A falta de saneamento básico é um dos maiores problemas ambientais e sociais do País. O baixo percentual de
tratamento dos esgotos coletados e lançados em corpos d’água se refl ete no alto valor de DBO e baixo IQA
observado nos trechos dos rios que cortam grandes áreas urbanas, atravessam zonas industrializadas, ou passam
por muitas cidades de médio e grande portes (Tietê, Velhas, Capibaribe, Ipojuca).
No rio Paraíba do Sul, o trecho usado para o abastecimento da Região Metropolitana do Rio de Janeiro apresenta
valores médios anuais de DBO relativamente baixos, abaixo do limite CONAMA para águas de classe 2. Já para
as águas das represas de Guarapiranga e Billings (bacia do Tietê), que abastecem São Paulo, a DBO média anual
excede este limite há alguns anos.
Observa-se que a DBO apresenta valores médios anuais altos, sendo oscilantes ou crescentes ao longo do tempo
para a maioria dos rios, indicando que as medidas de controle e redução da poluição hídrica ainda não surtiram
efeito.
As situações mais críticas são observadas nos rios Tietê (zona metropolitana de São Paulo), Velhas (que corta
Belo Horizonte) e Ipojuca (que atravessa cidades industriais de Pernambuco). O rio São Francisco, que tem o rio
das Velhas como um de seus afl uentes mais importantes, apresenta, em seu médio curso, valores de DBO média
anual abaixo do limite CONAMA para águas de classe 2, que podem ser usadas no abastecimento público, após
tratamento convencional.
Os valores de IQA acompanham as tendências observadas para a DBO.
É interessante notar que para nenhum dos corpos d’água para os quais calculou-se o IQA médio anual foi atingi-
do nível considerado ótimo (IQA acima de 80). A bacia do rio Paraguaçu tem apresentado tendência à redução
do IQA médio anual nos últimos anos.
Indicadores relacionados
03 - Uso de fertilizantes
04 - Uso de agrotóxicos
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08 - Área remanescente e desfl orestamento na Mata Atlântica e nas formações vegetais litorâneas
11 - Balneabilidade
12 - Produção do pescado marítima e continental
14 - Espécies extintas e ameaçadas de extinção
15 - Áreas protegidas
18 - Acesso a serviço de coleta de lixo doméstico
19 - Destinação fi nal do lixo
20 - Acesso a sistema de abastecimento de água
21 - Acesso a esgotamento sanitário
22 - Tratamento de esgoto
30 - Taxa de mortalidade infantil
35 - Doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado
57 - Gasto público com proteção ao meio ambiente
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Hídricos

É necessário integrar (...) intra e intergerações ações, intervenções (...) para conciliar o atendimento de
necessidades das gerações presentes sem comprometer os possíveis atendimentos de necessidades das futuras
gerações.
É preciso sintetizar interdependências na análise de conexões inerentes entre o meio ambiente, os povos
que vivem nele e as atividades econômicas, bem como sintetizar os múltiplos interesses e seus efeitos caracteri-
zados por inter-relações.
É exigido resumir percepções e posicionamentos existentes nos sistemas como os sociais, econômicos e
ambientais relacionados; exige-se, também, resumir capacidades – habilidades de adaptações e aprendizagens.
Essa necessidade de integrar e sintetizar ações, conexões (...) e a exigência de resumir percepções, posici-
onamentos (...) são princípios a serem traduzidos na prática, na realidade objeto de gestão, com freqüência com-
plexa e caracterizada por mudanças, surpresas, incertezas (...). Nessa realidade, é preciso que as ações estratégi-
cas e coordenadas para o desenvolvimento sustentável sejam adaptáveis. É preciso melhorar ou re-estrutura o
processo de análise, julgamento e tomada de decisões de modo a considerar dimensões como as sociais, econô-
micas, ambientais (...) de maneiras integradas e com a participação pública assegurada.
Os indicadores de sustentabilidade são elementos valiosos – úteis por diferentes motivos. Para que um
processo ou resultado, um objeto alvo, seja sustentável é preciso contar com indicadores que possam auxiliar
monitorar a sustentabilidade nesse alvo, de modo que tendências, fatores, condições (...) negativas sejam infor-
madas – comunicadas antes de se transformarem em problemas. Para esse objeto, os indicadores podem apontar
maneiras de um melhor futuro; podem sinalizar discussões e entendimentos com pontos de vistas diferentes e
contribuir para criar uma visão compartilhada do que “deveria” ser o processo ou resultado, de como condições e
circunstâncias poderiam melhorá-lo quando o indicador informar – comunicar o sentido do progresso em direção
a uma meta.
Os indicadores podem ser tão variados quantos sejam os objetos alvos e os objetivos considerados; contu-
do, é possível identificar características que os tornam eficazes, tais como:
relevância, ao mostrar algo de interesse, consistente com a finalidade a medir, e que é preciso conhecer;
fáceis de compreender, mesmo por pessoas alheias à gestão; deve mostrar o que significa ,
verificáveis e confiáveis em função da qualidade de dados e informações que utiliza;
quantificável para ampliar o sentido de simples indicação;
e acessíveis com a oportunidade conveniente para avaliar – agir.
Podem ser valiosos – úteis como proxies ou substitutos para medir circunstâncias complexas e para as
quais não se tem uma medida direta, como é o caso de indicadores da qualidade de vida de uma comunidade ao
compreender aspectos de educação, saúde, renda, segurança, lazer (...)

Para que os indicadores se tornem viáveis e práticos, devem possuir alguns atributos especiais.
• Adaptabilidade – capacidade de resposta às mudanças de comportamento e exigências dos clientes. Os indi-
cadores podem tornar-se desnecessários ao longo do tempo e devem ser imediatamente eliminados ou substituí-
dos por outros de maior utilidade.
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• Representatividade – captação das etapas mais importantes e críticas dos processos, no local certo, para que
seja suficientemente representativo e abrangente. Dados desnecessários ou inexistentes não devem ser coletados.
Em contrapartida, dados importantes devem ser precisos, atender aos objetivos e ser buscados na fonte correta.
Este atributo merece certa atenção, pois indicadores muito representativos tendem a ser mais difíceis de ser obti-
dos. Deve-se, portanto, haver um certo equilíbrio entre a representatividade e a disponibilidade para coleta.
• Simplicidade – facilidade de ser compreendido e aplicado tanto pelos executores quanto – e principalmente –
pelos que receberão seus resultados. Os nomes e expressões devem ser conhecidos e entendidos por todos os
envolvidos de forma homogênea, garantindo ampla validade por toda a CTCOB.
• Rastreabilidade – facilidade para identificação da origem dos dados, seu registro e manutenção. Sempre que
possível, deve-se transformar os resultados em gráficos para um acompanhamento mais preciso, o que permite a
comparação com desempenhos anteriores.
• Disponibilidade – facilidade de acesso para coleta, estando disponível a tempo, para as pessoas certas e sem
distorções, servindo de base para que decisões sejam tomadas. De nada adiantaria informações atrasadas e desa-
tualizadas, embora corretas, ou informações atuais e corretas, mas para a pessoa errada.
• Economia – não deve ser gasto tempo demais procurando dados, muito menos pesquisando ou aguardando
novos métodos de coleta. Os benefícios trazidos com os indicadores devem ser maiores que os custos incorridos
na medição. Caso contrário, em pouco tempo a CTCOB estará medindo sua própria falência.
• Praticidade – garantia de que realmente funciona na prática e permite a tomada de decisões gerenciais. Para
isso, deve ser testado no campo e, se necessário, modificado ou excluído.
• Estabilidade – garantia de que é gerado em rotinas de processo e permanece ao longo do tempo, permitindo a
formação de série histórica.
É fundamental que os indicadores sejam direcionados para a tomada de decisões gerenciais voltadas para a solu-
ção dos problemas apontados, servindo de base inclusive para a revisão de metas já estabelecidas. Por isso, os
indicadores não podem agregar mais trabalho no dia-a-dia nem tempo excessivo para serem coletados e obtidos.
Assim, devem ser representativos para os processos e atividades, levando a análises e melhorias da forma mais
prática e objetiva possível.

INDICADOR FÓRMULA PARA META PRAZO DIMENSÃO


O CÁLCULO
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Hídricos

Los indicadores son importantes para el uso sostenible y el manejo de los recursos ambientales ya que pueden
orientar la formulación de políticas al proporcionar una valiosa información acerca del estado actual de los re-
cursos a evaluar y de la intensidad y la dirección de los posibles cambios, subrayando además, los temas prima-
rios.
Los indicadores representan importantes herramientas para la comunicación de información científica y técnica
ya que pueden facilitar el acceso a la misma por parte de diferentes grupos de usuarios permitiendo transformar
la información en acción. De esta forma pueden desempeñar, una función activa para el mejoramiento de los
procesos de formulación de políticas. Sin embargo, las iniciativas para desarrollar indicadores requieren de un
cierto grado de "infraestructura" si se espera que produzcan la clase de cambios que buscan los usuarios.
El desarrollo de herramientas fáciles de usar y el empleo de un marco conceptual común para el desarrollo de
indicadores, facilitan no sólo la transformación de datos en información útil, sino también la elaboración de es-
trategias para la elaboración de políticas y la planificación.

Idealmente um indicador deverá ser representativo, cientificamente válido, simples e fácil de entender; mostrar
tendências temporais, apresentar avisos antecipados sobre tendências irreversíveis, quando possível, sensível a
modificações ambientais ou econômicas que ele pretende representar; baseado em dados prontamente disponí-
veis ou a um custo razoável e em dados adequadamente documentados e de reconhecida qualidade, capaz de ser
atualizado em intervalos regulares e ter um nível de referência (situação ideal ou factível ou desejada) com o
qual possa ser comparado.
favoráveis e desfavoráveis das alternativas a serem analisadas para atendimento das demandas hídricas, permi-
tindo uma seleção mais criteriosa de um elenco de propostas consistente com as estratégias. Geralmente, os indi-
cadores podem ser usados em 3 perspectivas:
� Retrospectiva ou corrente: neste caso é mostrada a evolução de um indicador no passado até atingir os valores
correntes, caracterizando a situação pregressa da região;
� Prospectiva: neste caso é mostrada a evolução esperada do indicador no futuro, como conseqüência das inter-
venções que são propostas nos planos, caracterizando as suas contribuições benéficas e adversas;
� Monitoramento: neste caso o indicador é usado ao longo da implementação de um plano, programa ou projeto
para avaliar os seus resultados.

Conforme se observa, o nível de consumo de capital natural torna-se, assim, um importante índice de sustentabi-
lidade.
Definir as possibilidades de substituição entre capital natural e capital material, isto é, níveis de degradação e
exaustão dos recursos naturais socialmente desejáveis em termos dos respectivos custos e sua distribuição entre
contemporâneos e no tempo, torna-se, assim, uma condição básica na tentativa de
seguir trajetórias de sustentabilidade.
Generalizando, a questão da sustentabilidade se formaliza na capacidade de uma economia em realizar investi-
mentos que compensem o seu consumo de capital.
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Esta generalização torna-se, contudo, sem conteúdo prático, para a tomada de decisões em direção a qualquer
trajetória de sustentabilidade, se a sociedade não é capaz de reconhecer e reorientar os custos ecológicos,
econômicos e distributivos das possibilidades de substituição entre capital natural (capacidade de gerar bens e
serviços ambientais) e capital material (capacidade de gerar bens de consumo material) resultante do processo de
crescimento da renda nacional.
A contribuição deste estudo é neste sentido. Ou seja, analisar indicadores que possam ajudar a refletir sobre a
dimensão destes custos. Não se procurará, por convicção, mensurar ou indicar níveis de sustentabilidade, mas
sim, e somente, trazer indicadores que permitam esclarecer as restrições ambientais ao crescimento econômico.
Aspectos normativos, se houver, aparecerão unicamente no último capítulo que analisa sugestões de política no
debate de opções que semeiam a literatura do tema.

Indicadores de desenvolvimento sustentável


O termo indicador é originário do latim indicare, que significa, estimar (HAMMOND, 1995). Os indicadores
podem comunicar ou informar sobre o progresso em direção a uma determinada meta, como por exemplo o de-
senvolvimento sustentável, mas também podem ser entendidos como um recurso que deixa mais perceptível uma
tendência ou fenômeno, que não seja imediatamente detectável (HAMMOND, 1995).
A definição de McQueen e Noak (1988) trata um indicador como uma medida que resume informações
relevantes de um fenômeno particular ou um substituto dessa medida, semelhante ao conceito de Holling
(HOLLING, 1978) de que um indicador é uma medida do comportamento do sistema, em termos de atributos
expressivos e perceptíveis.
Para a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), um indicador deve ser en-
tendido como um p
estado de um fenômeno com uma extensão significativa (OECD, 1993).
Algumas definições colocam um indicador como uma variável relacionada hipoteticamente a uma outra vari-
ável estudada, que não pode ser diretamente observada (CHEVALIER, 1992). Essa também é a opinião de
Gallopin (1996), que afirma que os indicadores, num nível mais concreto, devem ser entendidos como variáveis.
Uma variável é uma representação operacional de um atributo (qualidade, característica, propriedade) de um
sistema. A variável não é o próprio atributo ou atributo real, mas uma representação, imagem ou abstração deste.
O quão próximo essa variável se aproxima do atributo próprio ou reflete o atributo ou a realidade, e qual o seu
significado ou qual a sua significância e relevância para a tomada de decisão, é conseqüência da habilidade do
investigador e das limitações e propósitos da investigação.
Nesse contexto, qualquer variável, e conseqüentemente qualquer indicador (descritivo ou normativo), tem
uma significância própria. A mais importante característica do indicador, quando comparado com os outros tipos
ou formas de informação, é a sua relevância para a política e para o processo de tomada de decisão. Assim, para
ser representativo, o indicador tem que ser considerado importante tanto por quem toma decisões quanto pelo
público (GALLOPIN, 1996).
Segundo Gallopin (1996), os indicadores mais desejados são aqueles que resumam ou simplifiquem as infor-
mações relevantes, façam com que certos fenômenos que ocorrem na realidade se tornem mais aparentes; aspec-
71

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Hídricos

to esse que é particularmente importante na gestão ambiental. Nessa área, especificamente, é necessário que
sejam quantificadas, mensuradas e comunicadas as ações relevantes.
Como foi anteriormente observado, a emergência da temática ambiental está fortemente relacionada à falta de
percepção da ligação existente entre ação humana e suas principais conseqüências; no caso específico deste tra-
balho, à degradação ambiental.
Para Tunstall (1992, 1994), os indicadores devem ser observados a partir de suas funções, que são:

O objetivo principal dos indicadores é o de agregar e quantificar informações de uma maneira que sua signi-
ficância fique mais aparente. Os indicadores simplificam as informações sobre fenômenos complexos tentando,
com isso, melhorar o processo de comunicação.

Indicadores de sustentabilidade: uma ferramenta para a gestão ambiental


A Conferência Internacional da Organização das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento,
realizada no Rio de Janeiro, adotou a Agenda 21 para transformar o desenvolvimento sustentável numa meta
global aceitável. Para colocar os princípios da sustentabilidade em prática e adotar os princípios da Agenda 21,
essa conferência criou a Comissão de Desenvolvimento Sustentável (CSD – Comission on Sustainable Deve-
lopment), cuja principal responsabilidade é a de monitorar o progresso alcançado.
A necessidade de se consolidar indicadores de desenvolvimento sustentável está expressa na própria Agenda
21, nos capítulos 8 e 40. A partir da conferência no Rio de Janeiro, a CSD adotou um programa de cinco anos
para o desenvolvimento de instrumentos que sejam adequados aos que tomam decisões a nível nacional.
Um dos principais aspectos levantados nos primeiros encontros da CSD foi o da necessidade de se criar pa-
drões que sirvam de referência para medir o progresso da sociedade em direção ao que se convencionou chamar
de futuro sustentável (MOLDAN e BILHARZ, 1997). É necessário trabalhar com uma unidade que possibilite
medir a proximidade em relação a esse objetivo. E essa unidade deve ser suficientemente ampla para englobar
uma gama de fatores relacionados com a sustentabilidade, tais como fatores ecológicos, econômicos, sociais,
culturais, institucionais, entre outros.
Em termos do conceito de desenvolvimento sustentável, deve-se observar que a abordagem pode ser feita a
partir de diversos níveis ou esferas específicas. Em termos geográficos é possível abordar o conceito na esfera
mundial, nacional, regional e local. Em relação ao aspecto temporal, pode se abordar a curto, a médio ou a longo
prazo; e quanto aos atores envolvidos, a ênfase pode ser atribuída ao indivíduo, ao grupo ou à sociedade.
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Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo – Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento

Entretanto, segundo a CSD, existe a necessidade de se criar uma base comum para que se tenha um denomi-
nador para avaliação do grau de sustentabilidade, uma vez que a maioria dos indicadores existentes não são ade-
quados para isso.
As ferramentas de avaliação também são úteis para quem toma decisões, na medida em que podem ser
utilizadas para o desenvolvimento de políticas, na função de planejamento, levando-se em conta, ainda, que
esses tipos de ferramentas cumprem outras funções:
– as medidas ajudam a interpretar os dados dentro de um sistema coerente, agrupando-os
em matrizes ou índices;
– as ferramentas tornam os tomadores de decisão familiarizados com os conceitos
e métodos envolvidos na sustentabilidade. Os indicadores ajudam no estabelecimento de metas e também na
avaliação do sucesso em alcançá-las;
– as medidas auxiliam os administradores a colocarem os mecanismos de
uma forma pública, publicações anuais ou simples relatórios com indicadores-chave;
– um sistema de medidas e de relatórios deve integrar dados de diferentes áreas e
dados coletados por agências distintas. Deve ser factível, tanto em termos de orçamento como em termos de
recursos humanos. Deve ser aberto à população, para participação e controle. Essas funções são melhor preen-
chidas no processo de escolha de indicadores e na fase de implementação, quando os tomadores de decisão utili-
zam as ferramentas de mensuração e os indicadores.
Observa-se que, apesar da existência de diversos sistemas relacionados à avaliação da sustentabilidade, exis-
tem diversos elementos que ainda não estão devidamente estudados e desenvolvidos. Pode-se recordar rapida-
mente alguns desses aspectos, tais como: a multidimensionalidade do conceito de desenvolvimento sustentável, a
complexidade que decorre da agregação de variáveis não relacionadas diretamente, a questão da transparência
em sistemas de avaliação, a existência dos julgamentos de valor e sua ponderação nos diversos sistemas, o tipo
de processo decisório envolvido, bem como o tipo de variável envolvida (qualitativa, quantitativa ou as duas),
entre outros.
Teoricamente, é necessário organizar os diferentes sistemas, para que os usuários dessas ferramentas

mais adequados aos seus objetivos finais. E a finalidade deste trabalho, em sua primeira etapa, é justamente essa,
fornecer um quadro sistematizado sobre as ferramentas de avaliação mais reconhecidas internacionalmente, que
procuram mensurar o desenvolvimento em função da sustentabilidade.
73

Descritores e Indicadores de Sustentabilidade no Ato de Cobrança pelo Uso de Recursos


Hídricos

REFERÊNCIAS
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